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Faculdade de Ciências Departamento de Física Disciplina: Óptica e Ondas Curso: Meteorologia Tema: Pratica 6- Optica (Exercícios 2,7 e 12) Discente: Rosymary de Josina Dionísio Magalhães Docente: Prof. Dr. Carlos Abilio Alejandro Alfonso Maputo, 09 de Maio de 2020 2 Índice 1.Introdução teórica ................................................................................................................... 2 2.Conceitos básicos .................................................................................................................... 3 2.1.Condições para que as ondas luminosas interfiram ......................................................... 5 2.2.Caracteristicas Padrão ...................................................................................................... 8 2.3.Equações .......................................................................................................................... 9 2.4.Condicoes máximas e mínimas. ..................................................................................... 11 2.5. Tipos de interferômetros ............................................................................................... 13 2.5.1.Interferômetro de Michelson. .................................................................................. 13 2.5.2 – Interferômetro de Sagnac. .................................................................................... 14 2.5.3. Interferômetro de Fabry-Perot. .............................................................................. 16 3. Exercícios (2,7,12) e resoluções .......................................................................................... 19 4.Conclusão .............................................................................................................................. 22 5.Bibliografia ........................................................................................................................... 23 3 1.Introdução teórica Interferência é o fenómeno ondulatório que tem como origem quando temos vários raios luminosos atingindo um mesmo ponto de um anteparo. Neste caso as ondas se somam de acordo com a adição vectorial dos campos electromagnéticos (princípio da superposição). Ao se calcular a intensidade do campo resultante, veremos que esta pode ser maior ou menor que a soma das intensidades dos campos que se superpuseram-se. Em geral, estes são oriundos da mesma fonte e percorrem caminhos ópticos distintos, de forma que haverá uma diferença de fase entre eles. A Fig.1 mostra um exemplo de como o processo de interferência pode ser obtido. Para efeitos práticos, é como se os raios 1 e 2 fossem provenientes de duas fontes virtuais, F' e F’’. (Halliday, Resnick, & Walker, 2016) Fig.1- Obtenção da interferência 2.Conceitos básicos A interferência da luz é um fenómeno que ocorre quando dois feixes luminosos, ou duas ondas, provenientes da mesma fonte, percorrem caminhos diferentes e depois convergem para uma mesma região do espaço, ou seja, quando duas ou mais ondas de luz se sobrepõem em um ponto. (Halliday, Resnick, & Walker, 2016) Sob certas condições, a iluminação nesse ponto não é igual à soma das iluminações que teria se cada uma chegasse na ausência de o outro ou o resto. 4 Nesse caso, dependendo de determinadas condições, forma-se regiões na intensidade da luz atinge um máximo, intercaladas por regiões nas quais a intensidade da luz atinge um mínimo. (Halliday, Resnick, & Walker, 2016) (1) O fenómeno da superposição dos efeitos das ondas que se cruzam é denominado interferência. Podemos ter dois tipos de interferências: a construtiva e a destrutiva. Observe a figura abaixo: Fig.2- Representação da interferência construtiva e destrutiva Interferência construtiva ocorre um reforço da onda, e a amplitude da onda resultante é maior do que a amplitude de cada uma das ondas que se super põem. (Halliday, Resnick, & Walker, 2016) Interferência destrutiva ocorre um cancelamento da onda, sendo esse cancelamento total ou parcial, e a amplitude da onda resultante é menor do que pelo menos uma das amplitudes das ondas que se super põem. Quando ocorre a interferência totalmente destrutiva, o meio não apresenta efeito das perturbações, permanecendo o ponto em equilíbrio, enquanto perdurar a superposição. (Halliday, Resnick, & Walker, 2016) Interferômetros são dispositivos