Buscar

2 -Enfermagem-Comunitária

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 79 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 79 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 79 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Enfermagem 
Comunitária 
 
Curso de Licenciatura em Enfermagem 
2º Ano 
 
 
 
 
 
 
 
Escola Superior de Saúde do Vale do Sousa 
 
2 
 
1. Enfermagem, que utilidade? 
 Individuo 
 Grupo 
 Família 
 Comunidade 
 
Pessoa 
 A palavra “pessoa” tem a sua origem materno latina para pôr uma máscara usada no 
termo clássico 
 Ao porem as máscaras, os atores pretendiam mostrar que desempenhavam uma 
personagem 
 Mais tarde “pessoa” passa a designar-se aquele que desempenha um papel na vida. É 
um agente de acordo com Oxford Dictionary. Um dos sentidos atuais do termo é “ser 
autoconsciente ou racional”. Este sentido tem precedentes fisiológicos irreversíveis. 
 John Locke define uma pessoa como um ser inteligente e pensante, dotado de razão e 
reflecção e que pode considerar-se a si mesmo aquilo que é a mesma coisa pensante, 
em definição momentos e lugares (Peter Singer) 
 A pessoa é alvo dos cuidados de enfermagem 
 
Comunidade 
 Grupo social determinado por limites geográficos e/ou valores comuns 
 É um conjunto de populações que vivem juntas num local urbano e rural, em condições 
específicas de organização e de coesão, social e cultural 
 Grupos com características comuns (étnicas, culturais, profissionais) e/ou interesses e 
aspirações comuns 
 
 
 
 
 
 
Prevenção, Promoção, Tratamento ou Reabilitação 
Comunidade = grupo 
 
Alvo dos cuidados de enfermagem 
 
3 
 
Comunidade é um grupo de pessoas que se relacionam entre si, não só para partilhar este ou aquele 
interesse particular mas um conjunto de interesses mais amplos. Comunidade é aquela coletividade de 
membros que compartilham uma área territorial comum como base de operações e suas atividades 
quotidianas. 
O processo de enfermagem é aplicado ao cliente, que pode ser um individuo, família, grupo ou 
comunidade. Enquanto trabalha com clientes individuais, o enfermeiro tem em mente a perspetiva da 
comunidade. 
O conceito evolui de acordo com: 
 Aspeto 
 Geográfico 
 Psicológico 
 Social 
 Ponto de vista 
 Funcional 
 Antropológico 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ordem dos enfermeiros, através do documento “padrões de qualidade dos cuidados de 
enfermagem” (1) define seis categorias de enunciados que ajudam a precisar o papel do enfermeiro 
junto dos clientes, dos outros profissionais e do público: 
1. Satisfação do cliente 
2. Prevenção de complicações 
3. Bem-estar e o autocuidado 
4. Readaptação funcional 
5. Organização dos cuidados de enfermagem 
Comunidade é então: 
 Grupo social organizado 
 Delimitado geograficamente 
 Ligado por interesses comuns e específicos 
 Entidade individualizada 
 Experiências comuns e atitudes similares 
 Consciência de unidade (etnia, cultural, social, local) 
 Existência de instituições sociais mais ou menos desenvolvidas localmente 
 
4 
 
6. Promoção da saúde 
Nesta última categoria “promoção da saúde”, cita elementos importantes para que os enfermeiros 
ajudem os indivíduos a alcançarem o máximo potencial de saúde: 
a. Identificação da situação de saúde da população e dos recursos do cliente/família e comunidade 
b. Criação e aproveitamento de oportunidades para promover estilos de vida saudáveis 
c. Promoção do potencial de saúde do cliente através da otimização do trabalho adaptativo aos 
processos de vida, crescimento e desenvolvimento 
d. Fornecimento de informação geradora de aprendizagem cognitiva e de novas capacidades pelo 
cliente 
A OMS realça o papel dos enfermeiros na prevenção, identificação de necessidades, no planeamento, 
execução e avaliação de cuidados, com o intuito de ajudar as pessoas, famílias e grupos a determinar e 
a realçar o seu potencial físico, mental e social nos contextos em que vivem e trabalham. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Chadwick (1842) dá relevo à influência do meio ambiente no processo de saúde-doença do 
individuo/população. 
Os comportamentos das pessoas são influenciados pelo ambiente em que vivem e se desenvolvem. 
Existe uma interação entre o individuo e o ambiente, em que este o modifica e também sofre a sua 
influência, durante todo o processo de procura de equilíbrio e harmonia. O ambiente influencia os 
estilos de vida do individuo e estes tem um impacto na condição de saúde do individuo e também nos 
serviços de saúde. Assim, os enfermeiros necessitam de focalizar a sua intervenção na complexa 
relação entre individuo e ambiente. 
 
(1) Ver documento Padrões de qualidade dos cuidados de enfermagem 
Saúde Relação com a economia e com o desenvolvimento 
Interação do 
homem 
Ambiente 
Impacto dos serviços de saúde 
 
5 
 
História da saúde pública 
Homem primitivo 
Para o homem primitivo, sobreviver era sinónimo de saúde. Para estes ter um abrigo e alimento era 
o essencial. A doença indicava sujidade, pecado, que era visto como um castigo dos deuses. 
 
 
 
Templos – locais de purificação 
Período helénico – Gregos 
 A pessoa é parte da natureza 
 A saúde resulta da relação harmoniosa com a natureza 
 Os gregos preocupam-se: 
 Higiene pessoal 
 Exercício 
 Dietas alimentares 
 O culto pelo corpo significava poder natural de cura 
Hipócrates – “pai da medicina” - Considera que a saúde é o equilíbrio entre o homem e o ambiente 
 
Romanos 
 Partilham as ideias dos gregos 
 A medicina é vista numa perspetiva de saúde pública e de medicina social 
 Desenvolve-se a engenharia sanitária 
 Drenagem de pântanos 
 Fornecimento de água potável (aquedutos) 
 Sistemas de esgotos 
 Supervisão e limpeza de ruas 
 Preparação pública de comida 
 Termas – banhos públicos 
Idade média 
 Declínio da cultura urbana 
 Desintegração da organização e prática de saúde pública 
Era Pré-Helénica Misticismo 
 
6 
 
 Superstição domina o pensamento 
 Grandes concentrações de pessoas 
 Grandes epidemias 
 Doenças contagiosas 
 A igreja cristã pensa que os gregos e romanos cuidavam do corpo à custa da alma 
 Doença significava pecado 
 Perseguição aos que tentavam introduzir ideias novas 
 Paragem no progresso e na medicina 
 Era imoral olhar o corpo 
 Tomam pouco banho 
 Usam roupas sujas 
 Saneamento não é visto como importante e o lixo acumula-se às portas 
 Aparecem os mosteiros e conventos, que eram locais onde se tratavam e albergavam os 
doentes, pobres e órfãos – foi nestes locais que se deu o desenvolvimento inicial da 
atividade de enfermagem por parte de freiras 
Renascimento 
 Desenvolvimento do comércio, da indústria e das atividades escolares 
 Aquisição de arte 
 A medicina começa a avançar (1500-1700) 
 Acredita-se no humanismo. A dignidade e o valor humano influenciam a prática de saúde. 
Com o renascimento a prática da saúde evolui pois deixa-se de praticar os cuidados por uma 
crença na religião e começa-se a dar valor ao ser humano. 
Século XVII 
 Invenção do microscópio – certas doenças eram contagiosas devido á existência de 
microrganismos no solo e na água 
 William Perry – acreditava que o controlo da doença infeciosa aumentava a esperança de 
vida e diminuía a mortalidade infantil. 
“Quanto mais desenvolvido um povo menor é o índice de mortalidade infantil” 
 Desenvolvimento do comércio e da agricultura – melhores condições de vida aliadas à 
influência de novos conhecimentos leva a efeitos benéficos na saúde dos indivíduos 
 Mortalidade infantil desceu e duração média de vida aumentou 
 
7 
 
 A população passou de 400 mil para 900 mil habitantes (1500-1798) 
Século XVIII 
 Teoria miasmática - considerava que a doença era causada por “miasmas”, certos odores 
venenosos, gases ou resíduos nocivos que se originavam na atmosfera ou a partir do solo. 
Essas substâncias seriam posteriormente arrastadas pelo vento até a um possível indivíduo, 
que acabaria por adoecer. 
 Lind (1748) descobre a ação dos citrinos na prevenção do escorbuto 
 Edward Jenner(1798) – descobre a vacina contra a varíola 
 
 
Início da medicina preventiva 
 Peter Frank (1779-1817) sugere que o governo tem que agir em prol da saúde das populações 
 Pensava-se que descoberto o agente causal estava resolvido o problema 
 Fabricar um soro 
 Fabricar uma vacina 
 Isolar o doente 
 Desinfetar roupa e objetos pessoais 
 
 Com a descoberta de kock verificou-se não ser tao linear a resolução de problemas 
 Não é possível criar vacinas para todos os tipos de agentes – parasitas 
 Existem fatores adicionais ao aparecimento de certas doenças como a tuberculose e as 
doenças sexualmente transmissíveis 
Pioneiros da saúde pública 
 Peter Frank (1790) – a saúde não deve ser problema dos privilegiados mas sim da 
comunidade – medidas emanadas pelo governo 
 Edward Chadwick (1842) – relaciona a mortalidade e morbilidade com condições 
socioeconómicas – relação direta entre pobreza e doença 
“Quanto mais pobre mais doente e quanto mais doente mais pobre “ 
 Grotyhn (1923) – patologia social – relação entre doença e determinados grupos sociais 
Primeiro método científico para a prevenção de uma doença 
Mas 
 
8 
 
Medicina preventiva Saúde pública Saúde comunitária 
 As ações incidem sobre o 
individuo 
 Ações executadas pelos 
serviços médicos e de 
enfermagem com base em 
conhecimentos oriundos da 
ciência médica 
 Engloba aspetos: 
 Da medicina preventiva 
 Promoção da saúde 
(não só por pessoal 
médico) 
 Restauração 
 Conhecimento da medicina 
e de outras ciências 
(sociais) 
 Comunidade como cliente 
 Participação da comunidade 
nas decisões: 
 Planeamento 
 Administração 
 Gestão 
 Responsabilidade da 
comunidade na sua saúde 
 
Medicina preventiva tem como objetivo prevenir a doença, promovendo ações de saúde, tais como 
planos de vacinação, planos de promoção de estilos de vida saudáveis (exercício físico e dieta 
equilibrada) e rastreios periódicos para prevenção de doenças. É mais fácil prevenir o aparecimento da 
doença do que tratar os seus sintomas. 
Saúde pública é a arte e a ciência de promover a saúde e intervêm com base no conceito de que a 
saúde é um recurso fundamental do individuo e da comunidade e deve ser sustentada por um 
investimento nas condições de vida que criam, mantêm e protegem a saúde. 
Saúde comunitária é definida como a saúde em grupos de indivíduos, incluindo a distribuição dos 
níveis de saúde dentro do grupo, com o objetivo de melhorar a saúde de determinada população. A 
falta de saúde de um individuo pode afetar a saúde de outros e o funcionamento da comunidade. 
 
