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PARASITO TUDO + ATLAS (1)

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13/02/2020
Parasitologia e Doenças 
Parasitárias
GUILHERME GUERRA ALVES
GUILHERMEGUERRA.VET@GMAIL.COM
Introdução à Parasitologia 
e Doenças Parasitárias
MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA VETERINÁRIA
13/02/2020
Roteiro da aula
1. Definição de Parasitologia
2. Conceitos Importantes
A. Parasitas e Parasitismo
B. Hospedeiros
C. Vetores
3. Taxonomia das Principais Categorias de Parasitas
Definição de 
Parasitologia
MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA VETERINÁRIA
13/02/2020
O que é a Parasitologia?
Ciência ou especialidade da biologia que estuda os organismos parasitas, os
seus hospedeiros e as relações entre eles, como as doenças.
Os organismos estudados pela parasitologia não são determinados pelo seu tipo
ou seu ambiente, mas sim pela sua forma de viver e se relacionar com outros
Conceitos Importantes
MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA VETERINÁRIA
13/02/2020
Parasitas e Parasitismo
Os parasitas são considerados organismos que vivem considerável parte de suas
vidas fora (ectoparasitas) ou dentro (endoparasitas) de um tipo diferente de
organismo, chamado de hospedeiro.
Os parasitas dependem do hospedeiro e se beneficiam desta associação, às
custas do hospedeiro.
Eles obtêm nutrientes dos hospedeiro, bem como outros benefícios, como um
hábitat protegido, que comporte seu crescimento e reprodução.
Parasitas e Parasitismo
Parasitas obrigatórios: são totalmente dependentes de um ou mais hospedeiros
para completar o seu ciclo evolutivo e sobreviver
Parasitas facultativos: podem sobreviver ou completar o seu ciclo evolutivo
independentemente de um hospedeiro, ou podem ter uma vida parasitária.
13/02/2020
Hospedeiros
Hospedeiro definitivo, primário ou final: hospedeiro no qual o parasita melhor
se adapta e no qual se desenvolve em parasita adulto ou sexualmente maduro e
se reproduz
Hospedeiro intermediário ou de transição: hospedeiro adicional no qual ocorre
desenvolvimento essencial ao estágios novos de vida dos parasitas, não
resultando em reprodução sexuada
13/02/2020
Hospedeiros
Hospedeiro paratênico ou de transporte: hospedeiro utilizado para superar
condições ambientais adversas, distâncias e para aumentar a probabilidade de
transmissão do parasita para seu hospedeiro definitivo
Hospedeiro acidental: há casos nos quais, por algumas razões, os parasitas se
instalam em outros hospedeiros, não o seu hospedeiro definitivo, nos quais não
são capazes de completar o seu ciclo evolutivo normal
Hospedeiro Paratênico
13/02/2020
Vetores
Organismos, parasitas ou de outro tipo, capazes de transportar e transmitir
agentes infecciosos (parasitas, bactérias, fungos, vírus) para outra espécie de
organismo.
Vetor biológico: vetor onde há multiplicação ou desenvolvimento do agente
infeccioso
Vetor mecânico: vetor onde não há multiplicação ou desenvolvimento do
agente infeccioso, servindo apenas como forma de transporte
Taxonomia das Principais 
Categorias de Parasitas
MICROBIOLOGIA E IMUNOLOGIA VETERINÁRIA
13/02/2020
Grupos Taxonômicos (categorias)
(REFICOFAGE)
1. Reino
2. Filo
3. Classe
4. Orgem
5. Família
6. Gênero
7. Espécie
Taxonomia dos Principais Parasitas de 
Importância Veterinária
1. Reino Animalia:
 Filo Arthropoda: filo de invertebrados com exoesqueleto rígido e vários pares de
apêndices ou patas articuladas.
Classes: Insecta e Arachnida
Exemplos: Culicoides, Phlebotomus, Lutzomyia, Aedes, Anopheles, Culex, Chrysops,
Tabanus, Musca, Stomoxys, Haematobia, Lucilia, Cochliomyia, Chrysomya, Sarcophaga,
Dermatobia, Ctenocephalides, Pulex, Xenopsylla, Tunga, Ixodes, Dermacentor,
Rhipicephalus, (Boophilus), Amblyomma, Sarcoptes, Demodex, piolhos (diferentes
subordens)
13/02/2020
Taxonomia dos Principais Parasitas de 
Importância Veterinária
1. Reino Animalia:
 Filo Nematoda: filo de animais (vermes) com corpos cilíndricos e alongados.
Ordens: Strongylida, Rhabditida, Ascaridida, Oxyurida, Spirurida, Enoplida
Exemplos: Trychostrongylus, Ostertagia, Haemonchus, Cooperia, Dictyocaulus,
Strongylus, Oesophagostomum, Ancylostoma, Angiostrongylus, Strongyloides,
Ascaris, Toxocara, Oxyuris, Spirocerca, Habronema, Dirofilaria, Onchocerca,
Trichuris, Trichinella
13/02/2020
Taxonomia dos Principais Parasitas de 
Importância Veterinária
1. Reino Animalia:
 Filo Acanthocephala: filo de animais de simetria bilateral e corpo geralmente
achatado lateralmente
Menor importância nos animais domésticos
13/02/2020
Taxonomia dos Principais Parasitas de 
Importância Veterinária
1. Reino Animalia:
 Filo Platyhelminthes: filo de animais (vermes) com corpos achatados e
simétricos bilateralmente
Classes: Trematoda e Cestoda
Exemplos: Fasciola, Eurytrema, Schistosoma, Taenia, Echinococcus, Moniezia,
Dipylidium, Raillietina, Diphyllobothrium
13/02/2020
Taxonomia dos Principais Parasitas de 
Importância Veterinária
2. Reino Protozoa: organismos eucariotas, majoritariamente unicelulares,
heterotróficos e que não são animais, plantas ou fungos.
 Filos: Amoebozoa, Percolozoa, Euglenozoa, Parabasalia, Fornicata, Preaxostyla,
Apicomplexa, Ciliophora
Exemplos: Entamoeba, Leishmania, Trypanosoma, Trichomonas, Histomonas,
Giardia, Eimeria, Isospora, Cryptosporidium, Sarcocystis, Neospora, Toxoplasma,
Plasmodium, Babesia, Theileria
13/02/2020
Taxonomia dos Principais Parasitas de 
Importância Veterinária
3. Outros reinos: Fungi e Bacteria
Exemplos: Pneumocystis, Encephalitozoon e Enterocytozoon (Fungi), Rickettsia,
Anaplasma, Ehrlichia, Bartonella, Coxiella, Haemobartonella (Bacteria)
13/02/2020
Bons Estudos!
GUILHERME GUERRA ALVES
GUILHERMEGUERRA.VET@GMAIL.COM
20/02/2020
Parasitologia e Doenças 
Parasitárias
GUILHERME GUERRA ALVES
GUILHERMEGUERRA.VET@GMAIL.COM
Ectoparasitas: moscas 
causadoras das miíases
PARASITOLOGIA E DOENÇAS PARASITÁRIAS
20/02/2020
Roteiro da aula
1. Introdução
A. Taxonomia das Moscas
B. Ciclo Evolutivo Geral das Moscas
C. Miíases
2. Miíases causadas por Cochliomyia hominivorax
3. Miíases causadas por Chrysomya sp.
4. Miíases causadas por Dermatobia hominis
5. Miíases causadas por outras moscas
6. Diagnóstico das Miíases
7. Tratamento das Miíases
8. Controle das Miíases
Introdução
PARASITOLOGIA E DOENÇAS PARASITÁRIAS
20/02/2020
Taxonomia das Moscas
1. Reino Animalia
2. Filo Arthropoda: exoesqueleto quitinoso duro, corpo segmentado e membros 
articulados
3. Classe Insecta: três pares de pernas, a cabeça, o tórax e o abdome são distintos e 
possuem um único par de antenas
4. Ordem Diptera: moscas e mosquitos com apenas um par de asas e com 
metamorfose completa
5. Gêneros de maior importância: Dermatobia, Cochliomyia, Chrysomya
Ciclo Evolutivo Geral das Moscas
Estágios:
1. Larva: estágio juvenil também denominado gusano ou lagarta, ocupa-se
principalmente de alimentar-se e crescer
2. Pupa: estágio de transformação entre as fases de larva e adulta, não se alimenta
mas é metabolicamente muito ativa, com transformações e aparecimento de novos
tecidos e órgãos
3. Adulto: também chamado de imago, é o estágio especializado na reprodução e
dispersão
20/02/2020
Ciclo Evolutivo Geral das Moscas
Miíases
Definição:
Infestação dos tecidos de um hospedeiro vertebrado vivo por
larvas de moscas. Os tecidos infectados podem ser tecidos
saudáveis ou tecidos desvitalizados, dependendo do
parasita e seu ciclo.
20/02/2020
Miíases causadas por 
Cochliomyia hominivorax
PARASITOLOGIA E DOENÇAS PARASITÁRIAS
Etiologia e Epidemiologia
 Taxonomia: Reino Animalia. Filo Arthropoda. Classe Insecta. Ordem Diptera.
Subordem Brachycera. Família Calliphoridae
Juntamente com outras moscas da família, é conhecida popularmente como “mosca-
varejeira”
Parasita obrigatório causador de miíases, popularmente chamadas de “bicheiras”
Pode acometer humanos e animais domésticos e silvestres, mais comum em
mamíferos, menos em aves e pouco comum em anfíbios e répteis
Mais comum nos períodos de maior calor, mas pode ocorrer durante todo o ano
20/02/2020
Ciclo evolutivo
A fêmea realiza a postura
de 150 a 300 ovos nas
bordas de feridas ouem
orifícios naturais. Os ovos
eclodem em 10 a 12 horas.
As larvas penetram nos tecidos
e amadurecem passando pelas
fases L1, L2 e L3 em 5 a 7 dias,
quando deixam o hospedeiro
As larvas pupam no solo
por 3 dias a muitas
semanas, dependendo
da temperatura
Em condições ótimas, o ciclo
pode se completar em 24 dias
20/02/2020
Sinais Clínicos e Lesões
Os sinais clínicos e lesões dependem do número de larvas e do local da infestação
Em infestações pequenas, é comum que não haja sinais clínicos perceptíveis
Animais mais infestados podem manifestar irritação, desconforto, prurido, apatia,
letargia, anorexia, perda de peso
Infestações intensas podem causar grande lesão tecidual, hemorragia, infecção
bacteriana secundária, desidratação, toxemia e até mesmo a morte do animal
Os ferimentos contendo as larvas podem ter odor pútrido
20/02/2020
Miíases causadas por 
Chrysomya sp.
PARASITOLOGIA E DOENÇAS PARASITÁRIAS
20/02/2020
Etiologia e Epidemiologia
 Taxonomia: Reino Animalia. Filo Arthropoda. Classe Insecta. Ordem Diptera.
Subordem Brachycera. Família Calliphoridae
Juntamente com outras moscas da família, é conhecida popularmente como
“mosca-varejeira”
Espécie parasita obrigatório causadora de miíases: C. bezziana (não há no
Brasil)
Espécies parasitas facultativas causadoras de miíases: C. albiceps, C.
megacephala e C. putoria e C. rufifacies (presentes no Brasil)
Etiologia e Epidemiologia
Chrysomya sp. presentes no Brasil normalmente realizam oviposição em
carcaças, fezes ou outros materiais em decomposição, podendo acometer
humanos e animais domésticos e silvestres de forma facultativa
Chrysomya sp. presentes no Brasil comumente causam miíases secundárias,
popularmente chamadas de “bicheiras”, tendo preferência pelas bordas
necrosadas de feridas
Mais comum nos períodos de maior calor e umidade, mas pode ocorrer
durante todo o ano
20/02/2020
20/02/2020
Ciclo evolutivo
A fêmea realiza a postura de
aproximadamente 200 a 300
ovos em carcaças, outro tipo
de matéria orgânica e,
ocasionalmente, em feridas.
