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Segunda Remessa - Apostilas - Compilado

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25
B
lo
co
 A
Capítulo 
1
SUPORTE AVANÇADO DE VIDA – 
PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA
O QUE VOCÊ PRECISA SABER?
 u As etapas do suporte básico de vida são segurança do local para a vítima e para o socorrista, avaliação 
da responsividade e respiração da vítima, chamar ajuda e a realizar a sequência circulação – > vias 
aéreas – > ventilação (CAB)
 u Características da compressão de alta qualidade: 100 a 120 por minuto, 5 a 6 cm de profundidade, per-
mitindo retorno total do tórax.
 u As drogas do suporte avançado: AESP/assistolia: epinefrina (adrenalina) 1 mg a cada três a cinco minu-
tos, iniciar assim que houver acesso venoso disponível, FV/TV: epinefrina 1 mg após o segundo choque, 
amiodarona se houver ritmo refratário ao choque e vasopressor. Dose inicial de 300 mg, com dose única 
adicional 150 mg após três a cinco minutos.
 u Atentar para as 10 principais causas de parada cardiorrespiratória (5 H e 5 T).
1. DEFINIÇÃO
O evento que antecede a morte biológica é a parada 
cardiorrespiratória (PCR), que pode ocorrer de forma 
súbita ou progressiva, sendo uma situação abso-
lutamente emergencial na medicina. A rapidez e a 
eficácia das intervenções adotadas são fundamentais 
e interferem diretamente no prognóstico da vítima.
2. EPIDEMIOLOGIA
A PCR permanece como um problema mundial de 
saúde pública. Apesar de avanços nos últimos anos 
relacionados à prevenção e tratamento, muitas são 
as vidas perdidas anualmente no Brasil relacionadas 
à PCR, ainda que não tenhamos a exata dimensão 
do problema pela falta de estatísticas robustas a 
esse respeito. Estima-se que a maioria das PCR em 
ambiente extra-hospitalar seja em decorrência de 
ritmos como fibrilação ventricular (FV) e taquicardia 
ventricular sem pulso (TVSP), enquanto em ambiente 
hospitalar a atividade elétrica sem pulso (AESP) 
e a assistolia respondam pela maioria dos casos. 
Essa diferença deve-se provavelmente a um perfil 
diverso do paciente internado em que a PCR é um 
evento que reflete deterioração clínica progressiva, 
diferentemente do que acontece fora do hospital, em 
que a maioria das PCR é súbita e devida, em grande 
parte, a arritmias decorrentes de quadros isquêmicos 
agudos ou a problemas elétricos primários.
Diversos fatores têm sido relacionados com maior 
sobrevida hospitalar, como o local onde acontece 
o evento, dias da semana quando comparados com 
finais de semana, eventos que acontecem no período 
diurno quando comparados com o período noturno, 
eventos presenciados, idade menor de 65 anos, 
presença de função normal do ventrículo esquerdo 
antes do evento, duração do evento, entre outros.
FLASHCARDS
A maioria das PCR em ambientes extra-hospitalares 
é decorrente de quais ritmos?
Fibrilação ventricular e taquicardia ventricular.
Cardiologia.indb 25 13/02/2020 20:50:04
Suporte avançado de vida – parada cardiorrespiratória Capítulo 1 
26
3. SUPORTE BÁSICO DE VIDA NO 
ADULTO
O suporte básico de vida (SBV) aborda a sequência 
primária de ações para salvar vidas. Essas ações 
são realizadas durante os minutos iniciais de aten-
dimento a uma emergência, visando instituir as 
condições mínimas necessárias para manutenção ou 
recuperação da oxigenação e perfusão cerebral. A 
viabilidade neurológica é um dos principais fatores 
de prognóstico da vítima de PCR.
A realização imediata de ressuscitação cardiopul-
monar (RCP) em uma vítima de PCR, ainda que seja 
apenas com compressões torácicas, contribui sensi-
velmente para o aumento das taxas de sobrevivência 
das vítimas.
3.1. SEGURANÇA DO LOCAL
Primeiramente, avalie a segurança do local. Certifi-
que-se de que o local é seguro para você e a vítima. 
Caso o local não seja seguro (por exemplo, prédio 
com risco de desmoronamento, via de trânsito), torne 
o local seguro (por exemplo, parando ou desviando 
o trânsito) ou remova a vítima para um local seguro. 
Se o local estiver seguro, prossiga o atendimento.
3.2. AVALIE A RESPONSIVIDADE E 
RESPIRAÇÃO DA VÍTIMA
Avalie a responsividade da vítima chamando-a e 
tocando-a pelos ombros ao mesmo tempo em que 
avalia a ventilação (observando a movimentação 
do tórax).
 X Se a vítima responder, apresente-se e converse 
com ela perguntando se precisa de ajuda.
 X Se a vítima não responder, mas tiver respiração, 
fique ao seu lado e aguarde para ver sua evolução. 
Caso seja necessário, chame ajuda.
 X Se a vítima não estiver respirando ou estiver so-
mente com gasping (respiração agônica), chame 
ajuda imediatamente.
Pessoas não treinadas não devem tentar checar o 
pulso (confiabilidade baixa e pode atrasar o início 
da massagem cardíaca). Se o provedor do BLS for um 
profissional de saúde, pode avaliar o pulso, desde 
que a avaliação não exceda o prazo máximo de 10 
segundos.
3.3. CHAME AJUDA
Em ambiente extra-hospitalar, ligue para o número 
local de emergência e, se um DEA estiver disponível 
no local, vá buscá-lo. Se não estiver sozinho, peça 
para uma pessoa ligar e conseguir um DEA, enquanto 
continua o atendimento à vítima.
Exceção: nos casos de PCR por hipóxia (afogamento, 
trauma, overdose de drogas e para todas as crianças), 
o socorrista deverá iniciar RCP fazendo a sequência 
ABC ao invés da CAB (duas ventilações de resgate 
seguido por compressões, fazendo um ciclo com-
pleto de dois minutos) e depois chamar ajuda, se 
estiver sozinho.
3.4. INICIAR A SEQUÊNCIA DO BLS (CAB)
A sequência CAB (Circulation, Airway, Breathing) 
refere-se à massagem cardíaca, abertura de vias 
aéreas e ventilação. Quando realizado por socorristas 
leigos e sem treinamento, deve-se realizar apenas 
a compressão sem a ventilação (hands only). Caso 
realizado por socorrista treinado, o ideal é manter a 
sequência CAB com 30 compressões para cada duas 
ventilações até chegada do DEA ou profissionais do 
serviço de emergência.
3.4.1. C (CIRCULATION) – CIRCULAÇÃO
O número total de compressões aplicadas durante 
a RCP é um fator determinante na sobrevivência da 
PCR, sendo que deve ser realizada com alta quali-
dade. Isso significa utilizar metas de desempenho 
que avaliam a qualidade da RCP.
 X Frequência de 100 a 120 compressões/min: aplica-
ção de mais compressões está associada a maio-
res taxas de sobrevivência. A adição de um limite 
Cardiologia.indb 26 13/02/2020 20:50:04
Suporte avançado de vida – parada cardiorrespiratória Cap. 1
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superior para a frequência das compressões se 
baseia na análise de um grande registro que as-
socia taxas de compressão extremamente altas 
(superiores a 140 por minuto) à profundidade de 
compressão incorreta.
 X Comprimir a uma profundidade de 5 a 6 cm: apli-
car compressões torácicas até uma profundidade 
de, pelo menos, 5 cm para um adulto médio, evi-
tando excesso na profundidade das compressões 
torácicas (6 cm). O limite máximo para a profun-
didade das compressões foi adicionado devido a 
evidências de que a compressão além dos 6 cm 
pode aumentar complicações. Avaliações feitas 
em estudo por dispositivo de feedback sugerem 
que as compressões normalmente são mais su-
perficiais do que profundas.
 X Retorno total do tórax após cada compressão: 
deve-se evitar apoiar-se sobre o tórax entre as 
compressões, para permitir o retorno total da 
parede do tórax.
 X Minimizar as interrupções nas compressões: de-
ve-se tentar minimizar a frequência e a duração 
das interrupções das compressões, para maximi-
zar o número de compressões aplicadas por mi-
nuto, de preferência com pausas de no máximo 
10 segundos para checagem do ritmo e do pulso 
se necessário (Tabela 1).
Tabela 1. RCP de alta qualidade.
Os socorristas devem Os socorristas não devem
Realizar compressões torácicas – 100 a 120 por minuto Comprimir a uma frequência inferior ou superior
Comprimir a uma profundidade de pelo menos 5 cm Comprimir a uma profundidade inferior a 5 cm ou superior a 6 cm
Retorno total do tórax após cada compressão Apoiar-se sobre o tórax
Minimizar as interrupções Interromper as compressões por mais de 10 segundos
Duas respirações após 30 compressões,cada 
respiração administrada em um segundo, 
provocando a elevação do tórax
Ventilação excessiva
Fonte: Modificado de Atualização das Diretrizes de 2015 da American Heart Association (AHA) para 
Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) e Atendimento Cardiovascular de Emergência (ACE).
3.4.2. A (AIRWAY) – VIAS AÉREAS
Consiste na desobstrução (retirar prótese e corpos 
estranhos) e abertura das vias aéreas (manobra de 
inclinação da cabeça e elevação do mento – head tilt, 
chin lift). Para pacientes com suspeita de lesão cer-
vical, deve-se estabilizar a cabeça e fazer a abertura 
da via aérea com a tração da mandíbula (jaw thrust).
FLASHCARDS
Como deve ser feita a etapa C (circulação) no supor-
te básico de vida?
Frequência de 100 a 120 compressões por minuto com 
profundidade de 5 a 6 cm, permitindo retorno total 
do tórax após cada compressão.
Cardiologia.indb 27 13/02/2020 20:50:04
Suporte avançado de vida – parada cardiorrespiratória Capítulo 1 
28
3.4.3. B (BREATH) – VENTILAÇÃO
No SBV, devem ser feitas duas ventilações boca a 
boca ou boca-nariz (idealmente com auxílio de ante-
paros: boca – máscara facial) a cada 30 compressões 
torácicas, com tempo inspiratório de um segundo 
provocando elevação do tórax.
Em pacientes com parada respiratória (sem respi-
ração, mas com pulso) devem ser administradas 
ventilações de resgate a cada cinco a seis segundos 
(10 a 12 por minuto) e o pulso deve ser verificado 
a cada dois segundos (iniciar RCP na ausência de 
pulso). Caso haja suspeita de intoxicação por opioi-
des, administrar naloxona (antagonista do opioide), 
se disponível.
Para pacientes com via aérea avançada, a regra é de 
uma ventilação a cada seis segundos (10 respirações 
por minuto), enquanto são aplicadas compressões 
torácicas contínuas.
3.4.4. DESFIBRILADOR
A principal função da sequência do CAB é manter o 
paciente vivo, preservando a função neurológica até 
a chegada do desfibrilador.
A desfibrilação precoce é o tratamento de escolha 
para vítimas em FV e TV sem pulso, como as que 
apresentaram colapso súbito em ambiente extra-hos-
pitalar. Por isso, assim que o desfibrilador externo 
automático (DEA) estiver disponível, se o socorrista 
estiver sozinho, deverá parar a RCP para conectar 
o aparelho. Se houver mais do que um socorrista, 
enquanto o primeiro realiza RCP o outro manuseia 
o DEA.