Resumo: 
Pré-história Sobreviver = saúde 
Gregos Preocupação com saúde individual = culto pelo corpo = 
agradar aos deuses 
Romanos Preocupação com saúde individual e comunitária 
Idade média Saúde = bem 
Doença = pecado = castigo 
Renascimento Procura da saúde pelo conhecimento (empírico) 
Industrialização Novos problemas surgem 
Influência de novos conhecimentos 
 
 
9 
 
Na história do homem até à atualidade, saúde é a ausência de doença. Mas, e o que pensam as 
pessoas sobre o que é a saúde na atualidade? 
 
Saúde 
“Estado de bem-estar físico, mental e social e não apenas ausência de doença” (OMS) 
 Aspetos inovadores 
 Define saúde em termos positivos 
 Inclui para além dos aspetos físicos, os aspetos mental e social como determinantes 
na saúde 
 Aspetos alvo de crítica 
 Equipara saúde a bem-estar – objetivo, difícil de alcançar 
 Definição estática – a saúde é um processo dinâmico 
 Definição subjetiva – impossibilidade de quantificar 
A saúde individual é subjetiva e não a podemos quantificar, enquanto a saúde comunitária é 
possível de se quantificar pois existem indicadores demográficos. 
 
Tal como a beleza e a felicidade, saúde é difícil de definir porque: 
“É um valor e uma experiência vivida segundo a perspetiva de cada um” 
“Evolui com a experiência, é determinado pelo tempo e não pode ser explicitado no tempo de forma 
definitiva” 
 
Saúde individual 
Condição em que se encontra o organismo humano quando reage de forma satisfatória às condições 
do meio ambiente em que vive 
 Profissional de saúde 
 Pessoa 
Saúde 
“É a capacidade de cada um em adaptar-se aos agentes de stresse quer internos (biológicos, psico 
afetivos, comportamentais) quer externos (poluição do ambiente físico e relacional) em busca de um 
estado de equilíbrio de acordo com a situação” 
 
 
10 
 
Conceito de saúde segundo Dunn 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para explicar esta abordagem, Dunn construiu uma grelha constituída por dois eixos: (1) um eixo 
horizontal, que designou por eixo da saúde e (2) um eixo vertical, que designou por eixo do ambiente. 
Da sua intersecção resultavam 4 quadrantes: (a) saúde deficitária num ambiente desfavorável; (b) 
saúde deficitária protegida num ambiente favorável; (c) nível elevado de bem-estar emergente em 
ambiente desfavorável e (d) nível elevado de bem-estar (high level wellness) num ambiente favorável. O 
eixo vertical compreendia não só os fatores físicos e biológicos do ambiente, como também os fatores 
socioeconómicos que afetavam a saúde do indivíduo. O eixo da saúde desenvolvia-se entre a morte e o 
pico de bem-estar, num primeiro momento, das doenças graves para as menores e depois para a área 
de saúde positiva e ausência de doença; num segundo momento, de uma área de “boa” saúde para um 
objetivo, ainda mal definido, de pico de bem-estar. Este objetivo, no extremo oposto da morte, 
representava o indivíduo no seu máximo de potencial, em função da sua idade e formação e devia ser 
compreendido naquilo que representa não só para ele, como para a família, comunidade e sociedade 
em geral. Como a natureza deste objetivo era dinâmica, este provavelmente nunca seria atingido em 
termos absolutos, mas as suas características poderiam ser conhecidas e apreciadas em termos 
relativos. 
 
Os cuidados de enfermagem 
 Devem ser dirigidos á pessoa ao seu bem-estar como ela o define 
 Não se deve abordar da mesma forma doença e doente (porque cada pessoa é única e 
singular na forma de pensar, sentir e agir) 
 
11 
 
Enfermagem 
“Assistir o individuo, doente ou são, na execução das atividades que contribuem para a saúde ou 
para a recuperação (ou para uma morte serena) que ele alcançaria sem esforço se possuísse força, 
vontade ou conhecimento necessário. E fazer isto de maneira a ajuda-lo a alcançar independência tao 
rápido quanto possível” (Virginia Henderson) 
 
“Colocar o paciente na melhor condição para a natureza agir sobre ele” (Florence Nightingale) 
 
“ A enfermagem é o diagnóstico e o tratamento das respostas humanas aos problemas de saúde 
atuais e potencias” (ANA) 
 
“Enfermagem é a profissão que, na área da saúde, tem como objetivo prestar cuidados de 
enfermagem ao ser humano são ou doente, ao longo do ciclo vital, e aos grupos sociais em que ele está 
integrado, de forma que mantenham, melhorem e recuperem a saúde, ajudando-os a atingir a sua 
máxima capacidade funcional tao rapidamente quanto possível” (REPE) 
 
Enfermagem: prevenção primária, secundária e terciária 
 
Prevenção primária – tem como objetivo evitar fatores de risco, determinantes e causas de doença, 
atuando-se promovendo atividades dirigidas a indivíduos, grupos ou população total saudáveis. 
Prevenção secundária – promove a deteção precoce do processo patológico em doentes 
assintomáticos e posterior correção do desvio da normalidade (retorno ao estado saudável). 
Prevenção terciária – tem como objetivo limitar a progressão da doença e evitar as suas 
complicações. Promove a adaptação às sequelas e a reintegração no meio e as recorrências. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Saúde Doença/morte Doença 
Prevenção primária Prevenção terciária Prevenção secundária 
Recuperação e reabilitação Promoção da saúde Prevenção da doençaDisgnóstico 
precoce 
Tratamento 
 
12 
 
Enfermagem (segundo Virginia Henderson) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Enfermeiro 
“É o profissional habilitado com um curso de enfermagem legalmente reconhecido” (REPE) 
Cuidados de enfermagem 
“São as intervenções autónomas ou interdependentes a realizar pelo enfermeiro no âmbito das suas 
qualificações profissionais” (REPE) 
 
Os cuidados de enfermagem são caracterizados por: 
 Terem por fundamento uma interação entre enfermeiro e utente, individuo, família, grupos e 
comunidade 
 Estabelecerem uma relação de ajuda com o utente 
 Utilizarem metodologia científica, que inclui: 
 Avaliar 
 Planear 
 Executar 
 Avaliar (novamente) 
Enfermagem 
Prevenção primária Prevenção secundária Prevenção terciária 
Com a finalidade de 
Prevenir a 
desadaptação 
Estabilidade 
Restaurar e readquirir 
a adaptação 
Levando a 
Fortalecer a linha de 
defesa 
Reconstituição 
Manter a 
adaptação 
Fortalecimento 
Pensar que necessita de 
cuidados de saúde 
 
13 
 
Identificação – Planificação – Execução – Avaliação 
 A identificação dos problemas de saúde em geral e de enfermagem em especial, no individuo, 
família, grupos e comunidade 
 A recolha e apreciação de dados sobre cada situação que se apresenta 
 A formulação do diagnóstico de enfermagem 
 A elaboração e realização de planos para a prestação de cuidados de enfermagem 
 A execução correta e adequada dos cuidados de enfermagem necessários 
 A avaliação dos cuidados de enfermagem prestados e a reformulação das intervenções 
 
Englobarem de acordo com o grau de dependência do utente, as seguintes formas de atuação: 
 Fazer por substituir a competência funcional em que o utente esteja totalmente incapacitado 
 Ajudar a completar a competência funcional em que o utente esteja parcialmente incapacitado 
 Orientar e supervisionar, transmitindo informação ao utente que quer mudanças de 
comportamento para a aquisição de estilos de vida saudáveis ou recuperação de saúde, 
acompanhar este processo e introduzir as correções necessárias 
 Encaminhar, orientando para os recursos adequados, em função dos problemas existentes ou 
promover a intervenção de outros técnicos de saúde, quando os problemas identificados não 
possam ser resolvidos só pelo enfermeiro 
 
Enfermagem comunitária 
 Aplicação de conhecimentos e técnicas cientificas para 
o Promover 
o Conservar 
o Restaurar 
 Importância da enfermagem na comunidade 
o Modernas epidemias 
o Causas de mortalidade 
o Subida de custos de saúde 
o Transformações demográficas (existem mais idosos do que crianças em Portugal) 
 
 
A saúde da comunidade (individuo) 
 
14 
 
Como? Como é que a enfermagem comunitária tem impacto? 
 Implementar eficiente e equitativamente um plano de cuidados de saúde 
 Fazer a avaliação para determinar a extensão do impacto das atividades desenvolvidas em 
determinada comunidade 
 
Na prática o enfermeiro: 
 Identifica subpopulações 
 Famílias em risco 
 Indivíduos em risco (por doenças – morte prematura) 
 Deve “ver” a comunidade como um todo 
 Deve levantar questões sobre o estado de saúde da comunidade 
 Determinar fatores associados a esse estado 
Para desenvolver: 
 Atividades que correspondam às necessidades das populações 
 Utilizando recursos disponíveis, selecionando atividades 
 
Enfermagem comunitária deve: 
 Cobrir toda a comunidade 
 Oferecer assistência permanente e coordenada 
 Perspetiva holística (pensar num todo) e integral (família como unidade base) 
 Reconhecer a influência do social/ecológico no processo saúde doença 
 Centrar-se nas necessidades da população 
 Análise das necessidades 
 Planeamento de atividades 
 Execução de atividades 
 Avaliação de atividades 
 Reconhecer os direitos e deveres da população 
 Trabalhar na, para e com a comunidade 
 Importância da investigação para o desenvolvimento da enfermagem 
 
 
15 
 
Distingue-se principalmente 
 Por ser dirigida às populações que vivem em comunidade 
 Dar ênfase a estratégias para 
 Promoção da saúde 
 Conservação da saúde 
 Prevenção da doença 
 Preocupa-se em interrelacionar a saúde das populações e o meio ambiente 
Finalidade 
Melhorar a saúde da comunidade 
 
2. Determinantes da saúde do homem e da comunidade 
Determinantes sociais – segundo a OMS são condições sociais em que as pessoas vivem e 
trabalham 
Os determinantes sociais da saúde são fatores sociais, políticos, culturais, económicos, psicológicos 
e de comportamento que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na 
população 
 
 Modelos de determinação social da saúde 
Vários modelos explicativos analisam as relações entre a forma como se organiza e desenvolve 
determinada sociedade – Modelo de Dahlgren (Descreve as relações entre os fatores sociais e a saúde 
coletiva e individual. Este modelo organiza os determinantes sociais da saúde em diferentes camadas 
que se relacionam, permitindo identificar pontos de intervenção) 
 Idade, sexo e fatores hereditários (fatores intrínsecos, que não se podem mudar) 
 Estilo de vida dos indivíduos (fatores sinergéticos, que se influenciam uns aos outros) 
 Rede social e comunitária 
 Condições de trabalho 
 Condições socioeconómicas, culturais e ambientais gerais 
Todos os determinantes são sinergéticos em relação aos outros. 
 
