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Classe Amphibia - teórica

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Classe Amphibia 
Os Amphibia atuais são tetrápodes com tegumento úmido e sem escamas. 
Três linhagens distintas: Anura (sapos, rãs e pererecas), Urodela (salamandras e 
tritões) e Gymnophiona (cecílias). 
A maioria dos Amphibia tem quatro patas bem desenvolvidas, embora algumas 
salamandras e todas as cecílias sejam apodes. 
Os anuros não possuem cauda, enquanto a maioria das salamandras tem caudas 
longas. A cauda das cecílias é curta. 
Anura possuem patas traseiras alongadas e corpo curto e inflexível, que não se 
dobra quando caminham 
Urodela possuem patas dianteiras e traseiras de igual tamanho e movem-se por 
ondulações laterais 
Gymnophiona são apodes e empregam a locomoção semelhantes a da cobra. 
Todos os anfíbios adultos atuais são carnívoros e tem poucas especializações 
morfológicas associadas a hábitos alimentares diferentes. 
 Nas formas aquáticas, a língua é larga, achatada e relativamente imóvel, mas 
alguns anfíbios terrestres podem protrai-la para capturar a presa. 
O tamanho da cabeça é importante na determinação do tamanho máximo da presa 
que pode ser capturada, e espécies simpátricas de salamandras frequentemente 
apresentam tamanhos de cabeça marcadamente diferentes, sugerindo que se trata 
de uma característica que reduz a competição por comida. 
Tanto o salto como a natação foram o modo de locomoção que tornou vantajosa a 
modificação do corpo original, semelhante a salamandra. Os anuros têm corpo 
inflexível e nadam por meio de golpes simultâneos das patas traseiras. 
 
 
 
 
 
 
Salamandras – Urodela 
As salamandras possuem a forma do corpo e a locomoção mais generalizadas, são 
alongadas e quase todas as espécies totalmente aquáticas apresentam quatro 
patas funcionais. 
Seu passo de caminhada é provavelmente similar àquele empregado pelos 
primeiros tetrápodes. Ele combina a flexão lateral característica da locomoção dos 
peixes com o movimento das patas. 
As dez famílias limitam-se quase inteiramente ao Hemisfério Norte; sua ocorrência 
mais meridional ocorre na parte norte da América do Sul. As América do Norte e 
Central apresentam a maior diversidade de salamandras. 
A pedomorfose é difundida entre as salamandras, principalmente, as aquáticas. 
Essas formas podem ser reconhecidas pela retenção de características larvais, 
incluindo padrões larvais de dentes e ossos, ausência de pálpebras, retenção de 
um sistema de linha lateral funcional e (em alguns casos) retenção de brânquias 
externas. 
Várias linhagens de Urodela adaptaram-se à vida em cavernas. A temperatura e 
umidade constantes tomam as cavernas habitats adequados às salamandras e seu 
alimento consiste em invertebrados cavernícolas. 
 
Especializações Alimentares das Salamandras Plethodontidae. 
Família Plethodontidae: ausência de pulmões e contém mais espécies e uma 
distribuição geográfica mais ampla do que qualquer outra linhagem de salamandras. 
Muitos desenvolveram especializações do aparelho hiobranquial que permitem a 
protração da língua a distâncias consideráveis da boca para capturar a presa. 
Salamandras pulmonadas: Os Urodela não têm costelas e, portanto, não podem 
expandir e contrair a caixa torácica para fazer o ar entrar e sair dos pulmões. Em 
vez disso, empregam um bombeamento bucal que força o ar da boca para os 
pulmões. Um aparelho hiobranquial robusto no assoalho da boca e garganta 
representa uma parte essencial desse sistema de bombeamento, já que a protração 
da língua exige que partes do aparelho hiobranquial sejam alongadas e livres 
 
 
 
