Buscar

ARTIGO DEIVAN versão final (1)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 28 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FACULDADE IDEAL – FACI/WYDEN
CURSO DE DIREITO
DEIVAN CRISTIAN RODRIGUES DE SOUSA 
A ESTRATÉGIA BRASILEIRA PARA A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL: uma breve análise da participação popular na sua formulação à luz da teoria da Ciberdemocracia.
BELÉM – PA
2019
DEIVAN CRISTIAN RODRIGUES DE SOUSA 
A ESTRATÉGIA BRASILEIRA PARA A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL: uma breve análise da participação popular na sua formulação à luz da teoria da Ciberdemocracia.
Trabalho de Conclusão de Curso – TCC apresentado à Faculdade FACI/WYDEN, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Direito.
Orientador Prof. Dr. Davi José de Souza da Silva
BELÉM – PA
2019
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
SOUSA. Deivan Cristian Rodrigues de 
A estratégia brasileira para a transformação digital: uma breve análise da participação popular na sua formulação à luz da teoria da ciberdemocracia. Deivan Cristian Rodrigues de Sousa, 2019. 
 
 27 páginas 
		
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) -– Faculdade Ideal – FACI/WYDEN, 2018.
Orientador: Prof. Dr. Davi José de Souza da Silva 
	
1. Assunto. 2. Assunto. 3. Assunto. 4. Assunto. I Sobrenome, nome do orientador. II Título.
DEIVAN CRISTIAN RODRIGUES DE SOUSA 
A ESTRATÉGIA BRASILEIRA PARA A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL: uma breve análise da participação popular na sua formulação à luz da teoria da Ciberdemocracia.
Trabalho de Conclusão de Curso – TCC apresentado à Faculdade FACI/WYDEN, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Direito.
Orientador Prof. Dr. Davi José de Souza da Silva
Aprovada em: ___ / ___ / _____
_____________________________________
Prof. Dr. Davi José de Souza da Silva (Orientador)
FACI/WYDEN
_____________________________________
Prof. Titulação e nome completo
Instituição a Qual pertence
_____________________________________
Prof. Titulação e nome completo 
Instituição a Qual pertence
A ESTRATÉGIA BRASILEIRA PARA A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL: uma breve análise da participação popular na sua formulação à luz da teoria da Ciberdemocracia.
Deivan Cristian Rodrigues de Sousa[footnoteRef:0] [0: Acadêmico do curso de Direito da Faculdade Ideal – FACI/Wyden. ] 
 Orientando - FACI/WYDEN
e-mail: deivancristian@hotmail.com
Davi José de Souza da Silva [footnoteRef:1] [1: Doutor em Filosofia pela Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC. Mestre em Direitos Humanos pela Universidade Federal do Pará-UFPa ] 
Orientador - FACI/WYDEN
e-mail:davi.silva@faculdadeideal.edu.br 
RESUMO
O estudo sobre a Estratégia Brasileira para a Transformação Digital: uma breve análise da participação popular na sua formulação à luz da teoria da Ciberdemocracia, objetiva analisar, com base em uma abordagem que organiza a política pública em etapas e em uma perspectiva teórica alusiva a ciberdemocracia, os caminhos da formulação da E - Digital, visando identificar possíveis déficits democráticos. Pois instiga saber se a referida estratégia do governo brasileiro, reflete um processo realmente participativo e legítimo em sua formulação. Nessa perspectiva adotou-se o método de abordagem dedutiva, tendo como procedimento a pesquisa bibliográfica, motivada pela natureza da temática. Por meio deste verificou-se que há no processo de formulação da E-Digital, elementos que denotam a presença de déficits democráticos, pois alguns estudiosos do assunto, contribuíram para que se constatasse, as contradições e antagonismos. Conclui-se 
que, a E-Digital/2018, apesar de colocar-se como um processo altamente participativo, pautado em princípios democráticos e com a perspectiva de construir uma política voltada para o desenvolvimento, a justiça, liberdade e prosperidade para todos, não reflete essas perspectivas.
Palavras-chave: E-Digital. Participação popular. Ciberdemocracia. Déficits democráticos. 
ABSTRACT
The study on the Brazilian Strategy for Digital Transformation: a brief analysis of popular participation in its formulation in light of the theory of Cyberdemocracy, aims to analyze, based on an approach that organizes public policy in stages and a theoretical perspective alluding to cyberdemocracy. , the ways of the formulation of the E - Digital, aiming to identify possible democratic deficits. Because it prompts to know if this strategy of the Brazilian government reflects a really participatory and legitimate process in its formulation. From this perspective, the deductive approach method was adopted, having as a procedure the bibliographical research, motivated by the nature of the theme. Through this it was found that there are in the process of formulation of the E-Digital, elements that denote the presence of democratic deficits, because some scholars of the subject, contributed to the finding of contradictions and antagonisms. Concludes whereas E-Digital / 2018, despite being a highly participatory process based on democratic principles and with the prospect of building a policy for development, justice, freedom and prosperity for all, does not reflect these perspectives. . 
Keywords: E-Digital. Popular participation. Cyberdemocracy. Democratic deficits
1 INTRODUÇÃO 
 	
No contexto contemporâneo brasileiro, os termos “participação” e “democracia” são amplamente utilizados pelos mais variados setores da sociedade. É comum encontrar a defesa desses conceitos em praticamente todos os programas de governos. Segundo Teixeira (2005), esse fato pode ser visto como um avanço, em razão da tradição autoritária presente na história brasileira, contudo, avaliando-se os discursos e as práticas efetivas, percebe-se que, apesar da apropriação dos termos, os significados e suas implicações políticas e culturais estão amplamente em contradição, pois em uma sociedade fortemente marcada pelas desigualdades e injustiças sociais, fica evidente a constante desarticulação entre o discurso e a prática da construção democrática. 
 Considerando-se ainda, uma realidade na qual o potencial das tecnologias digitais pressupõe novas relações e avanços nos diversos campos da vida em sociedade, nas quais, a informação e o conhecimento passam a desempenhar um papel estratégico em relação à prática democrática (CASTELLS, 2007), faz-se necessário debater e explicitar melhor o sentido atribuído a essas palavras. Assim, o estudo denominado “A ESTRATÉGIA BRASILEIRA PARA A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL: Uma breve análise da participação popular na sua formulação à luz da teoria da Ciberdemocracia”, surge das inquietações advindas da relação entre sociedade, Tecnologias da Informação e Comunicação - TIC’s e a estratégia governamental para a sua democratização.
A teoria da Ciberdemocracia, ao defender o melhor uso possível das tecnologias, para que a conjugação de ideias e inteligência , possam estar a serviço do desenvolvimento e da emancipação das pessoas (LÉVY, 2002) e ao se relacionar aos meios e modos de utilização para potencializar/conhecer e incrementar as práticas políticas, aponta para a possibilidade em promover uma sociedade digital, inclusiva, transparente e participativa. Em contrapartida, a Estratégia Brasileira para a Transformação Digital – E-Digital, Política Pública de iniciativa do Governo Federal, apresenta-se como uma proposta para o enfrentamento dos desafios e ações estratégicas a serem desenvolvidas nesse campo.
