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A consciência pode ser alterar tanto por processos normais e orgânicas de alterações anatômicas ou fisiológicas, como os ritmos circadianos (oscilações biológicas que acontecem ao longo do dia e que incluem os estados de vigília e o sono), como por processos patológicos (que podem ter como causa emoções, estresses, eventos traumáticos e etc) Alicia Vitória | Graduanda em Psicologia | IG: @aliciavit_ | passeidireto.com/perfil/5136569 Definições do que é consciência Neuropsicológica: Seria o estado de vigilância, de estar desperto e lúcido, igualando a consci- ência ao estado de clareza do sensório. Trata- se do nível de consciência. Psicológica: Seria a soma total das experiencias conscientes do indivíduo, ou seja, sua capaci- dade de orientar-se com relação a realidade. Trata-se do campo da consciência. Ético-filosofica: Mais usada no campo da filoso- fia, ética, teologia e direito. Seria a capacidade de tomar ciência dos deveres éticos e assumir responsabilidades. Trata-se da consciência mo- ral, ética e política. Neuropsicologia da consciência Dentro da neuropsicologia a consciência estaria re- lacionada ao “nível de consciência”, que seria basica- mente um continuum de sensibilidade e alerta do orga- nismo a estímulos externos e internos. As principais ca- racterísticas e propriedades dos níveis de consciência são: Ele facilita a interação da pessoa com o ambi- ente de forma adequada ao contexto inserido. Exemplo de situações de ameaça em que fi- camos em estado de alerta. Ele pode ser evocado por estímulos externos (ambientais) e estímulos internos (pensamen- tos, emoções e etc). Pode ser moldado por características dos estí- mulos externos e por motivações que o esti- mulo tem para o indivíduo. Ele tem variações nos níveis de redução da consciência que vão do estado total de alerta até o estado de sono (variação normal) ou es- tado de coma (variação patológica). Alterações patológicas da consciên- cia Alterações patológicas quantitativas Diminuição do nível da consciência de forma pro- gressiva de acordo com o grau de rebaixamento: 1º Grau – Obnubilação: Grau leve a moderado; É uma turvação da consciência ou sonolência patológica; A primeira vista o indivíduo pode aparentar es- tar desperto ou estar um pouco sonolento, mas há sempre diminuição do grau de clareza do que ocorre no ambiente, apresentando difi- culdade de concentração e compreensão, Memória, sensopercepção, consciência do Eu, vontade, afetividade e etc são todos construtos aproxi- mativos da psicologia e da psicopatologia que permitem uma comunicação mais fácil e um melhor entendimento dos fatos. Não existem funções psíquicas isoladas e alterações psicopatológicas compar- timentalizadas pois quando o indivíduo adoece, ele adoece como um todo. Não deve ser confundido com delírio. Delirium n Quadro causado por alterações da cons- ciência em pacientes com distúrbios cerebrais agu- dos; Delírio n Uma alteração do juízo da realidade en- contrada em pessoas com psicoses Alicia Vitória | Graduanda em Psicologia | IG: @aliciavit_ | passeidireto.com/perfil/5136569 além de ter dificuldade em articular as informa- ções sensoriais contidas no ambiente. 2º Grau – Torpor É um grau mais acentuado; O individuo se encontra claramente sonolento; Só responde a chamados externos se for feito de forma enérgica, mas depois volta ao estado de sonolência e sua resposta a estímulos ex- ternos (como alguém o chamando de forma enérgica) é mais curta que no estado de ob- nubilação; Ainda pode apresentar traços de critica e pu- dor, ou seja, se ele estiver em uma enfermaria de hospital, por exemplo, vai tentar cobrir suas partes intimas. 3º Grau – Sopor Grau de profunda turvação da consciência; Sempre se mostra intensamente sonolento, quase em estado de coma; O individuo pode ser despertado apenas por um período muito curto por estímulos muito enérgicos (como uma dor intensa); Pode demonstrar sentir uma dor muito forte ou ter reações de defesa, mas ele é incapaz de qualquer ação espontânea. Sua crítica e pudor encontram-se inibidas. 