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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA E MECATRÔNICA Manutenção Industrial Prof Edir dos Santos Alves Apostila Manutenção Industrial – PUCRS – Prof Edir dos Santos [edir@pucrs.br] 2 Manutenção Industrial 1 – Introdução Como em todas as disciplinas, faz-se inicialmente a sua definição. Mesmo porque é bastante comum um erro de interpretação sobre a manutenção, ou seja, confusões até mesmo com as pessoas que já estão diretamente envolvidas tanto com a gestão industrial quanto quem de fato realiza as atividades de manutenção. A manutenção não é meramente preventiva, embora esse aspecto seja um ingrediente importante. Manutenção não é lubrificação, embora lubrificação seja uma das suas funções. A manutenção não é uma corrida frenética para reparar máquinas quebradas, embora isso possa ser uma atividade dominante em algumas manutenções. Esses são os aspectos negativos que a maioria das pessoas tem em mente. A manutenção considerada como uma ciência, uma arte ou uma filosofia atribui-lhe um aspecto positivo. Dessa forma a mesma cumprirá um papel importante e de responsabilidade dentro de uma empresa. Em geral faz-se uma referência à Função Manutenção, consequentemente deve-se ter as respostas para tal função e sua prática em uma empresa específica ou problemas tradicionais. Pode-se dizer que a função primária seria aquela que demanda um trabalho diário pelo departamento de manutenção; a secundária diz respeito a capacidade que determinadas tarefas não rotineiras dentro da empresa, seriam atribuídas ao departamento de manutenção por questão de conveniência e experiência. Funções Primárias • Manutenção dos equipamentos existentes • Manutenção dos equipamentos a serem instalados ou em construção • Inspeção e lubrificação dos equipamentos • Controle e distribuição da energia • Melhorias e novas instalações Funções Secundárias • Controle de estoques • Proteção e segurança da empresa • Cuidado com os desperdícios • Salvamentos especiais • Segurança dos equipamentos e pessoal • Outros A Função Manutenção, é definida como o conjunto de ações que permitam manter ou restabelecer um bem dentro de um estado específico ou como uma medida para assegurar um determinado serviço. Apostila Manutenção Industrial – PUCRS – Prof Edir dos Santos [edir@pucrs.br] 3 A manutenção envolve cuidados técnicos, ou seja, a conservação, adequação, restauração, substituição e prevenção. Para tanto, a manutenção deve: • manter equipamentos e máquinas em condições de pleno funcionamento para garantir a produção normal e a qualidade dos produtos, • prevenir prováveis falhas ou quebras dos elementos das máquinas. • Isso requer a existência de um bom programa de manutenção, caso contrário haverá máquinas com defeitos ou quebras que causarão: • diminuição ou interrupção da produção, • atrasos nas entregas, • perdas financeiras, • aumento os custos, • insatisfação dos clientes, • perda de mercado. A manutenção é a medicina das máquinas - uma das melhores analogias - pois muitas semelhanças são verificados desde a patologia, diagnóstico e ferramental; veja esquema abaixo: A manutenção ideal de uma máquina é a que permite alta disponibilidade para a produção durante todo o tempo em que ela estiver em serviço e a um custo adequado. Apostila Manutenção Industrial – PUCRS – Prof Edir dos Santos [edir@pucrs.br] 4 A diversidade dos equipamentos produtivos, bem como a sua importância relativa, aconselha a utilização de diferentes modelos e filosofias na organização e planejamento da Manutenção. No processo de decisão acerca do modelo de manutenção mais aconselhável para um determinado equipamento pesam entre outros fatores os seguintes aspectos: • importância relativa do equipamento para a empresa, • facilidade de substituição do equipamento em caso de avaria, • rapidez de diagnóstico e de reparo das avarias previsíveis, • custos diretos e indiretos das avaria previsíveis. Os parâmetros que mais distinguem os diferentes modelos de manutenção são: • grau de planejamento que permitem, • confiabilidade e disponibilidade que garantem, • tamanho do estoque que implicam, • estrutura organizativa e dimensão que necessitam, • nível de especialização do pessoal que exigem. Apostila Manutenção Industrial – PUCRS – Prof Edir dos Santos [edir@pucrs.br] 5 2 - Tipos de Manutenção e suas Características Os tipos acima, representam a melhor forma de classificação. Quanto à manutenção não planejada corretiva, a mesma tem por objetivo localizar e reparar defeitos em equipamentos que operam em regime de trabalho contínuo. Deve-se considerar ainda a manutenção não planejada de ocasião, a qual consiste em fazer consertos quando a máquina se encontra parada. A decisão sobre a estrutura de manutenção a ser adotada, pesam ainda os resultados da seguinte análise: • recursos humanos disponíveis e suas capacidades técnicas, • número de diversidade dos equipamentos que sofrerão manutenção, Apostila Manutenção Industrial – PUCRS – Prof Edir dos Santos [edir@pucrs.br] 6 • especificidade dos equipamentos críticos, • diversidade dos meios de manutenção, • possibilidade de sub-contratação, • dispersão geográfica das instalações. O propósito e interesse maior da disciplina será a manutenção planejada, destacando as novas tecnologias e forma moderna de gestão. 