Desse modo, frente às promessas de uma sociedade democrática, da ciberdemocracia e à necessidade em se investigar se a estratégia governamental para o uso das TIC’s, reflete o “amplo engajamento do setor produtivo, da comunidade científica e acadêmica e da sociedade civil, em diversas etapas do trabalho” (BRASIL, 2018, p. 05), assim como, se “Houve expressiva participação” durante o processo de formulação da Estratégia, para que se consolide como política pública a ser implementada, e, assim, contribua para a progressiva superação das contradições sociais existentes, propõem-se responder ao seguinte problema: A referida estratégia do governo brasileiro, reflete umprocesso realmente participativo e legítimo em sua formulação? 
Responder a esse e outros questionamentos que possam surgir no decorrer deste estudo, é fundamental para se alcançar o objetivo principal do mesmo que é, analisar, com base em uma abordagem que organiza a política pública em etapas e em uma perspectiva teórica alusiva a ciberdemocracia, os caminhos da formulação da E - Digital, na tentativa de identificar possíveis déficits democráticos. E como específicos, conhecer o processo de formulação da E- Digital e as principais medidas para a sua instituição; Compreender melhor o papel do Estado brasileiro, como expressão das forças sociais dominantes de um período, perante a iniciativa da E - Digital; Refletir a realidade da ciberdemocracia no contexto da formulação de uma política que promove uma agenda para a sociedade digital do futuro.
Alcançar tais objetivos torna-se elementar para que o presente estudo consiga fomentar o debate e realizar a devida análise, importantes e necessárias, em torno da participação democrática da população brasileira e consequentemente da igualdade de oportunidades, que ora subsistem em meio a críticas, considerando-se que o atual modelo de democracia presente no Brasil ainda não consegue responder aos anseios de todos os brasileiros.
É importante destacar que a desigualdade social, maior nos países periféricos, torna-se ameaça ao regime democrático, tanto no que diz respeito à sua efetividade, quanto à sua continuidade. Nesse sentido, a crise na democracia é a crise das instituições políticas, construída para dar corpo ao Estado Democrático de Direito, a qual não consegue oferecer respostas aos anseios e necessidades da sociedade e de todos seus cidadãos, gerando assim descaso e a descrença da população em relação aos órgãos estatais e, consequentemente, a crítica à falta de legitimidade da democracia vigente, refletida pela crescente exclusão de grande parte da população dos serviços, bens e oportunidades. 
Nesse contexto, se faz necessário o exercício permanente da investigação e do debate crítico reflexivo em torno das formas estratégicas de participação da população, em especial aquelas de iniciativa do poder público, visto que estas frequentemente são fruto de interesses particulares e ocorrem de forma arbitrária ou pseudo participativa. Portanto, a presente pesquisa justifica-se pela necessidade em se discutir criticamente o papel do governo como habilitador e facilitador da participação democrática, em particular da transformação digital nessa perspectiva, por meio da Estratégia Brasileira para a Transformação Digital. 
O Decreto nº 9.319 de 21 de março de 2018, que institui a referida Estratégia e a estrutura de governança para sua implantação, pressupõe questionamentos em relação ao projeto assumido pelo governo e o caminho percorrido, pois “[...] é fundamental para a análise do papel que está sendo desempenhado pelo Estado Brasileiro no novo paradigma da sociedade e da economia [...] (WACHOWICZ; CANUT, 2018). Dessa forma, tal análise certamente comporta uma rica experiência, aprendizado e conhecimento, contribuindo assim para uma formação sólida do pesquisador, para o constante processo de construção de conhecimentos no meio acadêmico e para o processo permanente de sensibilização e participação da sociedade, visto que esta, devidamente acompanhada do controle social são fundamentais aos sistemas democráticos.
A metodologia proposta, se pauta em uma abordagem dedutiva, tendo como procedimento a pesquisa bibliográfica, motivada pela natureza da temática, pois a pesquisa bibliográfica “permite ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos, muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente o procedimento a ser realizado” (GIL, 2010, p. 45). Este será desenvolvido em etapas, constituindo-se de levantamento bibliográfico, leitura e fichamento de livros, artigos científicos, revistas e visita a website. Procedendo-se a organização e sistematização das ideias pesquisadas, com a devida discussão e análise da temática em questão. 
Seguindo-se os pressupostos metodológicos, o presente estudo encontra-se organizado em textos distribuídos em duas seções, dos tópicos, quais sejam, primeira seção, da democracia à ciberdemocracia: fomentando o debate sobre a participação social na administração pública; segunda seção, a formulação da estratégia brasileira para a transformação digital e a investigação da (in)existência dos imperativos democráticos, acrescida de dois tópicos, o primeiro faz um relato da cronologia da Estratégia Brasileira para a Transformação Digital: um recorte histórico de sua elaboração e o segundo realiza a análise crítica: continuando a investigação da (in)existência de imperativos democráticos.
Ao concluir-se este, sem a pretensão de esgotar o debate e a crítica sobre o tema, espera-se encontrar achados importantes e significativos para o amadurecimento profissional do pesquisador, bem como para produzir conhecimentos e/ou provocar reflexões a todos que a ele tiverem acesso, contribuindo, assim para o enfrentamento das ações governamentais não democráticas, bem como para o estímulo a uma maior participação popular.
2. DA DEMOCRACIA À CIBERDEMOCRACIA: FOMENTANDO O DEBATE SOBRE A PARTICIPAÇÃO POPULAR NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.
A democracia, desde sua origem na Grécia antiga, em meados do século V a. C., a qual expressava a participação de forma direta dos cidadãos nos debates e decisões políticas, passou e passa por profusas transformações, ganhando novas configurações em razão das necessidades e mudanças políticas e sociais no tempo e no espaço histórico.
Em função das dimensões e da complexidade das sociedades modernas, passou a expressar maior viabilidade e aceitação ao redor do mundo, a forma representativa, ou seja, “aquela na qual o povo, fonte primária do poder, não podendo dirigir os negócios do Estado diretamente, [...] outorga as funções de governo aos seus representantes, que elege periodicamente” (SILVA, 2002, p. 140). Base de democracia moderna, 
A democracia indireta ou representativa é aquela em que o povo, fonte primária do poder, se governa por meio de representantes eleitos periodicamente por ele, que tomam em seu nome e no seu interesse as decisões políticas, envolvendo assim o instituto da representação (PEDRA, 2003, p.6) . 
