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IMPERMEABILIZAÇÃO COM MANTA ASFÁLTICA E SOLUÇÃO DE PATOLOGIAS CAUSADAS POR UMIDADE: ESTUDO DE CASO DO RESERVATÓRIO DO CEUMA V CAMPUS RENASCENÇA EM SÃO LUÍS, MA. WATERPROOFING WITH ASPHALTC MEMBRANE AND SOLUTION OF PATHOLOGIES CAUSED BY HUMIDITY: A CASE STUDY OF THE CEUMA V CAMPUS RENASCENÇA RESERVOIR IN SÃO LUÍS, MA. Isabela Cristina da Silva Lima1 Prof. Mc. Armando Machado Castro Filho2 Prof. Paulo Moreira3 Resumo: A temática “Impermeabilização com manta asfáltica” discutida nesse trabalho tem como foco a utilização de um sistema de impermeabilização que utilize a manta asfáltica em um reservatório de água em uma universidade do Maranhão que apresentava patologias. É sabido que a impermeabilização é de grande valia para todo o sistema construtivo funcionar da forma correta, afinal, com a sua não utilização as patologias causadas por conta da presença de umidade afloram e podem causar sérios riscos para pintura, conforto dos usuários da edificação e concreto armado. Assim, para que este trabalho fosse possível utilizou-se como metodologia de pesquisa uma revisão bibliográfica acerca do assunto, apresentando os principais problemas construtivos causados por umidade, os principais tipos de impermeabilização e apresentação do tipo de impermeabilização utilizada no estudo de caso, seguido do seu desenvolvimento. No ato de estudo de caso, após a avaliação do Engenheiro Responsável, Armando Castro, pôde-se observar que a razão das patologias encontradas no reservatório utilizado para o estudo se devia ao fato da idade da construção, cerca de 30 anos, e o desgaste do sistema de impermeabilização. Para tanto, primeiramente procurou-se sanar os problemas patológicos através da recuperação das estruturas armadas em um processo de retirada do material desagregado, aplicação de material ante corrosivo nas armaduras e posterior encamisamento das mesmas. Após isso, foi realizado o processo de retirada da manta antiga e aplicação da nova manta asfáltica seguindo os procedimentos necessários. Palavras-chave: Impermeabilização. Manta Asfáltica. Reservatório. Abstract: The theme "Waterproofing with asphalt membrane" discussed in this work focuses on the use of a waterproofing system that uses the asphalt membrane in a water reservoir at a university in Maranhão that had pathologies. It is known that waterproofing is of great value for the entire construction system to function correctly, after all, with its non-use, pathologies caused by the presence of huminity arise and can cause serious risks for painting, comfort for building users and reinforced concrete. Thus, in order for this work to be possible, a bibliographic review on the subject was used as the research methodology, presenting the main construction problems caused by humidity, the main types of waterproofing and presentation of the type of 1 Aluno Concludente do Curso de Engenharia Civil – isabelalima163@gmail.com 2 Engenheiro Civil pela PUC-RJ, mestre em engenharia de produção pela UFPE - amcf3008@gmail.com 3Engenheiro Civil pela UEMA, Engenheiro de Segurança do Trabalho pela FAMA - engpaulo157@hotmail.com waterproofing used in the case study, followed by the its development. In the act of case study, after the evaluation of the Responsible Engineer, Armando Castro, it was observed that the reason for the pathologies found in the reservoir used for the study was due to the fact of the age of the construction, about 30 years, and the wear of the waterproofing system. For that, firstly sought to remedy pathological problems through the recovery of armed structures in a process of removing the disintegrated material, applying anti-corrosive material to the reinforcements and later covering them. After that, the old membrane was removed and the new asphalt membrane was applied, following the necessary procedures. KeyWords: Waterproofing. Asphalt Membrane. Reservoir. Submissão: 25 nov. 2020 1 INTRODUÇÃO Sem água a vida não existirá em nosso planeta. É de suma importância para a vida de todos os seres vivos da Terra. Embora este recurso exista em abundância em nosso planeta, a água é doce representa uma parcela bem pequena de todo o total de água é doce. O alto índice de crescimento populacional no planeta, que continua crescendo, é de fundamental importância que o ser humano busque maneiras racional de consumir a água. Produzir, economizar e guardar água doce é o grande desafio para que não falte no futuro. A reserva de água doce sempre foi um desafio para o homem em toda sua história. Por essa razão, ao longo do tempo foram criados modos para seu armazenamento, onde podem ser citados cisternas, barragens, tanques de pedra ou caldeirão, bomba d’água, reservatórios, entre outros. Nesse quesito, o reservatório faz se um meio bastante utilizado para o armazenamento de água para consumo. Muitas são as formas e materiais nas quais esses reservatórios, também conhecidos como caixas d’água, são fabricados. Dentre os tipos de materiais utilizados na sua fabricação estão o polietileno, o aço inoxidável, o poliéster reforçado, fibra de vidro, e o reservatório em concreto armado. Em especial, no que diz respeito aos reservatórios de concreto armado, deve-se utilizar de uma impermeabilização para seu bom funcionamento, evitando assim futuras patologias no concreto, vazamentos, surgimento de eflorescências, entre outros. Por essa razão, a impermeabilização é tão importante no processo de construção de um reservatório de água em concreto armado, esse