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As bases conceituais de novas arquiteturas 
Os anos 1960 foram um divisor de águas quanto à utilização dos 
conceitos da arquitetura moderna presentes na primeira metade do 
século 20. As principais críticas a essa arquitetura vieram de 
profissionais e arquitetos dos Estados Unidos e em seguida alinharam-
se também arquitetos europeus. Essa reflexão e crítica aos conceitos 
modernos geraram, a partir dos Estados Unidos, textos escritos por 
Jane Jacobs com "Morte e vida das grandes cidades" (1961), que foi o 
primeiro deles; Robert Venturi com "Complexidade e contradição na 
arquitetura" (1966); e na Europa por Aldo Rossi com "Arquitetura da 
cidade" (1966), Vittorio Gregotti com "Território da Arquitetura" (1966) e 
Hassan Fathy com "Construindo com o povo; arquitetura para os 
pobres" (1969), lançando um novo caminho para a arquitetura regional 
e vernacular. 
Esse posicionamento crítico levou a um conjunto de movimentos e 
propostas arquitetônicas com características diferentes entre si. É esse 
conjunto de novas arquiteturas, que ocorrem entre 1960 e 2000, que 
são analisadas e explicadas nesta disciplina. 
 
Arquitetura Radical 
A arquitetura radical se manifesta durante as décadas de 1960 e 1970, 
em diversos países. A principal característica é a radicalidade, ou seja, 
suas propostas rediscutem todos os conceitos existentes, tanto na 
arquitetura quanto no urbanismo, gerando formas, soluções e 
construções que beiram a fantasia, usando o máximo da tecnologia 
disponível. 
As propostas são tão ousadas que nem sempre puderam ser 
transferidas do papel para a realidade, mas influenciaram muitos outros 
arquitetos. Muitas eram baseadas no uso de megaestruturas. 
Os principais grupos dessa arquitetura são o Archigram (Inglaterra), os 
Metabolistas (Japão) e o Superstudio (Itália). 
Um dos conceitos comuns a esses grupos de arquitetos era o da 
megaestrutura. Esse foi um conceito criado nos anos 1960 e que 
envolvia ao mesmo tempo arquitetura e urbanismo. A sua aplicação era 
essencialmente experimental e apareceu em diversas propostas 
desses grupos de arquitetos. A megaestrutura não é apenas uma 
estrutura gigantesca: esse conceito engloba a instalação, dentro dessa 
construção, de diversos usos e espaços que podem ser considerados 
urbanos, incluindo desde habitação, até comércio, serviços diversos, 
instalações de saúde, transporte, entre outros. A ideia é que seria 
possível reunir todos os aspectos da vida em uma cidade tradicional 
dentro dessa megaestrutura. 
Arquitetura Radical - o grupo Archigram 
O Archigram era formado por um grupo de arquitetos ingleses, entre 
eles Peter Cook, no início dos anos 1960. Suas propostas buscavam 
aplicar o máximo da tecnologia para gerar objetos e ambientes 
completamente diferentes do que era produzido na época, com um 
desenho futurista e ousado. 
Em 1964 o grupo lança o projeto Walking City, ou Cidade Andante, que 
representa o auge do esforço criativo do grupo. Uma arquitetura sem 
fundações e sem raízes, constituída por imensos blocos metálicos com 
pernas tubulares que se deslocam pelo solo e pelas águas em 
constante movimento. Uma cidade sem lugar fixo, uma espécie de 
mistura de nave espacial com submarino atômico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Plug-in-City foi criada pelo Archigram como suporte de todo um 
sistema sofisticado de serviços. Além das residências básicas, em 
alguns nós dessa cidade-rede eram posicionadas unidades 
arquitetônicas “inteligentes” voltadas para todo tipo de serviços, com o 
objetivo de suprir todas as necessidades dos moradores. Nela podia-se 
encontrar hotéis, restaurantes, supermercados, farmácias, etc. No 
interior desses espaços encontrava-se todo tipo de instalações, 
equipadas com aparelhos eletrônicos de última geração, que tinham a 
função de apoiar as operações domésticas corriqueiras com um simples 
apertar de botão. 
É importante destacar que as propostas do grupo Archigram eram 
projetos especulativos de alta tecnologia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Arquitetura Radical - Metabolismo 
Os Metabolistas eram um grupo de arquitetos que buscava aplicar a 
tecnologia da época para tentar resolver os problemas da alta 
densidade populacional nas cidades japonesas, durante a década de 
1960. A preocupação com o meio ambiente também era parte 
integrante dos seus projetos. 
Entre os arquitetos que fizeram parte desse grupo estão Kisho 
Kurokawa, Kenzo Tange, Arata Isozaki, Kiyonori Kikutake, Fumihiko 
Maki e Kunio Maekawa. 
Sua arquitetura era baseada na fusão entre megaestruturas e formas 
biológicas, com aplicação de alta tecnologia. 
As suas propostas também eram experimentais e de difícil execução, 
mas a partir da década de 1980 esses arquitetos começam a executar 
vários projetos reais. 
 
 
 
Arquitetura Radical – Superstudio 
Em 1966, os arquitetos Adolfo Natalini e Cristiano Toraldo di Francia 
criaram o escritório de arquitetura Superstudio, em Florença, na Itália. 
Assim como os outros grupos de arquitetura radical, suas propostas 
beiravam a ficção e tinham muita influência das histórias em 
quadrinhos. 