Comportamento Social das Salamandras Plethodontidae 
As salamandras Plethodontidae tem um sulco nasolabial que se estende 
ventralmente desde as narinas externas até o lábio da maxila superior. Esses 
sulcos são uma parte importante do sistema quimiossensorial dos Plethodontidae. 
Ao se mover, um Plethodontidae pressiona repetidamente o focinho contra o 
substrato. Um fluido é aspirado pelos sulcos e move-se para cima até as narinas 
externas, para dentro das câmaras nasais e sobre os quimiorreceptores do órgão 
vomeronasal 
Os machos de várias salamandras Plethodontidae defendem territórios de uso 
múltiplo que são utilizados para alimentação e reprodução. Um macho residente 
marca o substrato de seu terreno com feromônios. Uma salamandra consegue 
distinguir os substratos que marcou daqueles marcados por outro macho ou fêmea. 
Os machos também são capazes de distinguir o odor familiar de um macho 
conhecido daquele de um macho desconhecido, reagindo diferentemente a esses 
odores. 
As salamandras-de-dorso-vermelho selecionam a presa de modo a maximizar sua 
ingestão de energia: quando se tem números iguais de moscas grandes e 
pequenas, as salamandras capturam as maiores em primeiro lugar. Esse é o 
comportamento de forrageio mais lucrativo para a salamandra, porque fornece a 
máxima ingestão de energia por captura. 
Um macho poderia aprender a reconhecer e ignorar o odor de outro macho no 
território adjacente, permanecendo capaz de reconhecer e atacar um intruso 
desconhecido. Aprender a não responder à presença de um vizinho permitiria que 
uma salamandra forrageasse de forma mais eficaz e também ajudaria a evitar a 
ocorrência de ferimentos durante as lutas territoriais. Uma mordida na cauda faz a 
salamandra ferida autotomizar sua cauda que armazenam gordura, podendo adiar 
a reprodução por um ano enquanto a cauda se regenera. A maioria das mordidas 
é dirigida ao focinho do oponente, podendo danificar os sulcos nasolabiais. Os 
sulcos nasolabiais são usados na olfação e esses ferimentos podem reduzir o 
sucesso da salamandra em encontrar presas. 
 
 
 
Anura 
Os membros traseiros e os músculos formam um sistema de alavancagem capaz 
de arremessar o animal no ar e várias especializações morfológicas estão 
associadas a esse tipo de locomoção: as patas traseiras são alongadas e a tíbia e 
a fibula estão fundidas. Uma pélvis poderosa fortemente ligada à coluna vertebral 
é evidentemente necessária, assim como um enrijecimento da coluna vertebral. O 
ílio é alongado e se estende bastante para a frente, as vértebras mais caudais estão 
fundidas em um bastão sólido, o uróstilo. A pélvis e o uróstilo enrijecem a metade 
caudal do tronco. A coluna vertebral é curta, com apenas cinco a nove vértebras 
pré-sacrais que são reforçadas por zigapófises que restringem a flexão lateral. Os 
membros dianteiros fortes e a cintura peitoral flexível absorvem o impacto da 
aterrissagem. Os olhos são grandes e estão localizados bem rostralmente na 
cabeça, permitindo a visão binocular. 
Os membros traseiros geram a potência que impulsiona o anuro no ar e esse alto 
nível de produção de potência resulta de características estruturais e bioquímicas 
dos músculos dos membros. A arquitetura interna do músculo semimembranoso e 
sua origem no ísquio e a inserção abaixo do joelho permitem que opere no 
comprimento que produz a força máxima durante todo o período de contração. 
Além disso, o músculo encurta-se mais rapidamente e gera mais potência que os 
músculos da maioria dos outros animais. E também os processos fisiológicos 
intracelulares da contração muscular continuam no nível máximo ao longo de toda 
a contração, ao invés de diminuir, como é o caso dos músculos da maioria dos 
vertebrados. 
Os animais denominados anuros usualmente possuem pernas longas e movem-se 
por saltos, e esta forma do corpo é encontrada em muitas linhagens. As formas 
semi-aquáticas são moderadamente hidrodinâmicas e possuem pés dotados de 
membranas interdigitais. Os anuros terrestres de grande porte, que dão saltos 
curtos em vez de longos, são frequentemente denominados sapos. Geralmente 
possuem cabeça áspera, corpo pesado, pernas relativamente curtas e membranas 
interdigitais pouco desenvolvidas. 
 
