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2 Sumário Repertório sociocultural .......................................................................................................................................5 PROPOSTAS DE REDAÇÃO - MODELO ENEM Proposta 11 ................................................................................................................................................... 11 Proposta 12 ................................................................................................................................................... 13 Proposta 13 ................................................................................................................................................... 16 Proposta 14 ................................................................................................................................................... 18 Proposta 15 ................................................................................................................................................... 20 Proposta 16 ................................................................................................................................................... 23 Proposta 17 ................................................................................................................................................... 25 Proposta 18 ................................................................................................................................................... 27 Proposta 19 ................................................................................................................................................... 29 Proposta 20 ................................................................................................................................................... 31 PROPOSTAS DE REDAÇÃO – MODELO UECE ...................................................................................................... 37 Proposta 01 .................................................................................................................................................... 37 Proposta 02 .................................................................................................................................................... 39 Proposta 03 .................................................................................................................................................... 41 Proposta 04 .................................................................................................................................................... 42 3 Caro(a) aluno(a), Você está recebendo o segundo volume com propostas de redação para dar continuidade ao treino da sua produção escrita. Mesmo em um período atípico de isolamento social – e após ele -, você deve ter ainda mais foco e motivação, já que continuamos com a produção e a correção de textos. Continue acompanhando as aulas com dedicação – lembre-se de que todas as disciplinas escolares contribuem para a sua formação e para o seu repertório textual. Caso ainda não tenha feito isto, comece a anotar frases, títulos de livros, pensamentos filosóficos que possam contribuir para seus textos. É fundamental ter curiosidade com o fito de expandir a leitura para além dos textos motivadores disponíveis neste material. Aprender assuntos variados nunca será um conhecimento desperdiçado. Discuta com seus colegas acerca de temas pertinentes, levante questionamentos interessantes, atue ativamente no seu processo de construção ideológica. Por fim, evite menosprezar algum tema por considerá-lo menos pertinente, pois não é possível saber com exatidão qual será a temática contemplada no vestibular. Procure também não desistir de uma proposta por sentir dificuldade de escrever seu texto. Saber quais suas principais dificuldades e enfrentá-las é necessário. Reescrever uma redação que recebeu uma nota insatisfatória no laboratório talvez também não seja uma atividade tão atrativa, no entanto, o exercício pode lhe ajudar a compreender melhor seus erros e internalizar as dicas dadas pela equipe de Redação. Desejamos a você foco e dedicação, com a certeza de que, com isso, você poderá alcançar a nota máxima. Abraço, Equipe de professoras de redação. 4 Lembretes: ✓ Evite ficar preso às ideias desenvolvidas nos textos motivadores, porque estes foram apresentados apenas para despertar uma reflexão sobre o tema, não para limitar sua criatividade; ✓ Não copie trechos dos textos motivadores; ✓ Reflita sobre o tema proposto para decidir como abordá-lo, qual será seu ponto de vista e quais os argumentos que você utilizará para defendê-lo; ✓ Reúna todas as ideias que lhe ocorrerem sobre o tema, procurando organizá-las em uma estrutura coerente; ✓ Desenvolva o tema de forma consistente, de modo que o leitor possa acompanhar o seu raciocínio facilmente - o que significa que a progressão textual deve ser fluente e articulada com o projeto do texto; ✓ Lembre-se de que cada parágrafo deve desenvolver um tópico frasal; ✓ Utilize informações de várias áreas do conhecimento, demonstrando que você está atualizado em relação ao que acontece no mundo; ✓ Evite recorrer a reflexões previsíveis, que demonstram pouca originalidade no desenvolvimento do tema proposto; ✓ Mantenha-se dentro dos limites do tema, tomando cuidado para não se afastar do seu foco. Esse é um dos principais problemas identificados nas redações. Nesse caso, duas situações podem ocorrer: fuga total ao tema ou fuga parcial ao tema. 5 Repertório sociocultural Sociologia e Filosofia são áreas do conhecimento repletas de temas, assuntos, abordagens que podem ser utilizados na Redação do Enem. Elas apresentam diversas explicações, que contemplam inúmeros pontos de vista diferentes, para acontecimentos e fenômenos que vemos na atualidade – e que têm tudo a ver com os temas que o Enem costuma escolher. Confira agora conceitos de Sociologia e Filosofia que podem contribuir para sua Redação: 1. Heráclito de Éfeso “Nada é permanente, salvo a mudança.” Heráclito (em torno de 535 a.C – 475 a.C) foi filósofo pré-socrático na Antiguidade grega. Para ele, a oposição entre os contrários origina a mudança. Essa ideia é precursora da dialética. Tudo está em constante mudança, inclusive o ato de pensar. Por isso, não seria possível entrar em um mesmo rio duas vezes. Na segunda vez, o rio teria se transformado em outro, e a pessoa também. 2. Sócrates “Só sei que nada sei” Sócrates (469 a.C – 399 a.C.) foi o maior filósofo grego da Antiguidade. Ele próprio não escreveu nenhuma obra sobre as suas ideias. O principal autor que registrou Sócrates foi Platão. O filósofo foi caracterizado pela busca da verdade, a qual seria estável, imutável e universal (diferentemente da opinião). Sócrates se reconhecia ignorante. Este reconhecimento seria o início para a procura da verdade, sendo que, para o autor, não se sabe aquilo o que se pensa saber. Por intermédio dos diálogos de Sócrates, ou seja, da conversa entre duas ou mais pessoas, a ideia nasce. Assim, talvez seja encontrada a sua essência, o conhecimento. 3. Freud “A influência dos pais governa a criança, concedendo-lhe provas de amor e ameaçando com castigos, os quais, para a criança, são sinais da perda do amor e se farão temer por essa mesma causa. Essa ansiedade realística é a precursora da ansiedade moral subsequente.” (Novas Conferências sobre a Psicanálise, Sigmund Freud, 1933) A psicanálise de Freud (1856-1939) estuda os efeitos daquilo o que se viveu antes na vida. As experiências vividas na infância, desde o nascimento, influenciam o comportamento da pessoa em toda a vida. Os pensamentos desse psicanalistapodem ser utilizados para justificar a importância do cuidado com a infância. 4. Agnes Heller “Crer em preconceitos é cômodo, porque nos protege de conflitos, porque confirma nossas ações anteriores.” (O cotidiano e a história, Heller, 2000) 6 Para Agnes Heller (1929-hoje), o preconceito é um fator de coesão (integração) social. Sua função é manter a estabilidade da integração do grupo. Geralmente ele tem origem nas classes dominantes. Quando a coesão social está ameaçada (por exemplo, em uma crise econômica), o preconceito pode se intensificar espontaneamente. 5. Paulo Freire “Ninguém educa ninguém, ninguém educa a si mesmo, os homens se educam entre si, mediatizados pelo mundo.” (Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire, 1981) Paulo Freire (1921-1997) dizia que ninguém aprende sozinho, mas também a ninguém é ensinado alguma coisa. Assim, os educadores devem levar conhecimento para os outros, para que eles aprendam à sua maneira, com base na experiência que tiveram com o mundo. Freire valorizou a cultura do aluno. Os alunos que chegam a uma sala de aula pela primeira vez têm uma bagagem cultural própria. Assim, os professores também aprendem com processo escolar. O educador defendia uma educação para a interpretação do mundo. Na visão dele, a leitura do mundo acontece antes da leitura da palavra. Por isso, a compreensão da leitura (no sentido literal) não ocorre na ausência da leitura do mundo. 