4º Grau – Coma Grau de perda completa da consciência (o grau mais profundo do rebaixamento da consciên- cia); Não existe nenhum tipo de atividade voluntaria consciente; É dividido em quatro níveis: I – Semicoma; II – Coma superficial; III – Coma profundo; IV- Coma dépassé. Perdas abruptas da consciência Essas perdas podem ser causadas por fatores emocionais, neurofuncionais ou orgânicos, podendo ser rapidamente irreversíveis ou reversíveis e duram ge- ralmente segundos ou minutos. Lipotimia É perda parcial e rápida da consciência que dura apenas alguns segundos; A pessoa tem apenas a sensação de que vai desmaiar; É rápida e completamente reversível; Sinais e sintomas: visão borrada, palidez da face, suor frio, vertigens e perda parcial e mo- mentânea do tônus muscular (“pernas bam- bas”) podendo ou não chegar a cair no chão. Síncope É o colapso súbito com perda completa da consciência; Pode ou não ser reversível, dependendo dos fatores que o causaram; Sinais e sintomas: perda completa do tônus muscular fazendo a pessoa cair do chão. Síndromes psicopatológicas (relacionadas ao rebaixamento prolongado da consciên- cia) Delirium É o termo atual mais usado pra definir as síndro- mes confusionais agudas e diz respeito aos quadros com rebaixamento leve a moderado da consciência que são acompanhados de desorientação temporoespacial, dificuldade de concentração, perplexidade, ansiedade em graus variados, agitação ou lentificação psicomo- tora, discurso sem lógica e confuso (podendo ter ilusões e/ou alucinações, quase sempre visuais. É um quadro que oscila muito durante o dia, o in- divíduo vai ter clareza do sensório durante o dia e no inicio da tarde para o fim da noite o nível da consciência vai “afundando”. O termo desmaio é um termo usado no senso comum pra designar qualquer perca ab- rupta da consciência, na linguagem médica cor- responde tanto aos termos sincope como lipoti- mia. Alicia Vitória | Graduanda em Psicologia | IG: @aliciavit_ | passeidireto.com/perfil/5136569 Nos transtornos mentais Dissociação da consciência Seria uma fragmentação ou divisão do campo da consciência em que o paciente entra em um estado semelhante ao sono (como se fosse um sonho muito vivido em que a pessoa vê cenas complexas e ricas em detalhes), que em geral é causado por aconteci- mentos psicologicamente significativos que geram grande ansiedade, e duram de minutos a horas (rara- mente permanecendo por dias). Em quadros de ansiedade intensa essa dissociação pode acontecer como uma fuga da realidade para “pa- rar de sofrer”. Quando ocorrem quadros agudos os a pessoa pode cair no chão, ter espasmos musculares e movimentação do corpo que se assemelham a uma crise convulsiva. Esse quadro ocorre com mais frequência em qua- dros que antigamente eram chamados de histéricos. Definição Por se tratar de um construto psicológico, ela pos- sui uma variedade de componentes. Componentes da atenção Início da atividade consciente e focalização; Atenção sustentada e nível de alerta (o estado de vigilância); Atenção seletiva ou inibição de respostas a es- tímulos irrelevantes; Atenção alternada ou capacidade de mudar o foco. Perplexidade Patológica Seria uma perca de uma certa autoevidência do ambiente, pessoas e objetos. Nesse quadro a pessoa vai sentir uma estranheza inquietante, uma sensação de não conseguir captar o significado comum das coisas. É vista principalmente em quadros psicóticos agu- dos, nos seus primeiros dias, e pode ocorrer também em quadros esquizofrênicose transtornos de humor (depressão e mania) com sintomas psicóticos. Psicologia da atenção Tipos básicos Voluntaria: Concentração ativa e intencional da consciência sobre um objeto; Espontânea: Atenção dada por um momento, de forma incidental, sobre algum objeto, que geralmente é aumentada nos estados mentais que a pessoa tem pouco controle voluntario sobre sua atividade mental. Direção da atenção Atenção externa: Aquela voltada para o mundo