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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE IMPERATRIZ – MARANHÃO
Processo nº 0004093-08.2015.8.10.0040
Audiência: 26/08/2015 às 11:30h
			CFH EMPREENDIMENTOS COMERCIAIS E REPRESENTAÇÕES LTDA., já devidamente qualificada nos autos da Ação Declaratória de Inexistência de Débito c/c Danos Morais e Pedido de Tutela Antecipada que lhe move LEANDRO DE MELO PEREIRA, vem, respeitosamente perante Vossa Excelência, por intermédio de suas advogadas e, desde logo, pedindo que sejam todas as publicações e intimações efetuadas em nome da advogada titular do escritório, AUDREY MARTINS MAGALHÃES, OAB/PI 1.829, sob pena de nulidade, nos termos do artigo 236, §1°, do CPC, apresentar CONTESTAÇÃO pelos fatos e fundamentos a seguir aduzidos:
I. RESUMO DOS PEDIDOS FORMULADOS PELO REQUERENTE
Alega o Requerente que, em março de 2015, ao tentar fazer uma compra em crediário, teve o seu crédito negado, pois está negativado junto ao SPC, em razão de protesto realizado pela empresa requerida, no valor de R$ 493,40 (quatrocentos e noventa e três reais e quarenta centavos), datado de 28/12/2012 (DOC. 1).
Confessa que passados 30 dias, não liquidou o débito, tendo, então, seu nome negativado e levado a protesto no dia 14/02/2013.
Aduz que, em razão do referido atraso, em 26/02/2013, entrou em contato com a requerida, a qual informou que poderia ser depositado o valor atualizado, com juros e mora, diretamente na conta da empresa, tendo efetuado o depósito no mesmo dia, no valor de R$ 630,50 (seiscentos e trinta reais e cinquenta centavos).
Considera indevida a inclusão de seu nome no rol de maus pagadores, a qual abalou o seu crédito, tendo-lhe causado inúmeros transtornos e constrangimentos.
Requer concessão de medida liminar a fim de ser retirado seu nome do SPC, sob pena de multa.
Requer, por fim:
1) A declaração de inexistência de débito;
2) Indenização a título de danos morais;
3) A condenação do requerido nas custas e honorários de advogado.
Em que pese as alegações do requerente, a empresa requerida jamais procedeu de forma inidônea, bem como não houve culpa quanto à inclusão do nome do requerente no SPC, razão pela qual deve a ação ser julgada totalmente improcedente, conforme será cabalmente demonstrado a seguir.
II. DA VERDADE DOS FATOS. AUSÊNCIA DE CULPA DA REQUERIDA QUANTO À INCLUSÃO NO SPC. 
Como sintetizado anteriormente, o requerente alega que a requerida incluiu, indevidamente, seu nome do rol de maus pagadores, uma vez que, mesmo após o depósito em conta do valor devido, ficou com seu nome “sujo”.
Ocorre que, não assiste razão às alegações constantes da inicial, tendo em vista que a empresa não tem participação alguma na inclusão indevida. A requerida, legalmente, por força de atraso no pagamento de débito, requereu o protesto de tal título, tendo sido emitida ordem de protesto em 14/02/2013 (DOC 02).
Em 26/02/2013, foi efetuado depósito do valor devido, acrescido de encargos. Conforme se depreende do documento em anexo (DOC. 03), no mesmo dia, a empresa requerida emitiu carta de anuência (DOC. 04), solicitando o cancelamento do protesto, em virtude do débito ter sido devidamente quitado, e conforme acordado entre as partes, enviou a carta de anuência ao requerente (DOC. 05), para que este fizesse a diligência ao cartório, no intuito de efetivar o cancelamento do protesto. 
A partir de então, tendo cumprido sua parte do combinado, acreditou a requerida que tudo estava regularizado. Todavia, não obstante o envio da carta de anuência ao requerente e o comprovante de seu recebimento, no início do corrente ano, o autor entrou em contato com a empresa requerida alegando nunca ter recebido a referida correspondência. 
Diante disto, procedeu a requerida ao reenvio da Carta de Anuência, tendo sido o AR devolvido dia 28/04/2015, constando como recebedor o requerente. Tudo de acordo com anexo (DOC. 06).
Ainda, buscando o desfecho mais rápido do imbróglio, a requerida fez o envio da carta de anuência diretamente ao cartório de protesto e título, o qual procedeu a baixa e cancelamento do protesto em 05/06/2015 ( DOC. 07).