6. Jean Piaget “O principal objetivo da educação é criar pessoas capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que outras gerações fizeram.” (O juízo moral na criança, Jean Piaget, 1994) Para o psicólogo Piaget (1896-1980), a aprendizagem é um processo ativo e personalizado. Por esse motivo, ela não pode ser compreendida e medida por testes de inteligência. O intelecto está em evolução e passa por quatro estágios de desenvolvimento. Essas fases acontecem em sequência, mas cada pessoa tem um tempo próprio para se desenvolver. Os pensamentos desse psicólogo foram importantes para transformar a educação numa época em que as crianças eram ensinadas a ter comportamentos e pensamentos de adultos. Assim, os professores passaram a considerar as capacidades individuais das crianças no aprendizado. 7. George Santayana “Aqueles que não conseguem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo” (A vida da razão, George Santayana, 1905) Para o filósofo Santayana (1863-1952), reter os acontecimentos passados é importante para o progresso. Não se deve criar algo completamente novo, mas considerar o que aconteceu no passado. A citação acima é útil para ressaltar a importância de algum fato histórico mencionado na sua dissertação. 8. Zygmunt Bauman “Nós somos responsáveis pelo outro, estando atento a isto ou não, desejando ou não, torcendo positivamente ou indo contra, pela simples razão de que, em nosso mundo globalizado, tudo o que fazemos (ou deixamos de fazer) tem impacto na vida de todo mundo e tudo o que as pessoas fazem (ou se privam de fazer) acaba afetando nossas vidas.” (Modernidade Líquida, Bauman, 2001) Bauman (1925-2017) foi o grande sociólogo que abordou questões pertinentes acerca da Modernidade atual. O autor criou o termo “Modernidade Líquida”. Líquidos são extremamente fluidos, voláteis e cada gota influencia o conjunto. Assim, eles se transformam com rapidez. Existem líquidos mais pesados que sólidos, apesar da aparência de leveza. Essas são algumas justificativas para a liquidez ser uma metáfora que descreve a Pós-Modernidade. Antes do atual período, as mudanças ocorriam com lentidão e maior previsibilidade. 7 9. Hannah Arendt “O poder nunca é propriedade de um indivíduo; pertence a um grupo e existe somente enquanto o grupo se conserva unido.” (Hannah Arendt) Para Arendt (1906-1975), o poder vem de baixo para cima, e não existe sem o consentimento do povo. Ela diz que a igualdade de direitos (isonomia) e a faculdade de agir (de manifestar as suas opiniões) são necessárias para o poder existir. Assim, o povo é representado pelo poder. O silêncio é relacionado à violência. A filósofa, diferentemente de autores como Max Weber, afirma que violência e o poder são opostos. Desta forma, sociedades muito violentas não têm poder. A violência é um instrumento (não é fim em si mesma) e precisa de justificativa para ser empregada. "Quem habita este planeta não é o Homem, mas os homens. A pluralidade é a lei da Terra." (Hannah Arendt) 10. Dahrendorf “A anomia é uma condição social em que as normas reguladoras do comportamento das pessoas perderam sua validade.” (O caminho para anomia, Dahrendorf, 1929) Dahrendorf (1929-2009) define a anomia, uma negação da ordem que existe quando as normas não funcionam. Portanto, o poder desaparece. Ela gera um medo constante e impede a liberdade, à medida que o Estado é incapaz de dar segurança. Um dos sinais de um Estado em anomia é a ausência de punições de pequenas infrações (como o furto de um copo no bar). Há também a tolerância para a criminalidade de jovens. Outro sinal é a desorientação na distribuição de sanções penais (como a prisão de manifestantes e, ao mesmo tempo, a liberdade daqueles que cometem crimes de alta gravidade), e a existência de zonas de exclusão (regiões perigosas que são evitadas nas cidades). Na anomia, as vítimas não comunicam os crimes pela falta de crença no poder do Estado, segundo o sociólogo. 11. Max Weber “O Estado consiste em uma relação de dominação do homem sobre o homem, fundada no instrumento da violência legítima (isto é, da violência considerada como legítima). O Estado só pode existir, portanto, sob condição de que os homens dominados se submetam à autoridade continuamente reivindicada pelos dominadores.” (Ciência e Política: Duas vocações, Weber, 1967) Weber (1864-1920) define o Estado pelo uso da coação física. O Estado possui o monopólio do uso legítimo da violência, isto é, ela não pode ser utilizada pelas pessoas civis. O uso da força seria permitido para conter a dissolução interna e se defender de uma agressão externa, para Weber. 12. Direitos humanos Formulada pela primeira vez no contexto das guerras religiosas do século XVII, a noção de direitos humanos tornou-se um paradigma para a atuação do Estado moderno e é, inclusive, critério de correção do Enem. Dito de modo simples, acreditar em direitos humanos significa acreditar que todo ser humano, simplesmente pelo fato de ser uma pessoa, possui certos direitos, certas prerrogativas básicas que não lhe podem ser negadas de modo nenhum, independentemente de cor, raça, cultura, posição social, religião, visão de mundo, orientação sexual ou qualquer outra condição específica. 13. Direitos civis, políticos e sociais Como se vê, o conceito de direitos humanos é bastante amplo e, à primeira vista, vago. Tendo isso em vista, tradicionalmente dividem-se os direitos humanos em três grandes tipos. 8 Os direitos civis são aqueles que visam preservar a integridade do indivíduo diante dos outros, garantindo a sua autonomia e imunidade de qualquer coação externa – é o caso dos direitos à vida, à propriedade privada e à liberdade de expressão. Os direitos políticos são aqueles que visam permitir a participação política do indivíduo, seu poder de tomar parte na administração pública – como os direitos ao voto e à ocupação de cargos públicos. Por fim, os direitos sociais são aqueles que visam garantir a posse, por parte dos indivíduos, de certos bens considerados essenciais para sua qualidade de vida – por exemplo, os direitos à saúde, à educação e ao trabalho. 14. Cidadania Cidadania é um dos conceitos mais fundamentais quanto se trata de política. Diferente do simples habitante, que é apenas o sujeito parte da população de um país, o cidadão é aquele que é parte de uma comunidade política, ou seja, que possuidireitos políticos, que tem capacidade de influenciar nos rumos do Estado. 15. Democracia Quanto mais uma palavra é usada, mais ela corre o risco de ter seu significado esvaziado. Foi mais ou menos o que aconteceu com a palavra democracia. Do ponto de vista sociológico, no entanto, seu significado é bem preciso: democracia é aquele regime político no qual o Estado é administrado pelo conjunto de todos os cidadãos, diferente da monarquia (na qual a administração cabe a um só) e da aristocracia (na qual a administração cabe a uma elite) 16. Cultura material e imaterial Dentre os elementos que compõem a cultura é necessário distinguir dois tipos: a cultura material e a cultura imaterial. A cultura material é composta por elementos culturais que são palpáveis, tais como objetos de decoração, móveis, templos, construções, vestes. Por sua vez, a cultura imaterial é composta por elementos culturais não palpáveis, tais como a língua, a fé religiosa, a dança folclórica, a música típica. 17. Diversidade Cultural Se compreendemos o conceito de cultural tal como ele é visto pela Sociologia, automaticamente percebemos que existem inúmeras culturas. De fato, há os mais diversos modos de crer, de dançar, de se divertir, de organizar as relações sociais, de prestar culto, de falar, de escrever etc. O fato, porém, é que não há apenas diversas culturas espalhadas pelo mundo. Frequentemente há também uma grande variedade de culturas habitando conjuntamente o mesmo território. Essa coexistência de diferentes modelos culturais em uma mesma área é chamada de diversidade cultural. 18. Estratificação social Toda sociedade humana é um organismo complexo. A vida social não se trata de uma simples junção de indivíduos mais ou menos idênticos, mas sim das mais diferentes pessoas ocupando diferentes papéis e posições sociais. Essa hierarquia social, essa divisão da sociedade em estratos – ou seja, em grupos com status diferenciado – é chamada de estratificação social. Naturalmente, há diversos modelos de estratificação. 19. Minorias A divisão da sociedade em camadas, a estratificação social, naturalmente leva a grupos historicamente marginalizados, que ocupam uma posição de inferioridade social. Na Sociologia, esses grupos são chamados de “minorias”. Perceba-se, porém, que, nesse contexto, minoria não é um conceito quantitativo. Não se trata de grupos sociais com poucas pessoas, mas sim com menor status na sociedade. Nesse viés, por exemplo, as mulheres são consideradas uma minoria no 9 país. Isso não teria lógica em termos quantitativos, já que há mais brasileiras do que brasileiros, mas faz sentido em virtude da posição de inferioridade que as mulheres historicamente assumiram. 