 
Os Anura arboricolas usualmente têm cabeça e olhos grandes, muitas vezes, 
cintura fina e pernas longas. As espécies caminham e escalamde modo 
quadrúpede, além de saltarem. Muitas espécies arboricolas têm discos digitais 
aumentados e são denominadas pererecas. A superfície das almofadas digitais 
consiste em uma camada epidérmica com projeções cilíndricas separadas por 
espaços ou canais. Glândulas mucosas distribuídas sobre os discos secretam um 
muco aquoso formando, estabelecendo um menisco na interface entre o ar e o 
fluido nas margens dos dedos. Como nenhuma bolha de ar entra na camada de 
fluido, uma combinação de tensão superficial (capilaridade) e viscosidade mantêm 
juntas as almofadas digitais e a superfície. 
Os Anura arborícolas são incapazes de repousar de cabeça para baixo, porque, 
nessa orientação, seu peso faz as almofadas digitais se desprenderem da 
superfície. Quando precisam descer uma superfície vertical, andam de costas. Essa 
orientação mantém os pés voltados para cima. Durante a locomoção para trás, os 
dedos se desprendem, a partir de sua extremidade caudal, por um par de tendões 
que se inserem na superfície dorsal do osso terminal do dedo. 
Espécies com pernas curtas que se movem aos pequenos saltos são 
frequentemente predadoras que, em seu longo raio de ação, cobrem grandes áreas 
em busca de alimento. Esse comportamento os expõe aos predadores e suas 
pernas curtas os impedem de locomoção rápida para a fuga. Muitos desses Anura 
têm potentes defesas químicas, liberadas por glândulas da pele quando são 
atacados. As espécies de anuros que se locomovem por saltos, ao contrário das 
que dão pequenos saltos, geralmente são predadoras sedentárias que ficam de 
tocaia esperando a presa passar por seu esconderijo. Em geral, essas espécies 
apresentam coloração críptica e frequentemente não dispõem de defesas químicas. 
Quando são descobertas por um predador, dependem de uma série de saltos 
rápidos para fugir. 
Os Anura aquáticos utilizam a sucção para engolir o alimento na água, mas a 
maioria das espécies semi-aquáticas e terrestres possui línguas pegajosas que são 
protraídas para capturar a presa e trazê-la até a boca. A maioria dos Anura usa um 
mecanismo tipo catapulta para projetar a língua. Quando a boca se abre, a 
contração dos músculos genioglossos causa o enrijecimento da ponta da língua. 
Ao mesmo tempo, a contração de um músculo curto na parte rostral das maxilas (o 
 
 
submentalis) proporciona um ponto de apoio e então a língua enrijecida gira para 
frente, sobre o submentalis, e se arremessa para fora da boca. A inércia faz a parte 
caudal da língua se alongar à medida que sai e como a língua fez uma rotação, sua 
face dorsal se abate sobre a presa. A língua é trazida de volta à boca pelo músculo 
hioglosso, que tem origem no aparelho hióideo e se insere dentro da língua. 
 
Gymnophiona 
Os olhos das cecílias são recobertos por tegumento ou mesmo por osso. Algumas 
espécies são totalmente desprovidas de olhos, mas, em outras, a retina possui a 
organização estratificada típica dos Vertebrata e parece ser capaz de detectar a luz. 
Dobras dérmicas claramente visíveis (ânúlus, anéis) circundam o corpo das 
Gymnophiona. Os anéis primários se sobrepõem às vértebras e aos septos 
miotomais, refletindo a segmentação do corpo. Muitas espécies de Gymnophiona 
têm escamas dérmicas no interior de bolsas nos anéis; não se conhecem escamas 
nos outros grupos de anfíbios atuais. 
Uma segunda característica singular das Gymnophiona é o par de tentáculos 
protráteis, um em cada lado do focinho, entre os olhos e as narinas. Um dos 
músculos oculares, o retrator bulbi, tornou-se o músculo retrator do tentáculo; o 
levator bulbi move a bainha do tentáculo; e a glândula harderiana (que umedece os 
olhos de outros tetrápodes) lubrifica o canal do tentáculo das cecílias. E provável 
que o tentáculo seja um órgão sensorial que permite que as substâncias químicas 
sejam transportadas do meio ambiente até o órgão vomeronasal, localizado no teto 
da boca. 
As cecilias alimentam-se de presas pequenas ou alongadas e o tentáculo lhes 
permite detectar a presença da presa quando esta se encontra sob o solo. As 
fêmeas de algumas espécies de Gymnophiona incubam seus ovos, enquanto 
outras espécies dão à luz os filhotes completamente formados. Os embriões das 
espécies terrestres têm brânquias longas e filamentosas e os embriões das 
espécies aquáticas têm brânquias saculiformes. 
 
