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Ilídio João Ngulela
Cadeira: Direito das Florestas e Fauna Bravia
TEMA: DESAFIOS QUE MOÇAMBIQUE TEM NA PROTECÇÃO DAS FLORESTAS E FAUNA BRAVIA
UNIVERSIDADE PÚNGUE
TETE
2021
	
Ilídio João Ngulela
Licenciatura em Direito 3˚ ano
Regime: Pós-Laboral
TEMA: DESAFIOS QUE MOÇAMBIQUE TEM NA PROTECÇÃO DAS FLORESTAS E FAUNA BRAVIA
Docente: Domingos Mbera
UNIVERSIDAE PÚNGUE
TETE
2021
ÍNDICE
ABREVIATURAS	3
1.	INTRODUÇÃO	4
1.1.	Objectivos	5
1.1.1.	Geral:	5
1.1.2.	Específicos:	5
2.	LIMITAÇÕES	6
3.	METODOLOGIA	7
4.	DESAFIOS QUE MOÇAMBIQUE TEM NA PROTECÇÃO DAS FLORESTAS E FAUNA BRAVIA	8
4.1.	Generalidades:	8
4.2.	Conservação de recursos florestais	8
4.3.	Contribuição das Florestas e Fauna Bravia na Economia Nacional	9
4.4.	Emprego no Sector de Florestas e Fauna Bravia	9
4.5.	Destaque de certos Bens e Serviços das Florestas e Fauna Bravia	9
5.	QUESTÃO DA FISCALIZACÃO DAS FLORESTAS E FAUNA EM MOCAMBIQUE	10
5.1.	Intervenientes na fiscalização	10
5.2.	Organização da fiscalização	10
6.	ACTIVIDADES ILEGAIS	11
7.	DESAFIOS QUE O PAÍS TEM NA PROTECÇÃO E FISCALIZAÇÃO DAS FLORESTAS E FAUNA BRAVIA	12
7.1.	Ameaças	12
7.2.	Definir o perfil do operador florestal	13
8.	CONCLUSÃO	15
9.	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	16
10.	Legislação consultada:	16
ABREVIATURAS 
DNFFB - Direcção Nacional de Florestas e Fauna Bravia
MICOA - Ministério para Coordenação da Acção Ambiental
COGEPs - Conselhos Locais de Gestão Participativa de Recursos Florestais e Faunísticos
MITUR - Ministério do Turismo
DNAC - Direcção Nacional das Áreas de Conservação
1. INTRODUÇÃO 
Segundo a DNFFB (1999), em Moçambique as florestas são de uma inestimável importância, pelos bens e serviços que proporcionam a sociedade em geral e as comunidades locais em particular. Basta referir que a qualidade de vida da maioria dos moçambicanos depende, directa ou directamente, dos bens extraídos a floresta. Por exemplo a Politica e Estratégia de Desenvolvimento de Florestas e Fauna Bravia indica que: (i) maioria das habitações, no campo e nas cidades, são construídos de materiais florestais; (ii) 80% da energia doméstica, cerca de 16 milhões de metros cúbicos de madeira, os equivalentes a 706 milhões de dólares americanos, são extraídos anualmente das florestas; (iii) a produtividade da agricultura tradicional, vulgo agricultura itinerante, esta associada a restauração da fertilidade natural dos solos pelas florestas durante o período de poisio; (iv) 80% das necessidades em proteína animal no campo é satisfeita através da pesca em águas interiores e abates de fauna bravia; (v) as florestas fornece uma gama de medicamentos, frutos silvestres e hortícolas nativas importantes para a saúde, dieta e segurança alimentar das comunidades locais, especialmente nos períodos de escassez como durante as cheias e da seca e, por outro lado, (vi) a venda e o mercado de produtos florestais madeireiros e não madeireiros constitui, para muitas famílias pobres moçambicanas, as únicas fontes de receita e renda, no campo e nas cidades. Neste sentido, o sector florestal, devidamente organizado e articulado, pode contribuir substancialmente na mitigação da pobreza e na melhoria das condições de vida dos moçambicanos.
