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INDICADORES SOCIAIS E ESTATÍSTICOS VIOLENCIA IDOSOS-1

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Cris Abade

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INDICADORES SOCIAIS E ESTATÍSTICOS PARA A INTERVENÇÃO 
PROFISSIONAL DO SERVIÇO SOCIAL 
Um olhar sob a violência contra os idosos. 
 
Acadêmicos¹ 
Tutor Externo² 
 
 
RESUMO 
A violência contra a pessoa idosa é uma violação dos direitos humanos e é uma causa importante 
de lesões, doenças, isolamento e falta de esperança dos sujeitos atingidos. Embora indicadores 
sociais e dados apontem o aumento destes eventos, as informações sobre doenças, lesões e 
traumas causados por causa violenta em idosos ainda são pouco consistentes no Brasil. Ao 
assistente social cabe assegurar proteção social e atendimento ao idoso vítima de violência, 
fortalecer os vínculos familiares bem como a capacidade protetiva da família e promover a 
inclusão das famílias no sistema de proteção social e nos serviços públicos, conforme 
necessidades, e a reparação de danos e da incidência de violação de direitos, prevenindo a 
reincidência dos mesmos. 
 
Palavras-chave: Idosos, Violência, Indicadores Sociais, dados estatísticos, Prevenção. 
 
1. INTRODUÇÃO 
A violência contra o idoso é um assunto amplo e complexo de difícil captação de dados 
estatísticos assim como também pelo recente reconhecimento deste fenômeno na sociedade. São 
muitos os termos utilizados para definir o que é a violência contra a pessoa idosa. São exemplos: 
maus-tratos, abuso, negligência, omissão, abandono etc. Cada um destes termos possui 
significados distintos, dependendo da situação e existem diferentes percepções sociais, culturais 
e étnicas sobre o que eles podem definir. Neste sentido a violência contra a pessoa idosa se 
define como qualquer ato, único ou repetitivo, ou omissão, que ocorra em qualquer relação 
supostamente de confiança, que cause danos ou incômodo à pessoa idosa. A natureza das 
violências coincide com a violência social que a sociedade brasileira vivencia e produz nas suas 
relações e introjeta na sua cultura. A notificação deste tipo de violência é recente no mundo e no 
Brasil, sendo a vitimização deste grupo social um problema cultural de raízes seculares. 
Há múltiplas situações, condutas, sintomas e sinais que podem levar a suspeitas de existência de 
violência, a própria queixa por parte da pessoa idosa é um dos indicadores mais sensível e 
específico, comum a todos os tipos de violências. Se há suspeita da pessoa idosa está sendo 
vítima de violência ou sofrendo negligência e abandono, recomenda-se realizar uma avaliação da 
1 Cristiane Leal Abade, Erasmo Bezerra de Medeiros, Michele Flores Diesel, Mônica Moglié Birnfeld 
2 Maria Judite Ludwig 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Bacharelado em Serviço Social (SES0492) – 
Seminário Interdisciplina V – dd/mm/aa 
 
 
situação da possível vítima, preferencialmente realizada por uma equipe multidisciplinar que 
inclua aspectos médicos, psicológicos, sociais e etc. O Serviço Social precisa ir além do 
acolhimento, da escuta, da orientação e do direcionamento à pessoa idosa, precisa auxiliar 
efetivamente no empoderamento dessa parcela da população, incrementando sua atuação nos 
processos de controle social, validando o compromisso ético-político da​ ​categoria. 
 
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 
 
O envelhecimento, além do fator biológico, é compreendido como parte integrante da trajetória 
de vida do ser humano, aflorando características próprias, decorrentes da vivência que 
compõem-se enquanto formador da personalidade do idoso. 
De acordo com Debert (1999), a gestão do envelhecimento foi historicamente atribuída à esfera 
familiar e privada, pela previdência individual ou assumida pelas instituições caritativas 
representadas majoritariamente por associações religiosas, e o Serviço Social ao longo do 
desenvolvimento na sociedade sempre esteve diretamente ligado ao atendimento ao idoso, seja 
pelas vertentes filantrópicas e assistencialistas as camadas fragilizadas pelas desigualdades 
socioeconômicas como também pelo próprio estigma da velhice. 
A violência contra o idoso é um fenômeno evidente dentro do atual processo de envelhecimento 
populacional, tema esse que tomou impulso nas últimas décadas devido o aumento crescente da 
população idosa e o aumento da expectativa de vida, e a partir de 1956, a Organização das 
Nações Unidas (ONU) aderiu a temática em sua agenda, sendo em 1982 promovida a“I 
Assembleia Mundial sobre Envelhecimento” na cidade de Viena, sobrevindo discussão em 
âmbito internacional com a criação de planos de ações na América Latina e Caribe, sendo no 
Brasil a Constituição Federal de 1988 a primeira a inserir o idoso nos pressupostos da proteção, 
da justiça social e dos direitos humanos. 
A questão do envelhecimento é de grandes dimensões, influenciando bruscamente o orçamento, 
influenciando consumo, arrecadação de impostos, aumento de gastos com saúde e assistência 
médica, merecendo planejamento e intervenção sistemática. No caso do profissional do serviço 
social, a seleção do instrumental técnico-operativo deve ser o mais apropriado para determinada 
demanda social, devendo ser analisados e adaptados conforme as necessidades e a realidade da 
intervenção profissional. 
Construir estratégias de enfrentamento que assegurem a proteção social e a qualidade de vida da 
população idosa se constitui em grande desafio para profissionais nessa área, em particular o 
assistente social. O Estatuto do Idoso, criado pela Lei nº 10.741, de 01 de outubro de 2003, 
estabelece prioridade absoluta às normas protetivas ao idoso, elencando novos direitos e 
estabelecendo vários mecanismos específicos de proteção os quais vão desde precedência 
no atendimento ao permanente aprimoramento de suas condições de vida, até à inviolabilidade 
física, psíquica e moral (Ceneviva, 2004). 
 
