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1 BIOCONCRETO BARROS, Leonardo1; NASCIMENTO, Edievan2; Orientador: Prof. (Roberto Antonio de Lima) – Universidade São Francisco) barrosleonardo00@gmail.com edievannlima@gmail.com RESUMO. O presente trabalho apresenta uma revisão bibliográfica referente ao meio alternativo e sustentável dos materiais que podemos utilizar no meio construtivo, e também em soluções preventivas para garantir a durabilidade das estruturas. Atualmente existe uma preocupação muito grande com a degradação que vem ocorrendo no meio ambiente, e torna- se comum a procura de soluções sustentáveis. O cimento é o material mais utilizado na construção civil. Toda estrutura edificada é classificada como solida e durável, porem sabemos que necessita-se adotar medidas preventivas para que se garanta sua estabilidade e vida util. Devido aos esforços solicitantes que uma estrutura deve suportar, o concreto armado é a forma ideal de trabalho, onde o concreto é resistente ao esforço de compressão, e a armadura de aço resistente ao esforço de tração. Os incidentes devido a ação do tempo, podem causar manifestações patológicas como por exemplo, fissuras, permitindo a entrada de água na estrutura e danificando a armadura, podendo ruir a edificação. Baseando-se nos dados obtidos em pesquisas, através dos artigos, procurou-se evidenciar quais as patologias mais influentes para a deterioração da estrutura, e quais os elementos mais vulneráveis. O material adotado foi o bioconcreto, custa no mercado cerca 40 por cento a mais que o concreto convencional, surgiu através das pesquisas e experimentos do microbiologista Henk Jonkers na Universidade Técnica de Delft na Holanda, onde o concreto tradicional acrescido de bactérias Bacillus Pseudofirmus e lactato de cálcio como seu alimento, aplicado a estruturas apresentando fissuras com dimensões menores ou iguais a 0,8 milímetros, se auto regenerasse; tornando assim o concreto vivo, chamado de bioconcreto. Palavras-chave: Bioconcreto, bactérias, patológico, resistente, cimento. ABSTRACT. The present work presents a bibliographical review regarding the alternative and sustainable environment of the materials that we can use in the constructive way, and also in preventive solutions to guarantee the durability of the structures. Currently there is a great deal of concern about the degradation that has been occurring in the environment, and it is becoming common to find sustainable solutions. Cement is the most used material in civil construction. Every built structure is classified as solid and durable, but we know that it is necessary to take preventive measures to guarantee its stability and useful life. Due to the demanding efforts a structure must endure, reinforced concrete is the ideal form of work, where concrete is resistant to compression stress, and tensile strength steel armor. The incidents due to the action of time, can cause pathological manifestations as for example, fissures, allowing the entrance of water in the structure and damaging the armor, being able to collapse the edification. Based on the data obtained in research, through the articles, we sought to highlight which pathologies are most influential for the deterioration of the structure, and which are the most vulnerable elements. The material used was bioconcrete, which is about 40 percent more expensive than conventional concrete. It came from the mailto:edievannlima@gmail.com 2 research and experiments of the microbiologist Henk Jonkers at the Technical University of Delft in the Netherlands, where the traditional concrete plus bacteria Bacillus Pseudofirmus and lactate of calcium as its food, applied to structures presenting cracks with dimensions smaller or equal to 0.8 millimeters, self-regenerating; thus making concrete the living, called bioconcrete. Keywords: Bioconcrete, bacteria, pathological, resistant, cement. INTRODUÇÃO Devido aos meios tecnológicos, a cada dia existe a necessidade de nos adequarmos ao mercado de trabalho, os métodos construtivos na engenharia civil, vem acompanhando essas novas tecnologias. Sabe-se que os recursos naturais são limitados, e que exige necessidade de cada vez mais utilizarmos saídas evasivas para chegar-se o mais próximo da perfeição