 X A RCP deve ser iniciada pelas compressões torá-
cicas, imediatamente após o choque.
 X Posicionamento das pás do desfibrilador: as quatro 
posições (anterolateral, anteroposterior, anterior 
esquerdo infraescapular, anterior direito infraes-
capular) têm a mesma eficácia no tratamento de 
arritmias atriais e ventriculares.
 X Situações especiais: em pacientes com marca-
-passo (MP), o ideal é afastar pelo menos 8 cm 
do gerador (optar pela posição anteroposterior). 
Remover o excesso de pelos somente da região 
onde serão posicionadas as pás, secar por com-
pleto o tórax da vítima (se estiver sobre uma po-
ça d’água não há problema, porém se nessa poça 
d’água também envolver o socorrista, remova a 
vítima para outro local).
Se não houver suspeita de trauma e a vítima já 
apresentar respiração normal e pulso, o socorrista 
poderá colocá-la em posição de recuperação. O 
DEA não deve ser desligado e as pás não devem 
ser removidas ou desconectadas até que o serviço 
médico de emergência assuma o caso.
4. SUPORTE AVANÇADO DE VIDA 
NO ADULTO
As PCR que ocorrem no ambiente hospitalar devem 
idealmente ser conduzidas com suporte avançado 
de vida (Figura 2).
São basicamente quatro tipos de ritmos encontra-
dos na PCR:
 X Fibrilação ventricular (ondulações irregulares 
com frequência > 320 bpm e sem discernimento 
dos complexos).
 X Taquicardia ventricular sem pulso (complexos orga-
nizados, com QRS alargado e frequência elevada).
 X Assistolia (ritmo isoelétrico).
 X Atividade elétrica sem pulso (ritmo cardíaco or-
ganizado que não é a FV ou TV, mas sem pulso).
A fibrilação ventricular é o ritmo mais comum na 
PCR extra-hospitalar (PCREH) e deve ser abordada 
imediatamente com RCP e choque. Se não for rever-
tido, esse ritmo degenera para assistolia por injúria 
generalizada ao miocárdio.
Entre os adultos vítimas de PCR em ambiente intra-
-hospitalar (PCRIH), grande parte apresenta ritmo 
de atividade elétrica sem pulso (37%) e assistolia 
(39%) como ritmo inicial de PCR.
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Suporte avançado de vida – parada cardiorrespiratória Cap. 1
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Figura 1. Algoritmo geral de atendimento à PCR.
BVM: bolsa-válula-máscara, RCE: recuperação da circulação espontânea, SCA: síndrome coronariana aguda
Fonte: I diretriz de ressuscitação cardiopulmonar e cuidados cardiovasculares de emergência da Sociedade 
Brasileira de Cardiologia: http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2013/Diretriz_Emergencia.pdf.
Cardiologia.indb 29 13/02/2020 20:50:04
Suporte avançado de vida – parada cardiorrespiratória Capítulo 1 
30
4.1. A (AIRWAY) – VIAS AÉREAS
A intubação orotraqueal (IOT) é considerada o método 
ideal de manejo da via aérea durante a RCP, porém não 
há evidências na literatura sobre o melhor momento 
para realizá-la (às vezes a insistência na obtenção 
rápida de uma via aérea avançada pode resultar 
em aumento no intervalo de tempo sem massagem 
cardíaca). A IOT deve ser, preferivelmente, realizada 
sem interrupções nas compressões ou com inter-
rupção de no máximo 10 segundos, para permitir a 
visualização das cordas vocais.
Após a colocação da cânula traqueal, é necessário 
checar se o seu posicionamento está correto, o que é 
feito inicialmente pela avaliação clínica. A avaliação 
clínica consiste na visualização da expansão torácica, 
da passagem de vapor pelo tubo e da ausculta em 
cinco pontos (epigástrio, base pulmonar esquerda, 
base pulmonar direita, ápice pulmonar esquerdo e 
ápice pulmonar direito, preferencialmente, nessa 
ordem). Após a avaliação clínica, o ideal é que o 
posicionamento do tubo seja novamente confirmado 
com a capnografia de onda contínua quantitativa.
4.2. B (BREATH) – VENTILAÇÃO
Após a intubação, deve-se evitar a hiperventilação 
do paciente, já que ele se encontra em situação de 
hipofluxo sistêmico e pulmonar (RCP de alta quali-
dade consegue débito cardíaco de 30% do normal), 
assim necessitando de volume ventilado menor. A 
hiperventilação pode resultar em aumento da pres-
são intratorácica, o que reduz o retorno venoso e 
diminui ainda mais o débito cardíaco.
FLASHCARDS
No suporte avançado de vida, como deve ser feita 
a etapa B (ventilação) em paciente com via aérea 
avançada?
Uma ventilação a cada seis segundos (10 respirações 
por minuto), enquanto são aplicadas compressões 
torácicas contínuas.
Com uma via aérea avançada, administrar uma ven-
tilação a cada seis segundos (10 respirações por 
minuto), enquanto são aplicadas compressões torá-
cicas contínuas.
O tempo inspiratório deve ser de um segundo e gerar 
discreta elevação torácica bilateral.
4.3. C (CIRCULATION) – CIRCULAÇÃO
Acesso venoso periférico deve ser puncionado inicial-
mente, de preferência na veia antecubital (caso não 
esteja disponível, na ordem de preferência: jugular 
externa, acesso venoso intraósseo e veia central).
As drogas utilizadas são vasopressores e antiarrít-
micos. Após injeção da droga, o membro superior 
deve ser elevado, administrando-se 20 ml de solução 
salina (ajuda a droga a chegar à circulação central).
FLASHCARDS
Qual a ordem de preferência dos acessos venosos 
para a administração de drogas no suporte avan-
çado de vida?
Veia antecubital > jugular externa > intraósseo > 
veia central.
 X Vasopressor: a vasoconstrição periférica desvia o 
fluxo gerado pela massagem cardíaca para órgãos 
como cérebro e coração (aumentando a pressão 
de perfusão cerebral e coronariana). Epinefrina é 
a droga de escolha na dose de 1 mg a cada três a 
cinco minutos nas PCR por todos os ritmos.
 X Antiarrítmicos: aumentam a chance de retorno da 
circulação espontânea em pacientes com FV/TVrefratária (FV/TV que não responde à RCP + des-
fibrilação + vasopressores).
A vasopressina não oferece nenhuma vantagem 
como substituta da dose padrão de epinefrina em 
PCR. A eficácia das duas drogas é semelhante e não 
há benefício na administração das duas combinadas 
em relação à epinefrina isoladamente.
Cardiologia.indb 30 13/02/2020 20:50:04
Suporte avançado de vida – parada cardiorrespiratória Cap. 1
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Assim como a vasopressina, a atropina foi retirada 
do ACLS por não existirem evidências de benefício 
terapêutico (não aumenta a chance de retorno da 
circulação espontânea em nenhum ritmo de parada).
Em pacientes sem acesso venoso, algumas drogas 
podem ser administradas pelo tubo orotraqueal. 
São elas atropina, naloxone, epinefrina e lidocaína 
(acrônimo ANEL) em dose de 2 a 2,5 vezes superior 
à dose IV diluídas em 5 a 10 ml de solução salina ou 
água estéril.
Durante a tentativa de ressuscitação, o socorrista 
deve tentar identificar a causa da PCR. Deve-se tentar 
obter dados, para tanto, examinando o paciente ou 
conversando com os familiares.
A maioria das causas de parada pode ser resumida 
na memorização mnemônica “cinco H e cinco T”.
 X Hipóxia.
 X Hipovolemia.
 X H+ (acidose).
 X Hipo/ Hipercalemia.
 X Hipotermia.
 X Trombose coronariana (IAM).
 X Trombose pulmonar (TEP).
 X Toxicidade (intoxicação exógena).
 X Tensão no tórax (pneumotórax hipertensivo).
 X Tamponamento cardíaco.
FLASHCARDS
Quais as principais causas de parada cardiorres-
piratória?
5 H (hipóxia, hipovolemia, H+ (acidose) hipo ou hi-
percalemia, hipotermia) e 5 T (trombose coronaria-
na, trombose pulmonar, toxicidade, tensão no tórax, 
tamponamento cardíaco).
Todos os ritmos de parada podem estar relacionados 
às mesmas etiologias, sendo que uma abordagem 
emergencial voltada contra as causas básicas (caso 
confirmadas ou muito prováveis) favorece o retorno 
da circulação espontânea.
4.3.1. FV E TV SEM PULSO (TVSP)
Quando a monitorização com desfibrilador manual 
revela ritmo de FV/TV, a prioridade deve ser a desfi-
brilação com carga máxima o mais precoce possível, 
assim que disponível, uma vez que a duração da 
arritmia é fator prognóstico para o sucesso da des-
fibrilação (Figura 3). Após o choque, as compressões 
torácicas devem ser reiniciadas imediatamente por 
dois minutos. Na sequência, todos devem se afastar 
do paciente para que o ritmo seja reavaliado (nessa 
pausa para avaliação do ritmo que não deve exceder 
10 segundos, deve ocorrer o rodízio dos socorristas 
para manter RCP de alta qualidade). O momento 
recomendado para administrar o vasopressor é após 
o segundo choque, sendo a medicação de escolha 
a epinefrina (adrenalina) 1 mg IV a cada três a cinco 
minutos.
Se a FV/TV persistir, procede-se a um novo cho-
que de alta energia, seguido por RCP durante dois 
minutos. Nesse caso, considera-se FV/TV refratária 
(RCP, desfibrilação e vasopressor) indicando o uso 
da amiodarona. A primeira dose é de 300 mg IV em 
bolus. Se após três a cinco minutos ainda mantiver 
ritmo de FV/TV, nova dose de 150 mg de amiodarona 
está indicada. Na ausência de amiodarona, deve ser 
administrada lidocaína (dose inicial 1 a 1,5 mg/kg, 
posteriormente repetido 0,5 a 0,75 mg/kg até dose 
cumulativa de 3 mg/kg).
A adrenalina deve continuar sendo repetida a cada 
três a cinco minutos e recomenda-se intercalar sua 
administração com a dos antiarrítmicos.
Em suspeita de TV polimórfica com QT longo (Torsa-
des des Pointes) ou hipomagnesemia, pode ser feito 
sulfato de magnésio (1 a 2 g IV).
Na suspeita de hipercalemia, acidose metabólica ou 
intoxicação por tricíclicos, cocaína ou salicilatos pode 
ser feito bicarbonato de sódio (1 mEq/kg).
Cardiologia.indb 31 13/02/2020 20:50:04
Suporte avançado de vida – parada cardiorrespiratória Capítulo 1 
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Figura 2. Algoritmo de atendimento de PCR por FV/TV sem pulso.
Fonte: I diretriz de ressuscitação cardiopulmonar e cuidados cardiovasculares de emergência da Sociedade 
Brasileira de Cardiologia: http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2013/Diretriz_Emergencia.pdf.
4.3.2. ASSISTOLIA/AESP (ATIVIDADE ELÉTRICA 
SEM PULSO)
São ritmos em que a desfibrilação não está indicada. 
Deve-se, então, promover RCP de boa qualidade, 
aplicar as drogas indicadas e procurar identificar e 
tratar as causas reversíveis.