Do exposto, resta demonstrada a inexistência de conduta culposa da requerida, bem como inexistência de nexo causal entre a conduta da requerida e o fato danoso, visto que apesar de enviada a carta de anuência, a parte requerente não cumpriu sua parte do acordo, qual seja, a utilização da carta de anuência para cancelar o protesto, conforme acordado entre as partes. Pelo contrário, apesar de ter combinado que receberia a carta de anuência para tal fim, o mesmo passou 02 anos sem informar à CFH que não havia recebido, razão pela qual, a empresa acreditou que não havia mais pendência alguma.
III. DO DIREITO
III. A) DO NÃO CABIMENTO DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA. DA APLICAÇÃO DO CÓDIGO CIVIL. 
A ação deve ser julgada totalmente improcedente, pela ausência de culpa da requerida.
Primeiramente, cumpre ressaltar que no presente caso deve ser aplicado o Código Civil, e não o Código de Defesa do Consumidor, visto que quando do fato danoso não havia mais relação de consumo entre a empresa requerida e o requerente.
Ademais, inexiste a responsabilidade da Requerida por qualquer dano sofrido pelo requerente, uma vez que, para aplicação da responsabilidade civil, faz-se essencial a constatação da existência de três pressupostos, quais sejam: a conduta omissiva ou comissiva do agente danoso, a existência efetiva do dano e o nexo de causalidade entre eles.
No caso em comento, não se mostram presentes todos os requisitos citados, não merecendo ser acolhido o pedido indenizatório, uma vez que para o deferimento da indenização faz-se necessária a cumulação dos requisitos, não sendo lícita a aplicação em virtude de um requisito isoladamente.
A indenização pelo dano moral é direito do cidadão quando ocorre a violação de suas garantias e é instrumento de prevenção e proteção contra tais. Não se podendo permitir que um instituto tão poderoso, instrumento através do qual podem ser reparadas graves injustiças, seja banalizado ou até mesmo utilizado com intuito de auto favorecimento, dando ensejo a um enriquecimento ilícito.
Para que seja devida a indenização por danos morais, esses supostos sentimentos de humilhação e de constrangimento, portanto, devem ser legítimos, ou seja, devem ter sido, de fato, sentidos pela vítima, devendo, além disso, SEREM DEMONSTRADOS A CULPA DO REQUERIDO E O NEXO DE CAUSALIDADE, o que não há no presente caso.
Não se vislumbra, conforme delineado alhures, o nexo de causalidade entre conduta da empresa e o dano supostamente sofrido. A demonstração de tal requisito é imprescindível, visto que a empresa requerida não responde objetivamente, como alega o requerente.
Nesse sentido, é a jurisprudência pátria consolidada, senão vejamos:
TJ-MG- AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - DANOS MATERIAIS E MORAIS - NÃO COMPROVAÇÃO DA CONDUTA ILÍCITA COMETIDA PELA RÉ E DO NEXO CAUSAL - PEDIDOS IMPROCEDENTES - RECURSO DESPROVIDO.
Para que se condene alguém ao pagamento de indenização por dano material ou moral é preciso que se configurem os pressupostos ou requisitos da responsabilidade civil, que são o dano, a culpa do agente, em caso de responsabilização subjetiva, e o nexo de causalidade entre a atuação deste e o prejuízo. 
 (Processo:	AC 10479110188139001 MG; Relator(a): Eduardo Mariné da Cunha; Julgamento: 23/01/2014; Órgão Julgador:	 Câmaras Cíveis / 17ª CÂMARA CÍVEL; Publicação:	04/02/2014)
TJ - SC - CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MORAL. INSCRIÇÃO DO NOME DO DEVEDOR NOS CADASTROS DE RESTRIÇÃO AO CRÉDITO. AUSÊNCIA DE IRREGULARIDADE NO ATO DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. PRESSUPOSTOS DA RESPONSABILIDADE CIVIL SUBJETIVA NÃO DEMONSTRADOS. INEXISTÊNCIA DO DEVER DE INDENIZAR. RECURSO DESPROVIDO. Para caracterização da responsabilidade civil subjetiva devem coexistir o ato ilícito, o dano, o nexo causal e a culpa. À míngua de quaisquer dos requisitos legais, não medra a pretensão indenizatória.
(Processo:	AC 160240 SC 2004.016024-0 ; Relator(a): LuizCarlos Freyesleben; Julgamento: 13/10/2005; Órgão Julgador:	Segunda Câmara de Direito Civil; Publicação:	Apelação cível n. 2004.016024-0, de Concórdia)
Os supostos prejuízos ocasionados pela inscrição indevida no SPC não se deram por culpa da Requerida. O próprio requerente, por negligência, deu causa à inclusão. A conduta da empresa, como já demonstrado, se deu dentro dos padrões legais, durante toda a vigência da relação de consumo.