A fiscalização das actividades florestais e faunísticas é da responsabilidade do Estado, e o sentimento geral que existe, é de que esta actividade está sendo realizada de forma deficiente.
1.1. Objectivos
1.1.1. Geral:
· Fazer menção dos desafios que o nosso pais tem face a protecção das florestas e fauna bravia;
1.1.2. Específicos:
· Identificar o contributo das florestas e fauna bravia para a sociedade;
· Descrever os desafios enfrentados na fiscalização das florestas e faunas;
· Causas que levam as comunidades a fazerem o mau uso dos recursos florestais;
2. LIMITAÇÕES
Para realização de um trabalho de investigação assim como um outro qualquer, padece de certas limitações, que por vezes são ultrapassadas ou ficam pendentes. Sendo assim, para o trabalho em causa, houve limitações viradas a obtenção de livros credíveis (que possuam autores), visto que auxilia na elaboração das referências bibliográficas, informações viradas a assuntos do pais, que por vezes aparece codificada por questões de segurança e omissão de informação, visto que o autor não podia limitar se, mas sim, ir a busca de maior quantidade de informação possível, para posterior ter um trabalho satisfatório. 
3. METODOLOGIA 
Como forma de realizar efectivamente o presente trabalho, o autor baseou-se nas pesquisas de algumas fontes bibliográficas, que no fim deste encontram-se citadas e através da informação obtida pelo autor, informação essa relacionada com os desafios que Moçambique tem na protecção de das florestas e fauna bravia. O trabalho decorreu durante o período de 1 semana, tendo sido realizado de forma teórica a partir de leituras em livros encontrados na internet, de modo a aprimorar mais a informação. 
 
4. DESAFIOS QUE MOÇAMBIQUE TEM NA PROTECÇÃO DAS FLORESTAS E FAUNA BRAVIA 
4.1. Generalidades:
A floresta e a Fauna Bravia em Moçambique tem vindo a sofrerem, igualmente, impactos sérios e significativos, devido a uma combinação de factores, entre os quais se destacam o corte ilegal e desregrado de espécies madeireiras, a exploração de carvão vegetal, a agricultura itinerante, as queimadas florestais, a urbanização e as mudanças climáticas, a caca furtiva, briga de espaço entre as populações e os animais (elefantes, etc.).
A floresta assim como a fauna desde sempre constituiu fonte de riqueza tendo em conta a importância socioeconómica e ambiental, particularmente num país como Moçambique, onde a maioria da população vive em áreas rurais e depende da floresta para fins habitacionais, alimentares, culturais, religiosos e medicinais.
Apesar de inúmeros esforços levados a cabo pelo sector florestal, com vista a contornar a exploração desregrada e desenfreada dos recursos florestais, o País continua a perder diariamente o seu património florestal, na sequência da procura de matéria-prima, de combustível lenhoso, das práticas de agricultura itinerante e queimadas descontroladas, para além da crescente urbanização.
4.2. Conservação de recursos florestais
Segundo Merino (2006), “a vida na terra é garantida por processos ecológicos fundamentais que a Natureza dificilmente consegue duplicar, água, oxigénio, simbiose, condições climatéricas apropriadas a uma diversidade devida na terra são processos e elementos quase que únicos neste universo”.
“Existe relação directa entre abundância de recursos naturais e potencial económico baseado no património de um país” MICOA (2004). O desenvolvimento económico de uma nação depende não só do seu capital científico-tecnológico e humano mais é suportado, se potencia na base da riqueza em recursos naturais, seu património natural. No entanto o desenvolvimento é definido como a transformação da biosfera e o uso dos recursos humanos, financeiros, recursos naturais vivos e não vivos para satisfazer as necessidades humanas e melhorar a qualidade de vida.
A sustentabilidade desse desenvolvimento depende de factores ecológicos, sociais e económicos, e ao longo termo também de vantagens e desvantagens que é necessário prever e acautelar. (Cândida, 2010)
Tanto a conservação como o desenvolvimento estão ao serviço do homem, se este usa os recursos naturais da biosfera para satisfazer suas necessidades (desenvolvimento), a conservação quer garantir que a satisfação dessas necessidades seja efectuada de forma sustentável (EPAMIG, 1995).