que permitem medir ou comparar comprimentos de onda com grande precisão utilizando franjas de interferência, bem como a determinação de índices 5 de refração de materiais, podendo ser aplicados no ensino sobre o fenómeno de interferência e em várias outras aplicações no campo de física experimental. (NUSSENZVEIG, 2004) 2.1.Condições para que as ondas luminosas interfiram A interferência sendo um fenómeno tipicamente ondulatório que ocorre quando duas ou mais ondas passam pelo mesmo ponto no espaço no mesmo instante. Através do princípio de superposição, que vale tanto para ondas mecânicas, quanto para ondas electromagnéticas: o deslocamento resultante é determinado somando-se os deslocamentos provocados pelas ondas individuais como se elas estivessem presentes sozinhas. (Young & Fredman, 2009) O termo deslocamento tem significado geral: I. No caso das ondas mecânicas, trata-se do deslocamento das partículas do meio em relação à posição de equilíbrio, II. No caso das ondas electromagnéticas, trata-se do valor dos vectores dos campos eléctricos e magnéticos. Já sabemos que a soma de duas ondas harmónicas que se propagam no mesmo sentido não é igual simplesmente à soma aritmética: com ondas, 1 + 1 nem sempre será igual a 2. Dependendo da diferença entre as fases das ondas, o resultado pode variar entre 0 e 2. Fig.3-Ilustração simplificada da interferência construtiva e destrutiva das ondas electromagnéticas linearmente polarizadas ao longo da mesma direcção. Os gráficos representam a variação do campo eléctrico. Quando as ondas estão em fase, i.e., diferem por um valor múltiplo de , a amplitude do campo eléctrico da onda resultante é o dobro da amplitude do campo eléctrico de cada onda 6 (suponhamos aqui que as amplitudes das duas ondas a se sobrepor são iguais). Mas se a diferença de fases for onde é um número inteiro, o resultado será catastrófico – as ondas aniquilam uma a outra. No primeiro caso, costumamos dizer que temos interferência construtiva, e no segundo, interferência destrutiva (figura 3). (Young & Fredman, 2009) De modo geral, o efeito de sobreposição das ondas num dado ponto do espaço é determinado pela diferença entre as fases das duas ondas com que elas chegam a esse ponto. A diferença de fase é usualmente introduzida através da diferença de caminhos. Se as duas ondas harmónicas idênticas e em fase fossem emitidas por duas fontes , elas sofreriam interferência. Situação em um ponto qualquer do espaço dependerá da diferença entre as distâncias que as ondas percorrem a partir das suas fontes até o ponto (figura 4). fig 4- Duas fontes emitem ondas electromagnéticas harmónicas idênticas e em fase. Se a diferença dos caminhos for , onde é um número inteiro e λ o comprimento de onda, o campo elétrico oscilará com amplitudedobrada no ponto , isto é, ocorrerá interferência construtiva neste ponto. Por outro lado, se a diferença for ( ) ( ) teremos condição para interferência destrutiva, e no ponto a onda resultante será zero. Estas são situações extremas. Caso a diferença dos caminhos tenha algum outro valor, ocorrerá uma situação intermediária, i.e., o campo eléctrico resultante no ponto P oscilará com amplitude cujo valor seria entre zero e amplitude dobrada. (Usberco, Salvador, Jose, & Martin Velloso, 2009) 7 Figura 5: Padrão de interferência entre duas ondas electromagnéticas harmónicas, emitidas em fase pelas duas fontes pontuais. Os círculos representam o conjunto geométrico dos pontos nos quais o campo eléctrico tem valor máximo (equivalente as cristas das ondas). A distância entre os círculos é igual ao comprimento de onda λ . Lembrando que intensidade de onda electromagnética é proporcional ao quadrado da amplitude do seu campo eléctrico. Portanto, nos pontos do espaço onde ocorre interferência construtiva a intensidade aumenta, e nos pontos com interferência destrutiva a intensidade diminui. Forma-se, então, um padrão de interferência no espaço em torno das duas fontes (figura 5), bem como no caso das ondas mecânicas. Para produzir padrão estável de interferência das ondas luminosas vindas de duas ou mais fontes é preciso que estas fontes: Sejam coerentes; Produzam luz monocromática. O problema é que todas as fontes comuns de luz são incoerentes. Por isso é tão difícil de registar a interferência das ondas luminosas, e por isso demorou tanto para que o primeiro padrão de tal interferência fosse observado. A tarefa