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SEMINÁRIO INTERDISCIPLINAR I - A LÓGICA DO BRINCAR

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CENTRO UNIVERSITÁRIO INTA- UNINTA CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA - POLO DE EUNÁPOLIS
SEMINÁRIO INTERDISCIPLINAR IV:
ÉTICA E TEORIA CRÍTICA
TEMÁTICA:
INSTRUMENTALIZAÇÃO E PADRONIZAÇÃO CULTURAL: A LÓGICA DO BRINCAR.
 ROBERTO DAMASCENO SOARES
 
 EUNÁPOLIS-BAHIA
 2021
RESUMO
A presente pesquisa tem como tema A LÓGICA DO BRINCAR, e o seu objetivo principal é analisar a diferença entre o brincar e a brincadeira. Para atingir o objetivo proposto, primeiramente, faz-se uma abordagem sobre a padronização e a instrumentalização cultural.
1. INTRODUÇÃO 
A LÓGICA DO BRINCAR
O brincar representa para a criança ter uma linguagem própria uma conexão com o mundo e a chance de desenvolver algumas habilidades, a interação social por exemplo se da através do brincar.
Correr, pular, criar, atuar. O que as crianças aprendem brincando? 
A brincadeira é um fenômeno cultural que sintetiza os valores do grupo no qual se desenvolve. Sua essência é a espontaneidade, e seu teor, a liberdade. Brincar pressupõe uma aprendizagem social. Aprendem-se formas, vocabulário típico, regras, modos de atuar coerentes. 
Através da brincadeira a criança cria várias “janelas” para entender o mundo e a si mesma. No brincar, as coisas podem ser outras, o mundo vira de ponta-cabeça, permitindo à criança se descolar da realidade imediata e transitar por outros tempos e lugares, ser muitos outros e fazer muitas outras coisas com a ajuda de gestos, palavras e artefatos, ser autora de suas histórias. No faz-de-conta, pode ser pai, mãe, bebê, bruxo, fada, príncipe, sapo, cachorro, trem, condutor, guerreiro, super-herói… São tantas possibilidades quanto é permitido que as crianças imaginem e ajam guiadas pela imaginação, pelos significados criados, combinados e partilhados com os parceiros de brincadeira. Sendo esses outros, experimentando outros tempos, lugares e relações, as crianças aprendem a olhar o mundo e a si mesma de outras perspectivas.
Elas aprendem brincando, dançando, cantando e atuando. No ato de brincar, elas estão criando, fantasiando, e a cada interação com objetos, adultos e outras crianças, um novo universo, cheio de aprendizado e possibilidades, se abre para cada uma delas.
Ao brincar, a criança não apenas se expressa como ela também se comunica troca experiências, e reelabora, se reconhecendo como sujeito pertencente a um determinado contexto cultural, marcado por práticas sociais e culturais, relações sociais, valores e artefatos específicos. O brincar é, portanto, uma experiência do campo da cultura, através da qual valores, habilidades, conhecimentos e formas de participação social são constituídos e reinventados pela ação coletiva das crianças.
As crianças que convivem diariamente umas com as outras, constroem, relações através das brincadeiras e relações de grupo,trazem significados muito próprios e comuns, além de formas coletivas de agir e brincar que as identificam como um grupo que vive determinados espaços e tempos comuns. Juntas, criam um repertório de brincadeiras e referências culturais que compõem o que chamamos de cultura lúdica infantil, a qual tanto permite que brinquem juntas,com também que criem novas formas de brincar e de ver o mundo.
Qual é a importância dos brinquedos nesse processo da infância?
Nesta fase da vida as primeiras pessoas com as quais temos contato são os nossos familiares. Dessa maneira, eles também são os primeiros que decidem quais nossos brinquedos e quais serão as nossas bricadeiras. É a partir desse momento que alguns estereótipos acabam por definir os brinquedos de acordo com o gênero de cada criança.