4.3. Contribuição das Florestas e Fauna Bravia na Economia Nacional
O inventário florestal nacional estimou as áreas cobertas por florestas e outras formações lenhosas em cerca de 62 milhões de hectares dos quais 25% são considerados como sendo de alta produtividade (abundância de espécies madeireiras com alto valor comercial). Recursos naturais tais como os florestais, faunísticos, marinhos e costeiros têm contribuído significativamente para o Produto Interno Bruto (PIB) e para a economia de várias famíliasrurais.
4.4. Emprego no Sector de Florestas e Fauna Bravia
No nosso país, a agricultura é o sector que emprega cerca de 15% do número total de funcionários existentes (sem contar o sector familiar). Daí que, os recursos naturais como a terra, água, floresta e fauna bravia, são vistos como sendo o centro do desenvolvimento rural. Pois, constituem as fontes de rendimento da maioria da população.
Todavia, a exploração madeireira é tida como um motor de desenvolvimento das indústrias nas áreas rurais pela capacidade que esta actividade tem de criar bases económicas e estruturais para as indústrias de pequena escala e oportunidades de emprego.
Para além do emprego formal na indústria florestal e faunística, uma grande percentagem da população está envolvida no fabrico e comercialização de carvão, estacas, extracção e venda de plantas medicinais, garantindo assim, o sustento das suas famílias.
4.5. Destaque de certos Bens e Serviços das Florestas e Fauna Bravia
As florestas e fauna bravia contribuem de diversas formas no alívio à pobreza, segurança alimentar e nutrição. Entre os vários usos e serviços das florestas e fauna destacam-se os seguintes:
· Energia (lenha e carvão);
· Materiais de construção;
· Alimentos (frutos, folhas, raízes, animais);
· Produtos medicinais (plantas e animais);
· Serviços ambientais.
5. QUESTÃO DA FISCALIZACÃO DAS FLORESTAS E FAUNA EM MOCAMBIQUE
Neste capítulo pretende-se dar uma visão geral resumida da fiscalização no país, especialmente no que se refere aos intervenientes na fiscalização, organização, os meios humanos e materiais disponíveis nos SPFFB (Serviços Provinciais de Florestas e Fauna Bravia) para o desenvolvimento desta actividade e a coordenação interinstitucional.
5.1. Intervenientes na fiscalização
A Lei de Florestas e Fauna Bravia define que a fiscalização é exercida pelos fiscais de florestas e fauna bravia, fiscais ajuramentados e pelos agentes comunitários. De acordo com o Regulamento de Florestas e Fauna Bravia, intervêm no processo da fiscalização, os seguintes agentes:
· Fiscais de florestas e fauna bravia;
· Fiscais ajuramentados;
· Agentes Comunitários;
· Funcionários de florestas e fauna bravia;
· Funcionários do Turismo;
· COGEPs;
· Agentes da Polícia de Protecção de Moçambique PRM;
· Forças de Defesa e segurança;
Infelizmente, o desempenho, o papel e os mecanismos de participação, coordenação e colaboração entre os diferentes intervenientes na fiscalização não estão ainda definidos, o que praticamente anula ou limita a participação destes nesta actividade.
5.2. Organização da fiscalização
A fiscalização dos recursos florestais e faunísticos é da responsabilidade da DNFFB e a implementação no terreno é feita pelos SPFFB. A fiscalização dos parques, reservas nacionais, áreas comunitárias de desenvolvimento do ecoturismo, e das coutadas oficiais é garantida pelos fiscais do MITUR e agentes comunitários afectos a estes locais. Ao nível central, a DNAC é o órgão que responde pela fiscalização destas áreas protegidas.
A fiscalização é feita fundamentalmente pelos fiscais de florestas e fauna bravia do Estado, através dos postos fixos, que teoricamente funcionam dia e noite, e são localizados ao longo das principais estradas nacionais, nos limites entre províncias e nas entradas dos principais centros urbanos.
