Buscar

PETIÇÃO INICIAL RAFAEL

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUÍZ (A) DE DIREITO DA 
___ VARA CÍVEL DA COMARCA DE ____ESTADO DE____. 
 
 
RAFAEL SANTOS NETO, brasileiro, solteiro, pessoa física regularmente inscrita no 
RG xxxxxx e no CPF nº xxxxxxxx, residente e domiciliado na Rua xxx Casa xx, Quadra 
xxx, Bairro xxxx, CEP –xxxx, Rio de Janeiro, RJ, representado por sua advogada que a 
esta subscreve (doc. anexo), in fine assinado, com endereço profissional contido no 
rodapé da presente, local onde recebe as intimações e notificações de estilo, vem com a 
devida vênia perante a augusta presença de Vossa Excelência, propor a presente: 
 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO C/C INDENIZAÇÃO 
POR DANOS MORAIS E PEDIDOS DE TUTELA DE URGÊNCIA 
 
Em face da empresa PÃO GOSTOSO DO SEU ZÉ pessoa jurídica de direito privado, 
inscrita no CNPJ Filial sob o n.º xxxxxxxx podendo ser localizado na xxxxxxxx CEP 
xxxxxx, Maranhão, pelos fatos e fundamentos adiante aduzidos: 
 
I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA 
Requer a V.Exa. a concessão dos benefícios da Justiça Gratuita, nos termos da lei n.º 
5.584/70 c/c o artigo 5º, inciso LXXIV da CF/88, artigo 98 NCPC c/c nova redação dada 
pela Lei n.º 7.510/86, e alterações, uma vez que a Requerente não possui condições de 
custear as despesas do processo, sem prejuízos do seu sustento próprio e de sua família, 
conforme declaração de pobreza, anexa. 
 
II - DOS FATOS 
No dia 26 de março de 2021, o reclamante ao tentar realizar seu sonho de comprar sua 
primeira moto, realizou uma análise de credito para ver como estava sua situação. 
Ocorre que para sua surpresa, o reclamante notou uma cobrança indevida no nome da 
empresa PÃO GOSTOSO DO SEU ZÉ, empresa pela qual está localizada no Maranhão. 
Ora, Vossa Excelência, o reclamante além de ser nascido e criado no estado do Rio de 
Janeiro, sempre honrou com seus compromissos financeiros, quitando todas as suas 
dívidas. 
Em virtude disso, teve seu sonho frustrado e profunda dor pela humilhação de ver seu 
nome negativado por algo que não cometeu. 
Após inúmeras tentativas de ligar para a empresa reclamada afim de resolver tal situação 
e não conseguir, o reclamante recorre ao judiciário para sanar tal problema e buscar por 
justiça. 
No começo do mês de xxxxx do ano de xxxx, o Reclamante ao tentar obter crédito no 
comercio local, teve a surpresa de constatar que havia negativação em seu nome, razão 
pela a qual o crédito não pode ser concedido. 
Doutor Magistrado sabe o quão importante é ter um nome sem restrição, até mesmo para 
poder custear o seu sustento, a situação atual de um brasileiro é a mercê de um credito 
parcelado, e como o Reclamante, obterá esse crédito se o mesmo consta os seus dados 
como inadimplente, de uma divida o qual não contraiu e desconhece a mesma. 
Insta frisar-se que o reclamante nunca recebeu qualquer tipo de cobrança a respeito do 
suposto débito, nem ter sido notificada previamente quanto à inclusão de seus dados no 
cadastro restritivo ao crédito, vindo a ferir o art. 43, § 2º do CDC, caso contrário naquela 
ocasião poderia tentar de forma administrativa a resolução do caso. 
Em virtude do ocorrido, o Requerente experimentou situação constrangedora, 
angustiante, tendo sua moral abalada, face à indevida inscrição de seu nome no cadastro 
de inadimplentes com seus reflexos prejudiciais, sendo suficiente a ensejar danos morais. 
 
