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1 2 EDUCAÇÃO ESPECIAL E INCLUSIVA MÓDULO I KÁTIA CRISTINA MENESES REIS APRESENTAÇÃO A SECTI - Secretaria da Ciência, Tecnologia, Inovação e Educação Profissional vem com o Programa QualificarES ofertar diversos cursos de formação, formando o cidadão que procura aperfeiçoar o conhecimento. O curso de Educação Especial e Inclusiva é destinado para professores que querem aprofundar os conhecimentos dos educadores e profissionais da rede comum de ensino com o intuito de superar os desafios para uma Educação Inclusiva, demonstrando procedimentos e estratégias que possibilitem desenvolver uma prática pedagógica inclusiva na sala de aula. Qualificando os profissionais para uma atuação efetiva no trabalho educacional com alunos com deficiência e propiciando a eles condições para o exercício pleno de sua cidadania. Com isso, os educadores acrescentam um diferencial profissional em seu currículo. A todos um bom estudo! 3 INTRODUÇÃO A Inclusão Social das pessoas com deficiências, conceitos e os fundamentos da educação inclusiva, estão presentes em sua apostila virtual. A inclusão precisa sim ser abraçada pela escola, mas ainda existem lacunas no processo que dificultam o atendimento junto aos deficientes intelectuais altamente comprometidos, pois nossas escolas ainda têm fragilidades quanto ao atendimento deste público. As discussões e reflexões diante da educação inclusiva continuam crescendo e muitos olhares se voltam para as possibilidades de um trabalho efetivo quanto aos avanços que a modalidade da Educação Especial vem conquistando, serão mencionados a Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva; Portanto, tem- se o objetivo de garantir o atendimento educacional a todo o aluno, independente de suas potencialidades e/ou necessidades. É neste documento que está proposto o acesso, a participação e a aprendizagem dos alunos com deficiência, os transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação em escolas comuns, sem nenhuma restrição. Portanto, os sistemas educacionais de ensino e a escola, em especial, necessitam se adaptar para receber todos os alunos, independentemente de suas condições, assim a escola torna-se o único espaço de aprendizagem. Abordaremos através de orientações conforme a LDB à formação de professores, destacando as competências que devem ser dominadas como parte de um processo permanente de desenvolvimento profissional. Aplicam- se aquelas referentes à compreensão do papel social da escola, ao domínio dos conteúdos, à interdisciplinaridade, ao conhecimento dos processos de investigação. Cabe ao profissional assumir e saber lidar com a diversidade existente entre os alunos; incentivar atividades de enriquecimento 4 curricular; utilizar novas metodologias, estratégias e material de apoio; desenvolver hábitos de colaboração e trabalho em equipe. Atenderemos a proposta da inclusão social, como garantia de acesso contínuo ao espaço comum da vida em sociedade, com base nas relações de acolhimento à diversidade humana, como as crianças com deficiências múltiplas e surdocegueira e suas necessidades. As Deficiências Múltiplas são aquelas afetadas em duas ou mais áreas, caracterizando uma associação entre diferentes deficiências, com possibilidades bastante amplas de combinações. Um exemplo seriam as pessoas que têm deficiência mental e física. A múltipla deficiência é uma situação grave e, felizmente, sua presença na população geral é menor, mas consideramos importante trazer informações sobre esta possibilidade. Este processo da educação inclusiva foi delineado com objetivo de questionar práticas e políticas educacionais, que devem atender à comunidade escolar com qualidade e sucesso. Portanto, é necessário que exista uma escola para atendimento a todos, que se estruture em função de cada necessidade dos alunos que lá estão inseridos. A adaptação Curricular é apontada como uma das ferramentas mais importantes para um trabalho pedagógico que facilitará o trabalho do professor com máximo de aproveitamento dos alunos, evitando que o aluno especial esteja isolado na sala, mas trabalhando com um material diferenciado, acentuando suas diferenças. Novas metodologias utilizadas nas escolas, em relação ao trabalho existente entre o professor da sala de recursos multifuncional e o professor da sala regular de ensino, assim como a formação e socialização de experiências desenvolvidas neste contexto. 