O trabalho que lhes deu notoriedade foi o Monumento Contínuo: um 
modelo de arquitetura para urbanização total, de 1969. A proposta 
conceitual é de uma megaestrutura que engloba a cidade atual e nela 
se resolvem as principais questões urbanas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Arquitetura High-Tech 
A arquitetura High-Tech é baseada na aplicação de alta tecnologia na 
construção civil. Ela inicia na década de 1970 e é realizada até hoje, 
pois muitos de seus arquitetos ainda trabalham dentro dessa lógica 
arquitetônica. As características dessa arquitetura são a leveza, 
flexibilidade e transparência vinculadas à aplicação da tecnologia em 
arquitetura. Note-se que esse vínculo é essencialmente conceitual, pois 
outros arquitetos também utilizam a tecnologia em seus projetos, mas 
não dessa maneira. 
Os principais arquitetos que seguem esse conceito são Norman Foster, 
Renzo Piano, Richard Rogers e Jean Nouvel. Eles atuam por meio de 
grandes escritórios com dezenas ou centenas de arquitetos e 
engenheiros. 
A aplicação da alta tecnologia nos projetos dessa categoria não se limita 
à estrutura ou aos revestimentos. Ela transparece em todos os aspectos 
do projeto, incluindo instalações, como iluminação, elevadores e 
condicionamento térmico, consumo energético e economia de recursos 
naturais. 
O termo High-Tech também significa que a arquitetura, em sua leitura 
formal e espacial, é materializada por essa tecnologia de ponta. Ou 
seja, a própria arquitetura não é um mero invólucro, ela se materializa 
formalmente com a aplicação tecnológica de materiais, instalações e 
técnicas construtivas. 
 
Arquitetura High-Tech – Norman Foster 
Certamente ele é o mais conhecido dos arquitetos da linha High-Tech, 
com projetos distribuídos por vários países. Foster, de origem inglesa, 
acredita que a tecnologia na arquitetura é endêmica, ou seja, é parte 
integrante da própria arquitetura e sem ela não pode ser feita. 
Os projetos desenvolvidos por seu escritório envolvem dezenas e às 
vezes centenas de profissionais. O projeto arquitetônico inclui a 
elaboração de peças específicas com materiais nobres, elevando 
bastante o custo da construção. 
Uma das características de suas obras é que a estrutura aparece com 
clareza como elemento definidor da volumetria arquitetônica, como se 
vê no edifício Gherkin. 
 
Arquitetura High-Tech – Renzo Piano 
A primeira grande obra do arquiteto italiano Renzo Piano, o Centro 
Pompidou, foi feita em conjunto com Richard Rogers e Gianfranco 
Franchini. Esse projeto contém algumas das principais características 
da arquitetura High Tech que fariam parte da carreira de Piano: 
aplicação extensiva da tecnologia, uso das instalações e estrutura como 
elementos formais da arquitetura, espaços internos conectados com o 
exterior, e a influência das propostas do Archigram inglês. 
Ao longo do tempo, Renzo Piano modifica o seu repertórioarquitetônico, mas mantém o uso de alta tecnologia em suas obras. Em 
seus projetos amplia a relação com o meio ambiente e busca soluções 
arquitetônicas mais específicas para o lugar. 
Arquitetura High-Tech – Richard Rogers 
O arquiteto ítalo-inglês Richard Rogers é um dos precursores da 
arquitetura High-Tech, como se vê na sua primeira grande obra, 
o Centro Pompidou, feito em conjunto com Renzo Piano e Gianfranco 
Franchini. Nesse centro cultural já estão todas as características da 
arquitetura que Rogers desenvolveria ao longo do tempo. Uma das 
principais é o desnudamento do edifício, colocando as instalações 
(canos de água, dutos de fiação elétrica e de ar condicionado) e 
elementos estruturais do lado externo da edificação. 
Essas características aparecem em outras obras como a sede da 
seguradora inglesa Lloyd’s (1978-1986), em Londres. 
Rogers é autor de Cidades para um pequeno planeta, influente livro 
sobre urbanização contemporânea. 
Em 
1997 é publicado um livro intitulado Cities for a Small Planet (Cidades 
para um pequeno planeta), do arquiteto Richard Rogers, no qual, 
segundo Leonardo Benevolo “a arquitetura aparece como instrumento 
de reunião das funções habitualmente segregadas e, pela 
complexidade das funções e das relações espaciais, assume 
características novas, que ele tenta antecipar em suas construções: a 
importância das transparências, a sobreposição das imagens, as 
parafernálias sem espessura que se estendam livremente no ar”. 
Benevolo cita em sua publicação “Arquitetura no novo milênio” um 
trecho do livro de Rogers: 
“A arquitetura está mudando em resposta às exigências ambientais e à 
disponibilidade de novos materiais de desempenho extremo e 
biologicamente legitimado. Le Corbusier definiu a arquitetura como ‘o 
jogo sábio, correto e magnífico dos volumes reunidos sob a luz’. No 
futuro, ao contrário, os edifícios tenderão a desmaterializar-se. O 
ambiente será caracterizado não pelas massas, mas pela transparência 
e pelos véus, por estruturas indeterminadas, adaptáveis, flutuantes, em 
relação às mudanças ambientais cotidianas e à variedade dos usos. Os 
edifícios do futuro [...] poderiam assemelhar-se, mais que aos imutáveis 
monumentos do passado, a modernos autômatos móveis, pensantes e 
orgânicos. Essas novas arquiteturas mudarão o caráter do espaço 
público. Enquanto as estruturas se tornarão mais leves, os edifícios se 
tornarão mais permeáveis. Os pedestres irão mover-se não em torno, 
mas através dos edifícios. A rua e o parque entrarão no edifício, ou o 
edifício planará acima.” Cit. in BENEVOLO, Leonardo. “Arquitetura no 
novo milênio”. São Paulo: Estação Liberdade, 2007, págs. 161-162. 
