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texto 02- Princípio da cooperação internacional -

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19/03/2020 Princípio da cooperação internacional - Jus.com.br | Jus Navigandi
https://jus.com.br/imprimir/26542/principio-da-cooperacao-internacional 1/22
Este texto foi publicado no Jus no endereço
https://jus.com.br/artigos/26542
Para ver outras publicações como esta, acesse
https://jus.com.br
Princípio da cooperação internacional
Princípio da cooperação internacional
Horácio Eduardo Gomes Vale
Publicado em 01/2014. Elaborado em 12/2013.
Cooperação internacional é o ato de mútua ajuda entre duas
ou mais Estados-Nação para a finalidade de um objetivo
comum, que pode ser das mais diversas espécies: políticos,
culturais, estratégicos, humanitários, econômicos.
1. Introdução. 2. Relações Internacionais. 3. Conceito de Cooperação.
4. Espécies de Cooperação. 5. Cooperação Internacional Tributária.
6. Conclusões. 7. Bibliografia.
1. INTRODUÇÃO.
Na lição de Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda, o Direito é um
sistema metódico de regras, orientado pela lógica e que satisfaz exigências de
coerência e de consistência. O direito, nesse contexto, é um dos vários processos
de adaptação social, como são a Religião, a Arte, a Política, a Economia e a
Ciência.
Ao analisar intrínseca e extrinsecamente as relações sociais que são timbradas
pela ordem jurídica, o renomado constitucionalista assevera:
https://jus.com.br/
https://jus.com.br/1387726-horacio-eduardo-gomes-vale/publicacoes
19/03/2020 Princípio da cooperação internacional - Jus.com.br | Jus Navigandi
https://jus.com.br/imprimir/26542/principio-da-cooperacao-internacional 2/22
“As regras jurídicas hão de construir sistema. Nenhuma regra jurídica é
sozinha, nenhuma é gota, ainda quando tenha sido o artigo ou parágrafo
único de uma lei. Cairia, como gota, no copo cheio de líquido colorido, e
a sua cor juntar-se-ia às das outras gotas que lá se pingaram, noutros
momentos. Essa exigência de sistematicidade do direito atende à
necessidade de coerência e consistência, na conduta humana, máxime
no que concerne à vida de relação. É sempre a conduta humana o objeto
da regra jurídica, ainda quando a sanção seja para reprovação da
conduta infringente (e.g., pena de morte), ou a conduta tenha de dar-se
diante de certos fatos, como o nascimento, a naturalização, o incêndio, a
inundação. Porque o direito é processo social de adaptação,
compreendem-se que os povos primitivos hajam tentado adaptar, por
esse processo, à vida social humana, animais e plantas, ou coisas,
inclusive punindo-os.”
Pela lição transcrita, percebe-se que a aplicação única e exclusiva do
ordenamento jurídico nacional é insuficiente para o atendimento do bem
comum, como quer o pórtico constitucional e certamente seriam frustrados
alguns dos objetivos da República Federativa do Brasil. Mostra-se necessária,
também, a aplicação de normas internacionais – instrumentos bi ou
multilaterais -, pois as relações que as nações travam entre si ultrapassam os
limites geográficos e são de importância social indiscutível. A proteção a bens
culturais ou ao patrimônio ambiental – afetando diversos países – é um
minúsculo exemplo da importância das normas internacionais e de sua
aplicação.
Para que o Estado possa atingir suas finalidades constitucionais, ele precisa
lançar mão de diversos mecanismos materiais. Nem sempre consegue fazer isso
sozinho, carecendo de uma operação conjunta, em parceria, numa aliança
denominada de cooperação.
Os próprios fins do Estado – promoção do bem-estar geral – presume-se que ele
deve agir com a assistência mútua de outros entes da mesma natureza ou de
natureza similar, com interesses convergentes. Seja no âmbito interno ou
externo, a cooperação apresenta-se como medida importante para o
desenvolvimento social. Hildebrando Accyoli pontua:
[1]
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“O principal, dentre os deveres morais dos Estados, é o de assistência
mútua, o qual se manifesta sob várias formas. Entre estas, podem citar-
se as seguintes: a) o abrigo concedido por um Estado, em seus portos, a
navios estrangeiros que, acossados pelo mau tempo ou avariados,
procuram refúgio; b) os socorros marítimos em caso de naufrágio,
incêndio a bordo, ou qualquer outro sinistro; c) a adoção de certas
medidas sanitárias, que impeçam a propagação de enfermidades; d) a
assistência e cooperação para a administração da justiça, tanto em
matéria civil, quanto em matéria penal, compreendendo-se nesta última
a adoção de medidas próprias para facilitar a ação social contra o
crime.”
O internacionalista Ian Brownlie não diverge sobre a necessidade de
associação dos Estados. Sua lição merece ser transcrita:
“Associações de Estados. Os Estados independentes podem estabelecer
formas de cooperação por acordo e numa base de igualdade. A base da
cooperação pode ser a constituição de uma organização internacional,
como as Nações Unidas ou como a Organização Mundial de Saúde. No
entanto, podem ser criadas, por meio de tratado ou costume, outras
estruturas para manter a cooperação.”
Já a doutrinadora Inez Breves Lopes ressalta que:
“As Nações Unidas estabelecem, ainda, como um dos seus objetivos,
conseguir a cooperação internacional dos Estados para resolver os
problemas internacionais de caráter econômico, social, cultural ou
humanitário, bem como promover e estimular o respeito aos direitos
humanos e às liberdades fundamentais de todas as pessoas (artigos 1º, §
3º e 55 da Carta de São Francisco). Para isso, criou a Comissão de
Direitos Humanos, que teve como objetivos iniciais, elaborar uma
declaração universal de direitos humanos, aprovada em 1948, e tratados
internacionais de caráter obrigatório. Dentre os principais
instrumentos, destacam-se a Convenção Internacional sobre Direitos
Civis e Políticos (CIDCP) e a Convenção sobre Direitos. Atualmente, eles
exercem papel primordial em procedimentos de implementação,
relatórios periódicos e arbitragem. Contudo, a verdadeira
institucionalização do direito internacional dos direitos humanos surge
somente com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada
pela Assembléia Geral das Nações Unidas, em 1948. Essa assembleia
reconhece a universalidade dos direitos humanos e cria um sistema
“onusiano” para promover e estimular o respeito aos direitos humanos e
às liberdades, sem distinção de raça, sexo, língua ou religião.”
