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D I R E I T O P E N A L Prof.: Grossi; UNIP Brasília; 9° Semestre; Direito Penal Np2 “Irei colocar alguns pequenos conceitos da parte geral do código para que, ao verem as questões, de imediato identifiquem a figura do tipo e responda à questão.” Crime formal no Direito penal brasileiro ocorre quando a intenção do agente é presumida de seu próprio ato, que se considera consumado independentemente do resultado, como por exemplo, a falsidade de moeda, ainda que o objeto do delito (a moeda falsa) não venha a circular. Crime próprio é a ação ou omissão de determinadas pessoas especificadas legalmente, e em decorrência disso, é gerado um resultado danoso a algum bem jurídico, já previsto pela legislação penal. Crimes de mão própria são aqueles que só podem ser cometidos diretamente pela pessoa. O falso testemunho (mentir depois de ter se comprometido a dizer a verdade em um processo) é um exemplo: só o Huguinho pode cometer o perjúrio se foi ele quem jurou dizer a verdade. Crime comum é aquele que não exige qualquer qualidade especial seja do sujeito ativo ou passivo do crime. O crime de homicídio é comum: pode ser praticado por qualquer pessoa contra qualquer pessoa. Crimes de mera conduta são crimes sem resultado, em que a conduta do agente, por si só, configura o crime, independentemente de qualquer alteração do mundo exterior. Os crimes de mera conduta se assemelham muito aos crimes formais, sendo, inclusive, equivocadamente referidos como sinônimos por diversas vezes. Crime de perigo concreto: Neste tipo penal a consumação se dá com o resultado, exige uma comprovação de que realmente houve perigo de risco e de que houve uma lesão ao bem jurídico. Crime unissubsistente: admite a prática do crime por meio de um único ato. Ex.: injúria verbal. Crime plurissubsistente: exige uma ação consistente em vários atos. Ex.: homicídio. Crime multitudinário é aquele praticado por multidões inflamadas pelo ódio, pela cólera, pelo desespero. Crime funcional é uma definição que existe no direito brasileiro. Trata-se da "infração da lei penal cometida intencionalmente (com exceção do peculato culposo) por quem se acha investido de um ofício ou função pública, praticada contra a administração pública". Crime Transeunte ou Delito Transeunte é aquela modalidade de crime que não deixa vestígios. O contrário sensu, o não transeunte é o inverso. Crimes vagos (multivitimários ou de vítimas difusas) São aqueles que não possuem sujeito passivo determinado, sendo este a coletividade, sem personalidade jurídica. São os casos da perturbação de cerimônia funerária (art. 209) e da violação de sepultura (art. 210), entre outros. Crime permanente. É aquele cujo momento da consumação se prolonga no tempo por vontade do agente, como acontece no crime de sequestro, previsto no artigo 148 do Código Penal, que se consuma com a retirada da liberdade da vítima, mas o delito continua consumando-se enquanto a vítima permanecer em poder do agente. Crime instantâneo de efeitos permanentes. Nos crimes instantâneos de efeitos permanentes, a consumação também ocorre em momento determinado, mas os efeitos dela decorrentes são indeléveis, como no homicídio consumado, por exemplo” Crime continuado é o nome jurídico dado à prática de dois ou mais crimes que estão ligados entre si, segundo certas condições definidas pela legislação ou pela jurisprudência de cada país, determinando o seu processamento e julgamento conjunto, bem como fórmulas especiais para a sua punição em conjunto. Crime de dupla subjetividade passiva é aquele que, obrigatoriamente, em razão do tipo, tem pluralidade de vítimas. Podemos citar como exemplos o crime de violação de correspondência, previsto no artigo 151 do Código Penal, pois apresenta duas vítimas, quais sejam, o destinatário e o remetente. O crime plurissubjetivo (ou de concurso necessário) é o que exige necessariamente o concurso de várias pessoas (associação criminosa, rixa etc.). As condutas dessas várias pessoas podem ser paralelas (quadrilha ou bando), convergentes (bigamia) ou contrapostas (rixa). C O N T E Ú D O D A N P 2 - ARTIGOS 338/359 AULA1 CRIMES CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. ART. 338: - Reingressar em território nacional; - Estrangeiro Expulso. “Considerações acerca do assunto:” Nesse tipo penal estamos tratando de crime próprio que, como obvio, só pode ser praticado por um determinado tipo de pessoa que, nesse caso, é um estrangeiro que ingressa no território nacional após ser expulso por algum motivo. No caso do estrangeiro que for expulso do país, mas não saiu do território nacional e, depois de um tempo é pego transitando pelo país, não comete o crime do 338. ART.339: Denunciação caluniosa: - Dar causa a investigação policial; - Investigação administrativa; - Inquérito civil; - Improbidade ou processo judicial. - Contra alguém; - Imputando-lhe: - Crime ou contravenção; - De que sabe que ele é inocente. “Considerações acerca do assunto:” Neste delito do 339, estamos tratando de um crime comum, que ocorre quando alguém imputa contravenção ou crime contra aquela pessoa que sabe que é inocente. Note que, nesse delito, o autor tem que saber que a outra parte não cometeu aquele delito que está sendo imputado, caso o contrário não tipifica. Vale ressaltar também que se. a denunciação caluniosa, gera o inquérito policial, administrativo etc. configura o tipo, mas se não gera, a conduta do tipo irá para calúnia. PARA FIXAR: O AUTOR DEVE IMPUTAR UM FATO DETERMINADO E QUE ESSE FATO SEJA MENTIRA. ART.340 – FALSA COMUNICAÇÃO DE CRIME OU CONTRAVENÇÃO: - Provocar ação de autoridade; - Comunicando a ocorrência de: - Crime ou contravenção; - Que sabe não ter ocorrido. “Considerações acerca do assunto:” Aqui estamos diante de um crime comum. Que ocorre quando uma pessoa provoca um serviço de autoridade pública, atrapalhando o serviço comunicando a ocorrência de crime ou contravenção de que sabe não ter ocorrido. Nesse, também, o agente tem que saber que o fato não aconteceu de verdade, para elucidar posso citar um exemplo bem comum que é o trote. Quando alguém, mesmo que não atrapalhe de fato o serviço, presta informações falsas para autoridade, fazendo com que a justiça desloque, como por exemplo no caso de um trote para a polícia. Nesse exemplo a maquina da justiça, devido a ação do troto, vai perder tempo atendendo uma chamada que não procede, quando poderia estar atendendo uma que realmente aconteceu. *O SIMPLES FATO DE ATENDER O TELEFONE NÃO CONFIGURA O TIPO DO 340* ART.341- AUTO-ACUSAÇÃO FALSA: - Acusar-se; - Perante a autoridade; - Crime que: - Seja inexistente ou; - Que mesmo existente, foi praticado por outrem. “Considerações acerca do assunto:” Para o agente que se auto acusar de crime que não existiu ou que mesmo existindo não foi ele quem praticou, concorre para o tipo. Este delito é autoexplicativo, não vale delongar... Contudo, vale ressaltar o *Estagiário é autoridade* para o tipo penal, ou seja, quem fazer autoacusação perante o estagiário também comete o crime. Esse crime também não cabe retratação. PARA FIM DE ELUCIDAÇÃO: É O TIPO PENAL DO “LARANJA” “MULA” ART. 342- FALSO TESTEMUNHO: - Fazer afirmação falsa; - Negar a verdade; - Calar a verdade; -ROL TAXATIVO: - Testemunhas; - Contador; - Perito; - Tradutor ou interprete; - - No procedimento administrativo; - Judicial; - Arbitral; - Inquérito. - - Aumento de pena: - Suborno; - - Admite a retratação; - Acaba o crime; - Mas tem que ser: - Antes da sentença do processo que a testemunha mentiu. - No acórdão não cabe retratação; - Apenas em fase de sentença. “Considerações acerca do assunto:” No tipo em questão, as figuras elencadas:testemunhas/contador/perito/tradutor ou interprete não pode mentir; negar a verdade ou ficar calado. Mesmo a constituição garantindo o direito do silencio, mas isso é um grande peguinha, pois quem tem direito de permanecer calado é o réu e não a testemunha. No caso da vítima, a vítima não é obrigada a falar verdade, pois é comprovado que a vítima, diante do pânico da situação, tem uma percepção de tempo diferente. A pena será aumentada no caso de recebimento de suborno. Já a retratação será admitida e, se feita, acaba o crime, mas desde que seja feita antes da sentença do processo em que a testemunha mentiu e não no que ela está respondendo pelo crime de falso