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Faculdade de Ciências Departamento de Física Disciplina: Óptica e Ondas Curso: Meteorologia Tema: Prática 9-Difracção da luz por uma rede (Exercícios 1,6, e 11) Discente: Rosymary de Josina Dionísio Magalhães Docente: Prof. Dr. Carlos Abilio Alejandro Alfonso Maputo, 30 de Maio de 2020 2 Índice 1.Introdução teórica ................................................................................................................... 3 2.Conceitos básicos .................................................................................................................... 4 2.1.Condições para que ocorra a difracção ............................................................................ 4 2.2.Tipos de difracção ............................................................................................................ 8 2.2.Caracteristicas e constituição ......................................................................................... 11 2.3.Condicoes máximas e mínimas. ..................................................................................... 11 3. Exercícios (1, 6, e 11) e resoluções ...................................................................................... 13 4. Conclusão ............................................................................................................................. 16 5.Bibliografia ........................................................................................................................... 17 3 1.Introdução teórica Um dos dispositivos mais úteis para o estudo da luz e corpos que emitem e absorvem luz é a rede de difracção. Neste dispositivo há inúmeras fendas, chamadas de ranhuras, podendo a chegar a milhares por milímetro, a luz só pode atravessar os espaços entre os sulcos que funcionam como fendas. As redes de difracção são muito utilizadas para determinar os comprimentos de onda emitidos por fontes luminosas de todos os tipos, desde lâmpadas até estrelas. As primeiras redes de difracção eram constituídas por fios metálicos bastante delgados e separados por intervalos iguais. Hoje em dia são constituídas por uma lâmina de vidro por onde se riscam, com diamante, um número de linhas ou sulcos separados igualmente, ou são moldados em plásticos. A dispersão da luz pode ser observada por meio da superfície reflectora de um CD. A superfície de um CD possui um rastro de sulcos em espiral da ordem de 1μm, ela então se comporta como uma rede de difracção. Quando o CD é iluminado com luz branca, a luz difractada forma faixas coloridas que representam as figuras de difracção associadas aos diferentes comprimentos de onda da luz. (FONSECA, SANTOS, & MONTENEGRO, 2007) Uma rede difracção é um dispositivo de múltiplas fendas que difractam o raio de luz incidente. Se a luz difractada é monocromática, os raios difractados apresentam padrão de interferência. O estudo de redes de difracção é importante, pois com a medida do comprimento da luz podemos analisar o espectro nele contido, uma vez que cada elemento químico possui seu próprio espectro, podemos identificar a composição química uma matéria presente, por exemplo, nas estrelas. Figura 1-CD 4 2.Conceitos básicos A rede de difracção é como um experimento da fenda dupla aumentado. Consiste em uma série de ranhuras para separar uma onda em suas componentes, mostrando os máximos associados a cada comprimento de onda. (FONSECA, SANTOS, & MONTENEGRO, 2007) Figura 2. Rede de difracção simplificada, com apenas cinco fendas, que produz uma figura de interferência em uma tela de observação distante 2.1.Condições para que ocorra a difracção Com um feixe de luz monocromática incidindo em uma rede de difracção, quando aumentamos gradualmente o número de fendas desde 2 até um número grande N teremos uma figura muito mais complexa e depois para uma figura 3a muito mais complexa e depois para uma figura simples como a que aparece na figura 3b. A imagem observada em um anteparo quando a rede é iluminada com luz vermelha monocromática, produzida, por exemplo, por um laser de hélio-neónio aparece na figura. Os máximos nesse caso são muito estreitos (por isso recebem o nome de linhas) e estão separados