 
 
O Estatuto define que a violência é o contrário dos direitos, o que vem mencionado em todo o 
texto, mas particularmente no Capítulo II, art. 10, § 2 e § 3: 
 
O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral, 
abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia de valores, ideias e 
crenças, dos espaços e dos objetos pessoais (§2). É dever de todos zelar pela dignidade 
do idoso, colocando-o a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, 
vexatório ou constrangedor (§ 3) 
Por ser o Serviço Social uma profissão que lida diretamente com a intermediação entre as 
políticas públicas e a garantias de direitos dos indivíduos, esse profissional tem como obrigação 
intervir nas situações sociais de conflito relacionadas ou provenientes do envelhecimento, tendo 
em vista senso crítico acerca de suas implicações para o meio social, A realidade brasileira de 
violência aos idosos é alarmante e as políticas públicas têm um papel primordial dentro dessa 
abordagem de maus tratos contra o idoso, e a partir da criação da Política Nacional do Idoso 
através da Lei Nº 8.842 de 04 de janeiro de 1994, o objetivo é afiançar os direitos sociais do 
idoso, propiciando condições que promovam autonomia, integração e participação ativa na 
sociedade, estabelecendo em seus artigos acesso a serviços prestados pelo Estado na área da 
saúde, educação, habitação e urbanismo,assistência, justiça, cultura, lazer e esporte. Na área das 
políticas relacionadas à pessoa idosa, é necessário que se identifique quais seriam os desafios da 
intersetorialidade das políticas de atenção direcionadas a pessoa idosa, em especial entre a 
assistência social e a saúde. 
 
 Para desencadear uma atuação intersetorial, é muito importante que o objeto proposto da 
 ação sejam questões que de fato mobilizem e digam respeito a muitos outros setores. Assim, 
a intersetorialidade pode ser uma opção de gestão para a efetivação das ações com vistas à 
garantia dos direitos da pessoa idosa (Relatório da IV Conferência Municipal de Direitos da 
Pessoa Idosa de Vitoria, COMID, 2015, p. 28). 
 
O balanço anual da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos, através de dados coletados de 
denúncias do canal de comunicação gratuita (DISQUE 100) do Ministério dos Direitos Humanos 
(MDH) do ano de 2017, demonstra o número de denúncias de violações de direitos em gráficos 
com registros do período do ano 2011 a 2017. O primeiros gráfico de dados estatísticos aponta o 
quantitativo de denúncias de violações de direitos contra a pessoa idosa, sendo 8.219 em 2011, 
23.524 em 2012, 38.976 em 2013, 27.184 em 2014, 32.238 em 2015,32.632 em 2016 e 33.133 
em 2017. 
Já o quantitativo de denúncias conforme os tipos de violações mais frequentes contra pessoas 
idosas, é demonstrado em um segundo gráfico cujo comparativo demonstra dados dos anos de 
2016 e 2017, em que são apresentados dados de negligências de 25.062 em 2016 e de 25.458 em 
2017, os dados de violência psicológica são de 17.186 em 2016 e de 18.709 em 2017, dados de 
abuso financeiro e econômico/violência patrimonial são de 13.389 em 2016 e de 14.188 em 
 
 
 