Aliás, é importante lembrarmos como a indústria cultural,em especial, a lúdica, e a mídia, especialmente através da televisão, reforçam esses pensamentos. Os desenhos animados, por exemplo, costumam mostrar a mulher como a pessoa que é capaz, mas sempre precisa de ajuda de um super herói, ou príncipe, para salva-lá do “perigo”.
Nessa perspectiva, quando, de fato, entramos em um novo ambiente, como a escola ou a creche, a partir desse momento a criança irá socializar-se com quem lhe parece, ou seja: meninos preferem brincar com meninos, já que eles, juntos, desfrutam de brincadeiras em comum; e as meninas gostam de brincar com meninas, dado que elas, unidas, brincam de “mãe e filha”, por exemplo.
Logo, há um incentivo de quem brinca com quem. Desse modo, é preciso que, nesse momento do texto, saibamos diferenciar a brincadeira do brinquedo.
A brincadeira busca uma interação entre seus participantes e, por isso, o brincar é livre. Vejamos com um exemplo: a bandeirinha. Essa brincadeira pode ser feita de maneira mista, com meninos e meninas numa mesma equipe.
Brinquedos e Brincadeiras
Brinquedo, brincadeira e jogo são termos que podem se confundir, uma vez que a sua utilização varia de acordo com o idioma utilizado. Bomtempo e cols (1986), Kishimoto (1994), Brougère; Wajskop (1997) e Baptista da Silva (2003) discutem as dificuldades existentes na definição dessas palavras nas línguas francesa, inglesa e portuguesa. Segundo os autores, cada idioma possui particularidades na utilização das mesmas, o que as faz diferirem entre si.
A palavra em português que indica a ação lúdica infantil é caracterizada pelos verbos brincar e jogar, sendo que brincar indica atividade lúdica não estruturada e jogar, atividade que envolve os jogos de regras propriamente ditos. Baptista da Silva (2003) afirma que os verbos brincar e jogar, em português, não têm significados tão amplos quanto os seus correspondentes em inglês e francês. A mesma autora aborda que, no cotidiano da língua portuguesa, os verbos brincar e jogar também podem ter outros sentidos, entretanto, seu significado principal está relacionado à atividade lúdica infantil. Ainda na língua portuguesa, existe uma falta de discriminação na utilização dos termos brincar e jogar. Mesmo estando o termo jogar diferenciado de brincar pelo aparecimento das regras, a utilização de ambos, muitas vezes, se confunde. 
Como se pode depreender, até este ponto, definir o que é brincadeira não é uma tarefa simples, pois o que pode ser considerado como brincar, em determinado contexto, pode não o ser em outros. Kishimoto (1994) conceitua o brinquedo como o objeto suporte da brincadeira. Brougère; Wajskop (1997) vão um pouco mais além, quando consideram o brinquedo um objeto cultural que, como muitos objetos construídos pelos homens, tem significados e representações. Esses significados e representações podem ser diferentes, de acordo com a cultura, o contexto e a época no qual estão inseridos os objetos. Por exemplo, a boneca Barbie representa o padrão de beleza feminina para a atual sociedade ocidental, todavia, em épocas passadas, ela poderia representar falta de saúde e raquitismo. Para Sutton-Smith (1986), o brinquedo é o produto de uma sociedade e, como objeto lúdico da infância, possui funções sociais.
o de vassoura pode mudar nas mãos de uma criança que, simbolicamente, o transforma em um cavalo.
