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100 Panorama da Aquicultura

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�Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
� Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
�Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007 �
Editorial
Jomar Carvalho Filho
Biólogo e Editor
Q uero compartilhar com você, leitor, a alegria de chegar a esta edição 100. Esse, no entanto, é o resultado de um esforço coletivo, e essa conquista quero dividir com 
toda a redação. Obrigado a todos da Panorama da AQÜICULTURA pela dedicação e amor com 
que fazem o seu trabalho. Quero agradecer também a todos os nossos grandes colaboradores, 
que contribuem com seus conhecimentos que, tenho certeza, repercutem muito positivamente 
no dia-a-dia dos que se dedicam à aqüicultura, seja no campo ou nas universidades. Agradeço 
também o reconhecimento das empresas patrocinadoras, que compartilham do nosso esforço de 
transformar em revista as nossas idéias e ideais. 
 A Panorama da AQÜICULTURA surgiu em 1989, impressa em apenas duas folhas, com 
o objetivo de ser o veículo comunicador do setor, aglutinando as principais informações da 
aqüicultura brasileira, que naquele momento ainda procurava formas de se organizar, criando 
associações e promovendo simpósios e congressos, que precisavam ser divulgados para que 
atraíssem o maior número possível de interessados em debater os rumos da atividade. 
Fazendo uma breve retrospectiva desses anos, vejo que naquela época não sabíamos bem 
até onde iríamos, mas sabíamos que éramos necessários. Hoje, no momento em que escrevo esse 
editorial, me dou conta de que além de muito trabalho, tive muitos privilégios como o de pu-
blicar muitas importantes manchetes que hoje retratam o crescimento da aqüicultura no Brasil. 
Cem edições, afinal, já contam uma história.
A Panorama da AQÜICULTURA reportou as grandes transformações dos últimos anos. Nos-
sas páginas acompanharam, por exemplo, o nascimento e o crescimento da indústria brasileira 
da tilápia cultivada, e inda tivemos o prazer de realizar junto a American Tilapia Association, o 
5º ISTA – Simpósio Internacional da Tilápia, que reuniu no Rio de Janeiro os principais especia-
listas nacionais e internacionais - um verdadeiro marco da atividade no Brasil. 
Mais do que simplesmente relatar os fatos mais relevantes como a discussão e divulgação 
da legislação aqüícola brasileira; os aspectos da introdução e a importância das espécies exóti-
cas na aqüicultura nacional; a cobertura dos caminhos trilhados pela indústria processadora de 
pescados cultivados; a implantação e o uso dos tanques-rede de pequeno volume; a ocupação 
pela aqüicultura, das águas públicas da União; a consolidação da malacocultura; a criação da 
Seap; ou, a trajetória da carcinicultura, a Revista Panorama da AQÜICULTURA procurou anteci-
par-se a eles, tratando-os com profundidade para poder oferecer sempre informações de quali-
dade e, sobretudo, idéias para reflexão.
Hoje, se fôssemos enumerar, veríamos que temos muito mais do que 100 motivos para 
comemorar, sendo o principal deles a credibilidade conquistada.
Pra você, nosso leitor, em suas mãos, a nossa edição 100 e toda a nossa alegria. Esse ganho 
é de todos nós. A Panorama da AQÜICULTURA nasceu de um sonho e vive de um ideal. Tintim!
Boa leitura, 
� Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
�Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
É com muito orgulho que nós, da Revista Panorama da AQÜICULTURA, convidamos 
você, amigo leitor, para essa edição de número 100. Você que já conhece a nossa 
revista, talvez estranhe, um pouquinho, o formato da seção “Notícias & Negócios 
online” que, dessa vez, aproveitamos para homenagear Ricardo Tsukamoto, um amigo 
que consideramos, e um profissional que muito respeitamos. Ainda como parte das 
comemorações dessa edição, apresentamos os 12 premiados no nosso I Concurso de 
Fotografia Digital. Como estamos em ritmo de festa, brindamos a edição 100 também 
junto aos nossos parceiros anunciantes, que nos encheram de alegria com suas frases 
espirituosas. A festa é grande e nela lançamos um CD contendo as nossas edições dos 
últimos 5 anos! E tem mais: a confraternização faz parte até do texto de algumas 
matérias, como a do Fernando Kubitza, cujo excelente artigo está publicado nas páginas 
a seguir. Um brinde a todos nós!
 
...Pág 57
...Pág 45
...Pág 49
...Pág 54
...Pág 30
...Pág 36
...Pág 53
...Pág 06
...Pág 03
...Pág 14
...Pág 24
...Pág 09
...Pág 60
...Pág 62
...Pág 66
...Pág 41
Í N D I C E
Editor Chefe:
Biólogo Jomar Carvalho Filho
jomar@panoramadaaquicultura.com.br
Jornalista Responsável:
Solange Fonseca - MT23.828
Direção Comercial:
Solange Fonseca
publicidade@panoramadaaquicultura.com.br
Colaboradores desta edição: Albert G. 
J. Tacon, Débora M. Fracalossi, Eduardo A. Ono, 
Fernando Kubitza, Francisco Manoel de Oliveira 
Neto, Henrique César Pereira Figueiredo, Itamar 
de Paiva Rocha, Maude R. de Borba, Pámela J. 
Montes-Girao, Paulo R. C. de Oliveira-Filho, Raúl 
Malvino Madrid e Régis Canton.
Os artigos assinados são de responsabilidade 
dos autores. 
A única publicação brasileira dedicada 
exclusivamente aos cultivos de 
organismos aquáticos
Uma publicação Bimestral da: 
Panorama da AQÜICULTURA Ltda.
Rua Mundo Novo, 822 # 101
22251-020 - Botafogo - RJ
Tel: (21) 2553-1107 / Fax: (21) 2553-3487
www.panoramadaaquicultura.com.br
revista@panoramadaaquicultura.com.br
ISSN 1519-1141
Assinatura:
Fernanda Carvalho Araújo
e Daniela Dell’Armi
assinatura@panoramadaaquicultura.com.br
Para assinatura use o cupom encartado, 
visite 
www.panoramadaaquicultura.com.br ou 
envie e-mail.
ASSINANTE - Você pode controlar, a cada 
edição, quantos exemplares ainda fazem parte 
da sua assinatura. Basta conferir o número de 
créditos descrito entre parênteses na etiqueta 
que endereça a sua revista.
Números atrasados custam R$ 16,00 cada. Para 
adquiri-los entre em contato com a redação. 
Edições esgotadas: 01, 05, 09, 10, 11, 12, 14, 17, 18, 20, 
21, 22, 24, 25, 26, 27, 29, 30,33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 
40, 41, 44, 45, 59, 61, 62, 63, 65, 76, 77, 78, 79, 80, 81, 
82, 83, 84, 85, 87, 88
Projeto Gráfico:
Leandro Aguiar
leandro@panoramadaaquicultura.com.br
Design & Editoração Eletrônica:
Panorama da AQÜICULTURA Ltda.
 Impresso na Grafitto Gráfica e Editora Ltda.
Os editores não respondem quanto a quali-
dade dos serviços e produtos anunciados. 
Capa: Arte 
Panorama da AQÜICULTURA 
Edição100 – março/abril 2007
Editorial
Notícias & Negócios
Notícias & Negócios online
O mar está prá peixe...prá peixe cultivado
Produção Aqüícola Global em 2005 e a ração utilizada
O Catfish americano e o mercado norte-americano
O Mito da onivoria do Jundiá
Ostreicultura fez malacocultura catarinense crescer em 2006
Pirarucu: perspectivas para o aumento da oferta de juvenis
Sanidade Aqüícola
Lançamentos Editorias 
I Concurso Fotográfico da Panorama da AQÜICULTURA
Informes Empresariais
Estatísticas & Mercado
Opinião: Itamar de Paiva Rocha
Calendário Aqüícola
� Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
Notícias & Negócios
WORLD AQUACULTURE 2009 – Mais um encon-
tro da WAS - World Aquaculture Society (o pri-
meiro foi no Brasil, em 2003), será realizado um 
congresso na América Latina. O evento ocorrerá 
entre os dias 25 e 29 de maio de 2009 na cidade 
de Veracruz, localizada às margens do Golfo do 
México e a cerca de 50 minutos de avião da 
capital mexicana. A escolha da cidade Veracruz, 
entre outras cidades mexicanas candidatas, 
se deu principalmente pelo apoio financeiro 
do governo local, que prometeu um aporte de 
US$ 200.000,00, 
além da cidade 
abrigar o World 
Trade Center, um 
moderno e con-
fortável centro 
de convenções, 
considerado o 
melhor do Méxi-
co. A cidade de 
Veracruz é um grande centro produtor de tilá-
pia, tendo sediado o ISTA do ano passado. O 
tema escolhido para o congresso de 2009 foi: 
“A BLUE REVOLUTION TO FEED THE WORLD”, 
pela importância da aqüicultura na produção de 
alimentos para a humanidade. Segundo contou 
Ricardo C. Martino (LACC-WAS/FIPERJ), que faz 
parte do executivo docongresso, ficou decidido 
para o próximo evento, que a Sessão Plenária 
do WAS'09 terá três palestras, com assuntos di-
retamente relacionados ao tema do congresso. 
Para Ricardo, se forem considerados o entusias-
mo e a hospitalidade dos mexicanos, já se pode 
afirmar que esta será mais uma conferência para 
ficar na memória dos participantes. 
CAPÍTULO LATINO AMERICANO – Os organi-
zadores do Congresso Caribenho e Latino Ame-
ricano, evento organizado pelo Capítulo Latino 
Americano e Caribenho da WAS - World Aqua-
culture Society, espera contar com a presença 
de muitos brasileiros ao encontro. Que se re-
alizará em Porto Rico, entre os dias 6 e 9 de 
novembro desse ano. Mais informações sobre o 
evento no site da WAS: www.was.com
MOLUSCOS CATARINENSES - A Seap - Se-
cretaria Especial de Aqüicultura e Pesca está 
elaborando um programa nacional para me-
lhorar a qualidade e as condições de higiene 
necessárias à comercialização dos moluscos 
cultivados no Brasil. Ostras, mexilhões e viei-
ras terão um selo de qualidade, que possibi-
litará aos aqüicultores vender seus produtos 
a outros estados ou até mesmo exportar. O 
programa pretende tirar da informalidade a 
comercialização do produto. Segundo o coor-
denador geral de Maricultura da Secretaria Es-
pecial de Aqüicultura e Pesca, Felipe Suplicy, 
o Programa Nacional de Controle Higiênico-
sanitário de Moluscos Bivalves, permitirá o 
controle desde como o molusco foi cultiva-
do até a comercialização. “É para garantir a 
qualidade higiênico-sanitária dos moluscos, 
a segurança do consumidor, o consumo se-
guro inter-estadual e também para permitir 
que nós façamos o comércio internacional”, 
afirmou. Todos os países que tem uma produ-
ção expressiva de moluscos têm um programa 
desse tipo para garantir a segurança e a qua-
lidade desse produto ao consumidor. A partir 
de julho, o Estado de Santa Catarina deverá 
ser o primeiro a contar com a medida.
