Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA CIÊNCIAS CONTÁBEIS AMANDA MASSIGNANI, CAMILA CROPINSKI, NATALIA RENNER, VIVIANE LINHARES. PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS CPC 14 CHAPECÓ 2020 Comitê de Pronunciamentos Contábeis e o Pronunciamento Técnico CPC 14 O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) no âmbito da Gestão Contábil com o pronunciamento técnico CPC 14, tem por objetivo estabelecer princípios para o reconhecimento e a mensuração de ativos e passivos financeiros e também sobre alguns contratos de compra e venda de itens não financeiros e para a divulgação de instrumentos financeiros derivativos, tomando como base as normas internacionais de Contabilidade. Para atender às alterações trazidas pela Lei 11.638/2007, o CPC emitiu inicialmente o pronunciamento técnico 14, denominado: Instrumentos Financeiros: Reconhecimento, Mensuração e Evidenciação. Esse procedimento foi válido para as demonstrações contábeis referentes aos anos de 2008 e 2009. Durante o ano de 2009 o CPC produziu e emitiu os Pronunciamentos Técnicos CPC 38, 39 e 40, que entraram em vigor a partir de janeiro de 2010. O Pronunciamento Técnico CPC 14 é um resumo dos três pronunciamentos , contendo suas principais instruções. Com a emissão dos três novos pronunciamentos, o CPC 14 foi transformado em Orientação OCPC 03, que continua sendo útil para as empresas que possuem instrumentos financeiros não muito complexos e para os quais o CPC 14 oferecia orientação. Com essas alterações, a contabilidade dos instrumentos financeiros deixa de ter base no custo histórico e passa-se a focar fortemente no conceito de valor justo. CPC 39 – Instrumentos Financeiros: ● Trata dos requisitos para apresentação dos instrumentos financeiros; ● Discorre sobre a definição de instrumentos financeiros; ● Explica as distinções sobre passivos financeiros e instrumentos de PL; ● Fornece guias sobre divulgação de instrumentos financeiros no balanço patrimonial e em notas explicativas. Normatização dos instrumentos financeiros Foi emitida originalmente em 1995 e posteriormente alterada em 1998, 2000 e finalizada em 2003. CPC 38 – Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração ● Estabelece os princípios para reconhecimento inicial de ativos financeiros, passivos financeiros e alguns contratos de compra e venda de itens não financeiros. ● Aborda a avaliação subsequente de todos os instrumentos financeiros; ● Trata da baixa de ativos e passivos financeiros; ● Abrange as regras para aplicação de hedge accounting. CPC 40 – Instrumentos Financeiros: Evidenciação ● Trata dos requisitos para divulgar informações a respeito dos instrumentos financeiros (notas explicativas); ● Foram introduzidos diversos aspectos de divulgação sobre instrumentos financeiros com uma ótica que visa a abordagem segundo a visão da administração sobre riscos de mercado, crédito e liquidez. ● A necessidade da implantação de técnicas e normas para melhorar as divulgações de riscos originados dos instrumentos financeiros surgiu com a evolução e a sofisticação dos instrumentos financeiros ao longo dos anos. ● Com todas as evoluções do mercado de capitais, aprimorou as divulgações para os usuários das demonstrações contábeis, dando ênfase a instrumentos financeiros, desempenhos, classificações e gerenciamento de exposição ao risco. Considerando-se a complexidade inerente aos instrumentos financeiros e ao processo de seu reconhecimento, mensuração e divulgação nas demonstrações contábeis de acordo com as normas internacionais de contabilidade, o CPC entende que o processo para migração das normas contábeis brasileiras aplicáveis aos instrumentos financeiros deve ser realizado em duas etapas. A primeira etapa constitui-se na emissão do presente Pronunciamento, que tem como objetivo estabelecer os principais conceitos relativos ao reconhecimento e mensuração dos ativos e passivos financeiros. No que diz respeito ao detalhamento das normas relacionadas à contabilidade de operações de hedge, este pronunciamento busca ser mais conciso que a norma internacional. Neste Pronunciamento não são abordados alguns itens presentes no IAS 39 e no IAS 32 como: desreconhecimento (baixa) de ativos e passivos financeiros, derivativos embutidos, perda no valor recuperável (impairment) de ativos financeiros e instrumentos financeiros com características híbridas entre outros. O presente Pronunciamento também visa esclarecer o tratamento contábil preconizado pela Lei nº 11.638/07 e Medida Provisória nº 449/08 para instrumentos financeiros, considerando o seu objetivo de convergência às normas internacionais. A segunda etapa consistirá na convergência completa às normas internacionais de contabilidade aplicáveis aos instrumentos financeiros, incluindo os tratamentos detalhados dos itens que não foram considerados neste Pronunciamento, mas que estão presentes nas normas internacionais de contabilidade aplicáveis a instrumentos