por regiões escuras relativamente largas. (FONSECA, SANTOS, & MONTENEGRO, 2007) 5 Figura 3. (a) A curva de intensidade produzida por uma rede de difracção com muitas ranhuras é constituída por picos estreitos, que aqui aparecem rotulados pelos números de ordem m (b) as franjas claras correspondentes, observadas na tela, são chamadas de linhas e também foram rotuladas pelo número de ordem m. Para determinar as posições das linhas na tela de observação, supomos que a tela está suficientemente afastada da rede para que os raios que chegam a um ponto P da tela sejam aproximadamente paralelos ao deixarem a rede de difracção (Fig.4). Figura 4. Os raios que vão das ranhuras de uma rede de difracção até a um ponto P são aproximadamente paralelos. A diferença entre as distâncias percorridas por dois raios vizinhos é onde é o ângulo indicado na figura. 6 Em seguida, aplicamos a cada par de ranhuras vizinhas o mesmo raciocínio que usamos no caso da interferência causada por duas fendas. A distância d entre ranhuras vizinhas é chamada de espaçamento da rede. (Se N ranhuras ocupam uma largura total w, ) A diferença d entre as distâncias percorridas por raios vizinhos é (Fig. 4), onde é o ângulo entre o eixo central da rede (recta que liga o centro da rede ao centro da figura de difracção) e a recta que liga a rede ao ponto P. Haverá uma linha em P se a diferença entre as distâncias percorridas por raios vizinhos for igual a um número inteiro de comprimentos de onda, ou seja, se. (Halliday, Resnick, & Walker, 2016) Onde é o comprimento de onda da luz. A cada número inteiro m, excepto m = 0, correspondem duas linhas diferentes, simetricamente dispostas em relação à linha central; assim, as linhas podem ser rotuladas de acordo com o valor de m, como na Figura 3. Este valor é chamado de número de ordem, e as linhas correspondentes são chamadas de linha de ordem zero (a linha central, para a qual m=0), linhas de primeira ordem, linhas de segunda ordem, e assim por diante. Escrevendo a Equação (1) na forma vemos que para uma dada rede de difracção o ângulo entre o eixo central e qualquer linha (as linhas de terceira ordem, digamos) depende do comprimento de onda da radiação utilizada. Assim, quando a rede é iluminada com uma luz cujo comprimento de onda é desconhecido a medida da posição das linhas pode ser usada para determinar o comprimento de onda, bastando para isso aplicar a equação (1). Até mesmo uma luz que contém uma mistura de vários comprimentos de onda pode ser analisada dessa forma. (HALLIDAY, RESNICK, & WALKER, 2009) vemos que para uma dada rede de difracção o ângulo entre o eixo central e qualquer linha (as linhas de terceira ordem, digamos) depende do comprimento de onda da radiação utilizada. Assim, quando a rede é iluminada com uma luz cujo comprimento de onda é desconhecido a medida da posição das linhas pode ser usada para determinar o comprimento de onda, bastando para isso aplicar a equação (1). Até mesmo uma luz que contém uma mistura de vários comprimentos de onda pode ser analisada dessa forma. (HALLIDAY, RESNICK, & WALKER, 2009) 7 Largura das Linhas A capacidade de uma rede de difracção de resolver (separar)linhas de diferentes comprimentos de onda depende da largura das linhas. Vamos agora obter uma expressão para a meia largura da linha central (a linha correspondente a m=0) apresentar, sem demonstração, uma expressão para a meia largura das outras linhas. A meia largura da linha central é definida como o ângulo entre o centro da linha ( ) e o primeiro mínimo de intensidade (Fig. 5). Nesse mínimo os N raios provenientes das N ranhuras da rede se cancelam mutuamente. (Naturalmente, a largura de linha da linha central é igual a , mas as larguras de linha são quase sempre medidas em termos da meia largura). (Halliday, Resnick, & Walker, 2016) No caso da difracção por uma fenda essa diferença é . Para uma rede com N ranhuras, cada uma separada da vizinha uma distância d, a distância entre as ranhuras situadas nas extremidades da rede é Nd (Fig. 6) e, portanto, a diferença entre as distâncias percorridas pelos raios que partem das extremidades da rede Assim, o primeiro mínimo acontece para, Figura 5. A meia largura de linha da linha e o mínimo mais próximo em um gráfico de I em função de como o da fig. 3a. da linha central é medida entre o centro . 