OSTRAS NA TV GLOBO - A novela Paraíso Tro-
pical, atualmente em cartaz na TV Globo, apre-
sentou no dia 28 de abril uma cena em que a 
ostra catarinense foi enaltecida. A ação de mer-
chandising se passava em Copacabana, no res-
taurante do Cássio, um personagem represen-
tado pelo ator Marcelo Anthony, que oferecia 
a um dos seus clientes as “ostras fresquinhas 
vindas diretamente de Santa Catarina”, estado 
que concentra cerca de 90% da produção na-
cional de moluscos. A televisão brasileira está 
impregnada de ações de merchandising, práti-
ca corriqueira também no cinema, empregada 
para induzir ao consumo. A título de curiosi-
dade, uma ação de merchandising famosa foi a 
desenvolvida para estimular o consumo de es-
pinafre na população dos Estados Unidos, com 
o intuito de diminuir a onda de anemia que se 
abatia no país, quando foi criado o marinheiro 
Popeye, que está até hoje em cartaz. Não só as 
outras, mas diversos outros produtos aqüícolas 
podem experimentar essas súbitas famas. Se 
essa onda pega...
WORKSHOP - A segunda edição do Workshop 
Internacional sobre Qualidade da Água e 
Boas Práticas de Manejo para a Aqüicultura 
será realizada de 22 a 25 de maio, na Uni-
versidade do Estado do Amazonas (UEA), em 
Manaus. O Instituto Nacional de Pesquisas 
da Amazônia (Inpa), a Empresa Brasileira de 
�Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
Notícias & Negócios
Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Fun-
dação de Amparo à Pesquisa do Estado do 
Amazonas (Fapeam) são algumas entidades 
promotoras do evento. A proposta é discutir 
as conseqüências das restrições ambientais 
sobre o desenvolvimento da aqüicultura na 
Amazônia e os efeitos da nutrição e dos re-
síduos das rações na qualidade da água dos 
viveiros para criação de peixes. Mais infor-
mações: www.inpa.gov.br 
SERÁ NO BRASIL - O IV International Sym-
posium on GIS/Spatial Anlyses in Fishery 
and Aquatic Sciences ocorrerá de 25-28 de 
agosto de 2008 no Rio de Janeiro. A reu-
nião deverá ser sediada na Universidade 
Santa Úrsula (USU), decisão apoiada pelo 
comitê organizador, presidido por Tom 
Nishida da National Research Institute of 
Far Seas Fisheries do Japão. Este evento é 
realizado uma vez a cada três anos, com 
o enfoque no uso de "geotecnologias" 
para aplicação nos estudos de recursos 
pesqueiros e aquáticos. Entre os membros 
do grupo, estão James Kapetsky e José 
Aguilar-Manjarrez, da FAO, que realizarão 
um workshop nos dias que antecedem o 
Simpósio. A chamada de trabalhos e parti-
cipações no evento deverá estar no ar no 
final de maio 2007 no site http://www.
esl.co.jp/Sympo/index.htm. A co-orga-
nizaçao do evento no Brasil está a car-
go do professor Philip Conrad Scott, do 
Laboratório de Aqüicultura e Sistemas de 
Informação Geográfica (LAQUASIG/USU), 
apoiado pelos professores Jarbas Bonetti 
da USFC e Gilberto Fonseca Barroso, do 
LimnoLab da UFES. Contatos gerais pelo 
email philip@laquasig.bio.br
NOVA DIRETORIA - A AQUABIO - Sociedade 
Brasileira de Aqüicultura e Biologia Aquática 
elegeu a sua nova diretoria. A partir do dia 
15 de maio, assume o cargo de presidente, 
João Scorvo - pesquisador do Departamen-
to de Descentralização do Desenvolvimento 
(também chamado de Apta Regional) de São 
Paulo. Para vice-presidente da entidade, foi 
eleito Ronaldo Cavalli, da Universidade Fede-
ral Rural de Pernambuco - UFRPE. O Conselho 
consultivo será composto por Philip Scott 
(USU, RJ), Luis Sampaio (FURG, RS), Eudes 
Correia (UFRPE, PE), Débora Fracalossi (UFSC, 
SC) e Julio Leonhardt (UEL, PR). A cerimô-
nia de posse se realizará em Jaboticabal, SP. 
A AQUABIO tem caráter nacional e aberto e 
foi constituída para congregar pesquisadores, 
pessoas e instituições interessadas no pro-
gresso e difusão da aqüicultura em todos os 
estados do país. Seu compromisso é promover 
o desenvolvimento educacional, científico e 
tecnológico da aqüicultura, biologia aquática 
e ciências correlatas. Mais informações estão 
disponíveis no site www.aquabio.com.br
MUDANÇA NA EPAGRI - A convite do novo 
presidente da Epagri, Empresa de Pesqui-
sa Agropecuária e Extensão Rural de Santa 
Catarina, Murilo Xavier Flores, o cargo da 
Chefia do Centro de Desenvolvimento em 
Aqüicultura e Pesca foi ocupado, a partir 
de março, por Francisco “Chico” Manoel de 
Oliveira Neto, que substitui Sérgio Winck-
ler da Costa.
CONAPE - Aconteceu em Brasília-DF, entre 
os dias 27 e 29 de março, a primeira reunião 
do segundo mandato do CONAPE - Conselho 
Nacional de Aqüicultura e Pesca, o conse-
lho consultivo da SEAP, que é composto por 
54 conselheiros, 27 representando o setor 
público e 27 a sociedade civil organizada 
que atua na pesca e na aqüicultura. Na 
ocasião foi aprovada uma reivindicação dos 
conselheiros do setor aqüícola do primeiro 
mandato que resultou agora na criação de 
quatro comitês - pesca costeira, pesca con-
tinental, aqüicultura marinha e aqüicultura 
continental, onde os assuntos pertinentes 
a cada um desses setores poderão ser dis-
cutidos com muito mais objetividade. Se-
gundo o presidente da Associação Nacional 
de Piscicultura em Águas Públicas (ANPAP), 
André Camargo, membro deste conselho, 
além da criação dos comitês, ficou deci-
dido também que conselheiros escolhidos 
do CONAPE fariam parte da reunião onde 
seria discutido o Planejamento Estratégico 
da SEAP e ainda do PPA – Plano Plurianu-
al 2008/11, do Governo Federal. Camargo 
lamenta, porém, “o desprezo mostrado por 
algumas entidades e representantes públi-
cos, também representantes da aqüicultura, 
que sequer se fizeram presentes”.
� Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
�Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
Notícias & NegóciosOn-line
De: Vagner Leonardo Macedo dos Santos
vagnerfisher@yahoo.com.br
Para: lista@panorama-l.com.br
Assunto: Unidade de dosagem para HCG
Sou estudante de biologia e pretendo trabalhar 
com reprodução de peixes marinhos. Estou len-
do vários artigos e sempre encontro a dosagem 
de HCG utilizada para indução em UI/kg da ma-
triz, diferentes dos demais hormônios utiliza-
dos para mesma finalidadeestando em mg/kg 
da matriz. Pergunto o que significa UI e se dá 
para converter em mg, caso alguém tenha este 
conhecimento será de grande ajuda para meu 
trabalho. Aguardo retorno.
De: Ricardo Y. Tsukamoto
bioconsu@uol.com.br
Para: lista@panorama-l.com.br
Assunto: Re: Unidade de dosagem para HCG
Caro Vagner, UI significa unidade internacio-
nal. A gonadotropina é um hormônio extraído 
comercialmente de tecidos distintos do corpo, 
conforme a fonte “doadora”: da hipófise (de 
peixe, rã ou frango), da placenta (cavalo ou 
humano) e da urina (de cavalo ou humano). 
O mais fácil de encontrar na farmácia é o HCG 
(gonadotropina coriônica humana). A gonado-
tropina é uma molécula protéica muito grande 
e complexa. O produto comercial contém a go-
nadotropina purificada, mas com resíduos de 
outras proteínas. Além disso, a molécula da go-
nadotropina é parcialmente inativada durante 
os processos de extração, purificação e preser-
vação. Por estas incertezas é que não há razão 
para quantificá-la em peso e sim em função da 
atividade que o produto final tem. A UI indi-
ca justamente esta atividade, medida em cada 
lote produzido e padronizado. Toda a literatu-
ra adota as dosagens de HCG em UI, de modo 
que também não há razão científica em querer 
quantificar a dose em mg/L, por não significar 
nada palpável na prática. Por diversas razões, 
no atual estágio de desenvolvimento da repro-
dução induzida de peixes, os agentes indutores 
mais práticos de usar são o extrato de hipófise 
(em geral de peixe, rã ou frango) e os aná-
logos do hormônio liberador da gonadotro-
Durante a sua trajetória a Revista Panorama da Aqüicultura criou, em 1997, a Panorama-
L, a primeira lista de discussão brasileira sobre aqüicultura, na Internet, um fórum gratuito, por 
onde passam (e ficam) inúmeros especialistas. Nesse espaço virtual, muitas dúvidas técnicas 
são sanadas e diversas questões polêmicas elucidadas, graças àqueles que, com o despojamento 
natural de quem sabe, contribuem com seus ricos conhecimentos para o desenvolvimento da 
atividade em nosso país. Nessa edição 100, além de agradecer a todos os que da lista partici-
pam, homenageamos especialmente o biólogo e amigo Ricardo Tsukamoto, por sua presença 
valiosa na Panorama-L. A “Notícias & Negócios – online” dessa edição, publica algumas de 
suas respostas, que tanto contribuem para a disseminação da informação científica em nossa 
lista. Ao Ricardo, o nosso abraço.
pina (há vários GnRH ou comerciais). Não há 
praticamente mais motivo prático para usar 
o produto humano (HCG), uma vez que há 
alternativas melhores e mais baratas, além 
da questão ética de usar um produto que foi 
extraído de humano para ser usado em be-
nefício da saúde humana. Como teste, uma 
busca no Google com as palavras “GnRH fish 
reproduction” deu 83.900 links. Boa sorte 
nas pesquisas e um grande abraço.
De: Cristiano Borsato
cbbarros@hotmail.com
Para: lista@panorama-l.com.br
Assunto: Aos criadores de tilápia de SP
Olá, estou fazendo uma pesquisa de mercado, 
pois tenho interesse na criação de Tilápia. Desta 
forma eu pergunto aos criadores de tilápia: 1) 
Vocês vendem a produção para alguma empre-
sa? 2) Qual a cotação da tilápia?
De: Ricardo Y. Tsukamoto
bioconsu@uol.com.br
Para: lista@panorama-l.com.br
Assunto: Re: Aos criadores de tilápia de SP
Prezado, me sinto compadecido por você es-
tar totalmente perdido, em especial por virem 
de fora do setor, mas com a boa vontade em 
investir em aqüicultura. Por isso, apesar de eu 
geralmente não entrar em discussão neste tipo 
de tema, vou dar um palpite. O número atual da 
Panorama da AQÜICULTURA, que acaba de sair, 
tem uma extensa análise dos mercado nacional 
e internacional da tilápia. Isto porque o mundo 
está passando por uma virada no mercado de 
tilápia, que colocará pressão em breve sobre 
o mercado nacional, inclusive com a provável 
importação de produto da China. Uma enorme 
produção também está sendo alavancada no 
Nordeste do nosso país, de modo que o mercado 
para tilápia como commodity (abatido, filetado, 
congelado) não oferecerá condição viável para 
criadores do Sudeste que utilizem ração (o con-
sorciamento com porcos é feito basicamente no 
Sul). Deve-se cuidar também com o sistema a 
ser usado para produzir os peixes. Até agora no 
Brasil, cria-se tilápia em tanques de terra (cha-
mados “viveiros” no Nordeste) e em tanques-
rede. E os criadores esperneiam para manter o 
custo mais baixo possível, e talvez nem assim 
consigam concorrer com produto de outras 
origens. Por isso, sistemas mais intensivos e 
de recirculação - que têm custo operacional 
muito alto - seriam inviáveis para tal propósi-
to (e se chegarem a funcionar para tal). Pro-
cure visitar um criador que realmente produza 
em maior escala com o sistema que proposto 
pelo vendedor. Poderia também usar esta e 
outras listas de discussão para levantar tais 
criadores. Geralmente quem está prospectan-
do uma área nova para investimento contata 
um consultor específico daquela área para 
trabalhar com informações “pé no chão”. Por 
exemplo, o autor do artigo mencionado acima 
é o mais atuante deles, mas há muitos outros 
excelentes. E há, inclusive, criadores tecnifi-
cados de tilápia em São Paulo que vieram de 
outros negócios e profissões, como o médico 
Francisco Leão (desta lista), que podem lhe 
transmitir a visão e a perspectiva de investi-
dor, que podem ser distintas das do técnico 
ou do político.