5 A INCLUSÃO SOCIAL www.solivros.com.br Incluir quer dizer fazer parte, inserir, introduzir. E inclusão é o ato ou efeito de incluir. Assim, a inclusão social das pessoas com deficiências significa torná-las participantes da vida social, econômica e política, assegurando o respeito aos seus direitos no âmbito da Sociedade, do Estado e do Poder Público. A inclusão da pessoa com deficiência no âmbito escolar é um debate atual que demanda a organização de várias propostas de trabalho, pelas especificidades inerentes à pessoa humana e pelas diversas barreiras existentes no contexto escolar. Ao se pensar essa inclusão é importante refletir acerca do que é incluir de fato, já que se trata de um tema polêmico do ponto de vista da prática educacional. De acordo com Sassaki (2006), a integração propõe a inserção parcial do sujeito, enquanto que a inclusão propõe a inserção total. Para isso, a escola, como instituição que legitima a prática pedagógica e a formação de seus educando, precisa romper com a perspectiva homogeneizadoras e adotar estratégias para assegurar os direitos de aprendizagem de todos. Contudo, tais estratégias dependem das especificidades de cada pessoa, da experiência, e da criatividade e observação do professor com sensibilidade e 6 acuidade, além de uma formação inicial e continuada que o encaminhe para isso. Documentos, como, por exemplo, a Declaração de Salamanca (1994), defendem que o princípio norteador da escola deve ser o de propiciar a mesma educação a todas as crianças, atendendo às demandas delas. Nessa direção, a inclusão traz como eixo norteador a legitimação da diferença (diferentes práticas pedagógicas) em uma mesma sala de aula para que o aluno com deficiência possa acessar o objeto de conhecimento. “Acessar” aqui tem um papel crucial na legitimação da diferença em sala de aula, pois é preciso permitir ao deficiência em igualdade de oportunidade com as demais crianças. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1948 relaciona os aluno que tenha acesso a tudo, por outras vias, que eliminem as barreiras existentes. Isso poderá ocorrer por meio de alternativas diversas (jogos, brincadeiras e experimentação de diferentes estratégias) que o professor precisará buscar para tratar dos conhecimentos em sala de aula, perpassando, portanto, como se disse anteriormente, pela sensibilização, criatividade e formação necessárias a esse professor. Assim, dentro da perspectiva social de deficiência podemos afirmar que a pessoa com deficiência procura outro percurso de desenvolvimento distinto daquele que está impedido biologicamente (VYGOTSKY, 2004). A pessoa cega, por exemplo, aprende e se desenvolve na busca de novos acessos, cognitivos e sociais, utilizando se do braille e de recursos de tecnologia de informação e comunicação acessíveis. Já a pessoa surda, usuária da língua de sinais, tem acesso ao objeto de conhecimento por meio dessa língua. É importante ressaltar que a concepção de que os alunosnão começam sua apropriação do sistema de escrita alfabética do zero também é válida para as crianças com deficiência (REILY, 2004). A escola 7 deve disponibilizar recurso e tecnologia assistiva, a fim de promover condições de acessibilidade, segurando, assim, plena participação e possibilidade de aprendizagem às crianças com seguintes direitos que valem para todos, isto é, os chamados direitos humanos ou da cidadania. Direitos Civis: direito à liberdade e segurança pessoal; à igualdade perante lei; à livre crença religiosa; à propriedade individual ou em sociedade; e o direito de opinião (Art. 3° ao 19). Direitos Políticos: liberdade de associação para fins políticos; direito de participar do governo; direito de votar e ser votado (Art. 20). Direitos Econômicos: direito ao trabalho; à proteção contra o desemprego; à remuneração que assegure uma vida digna, à organização sindical; e direito à jornada de trabalho limitada (Art. 23 e 24). Direitos Sociais: direito à alimentação; à moradia; à saúde; à previdência e assistência; à educação; à cultura; e direito à participação nos frutos do progresso científico (Art.25 ao 28). Ao longo das últimas três décadas até hoje o tema inclusão escolar continua a ser amplamente discutido nos espaços educativos e entre as pessoas que direta ou indiretamente, se envolvem com este processo na escola ou em diversos ambientes sociais, onde há interação de pessoas. Não se pode negar a polêmica que existe em torno das questões que se relacionam com a inclusão nas escolas regulares de alunos com deficiências ou diferenças individuais acentuadas. Para alguns professores, o cotidiano da educação inclusiva é tão complexo que ele se torna difícil de enfrentar, ou até mesmo, impossível de acontecer algo de novo. Ele se apresenta, às vezes, de forma tão incerta, tão cheia de dúvidas que gera insegurança e medo de enfrentar situações inesperadas. Isso, porque dependendo da situação a ser encarada poderá representar uma ameaça a identidade do professor como sujeito que ensina. 