ao utilizarmos os materiais. O cimento é o material mais utilizado na construção civil, revolucionou a engenharia civil e a maneira como as cidades se estruturam, está presente em quase todo tipo de construção, desde a mais simples até a mais complexa. O cimento é um pó fino com propriedades aglomerantes, aglutinantes ou ligantes, que endurece quando entra em contato com água. Depois de endurecido, mesmo que seja submetido a ação da água, esse material não se decompõe. As principais matérias-primas são, o calcário, a argila, e pequenas quantidades de óxidos de ferro e alumínio, utilizados para a produção do clínquer; material básico para a fabricação do cimento, o gesso (gipsita) e outras adições como pozolana ou escória de fornos. Normalmente, quando se fala em cimento logo pensamos no concreto. Esses elementos são indispensáveis na construção civil. O cimento pode ser utilizado para diversos fins, como na composição de argamassa, reboco de parede, na fabricação de concreto, etc. O concreto é muito empregado na construção civil, que utiliza o cimento como um dos seus principais componentes, que dá a propriedade do material, rigidez necessária. Além do cimento, outros materiais estão presentes na composição do concreto como, água, agregados graúdos, agregados miúdos e aditivos. Segundo NBR 6118 (2003 p.16), “A agressividade do meio ambiente está relacionada às ações físicas e químicas que atuam sobre as estruturas de concreto, independentemente das ações mecânicas, das variações volumétricas de origem térmica, da retração hidráulica e outras previstas no dimensionamento das estruturas de concreto”. De acordo com Henk (2007 p.1), “As rachaduras no concreto ocorrem devido a vários mecanismos, como encolhimento, reações de congelamento-descongelamento e forças mecânicas de compressão e tração”. Portanto se faz necessário atenção as reações que podem causar fissuras no concreto como por exemplo: Ação do fogo nas estruturas; Cargas atuantes excessivas; Corrosão das armaduras internas do concreto armado; Concentrações de esforços devido a falhas de execução; Expansão do concreto devido a reatividade dos componentes; Recalques diferenciais de fundações; 3 Variações de temperatura. O bioconcreto é uma tecnologia desenvolvida na Universidade Técnica de Delft na Holanda, pelo microbiologista Henk Jonkers, onde o concreto tradicional ganha vida e se auto repara. “Nosso concreto vai revolucionar a maneira como construímos, pois nos inspiramos na natureza”. (JONKERS, 2015)”. Uma cicatrização contínua de fissuras particularmente superficiais resulta em uma menor permeabilidade do material e um risco significativamente reduzido de degradação prematura da matriz e corrosão do reforço de aço embutido devido à entrada de água e produtos químicos agressivos (JONKERS, 2007). A criação desse material deve-se a necessidade que Jonkers observou no processo de deterioração das estruturas na construção civil. O bioconcreto aplicado na estrutura, viabiliza de forma segura, sustentável e econômica o processo de auto reparação da estrutura danificada. A forma que Jonkers resolveu pesquisar para desenvolver essa técnica, não foi nada ligado ao aço, material já utilizado para aumentar a resistência mecânica ao esforço de tração, e sim ao corpo humano, algo improvável como fonte de inspiração; Jonkers observou o processo de cicatrização dos ossos fraturados do corpo humano, onde os osteoblastos (célula que forma o tecido ósseo), regenera a fratura. A introdução de bactérias produtoras de calcário que HenkJonkers desenvolveu para fechar as fissuras no concreto, evidencia a necessidade de nos adequar aos meios tecnológicos. As bactérias selecionadas juntamente com o nitrogênio, fosforo e um nutriente a base de cálcio conhecido como lactato de cálcio, são acrescentados ao concreto e essas bactérias podem ficar adormecidas no concreto por até dois séculos. Existem vários tipos de bactérias que podem ser utilizadas na contaminação do concreto, porém a bactéria adotada por Jonkers foi a Bacillus pseudofirmus, é encontrada em lagos altamente alcalinos e também pode ser encontrada em regiões vulcânicas. “Os esporos bacterianos são células especializadas que podem suportar estresses mecânicos e químicos extremos e os esporos deste