foi realizada pela primeira vez pelo cientista inglês, Thomas Young, no ano 1801. Experimento de Young Em 1801, Thomas Young provou experimentalmente que a luz é uma onda, ao contrário do que pensavam muitos cientistas da época. O que o cientista fez foi demonstrar que a luz sofre interferência como as ondas do mar, as ondas sonoras e todos outros tipos de ondas. Além disso ele conseguiu medir o comprimento de onda médio da luz solar, o valor obtido, 570nm, esta surpreendentemente próximo do valor actualmente aceito, 555nm. (Tippler, 1991) 8 Princípio de funcionamento do experimento de Young fig. 5.1-. Experimento de Young No experimento de interferência de Young a luz monocromática incidente é difractada pela fenda S˳ que se comporta como uma fonte luminosa pontual, emitindo frentes de ondas semicirculares. Quando a luz chega ao anteparo B é difractada pelas fendas e, que se comportam como duas fontes luminosas pontuais. As ondas luminosas que deixam as fendas se combinam e sofrem interferência, formando um padrão de interferência compostos de máximos e mínimos na tela de observação C. Entre os anteparos B e C as frentes de onda semicircular com centro em mostram as ondas que existiriam se apenas a fenda estivesse descoberta, as frentes de onda semicircular como centro em mostram as ondas que existiriam se apenas a fenda estivesse descoberta. (Tippler, 1991) 2.2.Caracteristicas Padrão Fig.A- Padrão de interferência. 9 Fig.B- Padrão de interferência de duas fendas 2.3.Equações As chamadas equações de Maxwell são expressões matemáticas de resultados experimentais. Esse conjunto de quatro equações é mostrado a seguir e representam respectivamente, a extensão da lei de Ampère, a forma diferencial da lei de Faraday da indução electromagnética, a lei de Gauss e a equação que indica a não existência de monopólos magnéticos. (NUSSENZVEIG, 2004) Uma das principais consequências das equações de Maxwell é que a partir delas é possível obter as equações de propagação das ondas electromagnéticas. Considerando um meio linear, homogéneo e isotrópico, para obter a equação da onda para H é necessário aplicar a rotacional na equação. (NUSSENZVEIG, 2004) D é o vector deslocamento e pode ser escrito como εE. Além disso, pela lei de Ohm J = g E. Para o meio considerado, g e ε são constantes, as: 10 Admitindo que E seja uma função comportada em seu domínio, a ordem de derivação acima pode ser invertida: Usando a equação (2.2), têm-se Em que foi empregado B = μH, que para o meio em questão, μ é constante. O triplo produto vectorial pode ser simplificado se considerar a identidade Assim, têm-se Lembrando que μ é constante, então Portanto, a equação (2.9) fica Equação semelhante é satisfeita pelo vector E. Para obtê-la aplica-se a rotacional na equação (2.2): 11 A ordem de derivação pode ser trocada considerando que B é uma função bem comportada Fazendo B = μH e J = gE, lembrando que g, μ e ε são constantes para o meio considerado, têm-se: Pela identidade vectorial (2.8) e considerando que a equação é aplicada para um meio em que .D = 0, vem Estas equações de onda descrevem o campo electromagnético em um meio no qual a densidade de carga é nula, sendo que o campo também deve satisfazer as equações de Maxwell. Isso ocorre porque as equações de onda são consequência necessária desta, porém não vale a recíproca. (NUSSENZVEIG, 2004) 2.4.Condicoes máximas e mínimas. Para obtermos os máximos e mínimos seguremos por passos atravessando da figura 6, os pontos A e B são os orifícios que geram as ondas esféricas de Huygens e é o ponto no alvo onde sabemos ocorrer interferência construtiva (zona clara). A fig. 6 não está, evidentemente, em escala, pois o alvo está muito afastado da barreira com os dois orifícios (repetimos: D>> d). (Tippler, 1991) 12 Designamos por P um ponto do alvo onde a interferência é construtiva e por as distâncias percorridas pelos raios que partem de A e de B e atingem P. Haverá interferência construtiva se a diferença entre estes dois comprimentos − segmento BC na figura − for zero ou igual a um múltiplo inteiro de um comprimento de onda: (3) Aparecendo um máximo de intensidade luminosa. Este critério impõe, de imediato, que seja um ponto com interferência construtiva (m = 0). Insistimos no fato de o lado esquerdo da fig. 6 não estar em escala: de fato, as linhas AP e BP na realidade são praticamente paralelas. O ângulo θ é, portanto, muito