Segundo Rodegheri, (2015) a democracia representativa possui características que a tornam um regime político possível, no entanto, tornou-se alvo de muitas críticas. Para a autora, no Brasil essa realidade se manifesta a medida em que a cultura política traz poucos incentivos à participação popular, somada à falta de interesse dos cidadãos. Soma-se ainda o cenário político, cercado de momentos obscuros, não somente ao que tange à garantia dos direitos fundamentais, como também no que diz respeito ao acesso à informação.
É importante destacar que na sociedade brasileira, a democracia proclamada, tem na participação o seu principal fundamento, é um pressuposto evocado pela Constituição Federal/1988, que ao expressar um conjunto de direitos sociais a serem garantidos pelo Estado, estabelece o aprofundamento da democracia participativa, social, econômica e cultural, como possibilidade de se construir responsavelmente uma sociedade mais justa, próspera e como oportunidades para todos, como expressa seu artigo 3º, 
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
 	No entanto, a chegada da contemporaneidade, não altera de forma significativa, a necessidade e o desejo da evolução no exercício da democracia, evidenciando-se sua presença mais no discurso do que em sua prática. Nesse sentido, tais objetivos, apesar de serem insistentemente colocados em pauta nas plataformas e políticas dos governos, de fato, não se materializamde forma efetiva, deixando essa perspectiva de democracia, ameaçada em seu sentido pleno, qual seja, promover a equidade e a justiça social. 
	Nas reflexões de Marilena Chauí (2005), a sociedade brasileira acostumou-se a aceitar a definição liberal da democracia, na qual o regime da lei e da ordem é garantidor das liberdades individuais, sabendo-se que o pensamento e a prática liberais pressupõe liberdade e competitividade,
[...] essa definição da democracia significa,[...] que a liberdade tende a reduzir-se, de um lado, ao chamado direito de ir e vir e, de outro, à competição econômica da chamada livre iniciativa e à competição política entre partidos que disputam eleições; [...] que há uma redução da lei à potência judiciária para limitar o poder político, defendendo a sociedade contra a tirania, pois a lei garante os governos escolhidos pela vontade da maioria; [...] que há uma identificação entre a ordem e a potência dos poderes Executivo e Judiciário para conter os conflitos sociais, estabelecendo limites (tanto jurídicos como policiais e repressivos) para impedir sua explicitação e desenvolvimento completos; [...] que, embora a democracia apareça justificada como valor ou como bem, é encarada, de fato, pelo critério da eficácia, medida, no plano legislativo, pela ação dos representantes, entendidos como políticos profissionais, e, no plano do Executivo, pela atividade de uma elite de técnicos competentes aos quais cabe a direção do Estado (CHAUÍ, apud TEIXEIRA, ORG, 2005, p. 23).
	Dessa forma, pode-se inferir que no Brasil vive-se uma democracia de crise de concepções e práticas, e, apesar de um maior apelo à participação democrática, acompanhada de críticas às formas de participação proporcionadas à população, pouco tem-se avançado nesse aspecto, refletindo assim falhas da democracia representativa no Brasil. No entanto, Grosselli (2012, p. 12), ressalta que, 
[...] em época de crise da democracia representativa e um crescente déficit na participação política surgem inúmeras questões quanto ao caminho a ser seguido em busca de mecanismos que possibilitem a aproximação do cidadão com seus representantes, 
pois a criação de novos espaços, promovendo atenção solicitada pelos cidadãos brasileiros, visando à aproximação com os representantes e à superação, ainda que parcial, das promessas não-cumpridas da democracia, é uma perspectiva que começa a ser discutida à luz da sociedade informacional. Assim, a partir do quadro que ora se apresenta, em relação a democracia representativa, Rodegheri (2015, p. 71), ressalta, 
[...] há outra característica intrínseca à democracia representativa e que não pode ser desconsiderada, que é a sua contínua modificação e adaptação para cada sociedade que a adota. Essa particularidade representa a viabilidade de permanência da democracia ao longo dos séculos, porque é de sua própria essência a possibilidade de que mudanças ocorram, livremente, no bojo da sociedade. É, talvez, essa constante mutação da democracia que a permitirá atravessar as críticas e atender aos anseios populares, aproximando a população dos representantes. 
A autora afirma que em razão da sociedade “está em constante evolução e crescimento, sempre surgindo novos elementos e condições, a democracia também precisa ser adaptada” (p.71), referindo que no final do século XX e início do século XXI passa-se a desenvolver e aprimorar-se um mecanismo de comunicação inovador e revolucionário “[...] em termos de comunicação, transmissão de dados, informações, sons e imagens, em tempo real: a internet”. Esse instrumento certamente demarca um novo paradigma, o da sociedade informacional. 
É nesse contexto que a ciberdemocracia, ou democracia virtual, também referenciada como democracia digital, surge. Esta se relaciona aos meios e modos de utilização das ferramentas de comunicação digital para potencializar/conhecer as práticas políticas. O estudo e o desenvolvimento de iniciativas ligadas a valores como participação, transparência, preservação de direitos e liberdades, dentre outros, deram origem a toda uma literatura nacional e internacional dedicada ao tema.
A teoria da ciberdemocracia teve origem com o filósofo francês Pierre Lévy. O autor defende o melhor uso possível das tecnologias, para que a conjugação de ideias e inteligência pelos indivíduos, possam estar a serviço do desenvolvimento e da emancipação das pessoas (LÉVY, 2002). Este afirma, que
Graças à nova rede de comunicação global, a própria natureza da cidadania democrática passa por uma profunda evolução que, uma vez mais, a encaminha no sentido de um aprofundamento da liberdade: desenvolvimento do ciberactivismo à escala mundial (notavelmente ilustrado pelo movimento de anti mundialização), organização das cidades e regiões digitais em comunidades inteligentes, em ágoras virtuais, governos eletrônicos cada vez mais transparentes ao serviço dos cidadãos e voto eletrônico (LÉVY, 2002, p. 30).
Sem a pretensão de se ignorar as formas tradicionais de exercício democrático de participação popular ou afirmar que ela é perfeita, o autor afirma que a referida teoria propõe possibilitar uma cidadania mais interativa, tornando-se um meio mais prático de estabelecer comunicação e interação social e ao mesmo tempo potencializar direitos. Para Lévy (2010) é uma forma de conferir eficácia ao setor público, simplificar procedimentos administrativos tornando-os mais transparentes e acessíveis aos cidadãos. Assim, pode-se inferir que a ciberdemocracia ou a democracia eletrônica, se usada adequadamente, possibilita colaboração e cooperação coletiva e contínua para a resolução dos problemas, especialmente pelos grupos afetados pelas decisões, uma vez que consiste em:
[...] encorajar, tanto quanto possível – graças às possibilidades de comunicação interativa e coletiva oferecidas pelo ciberespaço –, a expressão e a elaboração dos problemas da cidade pelos próprios cidadãos, a auto-organização das comunidades locais, a participação nas deliberações por parte dos grupos diretamente afetados pelas decisões, a transparência das políticas públicas e sua avaliação pelos cidadãos (LÉVY, 1999, p. 131).