De: Sandra Maria Xavier Lemos
slemos@fortalnet.com.br
Para: lista@panorama-l.com.br
Assunto: Cepa de microalgas 
Oi,amigos! Estamos querendo trabalhar aqui 
no Centro de Pesquisas em Carcinicultura 
do DNOCS, em Fortaleza, com microalgas de 
água doce, para testá-las nas larviculturas de 
peixe. Estamos com dificuldades de arranjar 
Cepas, só conseguimos as de águas marinhas. 
Será que sabem aonde podemos consegui-
las? Se tiverem algum contato, por favor, nos 
enviem o telefone, ficaremos imensamente 
gratos. Aguardo notícias!
De: Ricardo Y. Tsukamoto
bioconsu@uol.com.br
Para: lista@panorama-l.com.br
Assunto: Re: Cepa de microalgas 
Prezada Sandra, nas larviculturas de água doce, 
o que geralmente se utiliza é a famosa “água 
Para fazer parte gratuitamente da 
Lista Panorama-L vá ao site 
www.panoramadaaquicultura.com.br
 clique em Lista de Discussão 
e siga as instruções.
�0 Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
verde”. A água verde é produzida pela adi-
ção de nutrientes (fertilizante agrícola ou 
peixe moído) à água comum, deixando pro-
liferarem as microalgas nativas do local. 
Se você desejar acelerar o processo de co-
lonização pelas algas, pode adicionar um 
inóculo de água verde coletada em viveiros 
de piscicultura ou em lagoas de tratamento 
de esgoto (tecnicamente conhecidas como 
“lagoas de estabilização”). Esta técnica de 
água verde é muito simples e eficaz, pois 
trabalha com as espécies naturalmente acli-
matadas para as condições ambientais da 
região. Normalmente forma um consórcio 
de algas flageladas (Euglena, Chlamydomo-
nas, e outras), algas não móteis (Chlorella e 
outras) e diatomáceas. Além da praticidade, 
uma grande vantagem da água verde com 
numerosas espécies de algas é o equilíbrio 
nutricional adequado para os animais que 
se alimentam deste fitoplâncton (rotíferos, 
cladóceros, moluscos). Cada animal tem a 
sua necessidade nutricional específica, que 
não conhecemos, de modo que alimentá-los 
com várias algas é uma garantia de suprir 
tal necessidade. Outro fator importante é a 
existência também de uma especificidade no 
tamanho, forma e consistência da alga que 
pode ser consumida por cada tipo de ani-
mal. Com várias algas disponíveis, o animal 
pode escolher o que deseja. Em contraste, 
uma cultura pura (ou unialgal) de microal-
ga é bem mais problemática. A cultura só 
está pura dentro do tubo de ensaio inicial. A 
partir daí, com as repicagens para aumentar 
o volume, a cultura acaba facilmente conta-
minada por outras algas (que chegam como 
esporos pelo ar). Quando vai para aescala 
de aquário, caixa d´água ou tanque, o con-
trole se torna quase impossível. Mas se você 
precisa de uma cultura de qualquer forma, 
a Epagri em Santa Catarina mantém esto-
que da espécie Chlorella minutíssima (falar 
com o Álvaro Graeff). Porém, consulte antes 
sobre a espécie de animal a ser alimentado 
com ela, pois o tamanho muito pequeno e 
a parede celular (“casca”) grossa desta alga 
impedem o bom aproveitamento por alguns 
tipos de animais.
De: Douglas Bonanza
dbonanza@terra.com.br
Para: lista@panorama-l.com.br
Assunto: Atribuição aos técnicos 
Estou implantando um projeto de piscicultura 
com 12 hectares de lâmina d’água na região de 
Valença-BA. As pergunta são: precisarei do aval 
ou de um projeto executado por um técnico ou 
Engenheiro de Pesca/Aqüicultura, devidamente 
regulamentado, para conseguir a aprovação das 
licenças ambientais necessárias para exercer a 
atividade fim? Se for necessário, alguém me in-
dicaria um profissional locado nas proximidades 
de Salvador-BA? Obrigado.
De: Ricardo Y. Tsukamoto
bioconsu@uol.com.br
Para: lista@panorama-l.com.br
Assunto: Re: Atribuição aos técnicos
Caro Douglas, o licenciamento ambiental 
é totalmente distinto do projeto de enge-
nharia da sua piscicultura. O licenciamento 
ambiental consiste em você, empreendedor, 
demonstrar para o órgão normativo que o 
impacto ambiental do seu empreendimento 
não irá ferir as normas ambientais vigen-
tes. O licenciamento é encaminhado pelo 
empreendedor, mas como normalmente ele 
não é especialista ambiental, o documen-
to é elaborado por um profissional que se 
torna o seu responsável técnico. Por isso, 
o documento de licenciamento ambiental 
pode ser elaborado por qualquer profissional 
da área biológica que tenha experiência na 
área ambiental. Por exemplo, as profissões 
mais comuns a elaborarem (ou assinarem) 
tais documentos na área de aqüicultura 
são o biólogo, ecólogo, engenheiro agrô-
nomo, engenheiro de pesca e engenheiro 
de aqüicultura. Como os órgãos ambientais 
dão preferência por documentos assinados 
por profissionais de nível superior, os téc-
nicos de nível médio ficaram numa posição 
indefinida. Mais importante que a profissão 
específica, é essencial que a pessoa encarre-
gada tenha conhecimento real da legislação, 
experiência e relacionamento cordial com 
quem vai analisar o documento (no órgão 
ambiental). Como a análise é em grande par-
te subjetiva, sem a tranqüilidade do analis-
ta, um bom projeto pode ser inviabilizado 
conforme as circunstâncias. Por isso, pro-
cure sondar informalmente na região de Va-
lença, quem tem encaminhado com sucesso 
Notícias & Negócios On-line
��Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
este documento, até porque esta região tem hoje os seus conflitos. 
Vale até pedir uma sugestão ao órgão ambiental. Não sou da Bahia 
e não conheço ninguém ali que pudesse recomendar. Boa sorte e um 
grande abraço.
De: Anita R. Valença
anita.rv@bol.com.br
Para: lista@panorama-l.com.br
Assunto: Camarão Reversão
Apenas para corrigir o que considero uma injustiça de informação. 
Não foi a equipe da Tailândia que “descobriu a forma de alterar as 
características sexuais de camarões machos”. Na realidade, isto já 
vem sendo pesquisado há muito tempo no mundo inteiro. A primeira 
pessoa que publicou sobre a importância da glândula androgênica 
na diferenciação sexual de crustáceos (no meu conhecimento, ain-
da vou fazer mais levantamento bibliográfico) foi Charniaux-Cotton. 
Depois dela, Claude Nagamine e equipe no Japão foram os primeiros 
a ver os efeitos da ablação da glândula androgênica em machos de 
M. rosenbergii e o efeito da implantação de pedaços da glândula 
androgênica em fêmeas (masculinização). Antes deles, outros pes-
quisadores fizeram experimentos com outros crustáceos. Inclusive 
aqui no Brasil, segundo Prof. Eudes Correia, um grupo de israelen-
ses que trabalhou junto com brasileiros, fez tentativas. E, eu acho 
que, não por acaso, pesquisadores de Israel publicaram um trabalho 
semelhante a este da notícia abaixo. Na Índia também estão sen-
do feitas pesquisas neste sentido, pois lá eles já praticam o culti-
vo monosexo de machos, só que eles fazem a seleção manual das 
pós-larvas e descartam as fêmeas (trabalhão e os fazendeiros ainda 
perdem dinheiro, pois compram Pls que não usam). E ainda existe 
outro jeito de conseguir prole só de machos em crustáceos, com a 
hibridização. Na Austrália estão fazendo isto com Cherax (Freshwater 
crayfish, acho que é um tipo de lagostim de água doce, me corrijam 
se estiver errada). E também estão pesquisando a reversão de M. 
rosenbergii na fase larval com 17 alfa metiltestosterona nos EUA. 
Agora só tá faltando “nóis” aqui! Espero não ter falado demais. A 
seguir, a notícia: "TAILÂNDIA – Cambio de sexo de camarones para 
obtener utilidades - La obtención de utilidades provenientes del ca-
marón de agua dulce puede ser un reto serio. Las hembras, que son 
el 60% de la población, son mucho más pequeñas que los machos, 
de manera que solamente se venden por un tercio del precio poten-
cial. Pero todo eso puede cambiar: un grupo de jóvenes empresarios 
ha hallado la manera de eliminar las pequeñas y no muy rendidoras 
hembras del banco genético del camarón, y reemplazarlas con los 
de animales de género mixto. Han descubierto la forma de alterar 
las características sexuales de los camarones macho, removiendo las 
glándulas androgénicas de manera que se vuelvan “neoféminas”. La 
próxima generación será de machos totalmente."
De: Ricardo Y. Tsukamoto
bioconsu@uol.com.br
Para: lista@panorama-l.com.br
Assunto: Re: Camarão Reversão
Cara Anita, concordo com você. Ablação e transplante de glândula 
androgênica no camarão de água doce da Malásia (M. rosenbergii) 
é tema antigo, que estava em moda duas décadas atrás, no período 
da minha saudosa juventude na pós graduação no Japão. A notícia 
sobre os empresários recém-graduados da Tailândia não é científica. 
Ao contrário, é basicamente publicidade para atrair investidores para 
o projeto de risco (venture business) deles. E como é negócio de 
risco, o dinheiro é arrecadado, usado, e se não sobrar nada, ninguém 
pode reclamar mesmo, pois sabia que envolvia risco. Mas a notícia 
levanta um aspecto técnico intrigante: em cultivo, o crescimento 
do gigante-da-Malásia é controlado predominantemente pela domi-
nação social entre os machos - situação em que só um deles fica 
grande e os outros permanecem pequenos. Existe uma hierarquia 
absoluta, em que um único macho (alfa, com pinças azuis) domina 
os outros machos e a população do entorno. Os machos dominados 
permanecem em duas outras hierarquias subalternas: a dos com pin-
ças laranja (os da reserva) e a dos com pinça transparente (parecida 
com a das fêmeas, e são os soldados rasos). O macho azul reprime 
o crescimento dos laranjas e estes dos transparentes. Esta situação 
de dominação é restaurada mesmo se o macho azul for removido da 
população. Um macho laranja rapidamente se diferencia em macho 
azul e retoma a dominação. Por isso, é típico em viveiros comerciais 
desta espécie, encontrarmos uns poucos indivíduos enormes e os 
outros pequenos. Também por isso é que os viveiros de gigante-da-
Malásia têm que ser despescados todo mês, para retirar os indivíduos 
grandes e dominantes, e possibilitar que alguns dos outros possam 
daí crescer. Assim, uma população constituída só de machos não 
resolve este gargalo básico do cultivo do M. rosenbergii. Esta hie-
rarquia absoluta não seria problema em outras espécies de “cama-
rão” (peneídeos, lagostins), mas nesta espécie é o gargalo principal. 
