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. 1 PC-BA 1. Noções de administração. 1.1 Abordagens clássica, burocrática e sistêmica da administração. ..... 1 1.2 Evolução da administração pública no Brasil após 1930. 1.3 Reformas administrativas. ............ 35 2 Noções de Administração Pública. 2.1 Princípios Constitucionais da Administração Pública. 2.2 Princípios Explícitos e Implícitos. 2.3 Ética na Administração Pública. ................................................... 50 2.4 Administração Pública. Organização administrativa. Centralização. Descentralização. Desconcentração. 2.5 Órgãos Públicos. Administração Indireta. Autarquias. Fundações Públicas. Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. 3 A nova gestão pública. ................................... 74 4 Processo administrativo. 4.1 Funções da administração: planejamento, organização, direção e controle. 4.2 Estrutura organizacional. 4.3 Cultura organizacional. ....................................................... 103 5. Gestão de pessoas. 5.1 Equilíbrio organizacional. 5.2 Objetivos, desafios e características da gestão de pessoas. 5.3 Comportamento organizacional: relações indivíduo/organização, motivação, liderança, desempenho. ....................................................................................................................... 150 6 Gestão da qualidade e modelo de excelência gerencial. 6.1 Principais teóricos e suas contribuições para a gestão da qualidade. 6.2 Ciclo PDCA. 6.3 Ferramentas de gestão da qualidade. ..................... 219 6.4 Modelo do gespublica ............................................................................................................... 246 7 Noções de gestão de processos: técnicas de mapeamento, análise e melhoria de processos .... 259 8 Legislação administrativa. 8.1 Administração direta, indireta e fundacional. ............................... 272 8.2 Atos administrativos. .................................................................................................................. 272 9 Noções de licitação pública: fases, modalidades, dispensa e inexigibilidade. .............................. 291 10 Noções de administração de recursos materiais. ....................................................................... 308 11 Ética no serviço público: comportamento profissional, atitudes no serviço, organização do trabalho, prioridade em serviço. .......................................................................................................................... 325 12 Administração financeira e orçamentária. .................................................................................. 332 12.1 Orçamento público. 12.2 Princípios orçamentários. 12.3 Diretrizes orçamentárias. ............... 348 12.4 Sistema Integrado de Planejamento, Contabilidade e Finanças: FIPLAN. ............................... 360 12.5 Receita pública: categorias, fontes, estágios e dívida ativa. .................................................... 366 12.6 Despesa pública: categorias e estágios. ................................................................................. 377 12.7 Suprimento defundos. ............................................................................................................ 402 12.8 Restos a pagar. 12.9 Despesas de exercícios anteriores. ....................................................... 408 12.10 Conta única do Tesouro. ........................................................................................................ 411 1428241 E-book gerado especialmente para MARIA CAROLINA SOARES SANATANA . 2 Candidatos ao Concurso Público, O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom desempenho na prova. As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em contato, informe: - Apostila (concurso e cargo); - Disciplina (matéria); - Número da página onde se encontra a dúvida; e - Qual a dúvida. Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. Bons estudos! 1428241 E-book gerado especialmente para MARIA CAROLINA SOARES SANATANA . 