Assistolia como ritmo inicial de parada está associada 
a prognóstico reservado, com cerca de 7% de alta 
hospitalar. Na maior parte das vezes, a assistolia é 
Cardiologia.indb 32 13/02/2020 20:50:05
Suporte avançado de vida – parada cardiorrespiratória Cap. 1
33
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um evento secundário na evolução tardia da FV ou 
como via final de hipóxia prolongada, acidose ou 
necrose miocárdica.
Deve-se fazer o diagnóstico diferencial com FV fina 
com o protocolo de “linha reta” (CAGADA): checar 
CAbos, GAnho e mudar a Derivação de monitorização.
Se, no momento da checagem de ritmo, após dois 
minutos contínuos de RCP, houver um ritmo organizado 
no monitor, procede-se à checagem do pulso central 
carotídeo por 5 a 10 segundos. Caso não haja pulso 
palpável nesse período, identifica-se AESP (Figura 4).
A única droga obrigatoriamente infundida é a epine-
frina 1 mg IV tão logo se obtenha um acesso venoso, 
podendo ser repetida a cada três a cinco minutos, 
cujo intuito é aumentar a pressão de perfusão cere-
bral e coronariana.
Figura 3. Algoritmo de atendimento a PCR por assistolia/AESP.
Fonte: I diretriz de ressuscitação cardiopulmonar e cuidados cardiovasculares de emergência da Sociedade 
Brasileira de Cardiologia: http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2013/Diretriz_Emergencia.pdf.
Cardiologia.indb 33 13/02/2020 20:50:06
Suporte avançado de vida – parada cardiorrespiratória Capítulo 1 
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4.3.3. MONITORIZAÇÃO DA PCR
A capnografia com onda contínua quantitativa avalia 
o dióxido de carbono exalado no final da expiração 
(expressado em mmHg – PETCO2). Os valores do 
PETCO2 têm sido correlacionados com o retorno 
da circulação espontânea (RCE) e com a pressão 
de perfusão coronária. Sempre que disponível, é 
recomendada para pacientes intubados durante o 
período peri-PCR (confirmação do correto posiciona-
mento endotraqueal do tubo, controle da qualidade 
da RCP e avaliação do RCE).
 X PETCO2 > 10 mmHg: indicador de boa qualidade 
de reanimação.
 X PETCO2 < 10 mmHg após 20 minutos de RCP (a des-
peito de condições ideais de RCP) dificilmente o 
RCE será atingido.
 X Aumento abrupto do PETCO2 (para 35 a 40 mmHg) 
pode indicar RCE.
Outro mecanismo de monitorização da qualidade da 
RCP é a medida da pressão arterial diastólica (PAD) 
naqueles pacientes que dispõem de monitorização 
arterial invasiva no momento da PCR. Seu valor tem 
sido correlacionado com a pressão de perfusão 
coronária e o RCE. Nas situações em que a pressão 
de relaxamento (diastólica) é < 20 mmHg, é razoá-
vel considerar melhorar a qualidade da RCP. Vale 
ressaltar que a presença de dispositivos arteriais 
também pode reduzir o tempo de interrupção da RCP 
na checagem de pulso, em pacientes com atividade 
elétrica organizada.
5. CUIDADOS PÓS-PCR
Durante a PCR, ocorrem danos em todos os tecidos 
e órgãos do corpo. Após a RCE, esses danos podem 
ser exacerbados pela injúria de reperfusão (aumento 
dos radicais livres devido ao excesso de oxigênio). O 
paciente pode apresentar disfunções em múltiplos 
órgãos associadas à instabilidade hemodinâmica 
progressiva (semelhante à sepse devido ao dano 
na microcirculação), sendo necessário o cuidado 
contínuo em uma unidade de terapia intensiva.
Deve-se identificar e tratar a etiologia da PCR, além de 
realizar alguns cuidados fundamentais nesse período:
 X A angiografia coronária deve ser realizada em ca-
ráter de emergência para pacientes com PCREH 
com suspeita de PCR de etiologia cardíaca e su-
pradesnivelamento do segmento ST no ECG.
 X A angiografia coronária pode ser realizada em ca-
ráter de emergência para determinados pacientes 
adultos que estejam em coma apósPCREH com 
suspeita de origem cardíaca, mas sem suprades-
nivelamento do segmento ST no ECG.
 X A angiografia coronária é aconselhada em pacien-
tes pós-PCR para os quais haja indicação desse 
tipo de procedimento, independentemente de o 
paciente estar em coma ou acordado.
 X Todos os pacientes adultos comatosos (sem res-
posta a comandos verbais) com RCE após a PCR 
devem ser submetidos ao CDT (controle direcio-
nado de temperatura), tendo como temperatura-
-alvo entre 32°C e 36°C, mantida constantemente 
durante pelo menos 24 horas.
 X Evitar ativamente a febre em pacientes comato-
sos após o CDT.
 X Evitar e corrigir imediatamente a hipotensão (pres-
são arterial sistólica inferior a 90 mmHg, pressão 
arterial média inferior a 65 mmHg) durante os 
cuidados pós-PCR.
Achados clínicos, modalidades eletrofisiológicas de 
avaliação, diagnósticos por imagem e marcadores 
sanguíneos são úteis para avaliar o desfecho neuro-
lógico em pacientes comatosos, mas cada avaliação 
clínica ou exame complementar é afetado de forma 
diferente pela sedação e bloqueio neuromuscular. 
Além disso, o cérebro comatoso pode ser mais sen-
sível a medicamentos e os medicamentos podem 
demorar mais para serem metabolizados após a PCR.
Nenhuma avaliação clínica ou exame complementar 
pode prever com precisão a recuperação neuro-
lógica após a PCR. Várias modalidades de exames 
utilizadas em conjunto para prever o desfecho após 
o desaparecimento dos efeitos da hipotermia e dos 
medicamentos, provavelmente, fornecerão previsão 
mais precisa do desfecho (Tabela 2).
Cardiologia.indb 34 13/02/2020 20:50:06
Suporte avançado de vida – parada cardiorrespiratória Cap. 1
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Tabela 2. Mau prognóstico neurológico.
Mau prognóstico neurológico*
Ausência de reflexo pupilar à luz, 
72 horas ou mais após PCR
Presença de estado mioclônico durante 
as primeiras 72 horas após PCR
Ausência da onda cortical do potencial 
somatossensorial evocado N20, 24 a 72 horas 
após a PCR ou após o reaquecimento
Presença de acentuada redução da 
relação cinza-branco em TC do cérebro 
obtida até duas horas após PCR
Ampla restrição da difusão na ressonância magnética 
cerebral no prazo de dois a seis dias após PCR
Ausência persistente de reatividade no EEG a 
estímulos externos, 72 horas após a PCR
Supressão dos surtos persistentes ou 
estado intratável de mal epiléptico 
no EEG após o reaquecimento
Obs: ausência de movimentos, postura em 
extensão ou estado mioclônico não devem ser 
usados isoladamente para prever resultado.
*Choque, temperatura, desordens metabólicas, sedativos ante-
riores ou bloqueadores neuromusculares e outros fatores clíni-
cos devem ser considerados com cuidado, pois podem afetar o 
resultado ou a interpretação de alguns exames.
Abreviações: TC, tomografia computadorizada; EEG, eletroen-
cefalograma.
Fonte: Modificado de Atualização das Diretrizes 
de 2015 da American Heart Association (AHA) para 
Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) e Atendimento 
Cardiovascular de Emergência (ACE).
6. PREVENÇÃO
Na prevenção da PCR, em ambiente intra-hospitalar, 
é interessante a criação de times de resposta rápida 
(TRR) ou times de emergência médica (TEM), espe-
cialmente nos setores de cuidados gerais, focando 
intervenção inicial em pacientes com deterioração 
clínica, com o objetivo de prevenir a PCRIH.
Já no ambiente extra-hospitalar, é recomendado 
implantar os programas de acesso aos DEA para 
pacientes com PCREH em locais públicos onde haja 
alta probabilidade de PCR presenciada (por exemplo, 
locais com alta circulação de pessoas diariamente 
como aeroportos, shoppings, instalações esportivas).
7. PCR ASSOCIADAS A SITUAÇÕES 
ESPECIAIS
Determinadas condições clínicas podem demandar 
tratamentos específicos em um cenário de PCR:
 X Asma brônquica: ventilar com menores frequência 
e volume-corrente, realizar breve desconexão da 
bolsa-valva-máscara ou tubo endotraqueal, du-
rante a compressão torácica, visando a redução 
de auto-PEEP. O pneumotórax pode ser causa 
frequente de PCR nesses pacientes.
 X Gravidez: posicionar em decúbito lateral esquer-
do, ofertar o máximo de fração inspirada de oxi-
gênio possível, hipermagnesemia como causa de 
PCR (fazer cálcio).
 X Hipocalemia: não fazer cloreto de potássio IV 
em bolus.
 X Afogamento: se estiver sozinho, iniciar ciclo RCP 
antes de chamar ajuda. Fazer a sequência ABC 
em vez da CAB.
REFERÊNCIAS
1. Gonzalez MM, Timerman S, Oliveira RG, Polastri TF, Dallan 
LAP, Araújo S et al. I diretriz de ressuscitação cardiopulmonar 
e cuidados cardiovasculares de emergência da Sociedade 
Brasileira de Cardiologia: resumo executivo. Arq Bras Cardiol 
2013;100(2):105-113. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S0066-782X2013000200001&lng=en
2. Martins HS, Brandão Neto RA, Velasco IT. Medicina de emer-
gência: abordagem prática. 2018.
3. American Heart Association (AHA). Guidelines Update for CPR 
and Emergency Cardiovascular Care (ECC). 2015.
Cardiologia.indb 35 13/02/2020 20:50:06
Suporte avançado de vida – parada cardiorrespiratória Capítulo 1 
36
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
(SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE/SÃO PAULO – 2018) Paciente de 50 
anos, hipertenso e diabético, foi admitido em leito 
monitorizado por suspeita de síndrome coronaria-
na aguda. Iniciadas as medidas adequadas, porém 
paciente evolui para parada cardiorrespiratória em 
fibrilação ventricular. Imediatamente o paciente re-
cebe desfibrilação. A conduta a ser tomada a seguir:
⮦⮦ Verificar a presença de pulso.
⮦⮧ Infusão de epinefrina, 1 mg, endovenosa.
⮦⮨ Checar se houve reversão para ritmo sinusal.
⮦⮩ Infusão endovenosa de fibrinolíticos.
⮦⮪ Compressões cardíacas de alta qualidade.
dificuldade:  
Resolução: A próxima conduta a ser tomada é dar início 
às compressões cardíacas de alta qualidade. Após 2 
minutos de RCP pode ser feita a checagem se houve 
reversão para ritmo sinusal, verificação da presença 
de pulso e até epinefrina endovenosa se necessário, 
porém sempre priorizar a RCP.
✔✔ resposta: E
Questão 2
(RESIDÊNCIA MÉDICA DO ESTADO DO AMAPÁ-AP – 2009) A causa 
mais provável de choque hipovolêmico em pacientes 
politraumatizados com TCE grave é:
⮦⮦ Hematoma epidural.
⮦⮧ Hematoma subdural.
⮦⮨ Hemorragia cerebral intraparenquimatosa.
⮦⮩ Fratura de base do crânio.