2.1 - Manutenção Planejada A primeira dificuldade que encontramos, quando começamos a trabalhar com manutenção, é o entendimento da forma como as atividades de manutenção estão divididas e quais as características de cada uma delas. Há uma confusão terrível sobre os termos Planejada, Preventiva, Preditiva e Corretiva. A manutenção pode ser Planejada e Não Planejada. Quanto a Manutenção Planejada, para facilitar o entendimento e uniformizar a informação, o melhor é dividi-la: 2.1.1 - Manutenção Periódica É o tipo de manutenção onde as atividades são conduzidas regularmente antes da ocorrência de qualquer quebra ou falha, o que lhe confere o caráter preventivo. A Manutenção periódica pode ser classificada em: • Manutenção Baseada no Tempo ( TBM - Time Based Maintenance): TBM é o método onde o ciclo de deterioração é determinado previamente e quando o fim do ciclo é alcançado, o reparo é realizado. Apostila Manutenção Industrial – PUCRS – Prof Edir dos Santos [edir@pucrs.br] 7 • Manutenção por Inspeção e Reparo ( IR - Inspection & Repair ): IR é o método onde é feita a inspeção dos pontos críticos dos equipamentos, a fim de detectar inconveniências (ou anomalias). 2.1.2 - Manutenção Preditiva Manutenção baseada em condições ( CBM - Condition Based Maintenance ): É o tipo de manutenção onde a vida útil de componentes importantes é determinada pela inspeção e diagnóstico. É feito o controle de um parâmetro indicativo de deterioração e quando os valores monitorados atingem o valor máximo aceitável (ponto de alerta), o componente é substituído. 2.1.3 - Manutenção Corretiva Manutenção Pós-quebra( BM - Breakdown Maintenance ): É o tipo de manutenção onde o reparo é feito após a ocorrência da falha. É utilizada nos casos em que a falha não leva à indisponibilidade (no caso de equipamentos reserva) e em casos onde o custo da indisponibilidade é menor que o custo da manutenção preventiva, quer seja ela periódica ou preditiva. O termo utilizado em inglês para esse tipo de manutenção é "Breakdown Maintenance", cuja tradução mais conveniente é Manutenção Pós-quebra. 2.1.4 - Manutenção por Melhorias Esse tipo de manutenção busca sistematicamente retificar problemas ou até mesmo falhas do projeto dos equipamentos existentes, a fim de aumentar a sua confiabilidade (capacidade de continuar em operação) e manutenabilidade (capacidadede sofrer manutenção) e melhorar as condições de segurança. Em inglês, o termo empregado é "Corrective Maintenance", que traduzido significa Manutenção Corretiva, porém, "corrective", ou corretiva, tem o significado de melhoria, uma vez que busca corrigir problemas existentes que levam a quebras e falhas, e ainda, dificultam o reparo e expõem os operadores e manutentores ao perigo. Apostila Manutenção Industrial – PUCRS – Prof Edir dos Santos [edir@pucrs.br] 8 3 – Indicadores de Manutenção e Relatórios Gerenciais Após a montagem de um arquivo de dados de manutenção, será possível a construção de relatórios para acompanhamento, avaliação e tomada de decisão. As informações para os arquivos de dados, podem ser tanto externas à manutenção (operação, material e administração de pessoal), quanto internas (planejamento e controle, estudos ou engenharia de manutenção e execução). Após tratadas essas informações, os relatórios para as tomadas de decisões visando: • Confiabilidade operacional: Gerência de Equipamentos. • Redução de custos: Gerência Financeira. • Otimização de serviços: Gereência de Mão-de-Obra. A partir desse texto, será seguida a seguinte classificação de equipamentos em função da importância no processo produtivo: Classe A Equipamento cuja parada interrompe o processo produtivo, levando à perda de produção e ao faturamento cessante. Classe B Equipamento que participa do processo produtivo, porém sua parada por algum tempo não interrompe a produção. Classe C Equipamento que não participa do processo produtivo. A primeira etapa recomendada para o desenvolvimento dos Relatórios Gerenciais, deve ser a Gerência de Equipamentos, ou seja, o acompanhamento do desenvolvimento de cada um, e sua interferência no processo produtivo, particularmente os de Classe A e alguns ou todos da Classe B, de acordo com o consenso dos usuários. Basta que os equipamentos estejam perfeitamente identificados, tanto sob o aspecto de aquisição, montagem e localização quanto técnicas e de movimentação e que o acervo histórico de cada equipamento contenha os dados de tipo e duração de cada manutenção; se foi executada como prevista, no caso de intervenção prevista programada; seu reflexo no processo produtivo e o respectivo "código de ocorrência" e "serviço executado". No caso de se desejar implementar os programas automatizados de Alerta, será necessário criar um arquivo específico para os parâmetros ou limites aceitáveis de eventos, em função dos tipos desejados. A implantação de programas que tornam o Sistema "Inteligente", ou seja emite relatórios sem a solicitação do usuário, só deve ser feita a partir do momento em que exista um banco de dados com número razoável de registros (acima de 10.000 ordens de serviços processadas) e que esses dados sejam consistentes. Os principais Relatórios Gerenciais de Manutenção são: • Relatório Gerencial de Não Conformidade de Atendimento • Relatório Gerencial de Índices de Equipamentos Apostila Manutenção Industrial – PUCRS – Prof Edir dos Santos [edir@pucrs.br] 9 • Relatório Gerencial de Disponibilidade de Equipamento • Relatório Gerencial de Histórico de Equipamento (com ou sem Cadastro) • Relatórios de Alerta • Relatórios de Custo de Manutenção • Índices de Custo • Gráficos e Tabelas • Relatório Gerencial de Mão-de-Obra • Índices de Mão-de-Obra • Backlog • Controle Dinâmico de Grandes Reparos • Horas de Espera 3.1 - Relatório Gerencial de Não Conformidade de Atendimento Esse relatório é obtido através das O.S. de Atividades Programadas e Não Programadas; sua emissão pode ser mensal, trimestral ou semestral, em função do desejo e capacidade de análise dos usuários, deverá ser indicada a quantidade de manutenções previstas e executadas, as programadas automaticamente, ou seja, para as quais não houve retorno da O.S. no prazo preestabelecido, podendo conter as reprogramações parciais por