Renascimento (Arquitetura)

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História II: do Barroco ao século XX 
CURSO DE ARQUITETURA E 
URBANISMO – UNIJORGE 
 
PROFESSORA: MILA PEIXOTO 
História: do Barroco ao século XX 
CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
PROFESSORA: MILA PEIXOTO 
 
Renascimento 1460 – 1700 
 
 
O Renascimento foi um movimento cultural, econômico e político que surgiu na Itália 
do século XIV, se consolidou no século XV e se estendeu até o século XVII por toda a 
Europa. 
Originou-se na Itália, devido ao florescimento de cidades como Veneza, Gênova, 
Florença, Roma e outras que enriqueceram com o desenvolvimento do comércio 
no Mediterrâneo. 
No século XVI, o principal centro de arte renascentista passou a ser Roma. 
 
Deu origem a uma rica burguesia mercantil que, em seu processo de afirmação 
social, se dedicou às artes, juntamente com alguns príncipes e papas. 
O renascimento foi um divisor de águas na história da arquitetura. 
 
Inspirado nos valores da Antiguidade Clássica. 
 
Movimento gerado pelas modificações estruturais da sociedade, resultou na 
reformulação total da vida medieval, dando início à Idade Moderna. 
 
 
 
 
Renascimento 
Slides de aula_Prof. Mila Peixoto 
Em um sentido amplo, esse ideal pode ser entendido como a valorização do homem 
(Humanismo) e da natureza, em oposição ao divino e ao sobrenatural, conceitos que 
haviam impregnado a cultura da Idade Média. 
A cultura renascentista teve 4 características marcantes: 
 
Racionalismo - os renascentistas estavam convictos de que a razão era o único caminho 
para se chegar ao conhecimento, e que tudo podia ser explicado pela razão e pela 
ciência. 
Experimentalismo - para eles, todo conhecimento deveria ser demonstrado através da 
experiência científica. Busca do rigor científico. 
Individualismo - nasceu da necessidade do homem conhecer a si próprio, buscando 
afirmar a sua própria personalidade, mostrar seus talentos, atingir a fama e 
satisfazer suas ambições, através da concepção de que o direito individual estava 
acima do direito coletivo. 
Antropocentrismo - colocando o homem como a suprema criação de Deus e como 
centro do universo. 
Cultura Renascentista 
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Renascimento Científico 
 
O Renascimento foi marcado por importantes descobertas científicas nos campos da 
astronomia, da física, da medicina, da matemática e da geografia. 
 
O polonês Nicolau Copérnico, que negou a teoria geocêntrica defendida pela Igreja, ao 
afirmar que "a terra não é o centro do universo, mas simplesmente um planeta que 
gira em torno do Sol". 
Galileu Galilei descobriu os anéis de Saturno, as manchas solares, os satélites de Júpiter. 
Perseguido e ameaçado pela Igreja, Galileu foi obrigado a negar publicamente suas 
ideias e descobertas. 
Na medicina os conhecimentos avançaram com trabalhos e experiências sobre 
circulação sanguínea, métodos de cauterização e princípios gerais de anatomia. 
 
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Na arquitetura renascentista, a ocupação do espaço pelo edifício baseia-se em relações 
matemáticas estabelecidas de tal forma que o observador possa compreender a lei 
que o organiza, de qualquer ponto em que se coloque. 
Os arquitetos dependiam de aritmética para produzir a beleza e a harmonia. As partes 
do edifício seguiam relações numéricas, onde a nave tinha altura igual ao dobro da 
largura da igreja. As plantas se baseavam em formas geométricas, como o circulo e o 
quadrado. 
“Já não é o edifício que possui o homem, mas este que, aprendendo a lei simples do 
espaço, possui o segredo do edifício” (Bruno Zevi, Saber Ver a Arquitetura) 
Principais características: 
• Ordens Arquitetônicas / • Arcos de volta-perfeita / • Simplicidade na construção 
• A escultura e a pintura se desprendem da arquitetura e passam a ser autônomas 
• Construções; palácios, igrejas, vilas (casa de descanso fora da cidade), fortalezas 
(funções militares) 
 