⮦⮪ NDA.
dificuldade: 
✔Y Dica do autor: Devemos lembrar que o choque hi-
povolêmico em pacientes com trauma cranioence-
fálico (TCE) não é decorrente de sangramento intra-
craniano! Via de regra, essa perda sanguínea não é 
volumosa, e o choque hipovolêmico, então, quando 
presente, é ocasionado por hemorragia em outro 
compartimento corporal.
✔✔ resposta: ⮪
Questão 3
(SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS – SÃO PAULO-SP – 2015) Vítima 
de queda de 6 metros de altura, um operário de 45 
anos chega ao pronto-socorro por transporte aéreo, 
com suspeita de lesão vertebromedular. Avaliação na 
sala de emergência: A: Via aérea pérvia. B: Murmúrio 
vesicular presente bilateralmente; saturação de O2: 
98%, com máscara de O2. C: Pulso: 90 bpm, PA: 130 × 
80 mmHg; sem sangramento externo. D: Glasgow: 15; 
comprometimento da sensibilidade e da motricida-
de de membros inferiores. E: Hematoma em dorso, 
ao nível de L1. Durante a avaliação inicial, a prancha 
rígida deve ser retirada:
⮦⮦ após as radiografias ou tomografias apropriadas.
⮦⮧ logo que possível, geralmente durante a avalia-
ção secundária, e o paciente movimentado ape-
nas em monobloco.
⮦⮨ imediatamente, se o paciente não tiver dor cer-
vical, já que tem Glasgow 15.
⮦⮩ apenas após a avaliação do neurocirurgião ou do 
ortopedista, por ordem de um deles.
⮦⮪ apenas quando o doente já estiver no centro ci-
rúrgico, pronto para a fixação da coluna.
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Suporte avançado de vida – parada cardiorrespiratória Cap. 1
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dificuldade:  
✔Y Dica do autor: A imobilização com prancha rígida 
e colar cervical deve ser mantida em todo paciente 
com suspeita de lesão raquimedularou qualquer le-
são em região cervical, até que as suspeitas sejam 
excluídas por um exame de imagem, que geralmente 
é uma radiografia das vértebras cervicais e junção 
entre C7 e T1. Se a lesão for detectada ou se houver 
alguma suspeita, o paciente deverá ser examinado 
por um especialista.
✔✔ resposta: ⮧
Questão 4
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA-DF – 2018) Com rela-
ção aos pacientes politraumatizados, julgue o item 
a seguir. O controle e a estabilização de fraturas 
expostas de ossos longos, tais como fêmur, tíbia e 
úmero, devem ser feitos somente após a verificação 
da patência da via aérea e da respiração.
⮦⮦ CERTO.
⮦⮧ ERRADO.
dificuldade: 
✔Y Dica do autor: Na sequência recomendada pelo ATLS 
seguimos uma ordem de prioridade no atendimento 
guiada pelo método mnemônico ABCDE. Seguindo 
esse método nossa primeira prioridade é avaliar a 
via aérea e a respiração do nosso paciente (A e B).
✔✔ resposta: ⮦
Questão 5
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA-DF – 2018) Com relação 
aos pacientes politraumatizados, julgue o item a se-
guir. Na fase inicial refratária, o choque hemorrági-
co gera, tipicamente, acidose mista na gasometria 
– metabólica e respiratória.
⮦⮦ CERTO
⮦⮧ ERRADO
dificuldade:  
✔Y Dica do autor: Comentários do autor: Na fase INICIAL 
do choque hemorrágico encontramos uma acidose 
apenas metabólica pela hipovolemia compensada 
por uma alcalose respiratória. Em fases terminais 
que encontramos uma acidose respiratória por re-
baixamento de consciência.
✔✔ resposta: ⮧
Questão 6
(UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO – SP – 2017) Homem de 22 
anos, vítima de trauma automobilístico, é trazido 
ao hospital pelo resgate. Após a avaliação e estabi-
lização iniciais, detecta-se desalinhamento ao nível 
da coxa no membro inferior direito e ausência de 
pulsos distais nesse membro. Escolha a alternativa 
com a sequência recomendada das condutas abai-
xo mencionadas:
⮦⮦ paciente deve ser submetido a exame de imagem 
não invasivo e se confirmada lesão vascular sub-
metido a reconstrução do leito arterial.
⮦⮧ paciente deve ter o membro alinhado e, caso o 
pulso não volte após esta manobra, ser submeti-
do a exame de imagem invasivo que, se positivo, 
indica a reconstrução arterial.
⮦⮨ após o alinhamento do membro, não havendo 
retorno dos pulsos distais deve-se proceder a 
reconstrução arterial imediata.
⮦⮩ deve-se alinhar o membro e aguardar por pelo 
menos 6 horas para que eventuais espasmos se-
jam revertidos antes de qualquer outra conduta, 
principalmente em pacientes jovens.
dificuldade:  
✔Y Dica do autor: Uma vez que tenham sido descar-
tadas ou resolvidas lesões com risco iminente a 
vida, pacientes com trauma de membro deve ser 
avaliado em busca de alterações que levem a perda 
do membro, dentre elas a lesão vascular. Deve-se 
questionar o paciente quanto à dor e à alteração de 
sensibilidade, testar motricidade, palpar tempera-
tura, observar cor. Indispensável nessa avaliação é 
a palpação dos pulsos, que em conjunto com outras 
alterações levantaram a suspeita de lesão vascular. 
A realização do índice tornozelo-braço é um dado 
importante, sugerindo lesão quando ITB<0,9 em pa-
cientes sem DAOP. Uma vez identificada alteração na 
vascularização do membro, no qual há deformidade 
sugestiva de fratura, deve-se realizar de imediato 
Cardiologia.indb 37 13/02/2020 20:50:06
Suporte avançado de vida – parada cardiorrespiratória Capítulo 1 
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o alinhamento do membro seguido de imobilização, 
após essa manobra deve-se reexaminar o membro, 
pois em caso de compressão ou kinking do vaso o 
quadro poderá resolver. Caso não haja alteração no 
quadro clínico o paciente deverá ser submetido a um 
exame de imagem que pode nos auxiliar a descartar 
vasoespasmo, muito comum em pacientes jovens, e 
que não necessita de tratamento cirúrgico, evitan-
do assim a transformação de uma fratura fechada 
em aberta, assim como identificar local da lesão. O 
exame padrão ouro para identificar lesão arterial é 
arteriografia diagnóstica; no entanto o ATLS sugere 
a realização de angiotomografia como investigação 
diagnostica desde que sua realização não retarde o 
possível tratamento. A alternativa C está errada por 
ter partido para o tratamento cirúrgico sem antes 
confirmar a lesão arterial.
✔✔ resposta: ⮧
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Capítulo 
2TAQUIARRITMIAS
O QUE VOCÊ PRECISA SABER?
 u O ECG é o grande aliado na diferenciação dos tipos da taquicardia.
 u Após identificar a taquiarritmia, é fundamental avaliar a estabilidade hemodinâmica.
 u Instabilidade hemodinâmica é definida na presença de pelo menos um dos seguintes critérios (5 D): 
dispneia, dor torácica, desmaio (síncope), diminuição de PA (hipotensão) e diminuição do nível de 
consciência (Glasgow < 15).
 u Taquicardia instável é tratada com choque, seja sincronizado (cardioversão elétrica) ou dessincronizado 
com carga máxima (desfibrilação na FV/TV sem pulso).
 u Nas taquicardias estáveis, é importante avaliar dois aspectos:
1) Duração do QRS, diferenciando em estreito (arritmias supraventriculares) e largo (arritmias ventri-
culares, geralmente).
2) Regularidade do QRS, diferenciando ritmos regulares de irregulares.
 u QRS estreito e irregular quase sempre é por fibrilação atrial.
 u Cuidado com a taquicardia sinusal! Ela é CONSEQUÊNCIA de um processo fisiológico (exercício físico) ou 
patológico (febre por infecção) e o que deve ser tratado é sua CAUSA.
 u Sabendo realizar a diferenciação das taquiarritmias, elucide as principais condutas para cada tipo.
1. DEFINIÇÕES
Taquicardias ou taquiarritmias são definidas pela 
presença de frequência cardíaca (FC) elevada (> 100 
bpm). Podem corresponder a uma resposta fisioló-
gica do organismo frente a algum estímulo externo 
ou estar relacionadas a um distúrbio primário do 
ritmo cardíaco.
Automatismo refere-se à propriedade que algumas 
células têm de gerarem impulso elétrico sem necessi-
dade de estímulo externo, ou seja, são capazes de se 
autodespolarizarem. Essas células são marca-passos 
naturais e geralmente encontradas nos nós sinoatrial 
(NSA) e atrioventricular (NAV).
As taquicardias supraventriculares (TSV) tem sua 
origem acima do feixe de His, ou seja, em qualquer 
região a partir do NAV em direção aos átrios, acima 
dos ventrículos. Já as taquicardias ventriculares 
(TV), como nome já diz, originam-se nos ventrículos.
A FC máxima que pode ser atingida de forma fisiológica 
por determinado indivíduo varia de acordo com a faixa 
etária e pode ser determinada de forma aproximada 
pela fórmula: 220 – idade, ou seja, uma pessoa de 20 
anos pode atingir até 200 bpm de forma fisiológica, 
enquanto uma de 60 anos, no máximo 160 bpm.
Cardiologia.indb 39 13/02/2020 20:50:06
Taquiarritmias Capítulo 2 
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2. EPIDEMIOLOGIA
As taquiarritmias podem ocorrer em qualquer faixa 
etária, lembrando que em recém-nascidos e lactentes 
a FC habitualmente é mais elevada.
As taquicardias mais comuns em crianças e ado-
lescentes são as TSV, que ocorrem geralmente em 
pacientes com doença cardíaca estrutural (miocar-
diopatia dilatada, doença arterial coronariana).
A fibrilação atrial (FA) é a arritmia cardíaca susten-
tada mais comum na prática clínica e sua incidência 
aumenta com a idade, sendo mais comum em idosos 
com comorbidades. A taquicardia atrial (TA) ocorre 
com mais frequência em pacientes com dilatação de 
câmaras direitas, secundária a doenças congênitas 
ou pela hipertensão pulmonar relacionada à doença 
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Flutter atrial está 
relacionado ao pós-operatório de cirurgia cardíaca 
e causas relacionadas à hipertensão pulmonar.
A taquicardia por reentrada nodal (TRN) é mais comum 
em mulheres de meia-idade enquanto a Síndrome de 
Wolff-Parkinson-White (WPW), relacionada à taqui-
cardia por reentrada atrioventricular (TAV), é mais 
frequente em homens jovens.
 DICA A taquicardia supraventricular é a forma mais 
comum de arritmia em crianças e está associada 
à miocarditeinfecciosa.
3. FISIOPATOLOGIA
O aparecimento de taquicardia envolve distúrbio 
na formação do estímulo elétrico, na sua condução 
ou em ambos. Os três mecanismos principais impli-
cados são:
 X Automatismo anormal (Figura 1): aumento na 
frequência de despolarização de células com 
capacidade de automatismo. O início e término 
são graduais e as frequências máximas atingidas 
geralmente não superam a máxima esperada 
para a idade. Pode ocorrer como resposta ao 
aumento de atividade adrenérgica que ocorre 
na febre, hipertireoidismo, hipóxia, hipovole-
mia, anemia, uso de β-agonistas, entre outros. 
