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CONTRATO DE COMISSÃO MERCANTIL

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INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR DE OLINDA - IESO
BACHARELADO EM DIREITO
CONTRATOS CIVIS E MERCANTIS II
PROF. ME. ARTHUR MAGALHÃES
FICHA Nº 05
CONTRATO DE COMISSÃO MERCANTIL 
1. NOÇÕES GERAIS
(Definição) 
Previsto nos Arts. 693 a 709 do Código Civil, trata-se do pacto pelo qual um dos contratantes 
(comissário) adquire ou vende bens em nome próprio, mas em proveito de terceiro 
(comitente). Por tal operação deverá o comitente remunerar o comissário, o que se dá, 
normalmente, mediante a aplicação de um percentual sobre o valor do negócio. Tal 
pagamento é chamado de comissão. 
É dizer: “Art. 693 - O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda de bens 
pelo comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente” (BRASIL, 2002, Lei 10.406).
(Agentes)
 Comitente 
Beneficiário que obtém proveito econômico com a atuação do comissário e que se obriga a 
remunerá-lo em comissão. 
 Comissário
Contratante que adquire ou vende bens em nome próprio, mas em proveito do comitente, 
recebendo para tanto, comissão sobre o valor do negócio. 
(Historicidade)
O termo comissão deriva do latim COMMITTERE, que admitia vários significados: unir, 
confiar, entregar algo a alguém. No sentido do contrato em exame, significa cometer, 
encomendar, atribuir uma tarefa a alguém. Tem aqui a acepção de encargo ou incumbência. 
Trata-se de pacto que adquiriu amplo prestígio na Idade Média, apresentando vantagens 
significativas em relação ao clássico Contrato de Mandato. Por certo, ao contrário do que 
ocorria no Mandato, o comissário não precisava apresentar qualquer tipo de documento 
que o habilitasse perante as pessoas com quem contratava.
 
Não havia risco quanto ao excesso de poderes, mantinha-se segredo quanto aos negócios 
desenvolvidos pelo comitente; possibilitava a utilização do crédito com que contava o 
comissário para as operações contratadas; a remessa e guarda de mercadorias em praças 
distantes era facilitada. 
(Comissão x Mandato)
Em que pese a semelhança entre os contratos, a principal diferença entre um pacto e outro 
é que na comissão, o comissário age em nome próprio e em determinadas circunstâncias 
assume pessoalmente os riscos do negócio (cláusula del credere), enquanto no mandato o 
mandatário age em nome e por conta do mandante. 
Em outras palavras, entre o mandato e a comissão mercantil existem as seguintes 
diferenças: 
 Mandato Mercantil
No mandato, o mandatário age sempre em nome do mandante, e, portanto, este é 
conhecido.
O mandato civil é por sua natureza um contrato gratuito. 
 Comissão Mercantil
Na comissão mercantil, o comissário age sempre em seu próprio nome. O comitente é 
desconhecido.
A comissão sempre se dá a título oneroso. 
2. CLASSIFICAÇÃO 
Trata-se de contrato:
 Bilateral – Uma vez que cria obrigação para ambas as partes 
 Consensual – Perfaz-se pelo simples consentimento das partes
 Oneroso – Ao comissário é devida remuneração pelos serviços prestados. 
3. CARACTERÍSTICAS FUNDAMENTAIS 
A principal característica do pacto de comissão é o fato de o comissário, muito embora 
venha a transacionar em proveito e sob as instruções do comitente, contratar em nome 
próprio, obrigando-se pessoalmente. 
Nada impede que o comissário revele o nome do comitente. Tal declaração por si só não 
desnatura o contrato de comissão. 
Por certo, o comitente não conta com legitimação ativa nem passiva por conta dos negócios 
realizados pelo comissário, é dizer, o titular de possível ação judicial perante a pessoa com 
quem o comissário contratou, no interesse do comitente é o próprio comissário, 
impossibilitada a participação do comitente no polo ativo ou passivo da relação processual. 
“Art. 694. O comissário fica diretamente obrigado para com as pessoas com quem 
contratar, sem que estas tenham ação contra o comitente, nem este contra elas, salvo se o 
comissário ceder seus direitos a qualquer das partes” (BRASIL, 2002, Lei nº 10.406).
Tal contrato é considerado como contrato INTUITU PERSONAE, uma vez que funda-se na 
confiança que o comitente tem no comissário de que ele irá atender aos seus interesses 
obtendo o proveito esperado dos negócios por este realizados. 
Convém observar que o comissário age em seus próprio nome, mas em conformidade com 
as instruções dadas pelo comitente, que, na medida em que assume integralmente os riscos 
do negócio, poderá a qualquer tempo alterar referidas instruções, modificando as 
características das mercadorias transacionadas, seus preços, formas e condições de 
pagamento. 
4. OBRIGAÇÕES DO COMISSÁRIO
Vale colacionar o texto legal:
Art. 695. O comissário é obrigado a agir de conformidade com as 
ordens e instruções do comitente, devendo, na falta destas, não 
podendo pedi-las a tempo, proceder segundo os usos em casos 
semelhantes.