 
Arquitetura Renascentista 
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Renascimento 
Arquitetura: Início em Florença, após ano 1400 
Objetivo: igualar e, se possível, superar as obras da antiguidade clássica 
Retornar ao clássico por rejeição à Idade Média 
Nova era do homem moderno e o não renascimento da antiguidade 
 
O homem triunfa e vira a medida de todas as coisas. 
Grandiosidade da capacidade da mente humana 
Os arquitetos do renascimento utilizaram os antigos elementos romanos com energia e 
imaginação. Isto resultou em uma profusão de estilos. 
 
Os clientes aumentaram, não mais só a igreja e o clero, os abastados também usavam a 
arquitetura para exibir suas riquezas recentes. 
 
 
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Principal e primeiro arquiteto: Filippo Brunelleschi 
 
Estudioso da arquitetura clássica romana, conseguiu reproduzir a perspectiva 
científica e harmonia das proporções. Sua genialidade norteou sua geração a 
substituir a complexidade desnecessária do gótico por algo mais puro e 
brilhante. Isto transformou a cidade de Florença na Itália. 
 
 É um exemplo de artista completo, foi pintor, escultor e arquiteto. Além de 
dominar conhecimentos de Matemática, Geometria e de ser grande 
conhecedor da poesia de Dante. E como construtor realizou importantes 
trabalhos. 
 
 
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Cúpula de Santa Maria del Fiore 
 Florença - Itália 
Brunelleschi, 1436. 
A grande bola de cobre foi feita com a 
ajuda de Leonardo da Vinci. Instalada em 
1474 e atingida por um raio em 1600 e 
reposta. 
Em 1474 foi lançada uma competição para a 
obra da cúpula que deveria cobrir um vão 
de 46m (inédito na época). 
Fillipo Brunelleschi venceu. A cúpula foi 
projetada com camada dupla de tijolo 
que se auto sustentaria durante a 
construção. Camadas de tijolos dispostas 
em espinha de peixe na parte interna da 
cúpula, era solida e sustentou a casca 
externa mais leve. 
Atingiu 91m de altura. 
A cúpula era levemente pontiaguda pra 
combinar com a estética gótica da 
construção. 
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Basílica de San Lorenzo 
Florença - Itália 
Brunelleschi - 1460 
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Os 4 grandes patamares da arte renascentista 
1. óleo sobre tela – o aumento das opções das cores, suaves nuances de 
tonalidade, permitiram representar texturas e simular formas em três 
dimensões. 
 
2. Uma das descobertas mais significativas da história da arte foi o método 
de criar ilusão de profundidade numa superfície plana, chamado 
perspectiva. 
A perspectiva linear cria o efeito ótico dos objetos se alinhando conforme 
a distância por meio de linhas convergentes para um único ponto no 
quadro, chamado ponto de fuga. 
O pintores reduziam o tamanho dos objetos e apagavam as cores ou 
borravam detalhes à medida que os objetos ficavam mais afastados. 
 
Fonte: Strinckland, Carol. A arte comentada. P32. 
3. O uso de luz e sombra – o chiaroscuro, que significa claro/escuro, se 
referia a uma nova técnica para modelar formas em que as partes mais 
claras parecem emergir das áreas mais escuras produzindo, na superfície 
plana, a ilusão de um relevo escultural. 
 
4. Configuração em pirâmide – Os rígidos retratos em perfil e o 
agrupamento de figuras numa grade horizontal no primeiro plano da 
pintura deram lugar a uma “configuração piramidal”, mais tridimensional. 
Essa composição simétrica alcança o climax no centro, como na Mosa 
Lisa de Leonardo Da Vinci, em que o ponto focal é a cabeça da figura. 
Quando deparamos com o quadro da famosa 
MONALISA não conseguimos desgrudar os olhos 
do seu olhar, parece que ele nos persegue. 
Por que acontece isso? Será que seus olhos podem 
se mexer? 
Qual será o truque que ele usou para dar esse 
efeito? 
Quando se pinta uma pessoa olhando para a frente 
(olhando diretamente para o espectador) tem-se 
a impressão que o personagem do quadro fixa 
seu olhar em todos. Isso acontece porque os 
quadros são lisos. Se olharmos para a Monalisa 
de um ou de outro lado estaremosvendo-a 
sempre com os olhos e a ponta do nariz para a 
frente e não poderemos ver o lado do seu rosto. 
Aí está o truque em qualquer ângulo que se olhe 
a Monalisa a veremos sempre de frente. 
 