processo evitará futuros problemas na estrutura e na qualidade da água a ser reservada. Na construção civil impermeabilização objetiva impedir a passagem indesejável de águas, fluidos e vapores. Pode ser usada para (i) conte-los, não deixar passar, ou (ii) escoá-los para fora do local que necessitamos proteger. O papel da impermeabilização, além de permitir a habitabilidade e funcionalidade da construção civil, é relevada no objetivo de proteger a edificação de inúmeros problemas patológicos que poderão surgir com infiltração de água, integrada ao oxigênio e outros componentes agressivos da atmosfera (gases poluentes, chuva ácida, ozônio), já que uma grande quantidade de materiais constituintes da construção civil sofre um processo de deterioração e degradação, quando em presença dos meios agressivos da atmosfera. Assim, o presente trabalho tem como foco o estudo do processo de impermeabilização de um reservatório de água de uma universidade, levando em consideração que o mesmo apresenta em sua estrutura patologias causadas pela deterioração do antigo sistema de impermeabilização em razão da idade da aplicação do mesmo, que possui cerca de 30 anos. Para tanto, será realizada uma revisão bibliográfica para apresentar uma conceituação do que é impermeabilização, os tipos de impermeabilização, os sistemas de impermeabilização existentes no mercado e apresentados aspectos gerais do processo executivo. Em seguida, será feita a apresentação da manta asfáltica e seu método executivo. Por último, será apresentado o processo integral de impermeabilização do reservatório do Ceuma V, feito no Campus do Renascença do UNICEUMA. 2 PROCESSO DE IMPERMEABILIZAÇÃO E PATOLOGIAS CAUSADAS PELA AUSÊNCIA DO MESMO De acordo com a norma NBR 9575/2013, a impermeabilização se trata de um conjunto de técnicas e produtos que tem como objetivo a proteção das construções contra o poder de deterioração dos fluidos, vapores e umidades. Por ser uma etapa da construção que é considerada como um serviço especializado, a mesma necessita de uma experiência considerável para ser executada, pois mesmo a menor falha, em apenas um determinado ponto irá pôr em risco todo o serviço executado. Nesse panorama é necessário também que haja um acompanhamento de todo o processamento da etapa, bem como suas técnicas emateriais, o que irá exigir projetistas especializados no assunto. (RIGHI, 2009) A impermeabilização é de grande valia no meio da construção, a água e os agentes naturais trazidos por ela além de poluentes presentes no ar podem causar danos difíceis de se reverter em toda a construção, além disso, para se contornar tais erros haverá que ter uma grande disposição econômica. O processo de impermeabilização é de grande importância para a preservação física tanto do usuário, quanto da edificação. No mercado brasileiro há uma grande variedade de produtos que tem como finalidade a impermeabilização, nesse contexto, pode-se observar as suas mais variadas de aplicação onde o desempenho varia de acordo com sua qualidade e normalização dos mesmos, por essa razão, é necessário que se faça um estudo aprofundado desses tipos de materiais para que se possa escolher a melhor alternativa que se procura para o tipo de trabalho que está exercendo. É necessário também que se conheça os aspectos físicos e químicos envolvidos no processo para que se escolha a melhor técnica impermeabilizante. Em uma edificação, o processo de impermeabilização é uma etapa de grande importância quando se leva em consideração o todo, o Quadro 1 mostra a porcentagem de custo envolvido nesse processo quando se tem uma obra como um todo. Quadro 1 – Porcentagem das etapas de uma construção Etapas da construção Porcentagem de custo Projetos 3% a 5% Aprovações 4% a 6% Serviços preliminares Até 3% Fundações 3% a 7% Impermeabilização 2% a 4% Estrutura 12% a 20 Fechamentos: alvenaria e esquadrias 10% a 19% Cobertura 3% a 5% Instalação hidráulica 9% a 12% Instalação elétrica 5% a 7% Revestimentos, acabamentos e pintura 20% a 38% Serviços Complementares Até 1% Fonte: Adaptada de Rochedo Engenharia (2020) Como se pode observar no quadro acima, a etapa de impermeabilização custa apenas de 2% a 4% de todo o custo de obra. Entretanto, caso não haja total sucesso no processo de impermeabilização, como há um conjunto de outros materiais complementares perdidos por essa falha, como cerâmicas e argamassa, é necessário um custo bem superior para reparar os danos causados, sem que sejam considerados os danos à estrutura. Poe essa razão, é necessário que se faça um rigoroso sistema de controle de qualidade na execução do processo, não apenas feito pelo responsável pela sua aplicação, mas também pelo responsável técnico da obra. Como observado anteriormente, ao executar a etapa de impermeabilização é mais proveitoso que seja feita enquanto a obra ainda está em andamento ao invés de depois da conclusão da obra. Além da qualidade do resultado final ser maior, no quesito custo, pode-se observar na Figura 1, será bem menor quando executado antes da conclusão da obra. Figura 1 – Custo da etapa de impermeabilização antes e depois da obra concluída Fonte: RIGHI (2009) Além de garantir maior estabilidade à obra, a impermeabilização de locais específicos também contribui para a saúde pública, pois torna ambientes antes insalubres por ambientes agora salubres, no que diz respeito á pessoas com doenças de âmbito respiratório. 