equipamento, nesse caso devendo incluir indicações dos percentuais de sobrecarga e/ou alívio de serviços e os motivos de reprogramação ou cancelamento. Nesse relatório, também deverá conter a indicação da relação percentual desses números com o número total de manutenções realizadas ou previstas, além de poder ser emitido um relatório específico para cada Setor de Manutenção, no caso de empresa cujo efetivo de manutenção justifique essa separação. Esse relatório indicará quais as divergências ocorridas entre programação e execução; identificar os motivos que levaram o impedimento de realização das atividades foi temporário ou permanente, e se esse impedimento prejudicou o desempenho dos equipamentos. Pode-se ainda analisar se os motivos de reprogramação ou de cancelamento foram devidos a deficiências internas (falta de mão-de-obra, falta de ferramentas ou instrumentos, qualificação deficiente da mão-de-obra, trabalho inseguro, etc) ou externas (falta de sobressalentes, indisponibilidade por parte da operação, condições atmosféricas, erro de projeto, etc) e, em função dessa análise, tomar providências para corrigir as distorções ocorridas. 3.2 - Relatório Gerencial de Índices de Equipamentos Empresas brasileiras de grande porte reuniram-se e estabeleceram alguns índices para a manutenção. A partir disso a ABNT, elaborou um trabalho Apostila Manutenção Industrial – PUCRS – Prof Edir dos Santos [edir@pucrs.br] 10 técnico com terminologias de relações referentes aos índices de gerência de equipamentos. Dentre os índices recomendados para acompanhamento de intervenções em equipamentos, são indicados: 3.2.1 - Tempo Médio Entre Falhas (MTBF em inglês): Produto do número de ítens por seus tempos de funcionamento, dividido pelo número total de falhas detectadas. Equação 01 Esse índice deve ser usado para ítens que são reparados após a ocorrência de uma falha 3.2.2 - Tempo Médio Para o Reparo (MTTR em inglês): Relação entre o tempo total de intervenção corretiva em um conjunto de ítens com falha, e o número total de falhas detectadas, no período observado. Equação 02 Este índice deve ser usado para ítens cujo tempo de reparo ou de substituição é relativo em relação às horas de operação. 3.2.3 - Tempo Médio Para a Falha: Relação entre o tempo normal de funcionamento de um conjunto de ítens não reparados, para o número total de falhas detectadas, durante um intervalo de tempo determinado. Equação 03 Este índice é calculado para ítens (equipamentos) que são substituídos (não são reparados), após a ocorrência de uma falha. Cuidado especial deve ser dado ao desenvolvimento do programa de cálculo desses índices, uma vez que pode ocorrer que, no período considerado, o número de ocorrências (falhas) seja zero, e, neste caso, o Sistema deve considerar o valor de uma parada (com tempo de reparo=zero) para evitar a divisão por zero, ou colocar um hífen no lugar do valor. Essa observação reforça a recomendação de que esses índices devam ser calculados para grandes períodos - iguais ou superiores a 3 anos. Uma ferramenta muito útil para a análise gerencial é a composição do Diagrama de Pareto, de freqüência de falhas por equipamentos. Neste caso seriam divididas as quantidades de falhas (horas paradas por falha) de cada Apostila Manutenção Industrial – PUCRS – Prof Edir dos Santos [edir@pucrs.br] 11 equipamento pelo total de falhas (ou horas de falha) em todos os equipamentos no período analisado (o que deverá ser efetuado mensalmente, para períodos de um ano), sendo seus valores relativos plotados em um gráfico. Para evitar que esse gráfico fique muito sobrecarregado, recomenda-se que sejam destacados apenas os equipamentos de maior importância operacional (todos os de Classe A e alguns da Classe B) cujos valores relativos sejam significativos (por exemplo >20%), e que os demais sejam totalizados em um único conjunto com o título "outros". 3.2.4 - Tempo Médio Entre Manutenções Preventivas: Relaçãoentre o produto do número de ítens por seus tempos de operação, em relação ao número total de intervenções preventivas, no período observado. Equação 04 3.2.5 - Tempo Médio Para Intervenções Preventivas: Relação entre o tempo total de intervenção preventiva em um conjunto de ítens e o número total de intervenções preventivas nesses ítens, no período observado. Equação 05 3.2.6 - Disponibilidade do Equipamento: Relação entre a diferença do número de dias do período vezes 24 horas por dia para cada ítem (horas-calendário) e o total de horas de manutenção (preventiva, corretiva e outras) nesses ítens e o número de horas-calendário, no período considerado. Equação 06 A disponibilidade representa a percentagem do tempo em que os equipamentos ficam à disposição do órgão de operação, para a produção. 3.2.7 - Performance ou Desempenho dos Equipamentos: Relação entre o total de operação de cada ítem controlado e a soma desse tempo com o tempo de Apostila Manutenção Industrial – PUCRS – Prof Edir dos Santos [edir@pucrs.br] 12 manutenções nesses ítens. Equação 07 Esse índice também pode ser calculado como a diferença entre a unidade e a razão entre as horas de manutenção e a soma dessas horas com as de operação dos equipamentos. 