Na sua proposta de idealizar uma arquitetura do futuro, Rogers define 
as principais características dos novos edifícios. 
Arquitetura High-Tech – Jean Nouvel 
Jean Nouvel é um arquiteto francês, e sua primeira obra de grande porte 
foi o Instituto do Mundo Árabe, em Paris. Nesse projeto, a volumetria 
relativamente simples (o conjunto é formado por dois blocos, um linear 
e um curvo) esconde a sofisticada trama mecânica de controle da 
luminosidade das fachadas, que lembra a forma dos arabescos 
característicos da arquitetura islâmica. 
Um dos seus mais ousados projetos é a Torre Agbar, em Barcelona, na 
Espanha. A torre usa um sistema construtivo baseado em uma casca 
externa de concreto e um núcleo rígido. Entre esses dois elementos 
situam-se os pavimentos, que acompanham a forma externa da 
edificação. 
 
 
Arquitetura Pós-moderna 
A arquitetura pós-moderna inicia na década de 1960 e se estende até 
os anos 1980, como uma resposta de jovens arquitetos às posturas 
funcionalistas, universais e formais da arquitetura moderna (1920-1940) 
e do Estilo Internacional (1950-1960). É caracterizada, de um lado, pela 
busca de uma nova arquitetura, menos dogmática e universal e, por 
outro lado, pelo uso constante de referências formais do passado 
histórico, sem se preocupar em legitimar essas escolhas por razões 
lógicas. 
Essa postura crítica dos arquitetos pós-modernos era acompanhada, 
em certos momentos, de uma atitude irônica e caricatural, usando 
elementos antigos de maneira ousada e livre. 
Para compreender melhor a postura crítica e a busca de uma nova 
forma de fazer arquitetura por parte dos pós-modernos veja a seguinte 
comparação entre as propostas modernas, do início do século 20 e as 
características dos projetos pós-modernos. 
Os arquitetos modernos adotaram um conceito sobre o homem para 
propor uma arquitetura que fosse universal e pudesse se adequar a 
todas as culturas e a todo o mundo. Isso é visível, por exemplo, no 
trecho da Carta de Atenas, mostrado a seguir, em que todo o conceito 
de urbanismo se reduz a quatro funções. Essa simplificação da vida é 
característica da arquitetura e do urbanismo modernos: 
“O dimensionamento de todas as coisas no dispositivo urbano só pode 
ser regido pela escala humana. A medida natural do homem deve 
servir de base a todas as escalas que estarão relacionadas à vida e às 
diversas funções do ser. Escala das medidas, que se aplicarão às 
superfícies ou às distâncias; escalas das distâncias que serão 
consideradas em sua relação com o ritmo natural do homem; escala 
dos horários, que devem ser determinados considerando-se o trajeto 
cotidiano do sol. As chaves do urbanismo estão nas quatro funções: 
habitar, trabalhar, recrear-se (nas horas livres), circular.” 
Trecho da Carta de Atenas, de 1933, elaborada Assembleia do CIAM – Congresso Internacional de Arquitetura 
Moderna. 
 
A proposta arquitetônica pós-moderna teve várias vertentes, mas é 
possível fazer um resumo de algumas características comuns a todas 
elas: 
I – Crítica a homogeneidade e a padronização da arquitetura moderna, 
evitando ignorar os avanços produzidos por essa mesma arquitetura; 
II – Valorização da arquitetura histórica, usando referências formais e 
conceituais de estilos do passado: nos Estados Unidos muitos 
arquitetos se vinculavam a essa linha de raciocínio acrescentando a 
visão de que a arquitetura pode ser usada como meio de comunicação. 
III – Reinterpretação da arquitetura vernacular (arquitetura produzida 
localmente, cuja origem é popular e desenvolvida espontaneamente) 
local e tradicional. 
IV – Essa arquitetura surge em locais que tentam resistir à forte 
influência da ideia de “universalização da forma de viver”, proveniente 
de alguns centros considerados mais desenvolvidos. 
Também é possível dividir a arquitetura pós-moderna em duas 
vertentes principais. Uma de caráter historicista, muito presente nos 
EUA, e da qual participam Robert Venturi e Charles Moore, entre muitos 
outros. Nessa vertente o uso de imagens populares, presentes na 
história da arquitetura ou nas edificações mais comuns da região, era 
uma maneira de tentar tornar os edifícios mais próximos das pessoas: 
era uma tentativa de usar o edifício como meio de comunicação. A 
outra, de caráter mais tipológico, buscava usar as formas arquitetônicas 
do passado e de outras culturas, porém buscando uma coerência com 
os contextos projetuais e urbanos. Essa vertente é mais comum na 
Europa, com arquitetos como James Stirling, Aldo Rossi, Ricardo Bofill 
e Paolo Portoghesi. 
A influência do pós-moderno chega ao Brasil, mas de maneira mais 
superficial. O pós-modernismo aparece com mais intensidade nas 
obras de Sylvio Podestá, Éolo Maia e Jô Vasconcellos nas décadas de 
1970 e 1980. 