2.1 ATUAÇÃO DA ÁGUA EM EDIFICAÇÕES De acordo com Queruz (2007), a água é vista como um dos maiores meios de propagação de doenças, seja ela no estado líquido, sólido ou gasoso. É considerada também uma das maiores causadoras da degradação de estruturas ou mesmo porta de entrada de outros agentes que contribuem com essa degradação. Conforme Lersch (2003), as principais causas da presença de infiltrações em edificações são: a) Umidade de infiltração; b) Umidade ascendente; c) Umidade por condensação; d) Umidade de obra; e) Umidade acidental; 2.1.1 Umidade de infiltração Este tipo de umidade se instala através de pequenas trincas, passando do externo ao interno. Pode ocorrer devido às falhas nos processos construtivos, ou mesmo pela capacidade de absorção de umidade de ar dos materiais utilizados na construção. Na maioria dos casos pode ser em decorrência da água da chuva combinada com ventos, o que agrava ainda mais o processo de infiltração. (RIGHI, 2009) 2.1.2 Umidade ascendente Esse tipo de umidade pode ser caracterizado pela presença de água no solo de construção, ou pela presença de umidade de lençóis freáticos na superfície, ou mesmo por razões sazonais. Pode-se observar sua presença em paredes e pisos, conforma mostra a Figura 2. Figura 2 – Fenômeno de capilaridade provocando umidade ascendente em parede Fonte: Fórum da Engenharia (2016) O fenômeno da capilaridade é a razão pela qual a água ascende em paredes, onde os pequenos vasos, aberturas, permitem que a água suba até que atinja um móvel de equilíbrio com a força da gravidade. A altura de ascendência da água pode variar de acordo com o tamanho desses vasos presentes nas paredes. O diâmetro dos vasos é inversamente proporcional a altura da água em ascensão, quanto menor o vaso, mais alto a água ascende. (DANTE, 2006) 2.1.3 Umidade por condensação Esse é um tipo de umidade bastante diferente das demais, principalmente pelo fato de não haver a inserção de água infiltrada, mas sim de água do próprio ambiente. De acordo com Righi (2009), a umidade por condensação se apresenta quando a temperatura da edificação se encontra mais elevada que a da superfície que a reveste. Esse fato pode ser observado em lugares como cozinhas, banheiros, por exemplo. Quando há uma redução na capacidade do ar resfriado de absorção da umidade na face das paredes, essa umidade se precipita, causando problemas como mostrado na Figura 3. Figura 3 – Umidade por condensação em paredes Fonte: Pinturas Blatem (2017) 2.1.3 Umidade de obra No ato de construção, por conta da execução, pode ser que a água se armazene internamente nos materiais utilizados, e assim, após a construção, se estabeleça um equilíbrio entre esse material e o ambiente, onde a água armazenada no interna, agora passe para o externo. Pode-se observar esse fenômeno em argamassas para reboco, por exemplo. Quando isso ocorre, essa umidade acaba que sendo transportada para a alvenaria em contato com esse reboco, o que necessitará de um tempo de cura maior para que se estabeleça um equilíbrio entre esse material e o ambiente. (QUERUZ, 2007) 2.1.4 Umidade acidental Essa umidade é causada principalmente por falhas no sistema de esgoto, águas pluviais e água potável, gerando assim infiltrações. É necessário que se estude a causa dessas falhas, principalmente no que diz respeito a edificações de antiga existência. Nesse caso, a razão principal pode ser por haver materiais que já ultrapassaram seu tempo de vida útil e que não recebem a devida atenção da manutenção predial. (RIGHI, 2009) 2.2 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM DECORRÊNCIA DA PRESENÇA DE UMIDADE Quando se enfrenta manifestações patológicas no concreto pode-se observar que grande parte de suas ocorrências são devido à presença de umidade. A seguir serão apresentados algumas das manifestações patológicas que podem ocorrer devido a presença de flúdos de forma indireta ou indireta. 2.2.1 Juntas de dilatação central e suas falhas No processo de concepção da estrutura, são projetadas as juntas de dilatação prevendo- se o comportamento de movimento entre as partes integrantes do sistema estrutural. Por essa razão justamente nesse período de concepção é necessário prever um tratamento ara as mesmas de forma a evitar danos à estrutura (SANTOS, 2018). A figura 4 apresenta uma junta de dilatação que por ausência de tratamento possibilita a passagem de fluidos o que acarreta na exposição de armadura da laje. Figura 4 – Junta de dilatação apresentando mofo, armadura oxidada e machas em sua constituição Fonte: Santos (2018) De acordo com o autor a estrutura apresentada na Figura4 acima, a estrutura data dos anos 60, ou seja, já sofreu com a degradação natural do tempo, por essa razão apresentou patologias como eflorescência, presença de fungos e destaque de partes da cobertura de concreto. 