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1 Química Biológica Introdução ULBRA Curso de Química Prof. Hermes Luís N. de Amorim – hermes.amorim242@gmail.com Bibliografia sugerida Moran, Bioquímica – Caps 3 e 4 Voet, Bioquimica – Caps 4 e 8 INTRODUÇÃO À QUÍMICA BIOLÓGICA Química Biológica 2 Química Biológica é uma disciplina científica que abrange as áreas de química, biologia e física. Envolve a aplicação de técnicas químicas, ferramentas e análises e, muitas vezes, compostos produzidos pela química sintética, para o estudo e manipulação de sistemas biológicos. Químicos biólogos procuram usar princípios químicos para estudar e modular sistemas biológicos , eventualmente criando novas funções. A pesquisa feita por químicos biólogos está muito próxima e fortemente relacionada com a biologia celular e bioquímica. Química e a Origem da Vida Cosmos.A.Space.Time.Odyssey.S01E02.HDTV.x264.PROPER-LOL.mp4 3 Life is defined by its chemistry https://www.youtube.com/watch?v=tpBAmzQ_pUE Química Biológica O Plano de Ensino https://www.youtube.com/watch?v=tpBAmzQ_pUE https://www.youtube.com/watch?v=tpBAmzQ_pUE https://www.youtube.com/watch?v=tpBAmzQ_pUE https://www.youtube.com/watch?v=tpBAmzQ_pUE https://www.youtube.com/watch?v=tpBAmzQ_pUE https://www.youtube.com/watch?v=tpBAmzQ_pUE https://www.youtube.com/watch?v=tpBAmzQ_pUE https://www.youtube.com/watch?v=tpBAmzQ_pUE https://www.youtube.com/watch?v=tpBAmzQ_pUE Plano de Ensino_Química Biológica_2016-1.doc 4 Química Biológica Capítulo 1 Aminoácidos e Proteínas ULBRA Curso de Química Prof. Hermes Luís N. de Amorim – hermes.amorim242@gmail.com Bibliografia sugerida Moran, Bioquímica – Caps 3 e 4 Voet, Bioquimica – Caps 4 e 8 AMINOÁCIDOS E PROTEÍNAS Química Biológica 5 Introdução – Macromoléculas Biológicas Biopolímero Monômero Estrutura DNA/RNA nucleotídeos Proteína aminoácido Polissacarídeo carboidrato O NH2 R OH O H H H OH H OH H OH OH OH N O O OH P O OH P O O OH OH OH O O P N NH N NH2 O Introdução – Macromoléculas Biológicas Biopolímero Função DNA/RNA Manutenção, expressão e controle da informação genética/hereditária Proteína Estrutural, transporte, catálise, sinalização celular, etc Polissacarídeo Estrutural, armazenamento de energia, sinalização celular 6 O DNA codifica a informação sobre a síntese de proteínas (produto gênico) DNA RNA fenótipo proteína (a) Vagalume: enzima luciferase (catalisador da reação: luciferina + ATP) (b) Eritrócitos: hemoglina (transporte de oxigênio) (c) Chifre do rinoceronte: queratina (componente estrutural) Resumo das funções: Catalisadores; Elementos estruturais (colágeno) e sistemas contráteis; Armazenamento (ferritina); Veículos de transporte (hemoglobina); Hormônios; Anti-infecciosas (imunoglobulina); Enzimáticas (lipases); Nutricional (caseína); Agentes protetores. Funções das proteínas 7 NH2 C COOH R H carbono grupo carbóxigrupo amino cadeia lateral NH2 C COOH R H NH2 C COOH CH3 H R COOH NH2H R HOOC NH2 H exceto a glicina (R=H), todos os -aminoácidos são quirais alanina Proteínas são formadas por -aminoácidos Estereoisomerismo 8 http://pt.wikipedia.org/wiki/Amino%C3%A1cido Classificação dos aminoácidos: com grupos R apolares alifáticos glicina prolina alanina valina isoleucina leucina metionina 9 Classificação dos aminoácidos: com grupos R aromáticos tirosina fenilalanina triptofano Classificação dos aminoácidos: com grupos R polares não carregados serina cisteína treonina glutamina asparagina 10 Classificação dos aminoácidos: com grupos R básicos ou ácidos lisina histidina arginina glutamato aspartato Básicos Ácidos Lisina, um alfa-aminoácido básico C CNH3 + CH2 CH2 CH2 CH2 NH3 + O O - H cadeia lateral R básica grupo C (carboxi) terminal grupo N (amino) terminal 11 Aminoácidos menos comuns Presentes em proteínas Um aminoácido essencial é aquele que o organismo considerado (normalmente, o humano) não é capaz de sintetizar mas é requerido para o seu funcionamento. O organismo humano é incapaz de sintetizar