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5 -MemoriaDescritiva_CDG

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Restauro do Livro
Primeira Parte DE LA HISTORIA DE LA VIDA
 DE LA MADRE DE DIOS
MeMória Descritiva
Conservação do Documento Gráfico
Docente: Paula Pinto
Discente: 
Ana Rita Simões, 11959
Ana Isabel Mourão, 17028
João Oliveira, 17039
Tânia Cunha, 17360
Wilson Barbeiro, 16411
Unidade Curricular: 
Conservação do Documento Gráfico
 
Ano Lectivo: 2013/2014
No âmbito da unidade curricular de Conservação do Documento 
Gráfico, na componente de Restauro do Livro, para este ano lectivo, 
foi-nos proposto o Restauto de um livro de 1665.
Este processo, tem várias etapas, as quais vamos descrever ao longo 
desta memória descritiva, sendo elas as seguintes:
 - análise descritiva do documento gráfico intervencionado nas aulas
 - análise do estado de conservação
 - recepção individualizada dos cadernos e a sua correta 
esquematização
 - registo individualizado da leitura de PH
 - limpeza por via seca, manual e mecânica
 - limpeza por via húmida
 - consolidação dos cadernos com tylose a 5%
 - planificação e prensagem dos cadernos
 - reintegração de lacunas e rasgões com papel japonês
Dado o elevado número de páginas que este livro tem, e o seu 
elevado estado de degradação, nomeadamente dos primeiros 
cadernos, foi-nos impossivel realizar as próximas tarefas, que 
passamos a enumerar:
 - redimensionamento dos bifólios, prensagem, planificação e 
constituição dos novos cadernos já intervencionados
 - remontagem do livro, agrupamento dos cadernos e sua 
reorganização segundo registos anteriores, com realização do tipo 
de costura inicial e manutenção das mesmas técnicas antigas que o 
documento apresentava incialmente.
00
introDução
O objetivo desta análise inicial tem como intuito fazer uma descrição 
pormenorizada do livro. Para tal, a professora facultou-nos uma ficha 
técnica. 
Vai ser impossível saber algumas informações, uma vez que o livro 
não possuia o primeiro caderno.
Desta forma, apresentamos alguns dados que achamos importantes:
 - Título da obra: Primeira Parte DE LA HISTORIA DE LA VIDA DE LA 
MADRE DE DIOS
 - Data da edição: 1665
 - N.º da edição: 1ª
 - Autor: MADRE for MARIA de Jesus, religiofa de el Ordem (...)
 - Casa impressora: não sabemos
 - Entidade possuidora: Sr. João Vale
01
análise Descritiva Do DocuMento gráfico
 - Tipo de encadernação: Capa inteira de pele cor castanha com 
gravação de ferros gofrados e douração na pasta da frente e verso. 
● A lombada é constituida por 5 nervos salientes, formando 6 
casas ou caselas, estando o rótulo na segunda casa de cima. 
Na 1ª, 2ª, 3ª, 4ª, 5ª e 6ª casa, aplicação de um motivo floral no 
centro em dourado, com remate superior e inferior com roda 
dupla.
● As pastas são de cartão prensado e tem 21,4x30,5cm.
● Os nervos são de cânhamo e a tranchefila é manual e formada 
por cordel.
 - Tipo de papel: existiam vários tipos de papel, a pasta é manual 
onde podemos observar as vergaturas e os pontusais e não tivemos 
registo da existência de marcas de àgua
 - Tipo de costura: Costura à Portuguesa, sobre nervos salientes 
duplos e alternada
 - Organização dos cadernos: cada caderno é cosntituido por 
3 bifólios, sendo que havia cadernos que para além dos 3 bifólios 
possuiam uma gravura 
Nos últimos 3 milénios, o papel tem acompanhado o Homem como 
suporte para o registo de feitos históricos, sociais e artísticos. 
Apesar da sua aparente resistência física e mecânica, os 
documentos podem mesmo desaparecer, quando expostos à acção 
de factores de deterioração.
As intervenções de conservação e restauro, têm como objetivo 
melhorar as condições físicas e químicas do papel, prolongando a 
vida dos documentos para que possam ser usufruídos pelas gerações 
futuras.
