O Pescador e o Anel Real

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Peça teatral 
O pescador e o Rei 
 
Narrador: Em um lugar distante daqui, vivia um casal de idosos, humildes, religiosos e muito 
unidos. Eles tinham um filho chamado João. Como os idosos eram muito, mas muito pobres, não 
tinham bens para oferecerem ao filho. No dia do seu casamento ensinaram uns versinhos que lhe 
dariam muita sorte. Eles dizem assim: 
João e esposa: Viva a Deus e ninguém mais, quando Deus não quer, ninguém nada faz! (João e 
esposa cantam os versinhos saindo de cena.) 
Narrador: João tanto repetia o verso, que seu canto acabou chegando aos ouvidos do rei, 
um monarca sisudo e rabugento que vivia em um castelo perto do mar. Aborrecido, 
mandou chamar João. 
João: Viva a Deus e ninguém mais, quando Deus não quer, ninguém nada faz! ( João canta ao 
subir a escadaria do reino.) 
João: Eis me aqui majestade! 
Rei: Estava eu aqui em meu palácio pensando e tive uma ideia, decidi lhe fazer uma proposta. 
Quero saber se tu és servo bom e fiel. 
João: sim, vossa majestade! 
Rei: cuide desta joia como se fosse a própria vida. Daqui quinze dias quero você em meu castelo 
com este anel. 
João: sim majestade! 
Narrador: João foi para casa pensativo e preocupado. E no caminho decidiu que iria deixar o anel 
com sua esposa para ir trabalhar. 
João: Viva a Deus e ninguém mais, quando Deus não quer, ninguém nada faz (canta os 
versinhos a caminho de casa) 
João: Meu amor! Preciso falar com você! Tenho que cumprir uma missão e preciso da sua ajuda. 
(João fala com a esposa demonstrando preocupação) 
Mulher: Sim meu amor, você pode contar comigo. 
João: cuide desse anel como se fosse a própria vida. 
Narrador: João então acreditara que sua esposa iria cuidar muito bem do anel e foi ganhar a vida 
no mar. 
João: Viva a Deus e ninguém mais, quando Deus não quer, ninguém nada faz! (João pega suas 
ferramentas de trabalho e sai cantado seus versinhos) 
Música minha jangada vai sair pro mar 
Narrador: O rei sabendo que o anel estava sob os cuidados da mulher do pescador do pescador, 
mandou um criado de sua confiança comprá-lo. 
Criado: (bate na porta) 
Mulher: Bom dia! O que desejas? 
Criado: Bom dia! Trabalho com compras e vendas de joias. Gostaria de saber se a senhora tem 
alguma para vender? 
Mulher: Eu tenho, mas não posso vendê-la. 
Criado: Minha senhora! Pago um bom dinheiro pela joia. Com esse dinheiro vocês poderão até 
comprar uma linda casa. 
Narrador: A esposa do pescador ficou pensativa, confusa depois de tanta insistência que acabou 
vendendo o anel. Pensou que poderia realizar o grande desejo do esposo dela que era comprar 
uma casa grande para morar com toda sua família. 
O criado do rei mais que depressa partiu a caminho do castelo, onde o monarca aguardava-o 
ansioso. 
Criado: (entra em cena correndo) Ó rei! Aqui está o anel que vossa majestade me 
encomendastes. 
Rei: Bom trabalho! Ora, ora! Não fizestes nada mais que sua obrigação. Preciso ficar sozinho! Vai 
cuidar dos seus afazeres. 
Narrador: Escondido, para que ninguém visse o monarca foi até a janela mais alta do castelo e 
atirou o anel ao mar. 
Rei: Agora tenho motivos para mandar matar o aquele pescador feliz. (com voz assustadora, dá 
gargalhadas e começa a cantar a música o rei sabe mais.) 
Narrador: e como sempre fazia, João chegou em casa alegre, cantando seus versinhos. 
João: Viva a Deus e ninguém mais, quando Deus não quer, ninguém nada faz! 
João: O que significa isso mulher? De onde veio tanto dinheiro? ( João fala com voz assustada.) 
Mulher: Preciso te contar o que aconteceu! Você nunca vai me perdoar meu amor! ( mulher 
responde triste e chorando.) 
João: Fala logo mulher! Não me agonia! 
Mulher: Apareceu um homem comprador de joias, que insistiu muito e acabei vendendo o anel. 
João: Agora estou morto! E você viúva! Mas como foi que você foi fazer uma coisa dessa mulher! 
(João fala desesperado, levando as mãos à cabeça) 
Mulher: (só chora) 
Narrador: Mas, João não se abateu, nem deixou de ir pescar. No dia seguinte, logo no primeiro 
lanço de tarrafa, conseguiu um peixe grande e gordo, o qual separou para sua ceia. O restante 
dos peixes João vendeu. 
João: ( entra em casa cantando.) Viva a Deus e ninguém mais, quando Deus não quer, ninguém 
nada faz! 
João: Trouxe um peixe para o jantar! 
Mulher: Quer que eu faço o peixe para você meu amor? 
João: pode deixar que eu mesmo faço meu bem! Quero aproveitar meus últimos dias de vida ao 
seu lado. 
João: ( João abre a barriga do peixe, encontra o anel e sai cantando de alegria com sua esposa) 
João e Mulher: Viva a Deus e ninguém mais, quando Deus não quer, ninguém nada faz! 
Narrador: Quinze dias depois foi ao encontro do rei, que aliás, estava certo de poder matá-lo. 
João: Meu nome é João. O rei está me aguardando. 
Guardas: O rei está a sua espera. 
João: (sobe as escadas cantando.) Viva a Deus e ninguém mais, quando Deus não quer, 
ninguém nada faz! 
Rei: ( fica ainda mais furioso) Traga-me o anel que lhe entreguei! 
João: Sim majestade! Aqui está o anel que me confiaste. 
Rei: ( fala gritando, furioso.) Suma do meu castelo e desapareça para sempre! Antes que eu 
mande cortar sua cabeça. 
João: ( sai rápido e cantando.) Viva a Deus e ninguém mais, quando Deus não quer, ninguém 
nada faz! 
Narrador: O pescador, agora muito rico, comprou uma bonita casa para morar com sua esposa e 
com seus pais. Ele sabia que a vida não era fácil e que apenas o dinheiro não resolveria seus 
problemas. Mas, com confiança e trabalho superaria qualquer adversidade porque... 
Todos juntos: Viva a Deus e ninguém mais, quando Deus não quer, ninguém nada faz!