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Limiares perceptivos

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Limiares perceptivos 
 
A sensação possui limiar inferior e superior. Esses limiares vão variar de pessoa para 
pessoa. 
 
Limiar inferior => Quando o estímulo não é reconhecido. A energia mínima que um 
estímulo dever ter para provocar em nós uma sensação (ser percebido) é insuficiente, 
baixa, ou seja, está abaixo do limiar. 
Exemplo: Celso e Marilda, casados há 12 anos, viviam em aparente harmonia; 
porém, há cerca de um mês, passaram a discutir em altos brados, segundo obser-
varam alguns vizinhos. Residindo na cobertura de luxuoso edifício, tornaram-se 
alvo da observação dos vizinhos; estes perceberam que Marilda passou a circular, 
mesmo no interior do condomínio, sempre usando óculos escuros, o que nunca tinh 
sido de seu costume. Os vizinhos relataram que as discussões pareciam aumentar e, 
ocasionalmente, ouviam-se sons de objetos arremessados. 
O caso acima relado encontra-se relacionado com o nível de ruído o que levou na 
demora dos vizinhos em interferir na briga entre o casal. 
 
Limiar superior => Quando o estímulo está acima do nível de saturação, 
eventualmente provocando dor. O limiar superior está acima do qual ocorrem danos 
nos mecanismos de recepção dos estímulos e/ou se atinge um ponto de saturação. 
Quando isso ocorre surge o bloqueio da sensação. 
Exemplo: Luciana, jovem de 17 anos, estudante, voltava da escola para casa, à 
noite, no trajeto habitual que a levava a transitar por um trecho mal iluminado, 
próximo a vários terrenos baldios, com muitas árvores e mato alto. Tais 
circunstâncias propiciaram a ação de três homens que a violentaram. Luciana 
permaneceu um tempo, que lhe pareceu infinito, deitada sobre o chão imundo. 
Deve ter perdido os sentidos, pois, de repente, viu-se só. 
 
Os desmaios ou não lembrar-se de uma situação traumática são exemplos de 
mecanismo de proteção. O mecanismo de proteção poupa as estruturas neuronais do 
estresse excessivo. Assim, o indivíduo desmaia porque o cérebro “desliga” quando a 
dor ultrapassa o limite do suportável. 
 
Embora os sentidos tenham a importante tarefa de manter o cérebro 
permanentemente informado sobre o mundo que o rodeia, ainda assim, não 
percebemos a maioria dos estímulos que alcançam nossos receptores. Isso ocorre 
porque não nos é possível ragir simultaneamente a todos os estímulos, razão pela 
qual considera-se a percepção um processo seletivo, visto que tomamos consciência 
de alguns em detrimento de outros. Ou seja, as informações em excesso deixam de 
ser registradas porque o cérebro não consegue adiminstrar a totalidade e descarta 
uma parte dessas informações. 
Exemplo: Joana e Gilberto aguardavam para atravessar, no cruzamento mal 
sinalizado de duas importantes avenidas. De repente, quatro veículos envolvem-se 
em violenta colisão. Joana e Gilberto, que presenciaram os fatos, são arrolados como 
 
 
 
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testemunhas. Em seu depoimento, Joana descreveu que Pedro entrou no cruzamento 
em alta velocidade, de maneira irresponsável, atingindo a lateral do carro de Sílvio, 
que freou abruptamente. Também, segundo ela, Sílvio desceu do veículo proferindo 
palavras de baixo calão para Pedro. Gilberto apresentou depoimento bastante 
diferente do de Joana; segundo ele, Sílvio, que vinha pela faixa da direita, invadiu a 
faixa central, pela qual transitava Pedro, de maneira inesperada, sem sinalizar, não 
dando tempo a ele de frear o veículo ou desviar para a faixa à sua esquerda. Joana e 
Gilberto presenciaram o mesmo fato, porém, o relataram de modo diferente. 
 
Nesse caso acima relatado, Joana e Gilberto perceberam detalhes diferentes do 
acidente. São muitos estímulos para uma única pessoa captar. O cérebro elege alguns 
e descarta outros. 
 
 Segundo Fiorelli e Mabgini (2010), o estado emocional afeta, também, os 
limiares de sensação. Quando uma pessoa tem raiva de alguém, um som, um 
suspiro, um esboço de sorriso são registrados com intensidade muito maior. 
Exemplo: Dois motoristas, os principais envolvidos em uma colisão, Pedro e 
Sílvio, iniciam áspera discussão. Os danos materiais parecem elevados. A discussão 
evoluiu para agressão física; Pedro agrediu Sílvio com violência. 
 
O comportamento violento pode estar associado ao estado emocional, em que 
qualquer ação é interpretada como provocação. A emoção facilita o desencadeamento 
de reações e comportamentos agressivos como no caso acima citado. 
 
 As substâncias psicoativas, como por exemplo, o álcool altera a interpretação 
dos efeitos de diversos estímulos, tais como: distância, temperatura, dor etc. 
Mesmo que o indivíduo tenha consciência do estímulo, a sua reação pode ser 
inadequada. Usuários de álcool podem ter maior dificuldade para compreender 
orientações e esquecer ou confundir seus conteúdos. 
 
 O estado de estresse altera as descrições dos eventos e compromete a 
observação. O indivíduo torna-se menos tolerante e mais suscetível a 
determinados estímulos, como por exemplo, a ruídos. 
 
“A sensação depende do estímulo e da capacidade do indivíduo de captá-lo; a 
percepção depende de acontecimentos anteriores que envolveram o mesmo estímulo 
e que afetam a interpretação da sensação pelo cérebro.” (Fiorelli e Mabgini, 2010 – 
pg. 14)

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