[2]
[3]
[4]
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As nações, por mais desenvolvidas que possam ser, sempre necessitarão agir em
conjunto com outras nações, com objetivos e para fins sociais, políticos,
geográficos, ideológicos, econômicos e culturais convergentes. Se no âmbito
microssocial os homens podem ser considerados como seres gregários,
juntando-se a outros, no âmbito macrossocial o Estado também o é, por ser
representação dos povos.
2. RELAÇÕES INTERNACIONAIS.
É no artigo 4º da Constituição Federal que se encontram os princípios que regem
as relações internacionais da República Federativa do Brasil, quais sejam:
I – independência nacional;
II – prevalência dos direitos humanos;
III – autodeterminação dos povos ;
IV – não intervenção;
V – igualdade entre os Estados;
VI – defesa da paz;
VII – solução pacífica dos conflitos;
VIII – repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX – cooperação dos povos para o progresso da humanidade;
X – concessão de asilo político.
A cooperação dos povos para o progresso da humanidade, prevista no inciso IX e
que denominamos apenas de cooperação internacional, ocorre no âmbito de
pessoas jurídicas de direito internacional.
Comentando contextualmente a Constituição Federal, José Afonso da Silva
ensina que os princípios ordenadores das relações internacionais:
[5]
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“São os princípiosque regem a República Federativa do Brasil em suas
relações internacionais. Foi fonte de inspiração do texto, o art. 7º da
Constituição Portuguesa de 1976, n. 1. Reafirmam nossa independência,
nossa autodeterminação e não intervenção nos nossos assuntos.
Reconhecem-se no rol dos princípios consagrados no art. 4º quatro
inspirações (a) uma nacionalista, nas idéias de independência nacional
(inciso I) de autodeterminação dos povos (inciso III) e de não
intervenção (inciso IV) e de igualdade entre os Estados (inciso V); (b)
outra internacionalista nas idéias de prevalência dos direitos humanos
(inciso II) e de repúdio ao terrorismo e ao racismo (inciso VIII) ; (c)
uma pacifista nas idéias de defesa da paz (inciso VI), de solução pacífica
dos conflitos (inciso VII) e na concessão de asilo político (inciso) X; (d)
uma orientação comunitária, nas idéias de cooperação entre os povos
para o progresso da Humanidade (inciso IX) e na formação de
comunidade latino americana (parágrafo único).”
Alexandre Sturion De Paula entende que:
“O Constituinte brasileiro erigiu dez princípios de relações
internacionais que devem ser hermeneuticamente estudados e aplicados
com o escopo de atingir a meta prevista no citado parágrafo único,
mesmo sem a aprovação da relevante substituição então proposta. Os
princípios são: I - independência nacional; II - prevalência dos direitos
humanos; III - autodeterminação dos povos; IV - não-intervenção; V -
igualdade entre os Estados; VI - defesa da paz; VII - solução pacífica dos
conflitos; VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo; IX - cooperação
entre os povos para o progresso da humanidade; X - concessão de asilo
político. Estes consistem verdadeiros desafios das relações
internacionais rumo a efetiva implantação de um comunidade latino-
americana de nações.” [7]
Completa o internacionalista Antônio Augusto Cançado Trindade a questão
dos princípios das relações internacionais, agora sob o foco das Organizações das
Nações Unidas. Ouçamo-lo:
[6]
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“Os trabalhos que culminaram na adoção, pela Assembléia Geral das
Nações Unidas, aos 24 de outubro de 1970, da “Declaração Relativa aos
Princípios do Direito Internacional Regendo as Relações Amistosas e
Cooperação entre os Estados Conforme a Carta da ONU” constituem
exemplo dos mais pujantes da formação e consagração dos princípios do
direito internacional contemporâneo. Uma reavaliação atual das
chamadas “fontes” do direito internacional estaria incompleta se não
levasse em conta os trabalhos conducentes à Declaração de 1970. Já em
1945, os participantes da Conferência de San Francisco lograram inserir
no texto definitivo da Carta da ONU (art. 2) sete princípios
fundamentais do direito internacional (infra); quatro anos depois, a
Comissão de Direito Internacional da ONU concluía e apresentava o seu
projeto de declaração sobre os direitos e deveres dos Estados
reconhecendo (ainda que sem o sucesso almejado) outros princípios.
Obteve-se enorme progresso com o processo de redação, com êxito, da
Declaração de 1970, em que se procedeu a um exame cuidadoso do
desenvolvimento do direito internacional nas duas décadas e meia que
se seguiram à Conferência de San Francisco.”[8]
Entrementes, o caput do artigo 4º da Constituição Federal também deve ser lido
com observância de outros dispositivos constitucionais, quais sejam:
(a) norma que impõe à República Federativa do Brasil buscar uma integração
econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à
formação de uma comunidade latino-americana de nações - parágrafo único, do
artigo 4º;
(b) direitos e garantias expressos na Constituição Federal não excluem outros
decorrentes do regime e dos princípios por ela adotados, ou dos tratados
internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte - § 2º, do
artigo 5º;
(c) compete à União manter relações com os Estados Estrangeiros e participar de
organizações internacionais – inciso I, artigo 21; destarte, dentro de tais das
competências constitucionais encontra-se a de celebrar de tratados
internacionais ;
(d) compete privativamente à União legislar sobre comércio exterior, emigração
e imigração – incisos VIII e XV, do artigo 22;
(e) a Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios da
legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência – artigo 37,
caput;
(f) a Administração Pública deverá obediência aos princípios da legitimidade,
economicidade e ao controle externo – artigo 70;
[9]
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(g) compete ao Presidente da República celebrar atos internacionais, sujeito a
referendo do Congresso Nacional – inciso VIII, do artigo 84;
(h) compete exclusivamente ao Congresso Nacional resolver definitivamente
sobre atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao
patrimônio nacional – inciso I, artigo 49.
Os valores, normas e princípios acima elencados devem estar presentes, em
maior ou menor medida, em todos os atos internacionais em que o Brasil faça
parte, para que as cooperações sejam legítimas e que o Brasil possa ser bem
representado.
Assim, a juridicidade é valor ínsito a todo e qualquer ato jurídico e, por
representar a prática de um ato jurídico, a cooperação não dispensa a
observância de tais parâmetros.
3. CONCEITO DE COOPERAÇÃO.
Cooperar (co+operar) é o atuar conjunto de duas ou mais pessoas para
atingimento de uma finalidade comum, com benefícios para todas as partes
envolvidas. As operações a serem empreendidas devem estar inclusas no âmbito
de competência legal ou finalidade de cada ente cooperador.
Nessa contextura, cooperação internacional é o ato de mútua ajuda entre duas ou
mais Estados-Nação para a finalidade de um objetivo comum, que pode ser das
mais diversas espécies: políticos, culturais, estratégicos, humanitários,
econômicos.