3.3 - Relatório Gerencial de Disponibilidade de Equipamento Através dos índices de disponibilidade é possível ser feita uma análise seletiva dos equipamentos prioritários, de forma a colocar sob observação mais rigorosa aquele (ou aqueles) cujo desempenho está aquém dos padrões estabelecidos. Recomenda-se tabelar mensalmente a disponibilidade dos equipamentos prioritários, juntamente com o número de paradas no período e o tempo que cada um ficou fora de serviço., estabelecendo um limite aceitável de disponibilidade, a partir do qual seja registrada de forma resumida a justificativa do baixo desempenho, iniciando pelo tipo da atividade. Na mesma tabela devem ser apresentados os valores médios "do período corrente" e do "período anterior", para permitir o acompanhamento dos equipamentos. No controle automatizado, as tabelas podem ser obtidas inicialmente para os Sistemas Operacionais, reduzindo o trabalho de análise. Neste caso, os equipamentos cujos Sistemas apresentam disponibilidade acima de valores aceitáveis não teriam tabelas no período a analisar, enquanto que os demais teriam novas tabelas individuais por equipamento. Este procedimento pode ser repetido até a detecção dos componentes, ou peças responsáveis pelo mau desempenho do Sistema, para os quais seriam então examinados com detalhes os históricos no período. A utilização de alguns dos índices apresentados permitirá visualizar, para os ítens controlados, quais os que necessitam de maior atenção do órgão executor da manutenção, e, embora seja recomendado que a coleta e o cálculo se restrinjam aos períodos mensais, a análise deve ser feita para períodos maiores (anual ou semestral), quando haverá melhor caracterização da tendência do comportamento desses equipamentos. Recomenda-se, ainda, a comparação entre períodos diferentes, para examinar se houve progresso nas providências tomadas em função da análise dos períodos anteriores. Essas recomendações também são válidas para os relatórios de índice de custos e de mão-de-obra. É recomendável a composição de gráficos (como o Diagrama de Pareto ou de linha, superfície, barras ou setores) para facilitar a análise e a avaliação dos índices em estudo. Apostila Manutenção Industrial – PUCRS – Prof Edir dos Santos [edir@pucrs.br] 13 3.4 - Relatório Gerencial de Histórico de Equipamento (com ou sem Cadastro) Esse tipo de relatório prevê consultas eventuais de histórico ou cadastro e histórico de equipamentos específicos, cuja necessidade é dectada através da análise do relatório de disponibilidade, ou por um fato aleatório que desperte a atenção do usuário para o equipamento, ou finalmente, quando o usuário deseja a informação específica para registro ou transmissão da informação para outra área. Sua aplicação é válida quando o usuário já tem idéia do que deseja consultar em termos de código ou nome do equipamento, e quer informações rápidas e objetivas, sendo essa a razão de ser mais recomendado para Sistemas que trabalham em tempo real. Mesmo para outros Sistemas, representa uma ferramenta decisória eficaz no processo gerencial e no auxílio às tarefas corriqueiras dos executantes de manutenção em todos os níveis. Para atingir o seu objetivo, o projeto do Histórico com ou sem cadastro deve ser iniciado por uma tela que permita ao usuário efetuar a pré-seleção dos elementos que compõem os principais códigos utilizados, combinados ou não entre si, além da identificação individualizada do equipamento ou material aplicado, indicando o período de abrangência do histórico desejado e se o resultado da pesquisa vai ser exibido em tela ou na impressora. Embora a implantação de histórico, através do sistema automatizado, seja onerosa em custo e prazo, em relação ao sistema manual, particularmente devido à necessidade de alimentação de dados cadastrais e à criação de arquivos que compõem o código de ocorrência, seu custo operacional é mais econômico, e normalmente compensa o investimento em cerca de um ano de utilização, além de outras vantagens que oferece, tais como: inter- relacionamento com o Sistema de Controle de Material; maior confiabilidade; maior rapidez operacional; menor possibilidade de omissão de histórico; centralização de arquivos; geração de programas de alerta e atendimento a outros órgão das empresas e a possibilidade de extrair relatórios classificados sob diversas ordenações, de acordo com as indicações feitas pelos usuários durante o processo de desenvolvimento dos Sistemas de Informação. Analogamente à correlação já citada dos arquivos de manutenção com os da área de material, através da utilização da mesma estrutura de codificação do cadastro, também é possível o inter-relacionamento com os arquivos de desenho técnico, manuais, catálogos, correspondências técnicas e administrativas, relativas aos equipamentos, desde que seja feita a associação de códigos através do cadastro programa-mestre ou arquivo específico de correlação. Outra correlação possível é com o órgão de controle de Bens Patrimoniais da empresa. 3.5 - Relatórios de Alerta É denominado de Alerta um conjunto de programas de computador para a emissão automatizada de relatórios impressos, para apoio à Gerência de Manutenção, podendo ser individualmente acionados a partir da incidência de valores que ultrapassem os parâmetros preestabelecidos. A principal característica desse conjunto de programas é o tratamento do processamento - por exceção - e a composição das listagens é função do Apostila Manutenção Industrial – PUCRS – Prof Edir dos Santos [edir@pucrs.br] 14 acervo histórico armazenado no Banco de Dados sob os aspectos qualitativo e quantitativo. Portanto, esse conjunto de programas é subproduto do sistema de cadastro e histórico onde, para cada novo registro de ocorrência, o computador testa as informações com os parâmetros, sob os aspecto de existência e limites, e, quando esses forem ultrapassados, extrai do próprio arquivo- histórico os registros necessários à composição das listagens, segundo o modelo predisposto para a impressão, sem que durante todo esse processo tenha havido intervenção humana. A escolha e o desenvolvimento de cada alerta requerem detalhados estudos quanto à definição e o dimensionamento dos parâmetros que irão acionar o programa, evitando excessos ou omissões, bem como quanto a concisão das listagens, garantido a eficiência e a confiabilidade da aplicação dos resultados. Cuidado