Portanto, a função do brinquedo é a brincadeira. O brinquedo tem como princípio estimular a brincadeira e convidar a criança para esta atividade. A brincadeira é definida como uma atividade livre, que não pode ser delimitada e que, ao gerar prazer, possui um fim em si mesma. Um elenco de autores como Bomtempo e cols (1986), Friedmann (1996), Negrine (1994), Kishimoto (1999), Alves (2001), e Dohme (2002) confirmam e reforçam a afirmativa anterior. Bomtempo e cols (1986) colocam que a brincadeira é uma atividade espontânea e que proporciona para a criança condições saudáveis para o seu desenvolvimento biopsicossocial. Friedmann (1996) inclui que a brincadeira tem características de uma situação não estruturada. Para Kishimoto (1999) o brincar tem a prioridade das crianças que possuem flexibilidade para ensaiar novas combinações de idéias e de comportamentos.Alves (2001) afirma que a brincadeira é qualquer desafio que é aceito pelo simples prazer do desafio, ou seja, confirma a teoria de que o brincar não possui um objetivo próprio e tem um fim em si mesmo.
A perspectiva sócio-cultural estuda o brincar a partir da concepção de que é o social que caracteriza a ação na atividade lúdica do sujeito. Vygotsky (1991) seguido de Leontiev (1994) e Elkonin (1998) são representantes desta perspectiva que teve base na sociedade soviética. Dias Facci (2004) concordando com as concepções de Vygotsky (1991), Leontiev (1994) e Elkonin (1998), afirma que é a percepção que a criança tem do mundo dos objetos humanos que irá definir os conteúdos da brincadeira. A autora ainda completa que o brincar “é influenciado pelas atividades humanas e pelas relações entre as pessoas” (DIAS FACCI, 2004; p.69).
Nos relatos sobre a brincadeira infantil Vygotsky (1991) afirma que esta é uma situação imaginária criada pela criança e onde ela pode, no mundo da fantasia, satisfazer desejos até então impossíveis para a sua realidade. Portanto, o brincar “é imaginação em ação” (FRIEDMANN, 1996). Para Vygotsky (1991) a brincadeira nasce da necessidade de um desejo frustrado pela realidade. Elkonin (1998) amplia essa sentença quando afirma que os objetos, ao terem seus significados substituídos, transformam-se em signos para a criança. Desta forma, “a criança não faz distinção entre o brinquedo e o que ele significa, mas a utilidade que terá nas representações que serão feitas com ele” (BISCOLI, 2005; p. 29).
Vygotsky (1991) também afirma que a brincadeira, mesmo sendo livre e não estruturada, possui regras. Para o autor todo tipo de brincadeira está embutido de regras, até mesmo o faz-de-conta possui regras que conduzem o comportamento das crianças. Uma criança que brinca de ser a mamãe com suas bonecas assume comportamentos e posturas pré-estabelecidas pelo seu conhecimento de figura materna. Para Vygotsky (1991) o brincar é essencial para o desenvolvimento cognitivo da criança, pois os processos de simbolização e de representação a levam ao pensamento abstrato. Elkonin (1998) avançando nos estudos de Vygotsky elaborou a lei do desenvolvimento do brinquedo. Para este autor o brincar passa por momentos evolutivos. A brincadeira vai de uma situação inicial, onde o papel e a cena imaginária são explícitas e as regras latentes, para uma situação em que as regras são explícitas e o papel e a cena imaginária latentes.
CONSIDERAÇÔES FINAIS
Atualmente as crianças estão cada vez mais afastadas do mundo real, isso porque a indústria fabrica brinquedos que fazem com que as crianças não brinquem como no passado, onde elas criavam suas próprias historias seus personagens e etc... Participar efetivamente das mais diversas brincadeiras durante a infância é de suma importância para o desenvolvimento da criança. Pois é através destas que a criança começa a se desenvolver, socializar e formar sua personalidade.
REFERÊNCIAS:
(FONTE: NEIRA, Marcos. A brincadeira é livre! Carta Fundamental, n.60, agosto 2014
BOMTEMPO, E.; HUSSEIN, C. L.; ZAMBERLAN, M. A. T. Psicologia do brinquedo: aspectos teoricos e metodologicos. São Paulo: Editora da USP Nova Stella, 1986.
KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. São Paulo: Cortez, 1999.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

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