 
 
 
Reprodução 
A maioria das espécies de anfíbios põe ovos. Os ovos são depositados na água ou 
na terra firme, podendo produzir larvas aquáticas ou miniaturas dos adultos 
terrestres. Os adultos de algumas espécies de Anura carregam os ovos grudados 
à superfície do corpo. Outros carregam seus ovos em bolsas no tegumento do 
dorso ou dos flancos, nos sacos vocais ou mesmo no estômago. Em outras 
espécies, ainda, as fêmeas retêm os ovos nos ovidutos e dão à luz filhotes 
metamorfoseados. Muitos Amphibia não cuidam dos seus ovos e filhotes; mas, em 
muitas outras espécies, um dos pais permanece com os ovos e às vezes com os 
filhotes que estão saindo da casca, transporta os girinos do ninho até a água e, em 
umas poucas espécies, até mesmo alimenta os girinos. Muitas espécies de anfíbios 
põem centenas de ovos, cuja vasta maioria jamais chega à maturidade. 
Cecílias 
A fecundação interna é realizada pelo órgão copulador do macho, uma expansão 
da cloaca. Algumas espécies de Gymnophiona põem ovos e a fêmea se enrola ao 
redor deles, ali permanecendo até a eclosão. Mas a viviparidade é bastante 
difundida e cerca de 75 por cento das espécies são vivíparas e matrotróficas. O 
crescimento inicial dos embriões sustentado pelo vitelo contido no ovo no momento 
da fecundação, mas esse vitelo esgota-se muito antes que o desenvolvimento 
embrionário se complete. 
Os embriões obtêm energia raspando material das paredes dos ovidutos com 
dentes embrionários especializados. O epitélio do oviduto prolifera e forma 
camadas espessas circundadas por ramificações de tecido conjuntivo e capilares. 
A medida que os embriões consomem o suprimento de vitelo, essas camadas 
começam a secretar uma substância espessa, branca e cremosa que tem sido 
denominada leite uterino. Quando o suprimento de vitelo se esgota, os embriões 
emergem das membranas dos ovos, desenrolam-se e alinham-se 
longitudinalmente nos ovidutos. Aparentemente, os embriões mordem as paredes 
dos ovidutos estimulando esta secreção e removendo algumas células epiteliais e 
fibras musculares, que engolem juntamente com o leite uterino. Os embriões 
pequenos se espaçam regularmente ao longo dos ovidutos. Os embriões grandes 
têm suas cabeças espaçadas a intervalos, embora o corpo de um possa sobrepor-
 
 
se à cabeça do seguinte. Esse espaçamento provavelmente permite que todos os 
embriões tenham acesso às áreas secretoras das paredes dos ovidutos. 
As trocas gasosas parecem ser realizadas pelo contato íntimo entre as brânquias 
do embrião e as paredes dos ovidutos. Todas as espécies terrestres de 
Gymnophiona têm embriões com um par de brânquias filamentosas trirramificadas. 
Em espécimes preservados, os embriões frequentemente têm uma brânquia 
estendida para frente, acima da cabeça, e a outra estendida ao longo do corpo. No 
gênero aquático Typhlonectes, as brânquias são saculiformes, mas geralmente se 
posicionam da mesma maneira. Tanto as brânquias como as paredes dos ovidutos 
são altamente vascularizadas e parece provável que as trocas gasosas, e 
possivelmente a de pequenas moléculas como os substratos metabólicos e os 
produtos de excreção, ocorram através do oviduto e da brânquia adjacentes. As 
brânquias são absorvidas antes do nascimento e as trocas gasosas cutâneas talvez 
sejam importantes para o desenvolvimento ulterior dos embriões. 
 
