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Promoção da Saúde e Determinantes Sociais As formas concretas de inserção sócioeconômica da população (condições de trabalho e condições de vida) são relevantes para explicar a saúde e o perfil epidemiológico. As condições gerais de existência caracterizam o modo de vida que articula condições de vida e estilo de vida Modo de vida e saúde Condições de vida: condições materiais necessárias à subsistência, relacionadas à nutrição, à habitação, ao saneamento básico e às condições do meio ambiente. Estilo de vida: formas social e culturalmente determinadas de vida, que se expressam no padrão alimentar, no dispêndio energético cotidiano no trabalho e no esporte, hábitos como fumo, alcool e lazer Determinantes da Saúde (Dahlgren e Whitehead) Definições Determinantes sociais de saúde (DSS) são as condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham ou "as características sociais dentro das quais a vida transcorre” (Tarlov,1996) Desigualdades: diferenças sistemáticas na situação de saúde de grupos populacionais Iniqüidades: as desigualdades na saúde evitáveis, injustas e desnecessárias 30 ANOS DEBATENDO A DETERMINAÇÃO DO PROCESSO SAÚDE-DOENÇA 1 ª) Demonstrar que a doença, tem caráter histórico e social; 2 ª) Definir o objeto de estudo, que permita um aprofundamento na compreensão do processo saúdedoença como processo social; 3 ª) Modo de conceituar a causalidade, ou melhor, a determinação (Laurell, 1982). Por que enfatizar os determinantes sociais? Os determinantes sociais tem um impacto direto na saúde Os determinantes sociais estruturam outros determinantes da saúde Os determinantes sociais estruturam outros determinantes da saúde Diferenciais intra-urbanos e desigualdades sociais em saúde Os determinantes sociais que explicam a estruturação do espaço urbano e as condições de reprodução da vida (biológica, ecológica, econômica e cultural), definem, em última análise, o padrão e o perfil epidemiológico da população. Distinção entre Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças (Czeresnia, 2003) Promover: Impulsionar, fomentar, originar, gerar. Refere-se a medidas que não se dirigem a doenças específicas, mas que visam aumentar a saúde e o bem estar. Implica o fortalecimento da capacidade individual e coletiva para lidar com a multiplicidade dos determinantes e condicionantes da saúde. Prevenir: Preparar, chegar antes de, impedir que se realize... Exige ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural da doença para tornar seu progresso improvável. Implica o conhecimento epidemiológico para o controle e redução do risco de doenças. Projetos de prevenção e educação baseiam-se na informação científica e recomendações normativas. PROMOÇÃO DA SAÚDE: Concepções a) Saúde como produto de amplo espectro de fatores relacionados a qualidade de vida, com ênfase em ações voltadas para o coletivo e o ambiente (físico, social, político, econômico, cultural), contemplando a “autonomia” de indivíduos e grupos (capacidade para viver a vida) e a equidade. b) Saúde como produto de comportamentos de indivíduos e famílias (estilos de vida, dieta, atividade física, hábito de fumar), com ênfase em programas educativos relacionados a riscos comportamentais passíveis de mudança. Abordagens a) ressalta a atuação sobre os determinantes sócio-ambientais da saúde e políticas públicas intersetoriais, voltadas à melhoria da qualidade de vida das populações. b) reforça a tendência de diminuição das responsabilidades do Estado, delegando aos indivíduos, progressivamente, o autocuidado Determinantes Sociais e Promoção da Saúde Os determinantes sociais podem ter um efeito na saúde positivo (fomento, promoção da saúde e da qualidade de vida) ou negativo (riscos, doenças e agravos) Substituição da abordagem comportamental por abordagem ampla dos problemas de saúde: ação sobre determinantes, caráter coletivo, políticas públicas, capacidade dos indivíduos e de comunidades; Estratégias combinadas: individuais, ambientais, políticas Comissão sobre Determinantes Sociais da Saúde da OMS (CSDH) - Composta de 20 membros, destacados líderes mundiais do mundo político, de --governos, da sociedade civil e da academia - Lidera iniciativa mundial para criar Comissões Nacionais em todo o mundo - Criada pela Assembléia Mundial da Saúde de 2004 - Implantada em março de 2005, com mandato até março de 2008 Processo de constituição da CNDSS