O automatismo está relacionado às seguintes 
taquicardias: sinusal (foco de automatismo no 
NSA) e atrial (foco nos átrios, em uma região 
do NSA).
Figura 1. Mecanismo do automatismo anormal.
 X Reentrada: para ocorrência, é necessária a pre-
sença de duas vias com velocidades de condução 
e períodos refratários diferentes. Em condições 
normais, o estímulo é conduzido pela via rápida 
apenas. Se um estímulo precoce atingir a via rápida 
em período refratário, pode ser conduzido inicial-
mente apenas pela via lenta e, logo em seguida, 
encontrar a via rápida repolarizada e ser condu-
zido. Na sequência, o estímulo desce novamente 
pela via lenta e fecha um curto-circuito, conhe-
cido como reentrada (Figura 2). O início e término 
são súbitos e pode atingir FC mais elevadas que 
o esperado para a idade. Está relacionada às ta-
quicardias por reentrada nodal (TRN), atrioven-
tricular (TAV), flutter atrial (cuja etiologia envolve 
macroreentrada no átrio direito) e a maioria das 
taquicardias ventriculares.
Cardiologia.indb 40 13/02/2020 20:50:06
Taquiarritmias Cap. 2
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Figura 2. Mecanismo de reentrada.
Na imagem 1, um batimento precoce encontra a via rápida no período refratário. Na imagem 2, após ser conduzido pela via lenta, o 
estímulo encontra a via rápida já fora da refratariedade e é conduzido. Por fim, na imagem 3, fecha-se o circuito de reentrada, com 
o estímulo sendo novamente conduzido pela via lenta.
Fonte: Blog de ECG – Life in the fast lane.
 X Atividade deflagrada por pós-potenciais: último 
mecanismo a ser descrito e ainda não completa-
mente entendido. Após ou durante um potencial 
de ação, podem ocorrer abalos na corrente elétri-
ca transmembrana relacionados à movimentação 
de cálcio no meio intracelular, o que pode levar 
a um novo potencial de ação. Está implicada na 
intoxicação digitálica e na taquicardia ventricular 
por Torsades de Pointes.
A fibrilação atrial é a arritmia com mecanismo mais 
complexo, acredita-se que haja sobreposição dos 
três mecanismos descritos.
4. QUADRO CLÍNICO
Os sintomas mais comuns são palpitações, com 
sensação de batimento acelerado, descrito muitas 
vezes como “batedeira” no peito. Outros sintomas 
podem ser inespecíficos, como tontura, mal-estar, 
sensação de angústia.
Sinais e sintomas que devem chamar atenção para 
quadros de instabilidade são dispneia, dor torácica 
anginosa, síncope, hipotensão e rebaixamento do 
nível de consciência.
Na anamnese, deve ser pesquisado o uso de drogas 
estimulantes, como hormônio tireoidiano em fór-
mulas para emagrecer, excesso de cafeína, energé-
ticos e drogas ilícitas simpaticomiméticas (cocaína, 
anfetamina).
 DICA A taquicardia sinusal geralmente é secundá-
ria e pode estar relacionado ao tromboembolismo 
pulmonar e à sepse.
Ao exame físico, pesquisar a FC, regularidade e sime-
tria do pulso. A ausculta cardíaca pode identificar 
sopros em pacientes com valvopatias associadas 
e a ausculta pulmonar pode identificar sinais de 
congestão (crepitações, estertores).
Pacientes com FA podem apresentar-se com sinais e 
sintomas associados a tromboembolismo sistêmico, 
como hemiparesias (AVC isquêmico), edema assimé-
trico em membro inferior (TVP), quadro súbito de dor 
no abdome seguida de diarreia sanguinolenta (isque-
mia mesentérica). É comum também a dissociação 
entre a frequência cardíaca auscultada e a sentida 
no pulso periférico (dissociação pulso-frequência 
ou anisocardiosfigmia).
Cardiologia.indb 41 13/02/2020 20:50:07
Taquiarritmias Capítulo 2 
42
 DICA Na presença de FA, a fase final da diástole 
(contração atrial) está ausente, portanto, todos 
os achados relacionados também estão, como B4, 
onda “a” do pulso venoso e reforço pré-sistólico 
do sopro em ruflar mitral.
5. DIAGNÓSTICO
O diagnóstico baseia-se na avaliação do eletrocar-
diograma (ECG) para identificação da taquiarritmia 
específica e avaliação dos sinais e sintomas para 
definir se o paciente está instável ou estável do 
ponto de vista hemodinâmico.
6. EXAMES COMPLEMENTARES
O principal exame complementar é o ECG, que pode 
identificar o tipo específico de taquicardia e orientar 
o tratamento. Eletrólitos devem ser checados (prin-
cipalmente potássio e magnésio), porque mudanças 
nas suas concentrações facilitam o aparecimento de 
taquicardias. No caso de taquicardias ventriculares, 
marcadores de necrose do miocárdio são fundamen-
tais, pois a isquemia é principal causa.
Os demais exames dependem das comorbidades 
associadas e diagnósticos etiológicos, logo, devem 
ser avaliados caso a caso. Em linhas gerais, ritmos 
com QRS estreito são supraventriculares e a exceção 
ocorre na presença de aberrância de condução (blo-
queios de ramo) ou na pré-excitação. Taquicardias 
ventriculares são sempre ritmos com QRS largo. 
Seguem exemplos de ECG nos principais tipos de 
taquicardias:
6.1. TAQUICARDIAS SUPRAVENTRICULARES 
(TSV)
 X Taquicardia sinusal: ritmo regular com onda “p” 
sinusal (positiva em DI e aVF) antes de todo QRS 
(Figura 3).
Figura 3. Taquicardia sinusal.
Onda “p” sinusal (positiva em DI e aVF) antes de todo complexo QRS.
Fonte: Blog de ECG – Life in the fast lane.
 X Taquicardia atrial (TA): constitui ritmo atrial ori-
ginado em região diversa do nó sinusal, carac-
terizado pela presença de onda “p” distinta da 
sinusal com frequência atrial superior a 100 bpm 
(Figura 4). É comum a ocorrência de condução AV 
variável. Se houver ritmo irregular, com três ou 
mais morfologias de “p” na mesma derivação, é 
chamado de taquicardia atrial multifocal.
Cardiologia.indb 42 13/02/2020 20:50:07
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Figura 4. Taquicardia atrial.
Onda “p” não é sinusal (negativa em aVF).
Fonte: Blog de ECG – Life in the fast lane.
 X Flutter atrial: presença de ondas “F” (serrilhado 
na linha de base) com frequência entre 240 e 340 
bpm, negativas nas derivações inferiores (circui-
to anti-horário) e geralmente positivas em V1. A 
frequência atrial, em geral, fica em torno de 300 
bpm e, na presença de bloqueio atrioventricular 
(BAV) 2:1, a FC no ECG fica em torno de 150 bpm 
(Figura 5).
Figura 5. Flutter atrial.
Presença de ondas “F” de flutter: serrilhado na linha de base. Forma mais comum com 
ondas negativas nas derivações inferiores (DII, DIII e aVF) e positivas em V1.
Fonte: Blog de ECG – Life in the fast lane.
 X Fibrilação atrial (FA): ritmo IRREGULAR (Figura 
6), com ausência de onda “p”, tremor na linha de 
base (onda “f”).
 DICA A fibrilação atrial é um ritmo irregular, sem 
onda “p”, com tremor na linha de base.
Cardiologia.indb 43 13/02/2020 20:50:08
Taquiarritmias Capítulo 2 
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Figura 6. Fibrilação atrial.
Ausência de onda “p”, ritmo irregular com tremor na linha de base (onda “f”).
Fonte: Blog de ECG – Life in the fast lane.
 X Taquicardia por reentrada nodal (TRN): ritmo re-
gular, com QRS estreito e ausência de “p”. Ocorre 
pela presença de dupla via nodal (Figura 7). ECG 
fora da taquicardia é normal.
FLASHCARDS
Qual taquiarritmia cursa com RR irregular e sem 
onda P?
Fibrilação atrial.
Figura 7. Taquicardia por reentrada nodal.
Ritmo regular, com presença de onda “r” em V1 e onda “s” (pseudo “s”) em derivações 
inferiores, que corresponde à onda “p” retrógrada na TRN
Fonte: Blog de ECG – Life in the fast lane.
Cardiologia.indb 44 13/02/2020 20:50:09
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 XTaquicardia por reentrada atrioventricular (TAV): 
ritmo regular, com QRS estreito e ausência de “p”. 
Ocorre pela presença de um feixe anômalo (feixe 
de Kent) entre átrio e ventrículo que é capaz de 
conduzir o estímulo elétrico (Figura 8.1). Podemos 
diferenciar da TRN pelo ECG fora da taquicardia 
(Figura 8.2), que apresenta os elementos da pré-
-excitação ventricular: PR curto, onda delta, alar-
gamento do QRS e alterações de repolarização. 
A síndrome de Wolff-Parkinson-White (WPW) cor-
responde à pré-excitação relacionada a episódios 
de taquicardia paroxística sintomáticos.
Figura 8.1. Taquicardia por reentrada atrioventricular.
Ritmo regular, sem onda “p” visível. O diagnóstico é feito com ajuda do ECG 
fora da taquicardia, que pode ser observado na Figura 8.2.
Fonte: Blog de ECG – Life in the fast lane.
Figura 8.2. Pré-excitação ventricular.
ECG do mesmo paciente da Figura 8.1, fora da taquicardia. Presença de todos os elementos da 
pré-excitação ventricular (PR curto, onda delta, QRS largo e alteração de repolarização).
Fonte: Blog de ECG – Life in the fast lane.
Cardiologia.indb 45 13/02/2020 20:50:10
Taquiarritmias Capítulo 2 
46
6.2. TAQUICARDIAS VENTRICULARES (TV)
 X Taquicardia ventricular monomórfica (Figura 9): 
QRS largo com ritmo regular e mesma morfologia.
 X Taquicardia ventricular polimórfica: QRS largo com 
ritmo irregular e morfologias diferentes.
 X Torsades de Pointes: tipo específico de TV po-
limórfica onde os complexos QRS aumentam e 
diminuem, como se houvesse mudança no eixo 
ou “torção das pontas”.
 X Fibrilação ventricular (FV): ritmo completamente 
irregular e bizarro, onde não é possível identificar 
complexos QRS. Não é passível de pulso, portan-
to, é ritmo de parada cardiorrespiratória (PCR).
Figura 9. Tipos de taquicardias ventriculares.
TV monomórfica
TV polimórfica
TV polimórfica – Torsades de Pointes
Fibrilação Ventricular
Fonte: Blog de ECG – Life in the fast lane.
7. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Existem situações clínicas que levam à taquicardia por 
automatismo, principalmente a taquicardia sinusal, 
como febre, hipertireoidismo, TEP, anemia, ansiedade, 
dor, uso de drogas (como β-agonistas) e sepse.
Distúrbios hidroeletrolíticos (hipomagnesemia e hipo-
calemia), uso de antiarrítmicos e isquemia miocárdica 
podem predispor o aparecimento de determinadas 
taquicardias.
8. TRATAMENTO
Inicialmente, é preciso definir se a taquicardia é 
instável ou estável. Em caso de instabilidade, é 
necessário instituir o tratamento de forma imediata. 
Nas taquicardias estáveis, há tempo para identificar 
o tipo e realizar o tratamento específico.