 
 
 
16 
 
Saúde 
Biologia 
Humana 
Meio 
Ambiente 
Estilos de 
Vida 
Sistemas 
de Saúde 
Fatores 
Culturais 
Fatores 
Sociais 
Determinantes 
 
 
 
 
 
 
 
 
Determinantes da saúde no individuo e na comunidade 
 Fatores ecológicos 
 Nível de degradação do ambiente 
 Natural 
 Social 
 Poluição ambiental 
 Proteção do ambiente ecológico 
 Fatores socioeconómicos 
 Classe social – escala de Graffar – condições socioeconómicas 
 Tipo de grupo a que pertence 
 Tipo de escola que frequenta 
 Meio laboral 
 Qualidade de vida 
 Alimento 
 Trabalho 
 Segurança social 
 Educação 
 Determinantes pessoais 
 Idade 
 Sexo (devido às diferenças entre masculino e feminino) 
 Grupo étnico 
 Raça 
 Classe social (de uma forma geral refere-se à educação, ocupação, local de 
residência, rendimentos e estilo de vida) 
 
17 
 
 Ocupação 
 Estado civil (uma pessoa casada é mais feliz do que uma solteira ou viúva) 
 Variáveis familiares (tipo, estrutura, ordem de nascimento, idade da mãe, privação de 
progenitores) 
 Outras variáveis pessoais (grupo sanguíneo, personalidade) 
 Recursos geográficos 
 Recursos naturais 
 Produtividade da terra 
 Fontes de energia 
 Matéria-prima 
 Condições climatéricas 
 Comunicações 
 Fatores demográficos 
 Estrutura dinâmica 
 Ritmo de crescimento 
 Densidade urbana e rural 
 Migração interna e externa 
 Fatores genéticos 
 Política nacional de planeamento familiar 
 Fatores sócio - psicoculturais 
 Alfabetismo e escolaridade 
 Analfabetismo 
 Educação superior e técnica 
 Educação sanitária 
 Hábitos e crenças 
 Comportamentos relacionados com a saúde 
 Fatores políticos e económicos 
 Desenvolvimento socioeconómico 
 Planos e programas de desenvolvimento socioeconómico 
 Existência de planos de saúde 
 Fatores de estrutura social de produção 
 Relação de produção 
 Tipo de desenvolvimento 
 Relação produção – consumo 
 
18 
 
 Estratificação social 
 Fatores sócio – sanitários 
 Nível de conhecimentos sanitários e médicos 
 Nível de conhecimento epidemiológico e nutricional 
 Nível de aplicação desses conhecimentos 
 Cobertura e qualidade dos recursos de saúde 
 Grau de participação da comunidade 
 Lugar e tempo 
Lugar - A frequência de determinadas doenças podem estar relacionadas com: 
 Limites naturais (montanhas, rios, desertos) 
Fronteiras políticas 
 Diferenças urbanas e rurais 
A escala de Graffar baseia-se no estudo, não apenas de uma característica social da família, mas 
num conjunto de cinco critérios - profissão, nível de instrução, fontes de rendimento familiar, conforto 
do alojamento e aspeto do bairro onde habita 
 
Comunidade rural 
 É aquela cuja densidade populacional oscila entre 10 a 20 habitantes por Km2 
 Características socioeconómicas (população ligada ao setor primário e maioritariamente 
idosos) 
 Baixo nível de escolaridade 
 Rendimento baixo 
 Produtividade baixa 
 Começa a desenvolver-se o setor secundário e terciário (as pessoas organizam-se 
em cooperativas para vender os seus produtos) 
 Características gerais 
 Aglomerados normalmente pequenos 
 Isolados e homogéneos 
 Forte sentimento de solidariedade e de grupo 
 Comportamento social espontâneo isento de crítica social 
 O parentesco e as relações são características básicas 
 Características recreativas e culturais 
 Poucas escolas (a primária prevalece) 
 
19 
 
 Pessoas mais velhas como educadoras – ênfase na educação familiar 
 Não há cinemas nem teatro – divertimentos, feiras e romarias 
 Associações recreativas 
 Tabernas 
 Jogos tradicionais 
 Largo da igreja 
 Trabalho infantil – preparação para a vida 
 Sanitárias 
 Precariedade de instalações agrícolas (animais sem controlo) 
 Dificuldade em abastecer água (poços ou fontes sem controlo) 
Comunidade urbana 
 Características gerais 
 Vida e personalidade afetada pelas condições físicas e sociais, tensão e anonimato, 
distância social 
 Sentimento de insegurança que podem influenciar o estado de saúde (pessoa caída 
no chão) 
 Concentração permanente de pessoas quer em habitação, estruturas sociais e 
atividades 
 Maior dificuldade no acesso aos cuidados de saúde 
 Ênfase na medicina paralela 
 Habitações precárias 
 Problemas de saneamento 
 Socioeconómicas 
 População ligada ao comércio, industria, serviços e ensino 
 Contrastes entre classes sociais 
 Desemprego 
 Recreativas pedagógicas 
 Grande diversidade de centros recreativos 
 Concentração de ensino, arte e ciência 
 Predomínio de atividades em espaços fechados 
 Poucos espaços recreativos ao ar livre 
 Sanitários 
 Alterações ambientais pela poluição 
 
20 
 
 Clima hignotérmico (humidade, pluviosidade e nevoeiro) 
 Grande densidade populacional em aglomerados habitacionais verticais – 
monotonia, falta de privacidade, solidão 
 Aglomerados de alojamento tipo barraca 
 Intensidade de contactos inter-humanos – difusão de doenças, gripes e tuberculose 
 Hábitos e comportamentos sociais preocupantes (álcool, droga e prostituição) 
 Agravamento de problemas relacionados com a saúde mental 
 Violência urbana (roubos, homicídios, violência de todo o tipo) 
 Aumento da poluição atmosférica e sonora, muito tráfego – acidentes 
 Agravamento de erros alimentares 
 
Determinante: tempo 
Tendências seculares – aplicam-se a variações ocorridas durante um período de tempo longo, anos 
ou décadas, como por exemplo determinadas doenças infeciosas 
Variações cíclicas – referem-se a alterações recorrentes na frequência de doenças. Os ciclos podem 
ser: 
 Anuais – o sarampo aparece geralmente em crianças com 2 ou 3 anos 
 Estacionais – a gripe é mais frequente no inverno 
 
Centros de saúde 
Unidades de saúde que servem indivíduos (populações) de uma área de influência. Devem ser: 
 Integrais – vê o individuo no seu todo 
 Integrado – adaptado a uma comunidade 
 Continuo – durante todo o ciclo do homem 
 Permanente – em todos os aspetos da vida, ininterrupto, constante 
 Acessíveis – de fácil acesso a todos 
 Comunitários – para servir a comunidade 
 Participativos – os indivíduos devem ter voz ativa 
Todas as atividades a desenvolver devem ter em vista a resolução de problemas de saúde da 
população face aos recursos humanos, materiais e financeiros 
 
21 
 
Aceitação, afeto, afiliação, amor, necessidade 
de pertença 
 
Autoestima – reconhecimento prestígio, 
competência, autonomia 
 
Estabilidade, proteção, ausência de medo, 
necessidade de ordem 
 
 
Nec. 
de Auto-
Realização 
Necessidade 
de estima 
Necessidades 
sociais 
Necessidade de 
segurança 
Necessidades Fisiológicas 
Prestar cuidados de saúde aos indivíduos inseridos na família e na comunidade durante todo o ciclo 
vital 
 
Necessidades do individuo 
Maslow (1943-1954) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Virgínia Henderson 
 Respirar 
 Comer e beber 
 Eliminar 
 Movimentar-se e manter postura correta 
 Dormir e repousar 
 Despir e vestir 
 Estar limpo 
 Proteger os tegumentos 
 Evitar perigos 
 Comunicar 
 Agir segundo as suas crenças e valores 
 Ocupar-se com vista à realização 
 Recrear-se 
 Aprender 
Desenvolvimento de talentos e criatividades 
individuais 
Alimento, abrigo, roupa, conforto, 
necessidades sensoriais e necessidade sexuais 
 
 
22 
 
 
Roper, Logan e tierney 
 Atividades de Vida – 12 
 Duração de vida 
 Fatores que influenciam a vida 
 Continuum dependência/independência 
Individualidade de vida 
 
O Modelo Roper-Logan-Tierney (1995), primeiro modelo de enfermagem desenvolvido no Reino 
Unido, apresenta como principal objetivo aperfeiçoar o processo de enfermagem, pois visa à assistência 
ao paciente através de um plano de cuidados. O modelo apresenta cinco componentes principais: as 12 
atividades de vida (manutenção de ambiente seguro, comunicação, respiração, alimentação, 
eliminação, higiene pessoal e vestuário, controle da temperatura corporal, mobilidade, trabalho e lazer, 
expressão da sexualidade, sono e morte), os fatores que as influenciam, as etapas de vida, o grau de 
dependência /independência e a individualidade no viver. 
 