2.2.2 Carbonatação do concreto A carbonatação ocorre pois há uma interação no meio aquoso do gás carbônico e e os compostos da pasta de cimento por meio de algumas reações de intermédio: 𝑪𝑶𝟐 + 𝑪𝑨(𝑯𝑶)𝟐 → 𝑪𝒂𝑪𝑶𝟑 +𝑯𝟐𝑶 (1) De acordo com Bertolini (2010, p. 139), o dióxido de carbono presente na atmosfera pode reagir com os componentes alcalinos presentes na solução dos poros de concreto (NaOH, KOH), mas também na matriz de cimento sob a forma de Ca (OH)2”. Ao se transformar, os hidróxidos agora são carbonatos e esse processo recebe o nome de carbonatação, tudo isso leva a uma perda de PH no concreto. Ao penetrar no concreto e atingir aa armadura ativa, resulta-se em um processo de corrosão dessa armadura. Assim, é possível dizer que esse é uma consequência crítica pois pode acarretar diversos problemas patológicos na estrutura A figura 5 apresenta a presença de além de manchas brancas, estalactites em um reservatório de água na cobertura. Figura 5 – Formação de estalactites e manchas brancas em laje Fonte: Santos (2018) Quando há infiltração, no caso da figura em um fundo de um reservatório de água, a mesma ao penetrar no concreto carrega consigo os sais presentes nele, transportando-os para a superfície e causando estalactites emanchas brancas. Tal patologia pode resultar em desplacamento do concreto, oxidação da armadura, além dos já citados fungos e machas brancas. É necessário que sua reparação seja rapidamente feita pois resulta em um impacto negativo e na durabilidade da estrutura. (SANTOS, 2018) 2.2.3 Umidade como consequência de infiltração Esse tipo de patologia ocorre principalmente quando há infiltração de água da chua em lajes de cobertura. É de grande preocupação pois ocorre principalmente em períodos chuvosos ou mesmo quando há alguns problemas na rede hidráulica da construção. Pode ocorrer de forma corriqueira no cotidiano, entretanto, em ambientes que agrupam grupos de pessoas ou fluxo das mesmas pode acarretar e grandes problemas. A presença de infiltrações, principalmente em períodos chuvosos, se traduz em um ambiente insalubre gerando a presença de mofo e comprometendo a saúde de seus usuários. Esse tipo de patologia pode ocorrer devido a falhas na cobertura ou drenagem dessa, ou mesmo devido à ausência ou danos na impermeabilização. (RIGHI, 2009) A presença dessa patologia torna o ambiente insalubre, que além do risco de problemas estruturais também causam o desconforto dos usuários desta edificação. 2.2.4 Soluções para a manifestação de umidades Muitas são as manifestações de patologias no que diz respeito ao interior e exterior de edificações. De acordo com o que diz o Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI), em uma edificação é possível observar que as mais comuns consequências são a presença de desplacamento do concreto, eflorescência em concreto e em argamassa, deterioração de pinturas, e o mais preocupante, comprometimento de armaduras à longo prazo. Por essa razão, o Quadro 1 apresentado abaixo, e elaborado pelo ITI apresenta os principais problemas e soluções dessas manifestações patológicas Quadro 1 – Problemas e soluções para umidade em construções Fundação Umidade ascendente com deterioração da argamassa de revestimento nos pés de paredes, podendo chegar até alturas > 1,00 m. Impermeabilização rígida, como cristalizantes e argamassas poliméricas, ou flexíveis, como membrana de asfalto modificado com polímeros em solução ou mantas asfálticas Infiltração de água e inundação das áreas próximas. Insalubridade do ambiente Lajes em contato com o solo Problemas Soluções Umidade por capilaridade, causando deterioração de acabamentos, como madeiras, carpetes e pisos Internamente, impermeabilização rígida, como cristalizantes e argamassas poliméricas. Externamente, antes da concretagem do piso, sobre lastro de concreto magro ou solo regular e compactado, impermeabilizações pré-fabricadas, como mantas asfálticas com geotêxtil acoplado. Destacamento e embolhamento de pisos de alta resistência, epoxídicos, poliuretânicos, etc. Insalubridade do ambiente Paredes em contato com o solo, cortinas e paredes-diafragma Problemas Soluções Deterioração da argamassa de revestimento Internamente, impermeabilização rígida, como cristalizantes (somente para substratos maciços) e argamassas poliméricas. Externamente, impermeabilizações pré-fabricadas, como mantas asfálticas ou membranas moldadas no local à base de solução asfálticas modificada com polímeros, aplicadas a frio e estruturadas com tela industrial de poliéster. Embolhamento e deterioração da pintura. Deterioração de móveis encostados nas paredes, quadros, revestimentos. Insalubridade do ambiente Pilares (estruturas de concreto) Problemas Soluções Ataque as armaduras, com comprometimento da estrutura. Os pilares recebem a mesma impermeabilização de pisos e paredes Revestimento de argamassa Problemas Soluções Desagregação. A argamassa perde resistência e torna-se pulverulenta, destacando-se da superfície Normalmente os revestimentos são executados após a adoção de alguma impermeabilização aplicada diretamente na estrutura. Porém, quando a parede ou cortina for de alvenaria revestida, este revestimento Eflorescências, mofo e bolor. deverá ser executado somente com cimento e areia, no traço de 1:3 a 1:4 e poderá ser impermeabilizado contra umidade de solo com argamassa polimérica pela face interna. Pela face externa, poderá receber impermeabilização elástica, como manta asfáltica ou membrana moldada no local à base de solução asfáltica modificada com polímeros, aplicada a frio e estruturada com tela industrial de poliéster. Importante: infiltrações do subsolo que afetam os acabamentos (argamassas e pinturas) revelam patologias que têm origem em outras áreas (fundações, pilares, lajes etc.). Portanto, o tratamento pontual do acabamento pode ser apenas paliativo e ocultar problema mais grave; o ideal é investigar as causas das patologias e tratá-las. Pintura Problemas Soluções Embolhamento e destacamento Refazer a pintura após impermeabilização da base, conforme as soluções propostas nos itens anteriores. Eflorescências, mofo e bolor. Concreto aparente Problemas Soluções Comprometimento da estrutura Pode ser tratado com sistemas rígidos, como argamassa polimérica e cristalizantes, ou flexíveis (mantas asfálticas, emulsões ou soluções asfálticas, etc.). A