gênero específico são conhecidos por permanecerem viáveis por até 200 anos”. (SCHLEGEL, 1993). Portanto, resistência as mudanças sejam elas climáticas ou mecânicas, são de grande importância ao selecionar uma bacteria reparadora. Referente ao processo de reparação, a bacteria ao entrar em contato com a água, sai do seu estado vegetativo e alimentando-se do lactato de cálcio, produz calcário em seu processo digestivo, “Não há limite para a extensão da rachadura que o nosso material pode reparar, pode ser de centímetros a quilômetros”. (JONKERS, 2015). Esse procedimento, acontece em estruturas onde às fissuras não ultrapassem 0,8 milímetros de vão, porém em sua extensão não tem limite. O trabalho de graduação executado, foi baseado através da experiência de Jonkers, porém adotamos uma bactéria chamada Bacillus Subtilis, e utilizamos como seu alimento lactato de cálcio como na experiência anterior. Através dos estudos e das experiências realizadas, as fissuras que a estrutura apresentava, deixaram de existir com o processo de auto cicatrização do concreto contaminado com a bacteria. A água é o fator essencial para a bacteria sair do seu estado vegetativo e através da sua alimentação e do seu processo digestivo torna-se possível evidenciar carbonato de cálcio (CaCO³) como material para fechar as fissuras da estrutura danificada. 4 METODOLOGIA Esse estudo possui vários elementos que o caracteriza pesquisa exploratória-descritiva, com o objetivo de evidenciar e solucionar problemas relacionados as estruturas do concreto armado. O desenvolvimento foi dado devido diversos levantamentos, consultas e análises em artigos disponíveis na área de exploração. Devido aos aspectos selecionados acima, evidenciou os testes nos laboratórios de microbiologia e de engenharia civil com auxílio dos laboratoristas, simulando situações reais. O primeiro passo foi selecionar uma bacteria entre várias possibilidades já estudadas. Dentre as possibilidades abaixo, foi escolhido um bacillus devido alguns aspectos. Tipos de bactérias usadas no concreto Bacillus Coli Bacillus Cohnii Bacillus Pasteurii Bacillus Pseudofirmus Bacillus Subtilis O Bacillus Subtilis, e também é conhecido como Bacillus da grama e Bacillus do feno, foi selecionado devido a facilidade de encontrarmos em nosso país como mostra a figura 1, não são patogênicos e podem ser encontrados no solo e na água, é uma bacteria que produz carbonato de cálcio, um material com resistência adequada para selar as fissuras das estruturas de concreto armado. O Bacillus Subtilis é gram-positiva, (método utilizado para dar coloração ao corpo e analisar sua estrutura como mostra a figura 2), são resistentes a condições ambientais atípicas e estão presentes em alimentos estragados como arroz, bolo, pão entre outros. Figura 1 – foto do Bacillus Subtilis, Bragança Paulista, São Paulo (Fonte: próprio autor). Figura 2 – foto do Bacillus Subtilis, (método gram positiva), Bragança Paulista, São Paulo (Fonte: próprio autor). 5 A matriz da bacteria nos foi fornecida pela técnica responsável do laboratório de microbiologia da Universidade São Francisco (campus Bragança Paulista), onde o meio de cultura constituiu de 10,5g de caldo de nutriente chamado Tryptone Soya Broth (T.S.B.), dissolvidos em 350 ml de água destilada, em um balão de Erlenmeyer de 1 litro. A solução foi levada para ser aquecida em um micro-ondas por cerca de 2:30 minutos, onde foi esterilizada como mostra a figura 3. Logo em seguida o balão de Erlenmeyer é vedado com um plugue, envolvido com papel e amarrado com elástico e o encaminhamos para autoclave como mostra na figura 4 e 5. Figura 3 – foto do meio de cultura bacteria no microondas para aquecimento, Bragança Paulista, São Paulo (Fonte: próprio autor). Figura 5 – foto da autoclave, Bragança Paulista, São Paulo (Fonte: próprio autor). Figura 4 – foto do meio de cultura, Bragança Paulista, São Paulo (Fonte: próprio autor). 