Os ovos eclodem entre 12 a
24 horas.
As larvas se alimentam e desenvolvem
(sofrem mudas) nas formas L1, L2 e L3 em
aproximadamente 5 a 6 dias
As larvas movem-se para o
solo e pupam por 7 dias a
muitas semanas, dependendo
da temperatura
Em condições ótimas, o ciclo
pode se completar em 8 dias
Sinais Clínicos e Lesões
Os sinais clínicos e lesões dependem do número de larvas e do local da infestação
Em infestações pequenas, é comum que não haja sinais clínicos perceptíveis
Animais mais infestados podem manifestar irritação, desconforto, prurido, apatia,
letargia, anorexia, perda de peso
Infestações intensas podem causar grande lesão tecidual, hemorragia, infecção
bacteriana secundária, desidratação, toxemia e até mesmo a morte do animal
Os ferimentos contendo as larvas podem ter odor pútrido
20/02/2020
20/02/2020
Miíases causadas por 
Dermatobia hominis
PARASITOLOGIA E DOENÇAS PARASITÁRIAS
Etiologia e Epidemiologia
 Taxonomia: Reino Animalia. Filo Arthropoda. Classe Insecta. Ordem Diptera.
Subordem Brachycera. Família Oestridae
Essa família é composta de moscas grandes, cujas larvas são parasitas
obrigatórios e causadoras de miíases
Dermatobia hominis é conhecida popularmente como “mosca do berne”
Cuterebra sp. também é encontrada no Brasil, sendo causadora importante de
miíases em roedores (ex.: ratos, camundongos, capivara) e lagomorfos (ex.:
coelhos, lebres) e, ocasionalmente, em humanos, cães e gatos
20/02/2020
Etiologia e Epidemiologia
D. hominis afeta humanos, animais domésticos e silvestres, entre mamíferos e
aves, causando a miíase chamada de Dermatobiose ou “berne”
D. hominis habita áreas de florestas e matas que margeiam vales de rios e
planícies
Mais comum nos períodos de maior calor e umidade, mas pode ocorrer
durante todo o ano
20/02/2020
Ciclo evolutivo
As fêmeas capturam um
hospedeiro paratênico e
fazem a oviposição de até 25
ovos na sua região inferior
O hospedeiro paratênico
transporta os ovos com larvas
em desenvolvimento até um
hospedeiro animal
As larvas L1 eclodem dos ovos
ao sentir um aumento súbito
de temperatura próximo ao
corpo do hospedeiro animal
As larvas L1 penetram na
pele do hospedeiro, migram
para o tecido subcutâneo
As larvas se desenvolvem
até L3 em aproximadamente
3 meses
As larvas maduras emergem
e pupam no solo por mais 1
mês
20/02/2020
Hospedeiros paratênicos
Os hospedeiros paratênicos mais comuns da D. hominis
são insetos dos gêneros Psophora, Culex e Stomoxys.
Sinais Clínicos e Lesões
Os sinais clínicos e lesões dependem do número de larvas e do local da
infestação
Tumefações (aumentos de volumes) onde as larvas estão instaladas em várias
partes da pele e, até mesmo, mucosas dos animais
É comum que haja junção das tumefações, infecção bacteriana secundária,
presença de secreção purulenta (pus) e dor
20/02/2020
Sinais Clínicos e Lesões
O desconforto causado, principalmente em animais muito infestados e de
produção, pode levar à redução da alimentação, do crescimento e da produção
de carne e leite
As lesões também danificam o couro e a comprometem a produção de lã
Os orifícios de saída formados pelas larvas e as secreções também podem
atrair moscas causadoras de miíases secundárias
20/02/2020
20/02/2020
Miíases causadas por 
outras moscas
PARASITOLOGIA E DOENÇAS PARASITÁRIAS
Oestrus ovis
Popularmente conhecida como “mosca do berne nasal”
As fêmeas lançam larvas L1 nas narinas dos ovinos e caprinos por meio de um
jato de líquido
Essas larvas migram pelas fossas nasais e seios frontais, onde completam seu
desenvolvimento
As larvas retornam para as narinas, sendo expelidas por espirros
20/02/2020
Ciclo evolutivo
20/02/2020
Gasterophilus sp.
Causam miíases em equídeos domésticos e silvestres, assim como
rinocerontes, elefantes e podem afetar humanos
Gasterophilus nasalis e G. intestinalis estão presentes no Brasil
Causam miíases no trato gastrointestinal dos equídeos, se desenvolvendo
desde a boca até o estômago desses animais
20/02/2020
Gasterophilus sp.
G. intestinalis deposita seus ovos nos membros torácicos e ombros dos
equídeos
G. intestinalis deposita seus ovos na região intermandibular dos equídeos
Após alcançarem a boca, as larvas penetram, migram e se desenvolvem na
cavidade oral, faringe, esôfago, estômago e, por vezes, duodeno dos
hospedeiros
No estômago, as larvas permanecem e se desenvolvem por 10 a 12 meses
20/02/2020
Ciclo evolutivo
20/02/2020
Diagnóstico das Miíases
PARASITOLOGIA E DOENÇAS PARASITÁRIAS
20/02/2020
Diagnóstico das Miíases
O diagnóstico das miíases é clínico durante exame clínico, necropsia ou abate
do animal acometido
No exame clínico, será observada a presença de ferimentos ou aumentos de
volume contendo larvas de moscas possivelmente em vários estágios de
desenvolvimento
Para a identificação exata da etiologia, é necessária a remoção e estudo da
morfologia das larvas em estágios avançados de desenvolvimento
Tratamento das Miíases
PARASITOLOGIA E DOENÇAS PARASITÁRIAS
20/02/2020
Miíases Cutâneas (Bicheiras)
1. Remoção da maior quantidade de larvas possível com auxílio de pinça
2. Limpeza e antissepsia do ferimento
3. Administração de medicamentos larvicidas para eliminar as larvas muito
profundas
4. Aplicação, aspersão, imersão ou administração de inseticidas ou
medicamentos tópicos ou orais para a eliminação ou prevenção dos vários
estágios de vida das moscas
5. Remoção cirúrgica das larvas e tecidos desvitalizados
6. Em casos muito graves, a eutanásia pode ser uma opção
20/02/2020
Miíases Subdérmicas (Bernes)
1. Remoção por esmagamento manual do local
2. Remoção com auxílio de pinça
3. Aplicação de óleo ou outro agente selante para impedir a passagem de
oxigênio para as larvas, fazendo com que deixem o hospedeiro
4. Remoção cirúrgica
5. Administração de medicamentos larvicidas em grandes infestações
20/02/2020
Tratamento das Miíases
A aplicação de clorofórmioou éter no orifício pode ajudar na remoção,
principalmente dos bernes
A injeção de anestésico no local da lesão ou nos ferimentos pode facilitar a
extração das larvas e é obrigatória na remoção cirúrgica
Deve-se evitar a ruptura, morte e permanência das larvas dentro das lesões
20/02/2020
Controle e Profilaxia 
das Miíases
PARASITOLOGIA E DOENÇAS PARASITÁRIAS
Miíases Cutâneas (Bicheiras)
1. Tratamento dos animais acometidos
2. Tratamento dos ferimentos acidentais ou cirúrgicos
3. Aplicação de repelentes ao redor dos ferimentos acidentais ou cirúrgicos
4. Aplicação, aspersão, imersão ou banhos com repelentes e/ou inseticidas
tópicos
5. Administração oral ou parenteral de medicamentos com efeitos larvicidas e
contra as formas adultas
6. Controle populacional das Chrysomya sp. (remoção de carcaças, fezes e
outros materiais em decomposição; uso de inseticidas).
7. A profilaxia e controle devem ser mais intensos nos períodos com maior calor
e umidade
20/02/2020
Miíases Subdérmicas (Bernes)
1. Tratamento dos animais acometidos
2. Aplicação, aspersão, imersão ou banhos com repelentes e/ou inseticidas tópicos
3. Administração oral ou parenteral de medicamentos com efeitos larvicidas e contra
as formas adultas
4. Evitar, quando possível, a criação de animais em áreas próximas à florestas e matas.
5. Controle populacional dos vetores paratênicos da D. hominis (remoção da matéria
orgânica, fezes, urina, restos de alimentos; utilização de inseticidas e armadilhas;
controle da umidade, redução da lama, remoção de áreas alagadas)
6. A profilaxia e controle devem ser mais intensos nos períodos com maior calor e
umidade
Bons Estudos!
GUILHERME GUERRA ALVES
GUILHERMEGUERRA.VET@GMAIL.COM
05/03/2020
Parasitologia e Doenças 
Parasitárias
GUILHERME GUERRA ALVES
GUILHERMEGUERRA.VET@GMAIL.COM
Ectoparasitas: pulgas
PARASITOLOGIA E DOENÇAS PARASITÁRIAS
05/03/2020
Roteiro da aula
1. Taxonomia das Pulgas
2. Etiologia e Epidemiologia
3. Sinais Clínicos e Lesões
4. Diagnóstico
5. Tratamento
6. Controle e Profilaxia
Taxonomia das Pulgas
Reino Animalia
Filo Arthropoda: exoesqueleto quitinoso duro, corpo segmentado e membros 
articulados
Classe Insecta: três pares de pernas, a cabeça, o tórax e o abdome são distintos 
e possuem um único par de antenas
05/03/2020
Taxonomia das Pulgas
Ordem Siphonaptera: insetos pequenos e sem asas
Família de maior importância: Pulicidae
Gêneros e espécies de maior importância: Pulex irritans, Xenopsylla cheopis, 
Ctenocephalides sp. e Tunga penetrans
Etiologia e Epidemiologia
Principais características morfológicas das pulgas:
1. Pequenas, 1 a 6 mm
2. Não possuem asas (ápteros)
3. Corpo achatado lateralmente
4. Coloração castanho-claro, castanho-escuro ou preta
5. O terceiro par de pernas mais longo e desenvolvido, adaptado para saltar
São hematófagos obrigatórios
Os adultos são parasitas obrigatórios
05/03/2020
Etiologia e Epidemiologia
95% das espécies parasitam mamíferos, as demais parasitam aves
Muitas espécies podem parasitar vários hospedeiros diferentes
Espécies mais parasitadas: cães e gatos; aves também são parasitadas
Ruminantes, equinos e suínos não apresentam espécies próprias
Podem atuar como vetores de bactérias, protozoários, vírus e vermes chatos
Etiologia e Epidemiologia
Ctenocephalides felis e Ctenocephalides canis: parasitas de carnívoros, humanos, lebres,
esquilos e roedores. Hospedeiro intermediário de Dipylidium caninum.