4. ESPÉCIES DE COOPERAÇÃO.
Abarcado o conceito de cooperação, importa classificar as espécies existentes.
Como é sabido, não existem classificações certas ou incorretas, mas apenas
classificações úteis ou inúteis.
Destarte, a cooperação pode ser classificada em:
I – cooperação nacional. A cooperação pode operar-se apenas entre entes
nacionais, isto é, entre pessoas jurídicas de direito público ou privado interno,
pessoas físicas, ou sociedades empresárias ou entes despersonalizados sujeitos à
legislação nacional e com sede no país. Embora não seja corriqueiro, não há
nenhuma norma, ao nosso conhecimento, que vede a participação de pessoas
físicas em um polo da cooperação.
II - cooperação internacional. Dá-se a cooperação internacional no âmbito de
pessoas jurídicas de direito internacional. A cooperação internacional cresce a
cada dia, inclusive para além da figura do Estado-Nação, tendo em vista a
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importância de organizações não-governamentais. A cooperação
internacional pode ter por objeto algum bem jurídico ou atividade ligada aos
mais diversos ramos jurídicos: penal, administrativo, processual, trabalhista,
tributário, previdenciário, dentre tantos outros. Invocando os ensinamentos de
Arnaldo Süssekind, o internacionalista Celso D. Albuquerque Melo
ressalta a riqueza do Direito Internacional para proteger bens e valores tão caros
à sociedade:
“Vamos agora abrir um parênteses sobre o DI do Trabalho que nas
palavras de ARNALDO SÜSSEKIND, é "o capítulo do DIP que trata da
proteção do trabalhador, seja como parte de um contrato de trabalho,
seja como ser humano, com a finalidade de: a) universalizar os
princípios de justiça social; b) incrementar a cooperaçãointernacional
para proteger o trabalhador". A Declaração de Filadélfia da OIT (1944)
afirma: que o trabalho não é mercadoria; b) direito dos seres humanos
de perseguirem o seu bem-estar material; c) proporcionar emprego; d)
facilitar a formação profissional; e) assegurar o direito de ajustes
coletivos; f) incentivar a cooperação entre empregados e empregadores.
”
III - cooperação bilateral. Condição sine qua non para que ocorra uma
cooperação é que ela se opere entre duas pessoas ou instituições, no mínimo. O
contrário seria a consagração de verdadeira contradictio in terminis.
IV - cooperação plurilateral. Ocorre quando a cooperação se estabelece entre
mais de duas pessoas.
V - cooperação judiciária. A cooperação judiciária é a que se desenvolve para
atender a uma demanda judicial. Pode se processar com fins de produção de atos
jurídico-processuais, como os relacionados à atividade de conhecimento
(transformando fatos em direitos, ao se produzir uma prova) ou executórios
(transformação do direito em fatos, ao transformar a sentença prolatada em atos
materiais e concretos). Um dos motivos para que ocorra a cooperação judiciária
é o de evitar a invasão de um Estado na esfera jurídica de outro, com clara
violação aos princípios da soberania nacional e da igualdade .
A cooperação judiciária internacional, segundo ensina Celso D. de
Albuquerque Mello consiste no constante diálogo e deve incluir, além das
partes e o magistrado, também os representantes do países cooperantes.
“Ademais, a interação entre as partes e o magistrado, por meio do
necessário diálogo sobre todos os atos e fatos componentes do processo,
acaba por ampliar o quadro de análise, reduzindo demasiadamente o
risco de opiniões preconcebidas e, por conseguinte, beneficiando a
construção de um juízo mais aberto e ponderado.”
[10]
[11]
[12]
[13]
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Neste aspecto, ganha dia após dia mais realce a cooperação judiciária
internacional para repressão de ilícitos, em especial os relacionados ao tráfico de
entorpecentes, de armas, seres humanos e partes do corpo, lavagem de dinheiro.
A referida temática não é estranha ao âmbito do Supremo Tribunal Federal, que
assim apreciou a questão no processo extradicional 633:
"A essencialidade da cooperação internacional na repressão penal aos
delitos comuns não exonera o Estado brasileiro - e, em particular, o STF
- de velar pelo respeito aos direitos fundamentais do súdito estrangeiro
que venha a sofrer, em nosso Pais, processo extradicional instaurado
por iniciativa de qualquer Estado estrangeiro. O fato de o estrangeiro
ostentar a condição jurídica de extraditando não basta para reduzi-lo a
um estado de submissão incompatível com a essencial dignidade que lhe
é inerente como pessoa humana e que lhe confere a titularidade de
direitos fundamentais inalienáveis, dentre os quais avulta, por sua
insuperável importância, a garantia do due process of law. Em tema de
direito extradicional, o STF não pode e nem deve revelar indiferença
diante de transgressões ao regime das garantias processuais
fundamentais. É que o Estado brasileiro - que deve obediência irrestrita
à própria Constituição que lhe rege a vida institucional- assumiu, nos
termos desse mesmo estatuto político, o gravíssimo dever de sempre
conferir prevalência aos direitos humanos (art. 4°, lI) "
No que diz respeito à cooperação entre os povos, o STF já decidiu:
"Carta rogatória - Colaboração - Inexistência de tratado. A inexistência
de tratado entre o país no qual situada a Justiça rogante e o Brasil não
obstaculiza o cumprimento de carta rogatória, implementando-se atos a
partir do critério da cooperação internacional no combate ao crime C.)"
(CR-AgR 9854/UK - Reino Unido da Grã-Bretanha e da Irlanda do
Norte, ReI. Min. Marco Aurélio, j. 28.05.2003, DJ 27.06.2003).”
VI - cooperação administrativa. A cooperação administrativa é advinda de um
conceito residual, isto é, tudo aquilo que não se operar numa cooperação
judiciária está inserta na cooperação administrativa.
VII – cooperação processual. Os agentes do processo – administrativo ou judicial
– devem agir de forma leal, dialética e em verdadeiro jogo que possui regras
limpas e claras sobre como ele desenvolve. É o fair play. Aliás, o Código de
Processo Civil indica que é dever de cada parte comportar-se de maneira
adequada, leal e cooperativa, encontrando-se tal dever estampado
exemplificativamente no artigo 14, incisos I e II do Código de Processo Civil, e
artigo 265 do Código de Processo Penal .
[14]
[15]
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VIII – cooperação técnica. Opera-se cooperação técnica quando uma das partes
envolvidas na cooperação, ou mais de uma no caso de cooperação plurilateral,
faz transferência de alguma espécie de tecnologia, conhecimento ou know-how
de que é titular ou auxílio técnico. A cooperação, neste sentido, pode ocorrer de
forma gratuita, sem qualquer espécie de pagamento ou, ainda, de maneira
onerosa.