6 Nesse processo a autoclave elevou sua temperatura a 121° centigrados e em 15 minutos a solução de nutriente ficou pronta, desligou-se a autoclave e aguardou-se a solução diminuir para temperatura ambiente. Após o resfriamento da solução observou-se o liquido de cor amarelada como mostra na figura 6. O balão é aberto em seguida e acrescentou-se 1 ml do Bacillus Subtilis na solução de nutriente, logo após utilizou-se o agitador para que a mistura ficasse homogênea. Após a mistura, à solução de nutriente e a bacteria, foram armazenadas na estufa com temperatura de 37° centigrados por 24 horas como mostra a figura 7. Figura 6 – foto do meio de cultura ao sair da autoclave, Bragança Paulista, São Paulo (Fonte: próprio autor). Figura 7 – foto da estufa, Bragança Paulista, São Paulo (Fonte: próprio autor). 7 Após o prazo de 24 horas o meio de cultura e a bacteria deixados na estufa, houve o aumento da quantidade de bactérias Subtilis e o aspecto da solução apresentava uma cor amarelada e esbranquiçada como mostra a figura 8. Segundo N.B.R. 6118 (2003, p.19), “Nas faces inferiores de lajes e vigas de reservatórios, estações de tratamento de agua e esgoto, condutos de esgoto, canaletas de efluentes e outras obras em ambientes química e intensamente agressivos, a armadura deve ter cobrimento nominal ≥ 45 mm”. Portanto se faz necessário atenção ao ambiente onde serão aplicadas as estruturas e a classe de agressividade que irá sofrer, como mostra a tabela 1. Tabela 1 – Relação: Tipo de estrutura; Elemento; Classe de agressividade Tipo de estrutura Componente ou elemento Classe de agressividade ambiental I II III IV Cobrimento nominal mm Concreto armado Laje 20 25 35 45 Viga/Pilar 25 30 40 50 Concreto protendido Todos 30 35 45 55 Foi utilizado para confecção do corpo de prova prismático, com dimensões de 15x15x75 cm, uma forma de metal e um desmoldante, fornecido pela Universidade São Francisco, armadura de aço representado na figura 9 e 10, para o corpo de prova obter uma resistência maior ao esforço solicitante de tração, assim caracterizando situações reais aos nossos testes. Figura 8 – foto do meio de cultura e da bacteria, Bragança Paulista, São Paulo (Fonte: próprio autor). 8 Os materiais utilizados foram, cimento, areia, brita 0, brita 1, misto e agua, onde 3 por cento do volume da agua foi substituído pelo composto químico a base de bacteria Bacillus Subtilis e lactato de cálcio, como mostra a tabela 2 e nas figuras 11 e 12. Tabela 2 – Composição dos materiaisdo concreto com resistência a compressão de 25 MPa Volume (m³) Consumo por Kg Total em Kg Cimento 0,017 238 4,046 Areia 0,017 526 8,942 Mista 0,017 351 5,967 Brita 0 0,017 285 4,845 Brita 1 0,017 665 11,254 Agua 0,017 167 2,839 Total 2232 37,89 Figura 9 – foto da forma de metal e da armadura de aço, Bragança Paulista, São Paulo (Fonte: próprio autor). Figura 10 – foto do desmoldante, Bragança Paulista, São Paulo (Fonte: próprio autor). 9 Todos os materiais foram misturados com auxílio de uma betoneira, fornecida pela Universidade São Francisco até que se tornasse uma mistura homogenia, como mostra a imagem 13, denominado todo composto como bioconcreto. Para a confecção do corpo de prova cilíndrico foi utilizado uma forma de metal cilíndrica com dimensões de 10 cm de diâmetro e 20 cm de altura e um desmoldante fornecidos pela Universidade São Francisco como mostra a figura 10 e 14. Os materiais utilizados foram, cimento, areia, argila expandida, agua e o seu volume representado em Figura 11 – foto dos agregados graúdos e miúdos, Bragança Paulista, São Paulo (Fonte: próprio autor). Figura 12 – foto da agua com a solução bacteriana, Bragança Paulista, São Paulo (Fonte: próprio autor). Figura 13 – foto da mistura na betoneira, Bragança Paulista, São Paulo (Fonte: próprio autor). 10 quilograma como mostra a tabela 3. No experimento foi substituído 3 por cento do peso do volume da agua pelo composto químico a base de bacteria Bacillus Subtilis e lactato de cálcio, em seguida a argila expandida foi encharcada no composto químico como mostra a figura 15, posteriormente os outros materiais foram adicionados e misturados com o auxílio da betoneira até que se tornasse uma mistura homogenia, denominado bioconcreto. No segundo experimento, não foi levado em consideração a resistência do material, mas sua capacidade de auto cura. Tabela 3 – Composição dos materiais do concreto Volume (m³) Consumo por Kg Total em Kg Cimento 0,0016 238 0,38 Areia 0,0016 526 0,84 Mista 0,0016 351 0,56 Argila expandida 0,0016 600 0,96 Agua 0,0016 167 0,27 Total 1882 3,00 Após os corpos de prova ficarem prontos, fizemos