Cada peça é abordada como única, pois é feita uma análise do 
estado de conservação dos documentos. As intervenções podem ser 
tão simples como limpeza por via seca com remoção de elementos 
tais como: clipes, agrafos, elásticos e fitas adesivas. Ou intervenções 
mais complexas como humidificação controlada, limpeza química, 
limpeza por via húmida, consolidação e reforço do suporte, 
planificação e acondicionamento.
No esquema abaixo temos todos os fatores de deterioração1 a que 
os documentos gráficos podem ser expostos:
1 - adaptado do esquema fornecido pela docente Paula Pinto 
02
análise Do estaDo De conservação
Apresentados todos os fatores de deterioração, vamos fazer uma 
breve descrição dos seus efeitos nos documentos. 
Começamos pelos agentes físico-químicos. No que diz respeito à 
humidade relativa, quando superior a 65% provoca amolecimento 
e aparecimento de micro-organismos. Se inferior a 45% há perda da 
flexibilidade natural. 
Se os documentos estiverem expostos a temperaturas superiores 
a 22ºC, há uma acelaração do processo de deterioração, 
endurecimento, deformações, amarelecimento e propagação de 
insectos e micro-organismos.
Podemos concluir que as variações de temperatura/humidade 
provocam retrações e distensões visíveis através de deformações e 
destaque de tintas e pigmentos.
A corrosão dos materiais, a acidez e as alterações químicas da 
tinta são efeitos provocados pelos agentes de poluição tais como: 
produtos nocivos (particulas minerais e orgânicas) e compostos 
químicos (ácidos e oxidantes).
A luz, é um dos grandes fatores responsáveis pela degradação dos 
documentos. A luz pode ser artificial (lâmpadas de incandescência 
e lâmpadas fluorescência) ou natural (50% infra-vermelhos, 47% 
radiações visíveis e 3% ultra-violeta). Os seus efeitos são o 
sobreaquecimento, degradação da celulose, acidez, amarelecimento, 
friabilidade e descoloração dos pigmentos.
Nos agentes biológicos, destacamos os insectos e roedores 
(por exemplo, o bicho da prata e os ratos) sendo eles responsáveis 
pela sujidade, erosões perfurações e mutilações. Fazem por vezes 
verdadeiras obras de arte no miolo dos livros, sendo depois quase 
impossivel restaurar esses documentos.
Por sua vez, os micro-organismos, provocam alterações 
cromáticas, manchas, enfraquecimento e destruição.
A má qualidade dos materiais constitutivos dos documentos esta 
relacionada com os componentes utilizados na concepção do 
papel, tinta, pele e pergaminho. Destacamos a alcalinidade, 
isto é, escesso de cal utilizada na preparação do pergaminho que 
posteriormente vai torná-lo mais susceptível ao ataque de micro-
organismos e higrocópico. No que diz respeito à acidez, detacamos:
 - o papel à base de pasta de madeira (meados séc. XIX) onde 
notamos o amarelecimento e há degradação da celulose;
 - couro com curtimento à base de ácidos fortes, fica com menos 
resistência à acidez e ao ataque de micro-organismos;
 - tinta ferrogálica (noz de galha + sulfato de ferro) que provoca 
corrosão do suporte.
Temos ainda o sinistros naturais ou acidentais, os quais o homem 
não consegue controlar a 100%. Nestes casos devem ser tomadas 
medidas de prevenção, tais como construção dos edíficos, 
acondicionamento dos documentos, entre outros, para que seja 
mais díficil o “ataque” às obras nestes casos. São exemplos 
deste tipo de sinistros: o fogo (destruição parcial ou completa das 
obras, inundação e manchas provocadas pelos produtos utilizados 
na sus extinção) e as inundações e rupturas de canalizações 
(solubilidade das tintas, desprendimento das tintas, crescimento de 
micro-organismos e sujidade provocada por lamas).
Por fim, apresentamos os dados causados pelo Homem. Em muitos 
casos, o Homem é o principal responsável pela deterioração dos 
documentos. Nós conseguimos observar isso mesmo na nossa 
biblioteca, que tem livros de elevado valor histórico e estão em 
condições desfavoráveis, devido ao Homem.