Arquitetura Pós-moderna – Robert Venturi 
Venturi é um arquiteto norte-americano, principal fundador do escritório 
Venturi, Scott Brown Associates e um dos mais influentes teóricos da 
arquitetura pós-moderna. Tão importante quanto seus projetos são os 
livros que publicou e que foram divulgados mundialmente: 
Complexidade e Contradição na Arquitetura e Aprendendo com Las 
Vegas. Mais do que criticar a arquitetura moderna (1920-1940) e o 
Estilo Internacional (1950-1960), Venturi propõe uma nova abordagem 
formal e espacial, evitando o racionalismo ebuscando soluções na 
arquitetura popular e na historiografia. 
Seus projetos são pautados pelo uso de formas arquitetônicas do 
passado de maneira livre, evitando soluções universais. 
Arquitetura Pós-moderna – Charles Moore 
Dos arquitetos pós-modernos, Charles Moore é considerado um dos 
mais irônicos e sarcásticos. Ele acreditava que os edifícios podiam e 
deviam falar, estabelecendo ligações com o passado e contando 
histórias. No projeto da Piazza (praça) d’Italia, o arquiteto transportou 
cenários das cidades italianas e da história da arquitetura para Nova 
Orleans, nos EUA. O que se vê da praça não é funcional ou 
estruturalmente verdadeiro. Tudo é revestido e a própria praça não tem 
a função de local de reunião social. Ela é, de fato, um cenário com um 
discurso irônico e contraditório sobre a arquitetura. 
Além de atuar como autor de projetos, foi professor e escreveu vários 
livros. Sua forma de projetar é tão exagerada que é 
considerada kitsch por seus críticos. 
Arquitetura Pós-moderna – Paolo Portoghesi 
Paolo Portoghesi é um arquiteto italiano cuja carreira começa como 
estudioso da arquitetura clássica e barroca. A partir da década de 1960 
abre um escritório de arquitetura, e com a ampliação dos seus estudos 
sobre arquitetura moderna, começa a buscar formas mais orgânicas, 
influenciado pelo seu colega, o historiador italiano Bruno Zevi. 
Uma das características de seus trabalhos é o uso coerente e 
cuidadoso de elementos históricos. Essa preocupação aparece 
claramente em suas obras, como a Mesquita de Roma. Nela, o uso dos 
sofisticados desenhos geométricos da arquitetura árabe aparecem na 
estrutura, assim como outros elementos típicos de uma mesquita, mas 
aplicados dentro de uma tecnologia construtiva atual. 
Arquitetura Pós-moderna – Paolo Portoghesi 
Paolo Portoghesi é um arquiteto italiano cuja carreira começa como 
estudioso da arquitetura clássica e barroca. A partir da década de 1960 
abre um escritório de arquitetura, e com a ampliação dos seus estudos 
sobre arquitetura moderna, começa a buscar formas mais orgânicas, 
influenciado pelo seu colega, o historiador italiano Bruno Zevi. 
Uma das características de seus trabalhos é o uso coerente e 
cuidadoso de elementos históricos. Essa preocupação aparece 
claramente em suas obras, como a Mesquita de Roma. Nela, o uso dos 
sofisticados desenhos geométricos da arquitetura árabe aparecem na 
estrutura, assim como outros elementos típicos de uma mesquita, mas 
aplicados dentro de uma tecnologia construtiva atual. 
Arquitetura Desconstrutivista 
O Descontrutivismo surge na arquitetura na segunda metade dos anos 
1980, tendo como base aspectos filosóficos. Essa origem conceitual se 
traduz em uma forma de operar que “desconstrói” os conceitos de 
fechamento e de tipologias. Essa arquitetura, partindo de dentro do 
conceito do projeto para fora, abre a construção e os espaços, evitando 
soluções tipológicas convencionais. 
No início, a maioria dos arquitetos que seguiam essa linha projetual 
desconstruíam sistemas cartesianos simples, como se vê nas folies do 
Parc La Villette, projeto de Bernard Tschumi, ou nas primeiras 
propostas conceituais de Peter Eisenmann. 
Mais tarde, a partir dos anos 1990, a profundidade das desconstruções 
vão além de sistemas compostos por uma geometria comum distorcida, 
e se amplia em direção a formas abertas e livres, cujo único vínculo é o 
espaço que a construção precisa criar para se tornar um edifício. Nessa 
forma de trabalhar se encaixam as primeiras obras da arquiteta Zaha 
Hadid e Frank Gehry. Suas obras são formalmente e espacialmente 
ousadas. 
Nessa arquitetura não há uma relação direta entre os espaços internos 
e os externos, e a estrutura do edifício não é, necessariamente, um 
elemento definidor do volume. 
 Arquitetura Desconstrutivista – Bernard Tschumi 
Bernard Tschumi é um arquiteto suíço, que inicia sua carreira como 
intelectual, pesquisador e professor, logo depois de se formar. Nas suas 
pesquisas começa a desenvolver novos conceitos arquitetônicos e 
urbanos, que teriam de esperar uma oportunidade para serem 
aplicados na prática. 
Essa oportunidade surge com o concurso para o Parque La Villette, em 
Paris. É o seu primeiro grande projeto executado, em que ele pôde 
propor os conceitos arquitetônicos e urbanos que estava 
desenvolvendo. A proposta é uma nova estratégia de organização 
urbana, um novo tipo de parque, baseado mais em um conceito 
de cultura do que no conceito de natureza. A partir dele inicia o seu 
escritório de arquitetura, Bernard Tschumi Architects. 