Pulex irritans: parasitas de humanos, suínos, cães, gatos e roedores. Pode atuar como vetor da
Yersinia pestis, causadora da Peste Bubônica
Xenopsylla cheopis: parasitas de roedores, humanos e outros primatas. Principal vetor da
Yersinia pestis, causadora da Peste Bubônica
Tunga penetrans: parasitas de humanos, cães, gatos, suínos, ruminantes, equídeos, roedores e
outros animais silvestres. Causador da tungíase, popularmente conhecida como “bicho-de-pé”
05/03/2020
05/03/2020
Ciclo evolutivo
300 a 1000 ovos podem ser
colocados no solo ou nos
hospedeiros, de onde caem
A eclosão dos ovos ocorre
em 2 dias a 2 semanas, de
acordo com a temperatura
As larvas se alimentam das fezes
contendo sangue das adultas,
restos de pele, pêlo ou penas
As larvas sofrem duas mudas em 7 a 200
dias, de acordo com a temperatura e
umidade, e atingem entre 5 a 10 mm
Sob condições ideais, o ciclo
se completa em 18 dias, mas
pode variar de 6 a 12 meses
As larvas tecem um casulo de
seda, onde pupam por cerca
de 7 a 9 dias
Os adultos emergem do casulo
estimulados pela pressão
mecânica, vibração e calor
Os adultos já formados
podem permanecer por até
12 meses nos casulos em
baixas temperaturas
05/03/2020
05/03/2020
05/03/2020
05/03/2020
Ciclo evolutivo do Tunga penetrans
A fêmea corta a pele do
hospedeiro, penetra e deixa
parte do abdome exposto
A fêmea se alimenta de líquidos
corporais, e pode aumentar de
tamanho até 80x em 8 a 10 dias
Por meio de pequena abertura
para o exterior, a fêmea expele
cerca de 200 ovos para o solo
Os ovos eclodem em 3 a 4 dias
e as larvas passam por duas
mudas em 5 a 11 dias
As larvas pupam por cerca de
9 a 15 dias
Os adultos eclodem das pupas e
o ciclo pode se completar em
aproximadamente 17 dias
Sinais Clínicos e Lesões
•Presença das pulgas ou suas fezes na pele ou pelos dos animais
•Inflamação: na pele abaixo dos pêlos com hiperemia
•Pápulas crostosas
•Prurido: discreto a intenso, dependendo do grau de parasitismo e da sensibilidade do
animal
•Anemia: por deficiência de ferro em infestações intensas e prolongadas, sendo mais
comum em cães e gatos e raro em ruminantes
05/03/2020
Sinais Clínicos e Lesões
•Alergia: comum em cães e gatos, dermatite alérgica a picada de pulgas (DAPP)
é uma reação de hipersensibilidade aos componentes da saliva das pulgas. Há
prurido intenso, hiperemia cutânea, autotraumatismo, alopecia por vezes
simétrica, infecções secundárias, inquietação, irritabilidade e perda de peso
•Lesões secundárias provocadas pelo próprio animal ao coçar e morder os locais
parasitados: alopecia, hiperemia, hiperpigmentação, abertura de ferimentos,
infecções secundárias, dermatites úmidas, espessamento da pele com dobras
05/03/2020
Sinais Clínicos e Lesões
•Tunga penetrans:
Lesões: aumento de tamanho dos locais parasitados, presença da fêmea
aumentada ou não de tamanho, inflamação, formação de úlceras e necrose
Sinais: dor leve a intensa, irritação com prurido leve a intenso, claudicação
Infecções secundárias como bactérias do gênero Clostridium causadoras de
tétano e gangrena.
Suínos: são mais parasitados nas patas e escroto, mas toleram bem com
pouco ou nenhum sinal de desconforto.
05/03/2020
05/03/2020
Diagnóstico
O diagnóstico das infestações por pulgas é clínico pela anamnese, histórico e exame
clínico dos animais
Na anamnese, deve-se perguntar sobre a presença de pulgas em algum momento, se
é utilizado algum método de controle de ectoparasitas, bem como as características do
ambiente onde o animal vive e sua rotina
No exame clínico, deve-se buscar as pulgas, suas fezes, lesões e os sinais clínicos
sugestivos
Para a identificação exata da etiologia, é necessária a remoção e estudo da morfologia
das pulgas
05/03/2020
Tratamento das pulgas superficiais
Existe uma ampla variedade de medicamentos que podem ser utilizados no
tratamento e controle das pulgas
1. Administração de pulicidas oral (comprimido), tópica (pour-on ou spot-on,
coleiras, aspersão, banho, etc) ou parenteral
2. Tratamento da alergia com antialérgicos e/ou antiinflamatórios
3. Tratamento da anemia com melhora na alimentação e/ou suplementação
própria
4. Tratamento das lesões secundárias, como feridas e infecções secundárias,
com limpeza, antissepsia e, caso necessária, antibioticoterapia
5. Aliar o tratamento com o controle e profilaxia para impedir reinfestações
Tratamento da tungíase (Tunga penetrans)
1. Remoção do parasita com auxílio de agulha esterilizada, após antissepsia do
local parasitado e adequada contençãodo animal
2. A remoção cirúrgica com anestesia local, sedação ou mesmo anestesia geral
pode ser recomendada para infestação mais graves
3. Caso houver, áreas necrosadas devem ser removidas
4. A limpeza e antissepsia das úlceras deixadas após a remoção dos parasitas
devem ser realizadas. Em caso de infecções secundárias, considerar a
utilização de antibioticoterapia
5. Aliar o tratamento com o controle e profilaxia para impedir reinfestações
05/03/2020
Controle e Profilaxia
1. Controle ambiental das pulgas, já que 95% dos estágios das
pulgas estão no ambiente e apenas 5% nos animais
 Remoção dos estágios das pulgas e matéria orgânica presentes no
ambiente e objetos pela limpeza regular com auxílio de vassoura, vassoura
de fogo, aspirador, fervura, etc, principalmente dos locais mais habitados
pelos animais e dos objetos que entram em contato com eles como camas,
tapetes, carpetes, frestas, etc.
 Utilização de inseticidas para eliminar os estágios das pulgas presentes no
ambiente, com cuidado para evitar a intoxicação de humanos e animais
por esses agentes químicos
Controle e Profilaxia
2. Tratamento dos animais acometidos e administração de pulicidas de longa
duração
3. Evitar o acesso dos animais não protegidos a ambientes infestados
4. Evitar a introdução ou reintrodução de animais parasitados
5. Controle de roedores (Xenopsylla cheopis)
05/03/2020
Bons Estudos!
GUILHERME GUERRA ALVES
GUILHERMEGUERRA.VET@GMAIL.COM
05/03/2020
Parasitologia e Doenças 
Parasitárias
GUILHERME GUERRA ALVES
GUILHERMEGUERRA.VET@GMAIL.COM
Ectoparasitas: piolhos
PARASITOLOGIA E DOENÇAS PARASITÁRIAS
05/03/2020
Roteiro da aula
1. Taxonomia dos Piolhos
2. Etiologia e Epidemiologia
3. Sinais Clínicos e Lesões
4. Diagnóstico
5. Tratamento
6. Controle e Profilaxia
Taxonomia dos Piolhos
Reino Animalia
Filo Arthropoda: exoesqueleto quitinoso duro, corpo segmentado e membros 
articulados
Classe Insecta: três pares de pernas, a cabeça, o tórax e o abdome são distintos e 
possuem um único par de antenas
Ordem Phthiraptera: corpo achatado dorso-ventralmente e sem asas
Subordens de maior importância: Ischnocera, Amblycera e Anoplura
05/03/2020
Etiologia e Epidemiologia
Principais características morfológicas dos piolhos:
1. Tamanho: de 1 a 11 mm
2. Não possuem asas (ápteros)
3. Corpo achatado dorso-centralmente
4. Coloração bege claro a cinza escuro
5. Pernas robustas e garras para agarrar a pele, penas, pelos e cabelos
São parasitas obrigatórios e não sobrevivem muito fora dos hospedeiros
As infestações por piolhos são conhecidas como pediculose
Se alimentam de restos de tecido epitelial, partes de penas, secreções sebáceas e,
alguns, sangue.
Etiologia e Epidemiologia
São altamente hospedeiros-específicos, e cada espécie se atem ao seu hospedeiro
Subordens Amblycera e Ischnocera: piolhos mastigadores de aves e mamíferos domésticos e
silvestres, como ruminantes, carnívoros e equinos
Subordem Anoplura: piolhos sugadores exclusivos de mamíferos, como ruminantes, suínos,
equinos, cães e animais silvestres
Algumas espécies podem atuar como hospedeiros intermediários do Dipylidium caninum
A transmissão de piolhos de um animal a outro ou de um lote ou rebanho a outro, em geral,
ocorre por contato físico direto
05/03/2020
05/03/2020
A)
C)
05/03/2020
B)
Ciclo evolutivo
A fêmea põe 20 a 200 ovos
de coloração esbranquiçada
nas penas ou pelos
Do ovo, eclode a ninfa 1,
similar ao adulto, embora
muito menor
Após 3 mudas, o adulto
estará desenvolvido
Todo o ciclo leva, em geral,
2 a 3 semanas
As ninfas sofrem mudas em
ninfa 2, ninfa 3 até a forma
adulta
N1N2
N3
05/03/2020
Sinais Clínicos e Lesões
•Presença dos piolhos e seus ovos nas penas, pelos e pele dos animais
•Feridas e Inflamação: na pele abaixo das penas ou pelos com hiperemia pela espoliação
•Prurido: discreto a intenso, dependendo do grau de parasitismo
•Plumagem feia, penas danificadas, queda de penas, descamação da pele,
hiperqueratose, alopecia: pela espoliação, incômodo, prurido, ato de coçar, bicagem e
lambedura
•Presença de sangue, coágulos, secreções e crostas: pela espoliação, agressão à pele,
remoção das penas e infecções secundárias
Sinais Clínicos e Lesões
•Inquietação: pelo incômodo causado pela espoliação, prurido e dor
•Redução da alimentação: pela inquietação, incômodo, prurido e dor
•Anemia: principalmente em aves jovens e/ou muito parasitadas
•Queda nos índices produtivos, como a perda de peso ou redução do ganho de peso, da
postura, da produção de leite e lã, redução do desempenho reprodutivo dos machos:
pelo efeito direto da espoliação, anemia, inquietação e redução da alimentação
•Morte de animais jovens muito parasitados, principalmente pintinhos
05/03/2020
05/03/2020
Diagnóstico
O diagnóstico das infestações por piolhos é clínico pela anamnese, histórico e exame
clínico dos animais
Na anamnese, deve-se perguntar sobre a presença de piolhos em algum momento, se
é utilizado algum método de controle de ectoparasitas, bem como as características do
ambiente onde os animais habitam
No exame clínico, deve-se buscar os piolhos, seus ovos, as lesões e os sinais clínicos
sugestivos
Para a identificação exata da etiologia, é necessária a remoção e estudo da morfologia
dos piolhos
Tratamento
1. Utilização de inseticidas tópicos (aspersão, banho, pour-on ou spot-on) em
duas aplicações intervaladas de 2 semanas para matar todos os adultos e
ninfas na primeira aplicação e os recém eclodidos na segunda
2. Melhora na alimentação e/ou suplementação
3. Tratamento das lesões secundárias, como feridas e infecções secundárias,
com limpeza, antissepsia e, caso necessária, antibioticoterapia (quando
viável)
4. Aliar o tratamento com o controle e profilaxia para impedir reinfestações
5. Em ovinos: tosquia antes do tratamento
05/03/2020
Controle e Profilaxia
1. Controle ambiental dos piolhos: embora sobrevivam pouco tempo fora do
hospedeiro
 Remoção da matéria orgânica e estágios dos parasitas presentes no
ambiente e objetos pela limpeza regular com auxílio de vassoura, vassoura
de fogo, fervura, etc, principalmente dos locais mais habitados pelos
animais e dos objetos que entram em contato com eles
 Utilização de inseticidas no ambiente e objetos, de preferência
intervalados em 2 semanas, para matar todos os adultos e ninfas na
primeira aplicação e os recém eclodidos na segunda, com cuidado para
evitar a intoxicação de humanos e animais por esses agentes químicos
Controle e Profilaxia
2. Tratamento dos animais, lotes e rebanhos
3. Evitar a introdução de animais e lotes de animais parasitados
4. Impedir o acesso de animais silvestres aos locais de criação para evitar a
contaminação cruzada
5. Quando possível, evitar a debicagem e permitir que as aves façam sua
própria limpeza
05/03/2020
Bons Estudos!