Salamandras 
Nas salamandras, a fecundação interna é realizada não por um órgão copulador, 
mas pela transferência de um pacote de espermatozóides (o espermatóforo) do 
macho para a fêmea. A forma do espermatóforo diferenas várias espécies de 
salamandras, mas todos consistem em uma cobertura de espermatozóides sobre 
uma base gelatinosa. A base é um molde do interior da cloaca do macho e, em 
algumas espécies, reproduz as arestas e sulcos com detalhes acurados. Os 
espermatozoides são liberados quando a cobertura se dissolve e a fecundação 
ocorre nos ovidutos. 
Corte: Os padrões de corte são importantes para o reconhecimento das espécies 
e mostram grande variação interespecífica. Os machos de algumas espécies têm 
elaborados caracteres sexuais secundários que são usados durante a corte. 
Feromônios (substâncias químicas usadas na comunicação) são liberados 
primariamente pelos machos e desempenham importante papel no namoro das 
salamandras; é provável que contribuam para o reconhecimento da espécie e 
talvez estimulem a atividade endócrina que aumenta a receptividade das fêmeas. 
 
 
Na maioria das salamandras que se reproduzem em terra, a liberação do feromônio 
envolve o contato físico entre um macho e uma fêmea, durante o qual o macho 
aplica secreções de glândulas odoríferas especializadas (glândulas hedônicas) às 
narinas ou ao corpo da fêmea. Foram descritos diversos modos de liberação do 
feromônio. 
Ovos e Larvas: Na maioria dos casos, os Urodela que se reproduzem na água 
desovam na água. Os ovos podem ser depositados isoladamente ou numa massa 
de substância gelatinosa transparente. Os ovos eclodem em larvas aquáticas com 
brânquias que, exceto nas espécies aquáticas, se transformam em adultos 
terrestres. Algumas famílias, incluindo as salamandras sem pulmões 
(Plethodontidae), possuem inúmeras espécies que dispensaram parcial ou 
totalmente o estágio larval aquático. A salamandra-crepuscular, Desmognathus 
fuscus, põe seus ovos sob uma pedra ou um tronco junto à água; a fêmea 
permanece ao lado até depois da eclosão. As larvas saem dos ovos com brânquias 
pequenas e podem levar uma existência aquática ou diretamente para a vida 
terrestre. A salamandra-de-dorso-vermelho, Plethodon cinereus, desova nos buracos 
dos troncos podres ou sob uma pedra. Os embriões têm brânquias, mas estas são 
reabsorvidas antes da eclosão e os eclodentes são miniaturas dos adultos. 
 
Viviparidade: Somente algumas espécies de salamandras dos gêneros Salamandra 
e Mertensiella dão à luz filhotes. A salamandra européia (Salamandra salamandra) 
produz 20 ou mais larvinhas. Os embriões provavelmente retiram do vitelo toda a 
energia necessária ao crescimento e desenvolvimento. As larvas são liberadas na 
água e passam por um estágio aquático que dura cerca de três meses. A 
salamandra-alpina (S. atra), dá à luz um ou dois filhotes totalmente desenvolvidos. 
Os embriões dessa espécie são alimentados pelas secreções dos ovidutos, tal 
como ocorre com os Gymnophiona. 
 
Anura 
Os Anura são os anfíbios mais conhecidos, principalmente devido às vocalizações 
associadas ao seu comportamento reprodutivo. Os sistemas de acasalamento dos 
 