Obviamente, se o projeto é lançado na Tailândia, só fará um bom 
marketing e atrairá investidores, se usar a espécie mais típica e bem 
conhecida do país. Aguardemos o resultado. O Sérgio Tamassia pode 
nos lembrar desta notícia daqui a alguns anos. Um grande abraço, 
Ricardo Y. Tsukamoto.
Notícias & NegóciosOn-line
�� Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
��Panorama da AQÜICULTURA, março/abril,2007
�� Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
“O mar está prá peixe... 
N ão poderia deixar a edição 100 passar em branco. Uma edição históri-ca, muito mais esperada e que será, mantendo-se as proporções, até 
mais festejada do que o já aborrecido futuro milésimo gol do Romário. Pelo 
menos pelos seus fiéis leitores. Pois o “Baixinho” poderia contribuir com a 
nossa causa, mudando o nome para Ranário. Para a edição de número 100 
o Jomar prometeu uma entrevista com o “Baixinho”. Mas como “o futuro 
milésimo” não saiu, o espaço dele sobrou para este artigo aqui.
A grande massa de assinantes da Panorama, sem medo de errar, reúne 
produtores, empresários, técnicos, pesquisadores, legisladores e, mesmo 
curiosos ou simpatizantes da causa da aqüicultura. Todos, de uma forma ou 
de outra, contribuindo com o seu trabalho para o futuro da humanidade, 
mesmo sem ter a exata dimensão da importância do seu próprio esforço. 
Pois bem, minha intenção é que este texto traga a todos a confiança de que 
suas apostas no desenvolvimento do setor foram acertadas. 
...prá peixe cultivado”
Por: Fernando Kubitza, Ph. D.
Acqua Imagem Serviços Ltda.
fernando@acquaimagem.com.br
��Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
Futuro aqüícola
A produção de pescado no mundo e a aqüicultura
A pesca no mundo está mais para jegue empacado do que 
para dourado na piracema. Estacionou em vaga proibida e ficou 
com a bateria arriada. Está oscilando entre 93 e 95 milhões de to-
neladas. E, é só bater o El Niño, que engata a marcha ré. Com isso, 
a aqüicultura será a única alternativa capaz de atender o aumento 
na demanda de pescado nas próximas décadas. A aqüicultura vem 
aumentando, ano a ano, a sua produção e participação na oferta 
global de pescado (Quadro 1). Sua contribuição com a oferta de 
pescado saltou de cerca de 8% em 1975 para 40% em 2005 (48,5% 
se considerarmos apenas o pescado destinado ao consumo humano). 
A expectativa dos especialistas é de que em 2020 a aqüicultura seja 
responsável por 70% da oferta de pescado para o consumo humano, 
ou seja, ultrapasse 100 milhões de toneladas.
Com a produção pesqueira estabilizada, a aqüicultura tem 
como desafio atender o aumento na demanda por pescado, estimado 
entre 30 e 60 milhões de toneladas até 2020. Este aumento é impul-
sionado tanto pelo crescimento da população mundial, como pelo 
aumento do consumo de pescado per capita observado nos últimos 
anos. A população mundial atingiu 6,5 bilhões de habitantes em 
2005. Na mais provável hipótese, alcançará 7,1 bilhões em 2020 
e 9,6 bilhões em 2050 (um crescimento médio de 0,9% ao ano). 
Pensando apenas em 2020 (mais 13 anos até lá e, se Deus quiser, 
todos nós vamos presenciar isso), com 7,1 bilhões de habitantes e 
uma previsão de consumo de pescado ao redor de 21kg per capita 
(contra os atuais 17kg), a demanda mundial de pescado para con-
sumo deverá ser próxima de 150 milhões de toneladas (7,1 bilhões 
de habitantes x 21 kg). 
Em 2005 a oferta de pescado para consumo foi de 128 mi-
lhões de toneladas. A pesca contribuiu com 65 milhões (visto que 
30 milhões viraram farinha e óleo de peixe) e 63 milhões vieram da 
aqüicultura. Desta forma, para chegarmos a 150 milhões de toneladas, 
será necessária uma oferta adicional de 20 milhões de toneladas de 
pescado até 2020. Com isso a aqüicultura deverá incrementar sua 
atual produção em cerca de 1,3 milhão de toneladas a cada ano. 
Nos últimos 5 anos a oferta de 
pescado via aqüicultura cresceu em 
média 3,5 milhões de toneladas/ano 
(Quadro 2), enquanto que a oferta 
da pesca apresentou uma redução 
de quase 0,5 milhão de toneladas. 
Portanto, se a aqüicultura crescer 
metade do que vem crescendo (e 
a produção pesqueira se mantiver 
como está), a demanda de pescado projetada para 2020 será 
atendida com sobra. 
No entanto, alguns especialistas acreditam na possibilidade 
de um crescimento maior, tanto da população, como do consumo per 
capita de pescado. Considerando a população mundial em 7,6 bilhões 
de habitantes e um consumo per capita de 25kg em 2020 (0,5 milhão 
de pessoas e 4kg de pescado per capita a mais comparado ao cenário 
mais provável), a demanda por pescado para consumo subiria para 
...prá peixe cultivado”
Quadro 1 - Evolução da Produção Mundial de Pescado (em toneladas 
ou em percentual da produção total)
Quadro 2 - Incremento Médio Anual da Produção Mundial de 
Pescado (valores em toneladas)
190 milhões de toneladas. Isso significa 60 milhões de tone-
ladas a mais do que a oferta em 2005. Considerando a pesca 
já no seu limite, a aqüicultura precisaria produzir 4 milhões 
de toneladas de pescado a mais todos os anos até 2020. Ou 
seja, crescer a passos mais largos do que cresceu nos últimos 
cinco anos. Isso exigirá a intensificação dos investimentos em 
projetos aqüícolas em todo o mundo.
O aquecimento da demanda deverá a elevar, em 
valores reais, o preço do pescado. Com isso, a população 
de menor renda tenderá a substituir o pescado por outras fontes 
de proteína mais baratas. A única forma de possibilitar o acesso de 
populações mais pobres ao pescado será através do fortalecimento 
da aqüicultura. Projeções feitas por especialistas indicam que um 
alto investimento na aqüicultura pode promover aumento de cerca 
de 2kg per capita na oferta de pescado em 2020. Isso resultaria em 
uma redução nos preços dos pescados de baixo valor, facilitando o 
acesso das populações mais pobres a este alimento. Portanto, inves-
tir na aqüicultura passa a ser um fator fundamental para garantir a 
segurança alimentar nos países em desenvolvimento e naqueles de 
baixa renda per capita.
A produção de pescado e a aqüicultura no Brasil
 
De acordo com os dados da FAO, a produção de pescado 
no Brasil em 2005 foi cerca de 1,1 milhão de toneladas (750 
mil provenientes da pesca e cerca de 260 mil provenientes da 
aqüicultura - Quadro 3).
Quadro 3 - Comparação entre a Produção (Toneladas) e o Crescimento anual da 
Pesca e da Aqüicultura (%) no Brasil e no mundo
�� Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
��Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
t
Futuro aqüícola
A produção pesqueira no Brasil beirou 1 milhão 
de toneladas/ano entre 1980 e 1985 e daí em diante de-
clinou até se estabilizar próximo de 700 mil toneladas 
no início deste milênio. Por sua vez, a aqüicultura bra-
sileira cresceu a passos largos, beneficiada por todas as 
benesses naturais (espécies, clima, água, solo e tudo mais 
que já estamos “carecas de saber”), geração e difusão de 
tecnologia, disponibilidade de insumos e oportunidades 
de mercado. Crescimento superior ao da aqüicultura 
mundial (Quadro 3).
 Entre 1990 e 2000, a aqüicultura brasileira cresceu 
em média 23,8% ao ano, contra 10,2% da aqüicultura mun-
dial. Segundo os dados da FAO, que são baseados nos dados 
oficiais providos pelo governo dos países (no caso do Brasil 
as estimativas da pesca e aqüicultura têm sido elaboradas 
pelo IBAMA), entre 2000 e 2005 a produção nacional 
de tilápias dobrou e a de camarão marinho praticamente 
triplicou. Na Figura 1 é apresentada a contribuição das 
principais espécies (grupos) na produção total de pescado 
cultivado no Brasil.
A tilápia, o camarão marinho, os caracídeos (em 
particular os peixes redondos) e as carpas somaram 87% 
da produção da aqüicultura nacional. A produção de carpas, 
que está concentrada na Região Sul do país (Santa Catarina 
é o principal produtor), chegou a 55 mil toneladas em 2001 
e vem declinando nos últimos anos, atingindo produção de 
42 mil toneladas em 2005. Os cultivos de tilápia se inten-
sificaram, particularmente no Nordeste e Sudeste do país, 
aumentando de 35 para 68 mil toneladas no mesmo perío-
do. A produção mundial de tilápias cultivadas ultrapassou 
2 milhões de toneladas, sendo a tilápia o segundo maior 
grupo de peixes produzidos pela aqüicultura no mundo 
(atrás das carpas e à frente dos salmonídeos). A tilápia 
do Nilo, sozinha, respondeu pela oferta de 1,7 milhão de 
toneladas em 2005. O Brasil é hoje o 6º maiorprodutor de 
tilápia cultivada no mundo (ou 7º se considerarmos Taiwan 
em separado da China). A China é o maior produtor deste 
peixe (cerca de 980 mil toneladas em 2005). O cultivo de 
peixes redondos vem ganhando cada vez mais força na 
Região Centro-Oeste e Norte do país. Este impulso vem, 
em primeiro lugar, da oportunidade de suprir com o pescado 
cultivado o déficit de pescado nos mercados regionais, que 
tradicionalmente foram abastecidos com os produtos da pesca, 
hoje cada vez menos abundantes. E, em segundo lugar, com 
o aumento na escala de produção e com as iniciativas de in-
dustrialização, que favoreceram a comercialização dos peixes 
redondos através de grandes redes de supermercados no país, 
atingindo o mercado de diversas regiões metropolitanas. A 
produção deste grupo saltou de 35 para 50 mil toneladas entre 
2001 e 2005. A produção de camarão marinho aumentou de 40 
para 90 mil toneladas de 2001 a 2003. No entanto, em função 
de algumas doenças que assolaram os cultivos e de problemas 
relacionados à exportação (câmbio desfavorável e barreiras 
comerciais), a produção retraiu nos anos seguintes, fechando 
2005 com 52 mil toneladas. O Brasil se manteve como o 6º 
maior produtor mundial de camarão (logo atrás do México 
com 72 mil toneladas produzidas no mesmo ano). A China é o 
maior produtor com cerca de 1 milhão de toneladas em 2005. O 
cultivo de moluscos, praticamente inexpressivo até meados da 
década de 90, alcançou produção de 19 mil toneladas em 2003 
e fechou 2005 com uma contribuição à aqüicultura nacional, 
de cerca de 15 mil toneladas. Grande parte da produção ainda 
é oriunda dos cultivos no litoral sul do país, embora em anos 
recentes tenham sido implantados cultivos comerciais em área 
litorâneas do sudeste e nordeste. 