 
Arquitetura Desconstrutivista – Zaha Hadid 
A estação de combate a incêndio do Museu Vitra, na Alemanha em 
1993, foi a primeira obra construída de Zaha Hadid, e a projetou 
internacionalmente. Nesse projeto já estão presentes as características 
formais e de organização espacial dos seus futuros projetos: 
decomposição das formas em elementos autônomos, ausência de 
simetria e de ortogonalidade, organização interna fluida e uso de formas 
abertas. 
Além de ter ganho vários prêmios, ela foi a primeira mulher a ganhar o 
Prêmio Pritzker de Arquitetura, em 2004. 
As suas obras mais recentes possuem volumes menos desconstruídos 
e mais flexíveis e curvos. 
Arquitetura Desconstrutivista – Frank Gehry 
Frank Gehry, arquiteto naturalizado norte-americano, começa a carreira 
com projetos relativamente comuns. Em uma mudança radical em sua 
vida, começa a propôr uma arquitetura deslocada e formalmente 
desmontada, com uma lógica construtiva ousada. 
O Museu Guggenheim, situado em Bilbao, na Espanha, é um dos mais 
importantes projetos do escritório desse arquiteto. Essa obra foi parte 
de um esforço para revitalizar aquela cidade e hoje recebe visitantes de 
todo o mundo. De acordo com Leonardo Benevolo esse museu é um 
artefato insólito, onde a aparência externa é mais importante do que os 
espaços internos. 
O conceito de museu durante a maior parte do século 20 se baseia em 
duas finalidades desse tipo de projeto, ainda vinculadas à sua origem, 
no século 19: a constituição de um acervo, que deve ser preservado, e 
a exposição ao público, seja desse mesmo acervo ou de outros 
conteúdos provenientes de outros lugares. Nesse contexto, a exposição 
ao público é de suma importância e justificaria por si só a existência 
desse espaço. No entanto, a partir dos anos 1990 consolida-se um tipo 
de espaço também chamado de museu, em que a arquitetura começa 
a concorrer com a finalidade de exposição e de acervo. Nesse tipo de 
museu, torna-se tão ou mais importante do que conhecer a exposição 
ou a própria existência de um acervo, a arquitetura. 
Nesse sentido, é possível considerar que a filial do Museu Guggenheim 
em Bilbao pertence a esse tipo de edificação. Nele a aparência externa 
e a voluptuosidade dos espaços internos sobrepõem-se com relativa 
intensidade ao caráter de museu, no sentido tradicional da palavra. Isso 
não é uma característica da arquitetura desconstrutivista, mas as 
formas expansivas, irregulares e voluntariosas dessa arquitetura, ainda 
mais quando proveniente das mãos de Frank Gehry, contribuem 
significativamente para a geração desse novo tipo de museu. 
Arquitetura Desconstrutivista – Daniel Libeskind 
Daniel Libeskind é um arquiteto norte-americano de origem polonesa, e 
seu primeiro grande projeto internacional foi a ampliação do Museu 
Judaico. Apesar de a sua arquitetura ser considerada desconstrutivista, 
seus projetos não são definidos pela justaposição de elementos formais 
discrepantes ou desconexos. Sua arquitetura é principalmente formada 
por volumes fechados, com ângulos variados. Essa solução formal 
permite uma inserção no terreno mais livre, principalmente quando se 
trata de criar ampliações de edifícios existentes. 
Atualmente, tornou-se conhecido por ser o arquiteto principal da 
construção do novo World Trade Center, cujas torres foram destruídas 
nos ataques a Nova Iorque em 2001. 
Regionalismo crítico 
O momento na arquitetura denominadode Regionalismo crítico (1960-
1980), também chamado de Contextualismo crítico ou 
neorracionalismo, foi identificado pelo historiador Kenneth Frampton. 
Segundo ele, os arquitetos que se encaixam nessa categoria, como 
herdeiros das críticas feitas sobre o Estilo Internacional e sobre o 
Modernismo, fazem propostas profundamente vinculadas às realidades 
dos locais onde os projetos são feitos, evitando soluções genéricas. 
As características dessa arquitetura são: o respeito ao contexto de 
implantação do projeto (relevo, meio ambiente, edificações existentes), 
adequação à cultura local, uso de materiais e técnicas construtivas da 
região e reinterpretação de formas arquitetônicas tradicionais. 
Dentro dessa categoria estão incluídos arquitetos como Tadao Ando 
(principalmente nos primeiros anos de sua carreira como arquiteto), 
Luís Barragán, Álvaro Siza, Vittorio Gregotti e Rafael Moneo. 
A preocupação em fazer projetos que respeitem as características do 
local é totalmente oposta às propostas universalizantes e repetitivas 
feitas a partir da década de 1950 pelos profissionais diretamente 
relacionados com a arquitetura moderna. Mas também não podem ser 
considerados arquitetos pós-modernos, pois sua relação com a história 
da arquitetura não é formalista (eles não buscam usar formas históricas) 
nem tipológica. O seu interesse é principalmente cultural e local, sem 
retrocessos formais, buscando novas soluções arquitetônicas. 
Regionalismo crítico – Tadao Ando 
Tadao Ando é um arquiteto japonês, autodidata, e que em suas 
primeiras obras fez uma interpretação contemporânea da arquitetura 
tradicional japonesa. Ando reduz a arquitetura aos seus elementos 
mínimos (muitas vezes é chamado de minimalista) para ressaltar a sua 
interpretação das tradições construtivas e filosóficas japonesas. 
O uso intenso do concreto armado aparente é feito para evitar 
elementos construtivos complementares, como na residência Azuma. 