IX – cooperação financeira. Ocorre tal espécie de cooperação financeira quando
uma parte recebe valores ou dinheiros para que desenvolva determinadas
atividades para o atingimento de um objetivo comum ou humanitário.
Normalmente ocorre acompanhamento concomitante ao cumprimento da
avença e posterior prestação de contas.
X – cooperação técnico-científica. As nações ou instituições internacionais
buscam solução para problemas técnicos ou científicos unindo esforços e
conhecimento de ambas as partes. Destarte, a cooperação técnico-científica
ocorre quando há interesse conjunto na pesquisa, desenvolvimento e inovação
em determinado segmento do conhecimento humano, para alavancar as
economias envolvidas e o progresso social.
XI – cooperação humanitária. A cooperação entre Estados pode ter finalidade
humanitária, no sentido de auxiliar países ou comunidades que atravessam
dificuldades de diversas naturezas, como fome, catástrofes naturais, miséria
extrema . Nesse contexto, Marilda Rosado de Sá Ribeiro pondera que:
“A cooperação pode ser vista como um ideal, guardando analogia com a
evolução ocorrida nos princípios aplicáveis à proteção dos direitos
humanos. A análise dos Direitos do Homem feita por NORBERTO
BOBBIO assume, em determinado momento, a perspectiva de uma
filosofia da história. Trata-se de colocar o sentido diante de um evento
ou série de eventos, segundo uma concepção finalística e teleológica da
história, como algo orientado para um fim, para um telos. Se o homem é
considerado um animal teleológico, que atua em função de finalidades
projetadas para o futuro, há uma problemática transposição do nível do
indivíduo para o da humanidade, como um todo, permitindo que se
plasme uma história que é, na formulação kantiana, não uma história
cognoscitiva, mas uma história cuja função é aconselhadora, exortativa
ou sugestiva.”
XII – cooperação cultural. Ocorre tal espécie de cooperação para que haja
divulgação, promoção ou propagação de elementos culturais. Assim ocorre
quando há exposição de galeria de artes ou a promoção de um evento cultural.
Celso Albuquerque D. de mello ensina que:
[16]
[17]
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https://jus.com.br/imprimir/26542/principio-da-cooperacao-internacional 11/22
“A UNESCO, em 1972, concluiu uma convenção para a proteção do
"patrimônio mundial, cultural e natural" visando estabelecer princípios
para uma cooperação entre os Estados. São considerados patrimônio
cultural: obras arquitetônicas, escultura, pintura, etc. O patrimônio
natural é composto por "monumentos naturais constituídos por
formações físicas e biológicas" apresentando valor universal excepcional
seja do "ponto de vista estético ou científico" . Ou ainda o habitat de
espécies animais e vegetais ameaçadas de desaparecimento,etc. Os
Estados devem proteger estes patrimônios. A convenção prevê a criação
de uma Assembléia Geral e um Comitê Intergovernamental de proteção
do patrimônio cultural e natural de valor universal excepcional. O
Comitê deverá elaborar uma lista do patrimônio mundial e outra lista
do patrimônio mundial em perigo. É criado um fundo para a proteção
do patrimônio mundial.”
XIII – cooperação econômica. Em razão de alguns países passarem por fortes
privações materiais, em razão de causa de várias naturezas, ergue-se a
cooperação econômica para ajuda material. Tal espécie de cooperação também
tem como pontos de contato a soberania, a igualdade e a coexistência pacífica
dos Estados-Nação.
A cooperação econômica tem certa semelhança com a cooperação humanitária,
uma vez que ambas as espécies tem por escopo proporcionar o bem-estar da
sociedade de determinado Estado-nação que encontra-se temporariamente
impedido de suprir com suas próprias forças as necessidades materiais de que
carece.
“A cooperação financeira entre os Estados não se limita ao FMI, que dá
auxílio financeiro aos Estados com a finalidade de dar ao Estado uma
estabilidade financeira. A mencionada cooperação se estende também
aos Bancos Centrais, sendo que no século XIX os da França e da
Inglaterra já se auxiliavam em momentos excepcionais, sob a forma de
envio de ouro. Atualmente esta é feita, por exemplo, por meio de
acordos de troca ("swap"), que é a venda de moeda nacional, com o
compromisso de recomprá-la a termo (o prazo é em geral de três meses)
a um câmbio fixado previamente. Em 1930, dentro do Plano YOUNG,
foi criado o Banco Internacional de Pagamentos (Banco Internacional
de Compensação). Foram seus fundadores: Alemanha, Bélgica, França,
Grã-Bretanha, Itália, Japão e Suíça. Este é uma sociedade anônima
submetida ao direito suíço com várias categorias de acionistas: a)
bancos centrais; b) bancos norte-americanos que participaram da sua
criação; c) estabelecimentos financeiros de terceiros países; d)
particulares que adquiriram ações vendidas pelos anteriores ao público.
Estes últimos são muito poucos. A sua finalidade é efetuar pagamentos
financeiros que lhe foram confiados por acordos específicos. A sua sede
é em Bâle.” 
[18]
[19]
[20]
19/03/2020 Princípio da cooperação internacional - Jus.com.br | Jus Navigandi
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A relação de espécies de cooperação internacional acima alinhada é um exemplo
claro da importância do instituto para o cenário internacional e para o
desenvolvimento das nações.
 
5. COOPERAÇÃO INTERNACIONAL TRIBUTÁRIA.
Seguindo diretrizes internacionais estabelecidas pela OCDE, os Estados devem
adotar medidas eficazes para o fim de evitar a ocorrência de lavagem de dinheiro
decorrentes da prática de crimes de tráfico de armas, entorpecentes e de seres
humanos, dentre tantos outros ilícitos.
Visando dar visibilidade dos atos praticados em âmbito internacionais, em
especial da tributação das rendas que circulam nos países, impositivo se mostra
o cumprimento de regras e normas ligadas à transparência fiscal
internacional e um dos modos de efetivá-la é através da cooperação
internacional tributária.
A cooperação em matéria tributária envolve a transferência de informações sobre
operações passíveis de fiscalização ou exação tributária incidente sobre
transações de pessoas físicas ou jurídicas; a cooperação internacional tributária
abarca atividades e pessoas. Os professores Antônio de Moura Borges e
Laila José Antonio Khoury ressaltam que:
“O nível mais estreito de cooperação internacional foi instaurado no
âmbito do Grupo dos Quatro, criado em 1970 e formado pelos
Estados Unidos, França, Alemanha Ocidental e Reino Unido.