 	É oportuno ressaltar que existem várias implicações em torno da questão que precisam ser melhor discutidas e elucidadas, como a inclusão digital, por exemplo. Nesse aspecto, Pierre Lévy (2002), destaca que apesar da inclusão digital ser visto como um entrave a ao desenvolvimento da ciberdemocracia, esse déficit de acesso à internet não pode tornar-se obstáculo para o estudo e a investigação do potencial da tecnologia, haja visto que se um número expressivo da população estiver conectada, já torna-se possível se pensar em níveis de auto-organização, aprendizagem coletiva, democracia participativa e consciência cidadã melhores aos existentes no contexto atual.
Nessa mesma direção, outros autores defendem que tal teoria pode tornar-se uma grande aliada da democracia participativa. Cardon (2012), por exemplo, ao discutir a questão refere: “A Internet não permite somente comunicar mais, melhor e mais rápido; ela alarga formidavelmente o espaço público e transforma a própria natureza da democracia” ( p.01). O referido autor ressalta ainda que, 
[...] a Internet estimula todas as experiências que ultrapassam o limiar entre representantes e representados: deliberação ampliada, auto-organização, implementação de coletivos transnacionais, socialização do saber, desenvolvimento de competências críticas etc. (CARDON, 2012, p.01).
 Dessa forma, há substancial defesa da ciberdemocracia, considerando-se o potencial oferecido pelo universo tecnológico na comunicação e informação, no entanto, como já mencionado, há também a discussão voltada para a dificuldades do acesso a essas tecnologias, que, ao excluir alguns grupos sociais dessa rede de comunicação, nega o que passa a ser um direito fundamental como sugere Ivan Hartmann (2007). Pressupondo-se que, ao se discutir a ciberdemocracia que haja também atenção voltada para a necessidade da inclusão digital nas camadas desfavorecidasda população. Sabe-se que já existem iniciativas sobre a questão, porém muito incipientes. Silveira, (2002, p. 74), chama atenção para essa questão: 
Os governos eletrônicos que estão se formando devem se preocupar em organizar políticas de inclusão social que viabilizem o acesso da sociedade ao cotidiano de uma sociedade em rede. As políticas de modernização administrativa, informatização do Estado e ‘internetização’ precisam caminhar juntas com a abertura de pontos de acesso e orientação básica à população socialmente excluída.
 	Portanto, tão importante quanto discutir a teoria da ciberdemocracia enquanto forma interativa de participação popular, cabe refletir também sobre o acesso à informação através das novas tecnologias, que possibilite a interação entre todo cidadão e seus representantes, para que realmente se alcance a transformação, proposta por Lévy (2010), uma sociedade democrática em ciberdemocracia, bem como o uso adequado das informações, dos dados, .
É consenso entre os defensores da democracia, que a participação e o controle social são fundamentais aos sistemas que adotam seus princípios, pois são esses que asseguram os principais pressupostos expressos em uma democracia, a equidade e a justiça social. Rawls (2000), voltando-se a esse aspecto, ressalta que na concepção política de justiça se insere o pressuposto de que “todos os cidadãos podem verificar, uns diante dos outros, se suas instituições políticas e sociais são ou não justas” (p.210), pois segundo o autor essa própria concepção permite julgá-la, uma vez que o sistema de cooperação social no qual se funda 
[...] exige que cada um empregue faculdades racionais para julgar a realização da justiça pelas instituições de uma sociedade, situando-se em um mesmo nível de igualdade, a despeito da diversidade de interesses particulares. A participação não é, neste âmbito teórico, considerada como um meio adicional através do qual a democracia pode ser efetivada, mas sim um pressuposto sem o qual a concepção política da justiça enfrenta obstáculos à sua afirmação –e os instrumentos de democracia digital representam uma nova possibilidade de fazer valer este princípio rawlsiano (RAWLS, 2000, p.210)
Nessa perspectiva, é importante que se compreenda que a democracia não é algo que é ofertada aos cidadãos como um prêmio a ser usufruído, mas um dinâmico e complexo processo de conquista que envolve interesses, muitas vezes antagônicos, que podem equilibrar-se por meio da capacidade crítico consciente de cada cidadão e cidadã, para colocarem-se cooperativamente a serviço da mesma, tal cooperação pode ser melhor compreendida a partir da concepção da ideia de ética do discurso, a qual segundo Rothberg (2010, p.14) 
[...] se manifesta em interações comunicativas orientadas para se atingir um entendimento mútuo entre os participantes. Cada um deles deve assentar as pretensões de validade de seus enunciados estritamente no âmbito do quadro do mundo social consentido; a compreensão que se tem da sociedade não pode estar dependente de juízos particulares, mas sim deve estar ancorada em perspectivas capazes de serem sustentadas pela coletividade. Os integrantes de um grupo social vão desempenhar seu papel, em uma situação de interação discursiva e cooperativa, com a consciência de que possuem o direito de esperar, uns dos outros, certas ações. Eles deverão preencher as expectativas de comportamento dos demais. Isto exige discernimento para identificar os termos de um acordo possível e disposição para abandonar linhas discursivas que gerem enfrentamentos insolúveis. ( apud HABERMAS, 1989, p. 180). 
 	Tendo no meio digital, uma grande possibilidade que se abre para tal. Lembrando no entanto que, a internet na sociedade é apenas o cenário para a interação e participação popular, pois estando integrada à realidade visível do espaço-tempo, transformam-se e nem sempre convergem. 
Considerando-se todas essas peculiaridades da democracia, é oportuno destacar que na sociedade brasileira, iniciativas para a manutenção do Estado Democrático de Direito, que viabilizem a aproximação da sociedade com seus representantes, são bastante proclamadas pelos governantes e os meios elaborados. No entanto, nem sempre o que propõem se concretiza, por isso investigá-las é preciso. Uma dessas iniciativas é a Estratégia Brasileira para a Transformação Digital/2018 , política que será alvo de uma breve análise a partir dessa segunda sessão.
3 A FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA BRASILEIRA PARA A TRANSFORMAÇÃO DIGITAL E A INVESTIGAÇÃO DA (IN)EXISTÊNCIA DOS IMPERATIVOS DEMOCRÁTICOS. 
A transformação digital, elemento central neste estudo, no qual se insere a Estratégia Brasileira apresentada no Decreto nº 9.319, de 21/03/2018, é assunto que está em discussão, segundo Canut e Wachowicz (2018), desde a década de 90, tendo o sociólogo Castells, um dos destaques na discussão em relação a formação de um novo paradigma, qual seja, o da tecnologia da informação, que segundo o referido autor, torna a informação a matéria prima, uma ferramenta indispensável na manipulação da informação e construção do conhecimento pelos indivíduos, pois “a geração, processamento e transmissão de informação torna-se a principal fonte de produtividade e poder” (Castells, 1999, p.21).