Nela o arquiteto estabelece uma relação direta entre o interior da casa 
e alguns dos elementos naturais (sol chuva, neve, vento), em uma 
solução que choca com os costumes ocidentais, mas que foi feita dentro 
da cultura do cliente, além de ampliar o pequeno espaço interno da 
casa. 
Regionalismo crítico – Luís Barragán 
Barragán (1902-1988), arquiteto mexicano, no começo de sua carreira 
era muito influenciado pelas propostas de Le Corbusier e pelo 
funcionalismo modernista. Porém, criticando essas propostas começa 
a reinterpretar a arquitetura mexicana. Ele fez projetos que valorizam 
fatores específicos do lugar, como clima, insolação, relevo, 
luminosidade. 
Ao reinterpretar a arquitetura vernacular local e tradicional, Barragán 
não estava negando as conquistas modernas, nem buscando reviver o 
passado, mas sim propondo uma nova arquitetura local. 
Ele é um dos arquitetos que conseguiu resistir à forte influência da ideia 
de “civilização universal”, proveniente de alguns centros considerados 
mais desenvolvidos. 
Regionalismo crítico – Álvaro 
Siza 
Álvaro Siza é um arquiteto português cuja formação inicial foi muito 
influenciada pelas propostas de Fernando Távora e outros profissionais 
que começaram, nas décadas de 1950 e 1960 , a valorizar e 
reinterpretar as tradições construtivas e arquitetônicas de Portugal. 
Siza começa com projetos de pequeno porte, mas logo assume grandes 
encargos, apoiando-se no respeito ao contexto, tanto em áreas abertas, 
quanto em áreas urbanas. No entanto isso não o impediu de aplicar, 
sempre que fosse adequado, formas de organização espaciais internas 
mais livres, pouco ortogonais, usando ângulos variados e criando 
situações inusitadas. Ele também evita usar as mesmas soluções 
arquitetônicas em projetos diferentes. 
Regionalismo crítico – Vittorio Gregotti 
O arquiteto italiano Vittorio Gregotti começa sua carreira com uma 
postura crítica à arquitetura moderna na década de 1960, usando 
elementos racionais, porém respeitando o contexto local, como 
no Palazzo per Uffici, em Novara. Ele tem sido solicitado para fazer 
projetos em locais com tradições arquitetônicas antigas pelo seu 
respeito às características do lugar, como no projeto do Centro Cultural 
de Belém. 
No projeto em Belém as formas e cores utilizadas são uma maneira de 
respeitar a arquitetura do passado, pois as construções existentes na 
região possuem cores e formas semelhantes; o revestimento é uma 
pedra comum em construções antigas, assim como a forma, que é 
resultado da união de vários volumes retangulares com diferentes 
tamanhos. 
 
Regionalismo crítico - Rafael Moneo 
Rafael Moneo é um arquiteto espanhol nascido em 1937 e cujas obras 
se caracterizam por, ao mesmo tempo, respeitar a escala e a história, 
usando formas originais e inovadoras. O historiador Leonardo Benevolo 
assinala Rafael Moneo como um dos mais importantes arquitetos da 
atualidade e para caracterizar sua arquitetura descreve o seu raciocínio 
arquitetônico: “Nesse jogo, o personagem mais original, que emerge 
progressivamente e se impõe em campo internacional, é Rafael Moneo 
Vallés. Suas variadíssimas escolhas, que são quase infalivelmente 
apropriadas aos lugares e trabalhosas funções dos projetos, fazem 
entrever a possibilidade de um ecletismo atualizado, sem a componente 
irônica e polêmica, própria de seu tempo, de Stirling a Venturi, mas 
cultivado seriamente, como no passado, o que evita o desgaste da 
repetição e conserva a espontaneidade das experiências singulares. 
Seus principais talentos são o interesse específico em cada um dos 
temas em que trabalha e o correspondente desinteresse em cultivar um 
repertório genérico, pessoal ou de grupo. Declara precocemente: 
‘Gostaria de não cair no ridículo do equívoco linguístico, a sensação que 
temos frequentemente quando contemplamos algumas das arquiteturas 
recentes, destruídas pela intenção de identificar paradigmas, 
esquecendo os problemas reais.’ Reais, nesse discurso, são os 
problemas que cada ocasião individual coloca, irreais são os 
paradigmas abstratos. Assim ele se reconhece fora das oposições 
estilísticas já no período de sua formação. Essa abordagem lhe serve 
para resolver os quesitos específicos dos novos tempos, e o coloca 
naturalmente em sintonia com a virada inovadora dos anos 90.” 
Ao mesmo tempo que Moneo se identifica com as propostas do 
regionalismo crítico, nas sua relação respeitosa e de leitura atenta em 
relação ao lugar da arquitetura, ele propõe um novo olhar sobre o 
projeto, com a inserção de formas interessantes e adequadas à 
inserção urbana. 
Um exemplo dessa atitude é o projeto da ampliação da prefeitura de 
Múrcia, uma peuqena cidade na Espanha, em um local de difícil 
implantação, no meio de uma área muito adensada, e em frente a um 
largo. Sobre esse projeto o historiador Leonardo Benevolo destaca: “A 
ampliação do edifício da prefeitura de Múrcia (1991-1998) está em um 
arriscado cenário histórico, ao lado dos monumentos principais da 
cidade. A escolha de tratá-lo como um edifício tradicional gera a 
exigência, igualmente tradicional, de dar-lhe uma veste decorativa 
individual. Moneo inventa uma elegante fachada-retablo em pedra local, 
no eixo da igreja, mas contida em uma rua lateral, que, pelo desenho 
assimétrico e pela colocação “fora de prumo” de algumas pilastras, 
afasta-se do contexto antigo (...)”. BENEVOLO, Leonardo. A arquitetura 
no novo milênio. São Paulo: Estação Liberdade, 2007, pág. 107. A 
fachada-retablo é uma forma de descrever a fachada voltada para a 
praça como um elemento de contemplação (Figura 1), como os antigos 
retábulos de igrejas católicas, diante do qual o espectador deveria ficar 
admirado. 
