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Aula 1 O Serviço Social no Capitalismo

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O Serviço Social no Capitalismo
Para muitos pensadores sociais, economistas e outros, a definição de capitalismo se dá, pela sua forma de organização global, como sendo o sistema econômico mundial
O livre mercado é uma das primeiras características do sistema capitalista, pois os donos das empresas, patrões, exigiam uma maior autonomia na produção e, com as suas propriedades, visavam a obtenção de lucros. 
As crises do sistema capitalista são cíclicas e periódicas, oriundas dos problemas de acumulação do capital, sendo sempre econômicas e não culturais, religiosas, entre outras dimensões, porém se relacionam entre si e afetam diretamente o modo de produção.
Cada crise da economia é diferente uma da outra, devido aos momentos em que se desenvolvem. 
Marx e Engels, nos livros Manuscritos Econômico-Filosóficos (2002) e em A Ideologia Alemã (1986), afirmam que o trabalho é a ferramenta para as atividades da economia política, sendo esse o responsável pela produção da riqueza social. 
A riqueza social, bens materiais, que são produzidos pela sociedade para a sua reprodução social, no modelo de produção capitalista, não possuem uma divisão igualitária, gerando as classes sociais antagônicas. O que ocorre é a apropriação desses bens, que são produzidos através do trabalho da classe operária, pelos donos dos meios de produção. 
Os bens materiais se concretizam através da força do trabalho do homem, e se valorizam através do que se chama de mercadoria.
A mercadoria deve ser levada sempre em consideração por dois pontos de vista: o de quantidade ou qualidade. Todos os produtos, depois que se tornam mercadoria, passam a ter certos valores. Para Marx, a mercadoria é definida por dois fatores: Valor de Uso e Valor de Troca. 
Sendo assim, o valor de uso depende da necessidade de utilidade de um determinado “bem”, para cada pessoa. O valor de troca pode ser medido, pois está baseado na propriedade de cada produto. 
O capital se expande pelo modelo de produção, pelo que se chama de apropriação da mais-valia, que é o valor total de trabalho empregado na produção de mercadoria, ou seja, é o trabalho excedente que não é pago. “Todo o sistema de produção capitalista repousa no fato de que o trabalhador vende sua força de trabalho como mercadoria” (MARX, 1985, p. 48).
Para Marx (1985), sempre haverá injustiça social neste modelo de sociedade capitalista, devido ao trabalhador produzir para seu patrão muito mais que o próprio valor que custa para a sociedade.
Antes do surgimento da indústria capitalista existiam crises econômicas, que eram originadas das calamidades naturais, como as cheias, secas, doenças, epidemias e, entre outros fatores, até mesmo as guerras. Nessas situações não era disponibilizada alimentação e outros produtos para garantir e atender às necessidades imediatas, ou seja, crise de subprodução. 
Na sociedade fundamentada na economia capitalista existe uma contradição que acontece, as crises econômicas que são geradas pela superprodução.
O início de uma crise capitalista se dá por uma diminuição das atividades econômicas, ou seja, pelo desaquecimento da economia. Em seguida vem a fase de depressão, que é caracterizada pela diminuição das atividades econômicas, resultando em queda dos lucros, aumentando o índice de subemprego e desemprego, além da diminuição dos salários. Após afetar toda classe de produção, o capital começa uma nova fase de crescimento, que significa sua recuperação, até iniciar um novo ciclo.
O que ocorre é a produção de grande quantidade, mas que a população não tem como comprar. 
Na relação capital x trabalho (patrão x trabalhador) existem interesses completamente diferentes, pois o que favorece economicamente uma classe desfavorece a outra. 
Os patrões precisam manter seu lucro e lutam por isso, já os trabalhadores lutam por melhores salários e ampliação dos direitos trabalhistas.
 A maioria dos consumidores das mercadorias são os próprios trabalhadores, que, com salários reduzidos, não conseguem acompanhar a oferta das mesmas em que são produzidas, e assim a produção fica além do consumo.
 Com a pouca aquisição de mercadorias, geram-se os estoques, diminuindo assim a produção. 
