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Classe Sarcopterygii Os primeiros Osteichthyes Dois tipos principais e distintivos de Osteichthyes possuíam características únicas de alimentação e locomoção e foram os peixes dominantes durante o Devoniano. Na linhagem sarcopterígeana, os raios das nadadeiras pares estendiam-se de um eixo central de ossos, de maneira semelhante às nervuras de uma pena ou a uma folha, para suportar a membrana da nadadeira. Em contraste, na linhagem actinopterigeana os raios das nadadeiras pares que dão suporte a membrana se estendem como as varetas de um leque a partir da base dos ossos da nadadeira. Os Sarcopterygii e os Actinopterygii são grupos irmãos. Características derivadas compartilhadas entre estes peixes ósseos incluem padrões dos canais do sistema da linha lateral, elementos ósseos dérmicos similares na nadadeira peitoral e opercular e membranas das nadadeiras sustentadas por raios ósseos dérmicos. O que é comum aos peixes ósseos são os ossos endocondrais (ossos que substituem as cartilagens). Além da ossificação endocondral, os Osteichthyes retiveram também os mecanismos, mais primitivos, de formação de ossos dérmicos e pericondrais. Evolução dos Sarcopterygii Os Sarcopterygii primitivos tinham de 20 a 70 centímetros de comprimento e forma cilíndrica. Tinham duas nadadeiras dorsais, um lobo epicordal na nadadeira caudal heterocerca (a coluna vertebral dá suporte a porção dorsal da nadadeira), e nadadeiras pareadas, as quais eram carnosas, com escamas e com um eixo ósseo central. Os primeiros Sarcopterygii eram inteiramente cobertos por uma camada peculiar de um material semelhante à dentina, a cosmina, a qual se espalhava pelas suturas entre os ossos dérmicos, apresentando indicações de que era periodicamente reabsorvida e, então, reconstruída. Os Dipnoi (peixes pulmonados) têm caracteres derivados únicos, os quais claramente indicam que esta linhagem é monofilética. Os outros peixes Sarcopterygii foram combinados em um único táxon, os Crossopterygii, hoje considerados, como parafilético, ou como duas linhagens separadas, os Rhipidistia (formas totalmente extintas) e os Actinistia (com uma única forma vivente, Latimeria, o celacanto vivo e seus parentes fósseis). Sarcopterygii viventes O início da evolução dos Sarcopterygii resultou em uma irradiação significativa em peixes de águas marinhas e doces. Atualmente, existem somente quatro gêneros não-tetrápodes: os Dipnoi, ou peixes pulmonados (Neoceratodus na Austrália, Lepidosiren na América do Sul e o Protopterus na África, e o Actinistia Latimeria (os celacantos), em águas de 100 a 300 metros de profundidade, no leste africano e na Indonésia Central. Dipinoi Os Dipnoi viventes são distinguíveis pela ausência de articulação entre os ossos pré-maxilar e maxilar com dentes, e a fusão do palatoquadrado com o crânio não dividido (suspensão mandibular autostílica), todos são condições derivadas dentro dos Osteichthyes. Os dentes estão dispostos sobre o palato e fundidos em fileiras ao longo das margens laterais. Poderosos músculos adutores da mandíbula estendem-se emdireção dorsal, sobre o condrocrânio. Ao longo de sua evolução, este aparato durofágico (alimentação de itens duros) persistiu. Os primeiros Dipnoi eram marinhos. As nadadeiras dorsal, caudal e anal fundiram-se em uma nadadeira contínua que se estende ao redor do terço caudal do corpo. Soma-se a nadadeira caudal, que era originalmente heterocerca, que se torna simétrica, e o mosaico de pequenos dentes dérmicos, dos primeiros crânios de Dipnoi (geralmente cobertos por uma camada contínua de cosmina) evoluiu um padrão de alguns poucos elementos maiores sem a cobertura de cosmina. Boa parte destas transformações pode ser explicada como resultado de pedomorfose (a manutenção de caracteres juvenis no adulto). A percepção química mostra ser importante para os peixes pulmonados, e a boca contêm numerosos quimioreceptores. As passagens nasais são localizadas próximas ao lábio superior, com aberturas inalantes sobre o rostro, fora da boca, e com aberturas exalantes abrindo-se dentro da cavidade oral. Assim, a ventilação das brânquias direciona a água através do epitélio nasal. Os peixes pulmonados têm uma corte complexa que pode incluir a territorialidade masculina, e são seletivos quanto a vegetação na qual depositam seus ovos, mas não se tem observado cuidado parental após o nascimento. Os ovos com um revestimento gelatinoso, de 3 milímetros de diâmetro, eclodem em 3 a 4 semanas, mas os jovens são arredios. Embora os esqueletos destes peixes pulmonados sejam majoritariamente cartilaginosos, suas placas dentígeras são altamente mineralizadas e se fossilizam facilmente, e uma característica peculiar de peixes pulmonados africanos, a estivação (hibernação), aumenta consideravelmente as chances de fossilização. A estivação é induzida pelo calor ou seca do habitat, no lugar do frio. Os peixes pulmonados aproveitam os períodos de cheias alimentando-se muito e crescendo rapidamente. Quando as águas baixam, cavam colunas verticais na lama. O buraco termina em uma grande câmara, a qual varia em profundidade e em proporção ao animal. Ao longo da estiagem, o peixe toma-se cada vez mais letárgico e respira o ar através da abertura da câmara. Finalmente, a água na câmara seca, e o animal entra no estágio final da estivação - curvado, em forma de U, com a cauda sobre os olhos. Grande quantidade de secreções mucosas, produzidas pelo peixe desde quando entrou na câmara, se condensam e secam, formando um envoltório protetor sobre o corpo. Somente uma abertura, na posição da boca, permite a respiração. Actinistia Actinistia são desconhecidos antes do Médio Devoniano. Suas marcas características são as nadadeiras carnosas e lobadas - exceto pela primeira nadadeira dorsal, não lobada - e uma cauda única, simétrica e com três lobos, com um lobo carnoso central que termina em uma franja de raios. Alguns dos primeiros Actinistia viviam em águas doces rasas, mas os fragmentos fósseis, da Era Mesozóica, são abundantemente marinhos. Os fósseis de Actinistia não são conhecidos após o Cretáceo, e até há um pouco mais de 60 anos, acreditava-se que estivessem extintos, mas em 1938, um pescador africano se deparou, no oceano Índico, com um peixe estranho, quase perdendo sua mão no movimento feroz da mordida.
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