Bioarquitetura 
A bioarquitetura é uma forma de projetar edifícios que tenham baixo 
impacto no meio ambiente em que são realizados e tenham, ao longo 
de sua vida útil, uma baixo consumo energético e um reduzido consumo 
para manutenção e conservação. 
A bioarquitetura também é denominada de arquitetura verde ou 
sustentável. 
Os elementosque tornam a bioarquitetura efetiva são: os materiais da 
construção, a execução da obra, o consumo energético e de 
insumos (água, gás, etc.) do edifício e a relação com o meio ambiente. A 
bioarquitetura efetiva depende de como eles são usados e aplicados no 
projeto, na obra e no uso do edifício. A relação com o meio ambiente é 
provavelmente o aspecto mais extenso da bioarquitetura pois tem início 
com o projeto (definições das características ambientais dos espaços, do 
consumo de energia, da escolha de materiais, etc.), passa pela execução 
da obra e se estende por todo o tempo de existência da edificação 
(consumo, forma de uso dos espaços, manutenção, reformas, etc). 
Bioarquitetura - critérios projetuais 
Portanto, para que um projeto seja enquadrado na bioarquitetura os 
critérios projetuais a serem usados na definição dos elementos e fatores 
arquitetônicos são os seguintes: 
A execução da obra deve gerar a menor quantidade possível de 
resíduos, e quando isso for inevitável, os resíduos devem ser 
devidamente tratados. 
O consumo energético e de insumos deve ser o mais econômico e o de 
menor impacto ambiental. O reuso de água, captação de águas pluviais, 
uso de equipamentos e instalações que consomem menos energia 
elétrica e/ou gás são exemplos de soluções muito usadas. 
Os materiais da construção devem ser preferencialmente recicláveis e de 
fontes renováveis. 
A relação com o meio ambiente deve permitir o máximo de 
aproveitamento do que o meio ambiente pode fornecer, como 
iluminação natural, ventilação, insolação, vegetação, etc. 
Um outro critério projetual da bioarquitetura, pouco usado na prática, é 
a preocupação em usar materiais e mão-de-obra da região em que o 
projeto é executado. Quando há essa preocupação, há uma grande 
economia indireta na redução do transporte desses fatores. 
Bioarquitetura – definições projetuais 
Assim, um exemplo de projeto que se enquadraria de forma plena nos 
critérios de bioarquitetura deve usar: 
• Materiais naturais (não industrializados, como terra). 
• Materiais recicláveis e renováveis (madeira, bambu). 
• Reduzir ao máximo o uso de materiais industrializados (vidro, 
cimento, aço, alumínio). 
• Usar técnicas construtivas de baixo impacto ambiental (construção 
com terra ou que reduz a quantidade de pilares e de fundações) 
• Usar equipamentos e instalações de baixo consumo energético. 
• Aproveitar ao máximo a luz e o vento naturais. 
• Realizar um projeto com materiais e aberturas que reduzam a 
necessidade de aquecimento e/ou resfriamento mecânico. 
• Definir implantações que diminuam a necessidade de 
movimentação de terra e evitar sempre que possível a 
impermeabilização do solo. 
• Utilizar fontes renováveis de energia e de água (captação de 
energia solar e/ou eólica, captação de águas pluviais). 
• Elaborar projetos complementares de hidráulica que reutilizem 
parte ou toda a água consumida na edificação. 
• Bioarquitetura – limites 
• Apesar de a bioarquitetura ser reconhecidamente importante para 
a preservação do meio ambiente e para a qualidade de vida, nem 
todo projeto arquitetônico consegue aplicar em uma construção 
os critérios projetuais citados anteriormente. 
• Há alguns selos de qualidade que destacam as construções que 
conseguem atingir altos níveis de sustentabilidade, mas que, 
mesmo assim, não usam todos os critérios citados. 
• Exemplo: em um edifício como o Museu do Amanhã, em que os 
projetistas afirmam que o consumo energético é até 40% inferior 
ao que ocorre em um edifício semelhante, foi usado o aço como 
elemento estrutural. Mas o aço, para ser produzido, consome 
volumes enormes de energia e de matéria-prima não renovável. 
Portanto, ele é um material que é, ao mesmo tempo, reciclável 
(pode ser reutilizado de inúmeras maneiras) mas não renovável (o 
aço é feito a partir de minérios que não se reproduzem). 
• A escolha dos materiais a serem usados em uma construção é um 
importante aspecto na definição da bioarquitetura. Os materiais 
podem ser renováveis (podem ser gerados naturalmente ou 
artificialmente, usando poucos recursos), recicláveis (o material 
pode ser usado e depois de descartado pode ser manipulado e 
voltar a ser usado como material de construção) e reutilizável (um 
elemento construtivo, como uma janela de madeira, pode ser 
usado em uma obra e depois retirado e utilizado novamente em 
outra). Mas essas categorias não são exatas. Um exemplo é o 
concreto: atualmente ele pode ser reciclado, mas com limites, pois 
não o material resultante não pode ser usado novamente como 
concreto plenamente, anão ser que seja usado como agregado 
em uma nova mistura. Um outro exemplo é a madeira: seuma peça 
de madeira, como uma porta, está tão desgastada que não pode 
voltar a ser usada como porta é possível reciclar esse material, mas 
normalmente haverá uma perda de massa na sua manipulação 
(serras e cortes tiram pedaços da madeira), ou seja, não é possível 
reciclar o material integralmente. 