 
Leonardo da Vinci (1452-1519) 
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Perspectiva espacial 
A perspectiva representou uma nova 
forma de entender o espaço como 
algo universal, compreensível e 
controlável através da razão do Homem. 
A descoberta da perspectiva é um aspecto 
importante para se entender o período (e 
especialmente a perspectiva central): a 
ideia de infinito trazida pela manipulação 
do ponto de fuga foi bastante utilizada 
como elemento cênico na concepção 
espacial daqueles arquitetos. 
 
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Igreja de São Pedro 
Ordem, perspectiva, colunas e arcos 
Donato Bramante, 1481 
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Colunata da Praça de São Pedro 
Roma 
 
Tornou-se comum colocar estatua sobre as balaustradas dos telhados. 
A colunata curva-se em torno e abraça a praça oval. 
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Igreja do Redentor 
Veneza 
Um jogo de formas clássicas sobrepostas. 
Curva da cúpula contrabalança com os 
ângulos da fachada. 
 
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Planta simétrica 
Vila Capra 
 Vicenza 
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Prensa 
Com a invenção da prensa os livros se tornaram um revolucionário meio de difundir 
ideias. 
Os livros deram origem ao desenho com publicação dos projetos, com plantas, 
cortes, elevações. O desenho tornou-se o principal meio de projetação. 
 
Com a descoberta dos antigos tratados (incompletos) da arquitetura clássica (dentre 
os quais, o mais importante foi De Architetura de Vitrúvio, base para o tratado De 
Re Aedificatoria de Alberti), deu-se margem a uma nova interpretação daquela 
arquitetura e sua aplicação aos novos tempos. 
 
Vitruvio – servia de bíblia para os arquitetos 
 
Arquiteto Leon Battista Alberti – estabeleceu com rigor matemático os principais 
elementos da arquitetura: quadrado, cubo, circulo e esfera, e as proporções ideais 
pra edificação. 
 
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Principais características: 
 
• Perspectiva: arte de figura, no desenho ou pintura, as diversas distâncias e 
proporções que têm entre si os objetos vistos à distância, segundo os 
princípios da matemática e da geometria. 
• Uso do claro-escuro: pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra, 
esse jogo de contrastes reforça a sugestão de volume dos corpos. 
• Realismo: o artistas do Renascimento não vê mais o homem como simples 
observador do mundo que expressa a grandeza de Deus, mas como a 
expressão mais grandiosa do próprio Deus. E o mundo é pensado como uma 
realidade a ser compreendida cientificamente, e não apenas admirada. 
• Inicia-se o uso da tela e da tinta à óleo. 
• Tanto a pintura como a escultura que antes apareciam quase que 
exclusivamente como detalhes de obras arquitetônicas, tornam-se 
manifestações independentes. 
• Surgimento de artistas com um estilo pessoal, diferente dos demais, já que 
o período é marcado pelo ideal de liberdade e, consequentemente, pelo 
individualismo. 
 
 
Pintura 
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Artistas do Renascimento 
Leonardo da Vinci 
-Dominou com sabedoria um jogo expressivo de luz e sombra, gerador de uma 
atmosfera que parte da realidade mas estimula a imaginação do observador. 
 
-Foi possuidor de um espírito versátil que o tornou capaz de pesquisar e realizar 
trabalhos em diversos campos do conhecimento humano. 
 
-Foi o gênio absoluto. Matemático, físico, anatomista, inventor, arquiteto, escultor e 
pintor. 
 