pequeno: θ ≈ 0. O triângulo APC é isósceles: os ângulos internos nos vértices A e C são iguais, sendo estes ângulos muito próximos de 90º. Assim, é boa aproximação considerar que o triângulo ABC é rectângulo em C como se mostra na parte direita da fig. 6. Note-se que o ângulo θ nesse triângulo é igual ao ângulo que a direcção do ponto P, relativamente ao ponto médio dos orifícios A e B, faz com a direcção horizontal. O segmento ̅̅ ̅̅ é um cateto desse triângulo, tendo-se: (4) Combinando com a expressão (3), obtém-se Condição de máximo (5) Onde o número m é a ordem dos máximos. O máximo central em θ = 0 (m = 0) é o máximo de ordem zero. O primeiro máximo de qualquer dos lados deste, com m = ± 1 é o máximo de primeira ordem, e assim por diante. O sinal “+” indica se o máximo está acima do ponto O e o “-”, abaixo. A posição de um mínimo de intensidade luminosa, ou seja, de um ponto onde a interferência seja destrutiva, é determinada usando um raciocínio análogo ao seguido para encontrar a posição dos máximos. Há um mínimo quando as distâncias diferem de meio comprimento de onda ou de um número inteiro de comprimentos de onda mais meio comprimento de onda, o que matematicamente se exprime por: Condição de mínimo 13 (6) 2.5. Tipos de interferômetros Existem vários tipos de interferômetros,como por exemplo: o interferômetro de Pohl, de Twyman-Green, de Rayleigh, de Fizeau e de LummerGehrcke. Contudo, neste trabalho é feito apenas o estudo dos interferômetros mais conhecidos: Interferômetro de Michelson, de Mach-Zehnder, de Fabri-Perót, de Sagnac, destacando a importância de cada um deles na evolução da Física, tanto experimental quanto teórica, além do papel de cada um na compreensão dos conceitos de interferência no ensino de Física. (Young & Fredman, 2009) 2.5.1.Interferômetro de Michelson. O interferômetro de Michelson, assim chamado em razão do cientista que o idealizou e o construiu em 1881, Albert Abraham Michelson (1852-1931), tornou-se o interferômetro mais conhecido e historicamente de maior importância. A luz proveniente de um ponto da fonte extensa representado na Figura incide em uma lâmina semi-espelhada O, que tem a propriedade de dividir o feixe incidente em dois outros feixes cujas intensidades são iguais e é posicionada a do feixe incidente. Os feixes assim formados propagam-se perpendicularmente, sendo que o feixe reflectido vai em direcção ao espelho e o feixe transmitido prossegue em direcção ao espelho , atravessando a lâmina C não espelhada. Após sofrerem reflexão nos espelhos e , os feixes são enviados de volta às suas direcções de incidência, onde a onda proveniente de M2 atinge o detector após atravessar novamente a lâmina e a onda reflectida no espelho M1 segue para o detector, após ser reflectida na lâmina semi-espelhada. Lembrando que caminho ótico de uma onda em um meio, por definição, é o produto do índice de refracção correspondente pela distância que a onda percorre nesse meio, têm-se que o feixe reflectido em apresenta uma diferença de caminho óptico devido ao seu duplo atravessamento de O. Assim, a lâmina C que possui as mesmas dimensões de O, mas não é semi-espelhada, tem a função de compensar a diferença de caminho ótico produzido pela lâmina semi-espelhada O. Como as ondas são originadas em um mesmo ponto P da fonte, então são coerentes e atingem o plano de observação O interferindo entre si. O padrão de interferência formado é de franjas circulares. 14 Para o entendimento de como ocorre a formação dos anéis de interferência, é conveniente considerar a representação da Figura 7, em que este processo é mostrado de forma mais simplificada. A fonte está posicionada no plano Σ e é a imagem de conjugada pela lâmina semi-espelhada O. Dependendo da posição de em relação a O, pode estar antes, depois ou coincidindo com . As superfícies Σ1 e Σ2 são as imagens da fonte Σ nos espelhos e e , respectivamente. Fig.7- O interferômetro de Michelson. Fonte: Ele utilizou o interferômetro para detectar a diferença entre os intervalos de tempo de percurso entre os raios a partir da análise da interferência produzida quando esses raios incidiam no detector. Contudo, mesmo repetindo a experiência várias vezes, em épocas e condições diferentes, chegou sempre à mesma conclusão: não havia diferença entre os dois intervalos de tempo que os raios levam para se recombinarem no detector. Assim, ficou demonstrado que nenhum efeito poderia