A negligência ou ignorância levam a que os livros e documentos 
sejam arrumados ao acaso, estejam demasiado apertados uns 
contra ou outros e de tamanhos diferentes, haja utilização de clips, 
agrafes e outros materiais metálicos, utilização de fitas adesivas, 
emolduramento directo sobre o vidro, reverso da moldura com 
papéis baratos, jornais, papel kraft, cartõesde má qualidade, 
fitas adesivas, entre outros e por último o mau acondicionamento. 
Podem parecer coisas simples, e que por vezes as pessoas julgam 
estar a agir de forma correta, mas os seus efeitos muito visíveis 
nos documentos, isto é se os livros os documentos estiverem 
demasiado apertados vamos ter deformações e rupturas e há 
uma dificuldade acrescida no manuseamento dos mesmos. Os 
materiais metálicos em contacto com a humidade enferrujam. A 
fita cola e os autocolantes que podemos obervar em quase todas as 
bibliotecas são muito prejudiciais para os livros, pois com o passar 
do tempo, a cola inflitra-se na fibras do papel e é quase impossível 
senão completamente impossível retirá-la quer por via seca ou por 
via húmida. Os maus emolduramentos, com o envelhecimentos 
amarecelem o papel, deixando manchas de difícil remoção, 
aparecimentos de fungos e bolores.
Os usos indevidos, ou seja, a reutilização de documentos em capas 
de livros, fazem vincos que podem provocar quebras e perfurações.
O vandalismo (ataque propositado às obras) tem como efeitos, 
páginas arrancadas, nódoas de gordura e tinta e notas manuscritas.
Por fim, os restauros negligentes (recurso a técnicas e produtos 
mal adaptados à conservação) visam apenas o embelezamento 
em deterimento da conservação da obra, diminuem a longevidade 
levando por vezes a uma rápida destruição.
Descritos todos os fatores de deterioração dos documentos e 
livros, passamos a apresentar de forma simplificada alguns dos que 
encontrámos na obra que analisamos, bem como a nossa proposta 
de tratamento.
 - Capa: apresenta sujidade geral, falta de pele, lacunas, pingos 
de cera, humidade, desgaste geral devido ao manuseio, desgaste 
provocado por roedores, caruncho, entre outros.
• tratamento: limpeza geral, consolidação, enxertos, protecção
material - pele 
- Lombada: apresenta sujidade geral, falta de pele, lacunas, pingos 
de cera, humidade, desgaste geral devido ao manuseio, desgaste 
provocado por roedores, caruncho, entre outros.
• tratamento: limpeza geral, consolidação, enxertos, protecção
- Guardas: elevado estado de degradação
• tratamento: colocação de guardas novas
- Pastas: não têm aproveitamento, estão em elevado estado de 
degradação 
• tratamento: reencadernação com pastas novas
- Nervos: mau estado de preservação
• tratamento: colocação de nervos novos em cardaço
- Tranchefila: inexistente devido ao elevado estado de degradação 
do documento 
• tratamento: nova 
- Costura: estava solta nalguns pontos, ou seja, já não cumpria a 
sua função
• tratamento: refazer a costura com corda de costura
- Miolo: fungos, foxing, lacunas, rasgões, sujidade geral, dejetos de 
insectos, ferrugem, amarelecimento do papel, erosões e perfurações, 
entre outros. 
• tratamento: limpeza por via seca e húmida, consolidação 
dos cadernos com tylose a 5%, planificação e prensagem 
dos cadernos e reintegração de lacunas e rasgões com papel 
japonês
lacunas provocadas por roedores
fungos
sujidade geral e de manuseamento
lacunas
foxing
dejectos de animais 
ferrugem
vestígios de cera
Esta esquematização é essencial na medida em cada aluno ficou 
responsável pelos seus cadernos apartir do momento em que os 
mesmos foram separados e distribuidos. E passando as folhas 
pelos diversos processos de limpeza, podem separar-se folhas e 
sem esta esquematização é impossivel posteriormente proceder à 
“montagem” do livro.
Apresentamos de seguida os esquemas de cada um dos elementos 
do grupo:
03
recepção inDiviDualizaDa Dos caDernos 
e a sua correta esqueMatização
”
A correcta esquematização dos cadernos é essencial 
para a organização do trabalho, no seio do laboratório.
25 (do)
Assinatura C
27 (le)
29 (cia)
32 (ciencia)
34 (dios)
36 (113.)