8 Não há dúvida de que a atividade docente não é simples, principalmente, quando se lida com uma heterogeneidade de maior complexidade. A formação docente oferecida nos moldes que se apresenta nas instituições de ensino superior, infelizmente, não favorece uma visão dessa complexidade que há nas relações socioculturais no espaço escolar. Com isso, o profissional terá que adquirir experiências e aprender a lidar com todas as situações inesperadas a partir de uma formação continuada. No decorrer, desta reflexão, vamos tentar chamar daqueles que se interessam em entender um pouco mais sobre a complexidade do processo de inclusão escolar, no sentido de indicar algumas questões que possam favorecer um repensar sobre como desenvolver uma educação inclusiva, de forma que a própria ação de refletir possa significar mudança. Para início da discussão, destacou-se alguns conceitos e ideias sobre a educação inclusiva. Educadores que se dedicaram à pesquisa sobre essa temática tentaram contextualizar conceitos de um processo inclusivo de educação que consideram pertinente ao direito de participação de todos no espaço escolar. Sobretudo, por meio de práticas e ações estruturadas para atender com igualdade a todos. A discussão de ambos educadores mostrou que para se efetivar a educação inclusiva de fato, haverá a necessidade de transformações na estrutura e organização do tempo e espaço escolar. Além disso, é preciso haver formação permanente dos profissionais que atuam diretamente com a diversidade sociocultural presente num mesmo espaço educacional escolar. Uma das tentativas de mudanças de paradigma educacional ficou registrada na substituição do termo integração para o termo inclusão. Mudanças de estruturas e paradigmas são muitas vezes, lentas e até dolorosas. Mudar tradições requer paciência, persistência e enfrentamento de resistências e limites. Infelizmente, não se pode afirmar, hoje, que a inclusão como processo de inserção total, se instalou de fato nas escolas 9 brasileiras e substituiu, completamente, o modelo da integração, processo parcial de inserção. Neste sentido, há de se perceber que este sonho de incluir todos num mesmo espaço e com as mesmas oportunidades de aprendizado se realiza lentamente, por meio de tentativas, erros e acertos. Entretanto, sabe-se que é direito de qualquer pessoa, ocupar um espaço na escola pública, tendo os mesmos direitos e oportunidades para aprender. Se numa visão tradicional de educação o processo de integração imperou como paradigma de educação ideal, na atualidade, urge uma mudança de mentalidade. No contexto da inclusão escolar é necessário valorizar as diferenças individuais, no sentido de que se aprende com maior qualidade quando o professor deixa de ser o único detentor do saber. Num espaço onde as diferenças individuais são respeitadas e valorizadas haverá espaço para a cooperação, para a solidariedade e para as significativas trocas culturais. Nessa ambiência educativa se instala as oportunidades de aprender com os pares, onde todos os alunos se beneficiam academicamente, tendo a chance de expandir suas ideias, emoções e potencialidades que numa outra situação não lhe seria possível. Para se discutir uma forma mais adequada de organização da escola para o desenvolvimento da educação inclusiva, recorreu-se a pesquisadores que com pertinência levantaram importantes ideias teóricas e práticas de como se fazer inclusão no espaço da escola regular de ensino. Uma ideia que mereceu destaque e que precisa ser levada em conta é o fato de que num processo de educação inclusiva há a necessidade de formação de grupos de estudos e discussões entre os profissionais da educação sobre os problemas educacionais nas escolas. O foco central desse modelo educacional precisa se fundamentar, prioritariamente, na aprendizagem do aluno. E para assegurar que ocorra a inclusão, se fará necessário, a compreensão de que é fundamental uma aliança entre teoria e prática em qualquer ação pedagógica que venha a ser executada na escola. 10 Ao tratar, neste estudo, de uma experiência de pesquisa de inclusão na escola regular, a ideia foi mostrar um pouco da vivência de uma aventura, que buscou respostas para incertezas e angústias que faziam parte da realidade de uma educadora, que buscava conhecer os caminhos que contribuem para a inclusão/exclusão de pessoas com deficiência no cenário escolar. Na trajetória de pesquisa, a realidade do cenário revelou a necessidade de maior conhecimento do processo de educação inclusiva por parte dos profissionais. Mostrou que para se efetivar a inclusão na escola regular é preciso conhecer a essência do processo, planejar e organizar as ações educativas. É necessário acreditar que todos os alunos são capazes de aprender e, que a inclusão só se efetiva de fato, quando há reconhecimento das diferenças individuais como fator positivo para enriquecimento do espaço cultural. Quando há cooperação e busca de estratégias para desenvolver uma educação que valorize todos os alunos nas suas variadas habilidades e talentos. Ficou, também, registrada