opção vai depender das particularidades de cada obra. Por exemplo: em um solo com umidade constante, lençol freático alto e pressão negativa, somente com acesso interno, são recomendados um sistema rígido. Caso seja possível rebaixar o lençol freático, pode-se optar por um sistema flexível aplicado externamente Lajes de subsolo (do 1º para o 2º subsolo) Problemas Soluções Oxidação das armaduras com comprometimento das estruturas no longo prazo. Se recomendadas, neste caso, mantas asfálticas, que, no entanto, exigem altura suficiente e proteção mecânica dimensionada para o trânsito de veículos. Existem também alguns sistemas compostos por membranas de uretano com adição de agregados que podem ser utilizados como acabamento final e impermeabilizante. Estes, porém, são muito mais caros que os tradicionalmente utilizados em nosso mercado e ainda não há tecnologia nacional, dependendo de produtos importados Fonte: Adaptada de Instituto Brasileiro de Impermeabilização (2017) 2.3 SISTEMAS DE IMPERMEABILIZAÇÃO Para que se evitem muitos problemasem todo o sistema construtivo, a impermeabilização se apresenta como etapa fundamental da obra com o intuito de prevenção de patologias ligadas ao visual, conforto e segurança estrutural. Por essa razão, para que seja escolhido o tipo certo de sistema de impermeabilização várias circunstâncias devem ser analisadas. De acordo com Sabbatini (2006), citado por Righi (2009, p. 22), os elementos a serem levados em consideração são “pressão hidrostática, frequência de umidade, exposição ao sol, exposição a cargas, movimentação da base e extensão da aplicação”. A fim de proteger as edificações de problemas como infiltrações, eflorescências e vazamentos, é que o sistema de impermeabilização é utilizado. De acordo com Cruz (2003), três são as etapas necessárias ao processo de impermeabilização: a primeira se refere ao processo de preparação, como atenção a certos detalhes da construção, como caimento e regularização das superfícies, a segunda etapa se refere a impermeabilização propriamente dita e a terceira etapa se refere aos demais processos como proteção térmica e mecânica caso sejam necessários. 2.3.1 Tipos de impermeabilização Os sistemas de impermeabilização se diferenciam entre si principalmente por se apresentarem através de técnicas, materiais e concepção e tipo de aplicação diferentes, entre outros. Todas essas referências servem como critério para a escolha no mercado. De acordo com a NBR 9575/2010 os sistemas de impermeabilização podem ser classificados em rígidos ou flexíveis, o que irá depender da estrutura que irá recebe-los, e se estão sujeitos ou não à fissuração. De acordo com o que diz Moraes (2002), os sistemas impermeabilizantes podem ser classificados de acordo com a sua aderência ao substrato, podendo ser aderido, semi-aderido e flutuante. Ao especificar cada um dos sistemas o autor ressalta a) Aderido: quando há a fusão do próprio material ou mesmo através de colagem e o material impermeabilizante é fixado no substrato b) Semi-aderido: quando o material impermeabilizante é fixado parcialmente ou em alguns pontos c) Quando o material não é fixado em nenhum ponto no substrato 2.3.1.1 Impermeabilização rígida De acordo com a NBR 9575 (2010), denomina-se impermeabilização rígida o conjunto de métodos e materiais que são aplicáveis nas partes da construção onde não ocorre fissuração. Em razão de não trabalharem com as estruturas exclui-se a possibilidade de se empregar esse tipo de impermeabilizante em áreas de exposição à temperatura que permitem grandes variações. Para tanto, deve-se destacar os principais tipos de materiais utilizados para esse tipo de processo de impermeabilização, entre eles se destacam: a argamassa impermeável com aditivo hidrófugo,, cristalizantes, cimento impermeabilizantes de pega ultra-rápida e argamassa polimérica. 2.3.1.2 Impermeabilização flexível É o conjunto de materiais e métodos que tem como objetivo a impermeabilização de áreas que estão sujeitas à fissuração, estas podem se apresentar de duas formas: moldadas in loco ou pré-fabricadas. Quando fabricadas no local recebem o nome de membrana e quando fabricadas previamente são chamadas de mantas. As membranas podem ser do tipo estruturadas ou não estruturadas. Quando estruturadas podem receber como material de estrutura a tela de poliéster termo estabilizada, véu de fibra de vidro ou não tecido de poliéster. Quando se fala de vantagens e desvantagens no que diz respeito das membranas em relação às mantas é o fato daquelas não possuírem emendas. De acordo com Cichinelli (2004), as membranas necessitam de um controle peculiar de sua espessura, dessa forma isto se apresenta como uma desvantagem de difícil visualização. Assim, a impermeabilização pode se apresentar como: membranas de polímero modificado com cimento, membranas asfálticas, membranas acrílicas, mantas asfálticas e manta de PVC. 2.4 IMPERMEABILIZAÇÃO COM MANTA ASFÁLTICA Esse tipo de impermeabilização é um dos mais utilizados em todo o Brasil. A manta utilizada nesse processo de impermeabilização é gerada a partir de material asfáltico modificado, onde são adicionados elementos que irão garantir maior durabilidade e elasticidade, podem ser citados elastômeros, polímeros e plastômeros para se chegar a esse resultado. N que diz respeito à sua armação, pode se apresentar de diversos materiais diferentes como polietileno, fibras de vidro, borracha e poliéster. (FIBERSALS, 2019) De acordo com a FiberSals (2017), existem tipos diferentes da