Isso posto, patentemente demonstrada a ausência de requisitos ensejadores da condenação em danos morais, razão pela qual deve ser julgado improcedente o pleito indenizatório do requerente, mormente no tocante à ausência de culpa da empresa requerida e do nexo causal.
III. B) CULPA EXCLUSIVA DO CONSUMIDOR. APLICABILIDADE DO §3º, DO ART. 14, DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
Ainda, caso Vossa Excelência entenda pela aplicação do Código de Defesa do Consumidor, o que não se espera, mas se aceita em razão do princípio da eventualidade, ainda assim a ação deve ser julgada totalmente improcedente pela culpa exclusiva do consumidor, ora autor.
 Cumpre esclarecer, NOVAMENTE, que a requerida não tem nenhuma responsabilidade pelos danos supostamente causados ao requerente, tendo em vista que não há comprovação de nexo causal entre o fato danoso e a conduta da empresa. Ademais, cabalmente demonstrada a conduta lícita da empresa em protestar o título enquanto devedor e requerer, através de carta de anuência, o cancelamento do protesto quando do pagamento da dívida, conforme faz prova DOC. 03 em anexo.
Ademais, apesar de a empresa requerida enviar carta de anuência ao autor (DOC 05), conforme foi solicitado pelo mesmo, este não se preocupou em dirigir-se ao cartório para efetivar o cancelamento do protesto. PORTANTO, NÃO HAVIA COMO A EMPRESA REQUERIDA CONTROLAR A NÃO INCLUSÃO DO NOME DO REQUERENTE NO SPC. 
Por outro lado, a alegação do requerente de que a responsabilidade aplicável ao caso é objetiva, evocando o disposto do artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor, não merece guarida, uma vez que a aplicação da responsabilidade independente de culpa é cabível somente nos casos relacionados ao serviço prestado.
No caso dos autos, a ilegalidade se caracteriza como fato externo ao serviço, sem relação alguma. Nenhum nexo de causalidade foi demonstrado pelo requerente. Ademais, demonstrada a culpa exclusiva do requerente.
Inconteste o fato de que a empresa procedeu de forma idônea e legal, até mesmo quando deu ordem de protesto do título, diante de inadimplemento. Ocorre que, efetuado o pagamento, a requerida, conforme acordado entre as partes, enviou ao requerente carta de anuência, considerando, naturalmente, que estava resolvida e normalizada a situação. A PARTIR DAÍ, A ATUAÇÃO DA EMPRESA NÃO MAIS DE PERDURARIA!
Aplica-se ao caso, na verdade, a exceção do §3º do artigo 14, in verbis:
Art. 14 – omissis
§ 3° O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro.
 
PATENTEMENTE DEMONSTRADA, NO CASO, A CULPA EXCLUSIVA DE CONSUMIDOR EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE.
É neste sentido a Jurisprudência atual:
APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE INDENIZAÇÃO - QUEDA EM SUPERMERCADO - PISO MOLHADO - NÃO COMPROVAÇÃO - CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA - INDENIZAÇÃO INDEVIDA - RECURSO IMPROVIDO. A alegação de que o piso do local se encontrava molhado no momento do acidente não foi comprovada, conforme de observa da prova testemunhal produzida. A responsabilidade do fornecedor de serviços deve ser afastada em razão da ocorrência de culpa exclusiva da vítima (art. 14, § 3º, II, CDC) que sofreu danos em razão de queda no interior do estabelecimento.
