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UNIP – Universidade Paulista Seminário de Arquitetura e Urbanismo e Paisagismo - SAUP Prof. Raquel Manfredini Cássia Torres de Almeida N854GH-8 EDIFÍCIO 360° FICHA TÉCNICA Rua Camburiú, 651 - Alto de Pinheiros Início do projeto: 2006 Conclusão da obra: 2013 Área do terreno: 2.797,63 m² Área construída: 15.898,77 m² Arquitetura: Isay Weinfeld (autor); Domingos Pascali (colaborador); Elena Scarabotolo (coordenadora); Gabriel Bicudo, Manoel Maia e Marcelo Alvarenga (equipe) Prêmio: Future Projects Award 2009 CONTEXTO HISTÓRICO Localizado no topo de uma colina, o edifício chama a atenção por ostentar uma fachada aprimorada, formada por uma estrutura que exibe vidros em conjunto de cubos assimétricos que se encaixam. Do alto desse design inovador, cada um dos terraços integrados à sala de estar possuem uma visão de 360º - daí surge o nome. Cada uma delas oferece uma paisagem diferente: Pico do Jaraguá, USP, Pacaembu, Vila Madalena, Alto da Lapa e Parque Villa Lobos. Isso acontece por causa da disposição dos apartamentos que não obedecem a um padrão regular, com diferentes acomodações de janelas e varandas, conferindo dinamismo às fachadas. Consequentemente, o projeto a vence na categoria Overall Winner do Prêmio Future Projects, sendo o primeiro brasileiro a receber a premiação anual oferecida desde 2002. ISAY WEINFELD Isay nasceu em São Paulo em 1952. Sua arquitetura é voltada para projetos de edificações, interiores, mobiliário e cenografia trazendo para sua arquitetura uma perspectiva de despertar as emoções e sensações. Dentre os inúmeros trabalhos desenvolvidos, destacam-se os hotéis projetados para o Grupo Fasano em São Paulo, Punta del Este em Porto Feliz, o Centro Cultural Midrash no Rio de Janeiro e o Square Nine Hotel em Belgrado, além de uma linha de móveis e objetos desenhada para a Etel Interiores - considerada a marca de maior expressão em móveis de luxo do país. A principal exigência de Isay Weinfeld ao iniciar um projeto é a afinidade estética com o cliente. Quando percebe que a suas visões não batem, não hesita em recusar a execução do trabalho. Por acreditar que para reproduzir em totalidade, é preciso ter afinidade e admiração pela proposta, ou não fará sentido. Não é um elo comercial de Isay Weinfeld. IDEA ZARVOS - proposta arquitetônica X mercado imobiliário - propostas e ideias de Otávio Zarvos - execução e venda - público alvo - diferenciais 1. O ponto de vista de sua proposta arquitetônica e sua relação com o mercado imobiliária em SP, empresa passou a investir em edifícios com padrões diferenciados. Parte da lógica de que ao mesmo tempo, este mercado vem se remodelando e apresentando clientes mais exigentes, onde o produto e sua arquitetura passam a ser o foco principal. Aproveitando um bom momento da economia brasileira, a incorporadora busca ampliar sua visão sobre empreendimento, assumindo as suas particularidades e as do local onde estão implantados - texto do Aldo Rossi sobre a arquitetura diferente. 2. Otávio Zarvos, dono da incorporadora, afirma um texto para o jornal O Estado de SP que as suas ideias tem preocupação com a qualidade urbana e são transmitidas na medida do possível com parcerias com arquitetos que possuem esses mesmo anseios, tornando um melhor cenário arquitetônico imobiliário. A ideia sempre foi convidar arquitetos que possuíssem uma produção premiada ao longo de sua vida profissional e que pudessem viabilizar suas ideias com os demais membros da equipe. É retomar o papel principal do arquiteto no desenvolvimento integral do projeto com anseios e opiniões encaradas com seriedade. 3. A execução dessas obras apresentam um custo maior devido a parâmetros projetuais que acabam impactando no custo final da obra, como a dimensão dos caixilhos, pé-direito generosos, vãos estruturais grandes, materiais inovadores, etc. A venda do imóvel é feita a partir de perspectivas eletrônicas e maquetes físicas dentro da própria empresa pelos funcionários, nenhum corretor, aproxima-o do papel do arquiteto como defensor do próprio projeto e das ideias que o norteia. 4. O público alvo não tem preço como fator determinante, a maioria por jovens casais ligados às artes - produtores, empresários, outros. Para o comprador, um dos primeiros fatores é a localização do imóvel - fator enaltecido em todos os empreendimentos da incorporadora, como Vila Madalena, Perdizes, Alto de Pinheiros e Lapa, Itaim. O discurso dos projetistas e da incorporadora é extremamente compatível com o perfil do consumidor, que vê a planta flexível e a possibilidade de expressar sua individualidade. 5. Pelo fato das incorporadoras seguirem uma tendência de mercado que atuam pensando no resultado do negócio, não da arquitetura - prédios padronizados, fechados para si sem interação com o entorno, os isolando da cidade e distanciando o convívio social - trazendo reflexos à cidade e perdendo cada vez mais a sua identidade. A percepção que o projeto deveria ter plantas flexíveis para readaptar o apartamento de acordo com as necessidades do morador e seu estilo de vida independente do tempo. CONTEXTO URBANO O edifício fica localizado no topo de uma colina no bairro de Alto de Pinheiros em frente a Pç Valdir Azevedo. O mesmo se sobressai em relação ao seu entorno, visto que o gabarito de altura da redondeza é baixo, uso predominantemente residencial. Pela disposição e altura do prédio, acaba-se criando sombras nos lotes vizinhos, podendo gerar um desconforto. IMPLANTAÇÃO O terreno é pequeno. A partir da rua, localizada no 1° pavimento, e passada a recepção, uma passarela elevada conduz ao lobby, circundado de todos os lados do edifício por um espelho d'água. TÉRREO No pavimento abaixo do nível da rua está localizado o pavimento térreo, onde encontra-se as áreas de lazer, como: salão de festa, parquinho e academia; também encontra-se as dependências do zelador. SUBSOLO Abaixo ainda, há 3 níveis de garagem. O andar mais baixo, no 4° pavimento encontra-se os vestiários, depósitos e casa de máquinas, além de uma piscina descoberta. O terreno, em forte declive, permitiu que os níveis inferiores fossem apenas semi-enterrados, mantendo sempre com 2 faces abertas à luz e à ventilação. TIPOLOGIAS - A, B, C e COBERTURA TÉCNICA CONSTRUTIVA A Construtora Barbara explica que o fato de tais detalhamentos terem sido transplantados para uma obra vertical trouxe desafios adicionais para a logística de canteiro. Os escalonamentos das lajes que avançam e recuam de forma irregular ao longo da fachada impossibilitaram que fosse utilizado qualquer tipo de transporte vertical instalado no perímetro da torre. Isso demandou o emprego um guincho para viabilizar os suprimentos para os pavimentos e, principalmente, dos elementos arquitetônicos em concreto pré - fabricado. Houve também a indisponibilidade de equipamentos de transporte vertical mais velozes para esse tipo de situação, os poços de elevadores definitivosestavam ocupados quer pela grua, quer pelo elevador de carga, e não havia outra artéria vertical de transportes.
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