Necessidade – Motivação 
 
 
 
 
 
 
 
Necessidades de saúde numa comunidade (algo essencial à manutenção da comunidade) 
Necessidade prioritárias de saúde 
 Necessidade fundamentais 
 Necessidades psico-efetivas 
 Necessidades económicas 
 Necessidades de natureza educativa e funcional 
Necessidades fundamentais 
 Proteção do ambiente ecológico 
Necessidade Pulsão 
Resposta Objetivo 
 
23 
 
 Saneamento do ambiente 
 Produção, distribuição e proteção sanitária dos alimentos. Educação nutricional 
 Imunização 
Necessidades psico-afetivas 
 Relação interpessoais psico-afetivas 
 Proteção social 
Necessidades socioeconómicas 
 Trabalho e segurança no trabalho 
 Habitação 
 Segurança social 
Necessidade de natureza educativa e funcional 
 Instrução e formação 
 Contato com a natureza 
 Exercício físico e desporto 
 
Classificação das necessidades de saúde 
Necessidades latente (não são percebidas nem pela comunidade nem pelos profissionais de saúde. 
Só são evidentes se fizer uma análise) 
Necessidades sentidas (correspondem à toma de consciência por parte da comunidade e 
profissionais de saúde) 
Necessidades expressas (são as que resultam em procura dos serviços de saúde e efetuam as 
respostas por parte de sistema de saúde) 
 
3. História natural da doença 
Período pré- patogénico 
Interação entre agente susceptível e ambiente capaz de produzir um estímulo à doença 
Prevenção primária 
 Promoção da saúde 
 Proteção específica 
Necessidades 
latentes 
Necessidades 
sentidas 
Necessidades 
expressas 
 
24 
 
Terminologia 
 Promoção 
 Desenvolver fazer avançar a saúde e bem-estar. 
 É uma elevação, um acesso a um nível superior, uma ascensão. 
 Proteção 
 Reservar, abrigar, resguardar, apoiar, tomar a defesa de favorecer. 
 
Promoção da saúde (prevenção primária) 
 Educação para a saúde; 
 Bom padrão de nutrição ajustado à fase de desenvolvimento da vida; 
 Atenção ao desenvolvimento da personalidade; 
 Provisão de alojamento de entretenimento e de condições de trabalhoadequadas e 
agradáveis; 
 Aconselhamento matrimonial e educação sexual; 
 Genética; 
 Exames seletivos periódicos. 
 
Proteção específica (proteção primária) 
 Utilização de imunizações específicas; 
 Atenção à higiene pessoal 
 Utilização de medidas de saneamento ambiental 
 Proteção contra riscos no trabalho 
 Proteção contra acidentes 
 Uso de nutrientes específicos 
 Proteção dos carcinogénicos 
 Evitar todos os alergénicos 
Período de patogénese 
Interação susceptível – estímulo reação 
 Prevenção secundária 
 Diagnóstico precoce e tratamento imediato 
Alterações nos tecidos 
Horizonte clínico 
Sinais e sintomas 
Defeito – invalidez 
Morte Recuperação 
 
25 
 
 Limitação da incapacidade 
 Prevenção terciaria 
 Reabilitação 
 
Diagnóstico precoce e tratamento imediato (Prevenção Secundária) 
 Medidas de deteção de casos individuais e coletivos 
 Exames de rastreio 
 Exames seletivos 
 
Objetivos 
 Curar e prevenir o processo de doença; 
 Prevenir a expansão de doença contagiosas; 
 Prevenir complicações e sequelas 
 Encurtar o período de incapacidade 
 
Limitação da incapacidade (prevenção secundária) 
 Tratamento adequado para travar o processo da doença e prevenir complicações e sequelas 
posteriores 
 Criação de condições para limitar a incapacidade e prevenir a morte 
 
Reabilitação (prevenção terciária) 
 Criação de condições hospitalares e comunitárias para desenvolvimento e educação para o 
uso máximo das capacidades residuais 
 Educação do público e da indústria para empregarem os indivíduos reabilitados 
 Emprego o mais possível a tempo inteiro 
 Colocação seletiva 
 Terapia do trabalho em hospitais 
 Utilização de instalações protegidas 
 
 
 
26 
 
Estádios da experiência da doença 
Estádio Decisão Comportamento Resultados 
I 
Sintomas 
Deteção de algo errado Medicina caseira 
Automedicação 
Adia a procura de ajuda 
Aceitação/negação 
II 
Papel de doente 
Abdicação dos papéis 
normais 
Validação do sistema 
de saúde 
Aceitação 
Negação 
III 
Cuidados médicos 
Escuta o conselho 
médico 
 
 
Legitimação da 
autoridade médica. 
Negociar tratamento 
Aceitação 
Negação 
IV 
Paciente/dependente 
Aceitação do 
tratamento 
 
Cumprir o tratamento Aceita/rejeita os 
benefícios do 
tratamento 
V 
Recuperação/reabilitação 
Abandono do papel de 
doente 
Assumir papéis 
normais 
Aceita/recusa da cura 
(adoção do papel de 
doente crónico) 
 
O individuo passa por 5 estádios no processo de experiência da doença: 
 Experimentar os sintomas 
 Assumir o papel de doente 
 Contactar o médico 
 Assumir o papel de paciente dependente 
 Recuperar e reabilitar 
 
Fatores associados à Doença 
 Sócio-ambientais (pobreza, trabalho e desemprego) 
 Comportamentais (tabagismo, exercício físico, dieta alimentar) 
 Psicológicos (tipo de personalidade, capacidade de coping, o sistema de crenças relativas à 
saúde). 
 Fatores de saúde e bem-estar Fatores contra a saúde e bem-estar 
 
 
Biológicos 
- Fundamentos genéticos 
- Homeostasia 
- Relaxamento 
- Estilo de vida saudável (exercício físico, 
dieta equilibrada, ausência de 
comportamentos de risco) 
- Falta de exercício 
- Alimentação desequilibrada 
- Exposição a químicos e tóxicos 
- Poluição 
 
27 
 
 
 
Psicológicos 
- Autorregulação 
- Controlo do stress 
- Relações interpessoais positivas 
- Pensamento positivo 
- Personalidade saudável 
- Depressão/ansiedade 
- Pensamento negativo, fracas capacidades 
de coping 
- Personalidade desajustada 
- Stress 
 
Sociais 
- Responsabilidade social 
- Pertença a grupos sociais (família, 
outras associações) 
- Solidão 
- Pobreza 
- Violência 
 
História natural da doença 
 
 
 
 
 
Comportamento da doença 
 Resposta aprendida socialmente 
 Pela aprendizagem 
 Socialização 
 Experiências passadas 
 São mediadas pelo nível cultural 
 
Doença 
 Universal 
 Todos os grupos desenvolvem sistemas de luta contra a doença 
 Sistema sanitário 
 Médicos 
 Mágico – religiosos 
 
Doença clínica 
Morte 
Recuperação 
Saúde Alterações sub-clínicas 
 
28 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4. Ciclo de vida 
Ciclo de vida 
- Período de vida que decorre desde a conceção até à morte 
 A vida do ser humano é classificada por etapas, estas podem ser mais ou menos nítidas e 
determinam: 
 Colocação psicossocial 
 Os seus direitos 
 Os seus deveres 
 O que é permitido, tolerado ou proibido 
 O modo como se vive cada etapa é fortemente determinado pelas etapas anteriores: 
 Pelas experiências positivas 
 Pelas experiências negativas 
 
Doença 
Sofrimento 
Saúde 
Magia 
Curandeiro 
Para racional 
Racional 
Ciência 
Médico 
Sobrenatural 
Natural 
Padre 
Religião 
Infância 
Adolescência 
Juventude 
 
 
29 
 
Etapas de vida 
- Desenvolvimento do ser humano 
 
 
 
 
 
Infância 
- A família e o ambiente familiar são fundamentais para o desenvolvimento da criança, para a sua 
socialização 
 O ambiente familiar tem duas funções 
 De suporte e proteção 
 Iniciadora 
 Á medida que a criança cresce estes dois suportes vão dando origem cada vez mais á sua 
autonomia 
 A finalidade destas funções é: 
 Permitir segurança a nível psicológico 
 Favorecer a elaboração da organização do comportamento 
 
Fatores de risco na infância 
1. Problemas económicos 
2. Problemas derivados do tipo de trabalho do progenitor ou responsável pela criança 
3. Problemas derivados da ausência de um ou ambos os progenitores no lar 
4. Problemas derivados do internamento de um ou dos progenitores 
5. Problemas pessoais graves de um dos progenitores 
6. Problemas derivados da acumulação de trabalho ou responsabilidade de um dos progenitores 
7. Problemas relacionais 
8. Experiências vividas pelos filhos da família 
 
Escola 
- É a primeira instituição formal do individuo. Cada vez mais é precoce o seu ingresso (jardim de 
infância e infantário) 
Infância 
Juventude 
Idade adulta 
Velhice 
 
30 
 
- A escola é o primeiro campo experimental de operações formais para a socialização da criança, 
onde a criança sente ou aceitação ou rejeição ao seu comportamento 
 
Problemas que a instituição escolar padece 
 Instabilidade de docentes 
 Inadequação de programas à realidade social e individual 
 Impermeabilidade ao meio envolvente 
 
O insucesso escolar da criança é algo mais do que um fracasso académico – intelectual 
 O insucesso integral da criança é determinado muitas vezes por um fracasso da socialização e 
integração em determinada cultura 
 Para muitas a inadaptação escolar pode levar à marginalização social 
 
Tempos livres 
 O jogo tem importância capital na infância, é através dele que a criança nas várias etapas do seu 
desenvolvimento investiga, ensaia com objetos e pessoas à sua volta 
 Através dele, a criança aprende e estabelece regras, normas, hábitos e relações 
 O jogo pode ser considerado como uma forma de socialização, uma vez que molda o seu modo 
de ser e de estar. Na sociedade atual a televisão é um dos elementos mais utilizados para o 
preenchimento de tempos livres, para além de ser um polo de atração é também muitas vezes 
utilizado pelos adultos para manter as crianças quietas e caladas durante um período mais ou 
menos longo 
 
A intervenção de enfermagem no tempo livre infantil 
- A existência de locais e equipamentos (parques, clubes infantis, terreno para jogos) já por si só são 
um fator de promoção de saúde 
- O fator socioeconómico é responsável pelos maiores fatores de risco para o desenvolvimento da 
criança 
- Crianças com níveis mais desfavorecidos apresentam maiores fatores de risco 
 