Esses Estados reuniram-se e decidiram adotar alguns procedimentos
pautados na ajuda recíproca para controlar, de forma coordenada, a
legalidade dos negócios operados pelos contribuintes.”
Na temática de cooperação internacional tributária, não se pode perder de vistas
que a Divisão de Atos Internacionais do Ministério da Justiça é responsável pelos
ajustes para implementação das cooperações internacionais em matéria
tributária.
Duas Convenções Internacionais sobre cooperação internacional tributária são
de importância indiscutível.
A primeira delas é a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, texto
adotado pela Assembleia Geral, em 31 de outubro de 2003 e firmada pelo Brasil
em 9 de dezembro de 2003, foi editado o Decreto 5687, de 31 de janeiro de 2006.
Podem ser apontadas como causas para a celebração da referida Convenção
diversos fatores, dentre os quais:
[21]
[22]
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I - gravidade dos problemas e com as ameaças decorrentes da corrupção, para a
estabilidade e a segurança das sociedades, ao enfraquecer as instituições e os
valores da democracia, da ética e da justiça e ao comprometer o desenvolvimento
sustentável e o Estado de Direito;
II - a existência de vínculos entre a corrupção e outras formas de delinquência,
em particular o crime organizado e a corrupção econômica, incluindo a lavagem
de dinheiro;
III - ocorrência de casos de corrupção que penetram diversos setores da
sociedade, os quais podem comprometer uma proporção importante dos
recursos dos Estados e que ameaçam a estabilidade política e o desenvolvimento
sustentável dos mesmos;
IV - o fato de que a corrupção deixou de ser um problema local para converter-se
em um fenômeno transnacional que afeta todas as sociedades e economias, faz-
se necessária a cooperação internacional para preveni-la e lutar contra ela;
V - necessidade de um enfoque amplo e multidisciplinar para prevenir e
combater eficazmente a corrupção;
VI - disponibilidade de assistência técnica pode desempenhar um papel
importante para que os Estados estejam em melhores condições de poder
prevenir e combater eficazmente a corrupção, entre outras coisas, fortalecendo
suas capacidades e criando instituições;
VII - o enriquecimento pessoal ilícito pode ser particularmente nocivo para as
instituições democráticas, as economias nacionais e o Estado de Direito;
VIII - prevenção, detecção e dissuasão com maior eficácia as transferências
internacionais de ativos adquiridos ilicitamente e a fortalecer a cooperação
internacional para a recuperação destes ativos;
IX - reconhecimento da necessidade de que os princípios fundamentais do
devido processo nos processos penais e nos procedimentos civis ou
administrativos sobre direitos de propriedade;
X - necessidade de prevenção e que a erradicação da corrupção são
responsabilidades de todos os Estados e que estes devem cooperar entre si, com
o apoio e a participação de pessoas e grupos que não pertencem ao setor público,
como a sociedade civil, as organizações não-governamentais e as organizações de
base comunitárias, para que seus esforços neste âmbito sejam eficazes; 
XI - existência também os princípios de devida gestão dos assuntos e dos bens
públicos, equidade, responsabilidade e igualdade perante a lei, assim como a
necessidade de salvaguardar a integridade e fomentar uma cultura de rechaço à
corrupção.
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No intuito de encorajar a adesão de mais países no combate aos crimes
internacionais, restou elogiado o trabalho realizado por outras organizações
internacionais e regionais nesta esfera, incluídas as atividades do Conselho de
Cooperação Aduaneira (também denominado Organização Mundial de
Aduanas), o Conselho Europeu, a Liga dos Estados Árabes, a Organização de
Cooperação e Desenvolvimento Econômicos, a Organização dos Estados
Americanos, a União Africana e a União Europeia.
A segunda Convenção Internacional importante na temática é a Convenção
Interamericana contra a Corrupção, aprovada pela Organização dos EstadosAmericanos em 29 de março de 1996 e representa o esforço conjunto dos
Estados-Nação contra a corrupção, fato criminoso que desconhece culturas e
fronteiras.
A aludida Convenção é um reforço do convênio internacional relativo à luta
contra os atos de corrupção no qual estão envolvidos funcionários das
Comunidades Europeias e dos Estados Partes da União Europeia, aprovado pelo
Conselho da União Europeia em 26 de maio de 1997, o Convênio sobre a luta
contra o suborno dos funcionários públicos estrangeiros nas transações
comerciais internacionais, aprovado pelo Comitê de Ministros do Conselho
Europeu em 27 de janeiro de 1999, o Convênio de direito civil sobre a corrupção,
aprovado pelo Comitê de Ministros do Conselho Europeu em 4 de novembro de
1999 e a Convenção da União Africana para prevenir e combater a corrupção,
aprovada pelos Chefes de Estado e Governo da União Africana em 12 de julho de
2003. 
Foram colocadas como finalidades da referida Convenção internacional:
I - promover e fortalecer as medidas para prevenir e combater mais eficaz e
eficientemente a corrupção;
II - promover, facilitar e apoiar a cooperação internacional e a assistência técnica
na prevenção e na luta contra a corrupção, incluída a recuperação de ativos;
III - promover a integridade, a obrigação de render contas e a devida gestão dos
assuntos e dos bens públicos
No cumprimento do referido instrumento internacional, não será colocada em
risco a manutenção da soberania de cada país envolvido, uma vez que os
Estados-Partes cumprirão suas obrigações em consonância com os princípios de
igualdade soberana e integridade territorial dos Estados, assim como de não
intervenção nos assuntos internos de outros Estados.
No trato da implementação da referida convenção existem as medidas para
prevenção à lavagem de dinheiro. O artigo 14 dispõe:
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“Garantirá que as autoridades de administração, regulamentação e
cumprimento da lei e demais autoridades encarregadas de combater a
lavagem de dinheiro (incluídas, quando seja pertinente de acordo com a
legislação interna, as autoridades judiciais) sejam capazes de cooperar e
intercambiar informações nos âmbitos nacional e internacional, de
conformidade com as condições prescritas na legislação interna e, a tal
fim, considerará a possibilidade de estabelecer um departamento de
inteligência financeira que sirva de centro nacional de recompilação,
análise e difusão de informação sobre possíveis atividades de lavagem
de dinheiro.”
Nesse contexto, os Estados-Partes considerarão a possibilidade de aplicar
medidas viáveis para detectar e vigiar o movimento transfronteiriço de efetivo e
de títulos negociáveis pertinentes, sujeitos a salvaguardas que garantam a devida
utilização da informação e sem restringir de modo algum a circulação de capitais
lícitos. As referidas medidas poderão incluir a exigência de que os particulares e
as entidades comerciais notifiquem transferências de quantidades elevadas de
efetivos e de títulos negociáveis pertinentes.