 
Anura se dividem, grosso modo, em reprodução explosiva (estação reprodutiva muito 
curta, às vezes de apenas alguns dias) e reprodução prolongada (estações 
reprodutivas que se estendem por vários meses). As espécies de reprodução 
explosiva incluem muitos sapos e outros Anura que acasalam em habitats 
aquáticos temporários, como lagoas vemais ou poças formadas no deserto. 
Machos e fêmeas chegam aos sítios reprodutivos quase simultaneamente e, de 
modo geral, em grandes números. Como toda a população se reproduz em curto 
período de tempo, o número de machos e fêmeas presentes é mais ou menos 
idêntico. O fator tempo é a principal restrição ao número de fêmeas que um macho 
é capaz de cortejar e o sucesso no acasalamento costuma ser o mesmo para todos 
os machos de um coro. 
Nas espécies com estação reprodutiva prolongada, os machos geralmente chegam 
antes das fêmeas aos sítios reprodutivos. Em algumas espécies, como as rãs-
verdes (Rana clamitans), os machos estabelecem territórios onde permanecem 
vários meses, defendendo-os contra a aproximação de outros machos. Em outras 
espécies, os machos se locomovem diariamente entre abrigos diurnos e sítios de 
vocalização noturnos. As fêmeas vão aos sítios reprodutivos apenas para o 
acasalamento, abandonando-os logo em seguida. Poucas fêmeas comparecem de 
cada vez e, à noite, o número de machos no sítio reprodutivo é maior que o de 
fêmeas. O sucesso no acasalamento é bastante desigual, com muitos machos não 
se acasalando e uns poucos se acasalando várias vezes. Os machos das espécies 
de Anura com reprodução prolongada competem para atrair as fêmeas, em geral 
por meio da vocalização. As características da vocalização dos anuros machos 
(altura, duração ou taxa de repetição) fornecem informações que uma fêmea utiliza 
para avaliar sua qualidade como parceiro potencial. 
 
Vocalizações: O canto dos Anura é diversificado; varia de uma espécie para outra 
e a maioria das espécies tem dois ou três tipos diferentes de canto, usados em 
diferentes situações. Os cantos mais conhecidos são aqueles geralmente 
chamados de cantos nupciais, embora seja preferível um termo menos específico, 
como cantos de chamamento. 
 
 
As características de um canto identificam a espécie e o sexo do indivíduo que o 
emite. Muitas espécies de Anura são territoriais e os machos de uma delas se 
reconhecem individualmente pela voz. 
As fêmeas respondem ao canto de chamamento dos machos de sua espécie por 
um breve período, quando seus ovos estão prontos para ser postos. Os hormônios 
associados à ovulação sensibilizem células específicas do sistema auditivo, as 
quais, ao ouvir o canto do macho, respondem às características específicas da 
espécie. Coros mistos de Anura são comuns na estação de acasalamento; uma 
dúzia de espécies pode se reproduzir simultaneamente em uma lagoa. Nessa 
situação, a resposta da fêmea ao canto nupcial de sua própria espécie é um 
mecanismo para o reconhecimento da espécie. 
 
Custos e Benefícios da Vocalização: A energia real utilizada na produção do 
canto pode ser muito grande e as variações no padrão de canto que acompanham 
as interações sociais entre os machos de um coro reprodutivo aumentam o custo 
por canto. Outro custo da vocalização para um macho é o risco de predação. Uma 
função crítica da vocalização é permitir que a fêmea localize o macho, mas as 
fêmeas não são os únicos animais capazes de utilizar as vocalizações como pistas 
para encontrar os machos dos sapos - os predadores de anuros também têm 
facilidade em localizar os anuros em vocalização. 
 
Modo de reprodução: fecundação externa, feita num amplexo (abraço nupcial). 
Amplexo axilar: macho usa as patas dianteiras para segurar a fêmea na região 
peitoral. Amplexo inguinal: segura na região pelvina. O amplexo pode ser mantido 
por várias horas, ou mesmo dias, antes que a fêmea desove. 
Ovos grandes produzem filhotes grandes, que provavelmente tem mais chances de 
sobreviver, mas os ovos grandes precisam de mais tempo para eclodir e ficam mais 
tempo expostos aos predadores. Assim, tem que haver comportamentos de 
proteção dos ovos e às vezes dos girinos contra a predação. 
Muitas espécies arborícolas põem seus ovos em folhas de árvores suspensas 
sobre a água. O desenvolvimento embrionário transcorre fora do alcance de 
 
 
predadores aquáticos de ovos e os girinos, quando eclodem, caem na água e 
adotam uma existência aquática. 
 Outros anuros constroem ninhos de espuma que flutuam na superfície da água. A 
fêmea emite uma copiosa secreção de muco durante o amplexo, que o casal 
transforma em espuma batendo-a com os membros traseiros. Os ovos são 
depositados nessa massa de espuma e os girinos, quando eclodem, caem na água 
através da espuma. 
Algumas espécies desovam na água que se acumula nas bromeliáceas. Uma 
bromeliácea de grande porte retém vários litros de água e é nesse micro-habitat 
protegido que os anuros passam pelos estágiosde ovo e larva. 
 