6. ACTIVIDADES ILEGAIS
Actividades ilegais ocorrem praticamente um pouco por todas as províncias e envolvem empresas e operadores florestais, comunidades locais, funcionários públicos e público em geral. O tipo de ilegalidade praticada varia em função do tipo de infractor envolvido, local de ocorrência da infracção, meios utilizados, a magnitude do dano provocado ao recurso e do destino dos produtos da infracção.
O Regulamento da Lei de Florestas e Fauna Bravia, Decreto 12/2002 de 6 de Junho, enumera no Anexo III as infracções mais comuns e estabelece as multas, bem como as condições agravantes e atenuantes no sancionamento dos transgressores. As infracções incluem:
No âmbito das florestas:
· Exploração florestal no período de defeso ou especial;
· Exploração florestal em locais proibidos;
· Exploração florestal sem licença.
· Exploração florestal em desacordo com as condições legalmente estabelecidas;
· Exploração florestal de espécies protegidas;
· Abandono de recursos florestais fora das excepções legais;
· Comercialização, importação e exportação de produtos florestais sem a devida autorização;
· Transporte de produtos florestais sem a respectiva guia de trânsito ou certificação florestal;
No âmbito da fauna bravia:
· Caça no período de defeso geral ou especial;
· Caça à noite, aos domingos e feriados;
· Caça em locais proibidos;
· Caça com uso de meios e instrumentos proibidos;
· Caça com uso de explosivos ou substâncias venenosas;
· Caça sem licença;
· Caça de espécies protegidas;
· Pratica de qualquer outro acto
· Abandono de animal ferido ou abatido, fora das excepções legais;
7. DESAFIOS QUE O PAÍS TEM NA PROTECÇÃO E FISCALIZAÇÃO DAS FLORESTAS E FAUNA BRAVIA 
Apesar da contribuição actual e potencial do sector de florestas e fauna bravia ser muito grande tanto para a economia nacional e local, a falta de contabilização formal dos produtos e serviços ofusca o verdadeiro valor deste sector. Assim, há desafios a considerar de modo a dar uma melhor integração e priorização das actividades do sector nos planos de desenvolvimento rural:
· Apoiar a participação comunitária no maneio dos recursos florestais e faunísticos para a geração de rendimentos e benefícios comunitários, incluindo o desenvolvimento de mercados para os produtos florestais.
· Incluir e priorizar as actividades de conservação e utilização sustentável de recursos florestais e faunísticos no mecanismo de planificação do desenvolvimento distrital.
· Reconhecer as potencialidades e as limitações dos ecossistemas de modo a evitar o desmatamento e a perda das capacidades produtiva destes.
· Promover o regime de exploração florestal por concessão, com vista a criar emprego nas zonas rurais e criar benefícios para as comunidades locais.
· Abordagem integrada de políticas e uso da terra que permitem encontrar um balanço entre alimentação, produção de bioenergia e conservação dos recursos florestais e faunísticos.
· Planeamento territorial participativo e avaliação do actual sistema de posse e acesso aos recursos (terra e florestas).
· Educação e sensibilização sobre o valor e importância dos recursos florestais e faunísticos na economia nacional, no combate à pobreza rural e na segurança alimentar e nutrição.
· Avaliar as possibilidades de domesticação de plantas silvestres e animais bravios de importância económica.
7.1. Ameaças
As principais dificuldades, desafios e ameaças que o sector enfrentará para melhorar estabelecer um sistema de fiscalização moderno e eficiente são as seguintes:
· Pobreza e aumento das populações cuja sobrevivência depende quase que exclusivamente da exploração dos recursos florestais e faunísticos
· Desemprego e falta de oportunidades para a geração de rendimentos alternativos à exploração desregrada dos recursos florestais e faunísticos;
· Baixa consciência da sociedade sobre a importância social, económica e ambiental dos recursos florestais e faunísticos, bem como o imperativo nacional da necessidade de conservação, maneio e uso sustentável destes recursos;
· Lobbys de grupos organizados para alterar, adiar ou limitar a implementação da Lei e do Regulamento de Florestas e Fauna Bravia;
· O HIV/SIDA por concorrer para a diminuição da força de trabalho capacitada para a fiscalização e por desestabilizar a estrutura socioeconómica da família rural, aumentando a sua dependência por produtos florestais e faunísticos.