 
 
Leonardo da Vinci, 1498 
A última ceia 
Dentre as suas invenções estão: “Parafuso Aéreo”, primitiva versão do helicóptero 
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Sandro Botticelli 
 
-Os temas de seus quadros 
expressavam seu ideal de beleza. 
-Para ele, a beleza estava associada 
ao ideal cristão. 
As figuras humanas de seus 
quadros são belas porque 
manifestam a graça divina, e, ao 
mesmo tempo, melancólicas 
porque supõem que perderam 
esse dom de Deus. 
O nascimento de Vênus, 1485 
 
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Foi o gênio das artes plásticas, cuja obra é marcada pelo humanismo. 
Além de pintor foi um dos maiores escultores do Renascimento. 
 
Entre 1508 e 1512 trabalhou na pintura do teto da Capela Sistina, no Vaticano. 
Para essa capela, concebeu e realizou grande número de cenas do Antigo 
Testamento. Dentre tantas que expressam a genialidade do artista, uma 
particularmente representativa é a criação do homem. 
 
Michelângelo dominou a escultura e o 
desenho do corpo humano 
maravilhosamente bem, pois tendo 
dissecado cadáveres por muito tempo, 
assim como Leonardo da Vinci, sabia 
exatamente a posição de cada músculo, 
cada tendão, cada veia. 
 
Michelângelo 
 
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Rafael Sanzio 
 
Suas obras comunicam ao observador um sentimento de ordem e 
segurança, pois os elementos que compõem seus quadros são dispostos 
em espaços amplo, claros e de acordo com uma simetria equilibrada. 
Foi considerado grande pintor de “Madonas”. 
A Escola de Atenas 
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Em meados do século XV, com a volta dos papas para Roma, esta adquire o seu 
prestígio. 
Protetores das artes, os papas, passam a residir no Vaticano. 
Grandes escultores se revelam, o maior dos quais é Michelângelo, que domina 
toda a escultura italiana do século XVI. 
Outro escultor desse período foi Andrea del Verrochio. Trabalhou em ourivesaria 
e esse fato acabou influenciando sua escultura. 
 
Principais Características: 
 
• Buscavam representar o homem tal como ele é na realidade 
• Proporção da figura mantendo a sua relação com a realidade 
• Profundidade e perspectiva 
• Estudo do corpo e do caráter humano 
 
 
 
Escultura 
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Renascimento Literário 
 
O Renascimento deu origem a grandes gênios da literatura: 
 
Dante Alighieri, autor da Divina Comédia, 
Maquiavel, autor de O Príncipe, obra precursora da ciência política onde o autor dá 
conselhos aos governadores da época. 
William Shakespeare – Considerado um dos maiores dramaturgos de todos os tempos, o 
inglês abordou em sua obra os conflitos humanos nas mais diversas dimensões: 
pessoais, sociais, políticas etc., escreveu comédias e tragédias, como Romeu e Julieta, 
Macbeth, A Megera Domada, Otelo e várias outras. 
Miguel de Cervantes - escreveu Dom Quixote, uma crítica contundente da cavalaria 
medieval. 
Luís Vaz de Camões (Portugal) - expressão máxima foi , autor do poema épico Os 
Lusíadas. 
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O espírito renascentista evoca as qualidades intrínsecas existentes no ser humano. 
O progresso do Homem - científico, espiritual, social - torna-se um objetivo 
importante para o período. 
A cultura renascentista é multidisciplinar e interdisciplinar. 
O que importa ao homem renascentista é o culto ao conhecimento e à razão, não 
havendo para ele separação entre as ciências e as artes. 
Isto foi um campo fértil para o desenvolvimento da arquitetura, uma matéria que da 
mesma forma não vê limite entre as duas áreas. 
 
O Classicismo, redescoberto, e o Humanismo surgem como o guia para a nova visão 
de mundo que manifesta-se nos artistas do período. 
A arquitetura renascentista mostrou-se clássica, mas não se pretendeu neoclássica. 
Conhecimentos obtidos durante o período medieval (como o controle das 
diferentes cúpulas e arcadas) foram aplicados de uma nova forma, incorporando 
os elementos da linguagem clássica. 
Considerações: 
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