Assim, o advento desse paradigma e os desafios impostos pelo dinâmico e complexo cenário sócio político e econômico, colocam às sociedades, o desafio de se inserirem no contexto das transformações do campo digital, no qual surge a emergência de uma sociedade e economia informacionais, ou seja, pautadas em uma organização social na qual a geração, o processamento e a transmissão de informação tornam-se em importantes fontes de produtividade e do poder em razão das novas condições tecnológicas surgidas (Castells, 2007) 
	Vale reiterar, a necessária compreensão de que tal paradigma, ainda emergente, se insere no contexto da economia mundial, marcada pela produtividade e competitividade, tornando-se alvo de estudos e debates internacionais, como abordam Canut e Wachowicz (2018), citando o Fórum Econômico Mundial com a denominada 4ª Revolução Industrial de Klaus Schwab (2016) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que colocam em pauta abordagens que envolvem a digitalização da economia e a inclusão das sociedades nesse processo. 
Logo, torna-se evidente os interesses que pautam a construção da sociedade informacional, que, ao atenderem as demandas do capitalismo, distanciam-se das necessidades da população, ou seja, estão a serviço do capital e não da democracia de forma oposta. Essa assimetria em relação à democracia e o mercado é destacada por Oliveira (in TEIXEIRA, 2005, p.18), referindo, 
Não há mais sociedade, só há mercado. Este é a política e esta é o mercado. A pólis supõe uma forma, e o mercado é a não-forma. Ele é, por definição, a descartabilidade em ato, e antagônico, por isso, à institucionalização das formas. Sem o que não há política. E sem esta não há democracia. É do fundo do seu processo que o capital se coloca contra a democracia. 
Nesse contexto, é importante ainda ressaltar que, o paradigma da tecnologia da informação, surge em função das mudanças do mercado, que, de acordo com Canut e Wachowicz (2018) apud Castells, (1999), ao passar do modo de produção industrial, insere-se ao informacional, no qual a produtividade centra-se na tecnologia para gerar conhecimentos, informações e comunicação, em um contexto, no qual, mais relevante que os conhecimentos e informações, é a aplicabilidade desses elementos, ou seja, “a realimentação cumulativa entre inovação e seu uso” (p. 14), pois, como referem os autores, é informacional,
[...] porque a produtividade e a competitividade de unidades ou agentes nessa economia (sejam empresas, regiões ou nações) dependem basicamente de sua capacidade de gerar, processar e aplicar de forma eficiente a informação baseada em conhecimentos (CANUT E WACHOWICZ, 2018, P. 13 APUD CASTELLS, 1999, P. 119) 
	
Castells (1999), chama atenção sobre esseaspecto referindo que este novo paradigma, não se refere a uma sociedade/economia da informação, mas sim a uma sociedade/economia informacional, ou seja, estruturada em redes, pois sendo um processo tecnológico, político e sociocultural, a informação, para além de sua necessidade, torna-se uma fonte de poder, cujo acesso gera conflitos e potencializa as desigualdades. Nesse sentido, os dados extraídos desse universo informacional, “o conteúdo real de “sociedade informacional” tem de ser determinado pela observação e análise” (CASTELLS, 1999, p.46, nota 33). E segundo o mesmo autor, devidamente informado.
Uma outra importante reflexão a se fazer sobre a elaboração de políticas públicas que traduzem interesses de uma determinada classe social, mas que se propagam ser para todos, como pode ser o caso da E-Digital e seu processo de elaboração. Chomsky em sua obra Réquiem para o Sonho Americano (2017), destaca,
[...]existe um claro conflito entre políticas públicas, feitas por uma elite, e a opinião pública. Por isso, tratam de induzir as massas a preocupar-se com coisas irrelevantes e minar a democracia — e também contribuir com o objetivo geral de marginalização e fragmentação política da população e analisar suas preocupações para longe daquilo que realmente poderia ser importante, na condição de agentes participativos de uma sociedade livre, democrática e vibrante, na qual trabalhassem por ela como um todo. Enfim, querem que as pessoas sejam meros espectadores, e não participantes. E terão uma “democracia satisfatoriamente funcional” (CHOMSKY, 2017, p.127-128)
A partir, desse contexto, e, considerando-se os interesses sócio políticos e principalmente econômicos, para a elaboração de políticas dos governos, torna-se necessário, que se discuta à luz da ciberdemocracia, a forma como esse novo paradigma está sendo concebido e desenvolvido na sociedade brasileira, na tentativa de encontrar ou não, onde se situa a livre participação popular, os pressupostos e princípios democráticos proclamados para o país frente às políticas apresentadas. Em particular, a Estratégia Brasileira para a Transformação Digital (E-Digital)/2018, objeto de investigação neste estudo.
 A referida estratégia, apresenta-se como “Uma agenda para a sociedade digital do futuro” (BRASIL, 2018, p. 12), é descrita como uma Política Pública de iniciativa do Governo Federal, coordenada pelo Ministério de Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicações, introduzida pelo Decreto nº 9.319, de 21 de março de 2018, que institui o Sistema Nacional para a Transformação Digital - SinDigital e estabelece a estrutura de governança para a implantação da Estratégia Brasileira para a Transformação Digital (BRASIL, 2018). 
É importante aqui esclarecer o significado da palavra estratégia, que de acordo com Chiavenato (2009, p. 04) “[...] é basicamente um curso de ação escolhido pela organização a partir da premissa de uma futura e diferente posição que poderá oferecer ganhos e vantagens em relação à uma situação presente”. Nesse sentido, uma estratégia construída, para tornar-se agenda, na promoção da transformação digital na sociedade brasileira, precisa ser conhecida e criticamente analisada em razão de se saber se seu percurso, de fato, condiz com conteúdo proposto.
	
3.1 Cronologia da Estratégia Brasileira para a Transformação Digital: um recorte histórico de sua formulação.
Promover a investigação da (in)existência dos imperativos democráticos na elaboração da referida estratégia, pressupõe observar os caminhos percorridos, pontuando os principais eventos e forma de realização no tempo e espaço previstos, bem como a viabilidade para uma participação efetiva no processo.
 Dessa forma, de acordo com o documento apresentado em 2018, como uma iniciativa do governo federal, que no período tinha na Presidência da República o Sr. Michel Temer, a referida estratégia ao ser coordenada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, tendo como ministro o Sr. Gilberto Kassab, destaca que a mesma: 
[...] representa a conclusão de um caminho iniciado por uma determinação presidencial realizada a partir de uma recomendação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), em sua 46ª Reunião Plenária. A Presidência da República determinou que fosse elaborada, até o final de 2017, uma proposta de estratégia de longo prazo para a economia digital (BRASIL, 2018, p.05).