20. Movimentos sociais Em sociedades democráticas, especialmente naquelas marcadas por grande diversidade, é natural a formação de grupos sociais organizados que têm como objetivo pressionar o Estado para a realização de certas demandas específicas. Esses grupos são chamados de “movimentos sociais”. Geralmente associados a minorias, movimentos sociais não devem ser confundidos com partidos. Estes entram na política oficial, participam de eleições etc. Os movimentos sociais, por sua vez, são tão somente grupos de pressão, procurando fazer uma espécie de ponte entre as agendas de certas parcelas da sociedade e o Poder Público. São exemplos de movimentos sociais o movimento negro, os coletivos feministas, os grupos LGBT, as associações pró-vida. 21. O poder segundo Foucault Para a Redação do Enem, é importante compreender como os conceitos genéricos, tais como democracia, são utilizados por autores específicos. É o caso da noção de poder para Michel Foucault. Para ele, o poder não é apenas um aspecto da vida do homem, mas a base inevitável de todas as interações humanas. Todas as relações sociais são relações de poder, pois todas elas envolvem elementos de domínio e disputa. Por isso, é tolice imaginar que o poder se concentra apenas em grandes instituições, como o Estado e a Igreja. Além disso, é necessário lembrar que, diante de qualquer exercício de poder, forma-se automaticamente um poder contrário, uma resistência. 22. O agir comunicativo segundo Habermas Nenhuma afirmação é mais comum do que a definição de que o homem é um ser racional. Mas o que isso significa efetivamente? Para o filósofo Jürgen Habermas, há duas formas básicas de racionalidade. De um lado, a racionalidade instrumental, aquela que consiste em calcular custos e benefícios - é baseado nisso que chamamos uma pessoa econômica ou organizada de racional. Por outro lado, a racionalidade comunicativa, ou o agir comunicativo, é aquele que consiste na capacidade de deliberar em conjunto com os outros, mediante a troca de argumentos e de razões. Segundo Habermas, essa segunda forma de racionalidade tem sido excessivamente desvalorizada, quando, na verdade, ela é essencial tanto para a vida ética quanto para a sustentação da democracia. 23. O estado de natureza para Hobbes Ao observarmos o mundo ao nosso redor, repleto de tanta violência, é natural nos perguntarmos: de onde vem tanta maldade? Para o filósofo Thomas Hobbes, há violência entre os homens, pois o ser humano é naturalmente mau e egoísta. Segundo ele, todos nós somos movidos pela busca incessante por satisfação. Isso faz com que sempre coloquemos os nossos interesses acima dos objetivos dos outros. Daí a famosa frase: “O homem é o lobo do homem”. De acordo com o pensador britânico, o único modo de impedir a guerra de todos contra todos, consequência inevitável do estado de natureza do homem, é por intermédio da instauração do Estado, instituição pública encarregada pela manutenção da ordem mediante o uso da força. 24. A teoria do bom selvagem de Rousseau Indo na direção contrária a de Thomas Hobbes, Jean-Jacques Rousseau elaborou uma perspectiva bastante diferente sobre o problema da violência, perspectiva que, tal como a de Hobbes, influencia muitos até hoje. Segundo o filósofo iluminista, o homem é naturalmente bom, a sociedade é que o corrompe. Para ele, se vivêssemos como selvagens, tal como éramos em nosso estado de natureza, guiados por nossos sentimentos naturais, viveríamos em paz e tranquilidade perpétua. Se hoje isso não é mais possível, a culpa não se encontra na natureza humana, mas sim na criação da 10 propriedade privada, que, instaurando conflitos de interesses entre os homens, corrompeu e dividiu os indivíduos. 25. As virtudes segundo Aristóteles Em nosso cotidiano, frequentemente julgamos as pessoas por seus comportamentos e, quando reconhecemos nelas atitudes positivas, fazemos elogios. Esses hábitos bons, tais como a coragem, a justiça e a sinceridade, são chamados de virtudes. Mas como podemos identificar uma virtude? O que diferencia um hábito bom de um mau? Para o filósofo Aristóteles, a virtude está sempre em um ponto de equilíbrio. Ou seja, ela se encontra sempre na justa medida entre dois vícios opostos, um por falta e outro por excesso. Assim, por exemplo, a virtude da paciência, que é a capacidade de suportar situações adversas, está entre o vício da ira, que é a falta de paciência, e o vício da frouxidão, que é excesso de paciência. 26. A justiça segundo Aristóteles Vimos que, para Aristóteles, as virtudes são, de modo geral, hábitos bons, atitudes constantes que estão sempre em um ponto de equilíbrio entre hábitos maus. Esse mesmo princípio vale para aquela que é uma das principais virtudes, a justiça. Sendo a justiça a virtude que regula nosso relacionamento com os outros, ela não consiste em tratar todos igualmente, mas sim em dar a cada um o que lhe é devido: aos iguais, tratar igualmente, aos desiguais, tratar desigualmente, na medida de sua desigualdade. Assim, sendo um hábito virtuoso, a justiça estaria na justa medida entre o vício de praticar injustiçae o vício de sofrer injustiça. 27. A alienação para Karl Marx O filósofo Karl Marx é conhecido principalmente como um dos maiores críticos do capitalismo. De fato, para o pensamento marxista, o sistema capitalista é baseado na exploração, com alguns poucos proprietários dos meios de produção se beneficiando injustamente do suor e do trabalho de uma multidão de proletários. A condição na qual os trabalhadores são colocados pela exploração que sofrem é chamada por Marx de alienação. Ela consiste no fato de que o trabalhador não se identifica mais consigo mesmo, não se reconhece mais no fruto de seu ofício. Resumindo: o seu trabalho é percebido acima de tudo como um peso, como um estorvo, como algo que não tem qualquer significado para além do salário recebido no fim do mês. 11 Proposta 11 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: Os desafios do Brasil frente às epidemias e em um mundo cada vez mais populoso e globalizado Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto I A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como “um estado de completo bem- estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. Esse direito social, inerente à condição de cidadania, deve ser assegurado sem distinção de raça, religião, ideologia política ou condição socioeconômica; a saúde é assim apresentada como um valor coletivo, um bem de todos. Em uma publicação de 2000, a Organização das Nações Unidas (ONU) reforça esse conceito, apontando quatro condições mínimas para que um Estado assegure o direito à saúde ao seu povo: disponibilidade financeira, acessibilidade, aceitabilidade e qualidade do serviço de saúde pública do país. https://www.almg.gov.br/export/sites/default/acompanhe/eventos/hotsites/2016/encontro_internacional_saude/documentos/ textos_referencia/00_palavra_dos_organizadores.pdf Texto II O SUS é universal, foi criado para todos os cidadãos, sem exceção. Isso significa que todos os brasileiros, e até estrangeiros que passem pelo país, têm direito ao acesso aos serviços de saúde. Não foi sempre assim, antes da saúde se tornar um direito na Constituição de 88, os brasileiros eram divididos em três grupos: os que podiam pagar por planos de saúde privados; os que trabalhavam com carteira assinada e tinham a assistência médica garantida pela previdência social; e aqueles que simplesmente não tinham direito algum e dependiam dos hospitais de caridade. Mais do que um sistema para aqueles que antes estavam excluídos, o SUS foi concebido e regulamentado para atender todos os cidadãos e não para ser um sistema complementar para os mais pobres. Esse atendimento tem que ser integral, deve assistir ao usuário em todas as suas necessidades, inclusive a de ser bem cuidado, além de ser baseado na equidade, ou seja, sobretudo voltado para quem mais precisa. Em poucos países esse cuidado com a saúde é direito constitucional, sendo esse um dos motivos para o SUS ser um modelo. http://www.cienciaecultura.ufba.br/agenciadenoticias/noticias/voce-conhece-o-sus/ Texto III https://www.almg.gov.br/export/sites/default/acompanhe/eventos/hotsites/2016/encontro_internacional_saude/documentos/textos_referencia/00_palavra_dos_organizadores.pdf https://www.almg.gov.br/export/sites/default/acompanhe/eventos/hotsites/2016/encontro_internacional_saude/documentos/textos_referencia/00_palavra_dos_organizadores.pdf http://www.cienciaecultura.ufba.br/agenciadenoticias/noticias/voce-conhece-o-sus/ 12 Texto IV Quando uma doença contagiosa se espalha e passa a ter números alarmantes, as autoridades locais, nacionais ou internacionais costumam dar um status para a situação, podendo declarar um estado de surto, epidemia ou pandemia. De acordo com o aumento inesperado e significativo da quantidade de casos da doença, opta- se por classificar o quadro de contágio entre essas três possibilidades. No entanto, nem todo mundo sabe a diferença entre cada termo e qual deles se enquadra em cada caso. Entenda: O quadro de disseminação de uma doença é considerado um surto quando o número de pessoas infectadas sobe repentinamente em uma determinada região. Ou seja, o termo surto é usado para indicar o crescimento na quantidade de casos da doença em locais mais específicos, geralmente bairros ou cidades. Um grande exemplo de surto de doença foi o surto de febre amarela de Minas Gerais em 2017; o boletim divulgado pelo estado em 2018 chegou a confirmar 61 mortes entre os 164 casos confirmados. Quando