Cuidado parental: Em alguns casos, o macho protege os ovos; em outros, é a 
fêmea. Algumas espécies sentam-se ao lado dos ovos; outras descansam sobre 
eles. 
Muitos Anura terrestres que põem ovos de desenvolvimento direto permanecem 
com eles e atacam os animais que se aproximam do ninho. A saída do guardião 
resulta no dessecamento e morte dos ovos antes da eclosão ou em predação. 
Alguns desovam no solo e um dos pais permanece com os ovos até eclodirem em 
girinos. Os girinos aderem ao adulto e são transportados até a água. 
O macho do sapo-parteiro europeu reúne os cordões de ovos em torno das patas 
traseiras à medida que a fêmea os põe. Ele carrega os ovos até que estejam 
prontos para a eclosão, momento em que libera os girinos na água. 
Viviparidade: poucas espécies de Anura. Uma espécie põe ovos que são 
fertilizados externamente e eclodem como girinos aquáticos, duas espécies 
produzem filhotes que são alimentados pelo vitelo e as duas restantes têm 
embriões que se alimentam das secreções das paredes dos ovidutos. 
 
 
 
 
 
Metamorfose 
A transição de girino a adulto envolve uma metamorfose completa na qual as 
estruturas dos girinos são desfeitas e seus constituintes químicos são reconstruídos 
na estrutura do anfíbio adulto. O desenvolvimento larval dos anuros se divide em 
três períodos: 
(1) durante a pré-metamorfose, os girinos aumentam de tamanho com pouca 
mudança de forma; 
(2) na pró-metamorfose, aparecem os membros traseiros e o crescimento do corpo 
continua em ritmo mais lento; 
(3) durante o clímax metamórfico, os membros dianteiros emergem e a cauda 
regride. Essas mudanças são estimuladas pela ação da tiroxina; a produção e 
liberação da tiroxina são controladas por um produto da glândula pituitária, o 
hormônio estimulador da tireóide (HET). 
 
Troca de água e gases 
Os Amphibia têm um tegumento glandular desprovido de escamas externas e 
altamente permeável aos gases e à água. As glândulas mucosas se distribuem por 
toda a superfície do corpo e secretam compostos mucopolissacarídicos. A função 
primária do muco é manter o tegumento úmido e permeável. 
Uma pele seca significa redução da permeabilidade. Esta, por sua vez, reduz a 
ingestão de oxigênio e a capacidade de utilizar o resfriamento por evaporação para 
manter a temperatura corporal dentro de limites estáveis. 
A permeabilidade à água é inseparável da permeabilidade aos gases, e os 
Amphibia dependem da respiração cutânea para uma parcela significativa de suas 
trocas gasosas. Embora permita o movimento passivo da água e dos gases, o 
tegumento controla o movimento de outros compostos. O sódio é transportado 
ativamente da superfície externa para a interna e a uréia é retida pela pele. Essas 
características são importantes para regular a concentração osmótica e facilitar a 
ingestão de água pelas espécies terrestres. 
 
 
 
Circulação Sanguínea em Larvas e Adultos 
Quando as brânquias perdem sua função respiratória, os arcos aórticos também 
mudam de papel. Os arcos 1 e 2 são perdidos no início do desenvolvimento 
embrionário. Os arcos 3 a 5 suprem de sangue as brânquias e então para as 
artérias carótidas internas que levam sangue à cabeça. O arco 6 transporta o 
sangue para a aorta dorsal através de uma conexão denominada ductus arteriosus. 
Na metamorfose, o arco 3 toma-se o vaso que supre as artérias carótidas internas. 
De início, os arcos 4 e 5 suprem de sangue a aorta dorsal; mas como os anuros 
geralmente perdem o arco 5, o arco 4 toma-se a principal rota do sangue que sai 
do coração para a aorta. O arco 6 supre de sangue principalmente os pulmões e a 
pele através das artérias pulmocutâneas. 
 