8.1. TAQUICARDIAS INSTÁVEIS
Taquicardias são consideradas instáveis quando 
ocasionam alterações na hemodinâmica do paciente 
que podem ser ameaçadoras à vida.
Os principais sintomas são os seguintes (5 D):
 X Dor torácica com característica anginosa.
 X Dispneia (por insuficiência cardíaca, com dessa-
turação e esforço respiratório).
 X Desmaio (síncope).
 X Diminuição da PA (hipotensão).
 X Diminuição do nível de consciência (rebaixamen-
to, Glasgow < 15).
FLASHCARDS
Qual a conduta para taquiarritmias instáveis?
CHOQUE! (cardioversão ou desfibrilação a depender 
do ritmo e se há PCR ou não).
Um critério é suficiente para considerar o paciente 
instável, mas geralmente os sintomas aparecem em 
conjunto.
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Taquiarritmias Cap. 2
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 A
Uma vez identificada a taquicardia instável, o paciente 
deve ser encaminhado para sala de emergência para 
monitorização dos sinais vitais (PA, FC, saturação, 
eletrocardiografia), suplementação de oxigênio em 
caso de dessaturação e deve ser estabelecido acesso 
venoso. Nesse cenário, não há necessidade de aguar-
dar ECG de doze derivações para tomar a conduta, 
porque atrasos no tratamento podem contribuir 
para piora clínica.
O tratamento de escolha é a cardioversão elétrica 
sincronizada (CVES), que deve ser realizada de ime-
diato. Isso leva à despolarização de todo o miocárdio 
e permite que as células do NSA reassumam o con-
trole do ritmo cardíaco. Para tanto, o paciente deve 
ser orientado sobre o procedimento e sedado. Antes 
da aplicação do choque, o botão de sincronização 
deve ser acionado no desfibrilador, assim a carga só 
será liberada durante o QRS (despolarização) para 
evitar o fenômeno R sobre T: quando uma carga é 
aplicada durante a onda T (repolarização) pode ocor-
rer instabilidade elétrica e evolução para FV e PCR.
As cargas iniciais preconizadas pelas diretrizes de 
2015 do ACLS dependem da morfologia do QRS e são 
as seguintes:
 X Estreito e regular: 50 a 100 J.
 X Estreito irregular (geralmente FA): 120 a 200 J (bi-
fásico) ou 200 J (monofásico).
 X Largo regular: 100 J.
 X Largo irregular: carga de desfibrilação (não sin-
cronizado).
 DICA O nível inicial de carga (em Joules) que deve 
ser utilizado para reversão do flutter atrial é 50 J.
Após o primeiro choque, se não houver reversão 
para ritmo sinusal, choques subsequentes poderão 
ser administrados com aumentos progressivos (100 
– 150 – 200 J).
Após a reversão, o paciente deve ser mantido em 
monitorização até recuperar-se da anestesia. Drogas 
antiarrítmicas podem ser necessárias a depender do 
caso, como amiodarona de manutenção em casos 
de TV.
8.2. TAQUICARDIAS ESTÁVEIS
Em caso de taquicardias estáveis, a conduta deve se 
basear em dois critérios subsequentes: duração do 
QRS, se largo (> 0,12 s) ou estreito (< 0,12 s), e regu-
laridade do mesmo (regular ou irregular).
8.2.1. QRS ESTREITO E REGULAR
Nesse caso, são diversas as possibilidades de arrit-
mia:
 X Taquicardia sinusal.
 X Taquicardia atrial.
 X Flutter atrial.
 X Taquicardia por reentrada nodal (TRN).
 X Taquicardia por reentrada atrioventricular (TAV).
Se for identificada taquicardia sinusal, ela é secun-
dária e deve-se procurar e tratar o desencadeante 
(infecção, TEP, hipertireoidismo, entre outros).
Nos demais casos, ou se não for possível identificar 
o ritmo, a conduta inicial é realizar manobras vagais, 
que estimulam o nervo vago e, por conseguinte, levam 
à bradicardia. As manobras vagais mais comuns 
realizadas são a massagem do seio carotídeo e 
manobra de Valsalva (expiração forçada contra glote 
fechada: pode pedir para o paciente soprar uma 
seringa tentando empurrar o êmbolo ou expirar con-
tra o dorso da mão). A massagem do seio carotídeo 
está contraindicada em paciente com aterosclerose 
carotídea, pelo risco de embolização, portanto, deve 
ser evitada em idosos (> 65 anos), pacientes com 
sopro carotídeo ou com diversos fatores de risco 
para aterosclerose (DM, HAS, tabagismo). Em 2015, 
foi publicado um estudo clínico randomizado que 
validou o uso da manobra de Valsalva modificada, 
na qual o paciente começa a manobra sentado, faz 
a expiração forçada e, ao final de 10 a 15 segundos, 
é deitado e as pernas elevadas em 45° por mais 15 
segundos. Com isso, há aumento da pressão intra-
torácica e estimulação do nervo vagal, aumentando 
as taxas de reversão.
Se as manobras não forem eficazes, o próximo passo 
é administrar adenosina, droga que inibe o NAV e 
Cardiologia.indb 47 13/02/2020 20:50:10
Taquiarritmias Capítulo 2 
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tem pico de efeito e duração rápida (segundos). A 
adenosina deve ser administrada em bolus EV, com 
flush de solução salina e elevação do membro para 
chegar rapidamente à circulação central. A dose inicial 
é de 6 mg e pode ser repetida uma vez na dose de 
12 mg. É contraindicada em caso de broncoespasmo 
(crise asmática ou DPOC exacerbado).
A adenosina é capaz de reverter as taquicardias que 
dependem do NAV para sua manutenção – TRN e TAV. 
Nos demais casos, pode ajudar no diagnóstico, pois, 
ao inibir o NAV, permite visualizar a atividade atrial 
com mais clareza.
Por fim, se não houver resposta à adenosina, dro-
gas antiarrítmicas devem ser administradas para o 
controle da FC (Tabela 1).
Tabela 1. Drogas antiarrítmicas mais utilizadas no pronto-socorro.
Droga Dose Mecanismode ação Contraindicação
Metoprolol 5 mg EV, máximo 15 mg Βetabloqueador Broncoespasmo e ICC
Diltiazem 0,25 mg/kg EV Bloqueador do canal de cálcio
ICC e disfunção 
ventricular esquerda
Verapamil 5 a 10 mg EV em bolus Bloqueador do canal de cálcio
ICC e disfunção 
ventricular esquerda
Deslanosídeo 0,4 a 0,8 mg EV em bolus Glicosídeo cardíaco (digital)
Insuficiência renal, pelo 
risco de intoxicação 
digitálica
Amiodarona 150 a 300 mg EV diluído em SF em 10 minutos
Bloqueador de canais de 
potássio, cálcio e sódio ---
O tratamento ambulatorial das taquicardias envolve 
a ablação por radiofrequência do feixe anômalo (TAV), 
da dupla via nodal (TRN) ou do circuito de macroen-
trada (flutter atrial) e está indicado a depender dos 
sintomas e do risco de morte súbita no caso da 
síndrome de WPW (depende das características do 
feixe anômalo).
Na presença de pré-excitação, drogas que redu-
zem a condução pelo NAV devem ser evitadas, pois 
aumentam a chance de condução pelo feixe anô-
malo e, por consequência, o risco de morte súbita. 
As drogas antiarrítmicas de escolha para prevenir 
recorrência de TSV em paciente com pré-excitação 
são propafenona e procainamida (contraindicadas na 
presença de doença arterial coronariana ou doença 
cardíaca estrutural).
Betabloqueador e bloqueador do canal de cálcio são 
drogas proscritas e aumentam a mortalidade em 
casos de taquicardia por reentrada atrioventricular.
Pacientes idosos e com insuficiência renal estão 
sob maior risco de intoxicação por antiarrítmicos 
digitálicos, cujo quadro clínico engloba alterações 
gastrointestinais (náuseas, vômitos, dor abdomi-
nal), neurológicas (confusão, fraqueza) e visuais 
(xantopsia: objetos ficam com coloração amarela), 
além de diversos tipos de arritmia (bradicardias, 
taquicardia atrial, extrassístoles ventriculares em 
bigeminismo). O tratamento consiste na suspensão 
da droga e hidratação, além da avaliação de possíveis 
distúrbios hidroeletrolíticos associados.
8.2.2. QRS ESTREITO E IRREGULAR
Nesse caso, a FA é a principal hipótese diagnóstica. 
Os diagnósticos diferenciais (raros) são flutter atrial 
com BAV variável e TA multifocal.
O tratamento inicial, no pronto-socorro, deverá ser o 
controle da FC com drogas antiarrítmicas, tomando 
cuidado com a amiodarona, pois pode ocorrer rever-
são para ritmo sinusal com essa droga.
 DICA Verapamil e diltiazem não devem ser uti-
lizados em pacientes com disfunção ventricular 
esquerda ou ICC.
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A decisão sobre a reversão para ritmo sinusal deverá 
levar em consideração o tempo do início dos sinto-
mas, pelo risco de tromboembolismo. Nos pacientes 
com FA com tempo menor que 48 horas de duração, 
pode-se realizar cardioversão elétrica ou química 
(com amiodarona) sem necessidade de anticoagu-
lação prévia.
 DICA Em pacientes com FA, a amiodarona é bas-
tante efetiva na reversão e manutenção do ritmo 
sinusal.
Para pacientes com FA com duração mais prolongada, 
deve-se iniciar anticoagulação por pelo menos três 
semanas antes da tentativa de cardioversão, seguido 
por no mínimo quatro semanas de tratamento anti-
coagulante. Uma opção, se disponível, é a realização 
de ecocardiograma transesofágico e, na ausência de 
trombos no átrio esquerdo, a CVES pode ser realizada 
com segurança.
FLASHCARDS
Qual a conduta na FA estável?
Controle da FC e anticoagulação.
 DICA Tromboembolismo secundário à reversão da 
fibrilação atrial aguda ocorre independentemente 
do tempo de início, porém o risco é maior após 48 
horas de duração.
A indicação de anticoagulação por tempo mais pro-
longado deve levar em consideração comorbidades e 
idade do paciente e estão sintetizadas no acrônimo 
CHA2DS2-VASc (Tabela 2). Na presença de dois ou 
mais pontos, a anticoagulação está indicada.
Tabela 2. Escore CHA2DS2 – VASc – risco 
de tromboembolismo na FA.
CHA2DS2-VASc Pontuação
Congestive heart failure/left 
ventricular dysfunction (ICC/ 
disfunção ventricular esquerda)
1
Hypertension (hipertensão) 1
Age ≥ 75 yrs (Idade ≥ 75 anos) 2
Diabetes mellitus 1
CHA2DS2-VASc Pontuação
Stroke/transient ischaemic 
attack (histórico de AVC/AIT) 2
Vascular disease (prior myocardial 
infarction, peripheral artery disease 
or aortic plaque) (Doença Vascular)
1
Age 65–74 yrs (Idade) 1
Sex category (i.e. female 
gender) (Sexo feminino) 1
Pontuação Conduta
0 Anticoagulação não deve ser instituída
1
Anticoagulação pode ser instituída, 
a depender do risco de sangramento 
e preferências do paciente
≥ 2 Anticoagulação deve ser instituída
Fonte: Adaptada de II diretriz brasileira de FA.