III – DO DANO MORAL 
Excelência, o direito do Reclamante está evidente, a Reclamada age de má-fé ao imputar 
débitos indevidos ao consumidor, uma vez que a responsabilidade objetiva, contida no 
art. 37, parágrafo 6º, da Constituição Federal, independe da comprovação da culpa ou 
dolo do agente; ainda que não exista culpa ou dolo, as pessoas jurídicas de direito privado, 
prestadoras de serviço público, responderá pelo dano causado por seus agentes, uma vez 
comprovada, simplesmente, a relação de causalidade. 
Neste entendimento Gagliano e Stolze, traz: 
“entretanto, hipóteses há em que não é necessário sequer ser caracterizada a culpa. 
Nesses casos, estaremos diante do que se convencionou chamar de “responsabilidade 
civil objetiva”. Segunda tal espécie de responsabilidade, o dolo ou culpa na conduta do 
agente causador do dano é irrelevante juridicamente, haja vista que somente será 
necessária a existência do elo de causalidade entre o dano e a conduta do agente 
responsável para que surja o dever de indenizar. (Gagliano, Pablo Stolze, 10º ed. rev. 
Atual e ampl-São Paulo, saraiva, 2012). 
O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL tem proclamado que “a indenização, a título de 
dano moral, não exige comprovação de prejuízo"(RT 614/236), por ser este uma 
consequência irrecusável do fato e um"direito subjetivo da pessoa ofendida"(RT 
124/299). 
A Constituição Federal de 1988 preceitua em seu artigo 5º, inciso X, que: 
Art. 5º. Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-
se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à 
vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
(...) X - São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua 
violação; 
Dessa forma, claro é que a empresa requerida, ao cometer imprudente ato, afrontou 
confessada e conscientemente o texto constitucional acima transcrito, devendo, por isso, 
ser condenada à respectiva indenização pelo dano moral sofrido pelo requerente. 
O direito do Reclamante está amparado pelo Código civil, uma vez que o ato ilícito 
praticado pela requerida gera o dever de ressarcir, assim vejamos: 
"Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, 
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato 
ilícito". 
Conforme observado ainda que aquele que comete o ato ilícito deverá ressarcir ainda que 
moral, no mesmo sentido preceitua o artigo 927, caput, do Código Civil: 
"Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica 
obrigado a repará-lo." 
Desta forma, a inclusão do nome do Autor no cadastro dos serviços de proteção ao crédito, 
não eximi a exclusão da responsabilidade da empresa Requerida pela reparação do dano 
causado, pelo qual responde, como observa BITTAR: 
“a reparação representa meio indireto de devolver-se o equilíbrio às relações privadas, 
obrigando-se o responsável a agir, ou a dispor de seu patrimônio para a satisfação dos 
direitos do prejudicado”. (CARLOS ALBERTO BITTAR, Responsabilidade civil, ed. 
Forense, 1990, pág. 3). 
O Ministro Oscar Correa, em acórdão do STF (RTJ 108/287), ao falar sobre dano moral, 
bem salientou que"não se trata de pecúnia doloris, ou pretiumdoloris, que se não pode 
avaliar e pagar; mas satisfação de ordem moral, que não ressarce prejuízo e danos e abalos 
e tribulações irreversíveis, mas representa a consagração e o reconhecimento pelo direito, 
do valor da importância desse bem, que é a consideração moral, que se deve proteger 
tanto quanto, senão mais do que os bens materiais e interesses que a lei protege."Disto 
resulta que a toda injusta ofensa à moral deve existir a devida reparação. 
 
O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA, já decidiu que no caso do dano in reipsa, não 
é necessária a apresentação de provas para demonstrar a ofensa moral da pessoa, uma vez 
que a inclusão nos cadastros de inadimplente, o fato por si só já configura o dano, “a 
própria inclusão ou manutenção equivocada configura o dano moral in reipsa, ou seja, 
dano vinculado à própria existência do fato ilícito, cujos resultados são presumidos" (Ag 
1.379.761). 
O CDC, que tanto tem amparado os direitos dos consumidores, adotando a Teoria da 
Responsabilidade Objetiva, é imperativo em aduzir que os fornecedores de produtos e 
serviços respondem pelos danos causados aos consumidores, independentemente deculpa. In literis: 
“Art. 14 - O fornecedor de serviços responde independentemente da existência de culpa, 
pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação 
dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua 
fruição e riscos. 
§ 1º - O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele 
pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais: 
I - o modo de seu fornecimento; 
II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam.” (destacou-se) 
Observa-se que o Estatuto Consumerista é incisivo quando da necessidade de segurança 
na colocação de produtos e serviços oferecidos ao mercado, quando dispõe que o 
fornecedor de serviços responde, independentemente da existência da culpa, pela 
reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação 
de serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e 
riscos. 
Neste diapasão, entendimento jurisprudencial é no sentido de que uma vez caracterizado 
o dano, deve ser indenizado, independentemente de comprovação do prejuízo: 
"Caracterizada a ilicitude no procedimento, nasce para o réu a responsabilidade de 
indenizar" (ACV n. 39.892, de Blumenau, rel.Des. Wilson Guarany). 
Cumpre-nos asseverar que o entendimento jurisprudencial majoritário é no sentido de que 
não há necessidade de prova efetiva do abalo de crédito, para a caracterização da 
obrigação de indenizar o dano moral. Ora, ao ser compelido a pagar dívida oriunda de 
produtos e serviços que não contratou, teve a Autora que se socorrer de advogado para 
ajuizar a presente ação, gerando-lhe mais transtornos e dispêndios financeiros, com a 
contratação de serviços advocatícios. Contudo, o cerne do presente conflito de interesses 
reside na existência de responsabilidade civil, da Ré, pelos danos morais que tem 
experimentado a Autora, em razão da cobrança indevida por serviços e produtos não 
fornecidos pelas Rés. 
 