Respiração Cutânea 
Todos os anfíbios dependem da epiderme para a troca gasosa, especialmente para 
liberação de CO2. O equilíbrio entre a ingestão cutânea e pulmonar de O2 varia 
entre as espécies e depende da temperatura corporal e nível de atividade do animal. 
Os anfíbios precisam dos pulmões para respirar a medida que aumentam sua 
temperatura e atividade. 
O átrio do coração pode ser dividido anatomicamente por um septo em câmara 
direita e câmara esquerda. O sangue proveniente das veias sistêmicas flui para o 
lado direito do coração e o sangue proveniente dos pulmões flui para o lado 
esquerdo. O lúmen muscular esponjoso do ventrículo minimiza a mistura do sangue 
do lado esquerdo e do lado direito, e a posição de uma parcela particular de sangue 
dentro do ventrículo parece determinar seu destino de saída do ventrículo que 
contrai. O curto tronco arterioso contém uma válvula de tecido em espiral que guia 
diferencialmente o sangue proveniente dos lados direito e esquerdo do ventrículo 
para os arcos aórticos. As relações anatômicas dentro do coração são tais que o 
sangue rico em oxigênio, retornando ao coração a partir das veias pulmonares, 
entra no átrio esquerdo, que o injeta no lado esquerdo do ventrículo comum. A 
contração do ventrículo tende a ejetar o sangue em jatos laminares que saem 
espiralados da câmara bombeadora, levando o sangue do lado esquerdo para a 
porção ventral do tronco arterioso dividido espiralmente. 
 
 
Desse modo, quando os pulmões são ventilados ativamente, o sangue rico em 
oxigênio, que deles retorna ao coração, é distribuído seletivamente para os tecidos 
da cabeça e do corpo. O sangue, pobre em oxigênio, ao entrar no átrio direito é 
direcionado para a metade dorsal do tronco arterioso valvular espiralado. Este 
sangue se dirige para o arco pulmocutâneo, destinado à oxigenação nos pulmões. 
Mas quando a pele é o principal local da troca gasosa, como ocorre com um anuro 
debaixo d'agua, o maior teor de oxigênio está nas veias sistêmicas que drenam o 
tegumento. 
 
Ingestão e armazenamento de água 
Devido à permeabilidade da pele, as espécies aquáticas enfrentam um influxo 
osmótico contínuo de água, que devem equilibrar produzindo urina. Uma dessas 
especializações é a mancha pelvina. Trata-se de uma área de pele altamente 
vascularizada na região pelvina, que é responsável por imensa parte da absorção 
cutânea de água dos anuros. 
A bexiga urinária desempenha papel importante nas relações dos Amphibia 
terrestres, especialmente os Anura, com a água. O rim dos Amphibia produz uma 
urina que é hiposmótica em relação ao sangue, de modo que a urina na bexiga é 
diluída. Os anfíbios podem reabsorver a água da urina para substituir a água 
perdida por evaporação e os anfíbios terrestres têm a bexiga maior que a das 
espécies aquáticas. 
 
Glândulas de veneno e outros mecanismos de defesa 
O muco que recobre o tegumento de um Amphibia possui várias propriedades. Em 
algumas espécies, pelo menos, ele tem atividade antibacteriana e um potente 
antibiótico, que talvez tenha aplicações médicas. O muco que toma alguns anfíbios 
escorregadios e dificulta sua captura por predadores. 
O sistema primário de defesa química dos Amphibia está localizado nas suas 
glândulas de veneno. Essas glândulas estão concentradas na superfície dorsal do 
animal e as posturas de defesa apresentam as áreas glandulares aos predadores 
potenciais. 
 
 
Uma grande variedade de substâncias farmacologicamente ativas foi encontrada 
no tegumento dos Amphibia. Algumas dessas substâncias são extremamente 
tóxicas e outras são menos tóxicas mas, ainda capazes de produzir sensações 
desagradáveis quando o predador morde o anfíbio.

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