 
 
 
31 
 
Adolescência/Juventude 
- Época de transição onde se manifestam todas as dúvidas, vacilações e incertezas humanas,que se 
não são devidamente resolvidas podem deixar marcas importantes de imaturidade na pessoa adulta 
 Vai aproximadamente dos 13 aos 19 anos 
 Não há época na vida mais turbulenta e complexa do que esta 
 É caracterizada por grandes modificações a nível físico, cognitivo social e de construção de 
identidade 
 
Desenvolvimento físico 
 Na rapariga 
 Aumento do volume das mamas 
 Desenvolvimento de pelo púbico 
 Mudança nas formas corporais 
 Desenvolvimento do aparelho reprodutor 
 O ciclo menstrual completa o desenvolvimento 
 No rapaz 
 Aumenta o tamanho do corpo 
 Aumenta a força muscular 
 Mais agilidade física 
 Desenvolvimento dos órgãos genitais 
 
Aspetos positivos da adolescência 
 O adolescente é idealista, percebe claramente conceitos e realidades que estão fora do 
alcance dos adultos, que com os anos ficam “demasiado” realistas 
 Dispõe de uma energia física e psicológica que pode chegar a produzir o impensável 
 Está dotado de uma forte criatividade que, na maioria dos casos, tende a desvanecer-se ou 
pelo menos a moderar-se consideravelmente ao entrar na fase adulta 
 Possui um sentido de justiça bastante forte 
 É capaz de amar intensamente ou de repelir com a mesma força algo ou alguém 
 
 
 
 
32 
 
O crescimento 
 Durante os anos anteriores à adolescência, a estatura das crianças aumenta a um ritmo de 
uns 5 cm anuais 
 Ao alcançar aproximadamente os 12 anos nas raparigas e os 14 anos no rapaz, o ritmo de 
crescimento chega aos 8-9 cm anuais 
 O crescimento acelerado continua durante os 4 ou 5 anos seguintes. É o que muitos chamam 
de “esticão” 
 O crescimento acelerado continua assim mais uns anos até alcançar o máximo com a idade 
aproximada de 21 anos para o rapaz e de 17 para a rapariga 
 A hipófise é a glândula endócrina responsável pelas hormonas do crescimento. O 
crescimento é contínuo mas não uniforme. O pico é desde o nascimento até ao ano de vida, 
mas é similar entre a puberdade e a adolescência 
 A aceleração de crescimento determinada pela altura é influenciada por fatores genéticos e 
nutricionais 
 
Crescimento geral 
- Muito rápido no período fetal e adolescência – indicador para medições externas 
 
Crescimento neurológico 
- Realiza-se no período fetal, falta é maturidade. Por isso é necessária a medição do perímetro 
cefálico 
 
Crescimento linfoide 
- Muito rápido do nascimento até à puberdade. Na infância há muitas amigdalites porque o sistema 
linfoide não está ainda bem desenvolvido 
 
Comportamentos típicos da adolescência 
Desafiador – ao adolescente confronta-se com o mundo do adulto. O respeito e admiração que as 
crianças sentiam pelos pais, professores e adultos desvaneceu-se e, no seu lugar, surge uma atividade 
desafiadora 
Argumentador – o adolescente é argumentador. A nova capacidade mental que aparece com o 
crescimento leva a que este fale e argumente sobre todo o tipo de assuntos. 
 
33 
 
Sensível – o adolescente não tem um conceito suficiente real de si mesmo. Há períodos em que se 
sente muito inseguro de si mesmo e cheio de períodos em que se sente muito inseguro de si mesmo e 
cheio de qualidades. No entanto, é frequente sentir-se inferior 
 
- Não sendo considerado um grupo de risco é no entanto um grupo que corre riscos 
 
Comportamentos de risco 
 Acidentes 
 Vítimas de violência e maus tratos 
 Consumos nocivos 
 Confrontar-se com o trabalho 
 Condutas sexuais precoces, inconscientes/inconsequentes (DST, SIDA e gravidez) 
 
Escola 
- A crise de identidade também se vai manifestar na escola, onde os grupos de pares e colegas vão 
adquirindo maior importância em detrimento dos pais e professores 
 
Tempo livre – tempo laboral 
- O jovem tem dificuldade em encontrar o primeiro emprego 
- Não podendo por isso contar com o seu próprio dinheiro, gera uma sensação de inutilidade e 
aumenta o tempo livre. A rua passa a ser o seu ambiente mais habitual 
 
 
 
 
 
 
 
Intervenção 
 Cuidados antecipatórios 
 Informação e formação 
 Utilização de recursos disponíveis – culturais, desportivos lúdicos e educativos 
 
Socialização não aceite e punida 
pelos outros 
Aquisição de uma identidade negativa e 
estilos de vida pouco saudáveis 
Consequências 
 
34 
 
Segundo a OMS, o que mais afeta o adolescente é: 
 Toxicodependência (durante esta fase há necessidade de experimentar tudo, os amigos e o 
ambiente sociocultural exercem forte influencia) 
 Gravidez não desejada 
 Suicídio 
 Outros problemas 
Outros problemas na adolescência 
 Depressão 
 Invalidez 
 Bulimia 
 Anorexia 
 Entre outros 
 
Objetivos dos exames de saúde na criança e jovem 
 Promover e avaliar o desenvolvimento psico-motor através de exames regulares: registos de 
parâmetros como o peso, estatura, perímetro cefálico, desenvolvimento motor e psíquico e 
linguagem 
 Promover comportamentos saudáveis, através de ensinos sobre nutrição (de realçar a 
importância do aleitamento materno nos primeiros meses de vida), ter em conta a 
quantidade e qualidade dos alimentos, prevenir a subnutrição e obesidade 
 Optar por estilos de vida saudáveis, relações criança/jovem/família, optar por ambientes 
despoluídos, práticas de exercício físico e evitar consumo de substâncias nocivas 
 Cumprimento dos planos de vacinação 
 Prevenção da crise dentária, prevenção de acidentes e intoxicações 
 Diagnóstico e deteção precoce de problemas (luxação congénita da anca, testículos não 
descidos e outros, perturbações da visão e audição, linguagem, perturbações do 
desenvolvimento psicoafectivo e motor) 
 Deteção precoce de disfunções familiares (abuso sexual, maus tratos e abandono) 
 Promoção da autoestima dos jovens, como escolhas de estilos de vida saudáveis, adaptação 
social adequada e vivência sexual responsável 
 Cuidados antecipatórios, feitos através de educação para a saúde – ensinar sobre problemas 
considerados prioritários como a SIDA e hepatite 
 
35 
 
 Apoio à família e às funções por ela desenvolvidas no que se refere ao desenvolvimento 
harmonioso da criança e jovem 
 
Idade adulta 
 Grande perturbação com os filhos, estabilidade económica, social e laboral e saúde 
 A relação do casal supõe a passagem do eu para o nós (mantendo a independência 
individual) 
 Multiplicidade de papéis – marital, maternal e paternal 
 
 
 
 
Relação com os filhos adolescentes 
- Perante as modificações psíquicas e comportamentais os pais podem reagir de duas formas: 
 Tendência para reagir autoritariamente perante o filho adolescente, muito provavelmente 
para contrariar a confusão das suas ideias e ações 
 Reagir com medo perante a agressividade 
 
Situação laboral 
- O desemprego origina conflitos individuais e familiares podendo desencadear outros problemas 
como alcoolismo, depressões, homicídio e suicídio 
 
Velhice 
- A redução da fecundidade e a diminuição da mortalidade fez aumentar o número de idosos no 
mundo 
- O envelhecimento é caraterizado pelo hipofuncionalismo progressivo e irreversível 
“O individuo deixa de transformar a realidade para ser transformado por ela” 
- A velhice representa uma fase da vida em que a capacidade e resistências físicas vão 
gradualmente diminuindo 
 
Natureza das necessidades dos idosos 
 De ordem social e familiar 
Gerador de crises Pode levar a maus tratos do mais forte para o mais fraco 
Podem provocar rutura 
 
36 
 
 De ordem física e psicossocial 
 De ordem socioeconómica 
 
Crise na velhice 
 Reforma – perda do papel sócio – profissional 
 A angústia de não saber o que fazer com os tempos livres 
 Segurança económica/familiar 
 Medo da doença 
 
Apoio aos idosos 
 Centros de dia 
 Clubes (promover atividades e passeios) 
 Universidade de terceira idade – o objetivo principal é informar e motivar no 
aprofundamento de temas úteis 
oFunção formativa 
o Função preventiva 
 Apoio domiciliário 
 Higiene dos idosos, compras e manutenção da casa 
 
Etapa final 
- É aquela que num espaço de tempo mais ou menos breve e previsível implicará a morte do 
individuo 
 
Fases desta etapa 
 Negação – não aceita, gerando sentimentos de revolta 
 Agressividade 
 Negociação – em que procura um elemento mediador para resolver o seu problema – 
frustração 
 Depressão – apatia 
 Aceitação 
 
 
 
37 
 
5. Imunização 
Controle das doenças transmissíveis 
 Pode ser feito 
 Alterando as características do agente 
 Alterando as características do hospedeiro 
 Alterando as características do ambiente 
 Método mais comum 
 Quebrar a cadeia infeciosa 
Através da intensificação da imunidade do hospedeiro 
 
Imunização 
A imunização é definida como a aquisição de proteção imunológica contra uma doença infeciosa. É 
o processo de aquisição de imunidade após administração de uma substância imunológica. 
- Prática que tem como objetivo aumentar a resistência de um individuo contra infeções. É 
administrada por meio de vacina, imunoglobulina ou por soro de anticorpos. 
- Capacidade do hospedeiro se opor à infeção: 
 Imunidade natural 
 Imunidade adquirida 
 
Imunidade natural/inata 
- Resistência inata a infeções determinada pela espécie humana. Presente por ocasião do 
nascimento. 
 Da espécie 
 Individual 
 
Imunidade adquirida 
- Adquirida por um hospedeiro como resultado de uma exposição natural a um agente infecioso. 
Pode ser: 
 Imunização ativa (antigénios) 
 Natural 
 Artificial (vacinas) 
 