GUILHERME GUERRA ALVES
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19/03/2020
Parasitologia e Doenças 
Parasitárias
GUILHERME GUERRA ALVES
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Ectoparasitas: ácaros
PARASITOLOGIA E DOENÇAS PARASITÁRIAS
19/03/2020
Roteiro da aula
1. Taxonomia dos Ácaros
2. Etiologia e Epidemiologia das Acaríases
3. Acaríases causadas por Sarcoptes scabiei e Notoedres cati
4. Acaríases causadas por Psoroptes ovis e Chorioptes bovis
5. Acaríases causadas por Knemidocoptes spp.
Roteiro da aula
6. Acaríases causadas por Demodex spp.
7. Acaríases causadas por Ornithonyssus spp. e Dermanyssus gallinae
8. Diagnóstico das Acaríases
9. Tratamento das Acaríases
10. Controle e profilaxia das Acaríases
19/03/2020
Taxonomia dos ácaros
Reino Animalia
Filo Arthropoda: exoesqueleto quitinoso duro, corpo segmentado e membros 
articulados
Classe Arachnida: possuem quatro pares de patas, não apresentam asas nem 
antenas
Subclasse Acari: corpo em forma de saco, com suas seções fundidas; contém os 
ácaros e carrapatos
Taxonomia dos ácaros
Ordens de maior importância: Astigmata, Prostigmata e Mesostigmata
Famílias de maior importância: Sarcoptidae,Psoroptidae, Knemidocoptidae,
Demodicidae, Macronyssidae
Gêneros e espécies de maior importância: Sarcoptes scabiei, Notoedres cati,
Psoroptes ovis, Chorioptes bovis, Knemidocoptes, Demodex, Ornithonyssus e
Meganyssus
19/03/2020
Etiologia e Epidemiologia das Acaríases 
Principais características morfológicas dos ácaros:
1. Pequenos, geralmente com até 0,6 mm de comprimento
2. Corpo não segmentado
3. Possuem o gnatossoma: aparelho bucal com palpos e quelíceras
4. Possuem o idiassoma, porção posterior ao gnatossoma
5. Ninfas e adultos possuem 4 pares de patas, larvas possuem 3 pares de
patas
São parasitas obrigatórios
Se alimentam de sangue, linfa, restos de pele, secreções sebáceas
Etiologia e Epidemiologia das Acaríases
Habitam amplamente a pele de mamíferos e aves domésticos e silvestres,
onde grande parte perfura e escava
A maioria dos ácaros passa todo o seu ciclo evolutivo no hospedeiro, fazendo
com que a principal forma de transmissão seja por contato físico direto
As infestações por ácaros são denominadas acaríases ou popularmente como
“sarnas”
19/03/2020
Ovo
Pré-larva 
ou larva
Ninfas: protoninfa, 
deutoninfa ou tritoninfa
Adulto
Ciclo evolutivo geral dos ácaros
Os estágios
larvais podem
se desenvolver
dentro do ovo
ou não
ocorrerem
A ninfa sofre
muda para se
tornar um
adulto com 8
patas
Do ovo emerge
uma pequena
larva com 6
patas
Dependendo da espécie,
o ciclo evolutivo pode
levar em média 8 dias a
4 semanas
A larva sofre
muda para
tornar-se ninfa
com 8 patas e
um ou três
estágios ninfais
Acaríases causadas por 
Sarcoptes scabiei e 
Notoedres cati
PARASITOLOGIA E DOENÇAS PARASITÁRIAS
19/03/2020
Etiologia e Epidemiologia
Taxonomia: Reino Animalia. Filo Arthropoda. Classe Arachnida. Subclasse: Acari.
Ordem Astigmata. Família Sarcoptidae
São ácaros escavadores com corpos circulares e achatados ventralmente
Sarcoptes scabiei: parasita a pele de mamíferos, com destaque para os cães, suínos
e humanos (zoonose), e a doença é chamada de sarna sarcóptica ou escabiose
Notoedres cati: parasita a pele da orelha, face e patas principalmente de gatos e
coelhos, mas também outros carnívoros domésticos e silvestres e humanos
(zoonose), e a doença é chamada de sarna notoédrica ou escabiose felina
Notoedres cati
19/03/2020
Ciclo evolutivo (14 a 21 dias – S. scabiei; 6 a 10 dias – N. cati)
2. Em 4 a 5 dias após escavar
um túnel, a fêmea ovipõe 1 a 3
ovos/dia por cerca de 2 meses
3. Em 3 a 5 dias, as larvas
de 6 patas eclodem
4. As larvas se desenvolvem
em bolsas na superfície ou
dentro dos túneis
5. Em 2 a 3 dias, as larvas
sofrem muda para protoninfa e
se abrigam nos folículos pilosos
ou em bolsas na superfície
6. Após alguns dias, protoninfa
muda para tritoninfa, que
sofre muda para adulto
1. Após o acasalamento na
superfície da pele, a fêmea
escava túneis de até 1 cm
Sinais Clínicos e Lesões
Locais mais comuns: principalmente áreas com menos pelos, como orelhas,
focinho, face, pescoço, cotovelos, abdome
Inicialmente: eritema (vermelhidão), pápulas, prurido intenso
Evolução: descamação, crostas, alopecia, espessamento da pele, traumas
autoinflingidos, infecções secundárias, linfadenopatia, anorexia,
emagrecimento, queda em índices produtivos e condenação das carcaças
19/03/2020
19/03/2020
Acaríases causadas por 
Psoroptes ovis e Chorioptes
bovis
PARASITOLOGIA E DOENÇAS PARASITÁRIAS
19/03/2020
Etiologia e Epidemiologia
Taxonomia: Reino Animalia. Filo Arthropoda. Classe Arachnida. Subclasse: Acari. Ordem
Astigmata. Família Psoroptidae
São ácaros não escavadores com corpos ovais e pernas longas
Psoroptes ovis: parasita a pele do corpo, pescoço, ombros, flancos, axilas, virilhas, orelhas
de ruminantes, equinos, coelhos e camelídeos. A doença é chamada de sarna psoróptica
Chorioptes bovis: parasita a pele das pernas, pés, base da cauda e úbere de equinos,
bovinos, pequenos ruminantes, coelhos e camelídeos. A doença é chamada de sarna
corióptica
ovis.
19/03/2020
Ciclo evolutivo (10 dias – P. ovis; 21 dias – C. bovis)
1. Cerca de 2 dias após a
fertilização, as fêmeas produzem
1 a 3 ovos/dia ao longo de 14 a 21
dias de vida
1
2. As larvas com 6 pernas
eclodem dos ovos cerca de 2 dias
2
3. As larvas sofrem muda para
protoninfas em cerca de 2 dias
4. Protoninfas sofrem muda para
tritoninfas em cerca de 2 dias
3 e 4
5. As tritoninfas sofrem muda
para adultos em cerca de 2 dias
5
19/03/2020
Sinais Clínicos e Lesões
Locais mais comuns: pode ocorrer em todo o corpo, com variações de acordo
com a espécie do parasita e a espécie do hospedeiro
Sinais e lesões observáveis: vermelhidão, pápulas, prurido intenso, alopecia,
descamação, crostas, espessamento da pele, escoriações, infecções secundárias
com secreções ou abscessos, inquietação, anorexia, perda de peso, diminuição
da produção de carne e leite e lesão ao couro e lã
Em ruminantes, a sarna corióptica tende a ser mais branda que a sarna
psoróptica, ou até mesmo assintomática quando a carga parasitária é baixa
Sarna Psoróptica
19/03/2020
Sarna Psoróptica
Sarna Psoróptica
19/03/2020
Sarna Corióptica
Sarna Corióptica
19/03/2020
Sarna Corióptica
Acaríases causadas por 
Knemidocoptes spp. (Cnemidocoptes sp.)
PARASITOLOGIA E DOENÇAS PARASITÁRIAS
19/03/2020
Etiologia e Epidemiologia
Taxonomia: Reino Animalia. Filo Arthropoda. Classe Arachnida. Subclasse: Acari. Ordem
Astigmata. Família Knemidocoptidae
São ácaros escavadores
São parasitas de aves domésticas e silvestres, como galinhas, perus, faisões, gansos,
perdizes, psitacídeos e canários
Parasitam as plumas e seus folículos, pele, escamas das patas e pernas
A doença é chamada de sarna knemidocóptica
K K
19/03/2020
Ciclo evolutivo (17 a 21 dias, semelhante ao Sarcoptes)
2. A fêmea é ovovivípara e dá
origem à larva com seis pernas
4. A larva escava a pele
superficialmente e cria uma
bolsa de muda
5. A larva sofre muda para
protoninfa e, posteriormente,
para tritoninfa
6. A tritoninfa sofre muda
para adulto, macho ou fêmea
1. A fêmea fertilizada
escava um túnel e se
alimenta no percurso
Sinais Clínicos e Lesões
Partes do corpo comumente afetadas: cabeça, pescoço, dorso, abdome e parte
superior das pernas (K. gallinae) ou pele abaixo das escamas dos dedos, patas e pernas
(K. mutans)
K. mutans: desprendimento e elevação e espessamento das escamas das pernas,
hiperqueratose, deformação dos pés e unhas, claudicação, alterações na pele ao redor
do bico e olhos, deformações no bico, alterações no pescoço e crista
K. gallinae: pápulas, descamação, hiperqueratose e espessamento da pele, irritação,
prurido intenso, perda de penas pela quebra, queda ou arranchamento e escoriações
Outros sinais e lesões: anorexia, queda nos índices produtivos e morte
19/03/2020
19/03/2020
Acaríases causadas por 
Demodex spp.
PARASITOLOGIA E DOENÇAS PARASITÁRIAS
Etiologia e Epidemiologia
Taxonomia: Reino Animalia. Filo Arthropoda. Classe Arachnida. Subclasse: Acari.
Ordem Prostigmata. Família Demodicidae.
Demodex spp. são ácaros que parasitam folículos pilosos e glândulas sebáceas de
ampla variedade de animais domésticos, silvestres e humanos
As espécies são altamente específicas para seus hospedeiros: Demodex phylloides
(porco), Demodex canis (cão), Demodex cati e Demodex gatoi (gato), Demodex bovis
(bovino), Demodex equi (equino), Demodex ovis (ovino), Demodex caprae (caprino),
Demodex musculi (camundongo), Demodex ratticola (rato), Demodex caviae
(cobaia), e Demodex folliculorum e Demodex brevis em humanos.