especial deve ser tomado quanto ao horizonte ser definido, para que o computador compare os valores dos parâmetros com a realidade das incidências praticadas. Uma distinção importante a ser feita no projeto desses programasé a diferença entre "horizonte" e "abrangência de histórico". O "horizonte" se refere ao período de tempo para a contagem, pelo computador, do número de ocorrências relativas aos parâmetros controlados, enquanto que a "abrangência de histórico" se refere ao período de tempo que será exibido no relatório emitido. Dentre as múltiplas possibilidades oferecidas por esse conjunto de programas, são citadas: • Incidência do funcionamento irregular de instrumentos de supervisão; • Incidências de manutenções corretivas por equipamento; • Incidência de ocorrências de igual natureza nos equipamentos; • Incidência de ocorrências de várias naturezas, por fabricantes; • Incidências de valores acima de determinados limites nos medidores; • Incidências de Manutenções Corretivas entre Manutenções Preventivas. 3.6 - Relatórios de Custo de Manutenção Depois de concluídos os trabalhos de desenvolvimento, implantação e avaliação dos Relatórios de Gerência de Equipamentos devem ser iniciadas a implantação da coleta e do tratamento de dados para o desenvolvimento dos relatórios de custos, em que é necessária a apuração dos tempos de mão-de- obra própria, gastos em cada atividade, para compor a parcela de custo pessoal; dos materiais e sobressalentes utilizados, para a composição da parcela de gastos de material; dos contratos e dos serviços de terceiros, para compor a parcela de custo de contratação; dos tempos de indisponibilidade dos equipamentos, para a composição de faturamento cessante e finalmente do tempo de vida dos equipamentos das oficinas e gastos de ferramentaria, para a parcela de depreciação de bens da área de manutenção. Nas cinco parcelas, que compõem os custos, devem ser computados os gastos diretos, indiretos e administrativos assim considerados: Apostila Manutenção Industrial – PUCRS – Prof Edir dos Santos [edir@pucrs.br] 15 diretos salário e comissões indiretos engargos sociais e benefícios (transporte, alimentação, auxílio médico/hospitalar/odontológico, moradia, recreação, esportes, auxílio escolar, etc. Pessoal administrativos rateio dos gastos das áreas de recursos humanos e capacitação, em função da quantidade de empregados do órgão de manutenção. diretos custo de reposição de material. indiretos capital imobilizado, custo de energia elétrica, armazenamento (instalações), água e pessoal de almoxarifado) Material administrativos rateio dos gastos das áreas de compra e administração de material em função do tempo de ocupação do pessoal para atendimento à área de manutenção. diretos custo dos contratos e custo dos serviços empreitados. indiretos utilidades e serviços utilizados por terceiros e custeados pela empresa (transporte, alimentação, área ocupada, etc.). Contratação administrativos rateio dos gastos das áreas de administração de contratos, financeira e contábil em função do envolvimento com os contratos da área de manutenção. diretos custo de reposição. indiretos capital imobilizado. Depreciação administrativos rateio dos gastos da área de contabilidade, controle patrimonial e compra no levantamento, acompanhamento e aquisição de máquinas e ferramentas para a área de manutenção. diretos perda de produção. indiretos perda de matéria-prima, perda de qualidade, devoluções, processos. Perda de Faturamento administrativos rateio dos gastos das áreas de controle da qualidade, vendas, marketing e jurídica, em função do envolvimento devido à manutenção. Apostila Manutenção Industrial – PUCRS – Prof Edir dos Santos [edir@pucrs.br] 16 Os relatórios de custos devem ser emitidos de forma adequada aos níveis a que se destinam, ou seja, aos Diretores e Superintendentes, que compõem o nível estratégico da empresa, devem receber informações condensadas das áreas sob sua responsabilidade; os chefes de Departamento e Divisão, que compõem o nível tático ou executivo, devem receber informações específicas dos órgãos sob sua responsabilidades; e os Supervisores de Manutenção, que representam nível operacional, devem receber informações condensadas, relativas a essa área, podendo, se desejarem, ter acesso ao detalhe dessa informação. 3.7 - Índices de custos 3.7.1 - Componente do Custo de Manutenção (CCMN): Relação entre o custo total da manutenção e o custo total da produção. Equação 8 O custo total da produção inclui os gastos diretos e indiretos de ambos os órgão (operação e manutenção), inclusive o respectivo faturamento cessante. 3.7.2 - Custo de Manutenção por Faturamento (CMFT): Relação entre o custo total de manutenção e o faturamento da empresa no período. Equação 9 Este índice é de fácil cálculo, uma vez que os valores, tanto do numerador quanto do denominador, são processados pelo órgão de contabilidade da empresa. 3.7.3 - Progresso nos Esforços de Redução de Custos (PERC): Relação entre o trabalho em manutenção programa e o índice anterior. Equação 10 Este coeficiente indica a influência da melhoria ou da piora das atividades de manutenção sob controle, em relação ao custo de manutenção por faturamento, tendo sido originalmente definido tendo no denominador o índice "componente do custo de manutenção" acima indicado. 3.7.4 - Custo de Mão-de-Obra Externa (CMOE): Relação entre os gastos totais de mão-de-obra externa (empreitada de outras empresas, ou cedidas por Apostila Manutenção Industrial – PUCRS – Prof Edir dos Santos [edir@pucrs.br] 17 outras áreas da empresa) e a mão-de-obra total, empregada nos serviços, no período considerado. Equação 11 Esta relação é dimensional, uma vez que o denominador é expresso em unidade de produção (m3, ton, kW, km rodado, etc) 3.7.5 - Custo de Manutenção em Relação à Produção (CMRP): Relação entre o custo total de manutenção e a produção total no período. Equação 12 Esta relação é dimensional, uma vez que o denominador é expresso em unidades de produção (m3, ton, kW, km rodados, etc). 