Decreto presidencial de 13/3/2006 cria a CNDSS Grupo de dezessete especialistas e personalidades da vida social, econômica, cultural e científica do país, nomeado pelo Ministro da Saúde Constituição da CNDSS expressa o reconhecimento de que a saúde é um bem público a ser construído com a participação solidária de todos os setores da sociedade brasileira LINHAS DE ATUAÇÃO Produção e Disseminação de conhecimentos e informações Políticas e Programas Mobilização Social PROMOÇÃO DA SAÚDE e o processo da REFORMA SANITÁRIA BRASILEIRA Inserir a promoção da saúde no setor para introduzir mudanças no conjunto das políticas públicas econômicas e sociais (emprego, segurança, educação, ambiente, seguridade social, etc.) Agregar valores mobilizando vontades e ações políticas que permitam a redistribuição do poder na saúde e em outros setores dos governos para viabilizar as mudanças necessárias. Estratégias Criar dispositivos institucionais que facilitem o empowerment e certos deslocamentos de poder técnico, administrativo e político no sentido de alterar os modos tecnológicos de intervenção sobre necessidades, projetos e ideais de saúde Construir pontes de articulação e pactuação com outros setores e segmentos sociais para assegurar políticas públicas saudáveis voltadas para a qualidade de vida: câmaras técnicas, comitê intersetorial, conselhos, comissões, grupos de trabalho, etc Comentários Finais É a capacidade de mobilizar grupos humanos e forças políticas que, em última análise, pode incidir sobre uma determinada correlação de forças e enfrentar a questão das desigualdades em saúde. Este poder político a ser conquistado pelos sujeitos sociais relevantes tem a possibilidade de construir novas acumulações e alterar uma dada distribuição de poder, ou seja uma política. Só o compromisso dos trabalhadores de saúde em disponibilizar informações técnicas e científicas para os sujeitos sociais, tornando-os parceiros de um projeto emancipatório pode dar significado e sentido a este fazer humano. Promção e Prevenção em saúde bucal Conforme apontado nas 1ª e 2ª Conferências Nacionais de Saúde Bucal (1986 e 1993), a saúde bucal é parte integrante e inseparável da saúde geral do indivíduo e está relacionada com as condições de vida (saneamento, alimentação, moradia, trabalho, educação, renda, transporte, lazer, liberdade, acesso e posse de terra), com o acesso à informação e aos serviços de saúde e, de acordo com a 3ª Conferência Nacional de Saúde Bucal, as condições bucais podem mostrar sinais significativos de desigualdade Percepção da saúde bucal É preciso compreender que ter saúde bucal significa não apenas ter dentes e gengivas sadias. Significa estar livre de dores crônicas, outras doenças e agravos que acometem a cavidade bucal. Significa estar livre de dores crônicas, outras doenças e agravos que acometem a cavidade bucal. Termo Promoção de Saúde : De acordo com a OMS , significa “um processo de capacitação de indivíduos e comunidades p/ aumentar o controle sobre os determinantes de saúde, melhorando-a Representa uma estratégia mediadora entre pessoas e ambientes, combinando escolha pessoal e responsabilidade social em saúde p/ criar um futuro mais saudável. “Carta de Otawa”, define promoção da saúde como “processo de capacitação da comunidade para atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior participação no controle deste processo” História Natural das Doenças e Níveis de Aplicação de Medidas Preventivas é o nome dado ao conjunto de processos interativos compreendendo “as inter-relações do agente, do suscetívele do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente, ou qualquer outro lugar, passando pela resposta do homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte ” (Leavell & Clark, 1976). 2 períodos seqüenciados: Período pré-patogênico e Período patogênico Historia Natural da Doença e Níveis de medidas Preventivas Níveis de Aplicação de Medidas Preventivas e Estratégias de Prevenção Prevenção Primária Estratégias para prevenir a exposição ao fator de risco (ex: tabagismo; ingestão de gorduras) ou para promover sua cessação (tratamento para deixar de fumar). Prevenção Secundária Diagnóstico Precoce rastreamento (screening) para identificar a doença num estágio inicial e então melhorar o seu prognóstico (aumentar a probabilidade de cura ou prolongar o tempo d e sobrevida) Ex: papanicolau para detecção precoce de cãncer de cérvix uterino Prevenção