1 Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br Noções Básicas de Administração: Conceitos Básicos Conceito de Organização1 Organização é uma palavra originada do Grego “organon” que significa instrumento, utensílio, órgão ou aquilo com que se trabalha. De um modo geral, organização é a forma como se dispõe um sistema para atingir os resultados pretendidos. Podemos falar de organização escolar, organização empresarial, organização pessoal, organização de eventos, organização doméstica, etc. Em todas essas aplicações, o sentido de organização se baseia na forma como as pessoas se inter-relacionam entre si e na ordenação e distribuição dos diversos elementos envolvidos, com vista a uma mesma finalidade. Em Administração de Empresas, entende-se por organização uma entidade social formada por duas ou mais pessoas que trabalham de forma coordenada em determinado ambiente externo visando um objetivo coletivo. Envolve a divisão de tarefas e atribuição de responsabilidades. Dependendo do tipo de organização, há uma pessoa que exerce um papel fundamental nas funções de liderança, planejamento e controle dos recursos humanos e de outros recursos materiais, financeiros e tecnológicos disponíveis na empresa. A estrutura de uma organização pode ser formal ou informal. Uma organização formal é planejada e estruturada seguindo um regulamento interno. Organização informal são as relações geradas espontaneamente entre as pessoas, resultado do próprio funcionamento e evolução da empresa. Existe um conjunto de elementos que estão diretamente associados a uma organização, tais como: clientes, fornecedores, concorrentes, comunicação social, entre outros. Organização Administrativa2 As empresas não são amorfas. Nem estáticas. Elas têm uma constituição, um organismo que vive e palpita, que cresce e se desenvolve e que precisa ser organizado e estruturado para funcionar melhor. Normalmente em nossos lares, temos cada coisa no seu devido lugar, seja na sala, cozinha, em cada quarto: tudo é organizado de uma maneira lógica e racional. Também nas empresas as pessoas, os equipamentos, enfim todos os recursos empresariais, são alocados e arranjados de acordo com as suas funções, de uma maneira lógica e racional. O papel da organização Administrativa é exatamente alocar, arranjar, agrupar, reunir, dividir o trabalho, especializar, para que as atividades sejam executadas da melhor maneira possível. Organização é a função administrativa que se incumbe do agrupamento das atividades necessárias para atingir os objetivos da empresa. O agrupamento das atividades envolve a reunião de pessoas e recursos empresariais sob a autorização de um chefe. Assim, a organização precisa lidar com pessoas, órgãos e relações de autoridade e responsabilidade. Para que os objetivos sejam alcançados, os planos executados e as pessoas possam trabalhar eficientemente, as atividades precisam ser adequadamente agrupadas e a autoridade convenientemente distribuída. A Organização Administrativa serve para agrupare estruturar todos os recursos da empresa - pessoas e equipamentos - para permitir o alcance dos objetivos almejados da melhor forma possível. 1 Significados.com.br. Significados de Organização. Disponível em: http://www.significados.com.br/organizacao/. 2 Molina, J. Gestão em Petróleo e Gás. Organização. Disponível em: http://www.tecnicodepetroleo.ufpr.br/ apostilas/administracao e_gestao/organizacao.pdf. 1. Noções de administração. 1.1 Abordagens clássica, burocrática e sistêmica da administração. 1428241 E-book gerado especialmente para MARIA CAROLINA SOARES SANATANA . 2 Assim, o objetivo da organização é agrupar as pessoas para que estas trabalhem melhor em conjunto. A organização existe porque o trabalho empresarial a ser realizado é impossível para uma só pessoa. Daí a necessidade de muitas pessoas em conjunto executando atividades diferentes, o que conduz a um novo problema: o da coordenação entre as pessoas. Mudança Organizacional e a Administração As mudanças no ambiente organizacional estão cada vez mais frequentes, por isso as empresas precisam adaptar-se às variações e oscilações tanto do ambiente interno como externo. Muitas dessas mudanças são inesperadas e ocorrem em fases de extrema dificuldade das empresas, tornando o processo decisório ainda mais difícil. Assim, conforme surgem novas exigências do mercado, as empresas também anseiam novas necessidades, para que seja possível