cerca de metade dos vinte aminoácidos comuns. Obtidos através da dieta, pela ingestão de alimentos ricos em proteínas. Histidina, Isoleucina, Leucina, Lisina, Metionina, Fenilalanina, Treonina, Triptofano, Valina Aminoácidos essenciais 12 Constantes de dissociação de ácidos e bases fracas Dissociação Em pH fisiológico (~7,4), os grupos amino são protonados e os grupos carboxílicos assumem a forma de base conjugada (carboxilato) (íon dipolar) (íon dipolar) Ionização 13 Curvas de titulação No ponto central, a concentração do doador de prótons é igual a do aceptor de prótons – o valor numérico do pH é igual ao do pKa Exercício 1. O composto a seguir é derivado do fungo Amanita muscaria. Assim como muitos produtos naturais derivados de fungos, esse composto apresenta propriedades tóxicas e alucinóginas para seres humanos. a) Esse composto pode ser considerado um -aminoácido? b) Qual a sua carga molecular líquida em pH 6? Assumir os grupos COOH com pKa = 4 e NH3+ com pKa = 9 14 Ponto Isoelétrico (pI) refere-se ao pH em que um aminoácido, polipetídeo ou proteína tem uma carga líquida igual a zero (0) – e não conduz corrente elétrica Ponto Isoelétrico (pI) refere-se ao pH em que um aminoácido, polipetídeo ou proteína tem uma carga líquida igual a zero (0) – e não conduz corrente elétrica Para sistemas simples, o valor do pI pode ser calculado na seguinte forma: pI = (pKai + pKaj)/2 Por exemplo, para glicina que tem pKas de 2,35 e 9,78 pI = 6,06 Por exemplo, para ácido aspártico, que tem pKas de 2.0, 3.9 e 9.9 pI = (2+3,9)/2 = 2,95 Por exemplo, para o tripeptídeo asp-arg-ala, que tem pKas de 9.7 (alfa- amino), 3.9 (beta-carboxila do asp), 12.5 (guanidino) e 2.4 (carboxi-terminal) pI = (9.7+3.9)/2 = 6,8 15 Ponto Isoelétrico (pI) Titulação do glutamato glutamato Ponto Isoelétrico (pI) Titulação da lisina 16 Exercício 1. Desenhe as estruturas e classifique os aminoácidos Asp, Asn, Leu e Lys como neutro polar, neutro apolar, ácido ou básico. 2. Desenhe as estruturas dos aminoácidos Asp, Ans, Leu e Lys nos pHs 1,5, 7,0 e 12,8. Indique a carga líquida em cada pH. 17 Exercício 1. Cada grupo ionizável de um aminoácido pode existir em uma de duas formas: carregada ou neutra. A carga elétrica do grupo funcional é determinada pela relação de seu pKa com o pH da solução. Essa relação é descrita pela equação de Henderson-Hasselbach. a) A histidina tem três grupos funcionais ionizáveis. Escreva as equações de equilíbrio relevantes para as suas quatro ionizações e indique a constante de equilíbrio (pKa) apropriada para cada ionização. Escreva a estrutura da histidina em cada estado de ionização. Qual a carga líquida da molécula de histidina em cada estado de ionização? b) Escreva as estruturas dominantes dos estados de ionização da histidina em pH 1, 4, 8 e 12. Note que o estado de ionização pode ser determinado aproximadamente tratando-se independentemente cada grupo ionizável. c) Qual a carga líquida da histidina em pH 1, 4, 8 e 12? ESTRUTURA DE PROTEÍNAS Química Biológica 18 Níveis de organização de uma proteína Estrutura primária Estrutura secundária Estrutura terciária Estrutura quaternária Video https://www.youtube.com/watch?v=qBRFIMcxZNM Estrutura primária: ligação peptídica ligação peptídica pentapeptídeo (oligopeptídeo) dipeptídeo região amino terminal região carboxi terminal https://www.youtube.com/watch?v=qBRFIMcxZNM 19 Alanilglutamilglicilisina Grupos terminais: Grupos R ionizáveis: Carga líquidaem pH 7.0: L-Aspartil-L-fenilalanina metil éster (aspartame) Estrutura primária Exercício 1. Desenhe as fórmulas estruturais dos dois peptídeos possíveis de serem formados pela ligação entre uma tirosina e um ácido aspártico. Calcule o pI do peptídeo formado. Qual a carga líquida deste em pH 8,5? 2. Usando a abreviação de três letras, escreva as seqüências dos seis peptídeos que podem ser formados contendo uma fenilalanina, uma serina e uma isoleucina. 