ser atribuído ao éter, o que indica que a velocidade da luz é c para todos os caminhos de acordo com a Teoria da Relatividade Restrita de Einstei. (Young & Fredman, 2009) 2.5.2 – Interferômetro de Sagnac. A principal característica do interferômetro de Sagnac é o fato de não apresentar braços independentes como ocorre nos interferômetros de Michelson e Mach-Zehnder, o que torna 15 esse interferômetro muito fácil de ser alinhado, além de ser bastante estável. Uma das possíveis formas de montar um interferômetro de Sagnac é mostrada na Figura 8, (a) onde se vê dois espelhos e um divisor de feixes. Os espelhos são posicionados de forma que os raios provenientes do divisor de feixes percorrem o mesmo caminho, porém em sentidos contrários, daí o motivo desse interferômetro também ser chamado de interferômetro em anel. Por não ter braços independentes, esse interferômetro dispensa alguns cuidados que são comuns quando se trabalha com outros interferômetros para obter padrões de interferência estáveis, como isolamento de circulação de ar ou vibrações, pois se algum fator afeta um dos braços, então afeta os dois feixes ao mesmo tempo. Também é dispensável o uso de lâminas compensadoras, uma vez que os feixes atravessam o divisor com mesmo número de vezes. (Young & Fredman, 2009) Fig.8 - Interferômetro de Sagnac (a) uma das suas formas possíveis e (b) o interferômetro de Sagnac girando. Uma das aplicações mais importantes do interferômetro de Sagnac é a determinação da vel,ocidade de rotação de um sistema. A primeira construção de um interferômetro em plataforma girante aconteceu em 1963 e serviu de exemplo para que muitos dispositivos desse tipo viessem a ser desenvolvidos nos anos seguintes. Todo o aparato, espelhos, fonte e detector foram rotacionados em torno de um eixo perpendicular passando pelo centro do interferômetro. Lembrando que existem dois raios em sentidos contrários no interferômetro, a rotação efetiva diminui o caminho de um deles e aumenta o do outro. A diferença de 16 caminhos entre os raios gera uma diferença de fase e conseqüente mudança no padrão de interferência, ou efeito Sagnac, proporcional à velocidade angular de rotação. (Young & Fredman, 2009) 2.5.3. Interferômetro de Fabry-Perot. Um interferômetro baseado em interferência de feixes múltiplos foi primeiramente construído por Charles Fabry e Alfred Perot em 1899. Este dispositivo consiste de duas placas de mesmo material, vidro ou quartzo, posicionadas paralelamente entre si que possuem face interna filmes de alta refletividade, Figura 9. O termo interferômetro só é aplicado ao dispositivo de Fabry-Perot se a distância entre as placas for mecanicamente variável, assim quando as placas são mantidas fixas o termo utilizado é étalon. Fig.9 - O modelo original do interferômetro de Fabry-Perot (1898). Fonte: MULLIGAN, 1998. É comum a montagem do étalon entre duas lentes, uma próxima à fonte extensa com a finalidade de colimar os feixes e outra próxima ao anteparo de observação para focalizar os feixes que são transmitidos paralelamente como mostrado na Figura 10.’ 17 Fig.10 - O étalon de Fabry-Perot. Fonte: HECHT, 1993. Por ser utilizada uma fonte extensa, os raios incidentes no étalon em ângulos de incidência diferentes e para cada ângulo têm-se um caminho óptico diferente para o feixe ao atravessar a cavidade entre as placas. O padrão de interferência observado é de franjas circulares concêntricas com inclinação igual ao ângulo de incidência dos feixes correspondentes às mesmas devido à simetria do dispositivo em relação ao eixo da lente. 2.5.4 . Interferômetro de Mach-Zehnder. O interferômetro de Mach-Zehnder foi desenvolvido independentemente pelos físicos Ludwig Mach e Ludwig Zehnder em 1891-92 e o princípio de funcionamento é baseado na divisão da amplitude de onda incidente. [RICCI, 2007]. Com esse aparato é possível monitorar alterações mínimas do índice de refração e na compressibilidade de um fluxo de gás, sendo muito aplicado em aerodinâmica. O esquema básico está mostrado na Figura 11. A radiação proveniente de uma fonte F é colimada e dividida por um divisor de feixes . Cada feixe assim originado corresponde a 50% da onda incidente sendo reflectidos pelos espelhos e , alinhados precisamente para que o ângulo de incidência seja sempre de 450, e vão para um outro divisor de feixes SM2. O padrão de interferência é observado na saída 1 ou na saída 2 sendo que