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Fichamento Nexo causal - Fernando Capez

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CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal, Volume 1, parte geral. 22 ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018
15.2.3. Nexo causal
p. 262
15.2.3.1. Conceito
É o elo de ligação concreto, físico, mental, material e natural que se estabelece entre a conduta do agente e o resultado naturalístico, por meio do qual é possível dizer se aquela deu ou não causa a este.
15.2.3.2. Natureza
NC é constatar a existência de relação entre conduta e resultado.
Sua verificação atende as leis da física de causa e efeito.
Sua aferição independe de apreciação jurídica.
15.2.3.3. Nexo normativo
Art. 19 do CP – o agente deve concorrer com dolo ou culpa (quando admitida), uma vez que sem um ou outro não haveria fato típico.
p. 263
15.2.3.4. Teoria para apontar o nexo causal
15.2.3.4.1. Teoria da equivalência dos antecedentes
Teoria do conditio sine qua non (condição sem a qual não) – Stuart Mill
	Causa é toda ação ou omissão anterior que, de algum modo, ainda que minimamente, contribui para a produção do resultado (art. 13 caput) – tudo o que concorre para isso deve ser considerado causa.
A lei atribui relevância causal a todos os antecedentes do resultado, considerando que nenhum elemento de que dependa a sua produção pode ser excluído da linha de desdobramento causal, pouco importando se, isoladamente, tinha ou não idoneidade para produzi-lo.
Se contribuiu de alguma forma é causa. (adotada pelo Código Penal)
Tudo o que é retirado da cadeia de causa e efeito, provocar a exclusão do resultado considera-se sua causa.
Ex.: A matou B.
Fatos antecedentes:
(i)a produção do revólver pela indústria; 
(ii) aquisição da arma pelo comerciante;	 
(iii) compra do revólver pelo agente; 
(iv) refeição tomada pelo homicida; 
(v) emboscada; Sem esses fatos o resultado (morte) não teria ocorrido
(vi) disparo de projéteis na vítima; 
(vii) resultado morte.
p. 264
A responsabilidade penal exige o nexo causal e o nexo normativo
Teoria da equivalência dos antecedentes situa-se no plano físico, resultante da aplicação da lei natural da causa e efeito.
O agente tem que concorrer para a infração com dolo ou culpa.
p. 265
p. 266
p. 267
p. 268
15.2.3.4.2. Teoria da causalidade adequada
Só é considerada causa a condição idônea (adequado, próprio) à produção do resultado – Von Kries
A adequação causal se dá mediante um retorno à situação em que se deu a ação, a partir da qual se examinam em abstrato a probabilidade e a idoneidade da ação, segundo as leis da causalidade.
Ainda que contribua para a produção do resultado, um fato não pode ser considerado causa quando, isoladamente, não tiver idoneidade para tanto. 
Deve haver contribuição minimamente eficaz para a obtenção do resultado.
p. 271
15.2.3.4.2. A teoria da imputação objetiva
A equivalência dos antecedentes era muito rigorosa no estabelecimento do nexo causal, na medida em que se contentava com a mera relação física de causa e efeito. (premissa de Karl Larenz e Richard Honig)
p. 272
p. 273
Alemanha até 1953 reconhecia-se a responsabilidade objetiva quanto ao evento agravador, nos delitos qualificados pelo resultado, ou seja, o agente respondia ainda que não o tivesse causado dolosa ou culposamente. Bastava o nexo causal.
p. 274
Fato típico depende de duas operações
1. Imputação objetiva: verificar e o sujeito deu causa ao resultado sob o ponto de vista físico, naturalístico. Verificar se o evento foi atribuído à conduta, sob o prisma objetivo, sem verificar dolo e culpa. Deve-se analisar se o agente de causa, objetivamente, ao resultado.
p. 275
Requisitos:
a. Nexo físico, naturalístico, entre a conduta e o resultado
b. A conduta deve ser socialmente inadequada, não padronizada, proibida e, por conseguinte, criar um risco proibido para a ocorrência do resultado.
c. O resultado deve estar dentro do âmbito de risco provocado pela conduta
Apenas quando o agente, com seu comportamento, criar um risco fora do que a coletividade espera, aceita e se dispõe a tolerar, haverá fato típico.
Os riscos são normais e inerentes ao convívio da coletividade.
Só haverá imputação do resultado ao autor do fato se o resultado tiver sido provocado por uma conduta criadora de um risco juridicamente proibido e, com isso, gerado o resultado.
2. Imputação subjetiva: existindo nexo causal, analisa-se a existência do dolo ou da culpa.
p. 277
A finalidade da imputação objetiva do comportamento é a de considerar penalmente relevantes apenas aquelas condutas que se desviam do papel social que se espera de determinado agente.
p. 278
A conduta deve ser socialmente indesejada, deve criar um risco proibido e o resultado deve estar inserido no âmbito de proteção da norma.
p. 279
p. 280
A imputação objetiva exclui a tipicidade da conduta quando o agente se comporta de acordo com seu papel social, ou, mesmo não o fazendo, o resultado não se encontra dentro da linha de desdobramento causal da conduta, ou seja, não está conforme ao perigo.
A imputação objetiva se restringe aos crimes materiais e comissivos, uma vez que foi criada para aumentar as exigências no estabelecimento do nexo causal.
p. 281
15.2.3.5. Nexo causal nos diversos crimes
O nexo causal só tem relevância nos crimes cuja consumação depende do resultado naturalístico.

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