Os Estados-Partes também poderão considerar a possibilidade de aplicar
medidas apropriadas e viáveis para exigir às instituições financeiras, incluídas as
que remetem dinheiro, que:
I - incluam nos formulários de transferência eletrônica de fundos e mensagens
conexas informação exata e válida sobre o remetente;
II - mantenham essa informação durante todo o ciclo de operação;
III - examinem de maneira mais minuciosa as transferências de fundos que não
contenham informação completa sobre o remetente.
As Autoridades Centrais dos Estados fornecer-se-ão mutuamente, a título de
cooperação judicial, e desde que não se oponham às disposições de sua ordem
pública, informações em matéria civil, comercial, trabalhista, administrativa e de
direito internacional privado, sem despesa alguma.
6. CONCLUSÕES.
Nenhum país, por mais desenvolvido que seja, pode abster-se do relacionamento
cooperativo com outro Estado-Nação, a fim de buscar soluções para problemas
comuns ou que atravessem ou que pretendam evitar. Também mostra-se potente
a cooperação internacional para a promoção de bens comuns que ultrapassem as
fronteiras de um país, como, por exemplo, a cooperação internacional ligada à
proteção do meio ambiente e ao patrimônio cultural.
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Nesse contexto, a República Federativa do Brasil tem por princípio a cooperação
internacional para o progresso da humanidade e há diretriz constitucional que
impõe à República Federativa do Brasil buscar uma integração econômica,
política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de
uma comunidade latino-americana de nações. Assim, a cooperação internacional
visa a solucionar problemas sociais, políticos, geográficos, ideológicos,
econômicos e culturais.
Ligada à solução de problemas jurídicos, a cooperação internacional em matéria
tributária envolve a transferência de informações sobre operações passíveis de
fiscalização ou exação tributária incidentes sobre transações de pessoas físicas ou
jurídicas.
Seja de que espécie for, a cooperação internacional é uma ferramenta que deve
ser utilizada cada vez mais, para o desenvolvimento das nações e para o
fortalecimento de culturas e valores humanitários.
7. BIBLIOGRAFIA.
ACIOLY, Hildebrando. Tratado de Direito Internacional Público. Volume I. São
Paulo/SP : Editora Quartier Latin, 2009.
BORGES, Antonio de Moura. KHOURY, Laila José Antonio. A Troca de
Informações no Âmbito de Tratados Internacionais Sobre Matéria Tributária.
Publicado nos Anais do XVII Congresso Nacional do CONPEDI. Brasília/DF, 20-
22/11/2008.
BRASIL, Supremo Tribunal Federal, Extradição 633, ReI. Min. Celso de Mello, j.
28/8/1996, DJ 6/4/2001.
BROWNLIE, Ian. Princípios de Direito Internacional Público. Lisboa/Portugal :
Editora Fundação Calouste Gulbenkian, 1997.
LOPES, Inez. Breves Considerações sobre os Princípios Constitucionais das
Relações Internacionais. Consilium - Revista Eletrônica de Direito, Brasília/DF,
n.3, v.1 jan/abr de 2009.
MELLO, Celso D. de Albuquerque. Direito Constitucional Internacional. 2ª
edição, revista. Rio de Janeiro/RJ : Editora Renovar, 2000.
______. Curso de Direito Internacional Público. Volume I. 15ª edição: revista e
ampliada. Rio de Janeiro/RJ : Editora Renovar, 2004.
______. Curso de Direito Internacional Público. Volume II. 15ª edição: revista e
ampliada. Rio de Janeiro/RJ : Editora Renovar, 2004.
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PAULA, Alexandre Sturion de. A principiologia das relações
internacionais brasileiras como óbice à formação de uma
comunidade latino-americana (http://jus.com.br/artigos/6211) . Acessado
em: http://jus.com.br/artigos/6211, aos 6/12/2009.
PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Comentários à Constituição de
1967, Vol. I (arts. 1º - 7º). São Paulo/SP : Editora Revista dos Tribunais, 1967.
RIBEIRO, Marilda Rosado de Sá. Princípio da Cooperação no Direito
Internacional. Texto inserto da obra coletiva intitulada: Dicionário de Princípios
Jurídicos. Coordenação: Ricardo Lobo Torres, Flávio Galdino, Eduardo Takemi
Kataoka. Supervisão: Sílvia Faber Torres. Rio de Janeiro/RJ : Editora Elsevier,
2011.
SILVA, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição. São Paulo/SP :
Malheiros Editores, 2005.
TRINDADE, Antônio Augusto Cançado. Princípios do Direito Internacional
Contemporâneo. Brasília/DF| : Editora Universidade de Brasília, 1981.
VEGAS JÚNIOR, Walter Rosati. O princípio da cooperação e as questões
de ordem pública. Uma visão da garantia do contraditório
(http://jus.com.br/artigos/10261) . Acessado em: http://jus.com.br/artigos/10261,
aos 26/8/2010.
NOTAS
 PONTES DE MIRANDA,Francisco Cavalcanti. Comentários à Constituição de
1967, Vol. I (arts. 1º - 7º). São Paulo : Editora Revista dos Tribunais, 1967, p. 39.
 ACIOLY, Hildebrando. Tratado de Direito Internacional Público. Volume I.
São Paulo : Quartier Latin, 2009, pp. 314-315.
 BROWNLIE, Ian. Princípios de Direito Internacional Público.
Lisboa/Portugal : Fundação Calouste Gulbenkian, 1997, p. 89.
 LOPES, Inez. Breves. Considerações sobre os Princípios Constitucionais das
Relações Internacionais. Consilium - Revista Eletrônica de Direito, Brasília n.3,
v.1 jan/abr de 2009, pp. 4-5.
 “A resolução da Assembléia Geral da ONU sobre as relações amigáveis e a
cooperação entre os Estados conforme a Carta das Nações Unidas (1970)
determina: " O princípio de igualdade soberana dos Estados Em particular, a
igualdade soberana compreende os elementos seguintes: a) Os Estados são
juridicamente iguais; b) Cada Estado goza dos direitos inerentes a plena
soberania.....” MELLO, Celso D. de Albuquerque. Direito Constitucional
Internacional. 2ª edição, revista. Rio de Janeiro : Renovar, 2000, p. 131.
[1]
[2]
[3]
[4]
[5]
http://jus.com.br/artigos/6211
http://jus.com.br/artigos/10261
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 SILVA, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição. São Paulo :
Malheiros Editores, 2005, p. 50. [Destaques acrescidos].