3.7.6 - Custo de Treinamento (CTTR): Relação entre o custo do treinamento do pessoal de manutenção e o custo total de manutenção. Equação 13 Este custo representa a parcela de gasto da manutenção investida no desenvolvimento de pessoal, através de treinamentos internos e externos, podendo ser complementado com o índice de custo de treinamento "per- capita", ou seja, o custo de treinamento pela quantidade de pessoal treinando. 3.7.7 - Imobilização em Sobressalentes (MSB): Relação entre o capital imobilizado em sobressalentes e o capital investido em equipamento. Equação 14 Deve ser tomado o cuido, nos cálculos desse índice, de considerar os sobressalentes específicos e a parte dos não-específicos utilizados nos equipamentos sob a responsabilidade da área de manutenção, sendo, pois, um índice que geralmente se torna difícil de calcular, devido ao estabelecimento dessa proporcionalidade. Além desses índices, são sugeridos outros três índices, de relevância para gestão financeira da manutenção: Apostila Manutenção Industrial – PUCRS – Prof Edir dos Santos [edir@pucrs.br] 18 3.7.8 - Custo de Manutenção por Valor de Reposição (CMRP): Relação entre o custo total de manutenção acumulado de um determinado equipamento e o valor de compra de um equipamento novo (valor de reposição). Equação 15 3.7.9 - Custo de Manutenção por Valor de Venda (CMVD): Relação entre o custo total de manutenção acumulado de um determinado equipamento e o valor de revenda desse equipamento. Equação 16 3.7.10 - Custo Global (CTGL): Valor de reposição menos a soma do valor de venda com o custo de total de manutenção de um determinado equipamento. Equação 17 Uma vez escolhidos, os índices deverão ser padronizados para todas as áreas de manutenção, a fim de serem calculados periodicamente e apresentados em forma de tabelas e gráficos comparativos visando propiciar a análise e as sugestões quanto as distorções. Para facilitar a análise, poderão ser determinados os valoresmédios dos índices escolhidos, e estabelecidos desvios-padrões, de forma que se obtenha faixas aceitáveis da variação de cada um. Por esta razão, as áreas afetadas deverão participar das fases de Planejamento do Sistema, quando serão definidos os Índices a serem calculados, e o sistema de coleta de dados para o cálculo desses índices; da Análise de Resultados, para avaliação do método e a apresentação de justificativas; e da pesquisa de alternativas, visando tornar compensador o investimento no desenvolver do processo. Havendo o consenso dos órgãos envolvidos na análise, quanto ao estabelecimento de faixas de tolerâncias para os índices calculados, apenas os valores que a extrapolarem serão analisados e justificados pela área afetada. Também podem ser buscadas metas para a redução da médias ou faixas, com o envolvimento direto das áreas de execução de manutenção nas reuniões que tratarem desse assunto, incluindo nas discussões a viabilidade do atendimento com os recursos disponíveis. Neste caso, as áreas que conseguirem os melhores valores de índices, deverão divulgar para as demais os mecanismos utilizados, sendo esta mais uma razão para utilização do valor básico de referência comum a todas as áreas. Todavia, a busca de redução de valores não deve ter como tributo o desgaste da equipe, a redução do desempenho dos equipamentos ou a introdução de riscos na segurança de trabalho. Apostila Manutenção Industrial – PUCRS – Prof Edir dos Santos [edir@pucrs.br] 19 3.8 - Relatório Gerencial de Mão-de-Obra Esses relatórios deverão permitir efetuar o controle e a distribuição otimizada da mão-de-obra própria e empreitada, o controle dinâmico de grandes reparos, o controle e a redução das horas de espera, a detecção da necessidade de treinamento, a coordenação de férias e demais indisponibilidade de mão-de- obra do pessoal de execução de manutenção, as restrições de programação devido à indisponibilidade de mão-de-obra, o acompanhamento das disponibilidades e trânsito do pessoal, a demonstração de necessidade de reforço de mão-de-obra, a distribuição da manutenção pendente, as impossibilidades de execução de serviço devido à falta de liberação por parte da operação ou de sobressalentes, ou outra razão externa ao órgão de manutenção e à qualidade dos serviços de cada setor de manutenção. Como recomendação fundamental para a implantação dos métodos e processos de coleta de dados de mão-de-obra, é sugerida a inclusão de um plano de estímulo, como por exemplo, a pesquisa do empregado do ano, que terá o reconhecimento por escrito, através de uma carta, do Diretor ou Presidente da Empresa. Desta forma, ficará claro para os executantes da manutenção que os dados obtidos têm a finalidade de premiar em vez de punir. 3.9 - Índices de Mão-de-Obra Os que mais destacam-se são os seguintes: 3.9.1 - Trabalho em Manutenção Programada (TBMP): Relação entre os homens-hora gastos em manutenções programadas e os homens-hora disponíveis, entende-se por "homem-hora disponível" aquele apresenta na instalação e fisicamente possibilitado de desempenhar os trabalhos requeridos. Equação 18 Quanto maior for esse índice, melhor, desde que os valores de corretiva (medidos através do índice seguinte) diminuam. 