manta asfáltica, são eles: a) Manta asfáltica aderida: é um dos métodos de aplicação mais comum e tem duas formas de ser feita, sendo eles, aderência com asfalto ou com o maçarico. No primeiro caso é colada a superfície com asfalto aquecido, já no segundo se faz o direcionamento da chama do maçarico para aquecer o substrato e a face de aderência da manta para que sejam ambos colados. b) Manta asfáltica flutuante: nesse sistema a manta é aplicada de um jeito que envelopa a estrutura, sem aderir a base, a manta também é completamente desligada do substrato. c) Manta aluminizada: é uma manta auto protegida e também é conhecida como manta alumínio, está manta possui uma lâmina de alumínio na sua face superior e é utilizada como acabamento final em áreas sem trânsito. d) Manta ardosiada: está manta possui uma camada de autoproteção na face superior que contêm grânulos de agregado mineral (ardósia), não precisando assim de uma proteção mecânica. No que diz respeito à espessura, as mantas asfálticas podem ser encontradas em 3mm a 5mm, lembrando que quanto maior a espessura, maior seu poder de impermeabilização. Além disso, as mantas ainda podem ser classificadas entre os tipos I, II, III e IV. (ABNT NBR 9952, 2014) A norma que regulamenta a as técnicas de aplicação, ensaios, requisitos, características e todo o assunto que envolve manta asfáltica é a NBR 9952/2014. 3 METODOLOGIA CIENTÍFICA O estudo de caso é um tipo de pesquisa de origem empírica, e que estuda determinado tipo de fenômeno. Se trata de um tipode estudo na qual há uma análise aprofundada a respeito de determinado assunto (BERTO; NAKANO, 2002) Seu principal objetivo é se aprofundar em um estudo na qual ainda não definido de forma suficiente, além disso, procura estabelecer hipóteses e questões que se envolvam com a teoria aplicada ao caso. Para tanto, para esta pesquisa de estudo utilizou-se primeiramente de uma revisão bibliográfica acerca do assunto estudado, ou seja, sistemas de impermeabilização. A revisão bibliográfica, ou de literatura é de grande valia na construção de um estudo, sustentando o foco de uma pesquisa que tem como objetivo o saber científico, entretanto, é necessário primeiramente que se tenha conhecimento daquilo que já foi produzido acerca do tema abordado na pesquisa. Por essa razão, explora-se conceitos a respeito de um assunto onde pode- se encontrar em sites, revistas, livros, artigos periódicos e acadêmicos, fazendo da revisão bibliográfica uma exposição daquilo que já foi publicado no que diz respeito alguma temática. (LAKATOS; MARCONI, 2010) Após a exposição dos conceitos recolhidos através da pesquisa bibliográfica fez-se um estudo a respeito dos problemas encontrados em um reservatório na Universidade Ceuma, no bairro renascença em São Luís – Ma. Primeiramente foi realizada uma visita técnica ao local onde pertecia o reservatório, em seguida foi realizado um registro fotográfico das principais preocupações acerca dos problemas ali encontrados, destacando neles qual a parte construtiva a que se tratava. Em seguida foram apresentados os procedimentos realizados na resolução dos problemas apontados na visita técnica, bem como os materiais utilizados nos mesmos. Por fim apresentou-se o estado final do reservatório após todos os procedimentos adotados. 4 ESTUDO DE CASO: APRESENTAÇÃO DO PROBLEMAE SOLUÇÕES O problema com o reservatório de água do Ceuma V no campus Renascença foi observado primeiramente pela equipe operacional que atua no campus. O Diretor de Operação em exercício, Flávio Bastos, solicitou então os serviços do Engenheiro Armando Castro para a solução dos problemas a seguir apresentados. No ato de visita técnica realizada pelo Diretor de Operação Flávio Bastos, o engenheiro responsável pela construção do campus, Silvestre, e o engenheiro contratado, Armando Castro, foi observada a Caixa d’agua em concreto do Ceuma V, no Campus Renascença. Na ocasião foi constatado o vazamento de água ao fundo do mesmo, além disso, sua estrutura possuía algumas patologias. Levando em consideração a idade do prédio na qual está localizado o reservatório que chega à marca de mais ou menos 30 anos, o engenheiro responsável pelo diagnóstico, Armando Castro, concluiu que as patologias apresentadas no mesmo são de origem da umidade causada pela deterioração do sistema de impermeabilização em razão do desgaste natural. De acordo com o Instituto Brasileiro de Impermeabilização a máxima eficiência e durabilidade de uma manta alfáltica, quando respeitados os requisitos mínimos de aplicação e manutenção, é de 20 anos. Como citado anteriormente, a idade avançada do empreendimento leva a crer que o desgaste natural da manta utilizada no processo de impermeabilização há 30 anos foi a causa dos vazamentos observados no ato de visita técnica. É a chamada umidade acidental. De acordo com Carvalho e Pinto (2018), em um sistema de distribuição predial, a água é trazida de forma intencional para o interior do local, é armazenada e, por fim, distribuída através de um caminho longo por tubos até que chegue seu destino final, seja ele torneira, chuveiro, etc. Entretanto, quando há falha em qualquer um desses elementos entre o armazenamento e o destino final, a água corre riscos de vazamento, o que leva a problemas e patologias ao longo da edificação. Assim, com o desgaste da manta asfáltica, permitiu-se o contato direto entre água e concreto armado, material utilizado na construção do reservatório em estudo. Esse contato direto, possibilitou que a água em armazenamento