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SISTEMA LINFÁTICO O sistema linfático, é uma via acessória da circulação sanguínea, permitindo que os líquidos dos espaços intersticiais possam fluir para o sangue sob a forma de linfa (do latim - água nascente/pura). O sistema linfático é o principal sistema de defesa do organismo. Ele é constituído pelos nódulos linfáticos (linfonodos), ou seja, uma rede complexa de vasos, responsável por transportar a linfa dos tecidos para o sistema circulatório. Além disso, ele possui outras funções como a proteção de células imunes, pois atua junto ao sistema imunológico. Outro importante papel do sistema linfático está na absorção dos ácidos graxos e no equilíbrio dos fluidos (líquidos) nos tecidos. Para desempenhar sua função de eliminar as impurezas do nosso corpo, o sistema linfático trabalha junto com o sistema imunológico. O sistema linfático atua em conjunto com diversos órgãos e elementos do organismo. É dessa forma que ele consegue alcançar todas as partes do corpo para filtrar o líquido tissular que nutriu, oxigenou os capilares sanguíneos e saiu levando gás carbônio e excreções. Diferente do sangue que é impulsionado pela força do coração, no sistema linfático a linfa se movimenta de forma lenta e com baixa pressão. Ela depende da compressão dos movimentos dos músculos para pressionar o líquido. É a partir da contração realizada pelo movimento dos músculos que o fluído é transportado para os vasos linfáticos. Como eles são maiores acabam se acumulam no ducto linfático direito e no ducto torácico, percorrendo assim para o resto do corpo. Os vasos linfáticos podem transportar proteínas e mesmo partículas grandes que não poderiam ser removidas dos espaços teciduais pelos capilares sanguíneos. A linfa tem uma particularidade de grande importância prática, não coagula como o sangue, o que faz com que a lesão de seus vasos coletores maiores espolie o indivíduo rapidamente. Apesar de até hoje os vasos linfáticos serem menos estudados que os sanguíneos, já são há muito conhecidos, o próprio Hipócrates de Cós, já denominava a linfa de sangue branco. É de HERÓFILO (anatomista grego - 300 a.C.) a primeira citação dos vasos linfáticos, por outro lado, a primeira descrição do sistema, é atribuída a GASPAR ASELLIUS de Milão, que foi professor de anatomia em Pavia de 1581 a 1626 e estudou os vasos linfáticos intestinais do cão. Em 1647, JEAN PECQUET, enquanto estudante de medicina em Montpellier, descreveu o Receptaculum chylii, também do cão, denominada por muitos anos de cisterna de PECQUET em sua homenagem, atualmente “cisterna do quilo” conforme a nomenclatura anatômica internacional. A linfa, corresponde ao líquido intersticial que circula dentro dos linfáticos, tem composição quase idêntica à do plasma. A concentração de proteínas da linfa, gira em torno de 2 a 6%, dependendo da parte do corpo. O sistema linfático também representa uma das principais vias de absorção dos nutrientes, através dos vasos linfáticos intestinais, nesse processo, também podem ser absorvidas bactérias e partículas maiores. Esse problema é resolvido, a medida que a linfa passa através de linfonodos interpostos no trajeto dos vasos linfáticos, onde essas partículas e bactérias são bloqueadas e destruídas. Componentes do sistema linfático O sistema linfático é composto por: 1. Capilares linfáticos; 2. Vasos linfáticos; 3. Ductos linfáticos e 4. Linfonodos · Capilares linfáticos São os menores vasos condutores do sistema linfático e consistem de tubos de paredes finas formadas por uma única camada de células endoteliais superpostas. As células superpostas agem como valvas formando aberturas nos capilares por onde o líquido entra. Quando se fecham, evitam o refluxo para fora. São os capilares linfáticos que dão origem aos vasos linfáticos. · Vasos linfáticos Originados dos capilares, possuem paredes de 3 camadas, semelhantes as paredes das veias, e um número maior de valvas, que permitem a linfa fluir em uma única direção. Tais valvas dão a estes vasos uma característica única de colar de contas. · Bombas linfáticas São ações bombeadoras da linfa: 1. Ação dos músculos esqueléticos sobre os vasos. 