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trabalho quando nietzsche chorou

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Samuel David Cury 
RA: 134915712661
Psicologia 2º semestre
Este trabalho foi baseado no filme “ Quando Nietzsche chorou”.
 
O filme fundamentado no livro de mesmo nome escrito por Irvin D Yalow que desenvolve uma reflexão de ficção com o médico Joseph Bauer, professor e mentor de Freud.
Joseph se envolve com Nietzsche a pedido de Lou Salomé, pois o filosofo sofre de uma forte dor de cabeça, causada pela raiva que Nietsche sente da dama, pois a mesma não estava apaixonada por ele(neste momento consigo entender perfeitamente a ele porque assim como a minha pessoa, Friedrich acredita ser incompreendido pelo resto da sociedade e que veio cedo demais com a sua filosofia e ideologia, confesso que este filme me causou mais duvidas do que certezas mas me ajudou a compreender a mim mesmo (espero em breve ter a chance de dissertar minhas angustias e ideologias com você querido professor se assim o quiser). Por esses motivos sinto compaixão e empatia assim como muitos outros sentimentos ao ver esse filme. O primeiro encontro, Bauer percebeu que Nietzsche vivia uma grande melâncolia representada no papel elaborado pela sua grande obra: Assim falava zaratrusta.
O que explica o referido livro, o que deve ser entendido para compreender o filme, um grande profeta, gênio resolveu ensinar ao mundo, esclarecer as pessoas, mas as mesmas recusaram a sabedoria.
O profeta percebendo a recusa voltou para sua casa e resolveu viver a sua própria solidão, como se não existisse um caminho para libertação do povo, fazendo do espelho a sua própria realidade. A representação da figura de Nietzsche. O filosofo acredita que é um ser completo que não precisa de ninguém para lhe ajudar, ele mesmo cria os mecanismos necessários para sustenta-lo enquanto ser vivente, refere ao sexo como algo bestial, não necessitando portanto do amor de Salomé, isso como mecanismo de fuga, justificando racionalmente.
Justifica a solidão como um fato necessário, não apenas pela recusa do profeta não ouvido, mas, sobretudo, porque aconteceram em relação a ele fortes traições.
Acho interessante como as pessoas não dão valor ou pelo menos a maioria delas a filosofia sendo que filosofia pode ser traduzida como amor a sabedoria ou amiga da sabedoria, onde o foco principal da disciplina no meu entendimento e o conhecimento seja sobre qualquer coisa. No inicio a filosofia era voltada a conhecimentos da natureza e entendimento do universo, com o passar das eras começa a se focar no homem, não importa a era ou a cultura, o importante é o conhecimento e não podia ou não deveria ser diferente, nos dias de hoje a filosofia continua sendo de suma importância para o homem conhecer a si mesmo e construir o seu próprio pensamento, por livre e espontânea vontade sem a contaminação e imposição de outros. A filosofia e o que nos impulsiona a buscar conhecimento e é representada por aqueles mil porquês de uma criança, toda vez que buscamos conhecer algo e não nos contentamos com uma única resposta já estamos a praticar filosofia. Na minha opinião filosofia não é ensinada ela é sentida e cabe a cada um buscar o conhecimento, mas o que mais me entristece é que as pessoas não buscam o conhecimento é mais fácil ficar dentro da caverna do que conhecer o mundo e a si mesmo, nós que nos julgamos tão tecnológicos nunca fomos tão ultrapassados, e se recusamos a escolher a pílula vermelha a qualquer custo desejamos a pílula azul por que é mais fácil ficar na matrix do que realmente encarar a realidade, hoje buscamos pessoas que falam como nós, andam como nós e pensam como nós, pois a verdade do outro nos chega a ser insuportável se oposta aquilo que consideramos verdade, por isso vivemos no que eu chamo de nova idade das trevas aonde as pessoas buscam alguém para lhe dizer, faça isso ou aquilo nos estamos em uma nova idade das trevas por que nós não pensamos por nós mesmos e sim pelo outro e isso nos faz perder o que nos torna humano. Vejo isso claramente na primeira cena na qual Nietzsche esta dando uma palestra creio eu, entre quem o assiste esta Lou Salomé, um padre e uma mulher que aparenta ser uma freira, e quando Nietzsche afirma com veemência que Deus esta morto a mulher que aparenta ser freira juntamente com o padre abandonam a palestra de Nietzsche com nítido desgosto pelas palavras de Nietzsche, a mulher ainda roga-lhe uma praga Deus o queimara no inferno por isso. Agora eu te pergunto porque ambos não contra argumentaram o filosofo, eu lhe respondo, por que e mais fácil conviver com quem pensa de modo idêntico ao nosso e é com pesar que lhe digo que a atitude da freira e do padre ainda esta em nossas mentes até os dias de hoje, apesar de descordar de Friedrich nesse aspecto acredito que Deus não esta morto mas, decepcionado com a humanidade pois o próprio homem busca o regresso inconscientemente ao perder a chance de buscar conhecimento, preferimos fazer pesquisas para construir bombas ao invés de preferirmos fazer pesquisas para curar doenças, a humanidade esta caindo em um abismo a qual provavelmente não sairá, a humanidade é como uma cobra que come a própria cauda para sobreviver. A minha pergunta é: E quando não houver mais causa o que faremos? Pra mim devemos voltar ao [ arché da humanidade para entendermos o que realmente importa e o que não, claro que não voltaríamos literalmente mas, creio que todo mundo deve fazer o que realmente é importante, para mim e a humanidade, não só para mim. E com isso fica claro pra mim a ligação entre psicologia pois pode se afirmar que são as ciências humanas mais próximas. A própria etimologia da palavra Psicologia pode ressaltar o desejo que tanto a Filosofia quanto a Psicologia tem, a saber: conhecer “O que é homem” .O termo ψυχή (psyché) significa pessoa, alma humana, sentimento, caráter e λόγος (lógos) significa matéria de estudo e conversação, relato, notícia. Sendo assim, a Psicologia busca estudar a pessoa humana, principalmente sua dimensão interior. Do mesmo modo que o pensamento filosófico: “No campo filosófico, a interrogação sobre o homem torna-se o tema dominante, na época da sofística antiga (séc. V a. C.) e, a partir de então, acompanha todo o desenvolvimento histórico da Filosofia Ocidental…”