20 Estrutura primária Pontes de dissulfeto Estrutura primária da insulina Duas cadeias (A e B), três pontes de dissulfeto 21 Proteínas apresentam tamanhos variados Metaloproteína que contém ferro presente nos glóbulos vermelhos (eritrócitos) Permite o transporte de oxigênio pelo sistema circulatório. Tetrâmero composto de dois tipos de cadeias de globina. Existem duas cadeias de cada tipo (alfa e beta), sendo que um deles contém 141 aminoácidos e o outro contém 146 aminoácidos. Estrutura primária: hemoglobina (Hb) 22 Hemoglobina (Hb) Sequência de aminoácidos da subunidade beta Importância sequência de aminoácidos resíduo de ácido glutâmico (E) Exemplo: Anemia falciforme hemoglobina normal (Hb-A) Val-His-Leu-Thr-Pro-Glu-Glu-Lis... hemoglobina sickle cell (Hb-S) Val-His-Leu-Thr-Pro-Val-Glu-Lis... célula vermelha normal célula vermelha alterada glutamato valina Importância sequência de aminoácidos mutação 23 Ligação peptídica: graus de liberdade ligação peptídica As ligações peptídicas, com algumas exceções, assumem uma configuração trans: de forma que os sucessivos átomos Ca ficam em lados opostos da ligação peptídica que os mantêm ligados Estrutura primária: cis ou trans? Interferência estérica faz com que a configuração cis seja ~ 8 KJ.mol-1 menos estável que a conformação trans esta diferença de energia é um tanto menor em ligações peptídicas seguidas por um resíduo Pro (~ 10 % dos resíduos Pro em proteínas seguem uma ligação peptídica cis, enquanto que, de outro modo, ligações peptídicas cis são extremamente raras) 24 Exercício 1. Desenhe uma ligação peptídica em cis e identifique os grupos que sofrem interferência estérica. 2. Por estudos com raios-X de peptídeos cristalinos, Linus Pauling e Robert Corey concluíram que a ligação C-N na ligação peptídica é do tamanho intermediário (0,132 nm) entre uma ligação C-N simples típica (0,149 nm) e uma ligação dupla C=N (0,127 nm). Eles também concluíram que a ligação peptídica é planar, ou seja, todos os átomos ligados ao grupo C-N estão localizados em um único plano e que os dois carbonos a ligados ao C-N são sempre trans. a) O que indica que o comprimento da ligação C-N na ligação peptídica a respeito da sua força e da sua ordem de ligação, isto é, se ela é simples, dupla ou tripla? b) O que nos diz as observações de Pauling e Corey a respeito da facilidade de rotação ao redor da ligação peptídica C-N? Estrutura secundária 25 • A ligação C-N não possui liberdade para girar • As ligações N-C (F) e C-C (Y ) podem girar • Por convenção, as ligações F e Y são definidas como estando em 0o quando duas ligações peptídicas flanqueando o carbono a estão no mesmo plano Ângulos Phi e Psi permitidos: o gráfico de Ramachandran verde: regiões permitidas (exceto Gly e Pro) azul: regiões característiscas de estruturas secundárias (-hélices; folhas beta) 26 Interações entre átomos Entre átomos ligados •Ligaçõs iônicas (metal-não metal) •Ligações covalentes (O-H, C-H, pontes S-S, etc) Entre átomos não ligados •Pontes salinas (íon-íon) •Íon-dipolo •Van der Waals (apolares) •Ligações de hidrogênio Exercício 1. Considere as seguintes cadeias laterais funcionais e suas respectivas capacidades de interagir via ligações de hidrogênio. a) Em pH 6.0, quantas ligações de hidrogênio a cadeia lateral de um resíduo de ácido glutâmico pode DOAR? b) Em pH 8.0, quantas ligações de hidrogênio a cadeia lateral de um resíduo de histidina pode DOAR? c) Em pH 3.0, quantas ligações de hidrogênio a cadeia lateral de um resíduo de asparagina pode DOAR? 27 Sumário das interações em proteínas cadeia polipeptídica ponte de dissulfeto ligação de hidrogênio ligação iônica van der Waals Estruturas secundárias helicoidais se uma cadeia polipeptídica é torcida pela de forma regular em torno dos átomos C, ela assume uma conformação helicoidal uma hélice pode ser especificada por um número, n, de unidades peptídicas por volta de hélice e pelo seu passo, p, a distância que a hélice eleva-se, por volta, ao longo de seu eixo uma conformação particular