acompanhar o dinamismo do mercado. Esse processo composto por mudanças do ambiente externo e adaptações do ambiente interno faz com que as empresas se tornem cada vez mais complexas, com processos cada vez mais burocráticos. Natureza das Organizações • As organizações são entidades fortes. - Família: exemplo de primeira organização. - Local de trabalho: outra organização. As organizações são precisas na medida em que as necessidades não podem ser satisfeitas por indivíduos (isolados) • Necessidades de bens e serviços • Necessidades sociais Significa contexto de luta por poder e de exercício de influência de uns, noutros. Requer a concepção de uma estrutura de organização de modo a: – Assegurar que são atingidos objetivos; – O trabalho é bem definido; – O fluxo de informação é fluido; – A coordenação, mas também o comando e o controle podem (e devem) ser concretizados. • Especificadas de forma verbal ou com base em documentos com maior ou menor grau de detalhe e formalismo; • Operam no contexto de algum estado ao longo do tempo; – São necessárias estratégias para assegurar a transição de condições caóticas para condições de equilíbrio. • São parte de um ambiente maior que contempla a sociedade, competidores, parceiros e instituições de suporte; – Constitui um sistema aberto e que interage e é muito permeável ao seu exterior. Componentes da Organização A figura abaixo apresenta um diagrama mostrando os principais componentes das organizações. Portanto, uma organização é um sistema que transforma recursos em objetivos (produtos e serviços). Uma organização é composta pelo que também chamamos de inputs e outputs, ou seja, toda organização possui os recursos diversos, tais como: tecnológicos, humanos, materiais, financeiros, entre outros, que, posteriormente, passam por um processo de transformação, sendo convergidos em objetivos – e, claro, nos produtos ou serviços que são ofertados pela organização. 1428241 E-book gerado especialmente para MARIA CAROLINA SOARES SANATANA . 3 Principais Componentes da Organização Fonte: Adaptado de Maximiano, 1995. 1. TAREFAS - Divisão do trabalho, provocando a especialização de atividades e de funções. 2. PESSOAS - Considera-se as habilidades, aptidões, interesses, experiências e prática e o comportamento de cada pessoa. 3. ÓRGÃOS - O trabalho e as pessoas são agrupadas em órgãos. Os órgãos são dispostos em níveis hierárquicos. A departamentalização é determinada de acordo com os critérios de melhor atendimento aos objetivos empresariais. 4. RELAÇÕES - Entre as pessoas e o trabalho, relacionamento entre uma pessoa com outras situadas em setores diferentes da empresa, relacionamento informal entre os participantes em situações fora do trabalho, etc. Segundo Maximiano3, uma organização é um sistema de recursos que procura realizar algum tipo de objetivo, e tem dois componentes importantes: processos de transformação e divisão de trabalho, como apresentado na figura acima. Podemos destacar por meio da figura que além dos quatro componentes citados no início deste subtópico, ainda temos os objetivos, recursos, processo de transformação e divisão de trabalho. Vamos entendê-los melhor! OBJETIVOS As empresas são organizações sociais4 que utilizam recursos para atingir seus objetivos. Quanto aos objetivos, existem empresas lucrativas, quando o objetivo final é o lucro, e empresas não lucrativas, quando o objetivo final é a prestação de algum serviço público, independentemente do lucro. Lucro é o excedente entre a receita obtida e a remuneração do empreendedor que assume os riscos de um negócio. Toda empresa existe para produzir algo: produtos (bens) ou serviços. As empresas que produzem bens são chamadas empresas industriais, enquanto as empresas que produzem ou prestam serviços são chamadas empresas prestadoras de serviços. Além da produção, as empresas precisam colocar seus produtos ou serviços no mercado. Aí surge a comercialização. RECURSOS Recursos são os meios ou ativos de que dispõem as empresas para poder produzir. Quanto mais recursos as empresas tiverem ao seu alcance, tanto melhor o seu funcionamento e resultados. Quanto menos recursos, tanto maiores as dificuldades no alcance dos objetivos. Porém, excesso de recursos significa uma aplicação pouco rentável deles. A administração procura a máxima rentabilização dos recursos necessários à obtenção dos objetivos. Existe uma variedade de recursos empresariais, porém os recursos mais importantes são os seguintes: Recursos materiais: são os recursos físicos, como edifícios, prédios, máquinas, equipamentos, instalações, ferramentas, matérias-primas etc. 3 Maximiano, Antonio Cesar Amaru. Introdução à Administração – 6. ed. rev. e ampl. – São Paulo: Atlas, 2004. 