(TJ-MG - AC: 10024110180361002 MG , Relator: Rogério Medeiros, Data de Julgamento: 09/05/2013, Câmaras Cíveis / 14ª CÂMARA CÍVEL, Data de Publicação: 17/05/2013)
RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE REPETIÇÃO DE INDÉBITO E DANOS MORAIS. FRAUDE. AUTORA QUE FORNECE SEUS DADOS E SENHA PESSOAL VIA TELEFONE. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. INTELIGÊNCIA DO ART. 14, § 3º, II DO CDC. AUSÊNCIA DO DEVER DE INDENIZAR. SENTENÇA MANTIDA POR SEUS PRÓPRIOS FUNDAMENTOS. Recurso desprovido. Diante do exposto, resolve esta Turma Recursal conhecer do recurso interposto e, no mérito, negar provimento, nos exatos termos da fundamentação acim (TJPR - 2ª Turma Recursal - 0025968-62.2014.8.16.0182/0 - Curitiba - Rel.: Marcelo de Resende Castanho - - J. 13.08.2015)
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. QUEDA DA AUTORA NA ENTRADA DO ESTABELECIMENTO COMERCIAL DO RÉU. PISO MOLHADO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. EXCLUDENTE DE RESPONSABILIDADE DEMONSTRADA. ART. 14, § 3º, INCISO II DO CDC. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. DEVER DE SEGURANÇA DISPOSTO NO ART. 6º, INCISO I DO CDC CUMPRIDO. FORNECEDOR QUE NÃO DEIXA DE TOMAR PRECAUÇÕES EM RAZÃO DAS CIRCUNSTÂNCIAS FÁTICAS NO DIA DOS FATOS. CHUVA TORRENCIAL NO MOMENTO DA QUEDA, OCORRIDA NA PORTA DE ENTRADA DO RESTAURANTE, DIVERSAMENTE DO QUE ALEGADO NA INICIAL, SEM QUE O CONSUMIDOR TENHA SE UTILIZADO DOS MEIOS POSTOS A SUA DISPOSIÇÃO, PARA SECAGEM DOS CALÇADOS, AO DESVIAR DOS TAPETES, TOALHAS E JORNAIS, E O FAZ DE MANEIRA APRESSADA, COMO QUEM TENTA "FUGIR DA CHUVA". INSUBSISTÊNCIA DA RESPONSABILIDADE DO RÉU. ROMPIMENTO DO NEXO DE CAUSALIDADE. Sendo a responsabilidade nas relações de consumo objetiva, cabe ao réu demonstrar, para isentar-se do dever de indenizar, que, na forma do art. 14, § 3º do Código de Defesa do Consumidor, tendo prestado o serviço, que o defeito inexiste e a culpa exclusiva do consumidor, como no presente caso, rompendo-se assim o nexo causal entre o ato do fornecedor e o dano. Constatados estas circunstâncias, inexiste o dever de indenizar por parte do fornecedor. RECURSO PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA.
(TJ-SC - AC: 20130049693 SC 2013.004969-3 (Acórdão), Relator: Artur Jenichen Filho, Data de Julgamento: 21/07/2013, Câmara Especial Regional de Chapecó Julgado)
Patente a impossibilidade da empresa requerida, que não concorreu para o evento danoso, ser responsabilizada. Além disso, a empresa foi diligente no cumprimento da lei, procedendo com o pedido de retirada de protesto, com vistas a impedir a negativação do nome do requerente, tão logo quando comprovado o pagamento do débito.
Portanto, ausente a responsabilidade da empresa requeria, eis que patentemente demonstrada a culpa exclusiva do requerente, razão pela qual deve ser a ação julgada totalmente improcedente.
III. C) DO QUANTUM INDENIZATÓRIO
 
Caso Vossa Excelência entenda que restou configurada a responsabilidade objetiva da requerida pagamento de dano moral ou demonstrada a culpa da empresa pelo, o que não se espera, mas se admite em razão do princípio da eventualidade, a fixação do quantum indenizatório deverá ser feita de modo proporcional e o mais razoável possível.
Como se sabe, o ressarcimento do dano moral, é uma forma de compensar sofrimento causado, não pode, porém ser fonte de enriquecimento ou de abusos, devendo a sua importância ser moderada.
Antônio Jeová Santos, em sua obra “Dano Moral Indenizável”, 3ª ed, faz uma relação de elementos que devem ser observados, dentre eles, evitar o enriquecimento injusto, vejamos:
“A reparação de um dano moral, seja qual for a espécie, não deve significar uma mudança de vida para a vítima ou para a sua família. Uma forma de enriquecimento surgida da indenização. 
O dano moral não pode servir a que vítimas ou pseudovítimas vejam sempre a possibilidade de ganhar um dinheiro a mais, enriquecendo-se diante de qualquer abespinhamento. É certo que o dinheiro tem um valor compensatório e que permite à vítima algumas satisfações que trazem apazimento, que sirvam como sucedâneo do dano moral padecido. Esse direito da vítima não pode se tornar em benefício excessivo ou que não guarde correlação com o ressarcimento de outros danos e com as circunstâncias gerais de uma comunidade”.
 
De acordo com essa linha, os Tribunais Pátrios têm se posicionado da seguinte maneira:
APELAÇÃO CÍVEL. DIREITOPRIVADO NÃO ESPECIFICADO. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO CUMULADA COM ANULATÓRIA DE TÍTULO DE CRÉDITO E INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. ARBITRAMENTO DO DANO MORAL. Caracterizado o dano moral à pessoa jurídica com o protesto de dívida não existente, a indenização não deve ser irrisória, de modo a fomentar a reincidência, nem deve ser desproporcional ou exagerada, de modo a acarretar enriquecimento, justificando-se, no caso, o arbitramento da sentença, conforme as circunstâncias e os julgamentos de casos análogos. (Apelação Cível Nº 70061238812, Vigésima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Carlos Cini Marchionatti, Julgado em 24/09/2014; Diário da Justiça do dia 29/09/2014).