2. Variações de pressão decorrentes da respiração. 3. Contração da musculatura lisa dos vasos. 4. Formação de nova linfa, empurrando a velha · Ductos linfáticos · Ducto torácico: É o maior vaso linfático do corpo. Se origina no abdome e desemboca na veia subclávia esquerda na sua junção com a veia jugular interna esquerda. · Ducto linfático direito: Possui aproximadamente 4 cm de comprimento e desemboca na veia subclávia direita em sua junção com a veia jugular interna direita. · Funções do sistema linfático O sistema linfático possui 3 funções básicas: 1. Conservação das proteínas plasmáticas: A circulação da linfa faz voltar à corrente sanguínea substâncias vitais que escapam dos capilares, como proteínas. 2. Absorção de lipídios: Os vasos linfáticos intestinais são as vias de absorção de lipídios. 3. Defesa contra doenças: O sistema linfático protege o corpo contra microrganismos e outros agentes invasores de 2 maneiras: a) Pela fagocitose: Processo de englobamento e digestão de material estranho. b) Pela resposta imunológica: 2 tipos de linfócitos proliferam em resposta ao contato com substâncias estranhas, dando origem a células que fabricam anticorpos. · Importância do fluxo de Linfa Foi estimado, a partir de pesquisas, que cerca de 50% da proteína perdida nos capilares é recuperada pela circulação linfática. A drenagem insuficiente pode levar a um acúmulo de líquido intersticial denominado edema. Alguns Lifedemas podem causar deformidades. Um exemplo é a Elefantíase, um linfedema ocasionado pelo bloqueio dos vasos linfáticos. · Linfonodos São pequenas estruturas ovais localizadas interpostas no trajeto dos vasos linfáticos. Sua função é criar uma barreira ou filtro contra a penetração, na corrente sanguínea, de microrganismos, toxinas ou substâncias estranhas e/ou nocivas ao organismo. Como resposta a uma inflamação, o linfonodo pode aumentar de tamanho e tornar-se doloroso formando o que vulgarmente se conhece como íngua. Órgãos relacionados: São 3 os órgãos relacionados ao sistema linfático, e todos são caracterizados pela presença de tecido linfóide e Linfócitos. 1) Baço 2) Timo 3) Tonsilas · O Baço Localização e estrutura: O baço é um órgão oval com aproximadamente 12 cm de comprimento por 7 cm de largura e pesa cerca de 200 g. Está localizado na parte superior esquerda da cavidade abdominal, logo abaixo do m. diafragma. A região por onde entram e saem os vasos no baço é chamada de hilo esplênico. Seu corpo é revestido por uma cápsula de tecido fibroelástico e algumas células musculares lisas. · Funções do baço O baço possui 4 funções básicas: 1. Destruição do sangue: Os eritrócitos “velhos” (120 dias) são destruídos, na sua maioria, no baço. 2. Função imunológica: O baço, junto com outros tecidos linfóides, participa na resposta imune. 3. Armazenamento de sangue: O baço atua como um reservatório de sangue, mais precisamente de eritrócitos, e os libera de acordo com a demanda. 4. Filtragem de sangue: O baço filtra microrganismos do sangue no mecanismo de defesa do corpo. · Tonsilas Vários grupos de tonsilas formam um anel de tecido linfóide que protegem a entrada dos tratos, alimentar e respiratório contra microrganismos. As tonsilas que compõem esse anel são: 1. Tonsilas palatinas (amígdalas) 2. Tonsilas faríngeas (adenóide) 3. Tonsilas linguais · O Timo O timo é um órgão achatado com 2 lobos localizado na parte ântero-superior da cavidade torácica na frente da a. aorta e atrás do osso esterno. Atua no desenvolvimento de sistema imunológico e é desproporcional em relação ao corpo durante o período fetal e nos primeiros 2 anos de vida. Ele aumenta de tamanho até a puberdade, quando então, começa a atrofiar. · Resposta imunológica A resposta imunológica protege nosso corpo contra a invasão de microrganismos infecciosos e identifica e destrói qualquer coisa considerada“estranha” como órgãos transplantados e células malignas. Existem 2 sistemas imunológicos distintos: 1. Sistema de linfócitos B, que atuam em infecções bacterianas agudas (estreptococos). 2. Sistema de linfócitos T, que atuam em infecções bacterianas crônicas (tuberculose).