2017. Dados de violência física apontam o número de 9.142 denúncias em 2016 e de 8.955 em 
2017,e de outros tipos de violação de 1.111 em 2016 e 1.560 em 2017. 
Analisando os dados apresentados até o momento verificamos que a negligência é a violação 
mais presente nas denúncias e que com exceção da violência física todos os outros tipos de 
denúncias vem aumentando, neste sentido é preciso que o assistente social esteja apto a 
construção de estratégias que dêem conta desta questão social, priorizando ações que atendam os 
anseios do usuário, visando maior resolutividade. 
Quanto ao perfil de gênero do idoso vítima de violência, o gráfico demonstra que 64% são do 
sexo feminino, 32% do sexo masculino e 5% não informado. Com relação às idades os dados 
apontam 32% de 71 a 80 anos, 31% de 61 a 70, 23% de 81 a 90, 9% não informado e 5% de 91 
ou mais. Já os indicativos de raça cor demonstram 41,10% branca, 28.06% parda, 19,19% não 
informado, 10,48% preta, 0,69% amarela e 0,48% indígena. 
Os gráficos apontam que a maior parte das vítimas de violência são mulheres brancas com idades 
entre 71 e 80 anos de idade, havendo também uma parcela considerável com idades entre 61 a 70 
anos, demonstrando que a vulnerabilidade se dá, não só pela faixa etária, mas principalmente por 
serem deste grupo populacional. 
Os dados de relação do suposto violador com a vítima trazem que 52% são filhos(as), 15% não 
informado, 8% netos(as), 6% familiares de 2º grau, 5% genros/noras, 4% vizinhos, 3% 
sobrinhos(as), 3% irmãos(as), 3% outras relações com vínculo de convivência comunitária e 1% 
esposa/marido. 
Os locais de maior prevalência das violências contra o idoso são: 85% na casa da vítima, 6% na 
casa do suspeito, 3% outros, 2% na rua, 2% em instituição de longa permanência para idosos, 1% 
em hospitais e 1% em órgãos públicos. 
Observando os dados apresentados acima, percebemos que os familiares de primeiro e segundo 
graus são os maiores violadores, o que demonstra que este tipo de violência ocorre no âmbito 
doméstico, sendo praticadas em sua maioria, na residência da vítima. 
O quantitativo e o percentual de encaminhamentos e respostas dos órgãos de promoção e defesa 
de direitos humanos acionados é de 39,03% para os Conselhos de Direitos, 20,27% para Órgãos 
Socioassistenciais, 14,85% para Órgãos da Segurança Pública, 14,02% para Sistema de Justiça, 
10,19% para Poder Executivo Estadual entre outros. 
Geralmente o idoso não relata os maus-tratos ou situações de violência nos serviços de saúde, no 
entanto, existem diversas situações, condutas, sintomas e sinais que podem levantar suspeitas da 
existência de violência. É importante destacar que os sinais no exame físico e uma avaliação 
mais detalhada como uma visita domiciliar e uma escuta qualificada por parte de outros 
profissionais que compõem a equipe multidisciplinar pode vir a confirmar as suspeitas de 
violência e maus-tratos (BARCELLOS, MADUREIRA 2013). Alguns sinais podem indicar uma 
situação de violência entre eles destacamos: hematomas, escoriações, ferimentos, luxações e 
fraturas; cicatrizes e queimaduras; higiene corporal descuidada; desnutrição e/ou desidratação 
entre outros. 
 
 
 
Quando no ambiente familiar não há uma estrutura de amparo ao idoso, é marcante a desarmonia 
e a falta de respeito que coloca esse indivíduo em situação de isolamento, configurando assim 
um retrocesso em sua vida (Zimerman, 2000). 
A Constituição Federal de 1988 garantiu ao idoso o direito à aposentadoria, já a lei nº 8.742 de 7 
de dezembro de 1993, que é a lei orgânica da assistência social garante o Benefício de Prestação 
Continuada (BPC), que é o pagamento mensal de um salário mínimo a idosos com 65 anos ou 
mais sendo estes incapazes de trabalhar, desde ou que possuem renda per capita inferior a 1/4 de 
salário mínimo. Em 1999, o Ministério da Saúde implantou a Política Nacional de Saúde do 
Idoso com o intuito de adotar medidas preventivas de promoção da saúde e atendimento 
multidisciplinar. Em 2003, foi instituída a lei Nº 10.741 de 1º de outubro, o Estatuto do Idoso, 
este tem como objetivo assegurar os direitos consagrados pelas políticas públicas voltadas à 
pessoa idosa. Nela encontram-se 118 artigos que privilegiam o atendimento das necessidades 
básicas e a manutenção da autonomia, como serviços de atenção à saúde e assistência social. A 
formulação do Sistema Único de Assistência Social ocorreu com a aprovação da NOB/SUAS em 
2004, a política de assistência social através da institucionalidade nos territórios, passou a 
alcançar a população com a oferta de serviços e programas, ampliando sua efetividade no campo 
dos benefícios sociais (BRASIL, 2004) 
A saúde e assistência social compõem o tripé da seguridade social, composto ainda pela 
previdência social. Ambas interagem entre si, sendo que cada uma apresenta suas singularidades 
e atravessaram processos evolutivos diferenciados (RODRIGUES, 2011). 
A Proteção Social Básica possui caráter preventivo visando a inclusão social, tendo por objetivos 
a prevenção de situações de risco, por meio do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, 
assim como o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários, sendo destinado a indivíduos 
em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza e privação de direitos. Os serviços 
são executadosnos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS), equipamentos de base 
territorial referência para o desenvolvimento de todos os serviços socioassistenciais da proteção 
básica (BRASIL, 2009; MDS, 2011)

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