7.2. Definir o perfil do operador florestal
Olhando para o sector privado, verificamos uma diversidade de interesses, caracterizada pela existência de alguns que pretendem efectivamente fazer um trabalho sério de investimento no maneio florestal e de outros que querem tão-somente retirar o lucro imediato para aplicar em outros domínios e poucoou nada na floresta, isto é, a exploração florestal é vista enquanto fonte imediata e pontual de satisfação de necessidades ou, então, perspectivada como trampolim para outros voos.
Sabemos da existência de algumas pessoas que fizeram fortunas através dessa actividade, mas que nada deixaram na floresta, para além, claro, de um conjunto incalculável de danos ambientais que eles causaram.
Neste sentido, o trabalho dos operadores responsáveis (cumpridores da Lei) acaba ficando comprometido por todo um mar de ilegalidades praticados por meia dúzia de autênticos piratas florestais, que, sem nenhum tipo de escrúpulos, invadem as áreas dos demais licenciados ou concessionários, recorrem ao suborno como regra (comprando toda uma cadeia de funcionários do Estado), fogem sistematicamente ao fisco, não pagam as taxas devidas de exploração florestal e praticam uma exploração florestal contra o disposto na legislação de florestas e fauna bravia (não se respeitam as espécies protegidas, as áreas protegidas, o diâmetro e altura das espécies, bem como os ecossistemas).
Note-se que, para o operador sério, que queira efectivamente investir na área florestal, há todo um compromisso na gestão sustentável das florestas, como condição do sucesso e continuidade da sua actividade. O operador aplica uma parte das receitas obtidas da exploração florestal na própria floresta, a título de investimento, de modo a restaurar ecologicamente as áreas exploradas e degradadas ao longo do tempo, valorizando os ecossistemas, perpetuando as florestas, salvaguardando a biodiversidade.
8. CONCLUSÃO 
Os recursos florestais e faunísticos têm sido considerados como um capital disponível que, com baixos níveis de investimento, poderão gerar divisas através da exportação. Contudo, a contribuição do subsector florestal e faunístico na economia de subsistência é muito maior que o seu papel na economia formal. (citado no boletim da republica, referente a politica e estratégia de desenvolvimento de florestas e fauna bravia).
Com isto leva-nos a perceber que, a protecção das florestas e fauna bravia ainda continua sendo um dilema para Moçambique, devido a vários factores que durante o trabalho foram mencionados, que de um certo modo afectam aquele que é o uso sustentável dos recursos, comprometendo assim as gerações futuras, a economia nacional, a questão do desemprego assim como a atracção turística.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
· JUSTIÇA AMBIENTAL. (2007) Relatório Preliminar sobre a Problemática das Florestas em Cabo Delgado, Maputo.
· MINISTÉRIO DE AGRICULTURA, Relatório Anual da Direcção de Florestas e Fauna Bravia - 2007, Maputo, 2008.
· República de Moçambique. (2007). Balanço do Plano Económico e Social 2006. Maputo.
· SERRA, Carlos/ CHICUE, Jorge. (2005) Lei Comentada de Florestas e Fauna Bravia, Centro de Formação Jurídica e Judiciária, Maputo.
· DNFFB (2002) Lei de Florestas e Fauna Bravia. MINAG, DNFFB, Maputo.
· Chicué, J. (2003). Mecanismos de articulação entre os intervenientes no processo de fiscalização dos recursos florestais e faunísticos. MINAG, DFID, IIED. Maputo.
10. Legislação consultada:
· Lei n.º 10/99 de 7 de Junho (Lei de Florestas e Fauna Bravia);
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