a quantidade de casos de uma doença cresce acima do esperado em vários ambientes distintos, como cidades e estados distintos, a situação pode ser considerada como uma epidemia. A dengue é um exemplo de doença que já atingiu a classificação de epidemia em mais de uma ocasião, se espalhando em diversas regiões do Brasil. Atualmente, o estado do Paraná sofre com uma epidemia de dengue, com mais de 44.000 casos confirmados desde de julho de 2019. O estado de pandemia, por sua vez, é considerado o mais grave. É quando uma doença se espalha e avança em quadro epidêmico por várias regiões do planeta, em diferentes continentes, com transmissão local fixada. Alguns exemplos de pandemia são AIDS, tuberculose, gripe espanhola e tifo. https://www.minhavida.com.br/saude/materias/36043-entenda-a-diferenca-entre-surto-epidemia-e-pandemia https://www.minhavida.com.br/saude/temas/febre-amarela https://www.minhavida.com.br/saude/temas/dengue https://www.minhavida.com.br/saude/temas/aids https://www.minhavida.com.br/saude/temas/tuberculose https://www.minhavida.com.br/saude/materias/36043-entenda-a-diferenca-entre-surto-epidemia-e-pandemia 13 Proposta 12 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: As consequências do trabalho informal para a economia brasileira Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto I O país fechou 2019 com taxa média de desemprego de 11,9%, pouco abaixo do ano anterior (12,3%), mas com crescimento expressivo do trabalho informal, que atinge 41,1% da mão de obra, ou 38,4 milhões de pessoas, aponta o IBGE, que divulgou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad). O número de desempregados é de 12,6 milhões. Se por um lado houve queda de 1,7% em relação a 2018, em cinco anos o contingente de pessoas desempregadas cresceu 87,7% em cinco anos – eram 6,8 milhões em 2014. A informalidade considera os trabalhadores sem carteira, empregador e trabalhador por conta própria sem CNPJ, além dos trabalhadores familiares auxiliares. A variação em relação a 2018 não foi grande (0,3%), mas houve acréscimo de 1 milhão de pessoas. https://www.redebrasilatual.com.br/economia/2020/01/desemprego-alto-trabalho-informal/ Texto II https://jc.ne10.uol.com.br/canal/economia/nacional/noticia/2017/10/08/crise-e-desemprego-fazem-trabalho-informal-bater- recorde-310515.php https://www.redebrasilatual.com.br/tag/pnad-continua/ https://www.redebrasilatual.com.br/economia/2020/01/desemprego-alto-trabalho-informal/ https://jc.ne10.uol.com.br/canal/economia/nacional/noticia/2017/10/08/crise-e-desemprego-fazem-trabalho-informal-bater-recorde-310515.phphttps://jc.ne10.uol.com.br/canal/economia/nacional/noticia/2017/10/08/crise-e-desemprego-fazem-trabalho-informal-bater-recorde-310515.php 14 Texto III https://exame.abril.com.br/carreira/quais-sao-as-consequencia-do-trabalho-informal-no-pais/ https://exame.abril.com.br/carreira/quais-sao-as-consequencia-do-trabalho-informal-no-pais/ 15 Texto IV Trabalho informal é aquele exercido por trabalhadores que não possuem vínculos com uma empresa, não obtendo, portanto, direito aos benefícios e às proteções sociais; ou que estão em empresas registradas ilegalmente. Esse tipo de trabalho é desvantajoso tanto para o Estado quanto para o trabalhador. No Brasil, os tributos incidentes sobre o trabalho são muito altos, assim, um grande número de trabalhadores informais representa uma redução significativa da arrecadação do Governo. Para os trabalhadores, esse tipo de emprego é ruim, pois o ele fica desprovido de benefícios, como vale-refeição e vale-transporte. Por outro lado, o principal fator que alimenta o trabalho informal é, justamente, a alta tributação. Para o empregador, esse tipo de trabalho é bem mais vantajoso financeiramente, visto que fica livre de pagar uma quantia relativamente grande para o Estado. Por esse motivo, muitos empregadores optam pelo trabalho informal. Já os trabalhadores, na maioria das vezes, encaram essa forma de trabalho por não ter outra opção. Além disso, outro aspecto que desencadeia o trabalho informal é a fragilidade da estrutura das relações trabalhistas: sindicatos não atuantes, instabilidade empregatícia e dependência em relação à Justiça do Trabalho. https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/trabalhos-informais.htm https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/trabalhos-informais.htm 16 Proposta 13 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: A automedicação e seus desdobramentos na saúde do brasileiro Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto I A automedicação é uma prática bastante difundida não apenas no Brasil, mas também em outros países. Em algumas nações, com sistema de saúde pouco estruturado, a ida à farmácia representa a primeira opção procurada para resolver um problema de saúde, e a maior parte dos medicamentos consumidos pela população é vendida sem receita médica. Contudo, mesmo na maioria dos países industrializados, vários medicamentos de uso mais simples e comum estão disponíveis em farmácias, drogarias ou supermercados, e podem ser obtidos sem necessidade de receita médica (analgésicos, antitérmicos etc.). Debate-se se um certo nível de automedicação seria desejável, pois contribuiria para reduzir a utilização desnecessária de serviços de saúde. Afinal, dos 160 milhões de brasileiros, 120 não têm convênios para assistência à saúde. A decisão de levar um medicamento da palma da mão ao estômago é exclusiva do paciente. A responsabilidade de fazê-lo depende, no entanto, de haver ou não respaldo dado pela opinião do médico ou de outro profissional de saúde. No Brasil, embora haja regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para a venda e propaganda de medicamentos que possam ser adquiridos sem prescrição médica, não há regulamentação nem orientação para aqueles que os utilizam. O fato de se poder adquirir um medicamento sem prescrição não permite o indivíduo fazer uso indevido do fármaco, isto é, usá-lo por indicação própria, na dose que lhe convém e na hora que achar conveniente. (Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302001000400001 - Acesso em: 17 ago. 2017). Texto II A automedicação é responsável por cerca de 20 mil mortes anualmente no país. Os dados são da Associação Brasileira de Indústrias Farmacêuticas (Abifarma). “O consumo indiscriminado de medicamentos traz graves consequências à saúde da população. A pessoa que utiliza um remédio sem prescrição médica desconhece os riscos farmacológicos especiais e as possíveis interações com outras substâncias”, afirma a clínica geral Ligia Raquel Malheiro de Brito. Segundo ela, a automedicação dificulta o diagnóstico médico, o que pode levar a um agravamento do quadro e induzir escolhas inadequadas de tratamento. Disponível em: http://www.isaude.net/pt-BR/noticia/30457/saude-publica/brasil-registra-20-mil-mortes- causadas-por-automedicacao-anualmente Acesso em: 24 jun. 2015 17 Texto III (RTP/Organização Mundial da Saúde) Texto IV Somente alguns medicamentos, em função do baixo risco que seu uso ou exposição possa causar à saúde, são dispensados de registro, mas devem apresentar obrigatoriamente na sua embalagem e nas propagandas a seguinte frase: “MEDICAMENTO DE NOTIFICAÇÃO SIMPLIFICADA RDC Anvisa N.º…./2006. AFE nº:………………….”. As propagandas de medicamentos devem apresentar informações completas, claras e equilibradas, evitando que se tornem tendenciosas ao destacar apenas aspectos benéficos do produto, quando se sabe que todo medicamento apresenta riscos inerentes ao seu uso. https://guiadafarmacia.com.br/publicidade-e-propaganda-de-medicamentos/ https://guiadafarmacia.com.br/publicidade-e-propaganda-de-medicamentos/ 18 Proposta 14 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: O Ensino a Distância e seus desafios no Brasil Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto I A educação a distância cresce em ritmo mais acelerado que o ensino presencial e já é opção para quase metade das pessoas que buscam uma graduação. Nesse ritmo de crescimento, o Brasil terá mais alunos estudando a distância que nas salas de aula tradicionais, em 2023. Segundo pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES), aqueles que preferem a EaD apresentam as seguintes características: 67% têm mais de 30 anos; 83% trabalham; 25% são das classes sociais A ou B; 75% estudaram em escolas públicas e 25% em particulares. Os alunos matriculados nos cursos EAD têm idade média de 30 anos, são casados, trabalham e colaboram com o sustento da família. As mensalidades custam aproximadamente um terço do valor cobrado em cursos presenciais equivalentes. A evasão, por sua vez, também é mais alta – 35% contra 28%. http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2018-05/ensino-a-distancia-no-brasil Texto II De acordo com a Associação Brasileira de Ensino a Distância (ABED), a história da educação a distância no Brasil começou em 1904, quando no Jornal do Brasil foi encontrado um anúncio nos classificados oferecendo curso de datilografia por correspondência. A partir desse registro, vários outros fatos aconteceram. Em 1995 foi criado o Centro Nacional de Educação a Distância. De lá pra cá, a história da educação a distância no Brasil só tem sido fortalecida por melhores infraestruturas