Dentre os países latino americanos, o Brasil foi o se-
gundo maior produtor de pescado cultivado em 2005 (atrás do 
Chile que produziu 714 mil toneladas); foi o maior produtor de 
tilápias (a frente de Honduras e Colômbia, ambos com cerca 
de 28 mil toneladas, e do Equador com 22 mil toneladas); e o 
segundo maior produtor de camarão marinho (atrás do México 
que produziu 72 mil toneladas em 2005). O Brasil conta com 
5 milhões de hectares em reservatórios de água doce, além de 
inúmeros rios de médio a grande porte, que podem ser apro-
veitados no cultivo de peixes em tanques-rede. Além disso, 
dispõe de insumos básicos e de empresas especializadas na 
produção de rações distribuídas em praticamente todo o país. 
Ainda tem o domínio tecnológico para a produção de diversas 
espécies de peixes nativos e já ocupa posição de destaque na 
produção de algumas “commodities” da aqüicultura mundial, 
como a tilápia e o camarão marinho. E, mais do que qualquer 
outro país latino-americano, o Brasil conta com um promissor 
mercado, representado por seus 180 milhões de consumidores, 
o que diminui sua dependência em relação ao mercado externo 
na comercialização de pescado. Pois bem, tudo isso conspira 
para que o Brasil venha a ser um dos maiores produtores de 
pescado cultivado no mundo. A bola está na marca do pênalti 
(mas não vamos deixar os pernas-de-pau do Vasco bater. E 
manda banana para o Ranário).
Potencial de aumento no consumo de pescado no Brasil
Somando a produção da pesca, a da aqüicultura e as 
importações de pescado e, disso tudo, subtraindo-se as expor-
tações, em 2004 e 2005, a quantidade de pescado disponível 
Distribuição das espécies cultivadas no Brasil - 2005
FIGURA 1
�� Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
��Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
Futuro aqüícola
no mercado interno foi próxima de 1 milhão de toneladas. Divi-
dindo isso pelos 180 milhões de brasileiros, o nosso consumo 
per capita ficou em 5,9kg/ano (Quadro 4).
Obviamente que muita gente consumiu pescado que não 
foi computado nas estatísticas oficiais (ou seja, vindo da produção 
pesqueira ou da aqüicultura não contabilizada, da pesca de subsis-
tência e mesmo da pesca amadora nos rios). De qualquer forma, o 
consumo per capita de pescado no Brasil, estimado via de regra entre 
6 e 7kg/ano, deve mesmo estar por aí. Este consumo equivale a 1/3 
da média mundial (17kg per capita) e está bem abaixo do consumo 
de outras carnes no Brasil (35kg de frango; 30kg de carne bovina 
e 12kg de carne suína). O consumo de pescado pelos brasileiros já 
teve seus tempos áureos, quando foi a segunda carne mais consumida 
(atrás apenas da carne bovina). Perdeu lugar para o frango e para os 
suínos, embora seja ainda uma fonte protéica de grande importância 
nos municípios ribeirinhos, onde a oferta ainda se mantém relativa-
mente farta. Em diversas áreas da Amazônia o consumo per capita 
de pescado ultrapassa 300g/dia (pouco mais de 100kg/ano). Na Ama-
zônia central há registro de consumo de 550g/dia (200kg/hab/ano). 
Por isso não compartilho da opinião de que o brasileiro não come 
peixe por falta de hábito. No meu entender, a baixa disponibilidade 
de pescado no mercado é o que desestimula o consumo. 
Em países industriais e desenvolvidos o consumo per capita 
de pescado está entre 24 e 28kg, enquanto que nos países em desen-
volvimento ou de baixa renda este consumo gira entre 11 e 15kg per 
capita/ano. E o Brasil sequer chegou a este patamar. No Canadá e nos 
Estados Unidos, o consumo per capita é da ordem de 23kg/ano. Na 
União Européia, 26kg/ano, com destaque para Portugal (57kg/ano), 
Espanha (44kg/ano) e França (33kg/ano). Nestes países também há 
disponibilidade de outras carnes a preços geralmente mais baixos, 
como o frango e o porco. Mas nem por isso o consumo de pescado 
é baixo. Isso reforça outra convicção que tenho de que o preço mais 
elevado do pescado não é capaz de explicar sozinho o baixo consumo 
per capita desta carne no Brasil. 
O preço do pescado em nosso país é, em geral, mais alto 
do que o de outras carnes, principalmente pelo fato da oferta de 
pescado ser insuficiente para atender a demanda. O fortalecimento 
da aqüicultura e o aumento da oferta de pescado cultivado segura-
mente contribuirão com a redução nos preços do pescado ofertado 
no Brasil. Enfim, o potencial de mercado para o pescado no Brasil 
é imenso. Para saltar de 7kg e chegar a pelo menos 11kg per 
capita (igualando-se ao consumo dos países de baixa renda), 
o Brasil terá que produzir (ou importar) adicionais 720 mil 
toneladas de pescado/ano (4kg x 180 milhões de habitantes). 
Isso significa quase quadruplicar a atual produção de nossa 
aqüicultura ou dobrar a produção da pesca. Se almejarmos 
chegar a 15 kg per capita e encostar na média mundial, temos 
que produzir adicionais 1,5 milhão de toneladas em relação ao 
que produzimos em 2005.
Ainda, para atender a demanda de pescado diante do au-
mento populacional previsto para os próximos anos, mantendo 
pelo menos o atual nível de consumo per capita (7kg/ano), o 
Brasil precisará produzir pelo menos 1,5 milhão de toneladas de 
pescado em 2020 (214 milhões de habitantes x 7) e 1,8 milhão 
em 2050 (260 milhões de habitantes x 7). Com a pesca estagnada 
em 700 mil toneladas, vamos ter que produzir ou importar 800 
mil toneladas até 2020 (53 mil toneladas a mais todo ano) e 1,1 
milhão de toneladas até 2050 (24 mil toneladas a mais todo ano, 
a partir de 2005). Condições físicas e recursos para atingir estes 
níveis de produção o Brasil dispõe. Especialistas internacionais 
acreditam que a aqüicultura no Brasil ofertará 1,4 milhão de 
toneladas de pescado em 2035. Mas, para isso, será preciso 
intensificar os investimentos no setor, pois nos últimos 5 anos o 
aumento médio de nossa produção aqüícola foi de apenas 17mil 
toneladas/ano (segundo dados reunidos pela FAO). Em síntese, o 
mar está mesmo para peixe e estes simples cálculos demonstram 
o que poderá vir a ser a aqüicultura em nosso país. 
Um caminho muito claro
O Brasil é um dos poucos países no mundo aptos 
a se candidatar para atender parte da demanda global de 
pescado nos anos vindouros, mas para isso terá que in-
vestir muito mais pesado emsua aqüicultura. O caminho 
principal para que isso se consolide é assegurar aos po-
tenciais investidores o direito de uso das águas públicas 
para a implantação de cultivos em tanques-rede. Este é 
o caminho mais simples e sensato, e também o menos 
impactante, para uma rápida expansão do setor. 
O cultivo de peixes em tanques-rede nos gran-
des reservatórios ocupa pouca terra, não desmata nossas 
florestas, não exauri recursos hídricos e ainda contribuirá 
com um aumento localizado na produção pesqueira nos 
parques aqüícolas. O governo já empenhou grande soma 
de recursos públicos (dinheiro que saiu do meu, do seu e 
do bolso de todos os brasileiros) na construção dos gran-
des reservatórios para geração de energia ou para mitigar 
os problemas da seca. Foi dinheiro que saiu do bolso 
de nossos avós, pais, do nosso e continuará saindo do bolso 
das nossas futuras gerações. Portanto, o governo deveria ser 
mais inteligente e tirar melhor proveito destes investimentos, 
incentivando projetos que possibilitem o uso múltiplo destes 
reservatórios e não apenas que recheie de dinheiro os bolsos 
das concessionárias de energia do país. 
Quadro 4 – Estimativa do Consumo per capita de 
Pescado no Brasil em 2004 e 2005
�0 Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
��Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
Futuro aqüícola
Tenho certeza de que já escrevi isso 
em outra matéria nesta revista, mas não custa 
reforçar. Se houver empenho para que sejam 
aproveitados apenas 2.500 hectares com o 
cultivo de peixes em tanques-rede (ou seja, 
uma área útil de tanques-rede equivalente a 
0,05% dos 5 milhões de hectares de reser-
vatórios gerenciados pela União e estados), 
alcançando uma modesta produtividade de 
100kg de peixes/m2/ano (ou 100kg por m3/
ano), o Brasil (8.547.403 km2 e 188 milhões 
de habitantes) produzirá 2,5 milhões de to-
neladas de peixes adicionais todos os anos. 
Isso nos aproximará da produção aqüícola 
de países como a Índia (3.287.782 km² e 
mais de 1 bilhão de habitantes) e a Indonésia 
(1.919.440 km² e 235 milhões de habitantes). 
Bater estes países e se aproximar da China é 
um sonho de muitos do nosso setor. Recursos 
naturais para isso temos de sobra. Mas não 
temos gente suficiente para comer tanto pei-
xe assim. Precisaríamos superar estes países 
também na população e aí o “Brasilsão” 
ficaria apertadinho. O que temos que fazer 
então é vender nosso futuro superávit de 
pescado para o resto do mundo.
Uma tendência a ser observada
A aqüicultura mundial deve buscar 
reduzir sua dependência em farinha e óleo 
de peixe. Anualmente são produzidas de 5 a 
7 milhões de toneladas de farinha e 1 a 1,5 
milhão de toneladas de óleo de peixe em todo 
o mundo. Isso exige, em média, cerca de 30 
milhões de toneladas de pescado in natura, 
volume equivalente a 32% da atual produção 
pesqueira. Variações anuais no volume de 
captura de matéria prima para a produção de 
farinha e óleo podem resultar em redução na 
oferta de farinha e óleo de peixe. 
A aqüicultura utiliza cerca de 20% da 
farinha de peixe e praticamente todo o óleo 
de peixe produzido no mundo. O restante é 
consumido em sua maior parte em rações 
para aves e suínos. O Peru é o maior produtor 
mundial de farinha, cerca de 33% da produ-
ção mundial, seguido do Chile, que produz 
outros 15%. A China é o maior importador 
(1,2 milhão de toneladas importadas em 
2005). A FAO prevê um aumento ao redor de 
1% ao ano na demanda por farinha e óleo de 
peixe até 2010 e de 0,5% ao ano entre 2010 
e 2015. Com isso a demanda por pescado 
para a produção de farinha e óleo deverá 
ser próxima de 35 a 40 milhões de toneladas 
em 2015. Esse crescimento da demanda 
será estimulado pelo aumento da produção 
de frangos e suínos, bem como à expansão 
da aqüicultura na China e outros países do 
Sudeste Asiático. Na opinião dos especia-
listas, há duas saídas para reduzir a pressão 
de captura de pescado para a produção de 
farinha de peixe: a) intensificar o uso de 
fontes alternativas de proteína nas rações 
para aqüicultura, diminuindo ou eliminando 
a inclusão de farinhas e óleo de pescado. 