19/03/2020
Demodex spp., em geral, vivem como comensais na pele dos hospedeiros, ou seja,
sem causar doença, e são incapazes de sobreviver fora dos hospedeiros
Pela profundidade do Demodex na pele dos animais, a transmissão direta ocorre
por meio do contato prolongado entre eles, comumente durante a amamentação
Ocasionalmente, Demodex spp. causa doença clínica chamada de sarna
demodécica ou demodicose em animais sob condições de imunossupressão
São ácaros pequenos com corpoalongado em forma de charuto, com 0,1 a 0,4
mm de comprimento
Etiologia e Epidemiologia
19/03/2020
Adulto
Ninfas
Larvas
Ovo
Ciclo evolutivo (18 a 24 dias – possivelmente em um mesmo folículo)
A fêmea põe 20 a 24
ovos no folículo piloso
Uma larva de 6 pernas
eclode do ovo
O segundo estágio larval
pode ocorrer
Ocorre a muda para os
estágios de protoninfa e
tritoninfa, com 8 pernas
A tritoninfa sofre a
muda para adulto, o
qual aprofunda na pele
Ciclo evolutivo (18 a 24 dias – possivelmente em um mesmo folículo)
19/03/2020
Sinais Clínicos e Lesões
Suínos: eritema, pápulas e espessamento cutâneo na cabeça, pescoço e
abdome. Incomum.
Bovinos e caprinos: nódulos do tamanho de ervilhas contendo material
caseoso, com dano ao couro principalmente no focinho, cernelha, pescoço,
costas e flancos. Incomum.
Ovinos, equinos e gatos: raro.
Sinais Clínicos e Lesões
Cães:
• Sinais e lesões precoces e brandos: eritema, alopecia seguida por espessamento da
pele em pequenas áreas. Doença branda e localizada com possível cura espontânea
• Demodicose escamosa: forma generalizada com eritema, alopecia, descamação,
espessamento da pele, comumente na face e patas
• Demodicose pustular ou folicular: forma generalizada com alopecia, espessamento da
pele, presença de pápulas ou pústulas com exsudação de pus e/ou sangue, crostas,
infecção bacteriana secundária, linfadenopatia, edema e dor podal, odor forte
• Geralmente, não há prurido
19/03/2020
Sinais Clínicos e Lesões
Gasparetto et al., 2018
19/03/2020
19/03/2020
19/03/2020
Diagnóstico das Acaríases
PARASITOLOGIA E DOENÇAS PARASITÁRIAS
19/03/2020
Diagnóstico das Acaríases
Baseado nos pilares:
1. Anamnese: para acessar o histórico do animal, do rebanho, do local, verificar
a ocorrência anterior de doenças e fatores predisponentes
2. Exame clínico: para identificar os sinais clínicos e lesões, bem como fatores
predisponentes
3. Exames complementares: para a visualização dos ácaros e confirmação da
acaríase e seu tipo. Outros testes como hemograma, urinálise e perfil
bioquímicos podem ser necessários.
Diagnóstico das Acaríases
Exame parasitológico de raspado cutâneo:
1. O raspado deve ser profundo, com auxílio de bisturi e até que ocorra
sangramento
2. Realizado em várias partes do corpo onde haja lesões
3. Especialmente na transição entre a pele saudável e a lesão
19/03/2020
Tratamento das Acaríases
Alternativas para o tratamento das Acaríases:
1. Aplicação de acaricidas tópicos por meio de banhos de aspersão, imersão, pour-on
2. Administração de acaricidas via oral
3. Administração de acaricidas via parenteral
4. Associação de acaricidas por diferentes vias
19/03/2020
Tratamento das Acaríases
Alternativas para o tratamento das Acaríases:
5. Tratamento de sinais, lesões e infecções secundários ou doenças concominantes
6. Alívio do prurido em animais gravemente afetados
7. Realização de banhos com produtos com antissépticos e queratolíticos
8. Aliar o tratamento com o controle e profilaxia para impedir recidivas
Controle e Profilaxia das Acaríases
1. Isolamento dos animais parasitados
2. Tratamento dos animais parasitados e, por vezes, de todos os animais contatos
3. Controle ambiental dos ácaros pela limpeza regular das instalações, camas,
alojamentos, galpões, gaiolas e objetos que entram em contato com os animais
por meio de processos físicos (vassoura, vassoura de fogo, fervura, etc) ou
químicos (acaricidas)
4. Evitar o contato dos animais saudáveis com aqueles parasitados ou ambientes
infestados
5. Evitar a introdução ou reintrodução de animais parasitados
19/03/2020
Bons Estudos!
GUILHERME GUERRA ALVES
GUILHERMEGUERRA.VET@GMAIL.COM
19/03/2020
Parasitologia e Doenças 
Parasitárias
GUILHERME GUERRA ALVES
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Ectoparasitas: carrapatos
PARASITOLOGIA E DOENÇAS PARASITÁRIAS
19/03/2020
Roteiro da aula
1. Taxonomia dos carrapatos
2. Etiologia e Epidemiologia
3. Espécie
4. Espécie
5. Espécie
6. Espécie
7. Diagnóstico
8. Tratamento
9. Controle e Profilaxia
Taxonomia dos Carrapatos
Reino Animalia
Filo Arthropoda: exoesqueleto quitinoso duro, corpo segmentado e membros 
articulados
Classe Arachnida: possuem quatro pares de patas, não apresentam asas nem 
antenas
Subclasse Acari: corpo em forma de saco, com suas seções fundidas; contém os 
carrapatos e carrapatos
19/03/2020
Taxonomia dos carrapatos
Ordem Ixodida: parasitas hematófagos obrigatórios vertebrados, em especial
mamíferos e aves
Família de maior importância: Ixodidae (carrapatos duros)
Gêneros e espécies de maior importância: Amblyomma sculptum,
Rhipicephalus (Boophilus) microplus, Rhipicephalus sanguineus, Dermacentor
nitens
Etiologia e Epidemiologia
Principais características morfológicas dos carrapatos:
1. Grandes, entre 2 e 20 mm;
2. Achatados dorso-ventralmente;
3. Presença de escudo quitinoso dorsal completo nos machos e incompleto
nas fêmeas
4. Algumas espécies possuem festões na superfície posterior do corpo,
semelhantes a “dentes”
5. Alguns carrapatos apresentam áreas pigmentadas, chamados
ornamentados
6. As larvas possuem 3 pares de patas; ninfas e adultos possuem 4 pares de
patas
19/03/2020
Etiologia e Epidemiologia das Acaríases
São parasitas hematófagos obrigatórios de mamíferos e aves, principalmente
A maioria das espécies passa períodos relativamente curtos no hospedeiro:
durante o desenvolvimento dos estágios, ocorrem vários repastos sanguíneos
intercalados de períodos longos de vida livre
Durante suas vidas livres, carrapatos de algumas espécies podem sobreviver
no ambiente por até 19 meses sem se alimentar
Etiologia e Epidemiologia das Acaríases
A principal forma de transmissão é a indireta a partir do ambiente
São vetores importantes para algumas doenças por protozoários, bactérias e
vírus
Embora presentes os ano todo, as populações dos carrapatos, geralmente,
atingem seu pico durante o verão, quando há calor e umidade
19/03/2020
Ciclo evolutivo geral (50-63 dias até 1 ano em condições favoráveis)
19/03/2020
Etiologia e Epidemiologia
Em relação ao seu ciclo evolutivo, os carrapatos podem ser classificados em:
1. Carrapatos de um hospedeiro (monoxenos): desenvolvimento de larva a
adulto ocorre em um único hospedeiros;
2. Carrapatos de dois hospedeiros (heteroxenos): larvas e ninfas se
desenvolvem em um hospedeiro, adultos em outro;
3. Carrapatos de três hospedeiros (heteroxenos): cada estágio (larva, ninfa e
adulto) se desenvolve em um hospedeiro diferente.
Os repastos duram entre 4 a 6 dias e, após, os carrapatos caem no solo,
sofrem muda para o próximo estágio ou iniciam a postura dos ovos
Etiologia e Epidemiologia
Rhipicephalus sanguineus:
Chamado popularmente de “carrapato vermelho do cão”
Carrapato castanho-avermelhado, não ornamentado e heteroxeno de três
hospedeiros
Parasita a pele, orelha e dedos de cães, além de outros mamíferos e aves
domésticos e silvestres
19/03/2020
Etiologia e Epidemiologia
Rhipicephalus sanguineus:
Após repasto, as fêmeas escalam paredes, objetos, realizam a postura em
frestas, fendas, rachaduras e outras aberturas e, depois, morrem
Importante vetor biológico de Ehrlichia canis, Babesia canis, B. caballi,
Theileria equi, Anaplasmamarginale, Hepatozoon canis, Rickettsia spp.
19/03/2020
Etiologia e Epidemiologia
Rhipicephalus (Boophilus) microplus:
Chamado popularmente de “carrapato do boi”
Carrapato castanho-avermelhado, não ornamentado e monoxeno
Parasita a pele de bovinos, ovinos, caprinos e ungulados silvestres
Importante vetor biológico de Babesia spp. e Anaplasma marginale em
bovinos
19/03/2020
Etiologia e Epidemiologia
Amblyomma sculptum (cajennense):
Chamado popularmente de “carrapato estrela”
Carrapato ornamentado e heteróxeno de três hospedeiros
Parasita a pele de equinos principalmente, bem como vários mamíferos domésticos e
silvestres
Importante vetor biológico de Rickettsia spp. causadoras da Febre Maculosa
19/03/2020
Etiologia e EpidemiologiaDermacentor nitens:
Chamado popularmente de “carrapato da orelha do cavalo”
Carrapato castanho escuro, não ornamentado e monoxeno
Parasita a pele, orelha e divertículo nasal de equinos, além de bovinos,
humanos e outros mamíferos domésticos e silvestres
Etiologia e Epidemiologia
Dermacentor nitens:
A orelha é local de predileção, mas pode parasitar outros locais, como
condutos nasais, cernelha, abdome ventral e região perineal
Em grandes infestações pode causar grandes deformações das orelhas,
chamadas de “orelhas tronchas”
Importante vetor biológico de Babesia caballi, causador da babesiose equina
19/03/2020
Sinais Clínicos e Lesões
Os sinais e lesões mais evidentes das infestações por carrapatos são:
Presença dos parasitas
Reações locais às picadas (tumefações, pápulas, eritemas locais, prurido)
Anemia
Emagrecimento
Queda na produção de carne e leite
Danos ao couro
19/03/2020
Sinais Clínicos e Lesões
Outros sinais e lesões podem ser observados:
 Otites causadas e/ou associadas ao parasitismo pelos carrapatos
 Deformações das orelhas
 Miíases secundárias
 Infecções secundárias
 Sinais clínicos referentes às doenças transmitidas pelos carrapatos
(Anaplasmose, Babesiose, Erliquiose, Hepatozoonose, etc)
Rhipicephalus sanguineus
19/03/2020
Rhipicephalus microplus
Dermacentor nitens
e
Amblyomma sculptum
19/03/2020
Dermacentor nitens
e
Amblyomma sculptum
Diagnóstico
PARASITOLOGIA E DOENÇAS PARASITÁRIAS
19/03/2020
Diagnóstico
Baseado nos pilares:
1. Anamnese: para acessar o histórico do animal, do rebanho, da tropa, do
local, verificar a ocorrência anterior do parasitismo, se e como é feito o
controle de carrapatos
2. Exame clínico: para identificar a presença dos carrapatos no(s) animal(is)
A identificação da espécie de carrapato pode ser feita visualmente ou por
microscopia
Tratamento
Alternativas para o tratamento:
1. Aplicação regular de carrapaticidas tópicos por meio de banhos de aspersão,
imersão, pour-on, pastas, pós, brincos ou coleiras
2. Administração de carrapaticidas via oral
3. Administração de carrapaticidas via parenteral
4. Associação de carrapaticidas por diferentes vias
19/03/2020
Tratamento
Alternativas para o tratamento:
5. Remoção manual por rotação e tração e eliminação das fêmeas ingurgitadas
6. Tratamento de sinais, lesões e infecções secundários ou doenças concomitantes
7. Alívio do prurido em animais gravemente afetados
8. Aliar o tratamento com o controle e profilaxia para impedir reinfestações
Controle e Profilaxia
1. Controle ambiental dos carrapatos, já que 95% dos estágios dos
carrapatos estão no ambiente e apenas 5% nos animais
 Limpeza regular das pastagens, piquetes, instalações, camas, alojamentos,
galpões e objetos que entram em contato com os animais por meio de processos
físicos (vassoura, vassoura de fogo, fervura, etc), químicos (carrapaticidas) e pelo
manejo (limpeza pelo corte ou queima das pastagens e a rotação das pastagens)
 Utilização de carrapaticidas com cuidado para evitar a intoxicação de humanos e
animais por esses agentes químicos
2. Tratamento dos animais parasitados e, por vezes, de todos os animais contatos
19/03/2020
Controle e Profilaxia
3. Administração de carrapaticidas de longa duração (brincos, coleiras, pour-on,
comprimidos)
4. Realização de biocarrapaticidograma com trocas constantes dos carrapaticidas
utilizados para reduzir a resistência parasitária
5. Evitar o contato dos animais não protegidos com ambientes infestados
6. Evitar a introdução ou reintrodução de animais parasitados
7. Outras alternativas: vacinas contra carrapatos, fitoterapia, homeopatia
19/03/2020
Bons Estudos!