4 Ana Carolina, 2010. As empresas e seus recursos. http://www.administradores.com.br/artigos/marketing/as-empresas-e-seus-recursos/49451/ 1428241 E-book gerado especialmente para MARIA CAROLINA SOARES SANATANA . 4 Recursos financeiros: são recursos monetários, como capital, dinheiro em caixa ou em bancos, créditos, investimentos, contas a receber etc. Recursos humanos: são as pessoas que trabalham em todos os níveis da empresa, desde o presidente até o mais humilde dos operários. Na verdade, as pessoas são os únicos recursos vivos e inteligentes de uma empresa, capazes de lidar com todos os demais recursos empresariais. Os recursos humanos estão distribuídos nos diversos níveis institucionais (direção), no nível intermediário (gerencia e assessoria) e no nível operacional (técnicos, colaboradores, além dos supervisores de linha). Este é o recurso mais importante da organização atualmente. De certa forma, os economistas denominam os recursos empresariais como fatores de produção. Para eles, a produção de riqueza somente ocorre quando três fatores de produção estão presentes: a natureza, o capital e o trabalho. Natureza: representa os meios que proporcionam matéria-prima, máquinas e equipamentos. Capital: representa os meios que financiam a produção. Trabalho: representa a mão de obra que transforma a matéria-prima em produto acabado ou serviço prestado, com a ajuda de máquinas e equipamentos. Modernamente, dois outros tipos de recursos passaram a integrar os recursos básicos da empresa: os recursos mercadológicos e os administrativos.Recursos mercadológicos: são os recursos comerciais que as empresas utilizam para colocar seus produtos ou serviços no mercado, como vendas, promoção, propaganda, pesquisa de mercado, definição de preços etc. Recursos administrativos: são os recursos gerenciais que as empresas utilizam para planejar, organizar, dirigir e controlar suas atividades. A falta de um desses recursos impossibilita o processo de produção e colocação dos bens e serviços e colocação dos bens e serviços no mercado. Assim, todos os recursos empresariais são importantes. Todavia, são os recursos humanos – as pessoas – os únicos recursos que proporcionam inteligência, conhecimentos, competências e decisões que põem em ação todos os demais recursos empresariais, que são inerentes, estáticos e sem vida própria. Para administrar cada um dos recursos empresariais, existe uma área específica na empresa que é dirigida, em princípio por um diretor, conforme mostra abaixo: Diretor presidente → Diretor industrial (Recursos materiais e tecnológicos) Diretor financeiro (Recursos financeiros) Diretor de marketing (Recursos mercadológicos) Diretor de RH (Recursos humanos e competências) Processos de Transformação Por meio de processos, a organização transforma os recursos para produzir os resultados. Alguns processos que se encontram nas organizações: - Produção: transformação de matérias-primas, por meio de máquinas e atividades humanas, em produtos e serviços. - Administração de encomendas: transformação de um pedido feito ou prestação de um serviço. - Administração de recursos humanos: transformação de necessidades de mão-de-obra em disponibilização de pessoas. Divisão do Trabalho Em uma organização, cada pessoa realiza tarefas específicas que contribuem para a realização dos objetivos. A divisão do trabalho é o processo que permite superar as limitações individuais por meio da especialização. 1428241 E-book gerado especialmente para MARIA CAROLINA SOARES SANATANA . 