Em países como o Brasil e Estados Unidos, 
grandes produtores de soja e diversos outros 
tipos de grãos, isso já é feito há muito tempo. 
O farelo de soja, por exemplo, custa menos 
da metade do custo das farinhas de peixe e 
a tendência é que seu uso em rações animais 
fique cada vez mais globalizado; b) priorizar 
o cultivo de espécies onívoras em detrimento 
das carnívoras. Com relação a esta última, 
acho mais sensato dizer “priorizar o cultivo 
de espécies que podem ser produzidas com 
dietas sem inclusão ou com inclusão mínima 
(menos que 4%) de farinha de peixe”. 
Diversos trabalhos de pesquisa con-
firmam a viabilidade técnica da substituição 
total da farinha de peixes por fontes protéicas 
de origem vegetal em rações para a truta 
arco-íris, striped bass, o próprio salmão do 
atlântico e uma miscelânea de peixes ori-
ginalmente carnívoros, inclusive algumas 
espécies marinhas. Até mesmo rações para 
camarões podem ser produzidas sem o uso 
de farinhas de peixe. Obviamente que o 
balanceamento em energia, aminoácidos e 
ácidos graxos essenciais e fósforo disponível 
tem que ser mantido com a inclusão de outros 
ingredientes naturais ou sintéticos. Para com-
pensar a menor palatabilidade de rações feitas 
exclusivamente com farelos e concentrados 
protéicos vegetais, quantidades mínimas de 
farinha de peixe podem ser usadas ou ainda 
palatabilizantes obtidos a partir de resíduos 
animais (hidrolisados de peixes e visceras de 
frango, por exemplo) aplicados em pequena 
quantidade por cobertura da ração. Em países 
com significativa produção de aves, suínos e 
bovinos, como o Brasil a oferta de farinhas 
animais (farinhas de vísceras e farinha de 
carne e ossos, por exemplo) possibilita a 
completa eliminação do uso de farinhas de 
peixe nas rações sem prejuízo à palatabilida-
de, bem como ao balanceamento em energia, 
aminoácidos essenciais e fósforo disponível. 
No entanto, o uso de farinhas e subprodutos 
"Se forem 
aproveitados 
apenas 0,05% 
dos reservatórios 
gerenciados 
pela União, o 
Brasil produzirá 
2,5 milhões de 
toneladas de 
peixes adicionais 
todos os anos. Isso 
nos aproximará 
da produção 
aqüícola de países 
como a Índia e a 
Indonésia. Recursos 
naturais para isso 
temos de sobra. 
Mas não temos 
gente suficiente 
para comer tanto 
peixe assim. 
Precisaríamos 
superar estes 
países também na 
população e aí o 
“Brasilsão” ficaria 
apertadinho. O que 
temos que fazer 
então é vender 
pescado para o 
resto do mundo."
�� Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
��Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
Futuro aqüícola
de origem bovina e suína foi vetado na ali-
mentação de pescado e qualquer outro animal 
destinado ao mercado da União Européia. Essa 
medida foi tomada após os episódios das vacas 
loucas. Assim, quem pretende exportar pescado 
cultivado para a União Européia, terá que seguir 
esta determinação.
Para peixes carnívoros de grande po-
tencial como o pintado, diversas empresas vêm 
formulando rações com inclusão mínima ou 
mesmo zero de farinha de peixe, sem prejuízo 
ao desempenho produtivo. Nestas rações as 
principais fontes protéicas são o farelo de soja 
e a farinha de vísceras de frango, ingredientes 
de menor custo e muitas vezes de superior 
qualidade nutricional, comparados a muitas 
farinhas de pescado produzidas no Brasil. Estas 
mesmas rações têm sido usadas com sucesso na 
alimentação do dourado, do pirarucu e de diver-
sos outros peixes carnívoros tropicais. Assim, 
o aumento na produção de peixes carnívoros 
no Brasil e em países com suficiente oferta de 
farinhas animais ocorrerá sem qualquer pressão 
adicional sobre os estoques mundiais de farinha 
de peixe. Há de se considerar também a oferta 
cada vez mais freqüente de farinha de peixe 
produzida com os resíduos do processamento 
do pescado cultivado e que poderá ser utilizada 
de volta nas rações.
No que diz respeitoa espécies onívoras, 
o Brasil está bem servido. Além das tilápias 
e diversas espécies de carpas, os produtores 
do país contam com muitas opções de peixes 
nativos onívoros. Os peixes redondos (tam-
baqui, pacu , piraptinga e híbridos), que já 
ocupam posição destacada e se consolidam nos 
principais mercados do país e diversas outras 
espécies (matrinxã, a piraputanga, o piauçu e a 
curimatã) estão sendo cultivados em volumes 
significativos nas regiões Norte e Centro-
Oeste do país. No cultivo de peixes onívoros 
são usadas rações com menor teor protéico e 
energético, geralmente de menor custo com-
paradas às rações para peixes carnívoros. Isso 
confere maior eficiência no que diz respeito à 
conservação ou transformação de proteína, e 
possibilita a produção de proteína de pescado 
a um menor custo. As rações para os peixes 
onívoros podem ser formuladas exclusivamen-
te com ingredientes vegetais (farelo de soja, 
farelo de trigo, milho, sorgo, protenose, quirera 
de arroz, óleos vegetais, etc, etc). Apenas se 
mantém a necessidade de suplementação mi-
neral e vitamínica e da suplementação com um 
ou outro aminoácido essencial. Falta ao Brasil 
boas opções de espécies natívas com grande 
habilidade de aproveitamento do fitoplâncton 
como faz a tilápia. O fitoplâncton, em par-
ticular, é o alimento natural mais abundante 
nos cultivos em tanques escavados e sua 
produção implica em grande fixação de car-
bono (CO2) presente na água. Assim, além 
de possibilitar a produção de proteína de 
alta qualidade há um menor custo, o cultivo 
de espécies onívoras planctófagas poderá 
conferir considerável crédito de carbono aos 
empreendimentos aqüícolas (assunto topo 
da moda no nosso planeta tão desprovido 
de saúde ambiental). Assim, a produção de 
peixes herbívoros, planctófagos e onívoros, 
ou mesmo de carnívoros não dependentes 
de farinha e óleo de peixe, conferirá à aqüi-
cultura brasileira maior sustentabilidade 
ambiental no longo prazo e uma imagem 
cada vez mais positiva perante o consumidor 
e à sociedade em geral.
 Enfim, o panorama aqui apresen-
tado reforça a expectativa de boas colheitas 
para os investimentos realizados na aqüi-
cultura em nosso país. O cenário é promis-
sor. O mar realmente está para os peixes 
cultivados e o Brasil será um importante 
ator na produção e no mercado mundial de 
pescado. Que ninguém tenha dúvida sobre 
isso, assim como é certo o milésimo gol do 
Ranário. Feliz edição 100 e parabéns ao 
Jomar Carvalho Filho e a toda a equipe da 
Panorama da AQÜICULTURA pelo fiel, 
competente e incansável trabalho dedicado 
todos estes anos à aqüicultura em nosso pais 
e, seguramente a muitos dos nossos vizinhos 
latino americanos. O Vasco homenageará 
o Ranário com um busto (de girino) em 
São Januário. Mas a aqüicultura não tem 
deixado por menos quanto ao tenaz amigo 
Jomar. Em toda piscicultura que eu vou 
sempre há uma foto dele. Pelo menos 
aquelazinha, pequenininha, com seu eterno 
aspecto jovial, sorriso simpático, cabelo 
arrumadinho e olhar com brilho intenso, 
sempre maravilhado com os avanços da 
nossa aqüicultura. Mas que não se enga-
nem os desavisados de plantão com esse 
rostinho de bom moço. Está aí um dos 
mais ferrenhos analistas e críticos das 
ações e acontecimentos que envolvem o 
nosso setor. Pois bem, Jomar e colegas 
da redação, a todos vocês o meu desejo (e 
certamente o desejo da maioria dos leitores 
desta revista) de que a Panorama continue 
sendo este maravilhoso veículo de integra-
ção dos diversos setores e protagonistas da 
aqüicultura em nosso país. E, por favor, 
continue falando bem de mim.
“O mar está mesmo 
para peixe. Se o 
Brasil ainda quiser 
atender parte da 
demanda global 
de pescado nos 
anos vindouros, 
terá que investir 
ainda mais pesado 
na aqüicultura. 
O primeiro passo 
é assegurar aos 
investidores o 
direito de uso das 
águas públicas 
para cultivos em 
tanques-rede. Este 
é o caminho mais 
simples e sensato, 
e também o 
menos impactante, 
para uma rápida 
expansão do 
setor...
...O cenário é 
promissor. O 
Brasil será um 
importante ator 
na produção e no 
mercado mundial 
de pescado." 
�� Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
Produção Aqüícola Global em 2005 e as 
estimativas da quantidade de ração utilizada 
Por: Albert. G. J. Tacon Ph.D., Aquatic Farms Ltd, 
E-mail: agjtacon@aol.com
Q uem participou do oi-tavo Simbraq, realizado 
em Piracicaba em 1994, deve 
ainda se lembrar do Albert 
Tacon, já na ocasião um dos 
mais celebrados especialistas 
em alimentos para organismos 
aquáticos da atualidade, um 
sujeito de fala mansa, daque-
le tipo que quando encontra-
mos pela primeira vez, temos a 
impressão que conhecemos há 
muito tempo. Tacon, na época 
trabalhando para a FAO, apre-
sentou no Simbraq uma rese-
nha da produção aqüícola na 
América Latina e Caribe, tema 
que também abordou em seu 
artigo para a edição nº 26 de 
novembro/dezembro de 1994 
da Panorama da AQÜICULTURA. 
Passados 13 anos, é um prazer 
ter Albert Tacon novamente nas 
páginas desta revista, desta vez 
fazendo uma resenha da produ-
ção aqüícola mundial com uma 
avaliação do crescimento dos 
principais cultivos nas últimas 
décadas, bem como uma rápida 
olhada no cenário mundial do 
consumo de rações.
Destaques da Produção Mundial em 2005
• O total produzido pela aqüicultura ao redor do mundo bateu mais um novo re-
corde em 2005, alcançando 63 milhões de toneladas, avaliadas em 78,4 bilhões de 
dólares, um crescimento de 5,2% em peso comparado ao ano anterior (Figura 1 e 
2; FAO 2007). Por outro lado, os desembarques das capturas na natureza caíram 
1,2%, somando 94,6 milhões de toneladas. No total, a participação dos pescados 
provenientes da aqüicultura em 2005 já ultrapassou os 40% do total de pescados 
produzidos em todo o mundo. A produção aqüícola dobrou desde 1995, e segue 
crescendo, em média, 8,7% ao ano desde 1950. A pesca, por outro lado, cresceu 
apenas 2,9% ao ano nesse mesmo período (Figura 3).
Figura 1. Produção Aqüícola Global 2005 (por peso) 
(valores em milhões de toneladas (MT), equivalente em peso vivo) 
Fonte: FAO FISHSTAT (2007)
Figura 2. Produção Aqüícola Global 2005 (por valor) 
(valores em bilhões de US$) 
Fonte: FAO FISHSTAT (2007)
��Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
Produção aqüícola m
undial
Produção Aqüícola Global em 2005 e as 
estimativas da quantidade de ração utilizada 
• De longe, os peixes formam o maior grupo entre as espécies 
cultivadas em 2005 (30.3 milhões de toneladas ou 48,1% do 
total da produção em peso), seguido das plantas aquáticas (14.8 
milhões de toneladas ou 23,5%), moluscos (13.5 milhões de 
toneladas ou 21,4%), crustáceos (4.0 milhões de toneladas ou 
6,3%), anfíbios/répteis (286.732 toneladas) e outras espécies de 
invertebrados aquáticos (151.613 toneladas: FAO, 2007).