 PAULA, Alexandre Sturion de. A principiologia das relações internacionais
brasileiras como óbice à formação de uma comunidade latino-americana.
Acessado em: http://jus.com.br/artigos/6211, aos 6/12/2009.
 TRINDADE, Antônio Augusto Cançado. Princípios do Direito Internacional
Contemporâneo. Brasília : Editora Universidade de Brasília, 1981, pp. 51-52.
 “Em 1967, foi concluído um tratado sobre "os princípios que regerão as
atividades dos Estados na exploração e utilização do espaço exterior, inclusive a
Lua e outros corpos celestes", que estipula princípios semelhantes ao da citada
Declaração: a) a exploração e utilização do espaço, bem como dos corpos
celestes, deve ser feita no interesse da Humanidade; b) todos os Estados podem
explorá-los em pé de igualdade e com liberdade de acesso a eles; c) os Estados
deverão cooperar mutuamente na sua exploração; d) eles não poderão ser objeto
de reivindicação de nenhum Estado; e) a exploração e utilização deverá ser feita
conforme o Dl e a Carta da ONU, visando a manutenção da paz e segurança
internacionais; f) no espaço exterior e nos corpos celestes não serão colocadas
armas nucleares, nem armas de destruição em massa. A sua utilização terá
exclusivamente fins pacíficos. Não poderão ser construídas bases militares. "Não
se proíbe a utilização de pessoal militar para investigações científicas nem para
qualquer outro objetivo pacífico"; g) os astronautas são considerados enviados
da humanidade. Deverão receber toda assistência e cooperar entre si. Se
aterrarem em Estado estrangeiro, serão devolvidos "sem demora ao Estado de
registro do seu veículo espacial". Os Estados deverão informar uns aos outros
dos perigos do espaço para os astronautas; h) os Estados serão responsáveis
pelas atividades nacionais de exploração espacial, sejam elas realizadas por
entidades governamentais ou não-governamentais. Estas últimas deverão ser
"autorizadas e fiscalizadas constantemente pelo Estado correspondente". As
organizações internacionais e os Estados-membros serão responsáveis pela
exploração realizada por estas organizações; i) o Estado é responsável pelos
danos ocasionados por esta exploração; j) os Estados têm jurisdição sobre o
objeto e o pessoal lançados por ele no espaço; k) deve haver cooperação e
assistência mútua na exploração e utilização do espaço exterior e corpos celestes.
Quando a exploração de um interferir na do outro, deverão ser realizadas
consultas; l) os Estados que fazem exploração do espaço devem fazer
comunicações cientificas; m) as estações, instalações, etc, que se encontrarem na
Lua ou em outros corpos celestes estarão abertas aos representantes dos outros
Estados que quiserem visitá-las, mas a visita deverá ser notificada com
antecedência.” MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional
Público. Volume II. 15ª edição: revista e ampliada. Rio de Janeiro : Renovar,
2004, pp. 1326-1327.
[6]
[7]
[8]
[9]
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 MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional Público.
Volume I. 15ª edição: revista e ampliada. Rio de Janeiro : Renovar, 2004, p. 55.
 MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional Público.
Volume II. 15ª edição: revista e ampliada. Rio de Janeiro : Renovar, 2004, p.
949.
 “A solidariedade internacional, como temos visto, tem aumentado nos mais
diferentes setores e ocasionado uma criação de inúmeros organismos
internacionais; a luta contra o crime não poderia escapar a este fenômeno.
Contudo, não se pode esquecer que a cooperação penal internacional em sentido
lato já se encontra em BÁRTOLO e, principalmente, em GROTIO, PUFENDORF
e WOLFF. Nos Congressos Penitenciários em 1872, 1885 e 1895, já é defendida a
união das polícias de diferentes Estados para se prender os criminosos (RAUL
CERVINI). Foi criada no Congresso de Bruxelas, em 1946, a Organização
Internacional da Polícia Criminal (OIPC - Interpol), que tem como antecedentes
a 1ª e a 2ª Comissão Internacional de Polícia Criminal. O ato de criação da
Interpol não é um acordo internacional e não foi submetido a ratificação. A sede
é em Paris, e a França, a partir de 1972, dá a ela o estatuto de organização
internacional. Na ONU ela tem o estatuto de órgão consultivo. Ela tem concluído
acordos com a ONU, Conselho da Europa, OACI, etc. A Interpol combate: a)
tráfico de entorpecente e lavagem de dinheiro; b) crimes violentos (terrorismo);
c) crimes contra a segurança aérea; d) proxenetismo internacional; e) falsificação
de moeda; f) crime de colarinho branco; g) roubos (armas, veículos, pinturas de
grande valor, etc".). A luta contra o crime somente será eficaz com a cooperação
internacional.” MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional
Público. Volume II. 15ª edição: revista e ampliada. Rio de Janeiro : Renovar,
2004, p. 1014.
 VEGAS JÚNIOR, Walter Rosati. O princípio da cooperação e as
questões de ordem pública. Uma visão da garantia do contraditório.
Acessado em: http://jus.com.br/artigos/10261, aos 26/8/2010.
 STF, Ext 633, ReI. Min. Celso de Mello, j. 28.08.1996, DJ 06.04.2001.
 “Para a doutrina mais tradicional, o dever de cooperação recíproca entre
partes e Magistrados costuma subdividir-se em pelo menos quatro elementos
essenciais: dever de prevenção, de esclarecimento, de consulta e de auxílio às
partes.” YUNG-TAY NETO, Pedro de Araújo. O princípio da cooperação
processual e a nova redação do art. 265 do CPP
(http://jus.com.br/artigos/12824) . Acessado em: http://jus.com.br/artigos/12824,
aos 26/8/2010.