a importância da parceria dos pais com a escola para favorecer uma melhor qualidade ao processo de educação inclusiva. Os pais que acompanham o trabalho da escola, que participam de reuniões, que se aliam à escola nas suas dificuldades de lidar com as diferenças individuais estão favorecendo o êxito da inclusão. Contudo, torna- se necessário que a escola abra as portas para a família de forma a envolvê- la como força-tarefa nesse processo inclusivo de educação. Encerrando a presentediscussão ficou exposto o conto de uma história relatada por uma pessoa portadora de deficiência visual que descreveu algumas de suas experiências escolares, com o propósito de contribuir para uma reflexão sobre as ações e atitudes dos profissionais que fizeram parte do seu processo educativo É importante observar na presente história certa fragilidade dos professores para lidar com as diferenças individuais. Pode-se analisar também, que algumas ações 11 daquela realidade vivida, infelizmente, podem ser associadas a alguns fatos da realidade educacional do momento atual, configurando ações excludentes. Importa ressaltar que o quadro conceitual e teórico que fundamentou este estudo não esgotou as ideias que se relacionam com o tema educação inclusiva. É importante lembrar, como foi mencionado neste texto, que é necessário e urgente que os profissionais da educação percebam a importância da formação continuada em serviço. Pois esta é estratégia que pode permitir a melhoria das ações educativas, no cenário da educação inclusiva. Portanto, a partir deste estudo, espera-se que haja uma leitura crítica com relação ao processo de inclusão. Vale lembrar que nunca se discutiu tanto, esse tema, como atualmente. E nessa perspectiva, muitos são os desafios a enfrentar e toda e qualquer tentativa de desenvolver uma educação que promova a inclusão de todos na escola ou na vida em sociedade, implicará em mudanças das condições atuais em que se encontram as escolas regulares. Então, fique alerta! É válido ressaltar alguns caminhos que são fundamentais ao professor quando este pretende ensinar e aprender na diversidade. É preciso ter a coragem de mudar o que já está pronto, alçar voos mais altos e vislumbrar novos caminhos quando se pretende ensinar e aprender num processo de educação inclusiva. A tarefa de ensinar é complexa, pois motivar alguém a aprender depende de estratégias criativas para fazê-lo de forma eficaz. Assim, todo esse processo educacional vai demandar do professor não só conhecimentos científicos, mas também uma tomada de atitude para mudar as velhas práticas, tornando-as espaços de interação e de respeito à cultura e ao conhecimento de todos. A seguir, a preocupação ficou em torno da discussão de quais competências didáticas poderiam favorecer a educação inclusiva. Ficou registrado que uma educação inclusiva exige uma ação docente dinâmica e inovadora que vai requerer uma formação docente continuada em serviço. Na versão inclusiva os docentes 12 se colocam como gestores da ação educativa, tomam decisões, e têm liderança compartilhada nos diversos espaços das escolas. CONCEITOS E FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO INCLUSIVA O conceito de Educação Inclusiva é amplo e complexo. Ele se expressa em diferentes formas de concepção e contextos. Para uma melhor compreensão deste estudo é necessário levar em conta a questão dos direitos humanos e das diferenças individuais. Sabemos que a inclusão de todos nas escolas brasileiras, ainda, não é uma realidade de fato. Muitos educadores que se dedicam a pesquisas sobre esse assunto revelam que para haver inclusão escolar na realidade das escolas regulares de ensino há a necessidade de mudanças de paradigmas educacionais e afirmam que, infelizmente, existe uma cultura que persiste em conservar práticas excludentes no cenário das escolas. Neste sentido, a presente reflexão, poderá contribuir com algumas questões sobre o desenvolvimento do processo de educação inclusiva. Elas ressaltam a importância de valorizar as diferenças e 13 oportunizar a todos os alunos, o acesso ao espaço escolar e ao conhecimento científico com igualdade de oportunidades. Antes de abordar algumas reflexões sobre o paradigma da educação inclusiva, considera-se pertinente analisar os conceitos de educadores que se dedicaram e ou dedicam a pesquisar sobre esse processo educacional. Educadores e pessoas que direta ou indiretamente, defendem o direito de todos na escola com as mesmas oportunidades de acesso e permanência e aprendizagem de qualidade. Nas idéias de Stainback (1999), a educação inclusiva é a prática da inclusão escolar de todos os alunos, independentemente, de seu talento, deficiência, origem sócio-econômica ou origem cultural onde todos possam se apropriar, igualmente, de todos os benefícios que a escola pode oferecer. A inclusão