3.9.2 - Trabalho em Manutenção Corretiva (TBCM): Relação entre o homem- hora gastos em atividades não ligadas à manutenção dos equipamentos (reparos e falhas) e os homem-hora disponíveis. Equação 19 3.9.3 - Outras Atividades do Pessoal de Manutenção (OAPM): Relação entre os homem-hora gastos em atividades não ligadas à manutenção dos Apostila Manutenção Industrial – PUCRS – Prof Edir dos Santos [edir@pucrs.br] 20 equipamentos da Unidade de Produção, que chamamos de "Serviços de Apoio", e os homem-hora disponíveis. Equação 20 3.9.4 - Horas Não Apuradas do Pessoal de Manutenção (HNAP): Relação entre a diferença entre os homem-hora disponíveis, indicando, portanto, quanto do tempo do pessoal não foi ocupado em manutenção de atividade. Este índice, quando negativo, representará excesso de serviço do pessoal de manutenção, e, quando positivo pode ser interpretado como ociosidade do pessoal de manutenção, embora necessariamente esta não seja uma verdade. Equação 21 O índice de ociosidade do pessoal de manutenção (ausência ou espera de serviço), não deve ser confundido com o índice de improdutividade 3.9.5 -Pessoal em Treinamento Internos (PETI): Relação entre os homens-hora gastos em treinamento interno e os homens-hora disponíveis. Equação 22 Esse índice representa uma das parcelas do índice "outras atividades do pessoal de manutenção", calculado para indicar se o treinamento está melhorando a qualidade da manutenção, devendo, pois, ser comparado com o índice "trabalho em manutenção corretiva". 3.9.6 - Estrutura-Pessoal de Controle (EPCT): Relação entre os homens-hora envolvidos no controle da manutenção e os homens-hora disponíveis. Equação 23 3.9.7 - Estrutura-Pessoal de Supervisão (EPSP): Relação entre os homens- hora de supervisão e os homens-hora disponíveis. Apostila Manutenção Industrial – PUCRS – Prof Edir dos Santos [edir@pucrs.br] 21 Equação 24 Um dos inconvenientes do uso desse índice, que indica a razão entre o número de supervisores e o número de supervisionados, é o levantamento do dado "homens-hora de supervisão”, uma vez que alguns supervisores não dedicam seu apenas à manutenção, distribuindo-o entre as áreas de operação, administrativa, material, etc. 3.9.7 - Estrutura-Envelhecimento de Pessoal - Idade (EEPI): Relação entre homens-hora do pessoal com "A" anos de aposentadoria e os homens-horas disponíveis. Equação 25 3.9.8 - Clima Social - Movimento Pessoal (Turn-Over) (CSMP): Relação entre o efetivo médio dos "M" meses precedentes e a soma desse efetivo com o número de transferências de demissões voluntárias. Equação 26 Nem todas as empresas permitem que esse índice seja calculado, por mostrar a insatisfação do pessoal. Sendo calculado, o decréscimo (abaixo de um) pode alertar os gerentes de que alguma coisa está afetando a motivação do pessoal (salário, tratamento, risco, etc.) o que apurado e solucionado, pode trazer melhores índices de produção. 3.9.9 - Efetivo Real ou Efetivo Médio Diário (EFMD): Relação entre os homens- hora efetivos, menos os homens-hora afastados (férias, acidentes, doenças, saídas abonadas, treinamento externo, apoio a outra área e faltas não abonadas) e os homens-hora efetivos. Equação 27 Apostila Manutenção Industrial – PUCRS – Prof Edir dos Santos [edir@pucrs.br] 22 3.10 - Relatório de Backlog Backlog é o tempo que a equipe de manutenção deverá trabalhar para executar os serviços pendentes, supondo que não cheguem novos pedidos ou Ordens de Serviços durante a execução dessas pendências. Sob o ponto de vista de Teoria das Filas, é o tempo que os pedidos de manutenção aguardam na fila para atendimento, ou seja, considerando a equipe de manutenção como uma estação de serviços e as Ordens de Serviço em uma fila de espera, o backlog será obtido a partir da relação entre a taxa de chegada e a taxa de atendimento. A unidade de medida para o backlo, comumente usada é o "dia". Para a montagem do relatório de backlog, é sugerido o seguinte procedimento: • Relacionar os serviços pendentes, segundo um critério que mais se adapte aos procedimentos do órgão executor da manutenção (por setor ou turma de manutenção, por prioridade de atendimento, por área ou Sistema Operacional a ser atendido, por unidade móvel, por tipo de mão-de-obra envolvida, etc.) O relatório gerencial de backlog será emitido segundo o critério escolhido. • Somar os tempos estimados (homens-hora) para execução dos serviços, tendo o cuidado de separar esses tempos por equipes distintas que eventualmente trabalhem na atividade, pois é comum trabalhos que envolvem equipes de mecânicos, eletricista, soldadores,etc. • Somar os tempos estimados das Ordens de Serviço recebidas com os tempos estimados dos serviços pendentes. • Subtrair do total de tempos estimados, os tempos das ordens de serviço executadas no período. • Dividir o total dos homens-hora restantes, após a subtração pelos homens-hora restantes, após a subtração, pelos homens-hora disponíveis dos grupos considerado. O resultado obtido (backlog) é o tempo, na unidade escolhida, em que provavelmente o grupo considerado deveria trabalhar para executar todo o serviço pendente, se não chegassem mais pedidos. • Montar uma tabela e traçar um gráfico de linha para acompanhamento dos valores de backlog. A precisão do valor de backlog não é fundamental para as decisões gerenciais, uma vez que a análise tem como objetivo mais importante a determinação de tendência de variação do gráfico ao longo do tempo, podendo apresentar-se sob seis formas: estável, crescente, decrescente, crescente por patamares, decrescente por patamares e dente-de-serra. Nessas configurações devem merecer maior atenção dos gerentes: (1) backlog crescente, pode indicar insuficiência de pessoal ou má qualificação ou deficiência de ferramentas ou má gestão direta; (2) backlog decrescente, que certamente indica superdimensionamento da equipe, com a conseqüente geração de horas ociosas em excesso (acima de 10%). Apostila Manutenção Industrial – PUCRS – Prof Edir dos Santos [edir@pucrs.br] 23 3.11 - Controle Dinâmico de Grandes Reparos Normalmente, em épocas de grandes reparos, os supervisores