e regulamentação. No Brasil, a educação a distância é conceituada oficialmente no Decreto nº 5.622 de 19 de dezembro de 2005: “Art. 1º Para os fins deste Decreto, caracteriza-se a Educação a Distância como modalidade educacionalna qual a mediação didático-pedagógica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos.” https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/historia-da-educacao-a-distancia-no-brasil/49453 http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2018-05/ensino-a-distancia-no-brasil https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/historia-da-educacao-a-distancia-no-brasil/49453 19 Texto III https://veja.abril.com.br/educacao/ead-15-milhao-de-pessoas-estuda-a-distancia-no-brasil/ Texto IV No ensino fundamental, o EAD não é regulamentado no Brasil. Para o ensino médio, a diretrizes curriculares aprovadas em novembro limitaram o que ficou em aberto na reforma feita pelo governo de Michel Temer (MDB) em 2017. Segundo as diretrizes, até 20% da carga horária dos cursos diurnos podem ser oferecidos neste modelo; para o noturno a porcentagem pode chegar até 30%; no caso da Educação de Jovens e Adultos (EJA), o limite é 80%. Na prática, os Estados ainda precisam aprovar com seus conselhos, decidir se irão utilizar o EAD e em que proporção na carga horária, de acordo com suas necessidades e possibilidades de implementação. Isso significa que pode haver uma variação entre os Estados - enquanto Piauí, por exemplo, pode optar por oferecer 5% do ensino médio a distância, no Paraná pode chegar até 20%. https://g1.globo.com/educacao/noticia/2018/12/17/ensino-a-distancia-liberados-para-ensino-medio-cursos-ead-ainda-sao- piores-que-presenciais.ghtml https://veja.abril.com.br/educacao/ead-15-milhao-de-pessoas-estuda-a-distancia-no-brasil/ https://g1.globo.com/educacao/noticia/2018/12/17/ensino-a-distancia-liberados-para-ensino-medio-cursos-ead-ainda-sao-piores-que-presenciais.ghtml https://g1.globo.com/educacao/noticia/2018/12/17/ensino-a-distancia-liberados-para-ensino-medio-cursos-ead-ainda-sao-piores-que-presenciais.ghtml 20 Proposta 15 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: A necessidade de debater as doenças mentais no Brasil atual Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto I As doenças e os transtornos mentais afetam mais de 400 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com o órgão da Organização das Nações Unidas (ONU), entre 75% e 85% das pessoas que sofrem desses males não têm acesso a tratamento adequado. No Brasil, a estimativa é de que 23 milhões de pessoas passem por tais problemas, sendo ao menos 5 milhões em níveis de moderado a grave. Para a ONU, a falta de um tratamento adequado à saúde mental faz com que tais enfermidades ocupem posições de destaque no ranking das doenças que mais atingem a população mundial. http://www.ebc.com.br/noticias/saude/2013/05/saude-mental-em-numeros-cerca-de-23- milhoes-de-brasileiros-passam-por Texto II A lei 10.216, de 2001 é conhecida como Lei da Reforma Psiquiátrica, que estabeleceu novas diretrizes para o cuidado à saúde mental no Brasil. Antes da lei, era comum que pessoas com transtornos mentais fossem internadas indefinidamente em hospitais psiquiátricos que funcionavam como asilos, onde sofriam maus-tratos. Autor da reforma psiquiátrica, lei que propôs a regulamentação dos direitos da pessoa com transtornos mentais e a extinção progressiva dos manicômios no país, o sociólogo e ex-deputado federal Paulo Delgado afirmou à Agência Brasil que teme por retrocessos na atual política de saúde voltada a essa parcela da população. Segundo o sociólogo, o Brasil tem um histórico de negligência com essa parcela social, o que também resultou no descaso quanto aos avanços no tratamento de doenças mentais. http://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2019-05/autor-da-reforma-psiquiatrica-descarta-retrocessos-na- saude-mental Texto III http://www.ebc.com.br/noticias/saude/2013/05/saude-mental-em-numeros-cerca-de-23-milhoes-de-brasileiros-passam-por http://www.ebc.com.br/noticias/saude/2013/05/saude-mental-em-numeros-cerca-de-23-milhoes-de-brasileiros-passam-por http://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2019-05/autor-da-reforma-psiquiatrica-descarta-retrocessos-na-saude-mental http://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2019-05/autor-da-reforma-psiquiatrica-descarta-retrocessos-na-saude-mental 21 http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/04/conheca-doencas-mentais-mais-comuns-e-saiba-onde- procurar-ajuda.html http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/04/conheca-doencas-mentais-mais-comuns-e-saiba-onde-procurar-ajuda.html http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/04/conheca-doencas-mentais-mais-comuns-e-saiba-onde-procurar-ajuda.html 22 Texto IV Informações gerais: • Há diversos transtornos mentais, com apresentações diferentes. Eles geralmente são caracterizados por uma combinação de pensamentos, percepções, emoções e comportamento anormais, que também podem afetar as relações com outras pessoas. • Entre os transtornos mentais, estão a depressão, o transtorno afetivo bipolar, a esquizofrenia e outras psicoses, demência, deficiência intelectual e transtornos de desenvolvimento, incluindo o autismo. • Existem estratégias eficazes para a prevenção de transtornos mentais como a depressão. Há tratamentos eficazes para os transtornos mentais e maneiras de aliviar o sofrimento causado por eles. • O acesso aos cuidados de saúde e aos serviços sociais capazes de proporcionar tratamento e apoio social é fundamental. A carga dos transtornos mentais continua crescendo, com impactos significativos sobre a saúde e as principais consequências sociais, de direitos humanos e econômicas em todos os países do mundo. https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5652:folha-informativa-transtornos- mentais&Itemid=839 https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5652:folha-informativa-transtornos-mentais&Itemid=839 https://www.paho.org/bra/index.php?option=com_content&view=article&id=5652:folha-informativa-transtornos-mentais&Itemid=839 23 Proposta 16 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: Urbanização nas grandes cidades: combate às moradias irregulares Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto I A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), revela que subiu 1,4% o número de invasões no país entre 2016 e 2017. São 145 mil domicílios nessa situação, ante 143 mil em 2015. Faltam no país 6,3 milhões de domicílios, segundo levantamento feito em 2015 pela Fundação João Pinheiro (FJP). Ao todo, cerca de 33 milhões de brasileiros não têm onde morar, segundo relatório do Programa das Nações Unidas para Assentamentos Humanos. Mesmo com iniciativas do Governo Federal, como o programa Minha Casa Minha Vida, o problema tem se acentuado. Especialistas em habitação traduzem os números: a falta de moradia aumenta o número de invasões e de população favelada — o índicechegou a 11,4 milhões, segundo o Censo 2010 do IBGE. Para o professor de arquitetura e urbanismo Luiz Alberto de Campo Gouveia, da Universidade de Brasília (UnB), a falta de moradia não é um problema novo. “A diferença entre a necessidade das pessoas em habitar e a capacidade de se fazer moradia sempre foi grande. O maior problema é a renda. Enquanto os salários não permitirem a compra de imóvel, isso vai continuar acontecendo”, pondera. https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2018/05/03/interna-brasil,678056/deficit-de-moradias-no-brasil- chega-a-6-3-milhoes-sp-tem-a-maior-defa.shtml Texto II Grotas, invasões, palafitas, comunidades, favelas... São muitos os nomes usados em todo o país para designar as ocupações desordenadas que se multiplicaram pelas cidades brasileiras. Houve inúmeras iniciativas governamentais para tentar solucionar esse problema social, como o Banco Nacional da Habitação (BNH), criado em 21 de agosto de 1964, e mais recentemente o Minha Casa Minha Vida, lançado em 2009, durante o governo Lula. Embora o BNH já tenha sido extinto, sua criação, há 53 anos, deu origem ao Dia Nacional da Habitação, data que ressalta a importância do direito à moradia. Segundo o Censo 2010 do IBGE, o Brasil tinha cerca de 11,4 milhões de pessoas morando em favelas e cerca de 12,2% delas (ou 1,4 milhão) estavam no Rio de Janeiro. Considerando-se apenas a população desta cidade, cerca de 22,2% dos cariocas, ou praticamente um em cada cinco, eram moradores de favelas. No entanto, ainda em 2010, Belém era a capital brasileira com a maior proporção de pessoas residindo em ocupações desordenadas: 54,5%, ou mais da metade da população. Salvador (33,1%), São Luís (23,0%) Recife (22,9%) e o Rio (22,2%) vinham a seguir. Segundo a PNAD 2015, cerca de 72,5% dos domicílios urbanos do país contavam com os três serviços básicos de saneamento: conexão à rede de esgoto, coleta de lixo e água encanada. Isso significa que aproximadamente 18,7 milhões de domicílios urbanos não contavam com pelos menos um dos três serviços. A distribuição regional desses serviços de saneamento é bastante desigual, segundo a PNAD. Na região Norte, apenas 23,6% dos domicílios urbanos contavam com os três serviços, enquanto