Assinatura D
Gravura 1 CVIJ (frente)
37 (abizahax)
39 (del)
41 (143 -re-)
44 (polvo)
46 (nos)
48 (nisma)
Assinatura F
Gravura ( in die visitations)
61 (ame)
63 (reci-)
65 (que)
68
70 (nani-)
72( milniras)
(efpi-)
Assinatura K
109 (los)
113 (midad)
118 (caufa)
120 (senõra)
Assinatura L
121 (realir)
123 (mas)
125 (te)
128 (rable)
130 (am-)
132 (ving)
Assinatura P
Gravura 5 VIJ
169 (èl)
171 (ticos)
173 (horror)
176 (sterios)
178 (del)
180 (que)
Assinatura Q
Gravura 6 VIIJ (verso)
181 (bam)
183 (yno)
Gravura 7 IX (verso)
185 (yde)
188 (Maria)
192 (etpofu)
Assinatura R
193 (pre-)
195 (lente)
197 (yada)
200 (609)
202 (co-)
204 (gar)
Medir o valor de pH do papél é muito importante, na medida em 
que este influencia a escolha dos tratamentos e produtos a utilizar 
durante o restauro.
Quanto mais ácido for o papel pior é o seu estado de preservação, ou 
seja, como descrevemos acima, as ligações entre fibras quebram-se, 
tornando o papel friável e quebradiço.
Desta forma, antes de proceder à limpeza dos cadernos, recorremos 
ao aparelho de medição de pH e foram efetuadas 5 medições em 
lugares disitintos (extremidades da folha e centro), sendo o nosso 
objetivo determinar um valor médio de pH.
O modo de funcionamento do aparelho é o seguinte:
1. Ligar o aparelho
2. Carregar no botão (Garrafa)
3. Carregar no botão (ph)
4. Carregar no botão (Garrafa)
5. Mergulhar o eléctrodo na solução tampão (7,02) até aparecer no 
visor (7,02) seguido de (4,00)
6. Limpar com algodão
7. Mergulhar o eléctrodo em solução tampão (4,00)
8. Carregar no botão (Garrafa)
9. Aguardar que no visor apareça (4,00) seguido de (0,00)
10. Está aferido
11. Faz-se a leitura de pH no suporte, em vários pontos, carregando 
na tecla de pH
12. Desligar e proteger o eléctrodo
Os valores que obtivemos foram os seguintes:
Ana Rita Simões
pH: 4,73 4,75 4,72 4,81 4,90
 média: 4,782 (papel bastante acidificado)
Ana Isabel Mourão
pH: 4,15 3,80 4,51 4,36 4,35
 média: 4,234 (papel bastante acidificado)
04
registo inDiviDualizaDo Da leitura De pH
João Oliveira
pH: 6,27 6,30 6,14 6,45 6,20
 média: 6,272 (papel bastante ácido)
Tânia Cunha
pH: 6,56 6,33 6,15 6,11 6,11
 média: 6,252 (papel bastante ácido)
Para dar início à limpeza por via seca foi necessário ter em atenção 
o estado dos bifólios, pois em alguns casos a limpeza mecânica não 
seria possível.
De forma a dar inicio à limpeza por via seca manual, foi necessário 
recorrer ao auxílio de um bisturi e de almofadas de limpeza com pó 
de borracha para remover toda a sujidade entranhada. Primeiro com 
o bisturi removeu-se a sujidade que estava agregada ao suporte tal 
como pontos de ferrugem, alguns fungos como e bactérias como o 
foxing e dejetos animais que provocam a degradação do papel. Nos 
pontos de ferrugem foi necessário destruir as fibras do papel pois 
esta era a única forma de os remover permanentemente. Nos locais 
em que não havia grafismo não era tão prejudicial ao documento 
a perda de fibras, mas foi também necessário remover partes do 
documento que continham grafismo e aí era preciso ter cuidado para 
só remover o essencial.
Apos removida toda a sujidade entranhada foi altura de proceder à 
limpeza da sujidade superficial com o auxilio da almofada com pó de 
borracha. Com a almofada de limpeza executaram-se movimentos 
circulares sobre toda a superfície do papel e em ambas as faces para 
retirar a sujidade superficial que não deu para tirar com o bisturi. 