GUILHERME GUERRA ALVES
GUILHERMEGUERRA.VET@GMAIL.COM
26/03/2020
Parasitologia e Doenças 
Parasitárias
GUILHERME GUERRA ALVES
GUILHERMEGUERRA.VET@GMAIL.COM
Endoparasitas: 
Dictyocaulus spp.
PARASITOLOGIA E DOENÇAS PARASITÁRIAS
26/03/2020
Roteiro da aula
1. Taxonomia
2. Etiologia e Epidemiologia
3. Sinais Clínicos e Lesões
4. Diagnóstico
5. Tratamento
6. Controle e Profilaxia
Taxonomia
Reino Animalia
Filo Nematoda: parasitas comumente denominados de “vermes cilíndricos”,
não segmentados, afilando-se nas extremidades e cobertos por uma camada
incolor chamada de cutícula
Classe Secernentea
Ordem Strongylida
26/03/2020
Taxonomia
Superfamília Trichostrongyloidea: vermes pequenos, com bolsa copulatória,
ciclo evolutivo direto e parasitam o trato gastrointestinal ou respiratório
(Dictyocaulus) de mamíferos e aves domésticos e silvestres, principalmente
ruminantes,
Família Dictyocaulidae
Gênero e espécies: Dictyocaulus viviparus, D. filaria, D. arnfieldi, D. eckerti,
capreolus
Etiologia e Epidemiologia
Principais características de Dictyocaulus spp.:
1. Vermes delgados, filamentares e esbranquiçados
2. Os adultos chegam a medir até 8 a 11 cm de comprimento
3. Cápsula bucal e bolsa copulatória pequenas
4. Espículas marrons e pequenas
5. As fêmeas são ovovivíparas
26/03/2020
Etiologia e Epidemiologia
Principais espécies acometidas, principalmente jovens:
1. Ruminantes domésticos e silvestres (bovino, ovino, caprino, veados,
camelídeos)
2. Equídeos domésticos e silvestres (equinos, asininos, muares e zebras)
Locais de parasitismo: traqueia e pulmões
Doença causada: pneumonia verminótica, bronquite parasitária, verme pulmonar
26/03/2020
1. Fêmeas adultas produzem
ovos com L1 que migram
pela traqueia até a faringe
2. L1 são deglutidas e
eliminadas nas fezes ou
pela tosse
3. As larvas atingem L3 em 5
dias ou mais, saem das fezes
e alcançam a pastagem
sozinhas ou pelo Pilobus
4. Após ingestão, L3
penetra no intestino ->
linfonodos mesentéricos,
onde sofrem muda para L4 5. L4 se desloca pela linfa ou
sangue -> coração -> artéria
pulmonar -> pulmões ->
lesões alveolares
6. A muda final de L4 para
L5 ocorre nos bronquíolos, e
migram até os brônquios e
traqueia -> adultos -> lesões
Ciclo Evolutivo Geral (Período pré-patente: D. arnfiledi - 2 a 3 meses ; outras espécies - 3 a 5 semanas)
Fungo Pilobus sp.
26/03/2020
Sinais Clínicos e Lesões
Principais lesões:
1. Alveolite e bronquiolite levando à pneumonia e bronquite
2. Enfisema intersticial e edema pulmonar
3. Fibrose bronquial ou peribronquial
4. Animais intensamente parasitados podem ter insuficiência respiratória e morrer
5. Pneumonia bacteriana secundária
Sinais Clínicos e Lesões
Animais jovens, em geral, são mais acometidos e apresentam mais sinais clínicos e lesões
1. Tosse intermitente em animais pouco afetados submetidos a exercícios
2. Tosse em repouso frequente, taquipneia e hiperpneia em animais moderadamente
afetados, além de ruídos pulmonares à ausculta (sibilos e crepitações)
3. Tosse profunda e seca, taquipneia e dispneia em animais gravemente afetados, cabeça
e pescoço estendidos, ruídos pulmonares à ausculta (sibilos e crepitações), salivação,
secreção nasal, febre baixa, anorexia e morte
4. Emagrecimento e quedas nos índices produtivos também podem ocorrer
26/03/2020
26/03/2020
26/03/2020
Diagnóstico
1. Anamnese: para acessar o histórico do animal, do rebanho, da tropa, de necropsias, do local, das
pastagens, verificar a ocorrência anterior do parasitismo, época do ano, se é feito o controle de
endoparasitas
2. Exame clínico: para identificar os sinais clínicos do animal, rebanho, tropa
3. Dados de necropsia ou abate: exame de animais que morreram recentemente, eutanasiados ou
abatidos para visualização das lesões e dos parasitas
4. Exame de fezes: microscopia das fezes coletadas do reto dos suspeitos para a visualização dos ovos
larvados (D. arnfiledi) ou das larvas L1 (todas as espécies)
5. Dianóstico terapêutico: diagnóstico presuntivo seguido do tratamento e melhora dos sinais clínicos
26/03/2020
Tratamento
Alternativas para o tratamento:
1. Administração oral de anti-helmínticos
2. Administração parenteral de anti-helmínticos com efeito prolongado
3. Aplicação tópica (pour-on) de anti-helmínticos, ideal nas criaçõesleiteiras por não ser
excretado no leite
4. Confinamento e tratamento intensivo de animais em estado mais grave com
suplementação, fluidoterapia, anti-inflamatórios e antimicrobianos caso haja infecção
bacteriana secundária
26/03/2020
Controle e Profilaxia
Alternativas para o controle e profilaxia:
1. Tratamento curativo dos animais parasitados
2. Tratamento profilático regular de todos os animais ou dos mais susceptíveis, por
exemplo, no início do período de maior infestação das pastagens e parasitismo
3. Controle das formas ambientais e da infecção: limpeza das pastagens, rotação de
pastagens, remoção regular das fezes de currais e outras instalações, utilização de
esterqueiras
Controle e Profilaxia
Alternativas para o controle e profilaxia:
4. Evitar o contato dos animais não protegidos com ambientes infestados
5. Evitar a introdução ou reintrodução de animais parasitados
6. Outras alternativas: vacinas disponíveis em outros países, fitoterapia, homeopatia
26/03/2020
Bons Estudos!
GUILHERME GUERRA ALVES
GUILHERMEGUERRA.VET@GMAIL.COM
26/03/2020
Parasitologia e Doenças 
Parasitárias
GUILHERME GUERRA ALVES
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Endoparasitas: 
Strongylus spp.
PARASITOLOGIA E DOENÇAS PARASITÁRIAS
26/03/2020
Roteiro da aula
1. Taxonomia
2. Etiologia e Epidemiologia
3. Sinais Clínicos e Lesões
4. Diagnóstico
5. Tratamento
6. Controle e Profilaxia
Taxonomia
Reino Animalia
Filo Nematoda: parasitas comumente denominados de “vermes cilíndricos”,
não segmentados, afilando-se nas extremidades e cobertos por uma camada
incolor chamada de cutícula
Classe Secernentea
Ordem Strongylida
26/03/2020
Taxonomia
Superfamília Strongyloidea: vermes com bolsa copulatória, ciclo evolutivo
direto e parasitam as mucosas do trato gastrointestinal e respiratório de
mamíferos e aves domésticos
Família Strongylidae:
Subfamília Strongylinae
Gênero e espécies: Strongylus edentatus, S. equinus e S. vulgaris
Etiologia e Epidemiologia
Principais características de Strongylus spp.:
1. Vermes vermelho-escuros ou cinza-escuros robustos (espessos)
2. Os adultos medem entre 1,1 a 4,7 cm de comprimento
3. Cápsula bucal e bolsa copulatória proeminentes
4. Cápsula bucal com “coroa radiada” e com “dentes” ou placas cortantes
5. A diferenciação entre as espécies se baseia no tamanho, formato e número
de “dentes”
26/03/2020
Principais características de Strongylus spp.:
6. Os adultos são hematófagos, larvas se alimentam da mucosa intestinal e
outros tecidos líquidos corporais
7. Parasitam o intestino grosso de equinos, asininos e muares
8. Nome comum: grandes estrôngilos
9. O S. vulgaris é o nematódeo mais significativo e patogênico dos equinos
10. O S. equinus é o menos prevalente do gênero
Etiologia e Epidemiologia
Strongylus spp.