de manutenção e de operação, reunem-se a fim de esquematizar sua programação, de forma a reduzir ao máximo o período de indisponibilidade do sistema operacional ou do equipamento sobre o qual tal atividade será exercida. É comum que essa atividade afeta outras áreas da empresa, também envolvidas no planejamento, além da terceirização (empreiteiras), e eventualmente ocorra a convocação de representantes do fabricante e de empresas que participam da montagem, visando acelerar o serviço. Em alguns casos, a parada de um sistema operacional ou de equipamentos, traz riscos de acidentes, havendo envolvimento do órgão de segurança industrial, não sendo raro que esse tipo de parada, se não executada sob rígidos controles, comprometa a produtividade da empresa. As tentativas de programação e de acompanhamento desse tipo de atividade, por processo manual, geralmente não são bem sucedidas, devido à complexidade da rede de tarefas e de recursos envolvidos; da quantidade de dados a serem processados; e da possibilidade de ocorrências aleatórias durante os trabalhos, podendo alterar alguns dos objetivos estabelecidos previamente. Uma vez definidos os critérios de tempo e recursos, as informações deverão ser processadas para o estabelecimento de cronogramas de tarefas, diagramas de indicação de suas diversas etapas e estabelecimento de caminho crítico. O cronograma de execução deverá ser verificado diariamente, a fim de que possa corrigir os desvios entre os serviços programados e realmente executados. É aconselhável que esses cronogramas sejam processados para o sistema completo, para alguns e equipamentos e componentes nos quais haverá maior concentração de trabalho. A fim de facilitar o acompanhamento, deverão ser processadas programações diárias de trabalho, com as respectivas e tarefas e durações. Em caso de atraso em atividades do caminho crítico, deverá haver o reprocessamento delas, procurando evitar o atraso na previsão preestabelecida de execução de reparo. Para evitar prejuízo no tempo previsto para o reparo, devem ser processados também os cronogramas das atividades de apoio, antes do início do reparo, devem ser feitas avaliações quanto aos recursos dessas atividades, como a necessidade de completar o estoque de ferramentas, a lubrificação e a limpeza das mesmas, níveis de estoque de material e de sobressalentes no almoxarifado, quantidade e estado dos veículos de transporte de carga e de pessoal, reforços de alimentação para o caso de trabalhos em turnos ou em horas-extras, organização da documentação para a coleta de informações, roupas especiais para determinadas atividades, equipamentos de proteção individual, limpeza, conservação de sanitários, pessoal de apoio para registro de informações, transporte, almoxarifado, ferramentaria e preparo da alimentação. A implementação do Controle Dinâmico de Grandes Reparos necessitará de um ou mais elementos para acompanhamento e controle. Esses elementos, que devem ter embasamento técnico tanto das tarefas a serem executadas quanto dos mecanismos de controle, deverão dar cobertura a todo o reparo, Apostila Manutenção Industrial – PUCRS – Prof Edir dos Santos [edir@pucrs.br] 24 instalados de preferência no local do reparo, antes de seu início, a fim de coletar e analisar todos os dados das atividades, transferirem esses dados para o processamento, obter e distribuir os relatórios, e, necessário, efetuar registros quanto às deficiências apresentadas pelo programa. 3.12 - Horas de espera Um dos motivos que oneram em tempo e custo a manutenção e, em conseqüência, baixam o desempenho das equipes, são as horas de espera, definidas como "a parcela de tempo ineficaz, durante a qual nenhuma manutenção é realizada no item, devido à espera de fornecimento ou por questões administrativas". Normalmente esse tempo é devido à falha no programa de manutenção, e, para as atividades programadas, pode ser facilmente corrigido desde que devidamente identificado. A existência de um programa que emita periodicamente os valores de espera, possibilita ao gerente de manutenção tomar providências prévias para reduzí-lo ao máximo, aumentando a disponibilidade do pessoal e dos próprios equipamentos. É recomendável que, na emissão dos relatórios, as horas de espera sejam agrupadas por setor de manutenção, e, em sua composição, sejam distribuídas para as atividades e tipos de espera, podendo ainda ser decomposta para cada sistema operacional ou equipamento prioritário. Os resultados podem ser colocados na matriz assim composta, sob forma absoluta ou relativa, devendo nesse caso ser usado como referência o tempo total da atividade em que ocorreu a espera. Para processamento desse programa e emissão dos relatórios gerenciais, é necessário que sejam feitos os registros desses tempos nas Ordens de Serviço ou no verso do Cartão de Tempo, e, além dos valores, será necessário processar as informações relativas ao tipo de atividade em que ocorreu a espera, o período, a especialidade ou o setor da mão-de-obra envolvida e o motivo que a originou, sendo esse último geralmente codificado. Como nos demais programas, é necessário haver confiabilidade nos dados a serem processados, para evitar o descrédito do relatório e garantir a eficiência da ação corretiva. No caso de os tempos de espera serem processados por computador, isto pode complementar o relatório com o detalhamento das Ordens de Serviço relativas às esperas que apresentam valores relativos acima dos limites de tolerância, superiores a valores preestabelecidos para a análise das causas e providências dos supervisores. São sugeridos como limites para o detalhamento das Ordens de Serviço, os valores de 2% para manutenções preventivas e 10% para manutenções corretivas.
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