• No que se refere ao ambiente de cultivo, aproximadamente 31.4 
milhões de toneladas ou 49,9% do total da produção aqüícola em 
2005 foi produzida em águas marinhas, seguido das águas doces 
(27.7 milhões de toneladas ou 44,1%) e salobra (3.8 milhões de 
toneladas ou 6,0%). 
• No que se refere ao abastecimento de carnes, em 2005 a 
aqüicultura produziu o equivalente a 29,3 milhões de toneladas 
(peso depois de eviscerado e descascado) para consumo huma-
no direto, ocupando o quarto lugar depois da carne suína (104 
milhões de toneladas), aves (82,2 milhões de toneladas) e carne 
bovina (53,9 milhões de toneladas; FAO, 2006, 2007).
• No que se refere à economia dos países produtores, a parti-
cipação dos países em desenvolvimento aumentou de 42,4% 
(271.101 toneladas) em 1950 para 93,3% (58.75 milhões de 
toneladas) em 2005. A partir de 1950, a aqüicultura praticada 
nos países desenvolvidos cresceu com taxas de 4,5% ao ano até 
1995, quando as taxas de crescimento caíram para 1,5% ao ano. 
Já nos países em desenvolvimento as taxas cresceram inicial-
mente 10,3% ao ano, caindo para 6,9% a partir de 1995.
•Por regiões, em 2005 a Ásia produziu 92,1% do total em peso 
(57.97 milhões de toneladas), seguido da Europa (3,4%, 2.14 
milhões de toneladas), América do Sul (1,8%, 1.16 milhões de 
toneladas), América do Norte (1,4%, 862.160 toneladas), 
África (1,0%, 656.370 toneladas) e Oceania (0,26%, 162.156 
toneladas). 
• Por país, a lista dos dez principais países produtores (top 
ten) de 2005 é encabeçada pela China com 43.27 milhões 
de toneladas (68,7%), seguida da Índia (2.84 milhões de 
toneladas, 4,5%), Indonésia (2.12 milhões de toneladas, 
3,4%), Filipinas (1.89 milhões de toneladas, 3,0%), Vietnam 
(1.47 milhões de toneladas, 2,3%), Japão (1.25 milhões de 
toneladas, 2,0%), Tailândia (1.14 milhões de toneladas, 
1,8%), Coréia Republic (1.06 milhões de toneladas, 1,7%), 
Bangladesh (0.88 milhões de toneladas, 1.4%), e Chile (0.71 
milhões de toneladas, 1,1%). Esses dez principais países 
produtores responderam por cerca de 90% (56.65 milhões 
de toneladas) de produção global em 2005. 
Principais grupos de Peixes Cultivados/espécie por volume
 
• Ciprinídeos (peixes de água doce - carpas e outros): 
produção total 19.541.921 toneladas em 2005 (64,5% da 
produção global de peixes cultivados) com 29 espécies re-
portadas. Taxa de crescimento médio anual de 9.0% entre 
1950 e 2005 e crescimento de 4.5% entre 2004/2005. Média 
das taxas de crescimento nos decênios 1955-1965, 1965-
1975, 1975-1985, 1985-1995, 1995-2005 de 5,0%, 5,3%, 
10,5%, 11,7% e 6,5%, respectivamente. Principais países 
produtores: China 77,3%, Índia 13,1%, Bangladesh 3,1%, 
Indonésia 1,3%, Myanmar 0,8%, Egito 0,7% (Ásia 97,7%, 
Europa 1,1%, África 0,75%; FAO, 2007).
• Tilápia (peixes de água doce - tilápia e outros ciclídeos): 
produção total 2.025.560 toneladas em 2005 (6,7% da pro-
Figura 3. Total dos desembarques e despescas
globais de pescados (FAO, 2007)
�� Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
dução global de peixes cultivados) com 10 espécies reporta-
das. Taxa de crescimento médio anual de 11,3% entre 1950 
e 2005 e crescimento da produção de 6,7% entre 2004/2005. 
Média das taxas de crescimento nos decênios 1955-1965, 
1965-1975, 1975-1985, 1985-1995, 1995-2005 de 4,5%, 
9,6%, 15,8%, 12,7% e 11,2%, respectivamente. Principais 
países produtores: China 48,3%, Egito 10,7%, Indonésia 
9,4%, Filipinas 8,0%, Tailândia 5,4%, Taiwan 4,1%, Brasil 
3,3%, Malásia, Honduras, Colômbia 1,4%, Equador 1,1%, 
Laos 1,0% (Ásia 78,5%, África 12,1%, América do Sul 
6,0%, América do Norte 3,4%; FAO, 2007).
• Salmonídeos (peixes diádromos - salmão e truta): produ-
ção total 1.986.213 toneladas em 2005 (6,5% da produção 
global de peixes cultivados) com 14 espécies reportadas. 
Taxa de crescimento médio anual de 10,8% entre 1950 e 
2005 e decréscimo da produção de 0,2% entre 2004/2005. 
Média das taxas de crescimento nos decênios 1955-1965, 
1965-1975, 1975-1985, 1985-1995, 1995-2005 de 14,0%, 
9,8%, 8,6%, 13,3% e 7,7%, respectivamente. Principais pa-
íses produtores: Noruega 32,3%, Chile 30,1%, Reino Unido 
7,2%, Canadá 5,2%, Turquia 2,5%, Dinamarca 1,9%, USA, 
China, França 1.8%, Iran 1,7%, Japão 1,6%, Itália 1,5%, 
Espanha 1,3%, Ilhas Faroe 1,2% (FAO, 2007).
• Peixes de água doce (espécies não reportadas por país): 
produção total 1.799.758 toneladas em 2005 (5.9% da 
produção global de peixes cultivados). Taxa de crescimen-
to médio anual de 6,3% entre 1950 e 2005, e aumento de 
produção de 7,7% entre 2004/2005. Média das taxas de 
crescimento nos decênios 1955-1965, 1965-1975, 1975-
1985, 1985-1995, 1995-2005: 5,2%, 4,8%, 7,3%, 11,4% e 
3,0%, respectivamente. Principais países produtores: China 
35,5%, Vietnam 32,5%, Myanmar 14,2%, Bangladesh 
10,6%, Indonésia 2,5%, Índia 1,6%, Canadá 0,7%, Brasil 
0,6% (Ásia 97,8%, América do Norte 1,0%, América do Sul 
0,6%, Europa 0,1%; FAO, 2007).
• Catfish (peixes de água doce - bagres): produção total 
1.512.846 toneladas em 2005 (5,0% da produção global 
de peixes cultivados) com 16 espécies reportadas. Taxa 
de crescimento médio anual de 12,0% entre 1950 e 2005, 
aumento de produção de 14,8% entre 2004/2005. Média das 
taxas de crescimento nos decênios 1955-1965, 1965-1975, 
1975-1985, 1985-1995, 1995-2005: 18,6%, 9,8%, 12,1%, 
6,5% e 16,0%, respectivamente. Principais países produto-
res: China 31,6%, Vietnam 24,8%, USA 18,2%, Tailândia 
8,6%, Indonésia 6,7%, Índia 2,9%, Nigéria 2,3%, Malásia 
1,6%, Camboja 0,8% (Ásia 77,9%, América do Norte 18,5%, 
África 2,9%; FAO, 2007).
• Milkfish (peixe diádromo - migra da água doce para 
salgada ou vice-versa): produção total 594.783 toneladas 
em 2005 (2,0% da produção global de peixes cultivados) 
com uma única espécie reportada (Chanos chanos). Taxa 
de crescimento médio anual de 4,3% entre 1950 e 2005, 
com aumento da produção de 3,7% entre 2004/2005. Média 
das taxas de crescimento nos decênios 1955-1965, 1965-1975, 
1975-1985, 1985-1995, 1995-2005: 3,6%, 3,4%, 5,6%, 1,4% e 
5,0%, respectivamente. Principais países produtores: Filipinas 
48,6%, Indonésia 42,7%, Taiwan 8,4%, Singapura 0,2% (Ásia 
99,9%, Oceania 0,002%; FAO, 2007).
• Peixes chineses carnívoros de água doce (peixe Mandarin, 
enguia do pântano): produção total 338.186 toneladas em 2005 
(1,1% da produção global de peixes cultivados) com duas espécies 
reportadas. Taxa de crescimento médio anual de 24,6% entre 1995 
a 2005, com aumento de produção de 10,5% entre 2004/2005. Prin-
cipal e único país produtor: China (Ásia 100,0%; FAO, 2007).
• Snakehead (peixes de água doce - snakeheads): produção 
total 308.938 toneladas em 2005 (1,0% da produção global de 
peixes cultivados) com três espécies reportadas. Taxa de cresci-
mento médio anual de 12,5% entre 1950 e 2005, com aumento 
de produção de 7,9% entre 2004/2005. Média das taxas de 
crescimento nos decênios 1955-1965, 1965-1975, 1975-1985, 
1985-1995, 1995-2005 de 7,6%, 8,0%, 10,7%, 1,7% e 40,5%, 
respectivamente. Principais países produtores: China 89,8%, 
Indonésia 3,7%, Índia 2,7%, Tailândia 2,4%, Nigéria, Filipinas 
0,4% (Ásia 99,6%, África 0,4%; FAO, 2007).
• Peixes marinhos não especificados (espécies não reportadas 
por país): produção total 264.575 toneladas em 2005 (0,9% da 
produção global de peixes cultivados). Taxa de crescimento mé-
dio anual de 15,4% entre 1950 e 2005, com aumento de produção 
de 17,2% entre 2004/2005. Média das taxas de crescimento nos 
decênios 1955-1965, 1965-1975, 1975-1985, 1985-1995, 1995-
2005 de 24,1%, 2,0%, 22,9%, 24,0% e 5,3%, respectivamente. 
Principais países produtores: China 90,8%, Índia 3,0%, Japão 
2,3%, Taiwan 0,9%, Malásia 0,9%, Turquia 0,8%, Grécia 0,5% 
(Ásia 99,4%, Europa 0,5%; FAO, 2007).
• Seabass japonês (peixe marinho): produção total 251.770 
toneladas em 2005 (0,8% da produção global de peixes culti-
vados) com uma espécie reportada (Lateolabrax japonicus), e 
produção reportada apenas desde 1999, com aumento de pro-
dução de 14,8% entre 2004/2005. Principais países produtores: 
China 99,0%, Coréia do Sul 1,0% (Ásia 100,0%; FAO, 2007).
• Sparídeos (peixes marinhos - pargos): produção total 245.217 
toneladas em 2005, com 10 espécies reportadas. Taxa de 
crescimento médio anual de 30,2% entre 1965 e 2005, com 
aumento de produção de 5,1% entre 2004/2005. Média das 
taxas de crescimento nos decênios 1955-1965, 1965-1975, 
1975-1985, 1985-1995, 1995-2005 de 48,9%, 20,0%, 13,5% 
e 8,7%, respectivamente. Principais países produtores: Japão 
31,0%, China 18,0%, Grécia 18,0%, Turquia 11,6%, Espanha 
6,3%, Coréia do Sul 4,3%, Itália 2,9%, Egito 1,8%, Israel 1,4%, 
Taiwan 1,2%, França 0,7% (Ásia 68,3%, Europa 29,3%, África 
2,2%, América do Norte 0,1%; FAO, 2007).