Parágrafo único. Ter-se-ão por justificados os atos do comissário, se 
deles houver resultado vantagem para o comitente, e ainda no caso 
em que, não admitindo demora a realização do negócio, o 
comissário agiu de acordo com os usos.
Art. 696. No desempenho das suas incumbências o comissário é 
obrigado a agir com cuidado e diligência, não só para evitar 
qualquer prejuízo ao comitente, mas ainda para lhe proporcionar o 
lucro que razoavelmente se podia esperar do negócio.
Parágrafo único. Responderá o comissário, salvo motivo de força 
maior, por qualquer prejuízo que, por ação ou omissão, ocasionar 
ao comitente.
Importante considerar que não havendo no contrato estipulação diversa, presume-se que o 
comissário está autorizado a conceder prazo dilatado para o pagamento das prestação 
contratadas com o terceiro, diante de quem representa os interesses do comitente. 
Tal prazo deverá ser aquele usualmente utilizado no local da realização do negócio (vide 
Art.699 – CC/02).
No mais, sempre que o comissário conceder prazo para pagamento, deverá informar ao 
comitente qual o prazo e seu beneficiário; caso contrário, responderá pelas consequências 
da dilação. 
Art. 700. Se houver instruções do comitente proibindo prorrogação 
de prazos para pagamento, ou se esta não for conforme os usos 
locais, poderá o comitente exigir que o comissário pague 
incontinenti ou responda pelas conseqüências da dilação concedida, 
procedendo-se de igual modo se o comissário não der ciência ao 
comitente dos prazos concedidos e de quem é seu beneficiário 
(BRASIL, 2002, Lei . 10.406). 
Por certo, o comissário é responsável pela gestão do patrimônio de outrem (do comitente). 
O comitente portanto, deposita em suas mãos os bens que está incumbido de negociar 
devendo, por força disso, empregar todos os esforços para guardar adequadamente tais 
bens, como se fossem seus. 
Importante destacar que o comissário obriga-se pessoalmente com quem contrata, não 
respondendo, no entanto, pela solvência daqueles com quem contrata, salvo se agir com 
desídia quanto à outorga de crédito, ou seja, se ao tempo da realização do negócio era 
possível prever a insolvência daquele com quem contratou, salvo a hipótese de cláusula del 
credere. 
“Art. 697. O comissário não responde pela insolvência das pessoas com quem tratar, 
exceto em caso de culpa e no do artigo seguinte” (BRASIL, 2002, Lei . 10.406). 
5. OBRIGAÇÕES DO COMITENTE 
A principal obrigação do comitente é efetuar o pagamento das comissões devidas ao 
comissário, e, se no contrato nada constar em relação a tal pagamento, caberá ao comissário 
comissão em patamar usualmente utilizado no lugar em que o negócio é realizado. 
Referido pagamento deverá ser à vista, salvo se houver acordo em sentido contrário. 
Se, na hipótese de falecimento do comissário, ou ocorrendo motivo de força maior, o 
negócio não puder ser concluído, ainda assim caberá remuneração pelos serviços prestados 
pelo comissário, só que não em sua integralidade, mas sim em patamar proporcional aos 
trabalhos realizados. 
A remuneração será devida, inclusive, quando houver rescisão do contrato por justa causa 
imputável ao comissário. Nessa situação, no entanto, poderá o comitentepleitear 
indenização por prejuízos causados. 
Para o recebimento de seus haveres perante o comitente, conta o comissário, até mesmo, 
com o direito de reter bens e valores pertencentes àquele e que se encontrem em seu poder 
em função da comissão.
Caberá ao comitente, ainda, suprir o comissário com recursos necessários para a realização 
da função contratada, tendo este direito de ser ressarcido das despesas que porventura 
tenha adiantado para o bom desempenha de suas funções. 
6. COMISSÃO DEL CREDERE 
Como se sabe, o comissário desempenha suas funções em nome próprio, só que no 
interesse do comitente, que é quem assume todo o risco do negócio por aquele realizado, 
motivo pelo qual não é o comissário que deverá responder pela eventual insolvência das 
pessoas com quem contratar, exceto nos casos em que agir com culpa.
A exceção a tal regra é conhecida como Cláusula del credere, segundo a qual deverá o 
comissário responder solidariamente com as pessoas com quem houver contratado, 
hipótese em que terá o comissário direito a uma remuneração mais elevada para compensar 
o ônus assumido. 
7. EXTINÇÃO DO CONTRATO DE COMISSÃO
Se o contrato de comissão for por prazo determinado, findo o prazo contratual, o pacto se 
resolve, sem necessidade de aviso prévio e sem que seja devida qualquer indenização para 
nenhum dos contratantes. 
No entanto, no caso de contrato por prazo indeterminado, ou na hipótese de contrato por 
prazo determinado, cuja rescisão se dá antes da data determinada para a sua terminação, 
caberá àquele que se sentir prejudicado com a rescisão, seja ele o comissário ou o 
comitente, pleitear perdas e danos. 
“Art. 705. Se o comissário for despedido sem justa causa, terá direito a ser remunerado 
pelos trabalhos prestados, bem como a ser ressarcido pelas perdas e danos resultantes de 
sua dispensa” (BRASIL, 2002, Lei. 10.406). 
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