A terapia anticoagulante envolve tradicionalmente 
drogas cumarínicas (varfarina), que inibem os fatores 
de coagulação dependentes de vitamina K (II, VII, IX 
e X) relacionados à via extrínseca da coagulação. 
Seu efeito deve ser monitorizado pelo tempo de 
protrombina (avaliado pelo International Normalized 
Ratio – INR). Essas drogas, porém, apresentam diver-
sas interações medicamentosas e com alimentos, o 
que dificulta manter o paciente na faixa terapêutica 
(INR entre 2 e 3).
Na última década, novos anticoagulantes orais com 
ação direta nos fatores de coagulação estão dispo-
níveis, sem a necessidade de monitorizar os tempos 
de coagulação e com menos interações medicamen-
tosas (Tabela 3). Esses fármacos, no entanto, estão 
contraindicados na FA relacionada à estenose mitral 
na presença de próteses valvares mecânicas.
Tabela 3. Novos anticoagulantes.
Droga Nome comercial
Mecanismo 
de ação
Dabigatrana Pradaxa® Inibe o fator IIa
Rivaroxabana Xarelto® Inibe o fator Xa
Apixabana Eliquis® Inibe o fator Xa
Edoxabana Lixiana® Inibe o fator Xa
Cardiologia.indb 49 13/02/2020 20:50:10
Taquiarritmias Capítulo 2 
50
A FA pode ser classificada de acordo com a sua apre-
sentação clínica em paroxística (quando é revertida 
espontaneamente ou com intervenção médica em 
até sete dias), persistente (duração superior a sete 
dias) ou permanente (nos casos em que as tenta-
tivas de reversão ao ritmo sinusal não serão mais 
instituídas). É considerada não valvar na ausência 
de estenose mitral reumática, válvula mecânica ou 
biológica ou plastia mitral prévia.
Em pacientes com FA, não há evidência de que a 
estratégia de controle de FC seja superior ao controle 
de ritmo (reversão para sinusal).
No manejo ambulatorial, existe a possibilidade de 
ablação, indicada para pacientes muito sintomáticos 
(com palpitações frequentes).
 DICA Na FA, a terapia intervencionista (ablação) 
não é superior ao uso de fármacos antiarrítmicos 
no tocante à redução de desfechos duros, como 
mortalidade, IC e acidentes vasculares cerebrais, 
mas pode melhorar sintomatologia e qualidade 
de vida.
8.2.3. QRS LARGO E REGULAR
A principal hipótese é TV monomórfica (cerca 80% das 
vezes é o diagnóstico encontrado). Podemos encon-
trar TSV com QRS largo em situações de aberrância 
de condução ou pré-excitação, porém são situações 
mais raras e, para diferenciá-las, são necessários 
critérios eletrocardiográficos (como Brugada, Verec-
kei) que não são de fácil aplicação em ambiente de 
pronto-socorro para não especialistas.
 DICA Na presença de taquicardia com QRS largo, 
taquicardia ventricular é o principal diagnóstico.
O paciente, apesar de estável, tem potencial para 
piora clínica rápida. Por esse motivo, deve ser moni-
torado em sala de emergência. O tratamento inicial é 
a tentativa de cardioversão química com amiodarona. 
Na ausência de resposta, o próximo passo é a CVES.
Os pacientes devem ser investigados quanto à pre-
sença de isquemia miocárdica e deve-se avaliar 
achados sugestivos no ECG e marcadores de necrose 
do miocárdio (troponina).
O cardiodesfibrilador implantável (CDI) está indi-
cado em pacientes sobreviventes de episódio de 
taquicardia ventricular hemodinamicamente instá-
vel e portadores de cardiomiopatia isquêmica com 
disfunção de VE grave (FE < 35%).
8.2.4. QRS LARGO E IRREGULAR
Essasituação é incomum na prática clínica. Em geral, 
pacientes com QRS largo e irregular apresentam-se 
instáveis ou prestes a estabilizar (torporosos, com 
PA limítrofe). Por esse motivo, a conduta imediata é 
a desfibrilação (com carga máxima), tendo em vista 
que, devido à desorganização completa do ritmo, 
não é possível sincronizar o choque com a onda R 
(Tabela 4).
No caso específico da Torsades de Pointes, o trata-
mento mais efetivo é o sulfato de magnésio. Se não 
houver resposta, deve-se proceder à desfibrilação.
Essa arritmia está relacionada a condições que 
aumentam o tempo de repolarização, que no ECG é 
identificado pelo aumento do intervalo QT.
 DICA Prolongamento do potencial de ação, com 
aumento do QT, favorece a ocorrência de TV po-
limórfica, por atividade trigada, tipo “Torção das 
Pontas”.
Tabela 4. Causas de QT longo.
Congênitas
Síndrome do QT longo
Idiopática
Adquiridas
Causas Exemplos
Metabólica
Hipocalemia, 
hipocalcemia e 
hipomagnesemia
Antiarrítmicos Amiodarona, sotalol
Antibióticos Quinolona, macrolídeos, antifúngicos azóis
Psicotrópicos Haloperidol, antidepressivo tricíclico
Drogas anticolinérgicas Organofosforados
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Fluxograma 1. Resumo das condutas de emergência nas taquicardias.
Instável
Taquicardias (FC > 100 bpm)
CVES
Estável
QRS estreito QRS largo
Regular
Irregular
Regular Irregular
Apresenta algum dos 5 D’s:
Dispneia / Dor torácica
Desmaio / Diminuição da PA
Diminuição da consciência
Manobras vagais
Adenosina EV ( 6 mg -> 12 mg)
Controle de FC com an�arrítmico
Controle de FC com 
an�arrítmico
Amiodarona
CVES
DesfibrilaçãoCondiderar cardioversão se tempo 
< 48 horas ou Ecocardiograma TE 
sem trombos 
Se Torsades de Pontes: 
Sulfato de Mg2+
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Taquiarritmias Capítulo 2 
52
QUESTÕES COMENTADAS
Questão 1
(INSTITUTO DE CARDIOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL – 2018) Davi, 
54 anos, hipertenso, diabético e tabagista, é admi-
tido na emergência do Instituto de Cardiologia por 
palpitações, sendo realizado eletrocardiograma que 
revelou taquicardia ventricular tipo torsades de poin-
tes. O tratamento mais efetivo para essa arritmia é:
⮦⮦ Sulfato de magnésio
⮦⮧ Gluconato de cálcio
⮦⮨ Adenosina
⮦⮩ Atropina
⮦⮪ Procainamida
dificuldade:  
Resolução: O torsades de pointes é uma taquiarritmia 
ventricular associada ao intervalo QT prolongado, 
por atividade deflagrada por pós-potenciais, e o sul-
fato de magnésio é capaz de controlar essa arritmia.
✔✔ resposta: A
Questão 2
(UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ – 2018) Mulher de 82 anos, 
hipertensa com osteoartrose de joelho, apresenta 
histórias de queda da própria altura, sendo a última 
há 2 anos, antes de iniciar programa de fisioterapia. 
Procura consultório médico com queixa de palpi-
tações taquicárdicas. Ao exame físico, apresentou 
ritmo cardíaco irregular e, ao eletrocardiograma, foi 
diagnosticada fibrilação atrial. Dentre as condutas 
a seguir, a mais adequada é:
⮦⮦ Ácido acetilsalicílico na dose de 300 mg/dia.
⮦⮧ Varfarina mantendo INR abaixo de 2 pelo risco 
de sangramento.
⮦⮨ Associar ácido acetilsalicílico 100 mg/ dia e var-
farina mantendo INR entre 1,5 e 2.
⮦⮩ Não usar varfarina nem ácido acetilsalicílico pelo 
risco de queda.
⮦⮪ Varfarina mantendo entre 2 e 3.
dificuldade: 
✔Y Dica do autor: Em pacientes com FA, sempre deve-
mos avaliar indicação de anticoagulação pelo escore 
CHA2DS2-VASc, neste caso: HAS (1 ponto), 84 anos (2 
pontos), Mulher (1 ponto), portanto escore de 4 pon-
tos, indicada anticoagulação (≥ 2 pontos).
Alternativa A: INCORRETA. O ácido acetilsalicílico é antia-
gregante plaquetário e não tem indicação para pre-
venção de tromboembolismo em pacientes com FA.
Alternativa B: INCORRETA. Quando iniciamos anticoagu-
lação com varfarina, o alvo terapêutico de INR deve 
ser entre 2 e 3 para adequada anticoagulação.
Alternativa C: INCORRETA. Não há benefício na associa-
ção do AAS com varfarina para prevenção de trom-
boembolismo na FA.
Alternativa D: INCORRETA. A paciente apresentou última 
queda há 2 anos, antes da fisioterapia; portanto, o 
risco de quedas pode ser considerado baixo neste 
momento, o que não contraindicaria a anticoagulação.
Alternativa E: CORRETA.
✔✔ resposta: E
Questão 3
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PRESIDENTE DUTRA – 2018) As ar-
ritmias cardíacas são decorrentes, basicamente, 
de alterações na geração do impulso (automatismo 
anormal e atividade deflagrada) e/ou na condução 
do impulso (reentrada). Sobre os principais mecanis-
mos de taquiarritmia mais prevalentes na população 
Cardiologia.indb 52 13/02/2020 20:50:11
Taquiarritmias Cap. 2
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pediátrica, sua classificação e tratamento, podemos 
afirmar, EXCETO:
⮦⮦ As células miocárdias atriais e ventriculares nor-
malmente não apresentam atividade de marca-
-passo.
⮦⮧ A reentrada é o mecanismo gerador de taquiarrit-
mias de supraventriculares e ventriculares mais 
frequente e relevante, podendo ser anotômica 
ou funcional.
⮦⮨ As arritmias cardíacas podem ser classificadas 
quanto à repercussão clínica em estável ou ins-
tável.
⮦⮩ A distinção entre taquicardia supraventricular e 
taquicardia ventricular é de fundamental impor-
tância, não somente para reversão aguda, mas 
para adoção de estratégias para a prevenção de 
recorrência a longo prazo.
⮦⮪ Cicatrizes (fibrose) miocárdicas secundárias à 
cardiopatia estrutural não favorecem o desen-
volvimento de reentrada.
dificuldade:  
✔Y Dica do autor: Questão conceito.
Alternativa A: CORRETA. Em condições normais, quem 
apresenta atividade de marca-passo é o nó sinusal. 
Alternativa B: CORRETA. A reentrada pode estar presen-
te em taquicardias tanto supraventriculares quanto 
ventriculares, podendo ser anatômica (após IAM por 
fibrose) ou funcional (vias que conduzem com velo-
cidades diferentes).
Alternativa C; CORRETA. Sempre é importante avaliar 
se a taquicardia é estável ou instável, isso muda a 
conduta.
Alternativa D: CORRETA. O tratamento e prevenção da 
TSV é completamente diferente da TV. 
Alternativa E: INCORETA. Cicatrizes FAVORECEM o apa-
recimento de reentrada, pois possibilita a existên-
cia de vias de condução com velocidades distintas.
✔✔ resposta: E
Questão 4
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA UFSC – 2018) Homem, 64 anos, 
há 15 dias com dispneia progressiva, no momento, 
aos pequenos esforços. Apresenta antecedentes 
de hipertensão arterial, diabetes mellitus tipo 2 e 
episódio de isquemia cerebral transitória há 4 anos. 