se infiltrasse nos poros do concreto e entrasse em contato com sua armadura, o que propicia a oxidação do aço. De acordo com Suplicy (2012), o aparecimento de oxidação das peças metálicas acelera o processo de descamação e degradação da estrutura de concreto armado. A oxidação faz com que a armadura aumente de volume, o que causa o rompimento das camadas internas do concreto, provocando a desagregação do mesmo. Por essa razão, chegou-se à conclusão que seria necessário primeiramente recuperar toda a estrutura atingida pelas patologias para que posteriormente se realizasse o processo de impermeabilização do reservatório. No ato da visita técnica pôde-se observar que as paredes do reservatório se encontravam com o concreto desagregando, a ferragem se mostrava oxidada superficialmente, mas suas dimensões ainda estavam preservadas, como mostra a Figura 4. Figura 4 - Estado das paredes da caixa de água Fonte: O autor (2020) O fundo do reservatório apresentava de forma preocupante a exposição das ferragens em fase de comprometimento e vazamento do reservatório através das mesmas como mostra a Figura 5. Figura 5 – Estado do fundo da caixa d’água Fonte: O autor (2020) Os pilares de sustentação do reservatório também apresentavam ferragens expostas e comprometidas, como mostra a Figura 6. Figura 6 - Estado dos pilares de sustentação da caixa de água Fonte: O autor (2020) 4.1 SOLUÇÃO PROPOSTA 4.1 Sustentação e Estrutura (paredes e fundo) Para a recuperação dos pilares, incialmente limpou-se a área criando uma superfície aderente. Com um martelo foi apicoado e, por consequência, foram eliminadas as áreas deterioradas ou não aderidas, formando arestas retas. Em sequência foi retirado o concreto corroído em volta das armaduras, deixando no mínimo 2cm livres em seu entorno. Nos casos onde se apresentou uma armadura muito deteriorada, a mesma foi trocada. Em seguida, a ferragem foi limpa com uma escova de aço. Com o intuito de prevenção contra futura corrosão foi aplicada uma camada de um primer inibidor de corrosão, o Armatec Zn, mostrado na Figura 7. Figura 7 – Primer anticorrosivo Armatec Zn Fonte: Vedacit (2020) Após esse procedimento, pode-se observar na Figura 8 a forma como se encontrou os pilares. Figura 8 – Ferragem dos pilares após os procedimentos Fonte: O autor (2020) É necessário que se verifique se a superfície está resistente, rugosa, limpa e com ausência de partículas soltas, pinturas ou óleos que venham a impedir que haja aderência do produto. Para recobrir novamente a ferragem tratada, foi aplicada uma massa de reparo estrutural, do tipo Reparo Estrutural Quartizolit, mostrada na Figura 9. Foi moldada de forma a tingir por volta de 3 cm de espessura, até que se chegasse à ferragem. A regularização e o adensamento foram feitos com uma régua de madeira, deixando a superfície regular. Figura 9 - Reparo Estrutural Quartizolit Fonte: Quartzolit (2020) A cura do produto foi respeitada de acordo com o que manda o fabricante, esperou-se 72 horas. Com a etapa de cura cumprida, iniciou-se o processo de encamisamento da estrutura, onde colocou-se uma nova ferragem com barras de ferro 6.0 e estribos com ferro 3,4 com espaçamento de 15x15 cm, envolvendo o pilar. Em seguida foi molhada a área a ser recuperada, e aplicada novamente a argamassa de Reparo Estrutural Quartzolit, moldando com uma colher até que se atinja a nova ferragem. Para a estrutura foi utilizado o mesmo procedimento utilizado nos pilares. Entretanto, para as paredes e fundo foi utilizada uma tela de ferro 4.2, com espaçamento de 10x10 cm, transpassando 30 cm e fixada com paraboat para ferro de 4.2. Após esse processo, a área a ser recuperada foi novamente molhada, e aplicada a argamassa de Reparo Estrutural Quartzolit, moldando sempre com uma colher chegando até a ferragem, onde a regularização também foi executada com régua de madeira. As Figuras 10, 11, 12 e 13 apresentam o processo executados no fundo e nas paredes do reservatório. Figura 10 – Retirada das partes não aderidas Fonte: O autor (2020) Figura 11 – Aplicação do Primer inibidor de corrosão em ferragens expostas no fundo do reservatório Fonte: o Autor (2020) Figura 12 – Paredes do reservatório já recuperadas Fonte: O autor (2020) Figura 13 – Fundo de reservatório já recuperado Fonte: O autor (2020) 4.2 Impermeabilização do reservatório Como mencionado anteriormente, ao se observar o fundo do reservatório pôde-se observar que o mesmo além de apresentar patologias em sua estrutura também apresentava vazamentos, que, justamente, podem ser a raiz do problema de ferragens expostas no fundo do reservatório. Por essa razão, além da recuperação da sustentação e estrutura é necessário que se realize um novo processo de impermeabilização. Para tanto, utilizou-se do método que engloba a utilização de manta asfáltica como material impermeabilizante. A manta utilizada foi de 4 mm da marca Dryko. Inicialmente foi necessário fazer a retirada de todo o revestimento e impermeabilizante antigo e inválido, como mostra a Figura 13. Figura 13 – Retirada do revestimento e impermeabilizante antigos Fonte: O autor (2020) Em seguida, toda a área interna do reservatório foi limpa, deixando-a com uma superfície mais aderente, eliminando assim possíveis óleos, poeira, cimento, ou qualquer outro tipo de elemento que prejudique a interação de aderência do produto. É importante ressaltar que os cantos devem estar arredondados, meia-cana, e seu raio deve possui no mínimo 5 cm. Para tanto, aplicou-se uma argamassa de traço 1:2 com um