exterior que utiliza os órgãos do sentido para entender o mundo; Atenção interna: Aquela voltada para os pro- cessos mentais do próprio indivíduo, que tem uma natureza mais reflexiva e introspectiva. Seria a direção que a consciência toma, o conjunto de processos biológicos que nos faz capaz de sele- cionar, filtrar e organizar informações para focar em determinada coisa ou objeto. A consciência e a aten- ção estão estreitamente relacionadas. Alicia Vitória | Graduanda em Psicologia | IG: @aliciavit_ | passeidireto.com/perfil/5136569 Amplitude da atenção Atenção focal: Que se foca em um determi- nado campo e se mantem relativamente deli- mitada e restrita; Atenção dispersa: Que não se foca em ne- nhum campo determinado. Subtipos de atenção Capacidade e foco de atenção Se refere à focalização da atenção, ou seja, quando um indivíduo consegue focar sua atenção em um campo ou estímulo verifica-se a capacidade de se ter uma atenção concentrada. Ela não é constante e essa capacidade está diretamente relacionada com a quantidade de operações mentais que precisamos rea- lizar ao mesmo tempo e com a dificuldade das tarefas. Atenção seletiva É a capacidade do sujeito de ignorar os estímulos distratores e selecionar apenas aquilo que é relevante. Essa seletividade acontece por acreditar-se que existe um filtro que seleciona quais estímulos serão usados pelo cérebro, para que assim possa ignorar os outros, através dos processos de bottom-up (quando o cére- bro automaticamente capta os estímulos sensórias no- táveis do ambiente) e o top-down (quando existe um esforço para controlar a atenção em um alvo). Ex. quando estamos lendo um livro em um ambiente muito barulhento Atenção dividida Quando o indivíduo não se limita a um único foco e divide a sua atenção em dois estímulos ao mesmo tempo. Ex. quando estamos dirigindo um carro e ouvindo música ao mesmo tempo Atenção alternada É a capacidade de mudar o foco de atenção entre duas tarefas dando foco as duas separadamente. Ex. quando estamos assistindo TV e atendemos ao telefone o foco muda, por um instante, para a ligação e de- pois volta para aquilo que estávamos assistindo. Atenção sustentada É a capacidade de manter a atenção focada por um longo período de tempo em, geralmente, uma ta- refa continua e repetitiva. Essa capacidade varia ao longo do tempo. Todas as pessoas possuem limites para manter a atenção por muito tempo e o desem- penho depende da relação entre os estímulos-alvo, os estímulos distrativos, o nível de consciência (vigilância), motivação e fadiga. Ex. quando um aluno continua estu- dando por várias horas seguidas Transtornos mentais Tdah Há dificuldade em direcionar e manter a atenção, em controlar comportamentos e impulsos e dificuldade em filtrar estímulos irrelevantes à tarefa. Também es- tão envolvidos no TDAH a memória de trabalho (me- mória de curtíssimo prazo), a mudança de tarefas (aten- ção alternada) e a capacidade de manter-se em uma tarefa (atenção sustentada). Transtornos de humor Depressão Há a diminuição geral da atenção e em alguns ca- sos graves ocorre uma fixação da atenção em temas depressivos com rigidez para mudar o foco da atenção. O desempenho da atenção sustentada e seletiva é pre- judicado. Mania Há uma redução da atenção voluntária e um au- mento da atenção espontânea. A atenção nesse tipo de transtorno salta rapidamente de um estimulo para outro. TOC Há atenção e vigilância excessivas e desreguladas, além de fixação em pensamentos, prejuízos na aten- ção alternada e dificuldade na inibição de respostas comportamentais. Esquizofrenia Há uma dificuldade em filtrar quais elementos são irrelevantes enquanto é realizada alguma tarefa tendo uma sucessibilidade a distrair-se com estímulos exter- nos visuais e auditivos. Também há um prejuízo na atenção sustentada. Em pacientes com sintomas positi- vos, como alucinações e delírios, é comum haver pre- juízo na atenção alternada, seletiva e inibição de res- posta. Definições Sensação: É gerado por estímulos físicos, quí- micos e