financeiros. Alguns dos Principais Pontos Específicos do Pronunciamento Técnico CPC 14 Para o presente pronunciamento a legislação vigente sobre Instrumentos Financeiros determina que tais instrumentos sejam classificados em 4 grandes grupos: ● Empréstimos e recebíveis normais advindos de transações comuns deverão continuar registrados pelos seus valores originais, sujeitos às provisões para perdas e ajuste a valor presente; ● Investimentos mantidos até o vencimento deverão continuar registrados pelo valor original mais os encargos ou rendimentos financeiros (ou seja, ao “custo amortizado”. “pela curva”); ● Ativo financeiro ou passivo financeiro mensurado ao valor justo por meio do resultado deverão ser contabilizados diretamente no resultado; ● Ativos financeiros disponíveis para venda, no âmbito da Gestão do Patrimônio, deverão ser ajustados ao valor justo e as contrapartidas deste ajuste de acordo com a curva (encargos e rendimentos financeiros) vão ao resultado e depois disso os ajustes ao valor justo ficam na conta de patrimônio líquido ajustes de variação patrimonial até o momento em que os ativos e passivos sejam reclassificados ou efetivamente negociados. Instrumentos definidos em sua origem como mensurados ao valor justo através do resultado não podem ser reclassificados (havendo exceções), sendo que para os que estão disponíveis para venda podem ser transferidos para os mensurados ao valor justo através do resultado. De acordo com o Pronunciamento Técnico CPC 14 às operações com instrumentos financeiros que se destinam a hedge devem ser classificadas em uma das categorias que se seguem: ● hedge de valor justo: hedge contabilizado quando o reconhecimento do valor justo desse instrumento se confronta com os efeitos contábeis do ativo ou passivo, como por exemplo no caso do hedge de variação cambial; ● hedge de fluxo de caixa: é aquele da exposição à variabilidade nos fluxos de caixa que podem impactar o resultado da entidade; ● hedge de um investimento no exterior: consiste em empréstimo tomado em moeda estrangeira para proteger investimentos societários nessa mesma moeda estrangeira. Este pronunciamento deve ser aplicado também àqueles contratos de compra ou venda de itens não financeiros que podem ser liquidados pelo seu valor líquido em caixa ou outro instrumento financeiro, ou pela troca de instrumentos financeiros, como se os contratos fossem instrumentos financeiros, com exceção dos contratos celebrados e mantidos com o propósito de recebimento ou entrega de item não financeiro que atende às expectativas de compra, venda ou uso pela entidade. Algumas definições: ● Definição de Instrumento Financeiro Instrumento financeiro é qualquer contrato que dê origem a um ativo financeiro para a entidade e um passivo financeiro (ou instrumento patrimonial) para outra entidade. Segundo o IAS 39, uma entidade deve reconhecer os ativos e os passivos financeirosquando, e somente quando, a entidade se tornar parte de um contrato. ● Definição de valor justo é a quantia pela qual um ativo poderia ser trocado, ou um passivo liquidado, entre partes conhecedoras e dispostas a isso em transação sem favorecimento. ● Definição de custo amortizado é a quantia pelo qual o ativo financeiro ou o passivo financeiro é medido no reconhecimento inicial menos os reembolsos de capital, mais ou menos a amortização cumulativa usando o método dos juros efetivos de qualquer diferença entre essa quantia inicial e a quantia no vencimento, e menos qualquer redução (diretamente ou por meio do uso de conta redutora) quanto à perda do valor recuperável ou incobrabilidade. ● Definição de método de juros efetivos é o método de calcular o custo amortizado de ativo financeiro ou de passivo financeiro (ou grupo de ativos ou de passivos financeiros) e de alocar a receita ou a despesa de juros no período. A taxa efetiva de juros é a taxa que desconta exatamente os pagamentos ou recebimentos de caixa futuros estimados durante a vida esperada do instrumento. ● Evidenciação o CPC 40 – requer que as entidades apresentem evidenciações em suas demonstrações financeiras que permitam que os usuários avaliem a significância dos instrumentos financeiros para a posição patrimonial e performance da entidade, a natureza e a extensão dos riscos oriundos de instrumentos financeiros aos quais a entidade está exposta e a forma pela qual a entidade gerencia esses riscos. Referências Pronunciamentos, Interpretações e Orientações Técnicas emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Disponíveis em: www.cpc.org.br. FIPECAFI, Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras. Manual de Contabilidade Societária. São Paulo: Atlas, 2010. IBRACON, Instituto dos Auditores Independentes do Brasil. Normas internacionais de relatório financeiro (IFRSs) 2008: incluindo as normas internacionais de contabilidade (IASs) e as interpretações tal como aprovadas em 1° de janeiro de 2008, volumes 1 e 2. São Paulo: IBRACON, 2009.
Compartilhar