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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS-PECCA Curso: Direito Ambiental Módulo: Direito Florestal Prof. Paulo de Tarso Lara Pires Aluno(a): Fabielle Pillati Bueno DESAFIO Em relação a Lei Complementar 140 de 2011 quais são os principais desafios que serão enfrentados pelos Estados e Municípios na implementação da descentralização em matéria ambiental? O acesso à Justiça na área ambiental é um tema de grande relevância, o qual passou por grandes evoluções ao longo dos últimos anos. Inicialmente, em relação à implementação da descentralização em matéria ambiental no sistema jurídico brasileiro, cumpre ressaltar a disposição constitucional sobre as competências para legislar em matéria ambiental, foi conferida de maneira comum, aos Municípios, Estados e União, conforme determina o art. 23 da Constituição Federal. Todavia, em que pese a existência de disposição constitucional, somente com o advento da Lei Complementar 140/2011 que ocorreu a fixação dos limites e cada ente através de uma repartição mais detalhada da cooperação entre os entes federativos. Ocorre que, mesmo após ter sido promulgada, a referida lei complementar não encerrou parte das controvérsias preexistentes. Dentre estas, o papel dos Municípios na proteção ao meio ambiente ganhou destaque, na medida em que o texto legal reforça sua efetiva participação. O tema de grande relevância, foi o licenciamento ambiental, no qual dispôs-se em um rol determinado a repartição da competência para o licenciamento ambiental de cada ente federativo, inclusive aos municípios, conforme se observa do dispositivo abaixo: “Art. 9º São ações administrativas dos Municípios: http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1030277/lei-complementar-140-11 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS-PECCA XIV - observadas as atribuições dos demais entes federativos previstas nesta Lei Complementar, promover o licenciamento ambiental das atividades ou empreendimentos: a) que causem ou possam causar impacto ambiental de âmbito local, conforme tipologia definida pelos respectivos Conselhos Estaduais de Meio Ambiente, considerados oscritérios de porte, potencial poluidor e natureza da atividade; ou b) localizados em unidades de conservação instituídas pelo Município, exceto em Áreas de Proteção Ambiental (APAs);” Como a questão ambiental é vista como um dos principais exemplos do Estado Federal cooperativo, na medida em que os arts. 23, VI e VII e 24, VI e VII CF/88 atribuem as competências comum para atuar e concorrente para legislar nesse campo. Mediante sua importância, o constituinte considerou que a matéria fosse compartilhada dentre todos os membros da Federação, no intuito de abarcar maior proteção, o que por vezes são responsáveis por conflitos. A estrutura jurídico-ambiental, capitaneada pelo art. 225, caput da CF/88, determina um poder-dever específico ao Poder Público em geral composto pelos membros da Federação na proteção ao meio ambiente. Dotados da menor divisão territorial, os Municípios integram importante engrenagem no processo de composição de interesses nas áreas de competência comuns. Ocorre que, em relação aos municípios tem-se encontrado muitas dificuldades e ainda grande críticas ao sistema adotado. Há a crítica de que as carências financeiras na maioria dos Municípios brasileiros gerariam entraves na formação de equipes técnicas com capacitação necessária, assim como dificuldades na estruturação de um órgão ambiental municipal eficiente. Além das questões financeiras, há uma crítica em relação às pressões políticas exercidas sobre o ente local, que atuam mais diretamente e com maior intensidade, o que poderia contaminar o procedimento licenciatório e prejudicar a eficácia e a proteção ambiental, ainda mais no momento político em que vivemos onde a UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS-PECCA corrupção está em todos os lugares, sendo invocada assim a incapacidade estrutural e de recursos dos Municípios no combate das violações ambientais e a vulnerabilidade destes perante empreendedores corruptos. Quanto à suposta falta de condições, diversas pesquisas apontam políticas públicas ambientais eficientes e, mesmo considerada, não obstaculiza a gestão municipal que deve ser mais bem aparelhada mediante investimentos e cursos de capacitação. Ora, nenhum dos entes da Federação possui infraestrutura e aporte financeiro modelo para afastar a importância das Administrações Públicas locais. Outra crítica à LC 140/2011 é a incapacidade dessa em evitar a sobreposição de atuação entre os entes federativos, de modo a evitar conflito de atribuições. É grande a possibilidade de haver duplicidade ou, até mesmo, triplicidade de intervenções em certas matérias, visto que, não há no sistema da Constituição qualquer hierarquia entre os membros da Federação que são autônomos entre si (art. 18, caput - CF/88). Nessa medida, compreender o real alcance do modelo federalista de cooperação adotado pelo Brasil é imprescindível para interpretar os dispositivos da LC n°. 140/2011. Há uma paridade de competências entre os membros autônomos da Federação (art. 18, caput CF/88), os quais não podem e nem devem se submeter a qualquer grau de subordinação. Independente do membro da Federação, uma interpretação autêntica ao pretendido pelo constituinte perfaz a concepção de que o meio ambiente necessita de efetiva proteção, sendo esta alcançada pela união conjunta de esforços. É inconteste que a LC n°. 140/2011 não é perfeita, mas interpretada à luz da Federação cooperativa, do princípio da subsidiariedade e da estrutura jurídico-política de uma “Constituição Verde” apresenta virtudes. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1030277/lei-complementar-140-11 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA EM CIÊNCIAS AGRÁRIAS-PECCA REFERÊNCIAS: SILVA, Marcio Fernandes Fioravante da. Lei Complementar 140 de 2011. Disponível em: “https://marciofioravante.jusbrasil.com.br/artigos/342945278/lei- complementar-140-de-2011”. Acesso em 30.10.2018. BRITO, Felipe Pires Muniz. Licenciamento Ambiental Municipal e LC nº. 140/2011: Pensar Global, Agir Local. Disponível em: “https://revistadir.ufv.br/index.php/RevistaDireito-UFV/article/download/50/17”. Acesso em 30.10.2018. https://marciofioravante.jusbrasil.com.br/ https://marciofioravante.jusbrasil.com.br/artigos/342945278/lei-complementar-140-de-2011 https://marciofioravante.jusbrasil.com.br/artigos/342945278/lei-complementar-140-de-2011 https://www.google.com/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=4&ved=2ahUKEwj-tuK40rHeAhUGHZAKHScRAMIQFjADegQIAhAC&url=https%3A%2F%2Frevistadir.ufv.br%2Findex.php%2FRevistaDireito-UFV%2Farticle%2Fdownload%2F50%2F17&usg=AOvVaw2yycJvcQ8tRuIAAQQvvjH9
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