a cura por submersão em água por 28 dias. . “Ainda que durante a pega a pasta ganhe alguma resistência, para efeitos práticos é im- portante distinguir pega de endurecimento, já que este se refere ao ganho de resistência da pasta de cimento após a pega”. (NEVILLE, 2016). No entanto a cura do concreto precisa ser de uma forma que o corpo não perca liquido, é nesse processo de hidratação que definirá a resistência do material. RESULTADOS E DISCUSSÃO Figura 14 – foto forma cilíndrica de metal, Bragança Paulista, São Paulo (Fonte: próprio autor). Figura 15 – foto da argila expandida hidratada, Bragança Paulista, São Paulo (Fonte: próprio autor). 11 Na figura 16, retirada do microscópio no laboratório de microbiologia, a bacteria em contato com a água e seu alimento foram colocadas em uma lamina de vidro, depois aguardamos o prazo de 24 horas e após a visualização no microscópio foi possível identificar cristais, denominado carbonato de cálcio, o elemento necessário para impermeabilizar a estrutura, lacrando os problemas causados por efeitos patológicos, assim garantindo sua estabilidade estrutural. O corpo de prova prismático foi posicionado horizontalmente em seu eixo longitudinal, com dois apoios localizados em suas extremidades na prensa para ensaios de compressão e tração, como mostra a figura 17, simulando situações reais, onde aplicamos uma carga vertical produzindo microfissuras com espaçamento menores ou igual a 0,8 milímetros e maiores ou igual a 0,2 milímetros, como especificados em experimentos anteriores. Figura 16 – foto do cristal formado, Bragança Paulista, São Paulo (Fonte: próprio autor). Figura 17 – foto do corpo de prova prismático preparado para ruptura, Bragança Paulista, São Paulo (Fonte próprio autor) 12 Após três semanas hidratando o corpo de prova prismático, verificamos um aspecto diferenciado, o corpo de prova apresentava em suas fissuras um aspecto esbranquiçado como mostra a figura a 18. O material apresentado nas fissuras se tratava da formação de carbonato de cálcio no processo de alimentação e digestão das bactérias selecionadas nesse trabalho. Nestas duas amostras cilíndricas de concreto, não executamos o processo final de rasamento, que é o processo de regularização da superfície do concreto do corpo de prova, o material foi utilizado apenas para seccionarmos na confecção de pastilhas para visualização, onde na primeira amostra houve a adição da bacteria e seu alimento, e na segunda amostra não houve a contaminação do concreto. Nos dois experimentos o agregado graúdo foi substituído por argila expandida. É nítido a cor diferenciada que os dois corpos de prova úmidos apresentaram, como mostra na figura 19, onde o corpo de prova feito com o material contaminado tem a coloração mais clara que o corpo de prova feito com o concreto tradicional. Quando o corpo de prova desidratou, as cores ficaram parecidas. Figura 18 – foto do corpo de prova prismático contaminado, Bragança Paulista, São Paulo, (Fonte próprio autor) 13 O concreto é o material mais utilizado na construção civil, é considerado uma mistura heterogenia por ter agregado graúdo, miúdo, aditivo e água em sua composição, é de grande importância o estudo nas propriedades químicas e físicas que o composto apresenta. Segundo Neville (1997), “O agregado não tem função inerte e que suas propriedades influenciam no desempenho do concreto”. Portanto no estudo de sua macroestrutura é possível verificar a pasta de cimento e os agregados em seu composto. O cimento por muito tempo foi o principal componente pesquisado, pois acreditava-se que os agregados seriam inertes no concreto. Em outro momento, com a necessidade da pesquisa dos agregados que compõem o concreto, verificou-se que a resistência e o comportamento da massa que compõe o composto é de grande importância. O fator importante e responsável pela durabilidade do concreto e da armadura de aço correspondente a estrutura, é dado devido a capacidade de impermeabilização que o concreto adquiri. Uma estrutura exposta a agentes agressivos como por exemplo a água, que é capaz de transportar substâncias nocivas, como ácidos ou cloretos, agindo na composição química e física, tanto do concreto quanto da armadura de aço, diminuindo a durabilidade do material, é um problema