 “É de se lembrar que no século XIX e no início do século XX houve autores
que consideraram ser o DI um produto do cristianismo e não se aplicaria aos
demais. Assim se manifestaram Hall e Westlake, sendo que este último abria
uma exceção para o Japão e para a Turquia. Franz von Liszt escreveu que em
[10]
[11]
[12]
[13]
[14]
[15]
[16]
http://jus.com.br/artigos/12824
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1915 a sociedade internacional tinha 43 Estados: 21 europeus, 21 americanos e o
Japão. Afirmava que China, Rússia e Sião não estavam plenamente incorporados
a ela, bem como que a Libéria e a Abissínia não a integravam estando próximas
dela. Franz von Liszt dividiu assim a humanidade em Estados civilizados,
semicivilizados e não civilizados. A sociedade internacional era formada apenas
pelosEstados civilizados. China, Sião e Pérsia, que eram os considerados semi-
civilizados, só integravam a sociedade internacional na medida dos tratados
concluídos com os Estados civilizados. E agora vem a nosso ver a posição de von
Liszt que mostra o caráter eminentemente elitista da sociedade internacional: os
Estados civilizados quando se relacionavam com os semicivilizados com os quais
não tivessem concluído tratados, ou ainda quando os Estados civilizados se
relacionavam com os não civilizados, em ambos os casos, não havia obrigação de
se respeitar qualquer regra jurídica, podia usar a força e só estavam sujeitos aos
princípios cristãos e de humanidade. Antes de Liszt, Lorimer em 1883-1884
classificava a humanidade em: civilizada, bárbara e selvagem. É após a
publicação do livro de Vattel (1758) que se começou a falar em DI Europeu
(Georges Abi-Saab). Para W. Friedmann o DI clássico de antes da 1ª Guerra
Mundial era um direito da coexistência, sendo que o seu conteúdo era negativo,
vez que ele organizava as esferas de liberdade, sendo um direito horizontal. O DI
atual é o da Cooperação tratando do desenvolvimento e da interdependência e,
em conseqüência, é um direito vertical.” MELLO, Celso D. de Albuquerque.
Curso de Direito Internacional Público. Volume I. 15ª edição: revista e ampliada.
Rio de Janeiro : Renovar, 2004, p. 58.
 RIBEIRO, Marilda Rosado de Sá. Princípio da Cooperação no Direito
Internacional. Texto inserto da obra coletiva intitulada: Dicionário de Princípios
Jurídicos. Coordenação: Ricardo Lobo Torres, Flávio Galdino, Eduardo Takemi
Kataoka. Supervisão: Sílvia Faber Torres. Rio de Janeiro : Elsevier, 2011, p. 211.
 MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional Público.
Volume II. 15ª edição: revista e ampliada. Rio de Janeiro : Renovar, 2004, p.
1364.
 Sobre a temática, Celso Albuquerque D. de mello ensina: “A Carta de
Direitos e Deveres Econômicos dos Estados aprovada pela Assembléia Geral da
ONU em dezembro de 1974 estabelece como "princípios das relações econômicas
internacionais": a) soberania e igualdade dos Estados; b) não agressão; c) não
intervenção; d) benefício mútuo e equitativo; e) coexistência pacífica; f) não
estabelecimento de zonas de influência e hegemonia; g) respeito aos direitos do
homem e liberdades fundamentais; h) cooperação internacional para o
desenvolvimento; i) cumprimento das obrigações internacionais com boa fé; j)
solução pacífica dos litígios; etc. Entre os direitos e deveres econômicos dos
Estados podemos mencionar: a) o Estado tem o direito soberano de escolher o
seu sistema econômico; b) o Estado tem completa soberania sobre os seus
recursos e atividades econômicas; c) regular e supervisionar as atividades das
empresas transnacionais dentro de sua jurisdição. Estas empresas não podem
[17]
[18]
[19]
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intervir nos assuntos do Estado; d) regulamentar o investimento estrangeiro; e)
nacionalizar e expropriar a propriedade pertencente a estrangeiro. Esta matéria
deverá ser resolvida por seus tribunais internos, a não ser que o Estado
livremente acorde diferentemente; j) não haverá discriminação no comércio
internacional em virtude de sistema político, econômico e social do Estado; g) o
direito de se associar em organizações de produtos de base para desenvolver a
economia nacional; h) dever de contribuir para o desenvolvimento do comércio
internacional de mercadorias através de acordos multilaterais que levam em
consideração os interesses dos produtores e consumidores; i) o Estado é livre
para escolher os meios de realizar a sua principal responsabilidade, que é
promover o desenvolvimento; j) dever de cooperar em matéria econômica,
social, cultural, científica e tecnológica para promover o progresso econômico e
social; l) os Estados têm o direito de participar em pé de igualdade na tomada de
decisões sobre matéria econômica, financeira e monetária; m) devem ser
estimuladas medidas e a eficiência das organizações para promover o
desenvolvimento; n) direito de se agruparem em organizações regionais para o
seu desenvolvimento econômico; o) direito de se beneficiar dos avanços na
tecnologia e ciência visando o seu desenvolvimento; p) dever de cooperar para
expansão e liberalização do comércio mundial; q) promover o desarmamento e
eliminar o colonialismo, " apartheid", neocolonialismo; r) a cooperação
internacional para o desenvolvimento é o objetivo de todos os Estados; s) os
países desenvolvidos devem desenvolver sistema de tarifas que beneficiem os
subdesenvolvidos; t) os países em desenvolvimento devem expandir o seu
comércio mútuo; u) não se deve prejudicar os interesses dos países em
desenvolvimento; v) devem os Estados cooperar para o ajustamento de preço das
exportações dos países subdesenvolvidos em relação com os preços de suas
importações, etc. Estabelece ainda que deve haver a proteção do meio ambiente
que é uma responsabilidade de todos os Estados, bem como os recursos das
grandes profundidades marinhas são "herança comum da humanidade".
Nenhum Estado pode usar meios econômicos e políticos para coagir outro
Estado, etc.” MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional
Público. Volume II. 15ª edição: revista e ampliada. Rio de Janeiro : Renovar,
2004, pp. 1690-1691.
 MELLO, Celso D. de Albuquerque. Curso de Direito Internacional Público.
Volume II. 15ª edição: revista e ampliada. Rio de Janeiro : Renovar, 2004, pp.
1698-1699.
 “A transparência, finalmente, entende com os aspectos formais referentes à
segurança jurídica, principalmente os ligados à contabilidade e escrituração das
despesas.” TORRES, Ricardo Lôbo. Tratado de Direito Constitucional,
Financeiro e Tributário. Volume IV. Os Tributos na Constituição. Rio de Janeiro
: Renovar, 2007, p. 132.
[20]
[21]
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 BORGES, Antonio de Moura. KHOURY, Laila José Antonio. A Troca de
Informações no Âmbito de Tratados Internacionais Sobre Matéria Tributária.
Publicado nos Anais do XVII Congresso Nacional do CONPEDI. Brasília 20-
22/11/2008. [Destaques acrescidos].
Autor
Horácio Eduardo Gomes Vale
Advogado Público em Brasília (DF).
Informações sobre o texto
Como citar este texto (NBR 6023:2018 ABNT)
VALE, Horácio Eduardo Gomes. Princípio da cooperação internacional. Revista
Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 19, n. 3864, 29 jan. 2014.
Disponível em: https://jus.com.br/artigos/26542. Acesso em: 19 mar. 2020.
[22]
Horácio
Eduardo
Gomes Vale
https://jus.com.br/1387726-horacio-eduardo-gomes-vale/publicacoes
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