Com base na descrição cronológica do documento “as atividades voltadas à formulação da primeira Estratégia Brasileira para a Transformação Digital tiveram início em 17 de fevereiro de 2017, com a publicação da Portaria MCTIC no 842/2017” (p. 12), que instituiu Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) designado a conduzir as atividades para a elaboração de um documento-base que fosse submetido à consulta pública e sua minuta enviada em forma de Decreto Presidencial à Presidência da República. Nessa organização preliminar dos trabalhos, de acordo com o documento, foram criados subgrupos de trabalho, divididos de acordo com os principais temas da Estratégia. 
O resultado de cada subgrupo foi apresentado, revisto e aprovado pelo GTI. Os cinco subgrupos tratavam, respectivamente, de: i) Infraestrutura; ii) Cidadania e Governo Digital; iii) Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação; iv) Segurança e Confiança no Ambiente Digital; e v) Economia Digital (BRASIL, 2018, p. 12). 
Acrescenta-se ainda, que o documento faz referência a realização 09 reuniões de GTI e a criação de 5 subgrupos para apresentação e discussão dos subtemas, que realizaram um total de 25 reuniões, conforme os eixos temáticos da Estratégia Digital, cujos trabalhos, 
[..] foram marcados pela atuação intensa de todos os órgãos e entidades participantes, propiciando um intercâmbio de conhecimentos e ideias sobre o tema objeto de cada grupo, bem como a concertação das iniciativas governamentais ligadas à economia digital em torno de uma visão comum e coerente (BRASIL, 2018, p12).
De acordo com a referida portaria, as conclusões desse processo e suas respectivas atividades fundamentaram a primeira versão deste documento, submetida a consulta pública em agosto de 2017. 
Para uma melhor compreensão do processo, destaca-se os principais eventos que se seguiram em seu processo de elaboração. De acordo com o que consta no documento, ainda em atenção a recomendação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), deu-se prosseguimento aos trabalhos com a realização da 46ª Reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, datada de 7 de março de 2017, na qual foi deliberada a recomendação da elaboração de estratégia, 
Também são instituídos, nesses ministérios, a produzirem em até 60 dias proposta de aperfeiçoamento da regulamentação do código de Ciência, Tecnologia e Inovação. Mais ainda, o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações concluirá no segundo semestre de 2017 uma estratégia de longo prazo para a economia digital” (BRASIL, Presidência da República. Ata da 16ª Reunião plenária do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social. 07/03/2017). 
	
Seguindo a referida orientação para a elaboração da Estratégia Brasileira para a Transformação Digital., em 1º de agosto de 2017, a Consulta Pública Nº 1/DETIC/SEPIN/2017, informa o seu início, ressaltando que, “A consulta pública estará disponível no endereço de Internet www.mctic.gov.br/estrategiadigital, a partir das 11:00 horas de terça-feira,1º de agosto de 2017” (idem, p. 12). As possíveis contribuições e sugestões fundamentadas e devidamente identificadas deveriam ser encaminhadas por meio do endereço acima mencionado, até às 24h do dia 31 de agosto de 2017.
	Assim, de acordo com o que se apresenta na metodologia desta estratégia, a mesma expõe o processo de consulta pública com os respectivos períodos, locais de acesso e número de participantes, referindo que:
Lançada oficialmente em 1º de agosto, a consulta esteve aberta por 50 dias, até 20 de setembro de 2017. Foi realizada via Internet, em plataforma especialmente dedicadaao processo, disponibilizada pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), e acessada por mais de 2.000 participantes. Dentre esses, mais de 700 indivíduos e organizações contribuíram com respostas e comentários, incluindo representantes de Governo (nas esferas Federal, Estadual e Municipal), do setor produtivo (empresas e associações), comunidade científica e acadêmica (institutos, universidades e escolas) e sociedade civil (associações, entidades, ONGs e cidadãos) (BRASIL, 2018, p. 12).
Continuando encaminhamentos previstos, a partir das contribuições recebidas durante o referido processo de consulta pública, o documento relata, que foi realizada a revisão e a complementação do documento-base da Estratégia Brasileira para a Transformação Digital/2018, bem como, ressalta que, consolidada sua versão final, acompanhada de minuta de instrumento normativo, a mesma foi submetida à consideração do Presidente da República por determinação presidencial, com base em recomendação do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES). 
Prosseguindo-se a demarcação dos eventos que deram formato a estratégia em questão, em 21 de março de 2018, foi expedido o Decreto nº 9.319, que institui o Sistema Nacional para a Transformação Digital e estabelece a estrutura de governança para a implantação da Estratégia Brasileira para a Transformação Digital que no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput , inciso VI, alínea “a”, da Constituição, Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República: VI – dispor, mediante decreto, sobre: “a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos”;
Em 21 de março de 2018, por meio da Portaria MCTIC Nº 1.556, é provada a Estratégia Brasileira para a Transformação Digital (E-Digital). O que significa dizer que a “E-Digital será regulamentada em ato do Ministro de Estado de ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e servirá de referência para o SinDigital.” (DECRETO. 9.319/2018, art. 1º, § 3º). 
3.2 Análise crítica: continuando a investigação da (in)existência de imperativos democráticos.
De acordo com o texto apresentado na referida Estratégia, a sua formulação se deu em resposta aos desafios advindos das grandes e aceleradas transformações ocorridas na economia e na sociedade, causadas pelo ambiente digital, desafiando assim à atuação do governo, que, ao propor suas ações estratégicas, 
[...] têm foco no papel do governo como habilitador e facilitador dessa transformação digital no setor produtivo do país, na capacitação da sociedade para essa nova realidade, e na atuação do Estado como prestador de serviços e garantidor de direitos (BRASIL, 2018, p. 05).
	
	Como observa-se, o texto dá destaque ao compromisso do Estado e sua atuação para o desenvolvimento e inclusão social, enfatizando a necessidade em potencializar as tecnologias digitais, para “alcançar o aumento da produtividade, da competitividade e dos níveis de renda e emprego por todo o País, visando a construção de uma sociedade livre, justa e próspera para todos” (BRASIL, 2018, p. 06). Assim como, expressa que “As conclusões desse processo de atividades fundamentaram a primeira versão deste documento, submetida a consulta pública” (p. 12). 
No entanto, um olhar mais atento ao documento, revela que paradoxalmente ao discurso do bem comum e da livre participação em sua elaboração, a referida política, mesmo que de forma não tão incisiva, assume, a importância e finalidade em inserir-se no cenário da economia mundial e nas agendas internacionais para o desenvolvimento, quando refere, “[...] enfoque importante para E-Digital é a contextualização das ações estratégicas nas grandes agendas internacionais para o desenvolvimento” (p. 07), destacando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 das Nações Unidas. Em relação a essa questão, Canut e Wachowicz (2018), ressaltam que “Essa referência é feita uma única vez na Estratégia e trata-se da previsão incluída na versão final do documento não constando no relatório de 2017, submetido a consulta pública” (p. 16). 