8 2.2.Tipos de difracção Figura 6.Um feixe de luz monocromática passa por uma fenda de largura b e atinge um anteparo a uma distância z. As ondas de Huygens originárias em cada ponto da abertura interferem entre si e produzem o padrão de difracção ilustrado nesta figura. Observamos um máximo central e pontos onde a intensidade luminosa é nula (Maximo, 2006) Difracção de Fenda dupla Um arranjo semelhante pode ser feito para se observar a difracção de fenda dupla. O efeito de difracção observado quando a luz passa por cada uma das fendas é o mesmo discutido anteriormente, mas o resultado final em qualquer direcção depende da diferença de caminho entre as duas contribuições 9 Figura 7.Nos mostra que a luz difractada pelas duas fendas sofre efeito de interferência, de modo a se obter nos anteparos máximos e mínimos de luz. A intensidade total é o produto de um factor devido à difracção de fenda simples (sinb/b) vezes um factor devido à interferência de fenda dupla (cos (γ)). O factor de interferência tem um máximo (chamados de máximos principais) sempre que: (Maximo, 2006) dsin (Θ) = m λ onde m=0,1,2,3,4, ...denota a ordem do padrão. Já o factor de difracção tem mínimos de intensidade sempre que: bsin (Θ) = n λ onde n=1,2,3,4, ... Denota a ordem do mínimo. O padrão pode ser descrito dizendo-se que o factor de difracção “modula” as variações do factor de interferência. Sempre que um máximo de interferência coincide espacialmente com um mínimo de difracção, esse máximo de interferência é suprimido. Assim, sempre que (d/a) n = m um máximo do padrão de interferência será eliminado Difracção de fenda múltipla Figura 8. Difracção de N fendas de largura b período d. A linha serrilhada representa a função de difracção (sinb/b)2 . Utilizando a relação apresentada no parágrafo anterior para o caso da fenda dupla, e a relação trigonométrica, (Caldeira, 2008-2009) ) (3) o padrão de intensidades para a fenda dupla pode ser escrito como: (4) A generalização desta expressão ao caso de N Fendas não é uma tarefa matemática simples. O resultado final, contudo, é bastante simples sendo obtido apenas substituindo-se por: (5) 10 (6) Assim para a difracção por um arranjo de múltiplas fendas, a distribuição de intensidades é dada por: (7) Difracção de Fraunhofer É o tipo de difracção mais simples. Pode-se dizer que este tipo de difracção é aquela em que a onda difractada é plana (pelo menos aproximadamente, na pressão de precisão observado) e exige um tratamento matemático mais simples. (Ventura, Fiolhais, & Fiolhais, 2016) (8) Difracção de Fresnel É o tipo de difracção cujo tratamento matemático é mais complexo. Nesse caso, a onda que se desloca não é plana. Para se calcular a distribuição da intensidade da luz difractada em função do ângulo de espalhamento é comum se usar da espiral de Cornu. (Ventura, Fiolhais, & Fiolhais, 2016) A equação da difracção de Fresnel é usada para calcular o padrão de difracção criado por ondas passando por uma fenda ou em volta de um objecto, quando visto relativamente próximo do objecto (diz-se que a onda se propaga em um "campo próximo". Esse campo pode ser calculado pelo número de Fresnel). Múltiplas difracções de Fresnel podem causar a reflexão especular. (Maximo, 2006) 11 2.2.Caracteristicas e constituição As redes de difracção são muito utilizadas para determinar os comprimentos de onda emitidos por fontes luminosas de todos os tipos, desde lâmpadas até estrelas. Uma rede de difracção é constituída por um conjunto muito grande de fendas paralelas. As primeiras redes de difracção eram construídas com fios metálicos bastantes delgados e separados por intervalos iguais. Hoje em dia são constituídas por uma lâmina de vidro por onde se riscam, com diamante, um número de linhas ou sulcos separados igualmente, ou são moldadas em plásticos, em redes deste tipo. A luz só pode atravessar os espaços entre os sulcos que funcionam como fendas. Os feixes difractados por cada fenda interferem entre si produzindo a figura de difracção final. (Tippler, 1991) 2.3.Condições máximas e mínimas. A lente de distância focal (f) que é colocada entre a rede e a tela