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A Dimensão Crítica da Ideologia na Psicologia Social

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IDEOLOGIA
Pedrinho Guareschi
A dimensão crítica da Psicologia Social surgiu a partir da década de 1930, com os teóricos da Escola de Frankfurt, cuja escola se chamou especificamente “Crítica da Ideologia”.
O conceito e a teoria da ideologia se fizeram mais presentes na Psicologia Social a partir da década de 1970.
Embora o nome “ideologia” somente tenha aparecido há pouco mais de um século, sua realidade já estava presente desde que se começou a pensar a vida social, com diferentes nomes, mas querendo designar a mesma realidade (culturas gregas e romanas, séculos XV e XVI etc.).
Bacon (político, filósofo, ensaísta inglês. É considerado o fundador da ciência moderna. 1561- 1626) desenvolveu um estudo extremamente próximo ao que hoje se costuma entender por ideologia, através de sua teoria sobre as quatro classes de ídolos, que nos dificultam chegar mais próximos da verdade: 1. Nossas idiossincrasias, caráter; 2. Da tribo: superstições, paixões; 3. Da praça: as inter-relações humanas, principalmente através da linguagem; 4. Ídolos do teatro: a transmissão das tradições e doutrinas dogmáticas e autoritárias (hoje, os meios de comunicação). O método indutivo foi criado por Bacon a fim de combater os erros provocados por esses ídolos.	Comment by ASUS: 1. med predisposição particular do organismo que faz que um indivíduo reaja de maneira pessoal à influência de agentes exteriores (alimentos, medicamentos etc.).2.característica comportamental peculiar a um grupo ou a uma pessoa.
Dimensão positiva: (ou neutra) Entendida como sendo uma cosmovisão de uma pessoa ou grupo.
Destutt de Tracy (criador do termo, 1803): estudo das ideias 
Lenin (1969) e Lukács (1971): ideias de um grupo revolucionário
Mannheim (1954): tudo o que pensamos é ideológico, conhecimento condicionado
Dimensão negativa: (ou crítico, ou pejorativo) Constituída pelas ideias distorcidas, enganadoras, mistificadoras, meias-mentiras, obscurece a realidade e engana as pessoas. Abstrata e impraticável, ilusória ou errônea, expressam interesses dominantes e sustentam relações de dominação.
Marx: ideias puras como autônomas e eficazes, sem a ligação com a realidade, ideias da classe dominante e um sistema de representações que serve para sustentar relações de dominação.
Mannheim (1954): as ideias dominantes de um grupo sobre outro (dominação de classes)
Ideologia como algo materializado,			Ideologia como prática: uma maneira
corporificado: a ideologia está corporificada		como as formas simbólicas servem 
na própria ideia, na forma simbólica, ou		para criar e manter as relações
concretizada numa instituição, como a escola		sociais entre pessoas.
ou a família.						Um modo de agir.
“Ideias da classe dominante” MARX.			Therborn: a ideologia constitui os
Althusser (1972) aparelhos ideológicos do Estado.	seres humanos como sujeitos.
John B. Thompson: ideologia como uma prática que serve para criar ou manter relações assimétricas, desiguais, injustas.
Empregar ideologia como uma prática é mais honesto, para o autor, pois se a tomamos como materializada em alguma instituição ou ideia, é arriscado afirmar que ela é automaticamente negativa.
O QUE VAI MOSTRAR SE UMA IDEIA, OU UMA INSTITUIÇÃO, POSSUI UMA DIMENSÃO NEGATIVA É A MANEIRA COMO É EMPREGADA, SUA FUNÇÃO. SE ELA SERVE, OU NÃO, PARA CRIAR OU REPRODUZIR RELAÇÕES DE DOMINAÇÃO.
UM MODO PRÁTICO DE SE TRATAR A IDEOLOGIA
Ideologia assume a dimensão de uma prática, de um modo de operação, de uma estratégia de ação.
Marx: ideologia como sendo um sistema de representações que servem para sustentar relações existentes de dominação através da orientação das pessoas para o passado, ou para imagens ou ideias que desviam da busca de mudança social.
Focar nossa atenção nas maneiras como as formas simbólicas são usadas e transformadas em contextos sociais específicos.
Estudar a ideologia é estudar as maneiras como o sentido serve para estabelecer e sustentar relações de dominação.
Um fenômeno só é ideológico se ele serve, em circunstâncias específicas, para estabelecer e sustentar relações de dominação.
FORMAS SIMBÓLICAS: amplo espectro de ações e falas, imagens e textos que são produzidos por pessoas e reconhecidos por elas como contendo um significado. O significado pode ser analisado:
1. Dimensão intencional (de um sujeito para um sujeito);
2. Dimensão convencional (envolvem a aplicação de regras ou convenções de vários tipos);
3. Dimensão estrutural (exibem uma estrutura articulada);
4. Dimensão referencial (dizem algo sobre alguma coisa);
5. Dimensão contextual (estão inseridas em processos e contextos sócio históricos determinados).
CONCEITO DE PODER X CONCEITO DE DOMINAÇÃO
PODER: capacidade de produzir algo, capacidade específica de cada prática.
DOMINAÇÃO: relação, quando se expropria poder de outro.
Thompson enumera cinco modos gerais de operação da ideologia:
1. Legitimação
2. Dissimulação
3. Unificação
4. Fragmentação
5. Reificação
OUTRAS:
6. Rotulação ou estigmatização
7. Sacralização ou divinização
Bourdieu – capital simbólico
Pessoa que ocupa posição dominante – estratégias de valorização simbólica como a de “distinção” (o uso de vestimentas), de menosprezo, de condescendência e assim por diante. Reafirmam sua dominação, sem necessitar de demonstrações mais claras e específicas.
Pessoa numa classe média – estratégias de moderação (valorização dos bens à sua disposição), pretensão (fingir ser o que de fato não é e buscando assemelhar-se aos de cima) ou desvalorização (depreciando as produções dos dominantes).
Pessoas de uma classe subordinada – estratégias de praticidade (em vez de buscar requintes, dá valor às coisas práticas e baratas), de resignação respeitosa ou de rejeição (não aceita e ridiculariza o que é produzido pelos dominantes).

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