38 
 
 Imunização passiva (anticorpos) 
 Natural 
 Artificial 
 Imunidade de grupo 
 
Imunização ativa 
- Imunização de um individuo pela introdução (administração) de um antigénio 
o Agente infecioso 
o Vacina 
- Caracteriza-se pela presença de produção de anticorpos pelo hospedeiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imunização passiva 
- Transferência de anticorpos específicos de um individuo imunizado para um individuo não 
imunizado 
o De mãe para filho 
o Administração de anticorpos (imunoglobulinas ou soro) 
 
39 
 
- Esta imunidade é quase imediata mas de curta duração (tétano e raiva) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Imunidade de grupo 
- Resistência de um grupo à invasão ou disseminação de um agente infecioso 
o É a base para aumentar a cobertura por imunização para doenças evitáveis pela vacinação 
o Uma cobertura imunitária individual mais elevada levará a uma imunidade maior de grupo 
 
Imunoglobulinas 
Anticorpos ou imunoglobulinas são glicoproteínas sintetizadas e excretadas por células plasmáticas 
derivadas dos linfócitos B, os plasmócitos, presentes no plasma, tecidos e secreções que atacam 
proteínas estranhas ao corpo, chamadas de antigénios, realizando assim a defesa do organismo 
(imunidade humoral). Depois de entrar em contato com um antigénio, o sistema imunológico produz 
anticorpos específicos contra ele. 
- São proteínas que funcionam como anticorpos (IgA, IgG, IgM, IgD) 
- Funções das imunoglobulinas 
o Incrementar a fagocitose 
o Neutralizar toxinas, bactérias ou vírus 
 
40 
 
- A resposta antigénio – anticorpo inicialmente leva tempo a desenvolver-se 
- O contacto posterior com o mesmo antigénio resulta de uma resposta defensiva muito mais rápida 
do organismo 
 
Fator ambiente 
- Facilitam a transmissão de um agente infecioso de um hospedeiro infetado a um hospedeiro 
susceptível (fatores físicos, biológicos, sociais e culturais) 
Alterando os fatores ambientais reduz-se o risco de transmissão: 
 Ensinos à população 
 Uso de mosquiteiros 
 Lavagem das mãos 
 Cuidados de higiene alimentar 
 
Formas de propagação de uma doença 
 Transmissão vertical 
- De pais para filhos (HIV, sífilis), através de esperma, placenta, leite e canal vaginal durante 
o parto 
 Transmissão horizontal 
- De pessoa para pessoa 
o Direta (ato sexual) 
o Indireta (infeção por oxiúros – vermes que parasitam o intestino de mamíferos) 
 
Desenvolvimento da doença 
 A exposição a um agente infecioso nem sempre leva à infeção 
 A infeção nem sempre leva à doença 
Depende da dose infetante, da infecciosidade, do agente infecioso e da imunidade do hospedeiro 
 
Infecciosidade – capacidade de entrar e de se multiplicar no hospedeiro 
Doença – resultado possível da infeção. Pode indicar uma disfunção fisiológica ou reação patológica 
 
O período de incubação e período de transmissão não são sinónimos! 
 
41 
 
Período de incubação - refere-se ao intervalo de tempo entre a invasão pelo agente infecioso e o 
aparecimento de sinais e sintomas clínicos. Este período pode variar de 2 a 4 horas para 
envenenamento alimentar e de 10 a 15 anos para a SIDA. 
Período de transmissão – refere-se ao intervalo de tempo durante o qual um agente infecioso pode 
ser direta ou indiretamente transferido de uma pessoa infetada para outra susceptível 
 
Imunização 
 
Aumenta as defesas imunológicas do corpo contra o agente infecioso, sem produzir doença 
Como? 
- Após a exposição parte do microrganismo age como antigénio capaz de induzir uma reação 
imunológica especifica 
- O corpo reage com a produção de anticorpos (imunoglobulinas) 
 
Vacina 
- É uma suspensão de microrganismos 
o Vivos atenuados 
o Mortos 
A vacina é um produto antigénio que leva ao aparecimento de imunidade por mecanismos idênticos 
aos das próprias doenças, isto é, através de formação de anticorpos específicos 
 
Vacinação 
- Vacinação é a aplicação de antigénios iguais ou semelhantes aos agentes infeciosos, mas 
desprovidos de características que lhe dão a capacidade patogénica, levando à estimulação do 
fenómeno de imunidade seja ela humoral ou celular. 
É um dos métodos mais eficazes de prevenção e controle das doenças transmissíveis 
 
Tipos de vacinas 
 
 
 
 
 
BCG – Tuberculose 
VHB (HBV) – Hepatite B 
VAP (OPV) – Poliomielite 
Hib – Haemophilus influenzae tipo b 
DTP – Difteria, tétano e pertussis 
TD – Tétano difteria 
VASPR – Sarampo, parotidite e rubéola 
 
42 
 
Vacinas contendo germes mortos 
 Antitetânica (VAT) 
 Antidiftérica (VD) 
 Anti-pertussis (VP) 
 Vacina da tríplice 
 Vacina dupla (DT) 
 Vacina hepatite B 
 Vacina Haemophilus influenzae tipo b 
 Vacina dupla Td (adultos) 
 Vacina anti – poliomielítica inativa (VIP) 
 
Vacinas contendo germes vivos 
 Antipoliemielite (VAP) 
 Anti - sarampo (VAS) 
 Anti – rubéola (VAR) 
 Anti – tuberculose (BCG) 
 Anti (sarampo, rubéola, parotidite) VASPR 
 
Tipos de administração 
 Subcutânea (VASPR) 
 Intradérmica (anti – tuberculose) 
 Intramuscular 
 Oral (VAP) 
- A administração é de preferência na região do deltoide ou no terço médio da face externa da coxa 
- A prova de Mantoux é administrada por via intradérmica 
- A dose da vacina a administrar é de acordo com o tipo de vacina e a idade do utente 
 
Plano nacional de vacinação (PNV) 
As vacinas são o meio mais eficaz e seguro de proteção contra certas doenças. Mesmo quando a 
imunidade não é total, quem está vacinado tem maior capacidade de resistência na eventualidade da 
doença surgir. 
 
43 
 
Não basta vacinar-se uma vez para ficar devidamente protegido. Em geral, é preciso receber várias 
doses da mesma vacina para que esta seja eficaz. Outras vezes é também necessário fazer doses de 
reforço, nalguns casos ao longo de toda a vida. 
A vacinação, além da proteção pessoal, traz também benefícios para toda a comunidade, pois 
quando a maior parte da população está vacinada interrompe-se a transmissão da doença. 
O PNV é da responsabilidade do Ministério da Saúde e integra as vacinas consideradas mais 
importantes para defender a saúde da população portuguesa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prova de tuberculina 
O teste cutâneo para a tuberculose, tambémdenominado prova da tuberculina, prova de Mantoux 
ou teste de PPD (“purified protein derivative”), revela se a pessoa foi alguma vez infetada pela bactéria 
que causa a tuberculose. Basicamente, este teste consiste na injeção de proteínas derivadas da 
bactéria da tuberculose, na pele do antebraço. Cerca de dois a três dias depois, observa-se o local da 
injeção. O inchaço e vermelhidão indicam, regra geral, um resultado positivo. As infeções provocadas 
por estas bactérias podem estar ativas ou inativas. O teste da tuberculina não distingue, quando 
positivo, se a infeção está ativa ou inativa. 
 
A prova de tuberculina tem como finalidade: 
 Controle de eficácia da BCG 
 Averiguar a necessidade de vacinar ou de revacinar 
 Deteção precoce de uma infeção tuberculosa 
 
44 
 
A prova de Mantoux é o teste que oferece mais fiabilidade e consiste: 
o Na administração de 0,05 ml de soluto no 1º ano de vida 
o Posteriormente de 0,1 ml, por via intradérmica na face anterior ou lateral externa do terço 
médio do antebraço esquerdo 
A leitura da prova é feita entre as 48 horas e as 72 horas após a administração, fazendo a palpação 
e a delimitação da enduração produzida e regista-se em milímetros. Se o diâmetro for menor que 4mm 
e não se regista nenhum endurecimento deve-se vacinar. Se o diâmetro for igual ou superior a 10mm 
entre 5 e 9mm não é necessário vacinar 
Todas as crianças que apresentam reação superior a 15mm ou que apresentam um aumento de 
enduração superior a 5mm em relação ao teste efetuado a menos de 24 meses, deverão ser 
encaminhados para o seu médico de família 
 
 Nos indivíduos com VIH positivo sintomáticos, em que exista imunodepressão grave, não se 
administra nenhuma vacina do PNV 
 
Material 
 Frigorifico 
 Termómetro com escala de 0º a +10ºC ou -10º a +10ºC 
 Embalagem isoladora 
o Se a administração é fora do serviço de saúde utilizar saco acumulador de frio 
o Recomenda-se que o frigorífico seja mantido a uma temperatura compreendida 
entre +2º e +8ºC 
 Material para o injetável – asséptico e unitário – agulha adequada 
 Preparação do utente e local a administrar antissepsia 
 Ensino de reações adversas 
 Recomendações da data da próxima vacina 
 
Em caso algum a temperatura deverá ser inferior a 0ºC 
 
Nota: quando por motivo de avaria ou corte da corrente elétrica, se verifique interrupção regular do 
funcionamento do frigorífico onde estão armazenadas as vacinas, não deverão as mesmas ser 
inutilizadas sem prévio conhecimento das autoridades competente 
 
45 
 
Conservação das vacinas 
A conservação das vacinas é de primordial importância, ao longo das diferentes etapas – fabrico, 
armazenamento, distribuição e administração – para que se mantenham em condições adequadas 
aquando da sua utilização 
 
6. Cuidados domiciliários 
 “Domicílio” é o lugar onde alguém tem residência permanente, é a sua habitação 
 As pessoas passam maior parte das situações de doença no seu domicílio 
 No domicílio o doente está no seu meio, onde as necessidades básicas de conforto, 
segurança e acolhimento estão asseguradas 
 Os cuidados no domicílio envolvem também a família 
 
Visita domiciliária – conceitos 
- Obter a maior quantidade de informação possível sobre a posição médica, material, física e moral 
de um individuo ou de uma família, tendo em vista uma tomada de ação útil 
- A visita domiciliária visa a prestação de cuidados de enfermagem no domicílio, quando esta for 
conveniente para o paciente, para a família e para o serviço de saúde, quer sob o aspeto económico, 
social ou psicológico 
 