impermeabilizante,tipo SIKA® -1, diluindo-o na proporção de uma parte de impermeabilizante para uma de água para amassamento, após a aplicação aguardou-se 24 horas, como mostra a Figura 14. Figura 14 – Arredondamento de cantos Fonte: O autor (2020) Passadas as 24 horas, foi feita a regularização da superfície aplicando um chapisco de traço 1:3 em volume com o impermeabilizante tipo SIKA® -1, diluindo-o na mesma proporção anterior, ou seja, de 1:1 (impermeabilizante: água de amassamento) como mostrado na Figura 15, após esse procedimento, aguardou-se mais 24 horas para a aplicação da manta asfáltica. Figura 15 – Aplicação de chapisco no interior do reservatório Fonte: O autor (2020) Após as 24 horas foi aplicado o primer e aguardou-se 6 horas para a aplicação da manta asfáltica. A aplicação da mesma contou com o auxílio da chama do maçarico de gás LP, para que ocorresse a total aderência da manta. Nas emendas houve uma transposição de 10 cm, havendo assim um bi selamento. Após todo esse processo foi feito o teste de estanqueidade como manda a norma NBR 15571/2013, que consiste em encher todo o reservatório de água e aguardar um período de no mínimo 72 horas para a efetiva certeza que o processo de impermeabilização foi um sucesso, como mostra a Figura 16. Figura 16 – Teste de estanqueidade do reservatório Fonte: O autor (2020) Por fim, com a afirmação de que o processo de impermeabilização ocorreu como o esperado, finalizou-se normalmente o interior do reservatório aplicando-se o revestimento apropriado, no caso, o utilizado foi o cerâmico, de acordo com o que mostra a Figura 17. Figura 17 – Interior do Reservatório finalizado Fonte: O autor (2020) Após a finalização foi esperado o tempo de cura para que o reservatório pudesse receber água novamente e exercer sua função de forma normal. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao se observar uma determinada construção com um olhar mais técnico é possível perceber as falhas e acertos na mesma. Com relação ao processo de impermeabilização, fica provado que sua presença em todo o contexto construtivo é de extrema importância para que toda a estrutura possa exercer sua real função. Pode-se observar sua importância nas mais diversas ocasiões do dia a dia, como banheiros, reservatórios, piscinas e afins. Sua execução garante que um processo bastante desgastante para as estruturas não ocorra, a infiltração. Esse acontecimento é de grande relevância no meio construtivo uma vez que se apresenta como causa de patologias que prejudicam desde a harmonia visual à estrutura de uma obra. Entre as principais consequências do aparecimento de umidade nas construções pode-se elencar: mofos e bolores, eflorescência, capilaridade, carbonatação, degradação de pinturas e revestimentos e mais grave, corrosão de armaduras. A corrosão de armaduras dá-se pelo encontro da água com as barras de aço. É o que popularmente se conhece por ferrugem, que acaba por degradando a estrutura e enfraquecendo a mesma, fazendo com que o aço aumente de volume e perca gradativamente seu papel no sistema concreto-armadura, além disso, promoverá a quebra do cobrimento do concreto por seu aumento de volume. Por essa razão é de extrema importância que o sistema de impermeabilização não seja banalizado, e que sua execução seja feita por profissionais competentes e experientes na área. A boa execução do processo é de extrema importância para o seu sucesso. Para tanto, é necessário que se recorra às normas padrão que regem seleção e projeto dos sistemas de impermeabilização, ABNT NBR 9575/2010, e, no caso deste trabalho, a norma que regulamenta a impermeabilização por manta asfáltica, ABNT NBR 15571/2013. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575:2013: Desempenho de Edificações Habitacionais. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9575:2013: Impermeabilização - Seleção e Projeto, Manuais, Projetos, Pesquisas de Engenharia Civil. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9952 – Manta asfáltica para impermeabilização. São Paulo, 2014. BERTO, R. M. V. S.; NAKANO, D. N. A produção científica nos Anais do Encontro Nacional de Engenharia de Produção: um levantamento de métodos e tipos de pesquisa. Produção, v. 9, n. 2, p. 65-76, 2002. Disponível em: dx.doi.org/10.1590/S0103- 65131999000200005. Acesso em: 22 nov. 2020 BERTOLINI, Luca. Materiais de Construção. Patologia, Reabilitação e Prevenção. 1. Ed. 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Principais problemas causados pela umidade na alvenaria. [S. l.], 2016. Disponível em: http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=36&Cod=1802. Acesso em: 3 nov. 2020. INSTITUTO BRASILEIRO DE IMPERMEABILIZAÇÃO - IBI. Patologias decorrentes da falta de impermeabilização. Disponível em: www.ibibrasil.org.br/images/publicacoes/Informe%20-%20Patologias%20pela%20falta%20d e%20impermeabiliza%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em: 20 nov. 2020. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos da metodologia científica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. LERSCH, I. M. Contribuição para a identificação dos principais fatores de degradação em edificações do patrimônio cultural de Porto Alegre. Porto Alegre: UFRGS, 2003. 180 p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2003. MORAES, C.R.K. Impermeabilização em lajes de cobertura: levantamento dos principais fatores envolvidos na ocorrência de problemas na cidade de Porto Alegre. 2002, 91p. 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