testemunho. Acerca desse tempo para retratar-se, vale frisar que o código fala em “sentença”, então em fase recursal não cabe mais retratação, pois a decisão proferida nesta fase é um “acórdão”. *NÃO LEMBRAR DOS FATOS NÃO TIPIFICA O CRIME* Se o juiz perguntar: - Você viu quem foi que matou “Rafael”? E a testemunha responder: - Não lembro doutor. *Desde que, não fique calado, não negue a verdade ou minta, ele não responderá pelo tipo em questão. * AULA2 CRIMES CONTRA A ADMINSTRAÇÃO DA JUSTIÇA: Art. 343. Dar, oferecer ou prometer dinheiro ou qualquer outra vantagem a testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete, para fazer afirmação falsa, negar ou calar a verdade em depoimento, perícia, cálculos, tradução ou interpretação - Dar; - Oferecer; - Prometer; - - Qualquer vantagem; - As figuras do 342 “testemunha/contador/perito/tradutor/interprete; - *O estagiário para tipificar tem que ser uma dessas figuras. * ART.344. Usar de violência ou grave ameaça, com o fim de favorecer interesse próprio ou alheio, contra autoridade, parte, ou qualquer outra pessoa que funciona ou é chamada a intervir em processo judicial, policial ou administrativo, ou em juízo arbitral: -Usar: - Violência ou grave ameaça; - Contra qualquer pessoa que funcione; - Que intervenha no processo; - Com interesse próprio; - Ou por interesse alheio. “Considerações acerca do assunto:” Artigo autoexplicativo, contudo, devemos elucidar com um pequeno exemplo: Vamos supor que, você que está lendo, foi chamada para ser testemunha no processo de um homicida, dias antes de você prestar o testemunho o pai do acusado vai até você e diz que se você depor contra o filho dele coisas ruins pode acontecer com você. Nesse caso o delito está consumado. Art.345. Exercício arbitrário das próprias razões: Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora legítima, salvo quando a lei o permite: - Fazer justiça: - Com as próprias mãos; - Salvo com permissão legal. “Considerações acerca do assunto:” Mesmo que você seja legitimo, entenda legitimo como você sendo o detentor sobre a coisa em questão, não pode buscar satisfazer esse seu direito de forma livre, sem auxílio do estado. Vamos supor que você tenha sua bicicleta furtada e está indo para delegacia, no caminho você vê, no fundo de uma residência trancada, sua bicicleta furtada e com isso invade a residência e pega ela, você responderá pelo delito em questão, embora o bem o qual você pegou seja seu. As permissões legais devem estar previstas em leis, por exemplo quando a lei permite legítima defesa, estado de necessidade, cumprimento do dever legal, restituição de posse incontinenti, nos casos de turbação ou de esbulho. ART.346 Tirar, suprimir, destruir ou danificar coisa própria, que se acha em poder de terceiro por determinação judicial ou convenção: - Tirar; - Suprimir; - Destruir; - - Coisa própria; - Em poder de terceiros; - - Por convenção “acordo”; - Por determinação judicial. “Considerações acerca do assunto:” Faz parte de exercício arbitrário das próprias razões, embora o bem seja seu e, você pode dispor de coisas que são suas da forma que quiser, desde que não traga dano a outrem. Quando um bem seu (por exemplo um carro) esteja em poder de um terceiro seja por acordo entre vocês ou por ordem de juiz, não pode danificar, suprimir ... “estragar” com a alegação de ser seu. Art. 347 – Fraude Processual: Inovar artificiosamente, na pendência de processo civil ou administrativo, o estado de lugar, de coisa ou de pessoa, com o fim de induzir a erro o juiz ou o perito. - Inovar artificiosamente; - Na pendencia de; - Processo Civil ou de Administrativo; e também penal. - O estado de: - Coisas/Pessoas/Lugar; - Com finalidade de induzir a erro; - Juiz ou perito. “Considerações acerca do assunto:” Se o agente, ao decorrer do processo, inovar de forma “astucioso, ardiloso.” Para induzir a erro juiz ou/e perito, responde pelo tipo. Artigo autoexplicativo, não vale mais delongas. Art.348 – Favorecimento Pessoal: (GENTE) Auxiliar a subtrair-se à ação de autoridade pública autor de crime a que é cominada pena de reclusão. - Auxiliar; - Autor de crime; - Ação de autoridade. - - Exige conhecimento de estar