É importante destacar a presença de um discurso antagônico no referido documento, pois uma política que já foi definida hierarquicamente a nível internacional, em razão das relações econômicas, não depende do aval da população e tão pouco está preocupada com a devida participação destes em sua elaboração. Sobre essa questão, Harari (2018), afirma que,
[...]hoje políticos de todo o mundo podem escolher entre várias políticas econômicas diferentes, mas em quase todos os casos as várias políticas em oferta refletem uma perspectiva capitalista da economia. Os políticos têm uma ilusão de escolha, mas as decisões realmente importantes já terão sido tomadas antes pelos economistas, banqueiros e homens de negócio, que formataram as diferentes opções no menu.”(p.71)
Essas observações, juntando-se, a outras iniciativas, políticas públicas, planos, normas, Projetos de Lei,... , interligados ao conteúdo da E-Digital, e que, paralelamente foram objetos de debate, normatização, aprovação, consultas…, como destacam Canut e Wachowicz ( 2018), mostram que a estratégia não configurando-se como uma iniciativa isolada, faz parte das ações que, coordenadas objetivam uma perspectiva de competitividade do mercado internacional. Exemplo, dessa questão, encontra-se na própria introdução da E-Digital que expressa:
[...] a E-Digital busca coordenar as diversas iniciativas governamentais ligadas ao tema em torno de uma visão única, sinérgica e coerente, de modo a apoiar a digitalização dos processos produtivos e a capacitação para o ambiente digital, promovendo a geração de valor e o crescimento econômico (BRASIL, 2018, p. 08).
E que portanto, colocam em xeque o caráter democrático da Estratégia para Transformação Digital. Nesse contexto, é coerente frisar que um processo que se intitule participativo, e portanto, democrático, não deve contextualizar-se, se não a partir dos interesses da população. Um olhar crítico sobre a A E-Digital/2018, revela que esta é resultado de um processo oposto, justificando-se com a fala de Maturana (1999) que refere, ”[...] a democracia destrói as hierarquias; a democracia destrói as apropriações. É fácil falar a respeito dela, mas é difícil vivê-la, pois requer arte” (MATURANA, 1999, p. 103).
 Dessa forma, pode-se afirmar que a Estratégia para Transformação Digital (2018), deixa fragmentos que conduzem ao entendimento, que a mesma não foi proposta, concebida e aprovada, com a devida fidelidade ao que refere sua justificativa e sua metodologia, que em seu texto, dá ênfase à consulta pública e portanto a participação popular, destacando o período em que essa consulta ficou aberta (50 dias), data que se encerrou (20 de setembro de 2017), local de acesso (internet - em plataforma especialmente destinada ao referido processo), assim como o setor responsável pela disponibilização (Centro de Gestão e Estudos Estratégicos -CGEE), o número de participantes (mais de 2.000), incluindo indivíduos e organizações de vários seguimentos da sociedade (BRASIL, 2018). 
Cabe aqui destacar que a Consulta Pública é um processo que envolve etapas e forma determinada definida por meio do Decreto nº 9.191/2017 e do Decreto-Lei nº 4.657/42. E sua função se cumpre a medida que seja assegurada sua idoneidade, conferida pela manifestação popular, como assegura tais dispositivos. Assim, a análise que ora se faz pressupõe saber se a referida consulta se efetivou conforme determinação legal, com prévia divulgação do documento convocatório, disponibilização dos documentos em linguagem simples e objetiva, bem como dos estudos e do material técnico que fundamentaram a proposta.
	Diante dos dados que conferem à Estratégia um processo que contou com a livre participação por meio de uma consulta pública, emerge uma questão que merece atenção e análise, que é a base de dados relativa às respostas disponíveis no site do MCTIC, que, segundo Canut e Wachowicz(2018, p. 30), é um processo que deixa lacunas, 
[...] sendo possível identificar o “Contribuinte à Consulta Pública EBTD vinculado à Entidade”, observando-se que não consta de forma direta o número de participantes, que há contribuições sem identificação e diversas contribuições advindas do mesmo contribuinte.
	Ou seja, se há desacordo em relação aos números e identificação desses participantes, há fortes indícios de mascaramento de dados, e portanto, da inexistência de imperativos democráticos. É importante ressaltar que, a mesma tecnologia digital usada para falsear dados ou informações, torna-se fundamental para a investigação das mesmas, reafirmando aqui as considerações de Pierre Lévy (2003), ao referir-se ao melhor uso e potencialização da ciberdemocracia.
	
Dessa forma, pode-se afirmar que essa é uma, de outras possíveis análises, capazes de identificar as desvirtuações existentes na Estratégia, que mesmo se revestindo da retórica de democracia, afasta-se desta a medida que não consegue seguir seus princípios, quais sejam, igualdade e liberdade. Que na concepção de Chauí: “Donde o maior problema da democracia numa sociedade de classes ser o da manutenção de seus princípios - igualdade e liberdade - sob os efeitos da desigualdade real” (CHAUÍ, apud TEIXEIRA, 2005, p. 24). Ou seja, a democracia brasileira é fragilizada e porque não dizer sabotada pelos interesses, que por vezes extrapolam os limites da nação e alijam o povo da participação.
Nesse contexto, Harari (2018), contribui com o debate afirmando que,
A democracia em seu formato atual não será capaz de sobreviver à fusão da biotecnologia com a tecnologia da informação. Ou a democracia se reinventa com sucesso numa forma radicalmente nova, ou os humanos acabarão vivendo em “ditaduras digitais”.”(HARARI,2018, p.69)
	Para esse autor, há um sério risco presente no uso estratégico da tecnologia que precisa ser considerado, dando como exemplo a fusão da biotecnologia com a tecnologia da informação, que podem cercear a liberdade e a igualdade. Assim, “Algoritmos de Big Data poderiam criar ditaduras digitais nas quais todo o poder se concentra nas mãos de uma minúscula elite enquanto a maior parte das pessoas sofre não em virtude de exploração, mas de algo muito pior: irrelevância.”(p.10)
Nessa perspectiva, mesmo diante dessas fortes ameaças em razão da manipulação e uso inadequado da tecnologia, cabe resgatar que a ciberdemocracia, enquanto uma importante possibilidade que se abriu para fortalecer a democracia participativa mundial, precisa ser melhor apropriada pela sociedade, pois, apesar desse recurso ainda não ser totalmente acessível a todos, se bem utilizada por quem a ela têm acesso, poderia contribuir significativamente com o enfrentamento de quaisquer forma de ditadura em favor da participação social, como afirma Cruz (2009), 
A “ciberdemocracia” poderia ser experimentada e outras formas de participação e mecanismos representativos poderiam ser propostos. Atualmente é muito fácil organizar consultas rápidas à população sobre temas de interesse imediato e que requeiram um pronunciamento de relativa urgência. Plebiscitos e referendos não teriam porque serem casos excepcionais na vida social e política. Ao menos tecnologicamente já não há mais desculpas (CRUZ, 2009, p. 13). 