biológicos, dentro ou fora do orga- nismo, e que produzem alterações nos órgãos receptores. É considerada um fenômeno pas- sivo. Percepção: É a tomada de consciência pelo indivíduo daquele estímulo sensorial é conside- rada um fenômeno ativo. Sensopercepção seria, então, a junção, feita por alguns autores da psicologia e psicopatologia, entre a sensação e percepção. Imagem, representação e imaginação Imagem sensoperceptiva Seria o que conhecemos por ser apenas a “ima- gem” de um objeto. Ela se caracteriza por ter nitidez, corporeidade (se tem luz, brilho e cores vivas), estabili- dade (se a imagem é estável e não muda), extrojeção, ininfluenciabilidade voluntaria (diz respeito a pessoa não conseguir alterar voluntariamente a imagem percebida) e completude. Representação Seria uma revivescência de uma imagem senso- perceptiva, ou seja, apenas uma representação de uma imagem na consciência sem que o objeto que a origi- nou esteja de fato presente externamente. Ela é ca- racterizada por pouca nitidez, pouca corporeidade, ins- tabilidade, introjeção e incompletude. Questões clinicas sobre a atenção Tem dificuldade para se concentrar? Se distrai com facilidade? Não escuta quando falam contigo? Tem problemas em terminar tarefas? Não consegue organizar as tarefas? Esquece com muita frequência seus perten- ces em lugares variados? Imaginação É processo de produção de imagens que ocorre sem a necessidade de um estímulo sensorial. Pode acontecer a evocação de imagens percebidas no pas- sado ou a criação de novas imagens. Ilusão As ilusões ocorrem em três situações: Estados de rebaixamento da consciência; Estados de fadiga grave ou falta de atenção marcante; Alguns estados afetivos. Tipos de ilusão Visuais: Geralmente a pessoa vê outras pes- soas, monstros, animais ou outras coisas em estímulos visuais como roupas., móveis, objetos ou figuras penduradas na parede. Auditivas: A pessoa ouve chamar seu nome ou de outras pessoas ou palavras significativas a partir de estímulos sonoros. Ilusões em diferentes transtornos mentais Ocorrem normalmente nos quadros de delirium, esquizofrenia, estados de medo intenso, transtornos de: humor, ansiedade, alimentares, dismórfico corporal, e etc. Seria uma percepção deformada de um objeto real e presente. Na ilusão há sempre um objeto externo real. Alucinação As alucinações são mais comuns em pessoas com transtornos mentais graves, porém elas também po- dem ocorrer em pessoas que não apresentem essas condições. O humor, as emoções negativas, o estresse, ansiedade e as disforias em geral podem desencadear alucinações em pessoas vulneráveis. Alucinações auditivas São as mais frequentes nos transtornos mentais e podem ser dividas em simples e complexas. Simples São aquelas em que se ouve apenas ruídos primá- rios, e são chamadas de tinnitus. Diz respeito a sensação que a pessoa tem de ouvir ruídos (em um ou nos dois ouvidos) que podem ser zumbidos, burburinhos, cliques e estalidos. Complexas Audioverbal: São as mais frequentes, na qual a pessoa escuta vozes, sem um estimulo real, que possuem conteúdo depreciativoe/ou de perseguição e que geralmente o ameaçam ou insultam. Elas costumam impor uma certa “con- vicção” na pessoa, que, por estar assustado ou intrigado, faz de tudo para achar ou saber da onde está vindo aquela “voz invisível”. Schneiderianas: São aquelas que as vozes co- mandam (João, ponha fogo nas suas roupas) ou comentam (Olha, o João está indo beber água) as ações e atividades do dia a dia da pes- soa. As vozes de comando ocorrem quando a voz tem sonoridade de uma já conhecida pelo indivíduo, quando o individuo tem uma relação emocional com aquela voz e percebe como uma voz real que está ouvindo. Sonorização do pensamento: São muito próxi- mos das alucinações audioverbais. Seria basica- mente a experiencia sensorial de ouvir o pró- prio pensamento no momento em que está sendo pensado ou logo após ter sido pensado, e existem em dois tipos: ① Sonorização do próprio pensamento: Quando a pessoa ouve os próprios pensamentos, no