Tipos de visita domiciliária 
 Visita domiciliária de carácter investigador 
 Visita domiciliária de carácter assistencial 
 Visita domiciliária com carácter de educação para a saúde 
 Visita domiciliária de carácter misto e outras 
 
Cuidados domiciliários 
- Devem ser previamente planeados 
- A necessidade de cuidados domiciliários pode ter origem: 
o No paciente (quando este goza de todas as suas capacidades mentais) 
o Na família (quando o doente não tem capacidade e autonomia suficiente) 
o Na equipa de saúde (seria o ideal) 
- Por consultas de enfermagem 
 
46 
 
Responsabilizam o paciente e a família por estes cuidados 
quando não podem deslocar-se ao centro de saúde 
Promoção da saúde 
- Organização de ficheiros 
- Instituições hospitalares (para permitir continuidade de cuidados) 
- Organizações comunitárias 
“Componente de um cuidado continuado de saúde global, em que os serviços de saúde são 
prestados ao individuo e sua família no local de residência, com a finalidade de promover, manter ou 
recuperar a saúde, ou ainda de maximizar o nível de independência, minimizando os efeitos de doença, 
incluindo a doença terminal” (Balander, 1998) 
 
Atividades dos cuidados domiciliários 
 Promoção 
 Proteção 
 Tratamento 
 Reabilitação 
 
Cuidados domiciliários 
 As visitas domiciliárias proporcionam uma colheita de dados mais exata da: 
 Estrutura e dinâmica da família 
 Ambiente natural/habitacional 
 Fatores que influenciam a saúde 
 Comportamento dos indivíduos neste ambiente 
 Identificar quer barreiras quer apoios para alcançar os objetivos propostos 
 
 Englobam 
 Todas as fases do ciclo de vida do individuo aos três níveis de prevenção 
 Objetivos 
 Proporcionar orientação e ensino á família e paciente relativamente ao método e 
recursos existentes 
 Aumentar o nível de educação do individuo, família e comunidade 
 Orientar e supervisionar o cumprimento de cuidados 
 Prestar cuidados de enfermagem quando estes forem convenientes para o paciente e 
para a família 
 Colher informações sobre as condições socioeconómicas sanitárias da família por 
meio de observação e entrevista (ação investigativa) 
 
47 
 
A visita domiciliária deve incluir 
- Famílias de risco 
o Escassos recursos económicos 
o Marginalizados socialmente 
o Pessoas com deficiência física e mental 
o Elevado número de pessoas no agregado familiar 
o Famílias muito jovens 
o Famílias incompletas 
o Famílias sem residência fixa 
o Famílias com problemas relacionais entre os membros 
 
Os programas de assistência domiciliária são desenvolvidos: 
 Essencialmente aos idosos 
 Indivíduos portadores de doença crónica 
 Patologias de longa duração – dependentes nas atividades de vida diárias 
 Pessoas com alta hospitalar recente e que necessitam de continuidade de cuidados 
 Pessoas que não podem deslocar-se ao centro de saúde 
 Idosos dependentes e pessoas a residir sós 
 Pessoas com necessidade de ações ou terapêuticas invasivas e que não possam deslocar-se 
ao centro de saúde 
 
Vantagens da visita domiciliária 
 Proporcionar o conhecimento do individuo dentro do seu contexto natural 
 Diminui os custos de um internamento 
 Proporcionar um melhor relacionamento entre equipa/enfermeiro – individuo/família 
(porque é um processo mais informal) 
 Avalia as ações executadas anteriormente 
 Permite ao enfermeiro fazer educação para a saúde no local onde habitualmente surgem os 
problemas, ajustando os ensinos aos recursos existentes 
 
Atividades do enfermeiro na prestação de cuidados domiciliários 
 Investigar – avaliar necessidades de saúde 
 
48 
 
 Planificar e administrar cuidados 
 Administrar tratamentos 
 Controlar parâmetros biológicos 
 Recolher amostras e enviar para o laboratório 
 Proporcionar e mobilizar recursos extra familiares 
 
Desvantagens da visita domiciliária 
 Demorada, não dando a possibilidade que todas as famílias sejam visitadas com 
regularidade 
 Não dá a possibilidade da família partilhar com outras famílias com problemas semelhantes 
 O rendimento pode ser pequeno comparado com outros métodos, pois gasta-se muito 
tempo nas deslocações 
 As ocupações das famílias podem impedir ou dificultar a prestação deste tipode assistência 
 Distrações ou interrupções podem aparecer no lar impedindo ou dificultando os diagnósticos 
da visita domiciliária 
Fases da visita domiciliária 
 Identificar necessidades 
 Planear 
 Identificar famílias 
 Determinar os objetivos da visita domiciliária 
 Preparar material para a visita 
 Identificar o percurso 
 Executar 
 Prestar cuidados de enfermagem – inicialmente o enfermeiro deve ter um 
relacionamento agradável com a família 
 Colher dados – acerca do estado atual de forma a poder identificar outros problemas 
 Educação para a saúde – atender às necessidades sentidas pela família e detetadas 
pelo enfermeiro 
 Marcação da próxima visita 
 Avaliar 
 Registo das atividades 
 Comparar as atividades realizadas com registos anteriores 
 
 
49 
 
7. Vulnerabilidade 
Fragilidade física e mental 
- É uma condição ou estado perante o qual os indivíduos ou grupos estão altamente suscetíveis de 
sofrerem qualquer tipo de agressão, que no contexto da saúde comunitária é caracterizado por 
variáveis pessoais, sociais e ambientais 
 
Dimensões da vulnerabilidade 
- Seis dimensões da vulnerabilidade potencializam-se umas ás outras e estão interligadas 
 Exclusão social – marginalização 
 Baixo estatuto social 
 Pobreza 
 Incapacidade (falta de controlo) 
 Incapacidades mentais, físicas e económicas 
 Falta de poder para negociar 
 Opressão/vitimização – culpabilizar os outros 
 Risco de saúde 
 Pobreza – incapacidade mental, económica e física 
 
Exclusão social 
- Refere-se ao sentimento de separação das diretrizes da sociedade. O individuo ou não tem 
qualquer ligação emocional com qualquer grupo em particular ou com a sociedade em geral. 
- São geralmente “esquecidos e invisíveis” (despercebidos) para os outros membros da sociedade 
 
Baixo estatuto social 
- Esta dimensão da vulnerabilidade refere-se ao “poder” muito limitado dos grupos em 
evidenciarem as suas necessidades pelo facto de serem minoritários 
- São considerados muitas vezes incapazes de advogar de forma credível os seus próprios interesses 
 
Nota: não tem poder reivindicativo por falta de poder literário (menos cultos). Não conseguem 
advogar os seus próprios interesses. Não conseguem pedir aquilo a que tem direito. 
 
 
 
 
50 
 
Pobreza 
- Pode-se considerar em estado de pobreza todos aqueles que estão abaixo do nível mínimo de 
subsistência, ou seja, o montante mínimo de rendimento que o individuo necessita para ter acesso às 
coisas essenciais da vida. 
- A falta de dinheiro (uma das fontes mais criticas) favorece: 
o A dependência dos indivíduos 
o Remove a possibilidade de escolha entre opções disponíveis 
Nota: Montante mínimo de subsistência = critério económico mínimo de rendimento que se tem de 
possuir para poder substituir 
 
Incapacidade (falta de controle) 
 A nível individual 
 Herança biológica – tem apenas alguma responsabilidade daquela que transmitem á 
sua descendência 
 A nível social 
 Saúde – a sociedade determina tipos de serviços de aúde e meios que estão 
disponíveis 
 Ambiente – muitas das condições do ambiente físico e social estão para além do 
controlo de determinados grupos populacionais causando vulnerabilidade 
 
Opressão/vitimização 
- Culpar a vítima pode aliviar a sociedade de assumir a responsabilidade em assuntos ambientais e 
na oferta de serviços de saúde e de segurança social 
- Resultante disso os grupos vulneráveis tem: 
o Restrições financeiras (subsídios) 
o Acesso limitado aos serviços tanto preventivos como ambulatórios 
o Insuficientes critérios de elegibilidade para usufruírem de ajuda dos serviços sociais 
 
Risco de saúde 
- Baseado no modelo da história natural da doença (HND) principalmente em certos aspetos 
fisiológicos e ambientais, que podem favorecer o aparecimento de problemas de saúde em grupos 
especiais de população: 
 
51 
 
o Idosos 
o Grupos minoritários – grupos étnicos 
o Grupos com baixos recursos económicos 
- A situação de risco pode ser aceite dependendo: 
 Da aquisição de informações relacionadas com a ameaça 
 Da credibilidade tanto em relação à ameaça como em relação á ação preventiva 
 Da validação médica da ameaça 
 Da aceitação do estado de risco acompanhando-a com comportamentos recomendados para 
reduzir e/ou eliminar a ameaça 
 
Vulnerabilidade individual e/ou grupo 
 Principais causas 
 Socioeconómicas 
 Precariedade económica 
 Estrutura familiar 
 Falta de alojamento 
 Desemprego 
 Segurança social 
 Idade 
o Crianças (imaturidade fisiológica) 
o Adolescentes (busca de identidade) – muito vulneráveis e em risco 
o Idosos (declínio da adaptabilidade fisiológica) 
 Saúde 
o Doenças crónicas 
o Acidentes 
o Incapacidade (mental ou fisiológica) 
 
Vulnerabilidade socioeconómica 
 Pobreza relativa – situação daqueles que tem o mínimo necessário á subsistência, mas sem 
terem os meios requeridos comparativamente com o corrente na sua área de residência 
 Fluidez da pobreza – entrada e saída do estado de pobreza por várias razões (viuvez, 
doença, desemprego) 
 
52 
 
Nota: A pobreza pode não ser um estado permanente, entram e saem da pobreza 
 
Domínios em que se verifica a pobreza 
 Condições de habitação 
 Condições de saúde 
 Emprego e desemprego 
 Educação 
 
Os sem-abrigo 
- Indivíduos a quem falta uma residência noturna fixa, regular e adequada, ou que tenha como 
residência noturna uma das seguintes: 
o Abrigo destinado a providenciar acomodação temporária 
o Lugar público ou privado que não sendo designado para tal é contudo usado pelos seres 
humanos para dormir 
 
