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Ludicidade e Educação UNIDADE 1 LIVRO UNIDADE 2 APÊNDICE U2 1Ludicidade e indústria cultural Ludicidade e indústria cultural Apêndice Gabaritos comentados com respostas-padrão Ludicidade e Indústria Cultural: UNIDADE 2 Gabarito 1. Faça valer a pena – seção 2.1 1. Letra A. Comentário: a indústria cultural é reflexo de uma sociedade capitalista, em que o consumo é estimulado principalmente por valores que levam o sujeito a acreditar que a vida é só alegria e prazer. Essas ideias estão presentes no conceito de atividade lúdica, e, diante disso, o brincar deixa de lado o trabalho, esforço e tensão para ser apenas situações momentâneas e diversas de prazer, diversão e felicidade. 2. Letra B. Comentário: quando uma criança se envolve numa situação lúdica com tempo livre, ela se dedica a construir uma cena ou se envolver num jogo de tal modo que nada mais existe do que a situação lúdica em si. Tal atividade solicita da criança esforço, seriedade, trabalho mental e atenção contínua na situação. 3. Letra A. Comentário: a ludicidade e o trabalho, para Kishimoto (2000), apresentam continuidade. Segundo a autora, há uma dialética entre jogo e trabalho, visto que tanto um quanto o outro podem colocar o sujeito em ação criativa e espontânea. Para isso, tanto no trabalho quanto na atividade lúdica é necessário que haja “a liberdade do jogo e o prazer do trabalho”. 4. Letra A. Comentário: sim, o tempo e o sentido da atividade lúdica foram influenciados U2 2 Ludicidade e indústria cultural pela indústria cultural. Hoje, o tempo é determinado pelas atividades do dia a dia, e a atividade lúdica é vista apenas como prazer e diversão. 5. Letra E. Comentário: porque essas crianças em situação de rua têm de trabalhar e muitas vezes brincam enquanto estão trabalhando (ALVES, 1998; NEIVA- SILVA; KOLLER, 2002; SANTOS; KOLLER, 2003). 6. Resposta: a indústria cultural influencia a brincadeira infantil, principalmente com relação ao seu sentido, que passa a ser apenas de divertimento e prazer, bem como à sua temporalidade. Sobre o brinquedo, as crianças influenciadas pela indústria cultural são consumidoras e buscam mais os efeitos do brinquedo do que o prazer em transformá-lo pela imaginação. O tempo da brincadeira tem a ver com a agenda da criança. 7. Resposta: a indústria cultural influencia a brincadeira infantil em seu sentido e temporalidade. No entanto, para aquelas crianças que precisam trabalhar, elas podem fazer de seu trabalho um espaço de brincadeira, desde que a criatividade e a espontaneidade permaneçam em ação. Gabarito 2. Faça valer a pena – seção 2.2 1. Letra E. Comentário: a indústria cultural segue a lógica do consumo e, para isso, apresenta brinquedos com valores implícitos, muitas vezes não percebidos pelo adulto e muito menos pela criança. 2. Letra A. Comentário: os pais, enquanto adultos, podem ajudar a criança a não entrar na lógica do mercado de consumir mais e mais. Para isso, precisam sempre dialogar sobre os modismos, refletindo sobre o que significa um novo brinquedo na sociedade em que vivemos. 3. Letra C. Comentário: Brougère (2004) considera que os meninos, enquanto brincam, demonstram interesse principalmente por poder, prestígio e controle de determinada situação. U2 3Ludicidade e indústria cultural Ludicidade e indústria cultural Gabarito 3. Faça valer a pena – seção 2.3 1. Letra D. Comentário: a criança, enquanto brinca, expressa culturas regionais ou até mais amplas e necessidades próprias de seu desenvolvimento. 2. Letra A. Comentário: brincar é universal, uma linguagem infantil que indica desenvolvimento, pois, enquanto as crianças brincam elas expressam como estão desenvolvendo os níveis cognitivo, afetivo e social. 3. Letra B. Comentário: em diferentes regiões, podemos encontrar nomes diferentes para brincadeiras semelhantes. Por exemplo: amarelinha pode ser chamada de diferentes maneiras em regiões distintas no Brasil. 4. Letra B. Comentário: as bonecas, ao representarem a feminilidade, expressam-se com corpo ideal, com roupas da moda e cabelos maravilhosos. 