Diante disso, conclui-se que o capitalista, ou seja, o patrão, precisa manter os lucros mantendo os salários baixos, acabando com o poder de aquisição para obtenção dos lucros e com isso causando o desemprego, que por sua vez diminui os salários, aumentando a oferta de mão de obra. 
Cada classe social, capitalistas (patrões) e trabalhadores, reage de maneira diferenciada às crises cíclicas da economia capitalista. Para a primeira classe significa que seu poder econômico está ameaçado, e para a outra classe, a dos trabalhadores, estes são afligidos, no que diz respeito à sua condição de trabalho, tanto materialmente como subjetivamente, através de reflexos como o desemprego, perdas salariais, crescimento do chamado exército de reserva de mão de obra, desarticulação das suas organizações e lutas de classes.
Para lanni (1992, p. 11), o significado de globalização é: “expressa um novo ciclo de expansão do capitalismo, como modo de produção e processo civilizatório de alcance mundial”
Para o profissional de Serviço Social entender e intervir em todas essas dimensões na atual conjuntura econômica em que a sociedade se encontra, necessita ter uma visão complexa para que possa, de forma teórico-prática, realizar suas atribuições como profissional, tanto nas políticas públicas, como também na elaboração de novas teorias profissionais.
A profissão está regulamentada como sendo liberal, dispondo de certa autonomia no seu exercício profissional, mas o assistente social, como outro trabalhador, é um assalariado, pois vende sua força de trabalho especializada. 
Para Iamamoto (2007), essa situação faz com que o assistente social tenha seu trabalho apropriado por empregadores, fazendo com que o profissional técnico não tenha muita autonomia nas suas ações. 
Os assistentes sociais precisam desenvolver ações propositivas, com metas de intervenções que busquem atender a demanda da população de usuários do Serviço Social. 
O desenvolvimento do modelo de produção que está enraizado no sistema capitalista gera o desequilíbrio social, através da desigualdade de classes e das expressões geradas pelas questões sociais, que configuram a realidade contemporânea e precisam ser compreendidas e analisadas criticamente pelo assistente social. 
O profissional de Serviço Social deve estar em constante aprendizado com a realidade cotidiana, necessitando conhecer novas possibilidades de demanda e de intervenção, podendo intervir transformando-as através das instrumentalidades nos espaços onde o Serviço Social está presente. 
O assistente social precisa ser um profissional propositivo e não apenas executor de tarefas cotidianas.
Muitos dos profissionais, nas suas práxis sociais, ainda estão com uma visão retrógrada, com práticas baseadas no imediatismo, fragmentando assim o que foi conquistado coletivamente por outros assistentes sociais no decorrer da história teórico-metodológica da profissão.
O princípio centralizador da profissão está na emancipação dos usuários do Serviço Social, através da garantia de direitos sociais, tendo como mecanismos as políticas públicas sociais, através de uma atuação teórica, crítica e reflexiva que se concretiza através do Projeto Ético-Político do Serviço Social. 
O Projeto Ético-Político tem como objetivo nortear a prática da profissão, buscando efetivar a prática na busca da transformação e mudanças coletivas através da garantia dos direitos sociais. É importante defender esse projeto, pois a partir de então estará comprometido a atuar contra as mazelas da nova ordem social.
O assistente social deve sempre defender um novo modelo de sociedade, onde a distribuição da riqueza deve ser igualitária, estimulando o desenvolvimento de novas políticas públicas, através de projetos e programas que garantam aos usuários do Serviço Social os seus direitos sociais.
O Serviço Social, sendo uma profissãosituada na divisão societária do trabalho, tem seu fazer e agir perante as demandas impostas pela ordem social vigente, dos diferentes setores das classes sociais. 
Essas necessidades e/ou demandas dos sujeitos se tornam os objetos de ação profissional do Serviço Social, mas como estão fundamentadas no mecanismo do sistema capitalista, se tornam questões imediatas a serem resolvidas, e muitas delas relacionadas com a dependência da produção e reprodução material da vida desses indivíduos, chamados nos dias atuais de usuários das políticas de assistência social. 