no Sudeste, esse percentual chegava a 93,1%. Os três estados brasileiros com as menores proporções de domicílios urbanos com acesso aos três serviços básicos de saneamento eram Amapá (3,7%), Piauí (11,9%) e Rondônia (13,2%). No extremo oposto, estavam São Paulo (94,8%), Distrito Federal (90,4%) e Minas Gerais (89,7%). https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/15700-dados-do-censo-2010- mostram-11-4-milhoes-de-pessoas-vivendo-em-favelas https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2018/05/03/interna-brasil,678056/deficit-de-moradias-no-brasil-chega-a-6-3-milhoes-sp-tem-a-maior-defa.shtml https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2018/05/03/interna-brasil,678056/deficit-de-moradias-no-brasil-chega-a-6-3-milhoes-sp-tem-a-maior-defa.shtml https://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2015/default.shtm https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/15700-dados-do-censo-2010-mostram-11-4-milhoes-de-pessoas-vivendo-em-favelas https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-noticias/2012-agencia-de-noticias/noticias/15700-dados-do-censo-2010-mostram-11-4-milhoes-de-pessoas-vivendo-em-favelas 24 Texto III Salvador lidera índice de cidades com maiores números de moradores em locais de risco no país https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/com-quase-metade-da-populacao-em-areas-com-risco-de-desabamento- e-alagamento-salvador-lidera-indice-nacional-do-ibge.ghtml Texto IV As chuvas têm provocado dezenas de mortes e deixado milhares de pessoas desabrigadas no Brasil. Os estados mais atingidos são Minas Gerais, Santa Catarina, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rio Grande do Sul. Os problemas se repetem a cada ano. Famílias perdem tudo, mas voltam a construir moradias em locais precários, por não ter para onde ir. E o círculo se mantém. Não há como evitar os deslizamentos. Em alguns casos, a ocupação da encosta aumenta o perigo da incidência e aumenta a frequência da incidência dos deslizamentos, por que as pessoas, ao fazerem as suas casas, escavam o morro e abrem plataformas para instalarem as casas. Isso aumenta localmente a declividade e a infiltração de água no terreno. E ao mesmo tempo, claro, torna um fenômeno que seria natural em um problema social. https://www.ecodebate.com.br/2009/02/02/ocupacao-irregular-do-solo-e-principal-causa-dos-desastres- provocados-pelas-chuvas/ https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/com-quase-metade-da-populacao-em-areas-com-risco-de-desabamento-e-alagamento-salvador-lidera-indice-nacional-do-ibge.ghtml https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/com-quase-metade-da-populacao-em-areas-com-risco-de-desabamento-e-alagamento-salvador-lidera-indice-nacional-do-ibge.ghtml https://www.ecodebate.com.br/2009/02/02/ocupacao-irregular-do-solo-e-principal-causa-dos-desastres-provocados-pelas-chuvas/ https://www.ecodebate.com.br/2009/02/02/ocupacao-irregular-do-solo-e-principal-causa-dos-desastres-provocados-pelas-chuvas/ 25 Proposta 17 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: Caminhos para o combate às Infecções Sexualmente Transmissíveis no Brasil Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto I As DSTs estão preocupando cada vez mais (Ilustração: Sérgio Bergocce/SAÚDE é Vital) Texto II Quando o poeta italiano Girolamo Fracastoro criou o personagem Syphilis, em 1530, não imaginava que ele emprestaria seu nome a uma moléstia infecciosa que, segundo relatos, fora trazida das Américas nas caravelas de Cristóvão Colombo. Nos versos de Fracastoro, Syphilis é um pastor de rebanho grego que desperta a ira divina e é castigado com pústulas pelo corpo. Quase 500 anos depois, a sífilis, um mal provocado por uma bactéria, volta a ser motivo de preocupação, agora entre profissionais de saúde. E ela não vem sozinha. Outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e conhecidas do homem há milhares de anos — a gonorreia é mencionada no Antigo Testamento — parecem ter retornado com a força de uma praga bíblica. Quem avisa é o Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano, o CDC. No Brasil, IST virou tabu, ninguém mais toca no assunto. E o pior é que se minimiza o real risco de contágio. https://saude.abril.com.br/bem-estar/numero-de-infeccoes-sexualmente-transmissiveis-nao-para-de-crescer/ Texto III Na última década, as políticas públicas nacionais de combate e prevenção a Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs), Aids e hepatites virais tiveram a eficácia diminuída. A ausência de campanhas nacionais de prevenção e informação direcionadas às populações de risco e o preconceito velado ao tratar publicamente desse assunto estão entre as principais críticas feitas por pesquisadores e movimentos sociais com atuação na área. A estagnação nas políticas públicas voltadas às DSTs e ao HIV coloca em xeque a imagem do Brasil como referência mundial no tratamento de Aids, conquistada, principalmente, com a inclusão da doença no Sistema Único de Saúde, em 1992. https://www.redebrasilatual.com.br/saude-e-ciencia/2014/09/brasil-politica-de-combate-as-dst-perdem-eficacia-movimentos-querem- dialogo-7395/ https://saude.abril.com.br/tudo-sobre/dst https://saude.abril.com.br/bem-estar/numero-de-infeccoes-sexualmente-transmissiveis-nao-para-de-crescer/https://www.redebrasilatual.com.br/saude-e-ciencia/2014/09/brasil-politica-de-combate-as-dst-perdem-eficacia-movimentos-querem-dialogo-7395/ https://www.redebrasilatual.com.br/saude-e-ciencia/2014/09/brasil-politica-de-combate-as-dst-perdem-eficacia-movimentos-querem-dialogo-7395/ 26 Texto IV Dados do Boletim Epidemiológico da Sífilis-2018 mostram que a taxa de detecção da sífilis adquirida aumentou de 44,1 para cada grupo de 100 mil habitantes, em 2016, para 58,1/100 mil em 2017. No mesmo período, a infecção em gestantes cresceu de 10,8 casos por mil nascidos vivos para 17,2. Já a sífilis congênita passou de 21.183 casos em 2016 para 24.666 em 2017. O número de óbitos por sífilis congênita foi de 206 casos em 2017, enquanto em 2016, tinha ficado em 195. O diagnóstico precoce é essencial para uma boa recuperação do paciente. É o alerta da diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais (DIAHV) do Ministério da Saúde, Adele Benzaken. Mesmo em pessoas que têm acesso à informação, há, muitas vezes, resistência para procurar uma unidade de saúde e seguir com o tratamento. Outro obstáculo é, inclusive, a falta de orientação por parte dos profissionais de saúde que, muitas vezes, hesitam em aplicar a penicilina (principal medicamento de cura da sífilis) no paciente. https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/correio-talks/sifilis/2018/12/14/noticias-sifilis,725300/ministerio-da-saude-registra- aumento-nos-tres-tipos-de-sifilis-no-pais.shtml https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/correio-talks/sifilis/2018/12/14/noticias-sifilis,725300/ministerio-da-saude-registra-aumento-nos-tres-tipos-de-sifilis-no-pais.shtml https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/correio-talks/sifilis/2018/12/14/noticias-sifilis,725300/ministerio-da-saude-registra-aumento-nos-tres-tipos-de-sifilis-no-pais.shtml 27 Proposta 18 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: O Brasil frente à necessidade de reciclar o lixo Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto I Os dados coletados para um panorama realizado pela Abrelpe destacou que o Brasil produz em média 387 quilos de resíduos por habitante por ano, entretanto, apenas destina corretamente cerca de metade do que coleta (58%), sendo que só 3% de todo o lixo nacional é reciclado. A Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010, trazia como meta que até agosto de 2014, após a Copa do Mundo, o país não deveria mais usar aterros. Mas, de acordo com o último panorama da Associação, 42% de todo lixo coletado anualmente ainda são encaminhados para lixões. Já o panorama mundial não difere muito da situação brasileira: o Global Waste Management Outlook calculou que em todo o mundo 2 bilhões de toneladas de resíduos sólidos são produzidas anualmente e que 3 bilhões de pessoas (cerca de 50% da população mundial) não fazem a destinação final adequada do lixo. https://www.saneamentobasico.com.br/apenas-3-lixo-reciclado/ Texto II O Brasil é o 4º maior produtor de lixo plástico do mundo, atrás apenas de Estados Unidos, China e Índia. O país também é um dos que menos recicla este tipo de lixo: apenas 1,2% é reciclado, ou seja, 145.043 toneladas. Os dados são do estudo feito pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF, sigla em inglês). O relatório “Solucionar a Poluição Plástica – Transparência e Responsabilização" será apresentado na Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA-4), que será realizada em Nairóbi, no Quênia, de 11 a 15 de março de 2019. Veja os números: • Brasil produz 11.355.220 milhões de toneladas de lixo plástico por ano • Cada brasileiro produz 1 kg de lixo plástico por semana • Somente 145.043 toneladas de lixo plástico são recicladas • 2,4 milhões de toneladas de plástico são descartadas de forma irregular • 7,7 milhões de toneladas ficam em aterros sanitários • Mais de 1 milhão de toneladas não é recolhida no país