é um valor. Ela é o que fazemos com todas as crianças. Ela é o que desejamos para nós mesmos. Nesse modelo de educação todos os alunos juntos têm o direito à mesma preparação para a vida na comunidade. Baseado neste conceito pode-se afirmar que esse tipo de educação requer uma transformação dos sistemas de ensino no país. As escolas brasileiras se configuram, ao longo da história de educação brasileira até os dias de hoje, no retrato de uma educação para uma parcela da sociedade. As mudanças ocorrem de forma lenta com relação ao processo de inclusão de todos no espaço educacional escolar. Basta verificar o índice de evasão, repetência e insucesso no processo de aprendizagem dos alunos. Na visão de Mitler (2003), a educação inclusiva se baseia num sistema de valores que faz com que todos os alunos se sintam bem vindos à escola e esta celebra a diversidade que tem como base o gênero, a nacionalidade, a raça, a linguagem de origem, o nível de aquisição educacional e cultural, ou a deficiência. Esse modelo de inclusão, porém, implica em uma reforma radical nas escolas em termos de currículo, avaliação, pedagogia e agrupamento dos alunos nas atividades de sala de aula. Implica, também, no preparo apropriado dos professores 14 mediante uma formação de uma educação e desenvolvimento profissional contínuo durante a vida . A ideia acima revela que o processo para uma educação inclusiva caminha como expressão de luta para o alcance dos direitos humanos, tendo, portanto, a necessidade de amplas transformações. Mantoan(2003), destaca que a educação inclusiva implica em mudança de paradigma educacional. É a nossa capacidade de entender e reconhecer o outro e, assim, ter o privilégio de conviver e compartilhar com pessoas diferentes de nós. A educação inclusiva acolhe todas as pessoas, sem exceção. Esse processo prevê a inserção de todos os alunos de forma radical, completa e sistemática. A inclusão escolar é produto de uma educação plural, democrática e transgressora que provoca uma crise de identidade institucional, que por sua vez, abala a identidade dos professores, pois parte dos mesmos buscam alunos de modelos ideais, permanentes e essenciais. A ideia de aluno ideal pode nos levar a refletir sobre a cultura da homogeneidade, muitas vezes, mudanças, utiliza de práticas imutáveis e rotineiras e desvalorizam as diferenças individuais. O conceito de educação inclusiva nas palavras de Ferreira e Guimarães (2003) se refere ao acesso à escola de todos os alunos, indistintamente, independentemente, do fato de apresentarem dificuldades e ou deficiências. Nesse modelo de educação é preciso criar alternativas técnico-pedagógicas, psicopedagógicas e sociais que possam contribuir para o processo de aprendizagem de todas as crianças, e isto requer mudança de antigos para novos paradigmas. E é a partir da compreensão de inúmeros aspectos ligados aos conceitos de igualdade e de diferença, é que se pode investir em seres humanos melhores e mais fraternos. E assim sendo, haverá significativa contribuição para profundas modificações na área educacional. Considerando a idéia acima, vale a pena chamar a atenção pelo fato de que a escola precisa de transformação para receber 15 qualquer tipo de aluno, mesmo aqueles comdeficiência. Valendo-se disso, uma questão merece ser refletida: Há interesse e vontade política por parte de todos os profissionais das escolas em mudar, radicalmente, atitudes, práticas e conceitos? Nas últimas décadas, o tema inclusão tem sido palco de debate para educadores, pais de alunos com deficiências e pessoas diretamente ligadas a instituições que lutam pela inclusão e valorização das pessoas que portam alguma deficiência ou dificuldades de aprendizagem. Pensar a educação numa lógica inclusiva é pensá-la em novas perspectivas educacionais, é caminhar para a busca dos direitos, bem como, levantar a bandeira da igualdade no cenário educativo. 16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARRETO, Sidirley de Jesus. Psicomotricidade, educação e reeducação. 2 ed. Blumenau: Livraria Acadêmica, 2000. FONSECA, Vitor da. Psicomotricidade: perspectivas multidisciplinares. Porto Alegre: Artmed, 2004. NEGRINE, Airton. Aprendizagem e desenvolvimento infantil 3: psicomotricidade: alternativas pedagógicas. Porto alegre: Prodil, 1995. REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES ALMEIDA, Geraldo Peçanha de. Teoria e prática em psicomotricidade: jogos, atividades lúdicas, expressão corporal e brincadeiras infantis. 3 ed. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2007. ANTIPOFF, Helena. A educação de bem dotados. Rio de Janeiro, SENAI, 1992. AUCOUTURIER, B., DARRAUT, I., EMPINET, J. L. A prática psicomotora: reeducação e terapia. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986. 17
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