26/03/2020
Strongylus edentatus
1. As fêmeas realizam
postura e os ovos são
excretados nas fezes
Ciclo Evolutivo do S. edentatus (Período pré-patente: 10 a 12 meses)
2. O desenvolvimento
de ovos até L3 ocorre
em cerca de 2
semanas
3. As larvas L3 são a
forma infectante do
parasita, presente nas
pastagens
4. A infecção se
instala pela ingestão
das L3 durante o
pastejo
5. L3 penetram na
mucosa intestinal, se
deslocam pelo
sistema porta e
atingem o fígado em
alguns dias
6. Em cerca de 2
semanas, ocorre
muda para L4 e
migração adicional no
fígado
7. Com seis a 8
semanas de infecção,
L4 alcançam a região
subperitoneal ao
redor do ligamento
hepatorrenal
8. L4 migram sob o
peritônio e alcançam
vários locais, como os
flancos e ligamentos
hepáticos
9. Após 4 meses
ocorre a muda final e
as L5 migram até a
parede do intestino
grosso, onde formam
nódulos purulentos
10. Os nódulos se
rompem e liberam
vermes adultos no
lúmen do intestino
grosso
26/03/2020
Strongylus equinus
1. As fêmeas realizam
postura e os ovos são
excretados nas fezes
Ciclo Evolutivo do S. equinus (Período pré-patente: 8 a 9 meses)
2. O desenvolvimento
de ovos até L3 ocorre
em cerca de 2
semanas
3. As larvas L3 são a
forma infectante do
parasita, presente nas
pastagens
4. A infecção se
instala pela ingestão
das L3 durante o
pastejo
5. As L3 penetram no
ceco e cólon ventral e
formam nódulos nas
camadas muscular e
serosa em cerca de 1
semana
6. As mudas para L4
acontecem nesses
nódulos e as larvas
migram pela cavidade
peritoneal para o
fígado
7. No fígado, as L4
migram por 6
semanas ou mais,
onde podem sofrer
muda para L5
8. Posteriormente, há
migração de L4 e L5
no pâncreas e ao
redor dele
9. As L5 migram,
provavelmente pela
cavidade peritoneal,
para o intestino
grosso e atingem seu
lúmen
26/03/2020
Strongylus vulgaris
1. As fêmeas realizam
postura e os ovos são
excretados nas fezes
Ciclo Evolutivo do S. vulgaris (Período pré-patente: 6 a 7 meses)
2. O desenvolvimento
de ovos até L3 ocorre
em cerca de 2
semanas
3. As larvas L3 são a
forma infectante do
parasita, presente nas
pastagens
4. A infecção se
instala pela ingestão
das L3 durante o
pastejo
5. As L3 penetram no
intestino e sofrem
muda para L4 na
submucosa do ceco e
cólon, 7 dias depois
6. As L4 penetram em
arteríolas e pequenas
artérias do ceco e
cólon
7. As L4 migram pelo
endotélio até a
artéria mesentérica
cranial e seus ramos
principais
8. Após vários meses,
ocorre muda para L5,
que retornam à
parede intestinal pela
corrente sanguínea
9. Ocorre a formação
de nódulos ao redor
das L5 na parede do
ceco e cólon,
principalmente
10. A ruptura dos
nódulos libera os
vermes adultos no
lúmen intestinal
26/03/2020
Sinais Clínicos e Lesões
Principais lesões:
1. Migração no fígado: lesões hemorrágicas e fibrose no parênquima e
cápsula hepática
2. Migração no peritônio: hemorragia, nódulos, peritonite e aderências
no omento
3. No intestino: endoarterite e trombose dos vasos intestinais, infarto
tromboembólico e necrose de áreas do intestino grosso, aneurisma
(raro), nódulos, focos hemorrágicos, úlceras na mucosa com
hemorragias e posterior formação de pequenas cicatrizes circulares
26/03/2020
26/03/2020
26/03/2020
Sinais Clínicos e Lesões
Lesões pela migração no fígado e peritônio raramente resultam em sinais
clínicos
Principais sinais clínicos que podem ocorrer: diarreia, febre, anorexia,
depressão, graus variados de cólica, estase intestinal, edema, anemia, perda
de peso, desempenho ruim, prejuízo ao crescimento e, raramente, ruptura
intestinal e morte.
Diagnóstico
1. Anamnese: para acessar o histórico do animal, da tropa, de necropsias, do local, das
pastagens e pastejo, verificar a ocorrência anterior do parasitismo, época do ano, se é feito
o controle de endoparasitas
2. Exame clínico: para identificar os sinais clínicos do animal e da tropa, incluindo palpação
retal
3. Dados de necropsia: de animais que morreram recentemente ou foram eutanasiados para
visualização das lesões e parasitas
4. Exame de fezes: para a identificação dos ovos larvados, larvas e adultos. Difícil durante o
período pré-patente pelas larvas estarem em fase migratória com nenhuma ou baixa
contagem de ovos nas fezes
26/03/2020
Diagnóstico
5. Laparotomia exploratória: pode ser feita quando o diagnóstico é difícil e/ou a
necessidade de intervenção é iminente
Ovo embrionado de Strongylus spp.
26/03/2020
Tratamento
Alternativas para o tratamento:
1. Administração oral de anti-helmínticos
2. Administração parenteral de anti-helmínticos com efeito prolongado
3. Confinamento e tratamento intensivo de animais em estado moderado ou grave com
suplementação, fluidoterapia, anti-inflamatórios e antimicrobianos, caso haja infecção
bacteriana secundária
4. Procedimentos cirúrgicos via laparotomia podem ser necessários quando houver grande
envolvimento e lesões de órgãos abdominais
Controle e Profilaxia
Alternativas para o controle e profilaxia:
1. Tratamento curativo dos animais parasitados
2. Tratamento profilático regular de todos os animais com mais de 2 meses da tropa, por exemplo, no
início do período de maior infestação das pastagens e parasitismo ou antes da estabulação por
grandesperíodos. Anti-helmínticos de amplo espectro a cada 4 a 8 semanas
3. Isolamento por 2 a 3 dias e tratamento de animais introduzidos ou reintroduzidos
4. Troca semestral ou anual da base do anti-helmíntico utilizada para reduzir o surgimento de
resistência
26/03/2020
Controle e Profilaxia
Alternativas para o controle e profilaxia:
5. Controle das formas ambientais e da infecção: limpeza das pastagens, rotação de
pastagens, pastejo alternado com ruminantes, remoção regular das fezes de
currais, baias e outras instalações, utilização de esterqueiras
6. Evitar o contato dos animais mais susceptíveis com ambientes infestados
7. Evitar a superlotação de animais
Bons Estudos!
GUILHERME GUERRA ALVES
GUILHERMEGUERRA.VET@GMAIL.COM
23/04/2020
Parasitologia e Doenças 
Parasitárias
GUILHERME GUERRA ALVES
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Endoparasitas: 
Ancylostoma spp.
PARASITOLOGIA E DOENÇAS PARASITÁRIAS
23/04/2020
Roteiro da aula
1. Taxonomia
2. Etiologia e Epidemiologia
3. Sinais Clínicos e Lesões
4. Diagnóstico
5. Tratamento
6. Controle e Profilaxia
Taxonomia
Reino Animalia
Filo Nematoda: parasitas comumente denominados de “vermes cilíndricos”,
não segmentados, afilando-se nas extremidades e cobertos por uma camada
incolor chamada de cutícula
Classe Secernentea
Ordem Strongylida
23/04/2020
Taxonomia
Superfamília Ancylostomatoidea: vermes com cápsula bucal bem desenvolvida
e com dentes; ciclo evolutivo direto e infecção pelas larvas L3; são parasitas do
intestino delgado
Família Ancylostomatidea
Gêneros e espécies: Ancylostoma caninum, A. braziliense, A. tubaeforme, A.
ceylanicum, Uncinaria, Bunostomum e Necator
Etiologia e Epidemiologia
Principais características de Ancylostoma spp.:
1. Vermes cinza-avermelhados
2. Adultos machos medem entre 7,5 a 12 mm e as fêmeas entre 9 a 20 mm
3. A extremidade anterior é curvada dorsalmente
4. A cápsula bucal é bem desenvolvida com a presença de “dentes” ou placas
cortantes, sem “coroa radiada”
23/04/2020
Etiologia e Epidemiologia
Principais características de Ancylostoma spp.:
5. Machos possuem bolsa copulatória bem desenvolvida
6. Os ovos possuem formato oval, casca lisa, fina e dupla, com massa germinativa
escura no interior (ovo morulado)
7. Possuem ciclo evolutivo direto, ou seja, sem a presença de um hospedeiro
intermediário
8. Os adultos se fixam na mucosa intestinal, onde se alimentam de sangue dos
hospedeiros
Ancylostoma spp.
23/04/2020
Ancylostoma spp.
Ancylostoma spp.
23/04/2020
Etiologia e Epidemiologia
Principais espécies acometidas por Ancylostoma spp.:
1. Cães e Gatos
2. Animais silvestres: raposas e outros canídeos e felídeos silvestres
3. Hospedeiros acidental: humanos
Locais de parasitismo: intestino delgado nos animais, pele nos humanos
Nome da doença: ancilostomíase
Ciclo Evolutivo do Ancylostoma spp. (Período pré-patente: 14 a 21 dias)
1. Os adultos fixados na
mucosa do intestino
delgado se alimentam de
sangue e copulam
2. Milhões de ovos são
produzidos e eliminados
nas fezes diariamente
3. Larvas L1 eclodem dos
ovos no ambiente em 7
dias ou mais
4. O desenvolvimento de L1
a L3 infectante ocorre em
5 dias ou mais
23/04/2020
Ciclo Evolutivo do Ancylostoma spp. (Período pré-patente: 14 a 21 dias)
5. Na INFECÇÃO ORAL, as L3
podem passar direto para
o trato gastrointestinal e
se desenvolverem em L4,
L5 e adultos após
permanecerem na parede
intestinal. As L3 também
podem penetrar na
mucosa oral e migrar pela
circulação sanguínea até
os pulmões, onde mudam
para L4, se movem para a
faringe, são deglutidas e
se desenvolvem a L5 e
adultos no trato
gastrointestinal
Ciclo Evolutivo do Ancylostoma spp. (Período pré-patente: 14 a 21 dias)
6. Durante a INFECÇÃO
PERCUTÂNEA, as L3
infectantes penetram na
pele dos animais,
principalmente pelas patas
7. As L3 migram pela
corrente sanguínea para
os pulmões onde mudam
para L4. Auxiliadas pela
tosse, as L4 atingem a
faringe, são deglutidas e
se desenvolvem a L5 e
adultos no trato
gastrointestinal
8. Uma parte das L3 que
atingem os pulmões não
se desenvolvem e migram
pela circulação sanguínea
para os músculos, onde
entram em hipobiose
23/04/2020
Ciclo Evolutivo do Ancylostoma spp. (Período pré-patente: 14 a 21 dias)
9. Alguns hospedeiros
paratênicos (transporte)
como roedores e insetos
podem carrear as L3
infectantes por certo
tempo, até serem
ingeridos pelos
hospedeiros definitivos e a
via de infecção oral segue
10. As L3 em hipobiose na
musculatura podem ser
reativadas nas fêmeas em
final de gestação, migrar
para as glândulas
mamárias, ser excretadas
por 3 semanas no leite e
infectar os filhotes por
VIA TRANSMAMÁRIA.
Fêmeas parasitadas
podem transmitir L3 para
até 3 ninhadas.