mesmo instante em que os pensa; ② Sonorização de pensamentos como vivência alucinatório-delirante: Quando a pessoa ouve pensamentos que foram inseridos na sua mente por alguém estranho e agora está ou- vindo eles. Publicação do pensamento: Quando a pessoa tem a nítida sensação de que as outras pes- soas ouvem seus pensamentos no momento em que elas estão pensando. Alucinações auditivas em transtornos mentais Ocorrem com maior frequência na esquizofrenia (a pessoa ouve vozes), transtornos de humor (no episódio de mania o conteúdo é de grandeza e na depressão grave o conteúdo é negativo e autodepreciativo), tam- bém podendo ocorrer na demência, doença de Parkin- son e no transtorno de personalidade borderline. Alucinações visuais São visões, as vezes nítidas, que a pessoa tem sem necessariamente um estimulo visual. Elas podem ser simples e complexas. Simples Chamadas de fotopsias, são momentos em que o indi- víduo vê cores, bolas e pontos brilhantes. Ocorrem com mais frequência em pessoas com doenças oculares, mas também podem aparecer em indivíduos que pas- saram por acidentes vasculares que comprometeram a visão, além de indivíduos com esquizofrenia, uso de ál- cool, enxaqueca e epilepsia. Também existem as esto- comas, que são pontos cegos ou manchas no campo visual, que aparecem em pessoas com distúrbios oftal- mológicos. Complexas Incluem figuras e imagens de pessoas (vivas ou mortas e familiares ou desconhecidos), partes do corpo (nor- mais ou deformadas), entidades (o demônio, uma santa, um fantasma, etc), objetos inanimados, animais ou cri- anças. Além disso também pode acontecer dois even- tos: Alucinações cenográficas: Quando o individuo tem visões de cenas completas; Seria a percepção clara e definida de um objeto (voz, ruído e/ou imagem) sem a presença de um objeto estimulante real. Alicia Vitória | Graduanda em Psicologia | IG: @aliciavit_ | passeidireto.com/perfil/5136569 Alucinação liliputiana: Quando o individuo vê ce- nas de personagens minúsculos entre objetos e pessoas reais de sua casa. Outros tipos de alucinação Alucinação Olfativa: Quando o individuo co- meça a sentir um odor forte como, por exem- plo, de coisas podres, cadáveres, gasolina etc, e são sempre acompanhados de um forte im- pacto emocionais, podendo estar relacionadas a interpretações delirantes. São poucos co- muns, porém podem ocorrer na esquizofrenia e em crises epilépticas. Alucinação Gustativa: Acontece quando o indi- viduo sente gostos fortes na boca, como, por exemplo, de sangue, ácido, urina, sem ter um estimulo gustativo presente. Ocorrem, muitas vezes, junto da alucinação olfativa. Alucinação Somática (ou cenestésica): São sensações incomuns e anormais que os órgãos podem estar se mexendo (cérebro enco- lhendo) ou despedaçando (mão se esfare- lando). Existem as alucinações somáticas orais que são quando os indivíduos tem uma sensa- ção marcante e desagradável na boca, língua ou garganta. Alucinação Tátil (ou cinestésica): São sensa- ções alteradas do movimento do corpo, como sentir o corpo afundando ou sentir animais na pele. Alucinação Reflexa (ou funcional): São alucina- ções desencadeadas por estímulos reais como, por exemplo, abrir a torneira a pia e ouvir vo- zes (difere da ilusão quando, na alucinação, não há a deformação daquele estimulo real.). Alucinação Autoscópica: É uma alucinação vi- sual que o indivíduo vê a si mesmo fora do corpo, como se estivesse o observando. Ele exp Definições Conceitos: Eles se formam a partir das repre- sentações e das percepções, porém, diferente da percepção, os conceitos não possuem ele- mentos sensoriais, eles são apenas cognitivos, experimenta o fenômeno chamado Doppel- gängerI, em que há sensação de ter um Eu dentro do corpo e um Eu fora dele. Alucinação Hipnopômpica e Hipnagógica: Estão relacionadas ao processo de adormecer e des- pertar, são frequentemente acompanhadas de uma sensação de medo ou ameaça e geral- mente complexas, vívidas e parecendo um so- nho. A hipnopômpica acontece quando a pes- soa está