serve para colectar a última e, em um ponto, o feixe de raios paralelos difractados pela rede. Os máximos principais, assumindo que a luz incidente chega perpendicular à rede, podem ser expressos pela expressão: m=1,2,3… (9) O inteiro m é chamado ordem do espectro, ou mais apropriadamente, ordem do máximo principal em questão. Para estudar um espectro, outras propriedades da rede devem ser conhecidas, como sua dispersão angular (dϴ) e a poder de separação (R). Dispersão angular: Velocidade de mudança da posição angular com comprimento de onda. (10) Usando a equação 10, temos: (11) Multiplicando 11 por nós podemos obter: (12) Além disso, como √ substituindo em (11) e usando (10), temos: 12 √ (13) A dispersão angular de uma rede é uma medida da separação angular produzida entre duas ondas incidentes monocromáticas cujos comprimentos de onda diferem em uma pequena faixa de comprimentos de onda. Para estabelecer uma clara diferença entre as ondas de luz cujos comprimentos de onda são muito próximos, a rede deve ter um alto poder de separação (R), definido como: (14) Para conseguir grandes potências de separação, são construídas redes com muitas linhas ou listras, pois quanto mais próximas as linhas estiverem, menos elas ainda poderão ser vistas separadamente. O poder de resolução de uma rede pode ser determinado pelo critério de Rayleigh: Para dois máximos principais são no limite ser separados,deverá ter um afastamento angular de modo a que o máximo de uma linha que corresponde ao primeiro mínimo da outra. (15) A difracção por N ranhuras resulta em máximos de intensidade com ângulos θ: 13 3. Exercícios (1, 6, e 11) e resoluções 1. Encontre a separação angular do espectro visível de primeira ordem produzida por uma rede plana com 600 fendas por milímetro, quando nela incide normalmente uma luz branca. Dados: Pedido/ Formula: ( ) Resolução: Para Para A separação angular no espectro visível: Resposta: A separação angular do espectro visível para a primeira ordem será igual a 6. Uma rede de difracção tem 4000 fendas/cm. Suponha incidência normal. As linhas α e δ emitidas pelo hidrogénio atómico têm 656 nm e 410 nm respectivamente. Calcule a separação angular entre estas linhas no espectro de segunda ordem. Dados: Pedido/ Formula ( ) 14 Resolução: Para α Para δ θα θα θα θδ θα = θδ = A separação angular entre as linhas da segunda ordem: 11. Sobre uma rede de difracção de 141 fendas/mm incide normalmente luz violeta. Se a largura de cada fenda é de 1,16. 10-6 m a) Quantas linhas podem-se observar em uma tela muito comprida? b) Que comprimento deve ter uma tela opaca, colocada a 3 m da rede, para que se observem 11linhas brilhantes? a) Dados: Pedido/ Formula: ( ) λ (largura da fenda) Resolução: b) Dados: Pedido/ Formula: ( ) θ λ 15 Resolução: θ θ θ θ Caso então θ θ θ 16 4. Conclusão Depois de pesquisa e estudo das redes de difracção percebeu-se que este è um dos dispositivos mais úteis para o estudo da luz e corpos que emitem e absorvem luz é a rede de difracção. E que as redes de difracção são muito utilizadas para determinar os comprimentos de onda emitidos por fontes luminosas de todos os tipos, desde lâmpadas até estrelas. Descobertas também foram feitas nesta pesquisa de relatório que primeiras redes de difracção eram constituídas por fios metálicos bastante delgados e separados por intervalos iguais. Hoje em dia são constituídas por uma lâmina de vidro por onde se riscam, com diamante. Concluindo no final que foi eficaz usar todas as leis, e ou princípios para a resolução de exercícios que estão anexos neste trabalho. 17 5.Bibliografia FONSECA, P., SANTOS, C., & MONTENEGRO, E. (2007). Ensino defisica. Brasil. Halliday, D., Resnick, R., & Walker, J. (2016). Fundamentos de Fisica (10 ed., Vol. IV). Rio de Janeiro: Grupo editorial Nacional. Maximo, B. A. (2006). Fisica Ensino Medio. Scipiane. NUSSENZVEIG, H. (2004). Curso de Fisica (3 ediccao ed., Vol. IV). Edgard Blucher.. Tippler, P. (1991). Fsica (3 edicao ed., Vol. IV). Usberco, J., Salvador, E., Jose, M. M., & Martin Velloso, H. (2009). brasil: companhia das ciencias. Young, H. D., & Fredman, R. A. (2009). Fisica IV (12 Edicão ed.). São Paulo: Person.
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