• Enguia (peixe diádromo - enguia de rio): produção total 
Pr
od
uç
ão
 a
qü
íc
ol
a 
m
un
di
al
��Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
242.067 toneladas em 2005 (0,8% da produção global de peixes 
cultivados) com três espécies reportadas. Taxa de crescimento 
médio anual de 11,8% entre 1950 e 2005, e queda na produção 
de 2,5% entre 2004/2005. Média das taxas de crescimento nos 
decênios1955-1965, 1965-1975, 1975-1985, 1985-1995, 1995-
2005 de 15,7%, 7,9%, 8,3%, 8,8% e 2,6%, respectivamente. 
Principais países produtores: China 74,0%, Taiwan 11,8%, Japão 
8,2%, Coréia do Sul 2,3%, Holanda 1,6%, Dinamarca 0,7%, 
Itália 0,5% (Ásia 96,5%, Europa 3,4%; FAO, 2007).
• Mugilidae (peixes marinhos - tainhas): produção total 180.326 
toneladas em 2005, com três espécies reportadas. Taxa de cresci-
mento médio anual de 8,5% entre 1950 e 2005, com aumento de 
produção de 16,3% entre 2004/2005. Média das taxas de crescimen-
to nos decênios 1955-1965, 1965-1975, 1975-1985, 1985-1995, 
1995-2005 de 2,2%, 6,7%, 8,5%, 11,3% e 17,8%, respectivamente. 
Principais países produtores: Egito 86,7%, Indonésia 6,5%, Coréia 
do Sul 3,0%, Taiwan 1,3%, Israel 1,2%, Ucrânia, Hong Kong 0,3% 
(África 86,9%, Ásia 12,4%, Europa 0,6%; FAO, 2007).
• Carangidae (peixe marinho - pampos): produção total 178.270 
toneladas em 2005, com cinco espécies reportadas. Taxa de 
crescimento médio anual de 16,5% entre 1950 e 2005, com 
aumento de produção de 5,5% entre 2004/2005. Média das taxas 
de crescimento nos decênios 1955-1965, 1965-1975, 1975-1985, 
1985-1995, 1995-2005 de 71,3%, 20,2%, 5,4%, 1,2% e 0,02%, 
respectivamente. Principais países produtores: Japão 92,4%, 
China 6,7%, Taiwan 0,5%, Egito 0,2% (Ásia 99,7%, África 
0,2%; FAO, 2007).
• Characidae (peixe de água doce - tambaqui, pacu (=co-
lossoma): produção total 148.469 toneladas em 2005, com 
três espécies reportadas. Taxa de crescimento médio anual de 
42,0% de 1975 a 2005, com a produção reduzida de 0,06% entre 
2004/2005. Média das taxas de crescimento nos decênios 1955-
1965, 1965-1975, 1975-1985, 1985-1995, 1995-2005 de 52,0%, 
44,5% e 30,4%, respectivamente. Principais países produtores: 
China 57,0%, Brasil 33,5%, Colômbia 4,6%, Venezuela 3,4%, 
Nigéria 0,7%, Argentina 0,3% (Ásia 57,1%, América do Sul 
42,2%, África 0,7%; FAO, 2007).
• Linguados (peixes marinhos planos): produção total 
135.782 toneladas em 2005, com oito espécies reporta-
das. Taxa de crescimento médio anual de 23,6% de 1985 a 
2005, com aumento de produção de 23,6% entre 2004/2005. 
Principais países produtores: China 60,8%, Coréia do Sul 
29,5%, Espanha 4,1%, Japão 3,4%, Noruega 0,9%, França 
0,6% (Ásia 93,7%, Europa 6,1%, América do Sul 0,2%; 
FAO, 2007).
• Sciaenidae (peixes marinhos - pescadas): produção total 117.141 
toneladas em 2005, com cinco espécies reportadas. Taxa de cres-
cimento médio anual de 123,3% de 1995 a 2005, com aumento de 
produção de 2,5% entre 2004/2005. Principais países produtores: 
China 98,5%, Mauricius, Espanha 0,3%, Israel, França, Itália 0,2% 
(Ásia 98,8%, Europa 0,7%, África 0,5%; FAO, 2007).
• Moronidae (peixes marinhos - seabass europeu, striped 
bass): produção total 100.769 toneladas em 2005, com 
duas espécies reportadas. Taxa de crescimento médio anual 
de 31,1% entre 1975 e 2005, com aumento de produção 
de 25,1% entre 2004/2005. Média das taxas de cresci-
mento nos decênios 1975-1985, 1985-1995, 1995-2005 
de 34,5%, 46,2% e 14,5%, respectivamente. Principais 
países produtores: Turquia 37,2%, Grécia 30,7%, Itália 
6,5%, Espanha 5,7%, USA 5,0%, Egito 4,2%, França 
3,9%, Croácia 2,0%, Portugal 1,5%, Marrocos 0,8% (Eu-
ropa 50,6%, Ásia 38,6%, África 5,8%, América do Norte 
4,9%; FAO, 2007).
• Serranidae (peixes marinhos - garoupas): produção 
total 65.362 toneladas em 2005, com cinco espécies re-
portadas. Taxa de crescimento médio anual de 22,4% entre 
1975 e 2005, com aumento de produção de 10,5% entre 
2004/2005. Média das taxas de crescimento nos decênios 
1975-1985, 1985-1995, 1995-2005 de 24,3%, 14,3% e 
29,2%, respectivamente. Principais países produtores: 
China 59,5%, Taiwan 20,8%, Indonésia 10,5%, Malásia 
3,9%, Tailândia 3,5%, Hong Kong 0,8%, Filipinas 0,4%, 
Singapore 0,3%, Coréia do Sul 0,2% (Ásia 100,0%; FAO, 
2007).
• Belontidae (peixe de água doce - Snakeskin gourami): 
produção total 39.815 toneladas em 2005, com apenas uma 
espécie reportada. Taxa de crescimento médio anual de 
8,4% entre 1950 e 2005. Principais países produtores: Tai-
lândia 92,8%, Indonésia 7,2% (Ásia 100,0; FAO, 2007).
• Centropomidae (peixes diádromos - barramundi (roba-
lo), perca do Nilo): produção total 34.545 toneladas em 
2005, com duas espécies reportadas. Taxa de crescimento 
médio anual de 29,4% entre 1965 e 2005, com aumento 
de produção de 8,9% entre 2004/2005. Média das taxas de 
crescimento nos decênios 1965-1975, 1975-1985, 1985-
1995, 1995-2005 de 33,5%, 22,0%, 25,6% e 6,0% , respec-
tivamente. Principais países produtores: Tailândia 40,2%, 
Taiwan 22,8%, Malásia 12,1%, Nigéria 9,5%, Indonésia 
8,5%, Austrália 5,1%, Sudão 0,6%, Singapure 0,5% (Ásia 
84,5%, África 10,3%, Oceania 5,1%; FAO, 2007).
• Tetraodontidae (peixes marinhos - baiacus): produção 
total 24.572 toneladas em 2005. Espécies não relatadas. 
Taxa de crescimento médio anual de 30,2% entre 1965 to 
2005, com aumento de produção de 20,3% entre 2004/2005. 
Média das taxas de crescimento nos decênios 1965-1975, 
1975-1985, 1985-1995, 1995-2005 de 0,0%, 55,6%, 18,3% 
e 19,8%, respectivamente). Principais países produtores: 
China 81,4%, Japão 18.6% (Ásia 100,0%; FAO, 2007).
• Atum (peixes marinhos): produção total 22.915 tone-
ladas em 2005, com quatro espécies reportadas. Taxa de 
crescimento médio anual de 37,7% entre 1985 a 2005, com 
queda de 5,9% entre 2004/2005. Média das taxas de cres-
Produção aqüícola m
undial
�� Panorama da AQÜICULTURA, março/abril, 2007
cimento nos decênios 1985-1995 e 1995-2005 de 48,2% 
e 28,0%, respectivamente. Principais países produtores: 
México 34,3%, Austrália 32.5%, Croácia 14,9%, Espanha 
14,7%, Itália 1,3%, Tunísia 1,2%, Chipre 0,8% (América 
do Norte 34,3%, Oceania 32,5%, Europa 30,9%, África 
1,3%, Ásia 0,9%; FAO, 2007).
• Bijupirá (Cobia) (peixe marinho): produção total 22.751 
toneladas em 2005, com uma espécie reportada. Primeiro 
relatório de produção em 1995, com aumento de produção 
de 11,2% entre 2004/2005. Principais países produtores: 
China 83,0%, Taiwan 17,0%, Mayotte (Ilhas Comores) 
0,03% (Ásia 99,9%, África <0,01%; FAO, 2007).
• Gadidae (peixes marinhos - bacalhaus e hadoques): produção 
total 8.194 toneladas em 2005, com duas espécies reportadas. 
As 30 principais espécies de peixe e crustáceos cultivados no mundo em 2005, por volume
Primeiro relatório de produção em 1987, com aumento de pro-
dução de 111,1% entre 2004/2005. Principais países produtores: 
Noruega 90,4%, Islândia 8,6%, UK 0,8%, <0,1% Federação 
Russa (Europa 100,0%; FAO, 2007).
Principais grupos/espécies de crustáceos 
cultivados (por volume) 
• Camarão Marinho: produção total 2.675.336 toneladas 
em 2005 (67,5% do total da produção de crustáceos), com 
11 espécies reportadas. Taxa de crescimento médio anual 
de 14,8% entre 1950 e 2005, com aumento de produção de 
9,4% entre 2004/2005. A média das taxas de crescimento nos 
decênios 1955-1965, 1965-1975, 1975-1985, 1985-1995, 
1995-2005 foram de 4,8%, 20,4%, 25,3%, 15,8% e 11,2%, 
respectivamente. Principais pa-
íses produtores em 2005: China 
38,3%, Tailândia 14,0%, Viet-
nam 12,2%, Indonésia 10,4%, 
Índia 5,3%, México 2,7%, Bra-
sil. Bangladesh 2,4%, Equador 
2,1%, Myanmar 1,8%, Filipinas 
1,5%, Malásia 1,2%, Colômbia 
0,7%, Venezuela, Taiwan 0,6% 
(Ásia 88,8%, América do Sul 
6,1%, América do Norte 4,4%, 
África 0,4%, Oceania 0,2%; 
FAO, 2007).
• Camarão de Água Doce: pro-
dução total 467.876 toneladas 
em 2005 (11,8% da produção 
total de crustáceos), com três 
espécies reportadas e primeiro 
relatório de produção em 1970. 
Taxa de crescimento médio anual 
de 26,9% entre 1975 e 2005, com 
aumento de produção de 6,3% 
entre 2004/2005. Média das taxas 
de crescimento nos decênios 1975-
1985, 1985-1995, 1995-2005 de 
30,0%, 14,0% e 37,7%, respecti-
vamente. Principais países produ-
tores em 2005: China 76,5%, Índia 
9,9%, Tailândia 6,4%, Bangladesh 
4,2%, Taiwan 2,2%, Indonésia 
0,2% (Ásia 99,7%, América do 
Norte 0,1%; FAO, 2007).
• Caranguejo chinês de rio 
(crustáceo de água doce): pro-

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