Ao executar os movimentos circulares de limpeza era necessário 
ter algum cuidado pois corríamos o risco de danificar gravemente 
o papel quando este se encontrava já em muito mau estado de 
conservação.
Apos a limpeza manual foi altura de proceder à limpeza por via 
mecânica com o auxílio de uma borracha elétrica. No entanto apenas 
alguns bifólios poderão ser limpos com a borracha elétrica, pois o 
seu estrado de conservação não lhes permitia serem limpos desta 
forma. Assim alguns bifólios encontravam-se tão fragilizados que 
até a limpeza por via manual precisou de ser muito cuidadosa para 
não os danificar ainda mais. Com a borracha elétrica removeu-se o 
excedente de sujidade superficial que ainda restou depois da limpeza 
manual. Noentanto a limpeza mecânica apenas foi realizada nas 
zonas em que não existia grafismo, pois como é uma limpeza mais 
agressiva poderia danificar, não só o texto como as gravuras. 
Após a limpeza por via manual e por via mecânica notaram-se 
algumas diferenças, pois algumas das manchas superficiais tais 
05
liMpeza por via seca, Manual e Mecânica
como dedadas que existiam no papel desapareceram, algumas das 
restantes apenas vão sair com a limpeza por via húmida. Outras 
estão já fortemente entranhadas nas fibras que nunca chegam a sair 
a não ser através da destruição das fibras do papel.
Após o processo de limpeza por via seca, segue-se a limpeza por 
via húmida, também denominada de lavagem. Tem como objectivo 
remover as sujidades que ficaram entranhadas nas fibras do papel, 
como manchas e fungos que ficaram presentes após a limpeza por 
via seca, ajuda ainda a branquear os fólios e a estabilizar a acidez do 
papel.
Para este processo de limpeza é necessário preparar banhos com 
soluções de hipoclorito, hipossulfito e água corrente.
O processo consiste em três fases, com três banhos diferentes.
No primeiro banho colocou-se 40ml por litro de hipoclorito de sódio 
numa tina com água da torneira, neste caso colocámos 4 litros de 
água na tina e usámos 160ml de hipoclorito de sódio.
No segundo banho colocou-se 10g por litro de hipossulfito numa tina 
com água da torneira, como na tina anterior, usámos 4 litros de água 
e 40g de hipossulfito.
No último banho colocámos água da torneira sempre corrente, de 
forma a existir constantemente circulação de água.
Finalizada a preparação dos banhos dá-se inicio a lavagem dos 
bifólios. Para que os fólios fossem lavados de forma segura usou-
se reemayTM, um tecido de suporte de arquivos, este tecido é em 
polipropileno e serve essencialmente para trabalhos de conservação, 
como é o caso. A utilização deste tecido permite um maior 
manuseamento dos fólios de forma segura em todo o processo de 
limpeza por via húmida, uma vez que existe o risco dos bifólios de 
separarem ao longo deste processo, e desta forma é garantindo a 
sua sustentação.
Após colocados todos os bifólios no reemayTM, coloca-se o 
primeiro bifólio na solução de hipoclorito de sódio, durante três 
minutos. Retira-se o bifólio e coloca-se de imediato na solução de 
hipossulfito, permanecendo durante cinco minutos. Por fim, coloca-
se o bifólio na tina com água corrente, onde permanece pelo menos 
trinta minutos. Este processo repete-se para a lavarem dos restantes 
bifólios.
Os tempos utilizados em todo o processo do tratamento por via 
húmida devem ser rigorosos, para garantir que a colocação do papel 
seja uniforme em todos os bifólios tratados.
06
liMpeza por via HúMiDa
Finalizado o tempo dos bifólios na última tina com água corrente, 
removem-se os bifólios do tecido reemayTM e colocam-se em papel 
mata borrão no estendal de secagem.
A consolidação dos cadernos consiste na aplicação de Tylose a 5%, 
em todos os bifolios de ambos os lados.
O seu objetivo consiste em fornecer novamente estabilidade 
dimensional, resistência mecânica e protecção contra agressões 
químicas e ambientais, uma vez que devido à limpeza por via húmida 
a encolagem é removida parcial ou totalmente.
Tivemos de preparar a tylose, ou seja, a litro de àgua adicionamos 
5g de tylose. Misturou-se bem com o auxilio de uma batedeira e 
colocamos num frasco.