5. Letra B. Comentário: a lógica da indústria cultural é a lógica do consumo, e essa, por sua vez, não está interessada no sujeito em si, na construção e valorização de sua identidade, daquilo que ele é enquanto único. Por isso, o “ser” não tem lugar na indústria cultural. 6. Resposta: as bonecas, por meio de padrões de ideais, retratam os valores de uma cultura. Alguns exemplos são as bonecas que marcaram gerações, como a boneca Susi e a boneca Barbie, caracterizadas principalmente pela beleza estética. 7. Resposta: as bonecas demarcam valores estéticos e ideológicos muitas vezes não percebidos pelas crianças, por isso pais e educadores precisam abrir espaços para tais reflexões, a fim de que as crianças não sejam meras consumidoras de padrões sociais, muitas vezes estereotipados e excludentes da cultura. U2 4 Ludicidade e indústria cultural 4. Letra E. Comentário: o brincar em diferentes regiões poderá apresentar embates, principalmente se a criança for de uma região diferente da de seus colegas na escola. Esses embates podem aparecer entre os alunos ou, ainda, entre professor e aluno, como forma de preconceito por não reconhecimento legítimo do brincar. Muitos preconceitos também serão decorrentes da falta de informação sobre as diferentes formas de brincar e os significados que têm em cada região. 5. Letra D. Comentário: a brincadeira da amarelinha pode ser encontrada com diferentes nomes a depender da região em que se encontra. Na Amazônia, é conhecida como “pular macaca”. No Rio Grande do Sul, o nome da brincadeira é “sapata”, e, no estado de Alagoas, a amarelinha é chamada de “avião”. 6. Resposta: a variedade de expressões do brincar em diferentes regiões revela a articulação entre cultura, lúdico e suas funções no desenvolvimento infantil, como a de ajudar a criança em seu processo de adaptação. 7. Resposta: quando o autor afirma que o brincar resiste ao tempo, ele defende que, independentemente do lugar e do tempo histórico, as crianças brincam, e, dependendo da influência do meio, muitas brincadeiras ainda permanecerão expressas, pois o valor dado pelos adultos, pelo grupo do qual a criança participa e sua necessidade desenvolvimental alimentam a permanência de tais brincadeiras. Assim, não é estranho saber a criança brinca hoje de amarelinha, por exemplo, e sua mãe ou seus avôs também brincaram da mesma brincadeira no passado. Gabarito 4. Faça valer a pena – seção 2.4 1. Letra C. Comentário: a brincadeira do faz de conta, em que os papéis sociais são vivenciados pela criança, a ajuda a aprender sobre as regras do mundo adulto, bem como a expressar o que entende das relações sociais vivenciadas em seu cotidiano. 2. Letra E. Comentário: quando uma criança brinca de desempenhar papéis sociais U2 5Ludicidade e indústria cultural Ludicidade e indústria cultural Simulado I 1. Letra B. da realidade, podemos observar a presença de ações como a imitação e o faz de conta. Além disso, ela leva para a cena representada suas impressões vivenciadas um dia com os diversos papéis sociais, por exemplo o papel social sobre o que é ser mãe. 3. Letra E. Comentário: na brincadeira de papéis sociais, a criança cria uma “zona de desenvolvimento”, pois avança em todos os aspectos de seu desenvolvimento, como também aprende sobre cultura, suas regras, padrões e regularidades. 4. Letra C. Comentário: na brincadeira de papéis, a criança cria uma encenação de um personagem que viu na realidade social. O soldado inglês é um e a criança apresenta todo o repertório sobre o que sabe do personagem. 5. Letra A. Comentário: a riqueza dos conteúdos presentes na encenação que a criança faz ao reproduzir um papel social na brincadeira depende do ambiente sociocultural, no qual a criança encontra-se. 6. Resposta: na brincadeira, a criança assume um papel ativo e seu nível de concentraçãoé alto, pois, além de desenvolver criatividade, imaginação etc., resolve necessidades afetivas. Por isso, a criança fica brava quando interrompemos sua brincadeira, que, do ponto de vista dela, é algo muito sério. Sendo assim, o adulto deve tomar cuidado para não obstaculizar a construção infantil. 