O Brasil é um dos países que menos recicla no mundo ficando atrás de Yêmen e Síria e bem abaixo da média mundial que é de 9%. Dentre os maiores produtos de lixo plástico, é o que menos recicla. https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/03/04/brasil-e-o-4o-maior-produtor-de-lixo-plastico-do-mundo-e- recicla-apenas-1.ghtml https://www.saneamentobasico.com.br/apenas-3-lixo-reciclado/ https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/03/04/brasil-e-o-4o-maior-produtor-de-lixo-plastico-do-mundo-e-recicla-apenas-1.ghtml https://g1.globo.com/natureza/noticia/2019/03/04/brasil-e-o-4o-maior-produtor-de-lixo-plastico-do-mundo-e-recicla-apenas-1.ghtml 28 Texto III https://www.otempo.com.br/economia/brasil-perde-r-120-bilh%C3%B5es-por-ano-ao-n%C3%A3o-reciclar- lixo-1.1423628 Texto IV Os principais grupos de separação de materiais recicláveis são: Papéis: todos os tipos são recicláveis, inclusive caixas do tipo longa-vida e de papelão. Apenas não recicle papel com material orgânico, como caixas de pizza cheias de gordura. Plásticos: 90% do lixo produzido no mundo são à base de plástico, material que leva muito tempo para se decompor. Por isso, recicle sacos de supermercados, garrafas (pet), tampinhas e até brinquedos quebrados. Vidros: este é um dos materiais que leva mais tempo para se decompor. Por isso, não se esqueça de separar já que todos são recicláveis, exceto lâmpadas, cristais, espelhos, vidros de automóveis ou temperados, cerâmica e porcelana. Metais: o Brasil já é um dos líderes mundiais de reciclagem de latinhas, sendo 97% de todas as latinhas produzidas, mas além de latas, é possível reciclar tampinhas, pregos e parafusos. https://www.saneamentobasico.com.br/apenas-3-lixo-reciclado/ https://www.otempo.com.br/economia/brasil-perde-r-120-bilh%C3%B5es-por-ano-ao-n%C3%A3o-reciclar-lixo-1.1423628 https://www.otempo.com.br/economia/brasil-perde-r-120-bilh%C3%B5es-por-ano-ao-n%C3%A3o-reciclar-lixo-1.1423628 https://www.saneamentobasico.com.br/apenas-3-lixo-reciclado/ 29 Proposta 19 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: Entraves para o combate à obsolescência programada no Brasil Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto I Desde a Revolução Industrial, a relação entre consumo, indivíduo e sociedade tem sido uma das principais discussões dentro das Ciências Humanas, que buscam, desde então, entender e explicar como o novo modo de produção transforma e afeta a sociedade moderna. Com a produção em massa, surgia também a necessidade da indústria de conhecer melhor o perfil dos seus consumidores e, principalmente, de criar novas maneiras para incentivá-los a comprar cada vez mais. Foi na década de 1920 que a indústria de lâmpadas decidiu então aplicar o conceito de “obsolescência programada” na linha de produção, o que reduz a vida útil dos produtos para que o consumidor tenha de trocá-lo com mais frequência. https://www.goethe.de/ins/br/pt/kul/mag/20786930.html Texto II A Lei 12.305, de 2 de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos, criada com base no citado artigo 225 da Constituição Federal, também prevê princípios e objetivosbásicos que tentam assegurar a proteção ao meio ambiente, inclusive reforçando em seus artigos 30 a 33 a responsabilidade compartilhada entre Poder Público, fornecedores de produtos e consumidores, sobre o ciclo de vida dos produtos, suas embalagens e a forma correta do descarte de pilhas, pneus, óleos, lâmpadas, produtos eletrônicos e demais componentes, a fim de evitar não só a Obsolescência Programada, mas também o manejo correto de todo o lixo e sua devida reciclagem. Aliado ao aspecto ambiental, também encontramos amparo no Código de Defesa do Consumidor, que prevê, como um direito básico dos consumidores, o direito à educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços (art. 6º,II, CDC), bem como o direito a informação adequada e clara (art. 6º, III, CDC), a fim de garantir que os consumidores tenham plena ciência de todas as características do produto, inclusive sobre sua durabilidade e maneira correta de descarte, de forma a garantir a plena liberdade de escolha dos consumidores no ato da aquisição de tais produtos, equilibrando, ao final, a relação de consumo. No entanto, caso o consumidor não seja amplamente informado de todas as características do produto e seja, de alguma forma, prejudicado pela prática abusiva da Obsolescência Programada, poderá ele se valer do Poder Judiciário, a fim de ver reparada sua insatisfação. https://www.idec.org.br/em-acao/artigo/um-mal-a-ser-combatido-a-obsolescencia-programada https://www.goethe.de/ins/br/pt/kul/mag/20786930.html https://www.idec.org.br/em-acao/artigo/um-mal-a-ser-combatido-a-obsolescencia-programada 30 Texto III http://www.mimosoinfoco.com.br/noticiario/obsolescencia-programada-quando-produtos-sao-criados-para- morrer/ Texto IV Meias que se esgarçam no primeiro uso, lâmpadas com vida útil de apenas 1.000 horas e máquinas de lavar roupa que funcionam pouco mais de cinco anos. A obsolescência programada afeta produtos de múltiplos setores, entre os quais estão os têxteis, os eletrodomésticos e, também, os smartphones, que em muitos casos ficam mais lentos e começam a falhar dois anos depois de comprados. “No momento, absolutamente todos os fabricantes de telefones celulares adotam essa prática. Quando o celular fica mais lento ou certos aplicativos não funcionam, o usuário já começa a pensar que é normal", afirma Benito Muros, presidente da Fundação Energia e Inovação Sustentável Sem Obsolescência Programada (Feniss). Atualmente, a vida útil de um telefone, observa ele, é de dois anos. Depois disso, é comum que eles comecem a dar problemas e Muros explica que o reparo pode custar até 40% do que se gastaria na compra de um novo. "Se a obsolescência programada não existisse, um telefone celular teria uma vida útil de 12 a 15 anos", diz. https://brasil.elpais.com/brasil/2018/11/09/tecnologia/1541771036_210342.html http://www.mimosoinfoco.com.br/noticiario/obsolescencia-programada-quando-produtos-sao-criados-para-morrer/ http://www.mimosoinfoco.com.br/noticiario/obsolescencia-programada-quando-produtos-sao-criados-para-morrer/ https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwjR6bzs9dbeAhUFIJAKHdEGB2cQFjAAegQICBAB&url=https%3A%2F%2Fbrasil.elpais.com%2Ftag%2Ftelefono_inteligente&usg=AOvVaw3qaSVss83k3PmoOioirnMP https://brasil.elpais.com/brasil/2018/01/09/tecnologia/1515483148_221511.html https://brasil.elpais.com/brasil/2018/11/09/tecnologia/1541771036_210342.html 31 Proposta 20 A partir da leitura dos textos motivadores seguintes e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema: A doação de órgãos no Brasil: um ato que pode salvar vidas Apresente proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Texto I O número de doadores efetivos de órgãos no Brasil subiu de 13,1 por milhão de habitantes para 14 por milhão no segundo trimestre de 2016, segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). “Essa taxa de doadores efetivos vinha caindo ao longo de 2015, se estabilizou no primeiro trimestre de 2016 e começou a subir agora, no segundo trimestre deste ano”, disse o coordenador da Comissão de Remoção de Órgãos da ABTO, José Lima Oliveira Júnior. Apesar do aumento, o número de doadores efetivos ficou abaixo do esperado para o período, de 16 por milhão de habitantes, e longe do considerado ideal. Além disso, os transplantes feitos caíram no segundo trimestre, assim como o total de potenciais doadores, principalmente nos estados mais populosos do país (São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais). Os dados são levantados pela ABTO e pelo Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde. O número de brasileiros na fila aguardando um órgão aumentou em 2016 em comparação ao primeiro semestre de 2015, de 32 mil pessoas para 33.199. Em números absolutos, a maior fila é para receber córneas e rim, seguida de fígado, coração, pulmão, pâncreas e intestino. Nem todos os órgãos doados podem ser aproveitados. No último semestre, 71% dos órgãos doados no Brasil não puderam ser utilizados, porque o processo exige uma série de cuidados e infraestrutura para que os órgãos possam ser removidos e os transplantes feitos. “O doador precisa ser mantido em um ambiente adequado, precisa de ventilação mecânica, de medicamentos para ajustar a pressão, de infraestrutura que permita manter a temperatura do corpo, precisa de reposição hormonal, muitas vezes de transfusão de sangue, de dieta enteral”, listou o médico. http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-08/cresce-taxa-de-doadores-efetivos-de-orgaos-mas-ainda- esta-longe-do-ideal Texto II Todo paciente com morte encefálica – lesão irrecuperável do encéfalo que causa interrupção definitiva de todas as atividades cerebrais – é um potencial doador. “A decisão final sobre o destino dos órgãos da pessoa, no entanto, cabe à família”, explica Edvaldo Leal, enfermeiro e vice-coordenador do Spot-HC. A lei, até 1997, presumia que todos os brasileiros eram doadores, mas uma reformulação em 2001 transferiu para os familiares do paciente morto a responsabilidade sobre seus órgãos. E nem sempre a decisão deles é doar. Na verdade, na maioria das vezes, eles se negam. Dados