favorecendo um criminoso. - - Imunidade: - ADCI: - Ascendente; - Descendente; - Cônjuge; - Irmão. “Considerações acerca do assunto:” O crime ocorre com a conduta Comissiva da pessoa que ajuda um criminoso a escapar das garras da justiça. No entanto, há ressalvas para esse delito, ou seja, imunidade para quem ajuda irmão, ascendentes, descendentes ou cônjuge a fugir de cena de crime, por motivos de reação natural do ser humano proteger seus parentes. Para que o individuo concorra para o tipo, exige-se que ele pratique a conduta sabendo que está ajudando um criminoso escapar. Art.349 – Favorecimento Real: (COISAS) Prestar a criminoso, fora dos casos de coautoria ou de receptação, auxílio destinado a tornar seguro o proveito do crime. - Prestar Auxílio; - Tornar Seguro; - Proveito de crime; - - Não há imunidade ADCI. - Exige ter conhecimento da situação. - - Se coautor: responde por favorecimento real; - Se participe: responde por receptação. “Considerações acerca do assunto:” O delito ocorre com a conduta de terceiros em prestar auxilio ou tornar seguro o proveito de crime, nesse tipo, para fixar, basta lembrar do terceiro que guarda um carro, sabendo que é roubado, em sua garagem. Contudo, essa pessoa deve saber que está em uma pratica delituosa. Vale frisar também que se a pessoa tira proveito da situação ele atua como participe no crime, no caso de roubo, responderá por receptação, mas se a finalidade é apenas resguardar o produto responde por favorecimento real (coisa). Por fim, não fica isento do crime quem ajudar irmão cônjuge, ascendente, descendente a esconder o produto casuístico, essa imunidade será apenas no favorecimento real. AULA3 Fuga de pessoa presa ou submetida a medida de segurança: ART.351 – Fuga de pessoa presa: Promover ou facilitar a fuga de pessoa legalmente presa ou submetida a medida de segurança detentiva. - Promover ou facilitar; - Fuga de pessoa presa ou; - Cumprindo medida de Segurança. - - Mesmo sem violência; - - Trata-se de crime comum; - - Qualificados: - Mão armada: com armas próprias ou impróprias; - Mediante concurso de pessoa; “2 pessoas promovendo ou facilitando a fuga” - Mediante arrombamento. - Nesses casos vai aumentar a pena. “Considerações acerca do assunto:” O crime ocorre quando terceiros promove ou facilita a fuga de pessoa que esteja presa ou que esteja cumprindo medida de segurança, mesmo que não use violência. Esse é um crime de ação livre, que pode ser praticado de diversas maneiras. Caso alguém pergunte se o preso pode responder por esse delito: a resposta será sim, por ser crime ação livre o outro preso pode ajudar a fugir arquitetando planos e dando ideias para que concretize. No tocante as qualificadoras, vale ressaltar que pode ser usado tanto armaspróprias quanto as improprias, e também acerca do concurso de pessoas, somente será concurso de pessoas se terceiros promoverem ou facilitarem a fuga desse preso, se dois presos fogem juntos isso não é considerado concurso de pessoas. ART. 352- EVASÃO MEDIANTE VIOLÊNCIA: Evadir-se ou tentar evadir-se o preso ou o indivíduo submetido a medida de segurança detentiva, usando de violência contra a pessoa. - Evadir-se; - Ou tentar evadir-se; - Quem esteja: - Preso ou internado (MS); - Usando Violência contra a pessoa. “Considerações acerca do assunto:” Na evasão mediante violência, o agente tentar ou foge, usando violência contra a pessoa que faz sua guarda, vale frisar que a violência deverá ocorrer contra pessoas e não contra coisas. Na modalidade “tentar evadir-se” a doutrina entende que, mesmo sendo crime tentado, não vai reduzir a pena, conforme é previsto no artigo 14. Art. 353- ARREBATAMENTO DE PRESO: Arrebatar preso, a fim de maltratá-lo, do poder de quem o tenha sob custódia ou guarda: Pena - reclusão, de um a quatro anos, além da pena correspondente à violência. - Arrebatar preso; - A fim de maltratá-lo; “Considerações acerca do assunto:” Arrebatar é tomar sem permissão. É crime de mera conduta, pois o simples fato de arrebatar o preso com intuito de maltratá-lo já consuma o crime, se no caso o agente venha arrebatar e maltratar o preso, as penas serão somadas. Art. 354- MOTIM DE PRESOS: Amotinarem-se