despertando e a hipnagógica quando ela está adormecendo. Alucinação Combinada: Acontece quando vá- rios tipos de alucinações ocorrem ao mesmo tempo. Por exemplo, quando um individuo vê uma pessoa (inexistente) que fala e toca nele. Possíveis perguntas para identificar aluci- nações Alucinações Auditivas: Tem ouvido vozes de pessoas estanhadas ou conhecidas? São ruídos, murmúrios ou vozes claras? Tem medo? O que lhe dizem as vozes? São seu próprio pensamento? Alucinações Visuais Tem visto algo estranho que lhe chamou aten- ção? O que vê? Quando costuma ocorrer? portanto, nós não podemos imagina-lo e nem senti-lo. Eles são as características mais abstra- tas e gerais dos objetos e dos fenômenos, são a base do pensamento porque exprimem os caracteres essenciais dos objetos e os fenô- menos da natureza e da cultura, e para sua As causas para que um individuo possa desencadear episódios de alucinação estão nas suas bases biológi- cas e psicológicas. Os temas e assuntos predominantes A estrutura básica preenchida pe- los conteúdos e interesses da pes- soa. É como o pensamento flui, sua velocidade e ritmo ao longo do tempo. Alicia Vitória | Graduanda em Psicologia | IG: @aliciavit_ | passeidireto.com/perfil/5136569 formação são necessários dois passos: 1. Elimi- nação dos caracteres de sensorialidade (ex. quando conceitualizamos uma cadeira como um objeto de quatro pés que serve para sen- tar, estamos excluindo seus elementos de sen- sorialidade e deixando apenas o conceito puro); 2. Generalização (ex. quando se pensa no con- ceito de cadeira, esse conceito é valido para qualquer tipo de cadeira, não importa se é ca- deira de mesa ou trabalho). Juízo: É a articulação entre dois ou mais con- ceitos para poder formamos relações significa- tivas e formamos frases. Raciocínio: É a função que junta o conceito e o juízo para que possamos formar uma narra- tiva ou argumentação. Pensamento lógico Aquele pensamento que é considerado “normal” porque é regido pela lógica formal e se orienta na rea- lidade e nos princípios de racionalidade de cada cultura. Pensamento crítico É o modo de pensar que deixa o indivíduo atento as possíveis falhas do seu pensamento, as tendencia já pré estabelecidas, os vieses e as conclusões precipita- das. Vieses de pensamento Viés de Confirmação: É a busca que o sujeito faz para confirmar suas hipóteses ou precon- ceitos falsos ou sem fundamentos sem analisar os fatos da realidade. Dessa forma as pessoas vão distorcer, inconscientemente, a realidade para aquilo que acreditam. Viés do Salto de Confirmação: São as conclu- sões precipitadas que tomamos sem evidencias da realidade. O processo de pensar O pensar segue o seguinte processo: Ocurso do pensamento, a forma (ou estrutura) e o conteúdo (ou temática) do pensamento. Curso n Forma n Conteúdo Alterações do curso Aceleração do Pensamento Quando o pensamento flui de forma muito acele- rada, com vários pensamentos um em cima do outro que, às vezes, fica difícil de acompanhar o que o outro fala. Pode acontecer em quadros de mania, esquizofre- nia, ansiedade intensa, psicoses tóxicas (por uso de substancias como cocaína e anfetamina) e depressão ansiosa. Lentificação do Pensamento Quando o pensamento fica muito lento e de forma dificultosa e a pessoa tem dificuldade de formular res- postas. Pode acontecer em quadros de depressão grave, casos de rebaixamento da consciência, algumas intoxicações por substâncias sedativas e alguns quadros que afetam estruturas do cérebro. Bloqueio do Pensamento Acontece quando a pessoa está conversando e no meio da conversa ele para de falar de forma abrupta, sem motivos, como se algo estivesse bloqueando seu pensamento. Ocorre quase que exclusivamente na es- quizofrenia. Roubo do Pensamento É associado ao bloqueio do pensamento, mas acon- tece quando a pessoa tem a nítida sensação de que seu pensamento foi roubado por uma forma ou alguém estranho, pode ser uma pessoa, uma máquina, antena, etc. É uma alteração característica da esquizofrenia. A ligação entre