Para que o assistente social supere essa prática imediatista, que impede uma transformação social, é necessário que compreenda as mais diversas determinações sociais que estão impostas nas novas configurações societárias. 
A atuação do profissional de Serviço Social está inteiramente ligada aos limites do sistema capitalista e sua expansão, onde se fundamenta na exploração do ser humano pelo próprio ser humano. 
A primeira escola de Serviço Social surgiu na cidade de São Paulo, no ano de 1936, sendo que os primeiros profissionais foram formados para atender as demandas sociais impostas pela sociedade, através das primeiras políticas sociais. 
As ações da profissão têm uma ligação com a Igreja Católica, através de particularidades de benevolência, filantropia e caridade,
A profissão surge e se fortalece na divisão social do trabalho, através do desenvolvimento do sistema capitalista e na expansão dos centros urbanos, em um momento onde há hegemonia do capital, emergindo assim as questões sociais.
Ao se analisar a história do Brasil, a Era Vargas, onde se deu o início da profissão no país, tem uma grande influência, devido aos conflitos gerados, sendo a violência uma das características do período, pela prova de superação da luta da classe contra a repressão e a tortura. 
Entre as décadas de 40 e 50 acontece um processo de institucionalização do Serviço Social, que foi influenciado pelo desenvolvimentismo da conjuntura que estava vigente no país. 
O Serviço Social, na década de 50, ganha maior espaço na sua atuação através do avanço da industrialização e do surgimento das instituições de assistência. 
Na década de 60, no governo de João Goulart, aconteceram algumas reformulações nas políticas públicas, onde o Serviço Social teve uma maior participação na elaboração e planejamento das mesmas, porém com uma visão desenvolvimentista, que propunha uma mudança no contexto de um governo populista, com o crescimento dos movimentos sociais de base, resultando no Golpe de 64. 
A intervenção profissional, entre as décadas de 70 e 80, foi fortemente repensada, através do então chamado Movimento de Reconceituação.
Documento de Araxá (1967) 
 Documento de Teresópolis (1970) 
 Documento de Sumaré e Documento do Alto da Boa Vista (1984). 
 Também é importante o Congresso da Virada (1979) – IIII Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, onde os profissionais assumem uma nova postura frente à lógica do sistema capitalista
 A crítica ao Serviço Social tradicional diante da perspectiva de mudanças foi efetivada com o Método de Belo Horizonte, Método de BH, que foi uma experiência realizada na Universidade Católica de Minas Gerais, entre o período de 1972 e 1975, sendo essa uma alternativa global ao modelo tradicionalista, pois assumiu um novo referencial teórico e a defesa dos trabalhadores. A partir de então, com esses novos referenciais, a profissão constitui o chamado Projeto ÉticoPolítico. 
O Projeto Ético-Político da profissão se constitui através de três documentos que são considerados os mais importantes no avanço da atuação profissional, que são: 
• Código de Ética de 1993. 
• Diretrizes Gerais para o curso de Serviço Social – Associação Brasileira de Ensino e Pesquisa em Serviço Social (ABEPSS), de 1996. 
• Lei Orgânica da Assistência Social - Lei nº 8.662 – Regulamenta a profissão, de 1993.
Após o período do Movimento de Reconceituação do Serviço Social, a profissão tem um novo direcionamento no seu projeto ético-político, através de uma atuação voltada para o social e político, mas com uma intervenção voltada para a realidade e transformação social, e contrária aos interesses da burguesia e da lógica do sistema capitalista. O Serviço Social, diante dessa mudança de atuação profissional, busca instrumentos de emancipação da sociedade.
O profissional assistente social tem o compromisso ético de atuar na defesa e na garantia dos direitos sociais, políticos e civis das pessoas, que atualmente são chamados de excluídos, deve trabalhar para combater toda a forma de exploração do trabalhador. A atuação profissional deve sempre estar voltada ao processo de concepção de uma consciência fundamentada na emancipação da classe trabalhadora, dos excluídos e de todos que necessitam do Serviço Social.

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