Sendo assim, expressa-se uma primeira relação entre o estudo da psicologia e o pensamento filosófico, pois aquela está em estreita relação com este, possibilitando-se assim um diálogo e um aprofundamento de temas caros à Filosofia que a psicologia poderia iluminar e/ou até mesmo responder e dar soluções.
Já nesta segunda relação faz mister lembrar do pensador Immanuel Kant, filósofo moderno do século XVIII, que elaborou uma crítica à Filosofia e consagrou seu pensamento como a “filosofia da filosofia”. Kant ressalta na obra Crítica da Razão Pura que todo interesse de seu pensamento está nas questões:
Que posso saber?
Que devo fazer?
Que posso esperar?
Estas perguntas são, na obra Lógica, unificadas em uma só (que está ausente na Crítica da Razão Pura): “o que é o homem?”. Kant salienta que a Filosofia é, impreterivelmente, uma forma de antropologia. Ao que se percebe, a partir do pensamento Kantiano, a questão sobre o ser humano se torna central em toda reflexão filosófica, ou seja, o ápice de todo discurso filosófico se dará na antropologia Assim sendo, os estudos da Filosofia moderna e pós-moderna se voltam com insistência para elaborar o melhor discurso possível sobre o ser humano, buscando levar em consideração suas categorias de estrutura, relação e unidade. Na categoria de estrutura ou níveis ontológicos constitutivos, o ser humano é composto de corpo próprio, psiquismo e espírito (dimensão espiritual, chamada por alguns autores também de mente). Na categoria de estrutura percebe-se a importância e influência da dimensão psíquica, porque é graças a ela que poderá acontecer a ligação entre as outras duas dimensões: “Desde o início, pois, de nossa reflexão sobre o psiquismo ele aparece como situado numa posição mediadora entre o corporal e o espiritual.” Além disso, o psiquismoé responsável por interiorizar as experiências vividas pela dimensão corporal e exteriorizar o mundo interior do sujeito humano:
A passagem do estar-no-mundo para o ser-no-mundo, ou da presença natural para a presença intencional, dá-se aqui no sentido de uma interiorização do mundo ou da constituição de um mundo interior. Pelo ‘corpo próprio’ o homem se exterioriza ou constitui sua expressão ou figura interior, e o Eu corporal é como que absorvido nessa exteriorização. Pelo psiquismo o homem plasma sua exteriorização ou figura interior, de modo que se possa falar com propriedade do Eu psíquico ou psicológico.
Portanto, o estudo da dimensão psíquica é fundamental para uma lapidação dos estudos antropológicos filosóficos, pois o psiquismo faz acontecer o encontro da unidade entre os polos da dimensão humana e ainda aprofundar as expressões interiores do homem. No estudo do psiquismo humano poder-se-á entrar mais profundamente no estudo da dimensão que consegue trazer unidade na constituição ontológica humana e ainda é responsável por fazer com que o ser humano saia de um solipsismo espiritual para uma abertura ao mundo real e empírico.
Por fim, apresenta-se esta terceira relação, fazendo-se menção ao o pensamento de Agostinho de Hipona, o qual acredita que o ser humano tem pela Razão (inteligência-razão) uma abertura para a Verdade e pela Vontade uma abertura para o Bem, conforme afirma Sciacca sobre o Agostinho: “Todas as operações do espírito provenientes do espírito mesmo por meio da inteligência-razão, que alcança a Verdade, e da vontade, que adere ao Bem¨. Sendo assim, a dimensão interior do ser humano busca a verdade e o bem, pois todos os homens estão abertos a esse encontro.
O ser humano, deste modo, vai a uma busca constante por essa verdade e esse bem que possa dar sentido a sua existência e manter-lhe em constante descoberta e desvendamento do mundo interior e exterior. Quanto maior seu afastamento de si mesmo menor será sua possibilidade de encontrar essa Verdade e Bem que tanto busca. O ser humano deve, então, partir em busca dessa verdade no mais íntimo de si mesmo, pois poderá encontrar nessa relação consigo mesmo o seu sentido: “Não saias de ti, mas volta para dentro de ti mesmo, a verdade habita no coração do homem”.
Ora, sendo a psicologia o estudo do ser humano, com atenção para a interioridade humana, vê-se como terceira relação o autoconhecimento pessoal, visto que é necessário, conforme afirmado acima, o homem se conhecer para encontrar a verdade e o bem, consequentemente o sentido da existência humana. A psicologia poderá propiciar um maior contato com a dimensão interior humana e, assim, a uma aproximação do “eu” que habita no “coração humano”.
Deste modo, pode-se concluir que a Filosofia e a Psicologia tem uma estreita relação e necessitam estar constantemente sendo estudadas para um melhor aproveitamento da Antropologia. Além disso, ambos os estudos podem propiciar ao homem um maior autoconhecimento de si e melhorar as relações intersubjetivas. Ressalta-se que este estudo não pretendeu apontar todos os pontos de relação entre a Filosofia e Psicologia, mas foram apontados aspectos que se acredita serem alguns dos principais.
 
Certos pavões escondem de todos os olhos a sua cauda - chamando a isso o seu orgulho.
Friedrich Nietzsche

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