Terciária Prevenção de incapacidade através de medidas destinadas à reabilitação. Ex: o processo de reeducação e readaptação de pessoas com defeitos após acidentes ou devido a seqüelas de doenças. PREVENÇÃO PRIMARIA visam evitar a doença na população, removendo os fatores causais, ou seja, visam a diminuição da incidência da doença Tem por objetivo a promoção de saúde e proteção específica; Ex: o tratamento de água para consumo, vacinação OBS DO SLIDE usa COMO UM EXEMPLO DE PREVENÇÃO PRIMARIA A QUAL PODEM INTERVIR PARA PREVINIR QUE UMA HIPERTENSÃO ARTERIAL LEVE A UM AVC : HIPERTENSÃO ARTERIAL É UM FATOR DE RISCO PARA O ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL , QUANDO NÃO TRADADO , NÃO CONTROLADO OU NÃO DIAGNOSTICADO. Prevenção secundária: Programas de Rastreamento mportante para a prática clínica e saúde pública; objetivo: beneficiar os indivíduos com a detecção precoce da doença É o conjunto de ações que visam identificar e corrigir o mais precocemente possível qualquer desvio da normalidade, de forma a colocar o indivíduo de imediato na situação saudável, ou seja, têm como objetivo a diminuição da prevalência da doença Visam ao diagnóstico, ao tratamento e à limitação do dano A prevenção secundária consiste em um diagnóstico precoce e tratamento imediato... Prevenção terciária o conjunto de ações que visam reduzir a incapacidade de forma a permitir uma rápida e melhor reintegração do indivíduo na sociedade, aproveitando as capacidades remanescentes Poderia ser encarada como reabilitação do indivíduo Como exemplo, podem-se citar ações de formação a nível de escolas e ou locais de trabalho que visem anular atitudes fóbicas em relação a um indivíduo infectado pelo HIV 1. Reabilitação (impedir a incapacidade total); 2. fisioterapia; 3. terapia ocupacional; 4. emprego para o reabilitado. Prevenção das Toxicodependências refere-se à interrupção da toxicodependência com o cuidado de que não se verifique uma perda de capacidades, total ou parcial, impeditivas da sua reintegração social, assim como às intervenções orientadas para essa mesma reintegração social necessária para que se minimize as possibilidades de reinstalação da toxicodependência nos indivíduos. Este nível da prevenção é também designado por reabilitação ou reinserção RETOMANDO PROMOÇÃO E PREVENÇÃO DE SAÚDE BUCAL Propõem que o profissional compreenda princípios de promoção de saúde, a etiopatogenia, os determinantes sócio-econômico-culturais e formas de controle/prevenção das principais doenças bucais, ou seja: prevenção dos problemas que mais acometem a cavidade bucal: - cárie dentária, - doença periodontal, - câncer, - maloclusão - e fluorose dentária Condições atuais de Saúde Bucal da população brasileira: (2010 MS) - 10,23% c/ faixa etária de 65 a 74 anos possui 20 ou mais dentes na boca, - 75% dos idosos acima de 60 anos não possui nenhum dente, - 30% dos adultos entre 30 e 40 anos são desdentados, - 45% dos brasileiros não tem acesso à escova de dente, - mais de 80% da população adulta não tem as gengivas sadias, - 13% adolescentes nunca foi ao dentista A cárie é um problema importante de saúde pública, por ser causa comum de morbidade, afetando cerca de 90% da população Doença infecto-contagiosa, multifatorial, dinâmica, crônica, localizada fermentação de carboidratos biofilme ácido (alteração do equilíbrio entre superfície dentária e o fluido do biofilme) A cárie é atualmente considerada uma DOENÇA dependente da presença do AÇÚCAR e do BIOFILME (placa bacteriana = decomposição de alimentos + microrganismos) para acontecer, sendo que, não é mais considerada transmissível e infecciosa, pois os microrganismos participantes no processo já existem naturalmente na boca... Bactérias específicas (S. mutans) + AÇÚCAR produção ácido muda pH na interface dente-biofilme a partir de carboidratos ---- oque leva a desmineralização Desenvolvimento da Lesão de Cárie mancha esbranquiçada, opaca, rugosa, porosa, sem brilho: refração da luz que incide é diferente atividade não controlada – cavitação Os estreptococos do grupo mutans possuem um potencial patogênico particular devido a sua capacidade de colonizar o dente, e produzir uma placa aderente(formação de glucanos aderentes), e por serem acidúricos. Entretanto, estas últimas não são agentes causais da cárie, mas podem aumentar em proporção no biofilme, em decorrência dos patógenos principais
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