5 Existem três tipos tradicionais básicos de Estrutura Organizacional: a Organização Linear, a Funcional e a Linha-Staff. Organização Linear É a estrutura organizacional mais simples e antiga, baseada na autoridade linear. Esta é uma decorrência do princípio da unidade de comando: significa que cada superior tem autoridade única e absoluta sobre seus subordinados e que não a reparte com ninguém. A organização linear ou estrutura linear tem suas origens na organização dos antigos exércitos e na organização eclesiástica dos tempos medievais. Entre o superior e os subordinados existem linhas diretas e únicas de autoridade (que significa o direito organizacional de exigir o cumprimento de ordens e execução de tarefas) e de responsabilidade (que significa o dever ou incumbência de seguir ordens e executar tarefas). Devido a estas linhas de autoridade e responsabilidade ocorre a cadeia escalar. Organização Funcional A organização funcional é a estrutura organizacional que aplica o princípio funcional ou princípio da especialização das funções. O staff ou assessoria funcional decorre desse princípio, que separa, distingue e especializa. Na antiguidade, o staff era constituído de chefes homéricos - que aconselhavam os reis da Grécia - e do conselho dos sábios - que assessoravam os reis anglo-saxões. Mais recentemente, nota-se que à medida que as empresas crescem e o seu ambiente se torna mutável e competitivo, aumenta consideravelmente a necessidade de órgãos especializados capazes de proporcionar conselhos e inovações rápidas e substanciais. Essa flexibilidade indispensável à organização competitiva e inovadora é um dos principais fracassos da estrutura linear. Esta somente funciona em um ambiente estável e rotineiro. Taylor foi um dos defensores da organização funcional ao defrontar-se com o excessivo e variado volume de atribuições concentradas nos mestres de produção de uma siderúrgica americana que adotava a organização linear. Achava que a especialização do operário deveria ser acompanhada pela especialização dos supervisores e da gerência por meio da estrutura funcional. Organização Linha-Staff Com o crescimento e complexidade das tarefas das empresas, a estrutura linear se mostrou insuficiente para proporcionar eficiência e eficácia. As unidades e posições de linha (que têm autoridade linear) passaram a se concentrar no alcance dos objetivos principais da empresa e a delegar autoridade sobre serviços especializados e atribuições marginais a outras unidades e posições da empresa. Assim, as unidades e posições de linha se livraram de uma série de atividades e tarefas para se dedicarem, exclusivamente, aos objetivos básicos da empresa, como produzir, vender, etc. As demais unidades e posições da empresa que receberam aqueles encargos passaram a denominar-se assessoria (staff), cabendo-lhes a prestação de serviços especializados e de consultoria técnica, influenciando indiretamente o trabalho dos órgãos de linha por meio de sugestões, recomendações, consultoria, prestação de serviços como planejamento, controle, levantamentos, relatórios, etc. Assim, os órgãos de staff assessoram os órgãos de linha por meio de sua especialização técnica. Enquanto os especialistas de staff se aprofundam em um determinado campo de atividades, os gerentes de linha se tornam os detentores da hierarquia da organização. Características das Organizações Toda organização quando criada é fundamentada com base em um propósito e, primeiramente, precisamos identificar se essa organização é de produtos (fabricação de carros, móveis, etc.) ou serviços (assistência técnica, salão de beleza, etc.). As organizações podem ser públicas ou privadas, com ou sem fins lucrativos, permanentes ou temporárias. Organização pública é aquela mantida pelo poder público, isto é, por qualquer nível de governo - federal, estadual ou municipal. 1428241 E-book gerado especialmente para MARIA CAROLINA SOARES SANATANA . 