em um existe máximo de interferência central e em outro um mínimo central. O máximo central em um dos anteparos se deve ao fato de que não há diferença de fase devido a uma diferença de caminhos entreos feixes que seguiram pelos braços 1 e 2, pois ambos percorreram a mesma distância, além de que esses raios, sofrem ambos, duas reflexões, de maneira que a diferença de fase final entre eles ao atingirem o centro do anteparo 1 continua sendo nula. Para os raios 18 que chegam no centro do anteparo 2, existe uma diferença de fase não nula, uma vez que para atingir o centro de anteparo, o raio que vai pelo braço 1 sofre três reflexões, enquanto o que vai pelo braço 2 sofre apenas uma. Isso resulta em uma diferença de fase de π radianos entre os dois raios que chegam ao centro do anteparo 2k. É possível variar a diferença de caminho óptico entre os feixes através da mudança de posição de um dos divisores de feixes o que faz a luz comutar entre uma saída e outra. Isto tem importância em comunicações ópticas porque possibilita alterar a direcção de tráfego do sinal. Já no caso do interferômetro de Michelson, a luz ou vai para o observador, ou retorna para a fonte. Fig.11 - Interferômetro de Mach-Zehnder. Fonte: RICCI, 2007. 19 3. Exercícios (2,7,12) e resoluções 2. Analise às características do quadro interferêncial e sua estabilidade auxiliando-se da equação anterior. Resolução: Auxiliando-se na expressão: Segundo a resolução do numero 1, a intensidade da onda resultante depende do cosseno da diferença de fase entre as duas fendas. Intensidade será máxima (Interferência construtiva) quando , acontece quando ( ) ( ) Quando a intensidade è mínima (interferência destrutiva) quando , acontece quando ( ). (√ √ ) Valor máximo (√ √ ) Valor mínimo Teremos que a intensidade luminosa resultante dependente da diferença e dos pontos donde se mede, isto è, que a energia luminosa não se distribui monotonamente na região de superposição sendo que, se forma o padrão de interferência caracterizado por sucessão de zonas claras e escuras. 7. Dentro do SIDEOO, analise a simulação Experimento do Young. Aceda mediante: SIDEOO\Anexos\apples\Applesdeóptica\Interferencia2r\Interferencia.y.htm. Que características do quadro interferêncial são possível demonstrar com ela? Resolução: Com o experimento de young è possível demonstrar e ver as características do quadro interferêncial, que são a interferência construtiva e interferência destrutiva. 20 Em termos matemáticos teremos: Quando M è um numero inteiro quando è construtiva, quando não è inteiro diz-se destrutiva. 12. Duas fendas separadas entre si 0,3 mm estão colocadas a 85 cm de uma tela. Qual é a distância entre a segunda e terceiras linhas obscuras da configuração de interferência na tela quando as ranhuras estão iluminadas com luz coerente de 600 nm? Dados: Resolução: ( ) ( ) ( ) ( ) = ( ) Calculados os ângulos teremos: ( ) Assim: 22* 22* ( ) 21 22 4.Conclusão Pode concluir que fenómeno de interferência ocorre exclusivamente quando duas ou mais ondas de mesmas características se sobrepõem em um determinado ponto do espaço. A interferência pode ser tanto construtiva, quando a resultante da intensidade da onda é maior que as intensidades individuais, quanto destrutiva, quando a resultante da intensidade é menor que as intensidades individuais. A interferência é um fenómeno que ocorre apenas pela interacção de ondas que se superpõem e pode ser percebida de várias formas: a sobreposição de ondas circulares que se propagam na superfície da água, a superposição de ondas em uma corda originando uma onda estacionária, a interacção entre ondas sonoras de frequências próximas que causam o chamado batimento, bem como as franjas brilhantes e escuras formadas pela superposição de feixes de luz provenientes de duas fendas. 23 5.Bibliografia AGUIAR. (2009). Opticas e geometrica dinamica. Brsil: Revista brasileira de ensino de fisica. Halliday, D., Resnick, R., & Walker, J. (2016). Fundamentos de Fisica (10 ed., Vol. IV). Rio de Janeiro: Grupo editorial Nacional. NUSSENZVEIG, H. (2004). Curso de Fisica (3 ediccao ed., Vol. IV). Edgard Blucher. Tippler, P. (1991). Fsica (3 edicao ed., Vol. IV). Usberco, J., Salvador, E., Jose, M. M., & Martin Velloso, H. (2009). brasil: companhia das ciencias. Young, H. D., & Fredman, R. A. (2009). Fisica IV (12 Edicão ed.). São Paulo: Person.
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