Ainda nesse contexto, Pierre Lévy (2003, p. 159), refere que uma das grandes mutações e uma das maiores esperanças da ciberdemocracia reside na perspectiva de uma lei, de uma justiça e de um governo planetário, capazes de regular a economia mundial, preservar o ecossistema terrestre e garantir a liberdade e ao mesmo tempo esforçar-se para reduzir a miséria e as injustiças.
	É com essa perspectiva que conclui-se esta sessão, reiterando a necessidade e importância das TICs e sua real democratização, na perspectiva de tornar-se de fato meio de participação e de exercício da cidadania. 
4. CONCLUSÃO
Ao concluir este estudo, sem a pretensão de esgotar o debate e principalmente o processo de investigação aqui proposto, acredita-se que o objetivo principal, qual seja, analisar, com base em uma abordagem que organiza a política pública em etapas e em uma perspectiva teórica alusiva a ciberdemocracia, os caminhos da formulação da E–Digital, na tentativa de identificar possíveis déficits democráticos, foi alcançado à medida que foi possível realizar esse percurso com apoio de estudos já desenvolvidos sobre o tema, das teorias sobre as TIC’s e ciberdemocracia, dentre outros suportes teóricos e legais, encontrando elementos que apontam para a presença de déficits democráticos. 
Foi possível constatar que há no processo de elaboração da E-Digital, elementos que denotam a presença de déficits democráticos, à medida que ficou evidente que em um processo democrático não cabe a hierarquia, tão pouco a compatibilidade de necessidades em um processo que claramente surge para atender interesses mercadológicos internacionais. Estudiosos do assunto, contribuíram para que se constatasse, as contradições e antagonismos que pairam as políticas governamentais em uma sociedade que usa o discurso da democracia para impor decisões tomadas nos porões escuros do capitalismo, onde a luz da democracia não consegue chegar. Outro achado diz respeito, à forma como a Consulta Pública foi utilizada na metodologia aplicada à Estratégia e os vestígios de falseamento de dados encontrado em estudos já realizados. 
Nesse sentido, por meio do debate teórico e a devida análise da E-Digital foi possível responder problemática proposta, ficando evidente que referida estratégia do governo brasileiro, apesar de colocar-se como um processo altamente participativo, pautado em princípios democráticos e com a perspectiva de construir uma política voltada para o desenvolvimento, a justiça, liberdade e prosperidade para todos, a mesma não reflete essas perspectivas, pois há fortes evidências de um processo pseudo participativo em sua formulação e portanto, com possíveis dificuldades e ser um canal de transformação que inclua e sirva a todos.
Foi possível realizar estudos contextualizados e críticos, além de análises e reflexões em torno do cenário sócio político brasileiro e a utilização das tecnologias enquanto potencializador da participação popular e portanto da democracia (E-Digital), ficando claro a necessidade, em compreender que para além do discurso politicamente criado pelo governo, existem os interesses que hierarquicamente são impostos e que ferem e colocam em risco o sentido da democracia, e que portanto, precisam de constante exame e discussão, criando-se instrumentos de informação e formação necessários a uma sociedade em permanente luta pelo equilíbrio e justiça social. 
Assim, (in) conclui-se este breve estudo reiterando a importância e a necessidade em se colocar sempre em pauta o olhar crítico analítico sobre as políticas governamentais e suas reais intenções, utilizando-se dos recursos e instrumentos que permitem tal investigação, no caso, a tecnologia da informação, um recurso que, ao mesmo tempo ameaçador, pode tornar-se um forte aliado no enfrentamento a negação da participação social.
REFERÊNCIAS 
BRASIL, Presidência da República. Ata da 16ª Reunião plenária do Conselho de desenvolvimento econômico e social. 07/03/2017). Disponível em:<http://www.cdes.gov.br/Plone/biblioteca/busca/reuniao-plenaria/atas/ata-da-46a-reuniao-plenaria>. Acesso em 10 de novembro de 2019.
___________. Estratégia brasileira para transformação digital-E-Digital. Brasília, 2018. Disponível em Disponível em:<http://www.mctic.gov.br/mctic/export/ sites/institucional/tecnologia/SEPOD/politicasDigitais/arquivos/estrategia_digital_ arquivo /livro_estrategia_digital_web.pdf>. Acesso em 11 de novembro de 2019.
CASTELLS, Manuel. A era da informação: economia, sociedade e cultura. V. 1, 10ª ed. Tradução: Roneide Venâncio Majer. Atualização: Jussara Simões. São Paulo: Paz e Terra, 2007.
________________. Trad. Roneide Venâncio Majer. 6ª ed. A Sociedade em rede, S. P. Paz e Terra, 1999.
CHIAVENATO, Idalberto.Planejamento Estratégico- 2ª Edição- Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. 
CHOMSKY, Noam. Réquiem para o sonho americano. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, p. 127-137, 2017.
CRUZ, Paulo Márcio. Ensaio sobre a necessidade de uma teoria para a superação democrática do estado constitucional moderno. Disponível em: . Extraído em: 10 nov. 2019.
CARDON, Dominique. A Democracia internet: promessas e limites, tradução de Nina Vivente e Tiago Coutinho. Rio de Janeiro. Forense Universitária. 2012.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
HARARI, Yuval Noah. 21 lições para o século 21. São Paulo: Companhia das Letras, p. 10 - 71, 2018.
WACHOWICZ, Marcos; CANUT Letícia. Análise da estratégia brasileira para transformação digital: comentários ao decreto n° 9319/18. Curitiba: GEDAI/ UFPR, 2018. 
HARTMANN, Ivar Alberto Martins. O acesso a internet como direito fundamental. Disponível em: . Acesso em 20 maio. 2019.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.
LÉVY, Pierre. Ciberdemocracia. Lisboa. Editora Instituto Piaget. 2002.
LEMOS, André. LÉVY, Pierre. O futuro da Internet: Em direção a uma ciberdemocracia planetária. São Paulo: Paulus, 2010.
MATURANA, Humberto. A ontologia da realidade. Belo Horizonte: UFMG, 1999.
RAWLS, J. Justiça e democracia, São Paulo, Martins Fontes, 2000.
RODEGHERI, Letícia Bodanese. Da Democracia à Ciberdemocracia: condições e (in)efetividade da participação popular na construção colaborativa do marco civil da internet - Dissertação de mestrado. RS- 2015.
ROTHBERG, Danilo. Contribuições a uma teoria da democracia digital como suporte à formulação de políticas públicas. Rev. iberoam. cienc. tecnol. soc. [online]. 2010, vol.5, n.14, pp. 69-87. ISSN 1850-0013.
TEIXEIRA, Ana Claudia Chaves, (Org.) Os sentidos da democracia e da participação. São Paulo: Instituto, Pólis, 2005.

Continue navegando