Podem ser: 
 Temporários – são considerados os que ficam sem-abrigo por calamidades naturais ou 
causadas pelo homem 
 Episódicos – aqueles que podem ficar frequentemente sem residência como por exemplo os 
emigrantes e os jovens fugitivos 
 Crónicos – não têm residência permanente 
 
Causas (complexas e sinergéticas) 
 Relacionadas com a saúde (exemplo: alcoolismo, doença mental) 
 Relacionadas com a saciedade (desemprego, pobreza, disfunção familiar, falta de habitação, 
droga) 
 
8. Demografia 
- Demografia é a ciência que estuda a dinâmica das populações. Procede a uma descrição numérica 
das populações sob um duplo aspeto – estático-dinâmico 
 
 
53 
 
 Demografia 
 Estatística 
 Número 
 Classes (de idades) – quantitativa 
 Quem (género) 
 Dinâmica 
 Entrada – imigração e natalidade 
 Saída – emigração e mortalidade 
Objetivos 
- Observa, mede e descreve a dimensão, as estruturas e a distribuição espacial de uma população 
num momento do tempo 
- Observa, mede e descreve as mudanças que ocorrem na dimensão e na estrutura espacial de uma 
população ao longo do tempo 
- Observa, mede e descreve os fenómenos responsáveis por essas mudanças (natalidade, 
mortalidade e migrações) 
- Explica os efeitos das variações microdemográficas nas variáveis macrodemográficas e vice-versa 
- Estuda as causas e as consequências das variáveis microdemográficas 
 
Estado da população 
Dimensão – volume de população (exemplo: milhões de habitantes) 
Estrutura – repartição por grupos específicos (solteiros, casados, viúvos, divorciados, jovens, 
adultos, idosos, profissão) 
Distribuição – repartição no espaço (habitantes/km2) 
 
Pirâmides etárias (pirâmides de idades e pirâmides de população) 
- A pirâmide é um instrumento gráfico que utiliza 2 diagramas de barras conjugadas 
- No eixo vertical (ordenadas) é colocada a escala de idades 
- No eixo horizontal (abcissas) é colocado o número de efetivos ou percentagem 
 
As idades podem ser representadas em anos ou em grupos etários (5 anos) 
o Sexo masculino – semieixo da esquerda 
o Sexo feminino – semieixo da direita 
 
 
54 
 
Regras para construir uma pirâmide 
1. Traçar dois sistemas de coordenadas2. Gravar os eixos verticais em anos de idade ou grupos etários (geralmente usam-se intervalos de 
5 anos) 
3. Gravar os eixos da horizontal em números absolutos ou percentuais da população 
4. Colocar os efetivos masculinos à esquerda e os femininos à direita 
5. Recomenda-se uma altura de 2/3 em relação à largura total (exemplo: numa base de 15 cm a 
multiplicar por 2/3 = 10 cm para a altura da pirâmide) 
 
Alterar o nascimento da população 
- Procura diminuir as saídas (óbitos e emigração) ou aumentar as entradas (nascimentos e 
imigração) 
 Politicas natalistas 
 Subsídios 
 Benefícios às famílias com vários filhos 
 Acesso ao trabalho em part-time 
 Legislação repressiva – aborto 
 Politicas de apoio á imigração/restrição á emigração 
 Contratos de trabalho 
 Apoio social 
 Legalização dos clandestinos 
 
Diminuir o ritmo de crescimento 
- Procura-se aumentar as saídas (óbitos e emigração) ou diminuir as entradas (nascimentos e 
imigrações) 
 Politicas anti natalistas 
 Generalização dos métodos contracetivos 
 Lei do aborto 
 Crescente acesso da mulher ao emprego 
 Incentivos no casamento tardio 
 Penalização de famílias numerosas 
 Políticas de restrição á imigração/apoio á emigração 
 
55 
 
PN = PO + (N – O) + (I – E) 
 Legislações restritivas 
 Repatriação dos clandestinos 
 
População de facto ou presente 
- Referir os habitantes do local em que se encontram (alojamento tipo familiar ou coletivo – 
quartéis e lares) que sejam ou não residentes no alojamento 
 
População residente ou jure ou de direito legal 
- Referir os habitantes residentes, quer estejam presentes ou ausentes no momento do 
recenseamento 
 
Volume da população 
- Número de indivíduos pertencentes a uma determinada área geográfica num determinado 
momento 
 
Composição da população 
- Conhecimento da população segundo a idade, sexo, raça, estado civil, nacionalidade, escolaridade, 
atividade económica entre outros, ou seja, a subdivisão da população em grupos homogéneos a partir 
de determinadas características 
 
Densidade populacional (DP) 
- Consiste em dividir o total de habitantes existentes numa determinada unidade de análise pela 
superfície dessa mesma unidade 
 
 
 
 
 
 
 
Crescimento natural 
 
 
(N – O) – saldo fisiológico (nascimentos e óbitos) 
(I – E) – crescimento social (imigração e emigração) 
 
 
56 
 
Dependência por classe etária 
- Rácio de dependência dos jovens 
 
 
 
 
 
 
 
 
- Rácio de dependência dos idosos 
 
 
 
 
 
 
 
 
9. Epidemiologia 
 
Epidemiologia 
 
 
A epidemiologia é a ciência dos acontecimentos de saúde que afetam as populações e que permite 
investigar a distribuição e os determinantes desses acontecimentos e focaliza-se na caracterização de 
um resultado de saúde em termos de o quê, quem, onde, quando e porquê. O foco da epidemiologia é o 
estudo de populações no sentido de compreender as causas de doença e influenciar e avaliar o 
desenvolvimento de intervenções eficazes para prevenir a doença e manter a saúde. 
 
 No passado – disciplina básica de saúde pública 
 Finais do século XIX – aplicada a sub-grupos da população para as doenças 
transmissíveis visando o seu controle. Mais tarde estudo das relações ambientais e a 
doença 
 Segunda metade do século XX – aplicada para doenças não transmissíveis, doenças 
crónicas como doença coronária e cancro nos países industrializados 
 No presente – ciência fundamental para prevenir as doenças 
 Promover a saúde 
 Proteger a saúde 
 Restaurar a saúde 
 
Epi – sobre 
Demos – povo, população 
Logos – conhecimento 
 
57 
 
- Objeto da epidemiologia (investigação) 
o Estuda a ocorrência das doenças/quantifica a ocorrência de… 
- Características (individuais/populacionais) 
o Genéticas 
o Estilos de vida 
o Exposição a riscos ambientais que determinam a ocorrência e distribuição das doenças 
- Fundamento epidemiológico 
o Adoecer não é um fenómeno doa caso, por isso as doenças não se distribuem 
aleatoriamente 
- Bases da investigação em epidemiologia 
o Pessoas 
o Lugares 
o Tempo 
 
Epidemiologia - Ciência que estuda a distribuição e fatores determinantes das doenças ou lesões 
nas populações humanas assim como a apreciação e aplicação desse estudo ao controlo dos problemas 
de saúde 
 
Distribuição 
o Tempo 
o Lugar 
o Pessoas afetadas 
Determinantes 
o Físicos 
o Biológicos 
o Sociais 
o Culturais 
o Comportamentais 
Doenças ou lesões nas populações humanas 
o Doenças 
 
58 
 
o Causas de morte 
o Comportamentos 
o Reações a programas preventivos 
o Fornecimento e utilização dos serviços de saúde 
Apreciação e aplicação 
o Planeamento em saúde 
Controlo dos problemas de saúde 
o Promover a saúde 
o Proteger a saúde 
o Restaurar a saúde 
 
Modelos 
 Modelo da tríade ecológica 
 Modelo da teia 
 Modelo da roda 
 
Tríade ecológica 
 Fator agente 
 Fator hospedeiro 
 Fator ambiente 
A doença resulta de relações complexas entre agentes causais, indivíduos suscetíveis e fatores 
ambientais. As alterações num dos elementos da tríade podem influenciar a ocorrência de doença pelo 
aumento ou diminuição do risco individual para a doença. 
 
Fator agente – fator necessário ao aparecimento da doença mas não suficiente para produzir 
sintomas 
 Mecanismo de ação 
 Corpo estranho 
 Exotoxinas 
 Endotoxinas 
 Reação de hipersensibilidade 
 
59 
 
 Reservatório 
 Portador são ou doente 
 Reservatório animal 
 Meio exterior 
 Portas de entrada 
 Pele 
 Mucosas externas 
 Placenta 
 Boca 
 Nariz 
 Portas de saída 
 Pele e mucosas 
 Orifícios naturais 
 Modos de transmissão 
 Direta 
 Indireta 
 
Fator hospedeiro 
- Determinam a suscetibilidade ou resistência a um agente 
- Hábitos, atitudes, idade, sexo, raça, ocupação, influências genéticas 
 Mecanismos de resistência 
 Processos imediatos 
o Barreira natural 
o Composição do meio interno 
o Inflamação 
 Processos retardados 
 Células imunocompetentes 
Fator ambiente 
 Meio físico 
 Clima 
 Solo 
 Água 
 Características eco - hidrográficas 
 
60 
 
 Recursos alimentares 
 Meio biológico 
 Recursos alimentares 
 Flora 
 Fauna 
 Meio socioeconómico 
 Rural 
 Urbano 
Sistema nacional de saúde 
Estruturas de saúde 
 
Epidemiologia e prevenção 
 Primária 
 Secundária 
 Terciária 
Prevenção primária – conjunto de ações realizadas para evitar a ocorrência das doenças em 
indivíduos ainda não afetados 
Prevenção secundária – conjunto de medidas que impedem que uma situação já instalada evolua 
para fases avançadas através da deteção e intervenção numa fase precoce da sua história natural 
Prevenção terciária – conjunto de medidas que contribuem para a redução ou eliminação das 
sequelas de uma doença já bem estabelecida 
 
Programas preventivos 
 Centrados em grupos de alto risco – rastreios 
 Dirigidos à população geral – doenças comuns e de causas generalizadas 
 
A prática da epidemiologia 
o Aproximação epidemiológica 
- Existe relação entre um determinado fator e uma consequência ou resultado? (quantificar 
e associar) 
Se se deteta uma associação… 
Ambiente 
Agente Hospedeiro 
 
61 
 
o Resultou de erros sistemáticos ou devido ao acaso? 
o A associação entre exposição e doença é válida? 
o Outros estudos encontram a mesma associação? 
Inferência causal 
 
Investigação epidemiológica 
Dados descritivos (exemplo: variações regionais)

Outros materiais