Retiramos os bifólios do estandal de secagem e aplicamos tylose 
de um dos lados abrangendo a totalidade da folha, com a ajuda de 
um pincel próprio, e colocamos na estufa. Quando já estava seco, 
retiramos da estufa e aplicamos do outro lado, voltando à estufa 
para secar.
07
consoliDação Dos caDernos coM tylose a 5%
Esta faze do tratamento visa dar ao documento a forma original, 
perdida após a impregnação de humidade, ou seja, com a prensagem 
dos bifólios vamos eliminar ondulações, rugas, dobras, vincos e 
enrolamentos.
Recorremos então à prensa, aquecida a 80ºC. Colocamos os bifólios 
entre duas folhas de silicone, para as proteger da temperatura, e 
procedemos à prensagem de aproximadamente 50 segundos.
08
planificação e prensageM Dos caDernos
Materiais:
Papel Japonês
Bisturi
Tilose a 40%
Ferro a 200º
Acetato
Pincel
Papel Siliconado
Feltro 
Mesa de luz
Nesta fase do processo, é realizada uma reintegração dos bifólios, 
devido ao seu uso e ás condições adversas a que esteve exposto, e 
também a limpeza mecânica que fizemos numa primeira face, para 
remover ferrugem e fungos, foram formadas lacunas para que este 
tipo de sujidade saia por completo.
Para este reintegração é usado o papel japonês, este papel é o 
mais apropriado para este tipo de tarefa, porque tem um espessura 
semelhante á dos bifólios, e também por ter um coloração um pouco 
mais clara que a do livro, na reintegração temos de ter em atenção 
o sentido fibra do papel pois deve ter o mesmo sentido que o dos 
bifólios, e o lado da folha em que fazemos a reintegração, que deve 
ser sempre na “página impar”.
O preenchimento de lacunas é feito com papel japonês recortado 
á medida e com a mesma forma da lacuna para que seja o menos 
visível possível a intervenção, para isso usa-se bisturi para cortar 
o papel, e no caso de lacunas de maior formato recorre-se a um 
acetato, para fazer de base de corte e ao mesmo tempo de barreira 
entre o bifólio e o papel japonês, isto permite-nos ver a forma da 
lacuna ao mesmo tempo em que estamos a cortar o papel, o papel 
deve ser cortado ligeiramente maior para que possa se sobrepor 
sobre o papel original.
Seguidamente na reintegração propriamente dita, aplica-se tilose a 
40% no pedaço de papel japonês cortado anteriormente, e coloca-se 
na zona que queremos corrigir, e passamos com o ferro quente, com 
o auxilio, do papel siliconado , e feltro que faz de barreira entre a 
mesa de luz e bifólio. 
09
reintegração De lacunas e rasgões coM papel 
japonês
No caso da reintegração de bifólios quando estes ficam separados 
pelo festo, é necessário cortar uma tira de aproximadamente um 
centímetro com a altura e sentido de fibra da página, este tipo de 
reintegração é feito na parte exterior da dobra do bifólio, processo 
de colagem é idêntico ao anterior, deve-se ter apenas em atenção o 
posicionamento da tira par que fique paralela a dobra.
aspeto final De alguns bifólios
antes depois
antes
depois
antes
depois
antes
depois
Para o restauro da capa foi realizada uma limpeza geral, esta foi 
inicializada com a limpeza recorrendo ao bisturi e a uma solução de 
Tilose com concentração de 5%. A Tilose era utilizada de modo a 
humedecer a superfície e os resíduos nela depositada, humedecidos 
os resíduos começava-se então levemente a raspar estes com o 
bisturi. Concluída a limpeza com o bisturi passou-se então para a 
limpeza com um produto de limpeza e hidratação de peles, este 
era colocado num algodão que depois de seguida aplicado á com 
movimentos circulares pela pele para que o produto fosse aplicado 
de forma uniforme. Nesta fase fica concluída a limpeza da pele 
pronta para a próxima fase.
A fase que se sucede á limpeza é a fase de reintegração, esta será 
feita com pele de modo ser menos intrusiva e preenchendo assim as 
lacunas para que a capa possa voltar a ser reintegrada na forma de 
livro com o respectivo miolo.
10
reintegração Da capa