6 Organização privada é a mantida pela iniciativa privada, isto é, por pessoas sócias da organização. Também existe a organização mista, na qual esforços públicos são combinados com privados. Organização com fins lucrativos é aquela cujo objetivo é gerar lucro a partir das atividades por ela desenvolvidas, para distribuí-lo aos seus sócios. Organização sem fins lucrativos não tem objetivo de lucro, mas outras finalidades, como amparar os necessitados, desenvolver atividades sociais (esportes, lazer), congregar pessoas. A ausência da finalidade de lucro não impede que a organização venda mercadorias ou preste serviços remunerados, mas o lucro dessas atividades deve reverter somente para a organização, jamais para seus proprietários. Organização permanente é aquela constituída por prazo indeterminado, em princípio para sempre, sem que isso impeça seu desaparecimento. Organização temporária é a constituída com uma finalidade específica, para desaparecer tão logo essa atividade tenha sido concluída. A Petrobras é uma organização mista, permanente, com finalidade lucrativa. Um consórcio de empresas de engenharia constituído para construir uma estrada é uma organização privada, temporária, com finalidade lucrativa. Um hospital municipal e uma associação de moradores são organizações permanentes, sem fins lucrativos, o primeiro público e a segunda privada. Importância das Organizações - Servem à sociedade: são instituições sociais que refletem alguns valores e necessidades culturalmente aceitos. - Realizam Objetivos: coordenam os esforços de diferentes indivíduos, permitindo-nos alcançar metas que, de outra forma, seriam muito mais difíceis ou até mesmo impossíveis de serem atingidas. - Preservam o conhecimento: como as universidades, museus e corporações são essenciais porque guardam e protegem a maior parte do conhecimento que nossa civilização juntou e registrou. - Proporcionam carreiras: proporcionam aos seusempregados uma fonte de sobrevivência. As Empresas O objetivo principal das empresas é a produção de bens e serviços que serão oferecidos no mercado de consumo. Cada empresa constitui uma criação particular, pois tem as suas próprias características, seus recursos, seus objetivos, etc. As empresas não são autônomas nem autossuficientes. Elas precisam ser administradas por pessoas qualificadas e são orientadas para o lucro: Lucro (retorno financeiro que excede o custo). Assumem riscos, que neste caso envolvem tempo, dinheiro, recursos e esforços. As empresas não trabalham em condição de certeza, como já comentado anteriormente. São dirigidas por uma filosofia de negócios: Os administradores tomam decisões que se relacionam com mercados, custos, preços, concorrência, governos, etc. Segundo Chiavenato5, “É uma organização que utiliza recursos a fim de atingir determinados objetivos. É uma organização social por ser uma associação de pessoas que trabalham em conjunto para a exploração de algum negócio”. A importância da Administração nas empresas Segundo Stoner6: “A Administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos membros da organização e o uso de todos os outros recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos." Chiavenato concorda com o conceito de Stoner quando diz que a Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar objetivos. Chiavenato ainda complementa o conceito de Administração dizendo que “[...] a tarefa básica da Administração é a de fazer as coisas por meio de pessoas de maneira eficiente e eficaz”. 5 CHIAVENATO, Idalberto. (2000). Teoria geral da administração. Vol I. 5. ed. São Paulo: Campus 6 STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5 ed. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1999. 1428241 E-book gerado especialmente para MARIA CAROLINA SOARES SANATANA . 7 Nos dias atuais, a Administração nas empresas desempenha um papel fundamental para o bom desempenho organizacional, levando em consideração o atual cenário do mercado, que é extremamente volátil e vive em constante mudança. Sendo assim, a administração representa um fator substancial para qualquer negócio, pois oferece ferramentas que servem de apoio ao administrador e faz com que o processo decisório torne-se mais rápido, mais seguro, mais otimizado, menos custoso, etc. Quando se pensa em administrar, pensa-se naqueles que se utilizam dos elementos da administração, em algumas pessoas as quais chamamos genericamente de administradores. Este profissional, no entanto, não tem apenas esta função teórica, ele é responsável pela implantação de tudo que planejou e, portanto, vai ser aquele que define os programas e métodos de trabalho, avaliando os resultados e corrigindo os setores e procedimentos que estiverem com problemas. O cotidiano do administrador é repleto de conteúdo administrativo e mesmo profissional de outras áreas, como advogados, médicos