divulgados pela Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) mostram que, entre janeiro e setembro de 2012, cerca de 6 mil pacientes foram diagnosticados com morte cerebral no País. Seus órgãos poderiam salvar a vida de quase 22 mil pessoas que aguardavam na fila de espera. Mas somente pouco mais de 1.800 deles se tornaram doadores. No Estado de São Paulo, no mesmo período, foram registrados quase 2 mil candidatos, com apenas 590 tendo seus órgãos retirados para transplante. A professora explica que, partindo-se do pressuposto de que a educação sobre o assunto é deficiente, a mudança na lei em 2001 e a consequente transferência da responsabilidade sobre os órgãos do morto para a família acaba sendo justificável. No entanto, ela destaca: “As pessoas deveriam ter o esclarecimento necessário para poder manifestar em vida o desejo de doar ou não seus órgãos após a morte”. Segundo ela, quanto melhor for a educação sobre o tema, mais argumentos se terá para assumir que a decisão cabe ao indivíduo, não à sua família. Disponível em: http://www.usp.br/espacoaberto/?materia=dilemas-e-conflitos-eticos-na-doacao-de-orgaos http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-08/cresce-taxa-de-doadores-efetivos-de-orgaos-mas-ainda-esta-longe-do-ideal http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-08/cresce-taxa-de-doadores-efetivos-de-orgaos-mas-ainda-esta-longe-do-ideal http://www.usp.br/espacoaberto/?materia=dilemas-e-conflitos-eticos-na-doacao-de-orgaos32 Texto III Texto IV https://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwj79pbo06jaAhVHDJAKHfyHB8EQjRx6BAgAEAU&url=https://www.imaginie.com.br/temas/dilemas-da-doacao-de-orgaos/&psig=AOvVaw02XnFLUmoayCc_GOUvaM8L&ust=1523207375433468 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&source=images&cd=&cad=rja&uact=8&ved=2ahUKEwiFuqaWuanaAhUSmJAKHTvWAmQQjRx6BAgAEAU&url=http://www.clicrbs.com.br/sites/swf/transplantes/index.html&psig=AOvVaw1--kRotj_us9XcsuKKYIp3&ust=1523234581144297 33 A Competência 4 do Enem avalia a capacidade de o aluno demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. Essa etapa é responsável por articular as ideias por meio das palavras, dos recursos linguísticos. Tendo em vista que o texto solicitado pelo Enem exige, em 30 linhas, que o candidato exerça um forte poder argumentativo, é necessário utilizar palavras que atuem com o propósito de enfatizar cada etapa e cada novo raciocínio – a introdução de um argumento, a finalização de um pensamento, a exemplificação de um fato. Mas, afinal, o que é esperado em um texto que corresponda ao nível mais alto na Competência 4? Primeiramente, é importante que o aluno evite a repetição de palavras próximas – isso pode ser feito a partir da utilização de sinônimos, hiperônimos, hipônimos, pronomes, dentre outros recursos que se correspondem à coesão referencial. Após essa etapa – imprescindível -, é esperado que o candidato mostre diversidade e correta aplicação de operadores argumentativos que demonstrem ao avaliador a progressão textual de seu texto - não apenas no plano das ideias, mas também na articulação por meio das palavras. Essa parte está ligada à coesão sequencial e, sobre isso, é importante enaltecer que não deve haver repetição desses elos coesivos, assim como é obrigatório apresentá-los dentro (intra) e fora (inter) de cada parágrafo. Ainda sobre os elos coesivos que compõem a coesão sequencial, é pertinente salientar que não pode haver uso equivocado de nenhum marcador, o que significa que, se o aluno iniciar o último parágrafo de seu texto com “além disso”, que dá ideia de soma, quando deveria utilizar o “portanto”, por exemplo, por deixar claro que o texto está chegando ao final, a redação não obterá a nota máxima na competência 4. À guisa de ilustração, a seguir, é apresentada uma lista de elementos coesivos sequenciais. É importante salientar que os operadores argumentativos apresentados neste material são indicados para facilitar a compreensão e a utilização desses elementos nas redações, mas não são os únicos marcadores existentes. Operadores argumentativos (lista não exaustiva) 1. Operadores que somam argumentos/ideias Além disso, ademais, outrossim 2. Operadores que contrapõem argumentos Todavia, no entanto, entretanto, contudo, em contrapartida 3. Operadores que introduzem uma justificativa ou explicação Porque, porquanto, visto que, a fim de 4. Operadores que introduzem uma conclusão Portanto, por conseguinte, dessa forma, destarte 5. Operadores que estabelecem ênfase ou certeza Sem dúvida, por certo, indubitavelmente 6. Operadores que introduzem consequência Por consequência, por conseguinte, como resultado, em virtude de 7. Operadores que estabelecem relações de comparação entre elementos Mais... (do) que, menos... (do) que, tão... quanto 34 Para evidenciar no texto os recursos coesivos, sobretudo os operadores argumentativos, leia as redações abaixo. Embora todos os textos presentes neste bloco tenham recebido nota máxima nas cinco competências, eles servirão principalmente como modelo a ser seguido na Competência 4. Redação 1 Augusto Scapini, estudante de Goiânia/GO. Aristóteles, grande pensador da Antiguidade, defendia a importância do conhecimento para a obtenção da plenitude da essência humana. Para o filósofo, sem a cultura e a sabedoria, nada separa a espécie humana do restante dos animais. Nesse contexto, destaca-se a importância do cinema, desde a sua criação, no século XIX, até a atualidade, para a construção de uma sociedade mais culta. No entanto, há ainda diversos obstáculos que impedem a democratização do acesso a esse recurso no Brasil, centrados na elitização do espaço público e causadores da insuficiência intelectual presente na sociedade. Com isso, faz-se necessária uma intervenção que busque garantir o acesso pleno ao cinema para todos os cidadãos brasileiros. De início, tem-se a noção de que a Constituição Federal assegura a todos os cidadãos o acesso igualitário aos meios de propagação do conhecimento, da cultura e do lazer. Todavia, visto que os cinemas, materialização pública desses conceitos, concentram-se predominantemente nos espaços reservados à elite socioeconômica, como os "shopping centers", é inquestionável a existência de uma segregação das camadas mais pobres em relação ao acesso a esse recurso. Essa separação elitista é identificada na elaboração da tese de "autocidadania", escrita pelo sociólogo Jessé Souza, que denuncia a situação de vulnerabilidade social vivida pelos mais pobres, cujos direitos são negligenciados tanto pela falta de ação do Estado quanto pela indiferença da sociedade em geral. Fica claro, então, que o acesso ao cinema não é um recurso democraticamente pleno no Brasil. Como consequência dessa elitização dos espaços públicos, que promove a exclusão das camadas mais periféricas, é observado um bloqueio intelectual imposto a essa parte da população. Nesse sentido, assuntos pertinentes ao saber coletivo, que, por vezes, não são ensinados nas instituições formais de ensino, mas são destacados pelos filmes exibidos nos cinemas, não alcançam as mentes das minorias sociais, fato que impede a obtenção do conhecimento e, por conseguinte, a plenitude da essência aristotélica. Essa situação relaciona-se com o conceito de "alienação", descrito pelo alemão Karl Marx, que caracteriza o estado de insuficiência intelectual vivido pelos trabalhadores da classe operária no contexto da Revolução Industrial, refletido na camada pobre brasileira atual. Portanto, fica evidente a importância do cinema para a construção de uma sociedade mais culta e a necessidade de democratização desse recurso. Nesse âmbito, cabe ao Ministério da Educação e da Cultura promover um maior acesso ao conhecimento e ao lazer, por meio da instalação de cinemas públicos nas áreas urbanas mais periféricas - que deverão possuir preços acessíveis à população local -, a fim de evitar a situação de alienação e insuficiência intelectual presente nos membros das classes mais baixas. Desse modo, o cidadão brasileiro poderá atingir a condição de plenitude da essência, prevista por Aristóteles, destacando-se, logo, das outras espécies animais, através do conhecimento e da cultura." Redação 2 Nayra Alves, estudante de Fortaleza/CE No Brasil, a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 215, garante acesso à cultura a todos os brasileiros, no entanto, nota-se que muitos cidadãos não usufruem dessa prerrogativa, tendo em vista que uma grande parcela social não tem acesso ao cinema. Dessa forma, esse cenário comprometedor exige ações mais eficazes do Poder Público e das instituições de ensino, a fim de assegurar a igualdade de acesso ao universo cinematográfico. De fato, é notório o desacordo que existe entre o que é assegurado pela Constituição e a realidade do país, uma vez que muitos municípios não possuem cinemas ou espaços destinados à exposição de filmes, séries e documentários. Esse nefasto paradigma atesta, sobretudo, uma grande desigualdade no 35 acesso à cultura do país, tendo em vista que em grandes cidades, como o Rio de Janeiro, o cinema é mais valorizado. Além disso, vale ressaltar que tal desigualdade fere a Declaração Universal dos Direitos Humanos
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