• Essa situação é mostrada de uma maneira genérica na tabela 
abaixo: 
MATERIAL Reciclável Renovável Reutilizável* 
Concreto parcialmente não não 
Madeira sim sim sim 
Vidro sim não sim 
Aço sim não sim 
Alumínio sim não sim 
Ferro sim não sim 
Cerâmica** parcialmente não parcialmente 
Polímeros*** parcialmente não parcialmente 
Cimento**** parcialmente não não 
• * O conceito de reutilizável depende muito da maneira que o 
material foi usado. Exemplo: uma telha feita de concreto pode ser 
reutilizada várias vezes, pois é muito resistente e pode ser levada 
de uma obra para outra, mas a superestrutura de um edifício feita 
em concreto armado moldado in loco não pode ser reutilizada 
depois de demolida. Nesse item foi usado o critério da situação 
mais comum para aquele material, mas sempre há exceções. 
• ** As cerâmicas aparecem na construção civil em forma de blocos, 
pisos, elementos vazados, telhas e revestimentos. 
• *** Os polímeros são materiais produzidos artificialmente através 
de processos químicos e são muito comuns no nosso cotidiano. 
Exemplos de polímeros usados com frequência na construção civil: 
Isopor (poliestireno) é usado como material inerte em estruturas 
de concreto, PVC (policloreto de vinilo) é usado em esquadrias, 
portas, forros e revestimentos, Policarbonato é usado como 
substituto para o vidro, etc. 
• **** O cimento é um dos principais componentes do concreto, 
mas foi colocado separado pois também é utilizado como material 
principal em argamassas diferentes do concreto, usadas em 
assentamento de pisos e revestimentos, inclusive ele próprio 
como piso e revestimento, produção de elementos construtivos 
(telhas de fibrocimento, placas de vedação, etc). 
• Arquitetura nos países emergentes 
• No final do século 20 e início do século 21, alguns economistas 
criaram o conceito de países emergentes. São nações que 
conseguiram sair de um estado de subdesenvolvimento, em 
comparação com parâmetros ocidentais dos países considerados 
ricos, e estão caminhando para se equipar a eles em termos 
principalmente econômicos, mas também no que se refere à 
qualidade de vida. 
• Dentre esses países destacam-se os BRICS, sigla em inglês que 
inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul (South Africa, em 
inglês). 
• Apesar dos critérios para essa definição serem discutíveis, esses 
países se destacaram mundialmente de fato. 
• Arquitetura - China 
• O arquiteto chinês Wang Shu fundou em 1997, com sua esposa Lu 
Wenyu, o escritório Amateur Architecture Studio, no qual 
desenvolveu um tipo de regionalismo crítico chinês. Ganhador do 
prêmio Pritzker de arquitetura em 2012, sua arquitetura tem sido 
vista por críticos como uma abertura de novos horizontes, ao 
mesmo tempo que se relaciona com o lugar e a memória. 
• O escritório tem uma postura crítica em relação à produção 
imobiliária chinesa, que tem demolido vários quarteirões de 
construçõestradicionais. Em seus projetos, tenta recuperar parte 
das tradições e imagens locais chinesas, que estão desaparecendo 
em face do intenso desenvolvimento econômico daquele país. 
• Arquitetura – Brasil 
• Gustavo Penna é um dos arquitetos brasileiros que tem 
contribuído para realizar no país uma arquitetura em sintonia com 
o design atual, usando formas que, se de um lado lembram a 
voluptuosidade da arquitetura moderna carioca dos anos 1950 e 
1960, por outro são inovadoras na riqueza de soluções 
arquitetônicas e urbanas. 
• Seu escritório, Gustavo Penna Arquiteto & Associados tem 
desenvolvido vários projetos nas mais diversas escalas. O design 
característico é marcado pelo uso de formas sólidas que se 
mesclam em relevos, aberturas e topografias criando edifícios e 
espaços únicos, sem criar soluções padronizadas. 
• Arquitetura – Rússia 
• O arquiteto russo Mikhail Khazanov desenvolveu no início do 
século 21 importantes obras em seu país, como o conjunto 
residencial em Serebriany Bor (1998-2002), a reconstrução e 
restauração do Teatro Bolshoy (1999-2002) e o Centro Nacional 
de Artes Contemporâneas (2001-2002), todos situados em 
Moscou, Rússia. 
• Suas propostas de recuperação de edifícios antigos para novos 
usos geram formas provocativas, sem destruir aspectos da 
arquitetura pré-existente. 
• Arquitetura – Índia 
• Balakrishna Vithaldas Doshi é considerado um dos mais 
importantes arquitetos indianos pela sua habilidade em combinar 
técnicas tradicionais com tecnologia moderna em uma arquitetura 
funcional com uma estética própria. Atualmente é uma das figuras 
centrais na Índia dentro do debate sobre arquitetura sustentável. 
• Seu trabalho é muito influenciado pela arquitetura tradicional 
indiana, e foi um dos pioneiros no desenvolvimento de projetos 
sustentáveis, começando as suas pesquisas em 1955. Sua carreira 
já completou 60 anos e recebeu inúmeros prêmios na Índia pelo 
seu trabalho.

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