TJ-SP-RESPONSABILIDADE POR ILÍCITO CIVIL EXTRACONTRATUAL. NEGATIVA DE CELEBRAÇÃO DE CONTRATO DE CONTA CORRENTE. INSCRIÇÃO DESABONADORA. PREJUÍZOS DE ORDEM MORAL QUE SE CONCRETIZAM A PARTIR, SÓ, DA INSCRIÇÃO. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. INCIDÊNCIA DO VERBETE N. 479 DAS SÚMULAS DO STJ. DANOS MORAIS. ARBITRAMENTO EM VALOR RAZOÁVEL PORQUE DEVE REFLETIR O BINÔMIO REPARAÇÃO/REPRIMENDA SEM RESVALAR PELO ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA. INDENIZAÇÃO FIXADA EM PRIMEIRO GRAU MANTIDA, MESMO PORQUE NÃO é SUPERIOR À COSTUMEIRAMENTE ARBITRADA NESTA C. CÂMARA PARA CASOS ANÁLOGOS. RECURSO A QUE SE NEGA SEGUIMENTO.
(Processo:	APL 0041303520088260040 SP 0004130-35.2008.8.26.0040; Relator(a): Araldo Telles; Julgamento: 15/06/2011; Órgão Julgador:	10ª Câmara de Direito Privado; Publicação:	22/07/2014)
STJ-CIVIL E PROCESSUAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. ATROPELAMENTO. MORTE. DANO MORAL. FIXAÇÃO EM PATAMAR EXCESSIVO. REDUÇÃO. POSSIBILIDADE. PENSÃO ALIMENTÍCIA. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO DE DEPENDÊNCIA ENTRE OS RECORRIDOS. SÚMULA 7/STJ. 1. O critério que vem sendo utilizado por essa Corte Superior na fixação do valor da indenização por danos morais, considera as condições pessoais e econômicas das partes, devendo o arbitramento operar-se com moderação e razoabilidade, atento à realidade da vida e às peculiaridades de cada caso, de forma a não haver o enriquecimento indevido do ofendido, bem como que sirva para desestimular o ofensor a repetir o ato ilícito. 2. A redução do "quantum" indenizatório a título de dano moral é medida excepcional e sujeita a casos específicos em que for constatado abuso, tal como verificado no caso. (Processo:	REsp 747474 RJ 2005/0074322-4; Relator(a): Ministro HONILDO AMARAL DE MELLO CASTRO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/AP); Julgamento: 02/03/2010; Órgão Julgador: T4 - QUARTA TURMA; Publicação: DJe 22/03/2010)
O arbitramento não prescinde de uma avaliação comparada entre o dano e o quantum arbitrado, com vistas a combater o enriquecimento sem causa. Uma vez que, repita-se, a indenização por dano moral não tem o condão de aumentar o patrimônio do ofendido, mas serve para um propósito específico e totalmente ligado ao sofrimento experimentado. Deve ser proporcional.
Conforme cabalmente demonstrado, não há responsabilidade da empresa. Porém, se entender cabível, deve ser fixada indenização mediante arbitramento judicial, segundo os melhores critérios doutrinários e jurisprudenciais, como a natureza da ofensa, a repercussão do fato, extensão do dano, o grau de culpa.
Desta forma, a Requerida desde logo requer que seja afastada qualquer pretensão de condenação ao pagamento de indenização resultante de dano, em face da sua inexistência, impugnando por consequência o valor exorbitante requerido na exordial.
IV. DO PEDIDO
PELO EXPOSTO, requer:
	
a) A improcedência da presente ação, pela inexistência de responsabilidade da empresa requerida, tendo em vista não haver nexo de causalidade entre o dano supostamente sofrido e a conduta da empresa;
b) Caso Vossa Excelência entenda que seja aplicado o Código de Defesa do Consumidor, aplicando-se assim a Responsabilidade Objetiva, ainda assim requer a improcedência total da presente ação, tendo em vista a culpa exclusiva do consumidor, , nos termos do artigo 14, § 3°, inciso II, do CDC;
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.
Pede deferimento.
Teresina-PI, 21 de Agosto de 2015.
 
Audrey Martins Magalhães Fortes
OAB/PI 1.829
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