Ciclo Evolutivo do Ancylostoma spp. (Período pré-patente: 14 a 21 dias)
6. Humanos podem se
tornar infectados
quando as larvas L3
infectantes presentes
em ambientes
contaminados
penetram na pele,
principalmente dos
pés, glúteos, mãos e
braços
7. As L3 migram sem
rumo pela pele e
causam a ZOONOSE
Larva Migrans
Cutânea,
popularmente
conhecida como
“bicho-geográfico”
7
23/04/2020
Sinais Clínicos e Lesões
A doença é mais comum em filhotes e jovens com menos de 1 ano
Filhotes lactentes desenvolvem com frequência anemia grave na segunda ou
terceira semana de vida, pois cada verme remove cerca de 0,1ml de sangue/dia
Em infecções mais brandas, comum em animais mais velhos, a anemia é mais
branda, mas pode evoluir e levar à deficiência de ferro pelo parasitismo
constante e prolongado
No local da penetração percutânea da L3 pode ocorrer dermatite, ulceração e
contaminação secundária
Sinais Clínicos e Lesões
Conforme o quadro clínico, podem ser observados os seguintes sinais:
Anemia branda a grave
Apatia
Dispneia pelo efeito da anemia e/ou lesões pulmonares
Diarreia com ou sem muco
Melena
Anorexia
Emagrecimento
Pelagem “feia”
Ascite
Lesões de pele
23/04/2020
23/04/2020
Sinais Clínicos e Lesões
Possíveis achados de necropsia:
Palidez de mucosas, fígado e outros tecidos
Edema de tecidos e presença de líquidos nas cavidades pela
hipoproteinemia
Caquexia
Dermatites
Hemorragias focais no parênquima pulmonar
Conteúdo intestinal com presença de muco e sangue
Mucosa intestinal com vermes aderidos e hemorragias focais
23/04/2020
Diagnóstico
1. Anamnese: para acessar o histórico do(s) animal(is), do local, verificar a ocorrência anterior
do parasitismo, se é realizada a vermifugação periódica, qual medicamento e protocolo
utilizados
2. Exame clínico: para identificar os sinais clínicos do(s) animal(is)
3. Hemograma: ocorrência de anemia e eosinofilia são comuns
4. Dados de necropsia: de animais que morreram para visualização das lesões e parasitas no
trato gastrointestinal
5. Colonoscopia: para a visualização e coleta de vermes no intestino e visualização de lesões
23/04/2020
Diagnóstico
6. Exame de fezes: essencial, porém os resultados devem ser interpretados em
conjunto com as informações do histórico e exame clínico
 Alta contagem de ovos nas fezes pode confirmar o diagnóstico
 Baixa contagem de ovos nas fezes confirma a infecção, mas não necessariamente
que a doença em curso seja causada pelo verme
 Ausência de ovos nas fezes não descarta a doença, já que pode haver sinais
clínicos agudos antes da detecção dos ovos, por exemplo em filhotes recém
infectados
23/04/2020
Ovo de vermes de cães e gatos
Ovo de vermes de cães e gatos
23/04/2020
Tratamento
Alternativas para o tratamento:
1. Administração oral de anti-helmínticos
2. Administração parenteral de anti-helmínticos
3. Fornecimento de alimentação com alta qualidade, rica em proteínas, e probióticos
Tratamento
Alternativas para o tratamento:
4. Em casos graves, suplementação de ferro parenteral e vitamina B12 pode ser
necessária
5. Em casos graves, a transfusão sanguínea pode ser necessária
6. Aliar o tratamento com o controle e profilaxia
23/04/2020
Controle e Profilaxia
Alternativas para o controle e profilaxia:
1. Tratamento curativo dosanimais parasitados
2. Tratamento profilático regular dos animais
 Cães: tratamento com 2 semanas de idade e a cada 14 dias até 2 semanas após
desmame; em seguida, a cada mês até os 6 meses de idade; posteriormente a cada 1, 3,
6 ou 12 meses com duas doses intervaladas de 21 dias. Tratar as progenitoras durante a
gestação (dias 40 e 55) e juntamente com os filhotes.
 Gatos: tratamento com 3 semanas e a cada 14 dias até desmame; em seguida a cada
mês até os 6 meses de idade; posteriormente a cada 3, 6 ou 12 meses com duas doses
intervaladas de 21 dias. Tratar as progenitoras juntamente com os filhotes.
Controle e Profilaxia
3. Controle das formas ambientais: limpeza regular dos abrigos e camas, com remoção das
fezes e outros tipos de matéria orgânica; utilização de desinfetantes como o hipoclorito de
sódio; optar por pisos sem fendas e secos, como os cimentados; evitar pisos porosos,
grama ou terra que retêm umidade e protegem as larvas contra a luz solar; optar por
abrigos onde há incidência da luz solar, letal para as larvas; evitar a superlotação
4. Isolamento e tratamento de animais introduzidos ou reintroduzidos
5. Limitar o acesso dos animais à rua e outros ambientes possivelmente contaminados,
principalmente dos mais susceptíveis
6. Controlar a presença de possíveis hospedeiros paratênicos, principalmente os roedores, e
limitar o acesso dos animais a eles
23/04/2020
Bons Estudos!
GUILHERME GUERRA ALVES
GUILHERMEGUERRA.VET@GMAIL.COM
24/04/2020
Parasitologia e Doenças 
Parasitárias
GUILHERME GUERRA ALVES
GUILHERMEGUERRA.VET@GMAIL.COM
Endoparasitas: 
Toxocara spp.
PARASITOLOGIA E DOENÇAS PARASITÁRIAS
24/04/2020
Roteiro da aula
1. Taxonomia
2. Etiologia e Epidemiologia
3. Sinais Clínicos e Lesões
4. Diagnóstico
5. Tratamento
6. Controle e Profilaxia
Taxonomia
Reino Animalia
Filo Nematoda: parasitas comumente denominados de “vermes cilíndricos”,
não segmentados, afilando-se nas extremidades e cobertos por uma camada
incolor chamada de cutícula
Classe Secernentea
Ordem Ascaridida
24/04/2020
Taxonomia
Superfamília Ascaridoidea: grandes vermes brancos ou de coloração creme,
sem cápsula bucal e sem bolsa copulatória. Possuem ciclo evolutivo direto e a
infecção ocorre pela ingestão do ovo com casca espessa e contendo a larva L2
ou L3
Família Ascarididae
Gêneros e espécies: Toxocara canis, Toxocara mystax (cati), Toxocara
malayiensis, Toxocara vitulorum e Toxascaris leonina
Etiologia e Epidemiologia
Principais características de Toxocara spp.:
1. Vermes grandes, com os machos medindo entre 3 e 25 cm, e as fêmeas
entre 4 e 30 cm
2. Possuem coloração branca/creme
3. A extremidade anterior é curvada ventralmente
4. A cabeça dos adultos possui um par de asas cervicais
5. Não possuem cápsula bucal, mas três grandes lábios circundam a boca
24/04/2020
Etiologia e Epidemiologia
Principais características de Toxocara spp.:
6. Não possuem bolsa copulatória
7. Seus ovos são de coloração castanha, com a casca espessa, clara, rugosa e
estriada, com conteúdo granular escuro no seu interior
8. Possuem ciclo evolutivo direto
9. As larvas possuem hábito migratório, os adultos parasitam o intestino delgado
dos hospedeiros
10. Os ovos podem permanecer viáveis no ambiente por vários meses ou anos
Toxocara canis
Grandes lábios
24/04/2020
Toxocaramystax (cati)
Ovo de Toxocara spp.
24/04/2020
Ovos de Toxocara canis
Etiologia e Epidemiologia
Principais hospedeiros definitivos de Toxocara spp. e Toxascaris leonina:
1. Toxocara canis parasita cães e outros canídeos silvestres;
2. T. mystax (cati) e T. malayiensis parasitam gatos;
3. T. vitulorum parasita bubalinos e bovinos
4. Toxascaris leonina parasita canídeos e felídeos domésticos e silvestres
24/04/2020
Etiologia e Epidemiologia
Locais de parasitismo: as larvas migram pelos tecidos; os adultos parasitam o
intestino delgado dos hospedeiros
Nome da doença: toxocaríase
Prevalência: variam de 5% a 80% entre os países e regiões, com maiores taxas em
filhotes com menos de 6 meses de idade
Etiologia e Epidemiologia
Outros hospedeiros de Toxocara spp.:
1. Hospedeiro acidental: humanos podem ser hospedeiros acidentais,
principalmente de T. canis, caracterizando uma zoonose
2. Hospedeiros paratênico: insetos, minhocas, répteis, roedores, ovinos, suínos,
outros mamíferos e aves podem ser hospedeiros paratênicos ao ingerir ovos
infectantes e larvas infectantes se abrigarem em seus tecidos
Nesses hospedeiros, Toxocara spp. não se reproduzem e não realizam seu ciclo
24/04/2020
Ciclo evolutivo (Período pré-patente: 4 a 5 semanas)
1. Os adultos copulam e os
ovos são eliminados nas
fezes
2. As larvas se desenvolvem
em L2 ou L3 infectante
dentro dos ovos em cerca
de 4 semanas
3. Animais com menos de 2
ou 3 meses de vida
ingerem os ovos
4. As larvas são liberadas no
intestino e penetram na
parede intestinal
5. As larvas migram via
sanguínea para o fígado ->
coração -> pulmões, onde
ocorre a segunda muda
6. As larvas migram pela
traqueia até a faringe, são
deglutidas e retornam ao
intestino, onde se
desenvolvem em adultos
1
2
3
4
5 6
Infecção por ingestão 
comum em animais 
com menos de 2 ou 3 
meses de vida
1. Os adultos copulam e os
ovos são eliminados nas
fezes
2. As larvas se desenvolvem
em L2 ou L3 infectante
dentro dos ovos em cerca
de 4 semanas
3. Animais com 3 meses de
vida ou mais ingerem os
ovos
4. As larvas são liberadas no
intestino e penetram na
parede intestinal
5. Via circulação sanguínea,
as larvas migram para
vários tecidos
6. Fígado, coração, pulmões,
cérebro, rins, parede do
trato gastrointestinal e
músculo esquelético
podem ser atingidos, onde
as larvas entram em
hipobiose
1
2
3
4
5
3
Ciclo evolutivo (Período pré-patente: variável)
Infecção por ingestão 
comum em animais 
com 3 ou mais meses 
de vida
6
24/04/2020
1. Nas cadelas prenhas, cerca
de 3 semanas antes do
parto, as larvas em
hipobiose podem ser
reativadas e migrar
2. As larvas podem
completar a migração
normal para pulmões,
onde ocorre a segunda
muda -> traqueia ->
faringe, onde são
deglutidas -> intestino
3. No intestino delgado, se
desenvolvem em adultos
e copulam, e produzem
um aumento transitório
na produção de ovos nas
semanas após o parto
2
3
Ciclo evolutivo (Período pré-patente: variável)
Reativação da 
infecção no 
pré-parto
1
1. Nas cadelas prenhas, cerca
de 3 semanas antes do
parto, as larvas em
hipobiose podem ser
reativadas e migrar
2. Pode haver transmissão
transplacentária, quando
as larvas migram até os
pulmões do feto, onde
sofrem mudas
3. No neonato, as larvas
migram para a traqueia ->
faringe, onde são
deglutidas -> intestino
4. No intestino delgado, se
desenvolvem em adultos
e copulam, e os ovos são
eliminados nas fezes
Obs.: não ocorre para
Toxocara mystax
2
3
4
Ciclo evolutivo (Período pré-patente: 2 a 3 semanas)
Reativação no pré-
parto seguida por 
transmissão 
transplacentária
1
24/04/2020
1. Nas cadelas prenhas, cerca
de 3 semanas antes do
parto, as larvas em
hipobiose podem ser
reativadas e migrar
2. Pode haver transmissão
transmamária, quando as
larvas migram até as
glândulas mamárias e são
excretadas no leite
3. Os filhotes lactentes se
infectam nas 3 primeiras
semanas de lactação
4. Neste caso, não há
migração, e as larvas se
desenvolvem em adultos,
copulam e produzem ovos
no intestino delgado
1
2
3
43
Ciclo evolutivo (Período pré-patente: 4 a 5 semanas)
Reativação no pré-
parto seguida por 
transmissão 
transmamária
1. Hospedeiros paratênicos
podem ingerir os ovos
com larvas infectantes no
ambiente
2. As larvas são liberadas no
intestino e penetram na
parede intestinal
3. Via circulação sanguínea,
as larvas migram para
vários tecidos
4. As larvas entram em
hipobiose até serem
ingeridas pelo hospedeiro
definitivo
5. Neste, ocorre o
desenvolvimento das
larvas em adultos,
aparentemente, sem
migração e restrito ao
trato gastrointestinal
2
3
1
1
Ciclo evolutivo (Período pré-patente: 4 a 5 semanas)
4
5
Infecção por

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