citado em vários artigos, livros entre outros meios de pesquisa e comunicação. O composto bacteriano e seu alimento, aplicado diretamente no concreto o contaminando, possibilita microbiologicamente através da digestão do bacillus o material necessário para manter a estrutura impermeável e estável a ações mecânicas e do tempo. O estudo no laboratório de microbiologia da Universidade São Francisco, nos possibilitou o entendimento do comportamento que o microrganismo denominado bacillus Subtilis com seu alimento lactato de cálcio, produz em seu processo digestivo produzindo carbonato de cálcio. Figura 19 – foto dos corpos de prova cilíndricos, Bragança Paulista, São Paulo (Fonte: próprio autor). 14 CONCLUSÃO Neste estudo todos os argumentos baseados na teoria e na prática, podemos relatar que o bioconcreto representa de fato um passo significativo para evolução na construçãocivil, restaurando danos nas edificações causados por efeitos patológicos. A economia que sua matéria prima representa é considerável e encontra- se em abundância na natureza, tornando assim um meio sustentável. Nos estudos em laboratório fizemos dois experimentos e notamos que na primeira experiência obtivemos um resultado positivo, porem seu processo de auto reparação é um pouco mais lento e em termos de resistência o material apresenta superioridade referente ao concreto tradicional. Analisamos o segundo experimento, onde substituímos o agregado graúdo por argila expandida, verificando que é o método onde adquiriu o melhor resultado no processo de auto cicatrização, porém sua resistência é inferior em comparação ao concreto tradicional, posteriormente necessitando de mais experimentos para que haja um aperfeiçoamento em seus resultados de resistência. O surgimento de efeitos patológicos nas edificações podendo causar trincas, fissuras, permeabilidade, porosidade entre outras, utilizando o bioconcreto estaremos solucionando e resolvendo os problemas ocasionados, por sua vez aumentando a vida útil dessas estruturas. Concluindo podemos afirmar, que o sistema de material com introdução de bactérias é eficaz. REFERÊNCIAS ABNT. NBR 5738: Concreto Procedimento para moldagem e cura de corpos-de-prova. Rio de Janeiro: ABNT,2003. ABNT. NBR 6118: Projetos de estruturas de concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, RJ, 2004. Disponível em:<http://www.isca.in/IJES/Archive/v2/i6/8.ISCA-RJEngS-2013- 065.pdf>/Acesso em 22 de abril 2019 Disponível em:< http://www.geotesc.com.br/site/bioconcreto-o-concreto-que-se-auto- regenera/>/ Acesso em 23 de maio de 2019 H.Jonkers, Schlangen, E. (2007), ‘Crack repair by concrete-immobilized bacteria’, Proc. of First International Conference on Self Healing Materials. Noordwijk, the Netherlands. Jonkers H.M., Self healing concrete: A biological approach. In Self healing materials – An alternative approach to 20 centuries of materials science (ed. S. van der Zwaag), 195– 204 (2007) Springer, the Netherlands NEVILLE, ADAM. Propriedades do concreto, II Edição, São Paulo, Pini, 1997.Paulo: PINI, 1992. 349P. http://www.isca.in/IJES/Archive/v2/i6/8.ISCA-RJEngS-2013-065.pdf http://www.isca.in/IJES/Archive/v2/i6/8.ISCA-RJEngS-2013-065.pdf http://www.geotesc.com.br/site/bioconcreto-o-concreto-que-se-auto-regenera/%3e/ http://www.geotesc.com.br/site/bioconcreto-o-concreto-que-se-auto-regenera/%3e/ 15 Neville, A. M. Propriedades do concreto [recurso eletrônico] / A. M.Neville; tradução: Ruy Alberto Cremonini. – 5. ed. – Porto Alegre: Bookman, 2016. Proceedings of the First International Conference on Self Healing Materials 18-20 April 2007, Noordwijk aan Zee, The Netherlands R. Mors, H.M. Jonkers, Reduction of Water Permeation through Cracks inMortar by Addition of Bacteria based Healing Agent, 2015 Jun 22–2015 Jun 24,2015 Schlegel, Hans Günter. General Microbiology. New York. NY. USA: 1993 Stocks-Fischer S., Galinat J.K., and Bang S.S., Microbiological precipitation of CaCO³. Soil Biology and Biochemistry, 31(11), 1563-1571 (1999) http://refhub.elsevier.com/S0950-0618(16)31007-8/h0110 http://refhub.elsevier.com/S0950-0618(16)31007-8/h0110 http://refhub.elsevier.com/S0950-0618(16)31007-8/h0110 http://refhub.elsevier.com/S0950-0618(16)31007-8/h0110
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