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Arquitetura e Urbanismo Integrado Prof. Marcelo Afonso Cássia Torres - N854GH-8 - AUP940 A transformação urbana com a participação social Placemaking, Place Branding & Gentrificação As pessoas influenciam o ambiente construído e o ambiente influencia as pessoas. Essa interação aparece em algumas sutilezas cotidianas, como: um mobiliário que convida as pessoas a ocuparem um espaço, mesas na calçada, uma boa iluminação etc. A participação da sociedade no planejamento desses ambientes, ajuda a construir espaços públicos e cidades mais democráticas. Os locais de uso coletivo faz com que a participação seja uma estratégia para garantir que as áreas não acabem sendo subutilizadas. Os moradores têm experiências e conhecimentos a respeito do local onde morar é o elemento que garante que os projetos atendem às demandas específicas da área onde serão implementados. O envolvimento das pessoas no planejamento dos espaços com as necessidades do setor público gera um processo de descentralização de poder e compartilhamento de responsabilidades pela preservação e qualidade do local, criando um círculo virtuoso de placemaking. Para promover eventos de participação social, esses encontros precisam ser realizados com frequência e incentivados para apropriar-se das informações e dados disponíveis. Algumas possibilidades de reunir as pessoas para promover a participação, como: audiências públicas, oficinas de participação, consultas, reuniões com lideranças comunitárias e associações de moradores. Segundo o sociólogo Henri Lefebvre, as pessoas têm direito à cidade, mas também de moldá-la, de construí-la e de apropriá-la. Independente da origem, aqueles que vivem em uma cidade tem tanto direito de participar das decisões sobre determinada área quanto aqueles que detêm a posse do terreno. As práticas de renovação, requalificação, revitalização e reabilitação urbana são acionadas para contribuir para a resolução de uma ampla série de problemas. São processos que surgem da necessidade de resolver questões econômicas, sociais ou ambientais. revitalização trata de recuperar o espaço; renovação trata de substituir, reconstruir e pode alterar o uso; requalificação dá uma nova função enquanto melhora o aspecto; reabilitação trata de restaurar sem mudar a função. Um relatório feito em cidades como Londres, Sydney, Melbourne, Hamburgo e Nova York apresenta 10 princípios para a renovação urbana que levam em conta o interesse público. 1) Criar um “valor compartilhado” para o interesse público de longo prazo; 2) Desenvolver o planejamento com as partes interessadas; 3) Construir uma visão de longo prazo; 4) Pensar nos termos não negociáveis, incluindo padrões de desenho; 5) Acordar em um projeto financeiro razoável; 6) Estabelecer objetivos claros de desenvolvimento; 7) Estabelecer opções claras de desenvolvimento para alcançar objetivos; 8) Incorpore o sentido de “local” e reintegre com o entorno; 9) Avaliar as opiniões sob uma perspectiva holística com o objetivo de maximizar os benefícios da comunidade; e 10) Alinhar o modelo de contratação com a visão de planejamento. Recentemente, dois casos sobre gentrificação vieram à tona: o Google Campus em Berlim e o PIU (Projeto de Intervenção Urbana) Vila Leopoldina - Villa Lobos em São Paulo. O Google Campus no bairro de Kreuzberg pode aumentar ainda mais o processo de transformação do lugar, o qual antes era uma área pobre com espaços vazios pós-muro de Berlim, hoje tornou-se famoso por uma vida noturna e criativa, chegou a impactar um acréscimo de 69% dos aluguéis nos últimos 13 anos. Segundo os ativistas “anti-Google” a questão recai sobre quem se beneficiará com o projeto, as quais são pessoas que podem se mudar automaticamente para outro grande centro europeu. Fica evidente que não houve participação social para atender demandas da população e o resultado das marcas poderosas não foi entender o impacto que suas ações causariam com os moradores locais e sim os lucros que trariam. O PIU Vila Leopoldina - Villa Lobos é um instrumento previsto no Plano Diretor que permite que empresas privadas proponham intervenções para melhoria do espaço urbano que sejam de interesse público. Propõem-se revitalizar um perímetro junto à Marginal Pinheiros oferecendo reurbanização da área, incluindo a construção de HIS, prédios comerciais e residenciais, boulevares e novas avenidas. Na audiência, os moradores do condomínio reclamaram da possível desvalorização de seus imóveis com a chegada da nova vizinhança, sugerindo a transformação do local em parque, enquanto os moradores da comunidade criticaram a Associação por nunca ter perguntado o que eles precisavam. Existem dois tipos de processos: 1) top-down: onde não se pretende nenhum tipo de relação com a comunidade e as audiências públicas são rasas e indispostas a ouvir opiniões contrárias; e 2) engajamento: começando com uma visão do que lugar que queremos sendo alimentada por diferentes plataformas, digitais e físicas, compreensíveis para a população. Deseja-se de fato saber o que as pessoas pensam antes mesmo de qualquer masterplan ou projeto.
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