Atualmente, a doutrina e jurisprudência, de modo seguro, tranquilo e pacífico, 
consolidam o entendimento no sentido de que, em conformidade com o ordenamento 
jurídico brasileiro, o dano moral puro deve ser reparado mediante indenização. 
 
IV - DA FIXAÇÃO DO VALOR DA INDENIZAÇÃO 
Em que pese o grau de subjetivismo que envolve o tema da fixação da reparação, vez que 
não existem critérios determinados e fixos para a quantificação do dano moral, a 
reparação do dano há de ser fixada em montante que desestimule o ofensor a repetir o 
cometimento do ilícito. 
Diante da verificação do ato ilícito provocado pela parte Requerida, deverá o juízo 
aquilatar um valor que seja compatível com a lesão provocada ao Requerente, posto que, 
os danos ocasionados são vultosos e gravíssimos. Dessa forma, o valor reparatório 
aplicado pelo juízo não poderá ser um valor tão ínfimo que provoque o descrédito da 
justiça. 
Nesse sentido, deverá o quantum indenizatório ser justo, prudente e correto, sempre 
observando a Teoria do Desestímulo ou “The Punitive Damage”, a fim de o valor a 
indenizar exprimir caráter repressivo e pedagógico. Isto é, para que se compense 
efetivamente ao Requerente e, ao mesmo tempo, venha punir a Requerida, é necessário 
que a indenização por dano moral venha a pesar no bolso desta, servindo a ela e à 
sociedade, como um poderoso fator de desestímulo a novas práticas ilícitas. 
Sobre o tema, veja-se a jurisprudência do Tribunal de Justiça do Pará: 
APELAÇÃO CÍVEL EM SEDE DE AÇÃO DE REPARAÇÃO POR DANOS 
MORAIS. INSCRIÇÃO INDEVIDA EM ÓRGÃO DE CADASTRO DE 
RESTRIÇÃO AO CRÉDITO. INEXISTÊNCIA DE DÉBITO. CONFISSÃO DA 
EMPRESA RECORRENTE. DANO MORAL IN RE IPSA. APLICAÇÃO DA 
TEORIA DO DESESTÍMULO OU PUNITIVE DAMAGE. CARÁTER 
PEDAGÓGICO E REPRESSIVO. PRINCÍPIOS DA RAZOABILIDADE E DA 
PROPORCIONALIDADE. JUROS DE MORA DEVIDOS DESDE A CITAÇÃO À 
TAXA DE 0,5% AO MÊS ATÉ O DIA 10.01.2003 E, A PARTIR DE 11.01.2003, À 
TAXA DE 1% AO MÊS. CORREÇÃO MONETÁRIA DEVIDA DESDE A 
SENTENÇA. INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 362 DO STJ. RECURSO CONHECIDO 
E PARCIALMENTE PROVIDO À UANIMIDADE. (200830071772 PA 2008300-
71772, Relator: CLAUDIO AUGUSTO MONTALVAO DAS NEVES, Data de 
Julgamento: 17/08/2009 Data de Publicação: 20/08/2009) (destacamos). 
Desta feita, requer seja a indenização aplicada visando punir a Requerida do ato ilícito de 
maneira que sirva de desestímulo a novas práticas ilícitas (inscrição indevida do nome 
no rol de devedores), a fim de exprimir caráter repressivo e pedagógico, sempre em 
atenção aos princípios da proporcionalidade e capacidade econômica das partes. 
 
 
V – DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 
Percebe-se, outrossim, que o requerente deve ser beneficiado pela inversão do ônus da 
prova, pelo que reza o inciso VIII do artigo 6º do Código de Defesa do Consumidor, tendo 
em vista que a narrativa dos fatos encontra respaldo nos documentos anexos, que 
demonstram a verossimilhança do pedido conforme disposição legal: 
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: 
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, 
ao seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou 
quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências; 
O requerimento ainda encontra respaldo em diversos estatutos de nosso ordenamento 
jurídico, a exemplo do Código Civil, que evidenciam a pertinência do pedido de reparação 
de danos. 
Além disso, segundo o Princípio da Isonomia, todos devem ser tratados de forma igual 
perante a lei, mas sempre na medida de sua desigualdade. Ou seja, no caso ora debatido, 
o requerente realmente deve receber a supracitada inversão, visto que se encontra em 
estado de hipossuficiência, uma vez que disputa a lide com uma empresa de grande porte, 
que possui maior facilidade em produzir as provas necessárias para a cognição do 
Excelentíssimo magistrado. 
 