conceitos permite a formação de juízos, a ligação entre juízos conduz a formação de novos juízos e assim o raciocínio e o próprio pensa- mento se desenvolvem. Alicia Vitória | Graduanda em Psicologia | IG: @aliciavit_ | passeidireto.com/perfil/5136569 Alterações da forma Essas alterações geralmente implicam em impacto negativo na vida das pessoas e são divididas em altera- ções positivas, negativas e desorganizadas. As positivas incluem pressão para falar, as negativas incluem po- breza do discurso e do conteúdo do pensamento e as desorganizadas incluem a perca do pensamento lógico, descarrilhamento e causam incoerência. Afrouxamento das Associações Aqui nota-se a falta de associação e articulação dos pensamentos, parecendo mais frouxos e manifestam- se nas fases iniciais da esquizofrenia. Descarrilhamento do Pensamento Aqui acontece o descarrilhamento do curso original do pensamento, como se houvesse desvios do que está sendo falado e aqui acolá retorna ao percurso ori- ginal. Está associado a distração e quando esses desvios são muito frequentes e longos pode-se não captar mais a sequencia lógica do pensamento. É observado na es- quizofrenia e as vezes nos transtornos maníacos. Dissociação e Incoerência do Pensamento Quando o afrouxamento das associações fica mais grave os pensamentos progressivamente a não seguir uma sequencia lógica e organizada e os juízos não se articulam de forma coerente. No inicio pode ser discreto e ainda é possível captar o que o sujeito diz, porém com o agravamento seu discurso fica totalmente inco- erente e incompreensível. Desagregação do Pensamento Aqui há uma perca profunda dos enlaces feitos nas associações e uma perca total da coerência, sobrando apenas “pedaços” de pensamentos, conceitos e ideias sem qualquer articulação racional. Pode ser encontrado nas formas avançadas e esquizofrenia e demência. Alterações do conteúdo Como o conteúdo diz respeito a temáticas de in- teresse do indivíduo, apenas preenchendo uma estru- tura, não se pode falar de alterações propriamente pa- tológicas do conteúdo, portanto o que se pode indicar são os conteúdos presentes nas outras alterações, ou seja, os conteúdos que preenchem os sintomas psico- patológicos. Alguns desses temas são (alguns podem conter uma hipótese do porquê serem presentes: Persecutórios n Implica diretamente na so- brevivência do individuo e a possibilidade de ser atacado e destruído são elementos tanto na perspectiva biológica como psicológica e soci- ocultural. Conteúdos Depreciativos n Os conteúdos de- preciativos, de menos-valia, vergonha e desva- lorização são frequentes, pois, estados afetivos depressivos são muito prevalentes em pratica- mente todos os grupos sociais. Conteúdos de Poder n Conteúdos de poder, riqueza, grandeza ou missão estão associados a questões narcísicas e de negação das dificul- dades, limites e sofrimentos da vida humana. Temas Religiosos e Místicos n A religião está profundamente associada a organização da re- presentação do mundo, nas formas de com- preender a origem e destino do ser humano e do mundo, dos valores éticos e morais, com- preensão do sofrimento e dos modos de cons- tituição da subjetividade. Culpa Hipocondríaco n Estão relacionados com a importância que o corpo tem para nós e tam- bém a algumas questões narcísicas associadas a vivencias corporais, o bem estar físico e o medo de adoecer. O delírio (ou ideia delirante) É um juízo da realidade compartilhada patologica- mente falso que está incluso nas alterações de pensa- mento e tem sua origem no adoecimento mental. Não é a falsidade do conteúdo que faz um juízo ser um delírio, mas sim três características especificas para identifica-lo: Convicção extraordinária n Uma certeza ab- soluta que não se pode duvidar da veracidade; Não é modificável pela experiencia objetiva n Não importa que se mostre os fatos da reali- dade para quem está delirando, para ele sua crença é irrefutável.. Seu conteúdo é impossível na realidade;
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