7. Resposta: a escola pode utilizar-se do dia do brinquedo para propor brincadeiras de papéis sociais para promover o desenvolvimento e a aprendizagem da criança. De modo lúdico, pode-se propor a vivência de vários papéis sociais que a criança ainda não conhece, incluindo ainda as profissões. Por exemplo: a professora pode propor: nessa semana, vamos brincar de ser “avó”,”médico”, “professora”, “dentista” etc. U2 6 Ludicidade e indústria cultural Justificativa: a sociedade atual vive a vida de modo apressado, correndo atrás do vento. Tudo deve ser rápido, momentâneo e, como nos diria Bauman (2000), líquido, no sentido de que nada mais tem uma estabilidade, um tempo próprio. No caso da atividade lúdica, é considerada apenas algo relacionado a entretenimento, que produz prazer e diversão momentânea. 2. Letra D. Justificativa: todas as afirmações estão corretas, pois, segundo a autora Alicia Fernández, em sua análise, os modos de produção de subjetividade são silenciados pela sociedade do consumo e do prazer, representados pela indústria cultural. Para a autora, a atividade lúdica seria uma possibilidade de resgate da subjetividade silenciada desses sujeitos. Tanto o adulto quanto a criança foram sendo envolvidos num mundo de muitas ações rápidas e momentâneas. Para Leite (2002), a criança hoje é assistida pelo adulto ou para trabalhar ou para estudar. Ou seja, a sociedade não respeitou a criança, incluindo-a no mesmo contexto de atividades incessantes do modo de produção industrializado capitalista. 3. Letra A. Justificativa: o IBGE apontou que o Brasil é o 3º colocado, na América Latina, entre os países com alto índice de trabalho infantil. Por isso, a sociedade atual apresenta vários programas de erradicação dele, substituindo-o por abrigos, projetos educativos com dança, esporte, oficinas, escola em período integral. A estrutura socioeconômica na qual a criança está inserida irá influenciar suas atividades, inclusive a brincadeira da criança. Temos pesquisas que versam sobre a brincadeira de rua de crianças que vivem em situação de risco, apontando- nos que “as crianças em situação de rua compõem uma população peculiar que tem características próprias nas suas manifestações lúdicas, uma vez que vivem num contexto diferenciado do habitual para o desenvolvimento infantil”. Estas crianças muitas vezes brincam enquanto estão trabalhando (ALVES, 1998; NEIVA-SILVA; KOLLER, 2002; SANTOS; KOLLER, 2003). 4. Letra B. Justificativa: muito pesquisadores (Carmen Soares, 2002; Alfredo Veiga- Neto, 1996; Andrés Zarankin, 2002; Tarcísio Mauro Vago, 2002) consideram o corpo na indústria cultural como um lugar de inscrição da cultura. Utilizando as palavras de Carmen Soares e Andrés Zarankin (2004, p. 25), trata-se de um lugar que revela toda a “dinâmica de elaboração de códigos, técnicas, pedagogias, arquiteturas e instrumentos desenvolvidos para submetê-lo a normas”. Nesse sentido, as formas nos brinquedos possibilitam usos que se destinam a instituir significados da cultura para que as crianças reproduzam os papéis socialmente estabelecidos. U2 7Ludicidade e indústria cultural Ludicidade e indústria cultural 5. Letra A. Justificativa: para a indústria cultural, o mais importante não é brincar com o brinquedo, mas ter o brinquedo ideal, como se ele proporcionasse um ambiente ilusório de que a brincadeira será melhor apenas se for com determinado brinquedo. Na verdade, a indústria do consumo encontrou no brinquedo uma forma em potencial de atingir seus objetivos e tem feito uso de estímulos aos desejos da criança para chegar até o adulto mediante a descoberta do fascínio que esta fase (ser criança) lhe proporciona. Mas devemos manter uma análise crítica sobre isso e ajudar as crianças nessa reflexão. 6. Letra E. Justificativa: para a criança, na encenação realizada ao representar um papel social, não poderá haver um desvio da ação real, pois, caso isso ocorra, a brincadeira é invalidada. Nas palavras de Leontiev (2006, p. 126), “[...] aquilo que chamamos ação, é assim a ação real para a criança, que a tira da vida real. Assim sendo, ela não é nunca enquadrada arbitrariamente; ela não é fantástica”. 