VI - DA TUTELA DE URGÊNCIA 
O Requerente encontra-se atualmente com o seu crédito abalado, sem condições de 
efetuar qualquer transação comercial a prazo, suportando danos difíceis de serem 
prontamente reparados, tudo isso em razão da conduta ilícita da empresa Demandada. 
A tutela de urgência é medida assaz urgente e necessária, vez que, com a negativação de 
seu nome, o Requerente está impedido de ter a liberação de créditos no comércio, de 
promover financiamentos e outros atos que dependam de ter o nome limpo, sem quaisquer 
restrições nos cadastros desabonadores de crédito, além de sofrer os mais diversos danos 
de ordem moral e patrimonial. 
Assim, preconiza o Código de Processo Civil: 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem 
a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
Ademais, inexiste perigo de irreversibilidade do provimento, vez que, a qualquer 
momento, poderá ser revogado e a inclusão refeita. Neste sentido: 
“já a possibilidade de inscrição do nome do autor nos órgãos de proteção ao crédito, por 
si só, configura o periculum in mora, face à restrição que a parte sofrerá na sua vida 
financeira, além do dano de natureza moral. Ressalta-se, por fim, que os réus em nada 
serão prejudicados com o deferimento da liminar, face à reversibilidade das 
medidas.” (TJDF – Processo 2004.03.1.008862-7 – Rel. Juíza DELMA SANTOS 
RIBEIRO) (negritamos). 
Destarte, com amparo no art. 303 do Código de Processo Civil Brasileiro e art. 84 do 
Código de Defesa do Consumidor, diante da manifesta prova aportada aos autos, se faz 
necessário a concessão liminarmente da tutela de urgência para: 
- que a Requerida proceda com a imediata retirada do nome do Autor dos Órgãos de 
Proteção ao Crédito, propendendo de imediato, estancar os danos da conduta ilícita e 
arbitrária. É medida que se impõe, não só pela ilegitimidade do débito, mas, 
especialmente, pelo fatoda existência da presente discussão judicial a respeito do débito, 
sob pena de aplicação de multa, nos termos do art. 537, do CPC, propendendo de 
imediato, estancar os danos da conduta ilícita e arbitrária. 
 
VII - DOS PEDIDOS 
Diante de tudo que fora exposto, requer a Vossa Excelência, digne-se: 
1. Sejam deferidos os benefícios da gratuidade da justiça e assistência judiciária 
gratuita, nos termos do art. 98 e seguintes do CPC e da Lei 1.060/1950; 
2. Considerando a relevância dos fundamentos e o receio de ineficácia do provimento 
final, seja liminarmente concedida a TUTELA DE URGÊNCIA, visando assegurar a 
viabilidade da realização do direito, determinando à Requerida que efetue imediatamente 
a exclusão do nome do Requerente dos órgãos restritivos (SPC/SERASA). Faz-se 
necessário o arbitramento de multa diária de R$ xxxx, para o caso de descumprimento da 
ordem judicial; 
3. A citação da empresa Requerida no endereço acima declinado, com os benefícios do 
art. 212, § 2º, do CPC, para acompanhar a presente ação até o final, e, querendo, 
apresentar contestação no prazo legal, sob pena da revelia e confissão; 
4. Sejam aplicados os preceitos contidos no CDC, bem como determinada a inversão do 
ônus da prova, com fundamento no art. 6º, inc. VIII, do CDC, tendo em vista a 
verossimilhança das alegações apresentadas e a hipossuficiência do Requerente na 
produção de demais provas, ambos os requisitos manifestos nos autos; 
5. Seja a presente AÇÃO JULGADA PROCEDENTE, declarando a inexistência de 
relação jurídica entre as partes demandantes, confirmando, por conseguinte, os efeitos da 
tutela liminar, bem como a condenação da empresa Requerida ao pagamento de R$ 
xxxxxx a título de danos morais em benefício da vítima, ora Requerente; 
6. Por fim, a condenação da Requerida no pagamento das custas processuais e honorários 
advocatícios de 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, devidamente atualizada, 
conforme o artigo 85 do CPC. 
Protesta pela produção de todos os meios de prova em Direito admitidas, especialmente 
pelo depoimento pessoal do representante da Requerida, oitiva de testemunhas, prova 
pericial, juntada de novos documentos e outras que se fizerem necessárias à comprovação 
das alegações aqui contidas, o que se diz com arrimo no art. 369 do CPC. 
Dar-se-á a presente causa, com fulcro no art. 292 do CPC, o valor de R$ xxxxxx para 
efeito de alçada e fiscal. 
Nestes termos, pede deferimento. 
Rio de Janeiro, RJ, 14 de abril de 2021. 
 
BEATRIZ PACHECO MACHADO BOTELHO 
OAB Nº XXXX

Outros materiais