pode possuir mais de uma forma transiente - ela deve ser mais que apenas permitida, ela deve ser estabilizada a “cola” que mantém as hélices polipeptídicas e outras estruturas 2ª unidas é, em parte, as ligações de hidrogênio 28 Estrutura secundária: o exemplo: a -hélice Estrutura secundária: o exemplo: a -hélice Cadeias laterais adjacentes Fatores que desestabilizam uma - hélice: •grupos carregados adjacentes •Asn, Ser, Thr e Cys próximos •aminoácidos formadores de torção, especialmente Gly e Pro 29 Tipos de hélice e padrão de ligações de hidrogênio Estrutura secundária: folhas beta pregueadas a conformação de folha pregueada possui ângulos f e y repetitivos que caem na região permitida do diagrama de Ramachandran utiliza as capacidade total no esqueleto polipeptídico para formar ligações de hidrogênio a ligação de hidrogênio ocorre entre cadeias polipeptídicas vizinhas ao invés de ocorrer dentro da própria cadeia, como ocorre com as a-hélices. folhas pregueadas ocorrem em duas variedades: folha pregueada antiparalela, na qual as cadeias polipeptídicas vizinhas ligadas por ligações de hidrogênio segue orientações opostas folha pregueada paralela, na qual as cadeias associadas por ligação de hidrogênio estão orientadas na mesma direção 30 Estrutura secundária: folhas beta anti-paralelas Estrutura secundária: folhas beta paralelas 31 Ângulos F e Y nos diferentes tipos estruturas secundárias Gráfico de ramachandran da enzima piruvato cinase (exceto Gly) 32 Estrutura tridimensional (3D) da hemoglobina Estrutura terciária Estrutura quaternária unidades : 141 aa; unidades : 146 aa 33 Modelos de representação da estrutura 3D modelo de varetas: mostra todos os átomos ligados por traços – cada átomo com uma cor modelo de traço: mostra somente os carbonos da cadeia principal ligados por traços cor: regiões vermelhas representam -hélices e regiões azuis representam folhas- ligante Representação 3D: código de cores Exemplo de convenção de cores empregada na identificação de aminoácidos O azul mostra átomos de nitrogênio. Este aqui pertence à cadeia principal polipeptídica O átomo em vermelho corresponde ao oxigênio cabonílco Os átomos de carbono de grupos metila ou metileno são geralmente representados em branco ou cinza O vermelho é usado para representar os átomos de oxigênio – neste caso, o oxigênio de uma hidroxila NH CH C CH2 OH O resíduo de tirosina resíduo de tirosina (os átomos de hidrogênio não estão representados) 34 Modelos de representação da estrutura 3D modelo de varetas modelo de fita: mostra a molécula esquematicamente, enfatizando as estruturas secundárias cor: regiões vermelhas representam -hélices e regiões azuis representam folhas- Modelos de representação da estrutura 3D modelo da superfície acessível ao solvente: mostra a superfície da molécula, enfatizando cavidades e fendas modelo de fita 35 Modelosde representação da estrutura 3D modelo da superfície acessível ao solvente cor: acessibilidade – quanto mais azul, menos acessível ao solvente modelo de varetas cor: fator B – quanto mais azul, menor flexibilidade Modelos de representação da estrutura 3D modelo da superfície acessível ao solvente modelo de volume atômico (preenchimento espacial): mostra cada átomo de acordo com o raio de van der Waals 36 Enovelamento proteico O efeito hidrofóbico substâncias apolares minimizam ao máximo seus contatos com a água interações hidrofóbicas são um determinante importante na estrutura das proteínas 37 Forças hidrofóbicas Hidropatia índice de combinação de entre tendências hidrofóbicas e hidrofílicas Índice de hidropaticidade para o quimotripsinogênio bovino Hidropatia para cadeias laterais Ile 4,5 Val 4,2 Leu 3,8 Phe 2,8 Cys 2,5 Met 1,9 Ala 1,8 Gly - 0,4 Thr - 0,7 Ser - 0,8 Trp - 0,9 Tyr - 1,3 Pro - 1,6 His - 3,2 Glu - 3,5 Gln - 3,5 Asp - 3,5 Ans -3,5 Lys - 3,9 Arg - 4,5 38 Enovelamento proteico Enovelamento proteico: desnaturação 39 Fim
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