presos, perturbando a ordem ou disciplina da prisão: - Amotinarem-se preso; - Perturbando a ordem e disciplina. “Considerações acerca do assunto:” No crime de motim, o objetivo do tipo é preservar a ordem e a disciplina dos internados, punindo-os nos casos em que vários deles se aglomeram para bagunçar a ordem. O STF vem discutindo a constitucionalidade deste tipo penal, motivo pelo qual “perturbar ordem e disciplina” é um tipo muito subjetivo. Vale ressaltar que se a conduta do preso atrapalhar a disciplina, é considerado crime de motim, como por exemplo um interno que não queira banhar, se todos aderirem a essa pratica de não banhar, logo os presídios ficam cheios de doenças causadas por sujeira em massa. 13/05/2019: AULA 4 Art. 355- Patrocínio Infiel: Trair, na qualidade de advogado ou procurador, o dever profissional, prejudicando interesse, cujo patrocínio, em juízo, lhe é confiado. Parágrafo único - Incorre na pena deste artigo o advogado ou procurador judicial que defende na mesma causa, simultânea ou sucessivamente, partes contrárias. - Advogado: - Trair dever profissional; - Prejudicar interesse em juízo; - -TERGIVERSAÇÃO: -Simultânea; - Sucessiva. “Considerações acerca do assunto:” No crime de patrocínio infiel, por se tratar de crime próprio, recai contra o advogado que trai seu cliente, o qual deveria prestar um dever profissional, prejudicando os interesses dele em juízo. Esse crime só é punido na forma dolosa, então se no caso o advogado não consiga cumprir aquele dever que tinha que fazer por motivos de força maior, esse não será enquadrado no tipo. Já na Tergiversação, ocorre de duas maneiras, de forma simultânea ou sucessiva. Na forma simultânea ocorre quando o advogado está patrocinando uma parte na lide e também acaba aceitando patrocinar a outra parte da lide. Já na forma sucessiva o advogado revoga a procuração de uma parte da lide e começa a patrocinar a outra. Vale frisar que não há forma culposa de tergiversação e, também, se o advogado começou atuar por uma parte no processo, mesmo que a própria parte o dispense, ele mão poderá ser advogado da outra parte naquele processo. Art. 356 – Sonegação de Objeto de valor probatório: Inutilizar, total ou parcialmente, ou deixar de restituir autos, documento ou objeto de valor probatório, que recebeu na qualidade de advogado ou procurador - Inutilizar, deixar de restituir; - Documentos, objetos e autos; - Que recebeu com Advogado. “Considerações acerca do assunto:” Tipo penal autoexplicativo, mas vale observar que é crime próprio de advogado, então ele quem será punido caso não restitua qualquer documento com valor probatório que lhe é entregue. Art. 357 - Exploração de prestígio Solicitar ou receber dinheiro ou qualquer outra utilidade, a pretexto de influir em juiz, jurado, órgão do Ministério Público, funcionário de justiça, perito, tradutor, intérprete ou testemunha: Parágrafo único - As penas aumentam-se de um terço, se o agente alega ou insinua que o dinheiro ou utilidade também se destina a qualquer das pessoas referidas neste artigo. - Solicitar ou receber; - Qualquer vantagem; - A pretexto de influir em: - Juiz; - Jurado; - MP; - Funcionário da Justiça; -Perito; - Tradutor; - Interprete ou testemunha. “Considerações acerca do assunto:” Nesse crime do 357, o agente passa a sensação de que a justiça é corrupta, dizendo que tem prestigio com as figuras que coloquei acima. Esse rol é taxativo, e o tipo tem a mesma ideia do tráfico de influência. Art. 359 - Desobediência a decisão judicial sobre perda ou suspensão de direito: Exercer função, atividade, direito, autoridade ou múnus, de que foi suspenso ou privado por decisão judicial: - Exercer função; - Atividade; - De forma direta ou a oficio; - Que esteja suspenso ou privado; - Por decisão judicial. “Considerações acerca do assunto:” Tipo penal autoexplicativo, no entanto, vale abordar alguns detalhes; A desobediência que o tipo penal fala será somente por decisão judicial, a desobediência nos casos de decisão administrativa não configura o tipo em questão. Para o equilíbrio acadêmico perfeito, a metade dos alunos têm que reprovar... Thanos...
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