7. Letra A. Justificativa: somente a 4 está errada, pois, para a criança criar uma situação lúdica, ela se utiliza de regras, imaginação e motivação. No entanto, ao utilizar-se do objeto na brincadeira, esse é apresentado a partir da percepção que a criança tem da situação e nem sempre essa percepção é uma cópia da realidade. Sendo assim, uma panela pode ser substituída/representada por uma caixa de sapato. 8. Letra B. Justificativa: para Vygotsky, sempre que a criança brinca acaba criando uma situação imaginária na qual assume um papel, que pode ser, inicialmente, a imitação de um adulto observado. Assim, ela traz consigo regras de comportamento que estão implícitas e são culturalmente constituídas. 9. Letra E. Justificativa: para Adriana Friedmann, a brincadeira faz com que a criança incorpore valores de acordo com a cultura na qual está inserida. Ludicidade e indústria cultural U2 8 Ludicidade e indústria cultural 10. Letra E. Justificativa: Adriana Friedmann (2004) aponta que, brincando, a criança desenvolve-se resolvendo aspectos afetivos, cognitivos e sociais. Um ponto importante a destacar é que, nas expressões de brincadeiras em diferentes regiões, as crianças reinventam brincadeiras, mudam seus nomes e objetos, mas as brincadeiras são as mesmas. Os jogos de bolinhas de gude, por exemplo, podem também ser chamados, dependendo da região em que acontecem, de: caçapinha, buracão, fubeca e barroca. 11. Letra B. Justificativa: as diversas formas que as crianças encontram para brincar revelam a articulação entre cultura, lúdico e suas necessidades desenvolvimentais, entre elas a de adaptação. 12. Letra A. Justificativa: não é porque a criança adquire uma boneca apresentando uma necessidade especial física, por exemplo, que deixará de ter preconceito, pois o mais importante não é o objeto em si, mas o que a criança fará com ele. O que a criança faz com o brinquedo e os significados que ela produz na brincadeira são decorrentes das relações e dos significados de sua cultura. 13. Letra A. Justificativa: Adriana Friedmann (2004) explica que, enquanto brinca, a criança expressa a cultura se os adultos preservarem as tradições e manifestações de seu povo, ensinando-lhes sobre o valor que tais expressões têm. Para a autora, a atividade lúdica vincula-se a criar e preservar cultura e seus significados. No caso da indústria cultural e suas articulações com o brincar infantil, temos, nas diferentes culturas, crianças que estão livres do consumismo. 14. Letra D. O brincar possibilita o desenvolvimento integral da criança. Quando a criança não brinca e só trabalha, expressa que algo não vai bem em seu desenvolvimento, podendo apresentar, inclusive, desempenho diferente das outras crianças (WINNICOTT, 1975). Questão 1: letra C. Para despertar o interesse das crianças pelos jogos tradicionais regionais, valorizando a história da cultura, o professor pode criar situações para as crianças vivenciarem tais brincadeiras, identificando proximidades com sua região, bem como pensando criticamente sobre o porquê de tais brincadeiras serem esquecidas. U2 9Ludicidade e indústria cultural Ludicidade e indústria culturalLudicidade e indústria cultural Questão 2: Para que a criança desperte seu interesse não apenas pelos efeitos de um brinquedo e queira brincar com ele, indo além do que o brinquedo apresenta concretamente, ou seja, imaginação de outras maneiras. O professor precisa estimular a criatividade e imagnaçãoda criança enquanto brinca. Isso pode ser feito com o professor brincando com a criança de imaginar diferentes objetos a partir do próprio brinquedo. Outra forma de estimular a criação, imaginação e espontaneidade seria por meio da construção de brinquedos pelas crianças, por exemplo, construir um carrinho ou uma boneca com sucatas; assim, o professor poderá incentivar a criança a despertar o interesse e a curiosidade pela criação e imaginação. Questão 3: Analisar a boneca Barbie criticamente implica perceber os valores implícitos na estética presente na boneca. Valores que enfatizam o consumo pelas roupas, pelo cabelo da moda, pelo corpo da moda etc., criando um modelo a ser seguido. A sociedade como um todo não é homogênea, e a pessoa não deve ser valorizada pelo que ela tem, mas, sim, pelo que ela é.
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