Apresenta-se na unidade de emergência com FC = 
156 bpm, PA = 134/86 mmHg, FR = 20 irpm e SatO2 = 
95% em ar ambiente. O ritmo cardíaco é irregular e 
a ausculta não evidencia outras alterações. Na aus-
culta pulmonar, apresenta estertores finos bilaterais 
nos terços inferiores. Eletrocardiograma evidencia 
fibrilação atrial de alta resposta. A conduta inicial 
para esse paciente é:
⮦⮦ controle da frequência cardíaca, anticoagulação 
e cardioversão elétrica imediata.
⮦⮧ controle da frequência cardíaca, anticoagulação 
e cardioversão química imediata.
⮦⮨ por se tratar de uma fibrilação atrial aguda, não 
há indicação de anticoagulação.
⮦⮩ que a decisão quanto a controlar o ritmo ou con-
trolar a frequência cardíaca não pode ser tomada 
antes de o paciente realizar um ecocardiograma 
transesofágico.
⮦⮪ controle da frequência cardíaca, anticoagulação 
e diurético de alça.
dificuldade:  
✔Y Dica do autor: Paciente de 64 anos, HAS e DM, pas-
sado de AIT, com quadro de FA de alta resposta ven-
tricular (FAARV), sem instabilidade hemodinâmica; 
no entanto, com sintomas de congestão pulmonar 
iniciados há 15 dias. Deduzimos que: 1) não se trata de 
quadro agudo, tendo, no mínimo, 15 dias, portanto é 
superior a 48h; 2) se não agudo e não instável, não há 
indicação de cardioversão, seja elétrica ou química.
Alternativas A, B e C: INCORRETAS. A decisão de contro-
lar ritmo ou frequência deve ser tomada antes de 
realizar um ecocardiogramatransesofágico, que só 
terá indicação caso se considere controle de ritmo. 
Optando por controle de frequência, não há indica-
ção do exame.
Alternativa D: INCORRETA. Finalmente, temos que con-
trolar a FC, diante de uma FAARV, bem como indica-
ção de anticoagulação pelo CHA2DS2VASc e uso de 
diurético de alça para melhorar da congestão.
Alternativa E: CORRETA.
✔✔ resposta: E
Cardiologia.indb 53 13/02/2020 20:50:11
Taquiarritmias Capítulo 2 
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Questão 5
(UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO – 2018) Em relação à 
fibrilação atrial (FA), assinale a alternativa correta:
⮦⮦ FA paroxística diminui sua incidência com o au-
mento da idade.
⮦⮧ FA apresenta baixa morbimortalidade em mulhe-
res, acima de 80 anos, hipertensas.
⮦⮨ FA persistente é a forma mais comum de apre-
sentação.
⮦⮩ FA paroxística que apresenta reversão espon-
tânea, apresenta baixa taxa de recorrência e o 
paciente pode ser mantido sem anticoagulação, 
independente de outros fatores de risco.
⮦⮪ A principal complicação da FA é o desenvolvi-
mento de taquicardia ventricular monomórfica.
dificuldade:  
Alternativa A: INCORRETA. A incidência de Fibrilação atrial 
(FA) aumenta proporcionalmente à idade.
Alternativa B: INCORRETA. Idade avançada, sexo femini-
no e HAS são fatores que aumentam o risco trom-
boembólico na FA, levando, portanto, à maior mor-
bimortalidade.
Alternativa C: CORRETA. A FA permanente (> 1 ano ou 
refratária à cardioversão) representa a forma mais 
comum, cerca de 40-50% dos casos.
Alternativa D: INCORRETA. Mesmo se a FA reverter es-
pontaneamente, e o paciente se mantiver em ritmo 
sinusal, deverá ser anticoagulado caso possua es-
core CHADS-VASC2 elevado. Os episódios de FA pa-
roxística tendem a ser recorrentes e, muitas vezes, 
assintomáticos.
Alternativa E: INCORRETA. A principal complicação da FA 
é o cardioembolismo.
✔✔ resposta: C
Questão 6
(HOSPITAL PROFESSOR EDMUNDO VASCONCELOS – 2017) Homem 
de 52 anos, com insuficiência cardíaca com fração 
de ejeção reduzida (FE: 30%), realiza um Holter de 
24h em virtude de palpitações. O Holter mostra epi-
sódios de taquicardia ventricular sustentada com 
estabilidade hemodinâmica. O melhor antiarrítmico 
para esta situação é:
⮦⮦ Propafenona.
⮦⮧ Verapamil.
⮦⮨ Digoxina.
⮦⮩ Amiodarona.
⮦⮪ Adenosina.
dificuldade:  
Resolução: A taquicardia ventricular é uma taquiarrit-
mia perigosa, pela sua capacidade de se degenerar 
em fibrilação ventricular e morte súbita. A taqui-
cardia ventricular sustentada é caracterizada por 
episódios de TV que duram mais que 30 segundos 
ou que levam à instabilidade hemodinâmica. Assim 
que é identificada, ela deve ser prontamente rever-
tida. Nos casos de instabilidade, deve-se optar pela 
cardioversão elétrica. Nos casos em que há estabi-
lidade, como no caso em questão, a cardioversão 
farmacológica é a escolha, e o melhor antiarrítmico 
para esses casos é a amiodarona. A única resposta 
adequada é a letra D.
✔✔ resposta: D
Questão 7
(SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE DO ESTADO DE PERNAMBUCO 
– 2016) Qual das seguintes alternativas NÃO está as-
sociada ao aumento do risco de AVC embólico em 
pacientes com fibrilação atrial?
⮦⮦ Diabetes.
⮦⮧ Idade acima de 75 anos.
⮦⮨ Hipercolesterolemia.
⮦⮩ Hipertensão.
⮦⮪ Insuficiência cardíaca.
dificuldade:  
✔Y Dica do autor: Nessa questão temos que lembrar 
dos itens do escore CHAD2S2-VASc.
Alternativa A: INCORRETA. Pacientes com DM associado 
à FA têm maior risco de AVC.
Alternativa B: INCORRETA. Pacientes com idade acima 
de 75 anos e FA têm maior risco de AVC.
Alternativa C: CORRETA. Hipercolesterolemia é fator de 
risco para AVC trombótico e arterioembólico, mas 
não cardioembólico.
Cardiologia.indb 54 13/02/2020 20:50:11
Taquiarritmias Cap. 2
55
B
lo
co
 A
Alternativa D: INCORRETA. HAS é o principal fator de ris-
co para AVC isquêmico e hemorrágico.
Alternativa E: INCORRETA. Insuficiência cardíaca aumenta 
as chances de formação de trombo intracavitário e 
consequente AVC cardioembólico.
✔✔ resposta: C
Questão 8
(HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DO OESTE DO PARANÁ – 2017) Em re-
lação às taquiarritmias, podemos afirmar, EXCETO:
⮦⮦ Taquiarritmia com complexo QRS largo, na maio-
ria das vezes, tem origem ventricular, mas pode 
ser de origem supraventricular com condução 
aberrante.
⮦⮧ TRN é o tipo mais comum das taquiarritmias su-
praventriculares paroxísticas em indivíduos sem 
cardiopatia estrutural.
⮦⮨ A taquicardia por reentrada atrioventricular de-
pende da existência do feixe de Kent.
⮦⮩ A presença da onda r’ na derivação V1 e ECG, 
durante a taquiarritmia, sugere taquicardia por 
reentrada nodal.
⮦⮪ Fibrilação atrial é a arritmia mais frequente em 
jovens com coração estruturalmente normal.
dificuldade:  
✔Y Dica do autor: Questão que nos cobra conceitos de 
taquiarritmias.
Alternativa A: CORRETA. Traz a diferenciação da origem 
do estímulo para a taquiarritmia ao ECG: QRS estrei-
to é igual à origem supraventricular, e QRS alarga-
do é igual à origem ventricular. A exceção está nos 
bloqueios de ramo que podem exibir QRS alargado 
por aberrância de condução mesmo na origem su-
praventricualr (já que o QRS já é alargado de base).
Alternativa B: CORRETA. Traz a taquicardia por reentrada 
nodal como a mais comum em indivíduos sem car-
diopatia estrutural, dado epidemiológico verdadeiro.
Alternativa C: CORRETA. Fala da taquicardia por reentrada 
atrioventricular (Síndrome de Wolff-Parkinson-Whi-
te), que se dá justamente pela existência de uma via 
acessória (feixe de Kent).
Alternativa D: CORRETA. Fala sobre a presença do pseudo 
R na derivação v1 durante a taquicardia por reentrada 
nodal, informação também conceitual e verdadeira.
Alternativa E: INCORRETA. FA é mais comum em idosos 
com comorbidades e cardiopatia estrutural. 
✔✔ resposta: E
Questão 9
(SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DE SINOP – 2017) Paciente 
68 anos com Fibrilação Atrial permanente, frequên-
cia cardíaca de 88 bpm e pressão arterial de 120 a 
74 mmHg, há 1 mês sem terapia antitrombótica. Na 
sua última consulta, o cardiologista havia prescrito 
rivaroxibana, inibidor direto do fator Xa; contudo, 
devido ao custo elevado, o paciente não aderiu à 
terapia. Sobre essa terapia antitrombótica, assinale 
a alternativa CORRETA:
⮦⮦ Uso de Warfarin inibe a síntese de fatores vita-
mina K – dependentes e o exame de controle a 
ser solicitado em 4 a 8 dias é o Tempo de Trom-
boplastina Parcial Ativado (TTPa).
⮦⮧ Uso de Warfarin permite absorção rápida dos 
trombos já formados através da inibição da via 
extrínseca da cascata de coagulação.
⮦⮨ Uso de Warfarin inibe o fator X da cascata de coa-
gulação e o exame de controle a ser solicitado 
em 7 dias é o Tempo de Protrombina para avaliar 
a via intrínseca.
⮦⮩ Uso de Warfarin interfere na produção dos fato-
res II, VII, IX e X e o exame de controle a ser so-
licitado em 4-8 dias é o Tempo de Protrombina 
ou INR para avaliar a via extrínseca.
dificuldade: 
✔Y Dica do autor: A questão menciona a rivaroxabana; 
no entanto, todas as proposições são sobre a var-
farina. Uma boa questão para relembrar conceitos 
importantes. O que temos que ter em mente?? Que 
a varfarina é um anticoagulante cumarínico, antago-
nista da vitamina K, que age sobre os fatores II, VII, IX 
e X, e o exame que utilizamos para monitorizar sua 
atividade terapêutica é o tempo de protrombina (TP 
ou TAP), que avalia a via extrínseca da coagulação.
Alternativa A: INCORRETA. Não é o TTPa que utilizamos 
como exame, e sim o TP!
Alternativa B: INCORRETA. A ação da varfarina não é rá-
pida e imediata, inclusive inicialmente pró-coagu-
lante, motivo pelo qual utilizamos heparina associa-
da no começo. Os anticoagulantes não dissolvem o 
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Taquiarritmias Capítulo 2 
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trombo, mas permitem um desbalanço no sistema 
fibrinólise X coagulação a favor do sistema fibrino-
lítico endógeno, que naturalmente agirá no trombo. 
Os trombos sofrem um processo dinâmico.
Alternativa C: INCORRETA. Apesar de inibir o fator X, de 
7 dias ser um tempo

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