e engenheiros, fazem uso do processo de administrar. Como é função do administrador que a produtividade e os lucros sejam altos, ele também terá a função de fiscalizar a produção e, para isto, é necessário que fiscalize cada etapa do processo, controlando inclusive os equipamentos e materiais envolvidos na produção, para evitar desperdícios e prejuízos para a empresa. Para que tudo seja funcional, o administrador também faz um estudo do aproveitamento da mão-de- obra, atuando, inclusive, na admissão e contratação dos funcionários, estabelece as relações da empresa com contratados, tudo para garantir que o conjunto de fatores seja responsável pelo sucesso da empresa. O administrador do novo milênio é o profissional de hoje que pensa e utiliza as ideias do futuro. O executivo deve buscar a motivação ao encontrar um ambiente favorável, com autonomia e espaço para a iniciativa, de maneira que possa estar sempre acreditando no que faz. Um administrador competitivo deve saber desviar-se de todos esses problemas, sempre procurando levar seus objetivos adiante, não importando o que possa vir a acontecer e deve sempre manter o entusiasmo, mesmo que sua empresa não esteja bem no mercado. Os melhores profissionais não são aqueles que levam a empresa quando ela está bem e sim aqueles que conseguem tirá-las de suas maiores crises. O profissional que utiliza a administração como meio de vida executa tarefas desde o nível hierárquico de supervisão elementar até o nível de dirigente máximo da organização, assim como pode atuar em diferentes frentes como a Administração da Produção, Administração Financeira, Administração de Recursos Humanos, Administração de Materiais, Administração de Estoques, Administração Mercadológica e Administração Geral. Em cada nível ou em cada frente da Administração de empresas há uma dinâmica diferente, pois há um conjunto de variáveis controláveis e incontroláveis. Não existem duas organizações iguais, assim como não existem duas pessoas idênticas. Stoner7 destaca as seguintes atribuições do administrador: - Trabalham com outras pessoas e por meio delas; - São responsáveis e têm que prestar contas de seus atos; - Chegam a um equilíbrio entre objetivos concorrentes e estabelecem prioridades; - Tem que pensar analítica (subdividir um problema, analisar seus elementos e propor uma solução viável) e conceitualmente (ver toda a tarefa em abstrato e relacioná-la com outras tarefas); • São mediadores - eles têm que acertar as discordâncias entre as pessoas antes que elas escapem ao controle; • São políticos - recorrem à persuasão e às soluções de meio-termo para alcançar os objetivos da organização; • São diplomatas - podem atuar como representantes oficiais de suas unidades em reuniões organizacionais; • Tomam decisões difíceis: cabe aos administradores propor soluções para problemas difíceis e fazer acompanhamento de suas decisões. 7 STONER, J.A.F. Administração. Rio de Janeiro: Prentice-Hall do Brasil, 2 ed. 1985. 1428241 E-book gerado especialmente para MARIA CAROLINA SOARES SANATANA . 8 Cada organização possui uma identidade pessoal que é peculiar à sua gestão, ou seja, possui seus objetivos, seu ramo de atividade, um ou mais produtos ou serviços que oferta, uma missão e visão que cabe à sua cultura organizacional, seus pontos fortes e fracos, assim como cada uma possui ameaças e oportunidades inerentes ao seu negócio, sua política empresarial, sua situação tecnológica e financeira, entre outros. Isso só confirma que cada organização é única, mas que todas necessitam de uma administração eficiente e eficaz para conseguir agregar bons resultados. Vale considerar também que as organizações não podem ser estáticas, já que elas mesmas são compostas de seres humanos e são voltadas para um mercado consumidor em constante mutação, além de operarem em um ambiente externo altamente dinâmico. A evolução necessária das organizações se traduz em uma permanente readaptação das mesmas, para que possam atender às dinâmicas externas e internas. Devido a esse conjunto de particularidades que uma organização possui, é necessário traçar estratégias exclusivas às suas necessidades, de forma a gerar inovação e competitividade. É preciso entender o contexto no qual a empresa opera. O ambiente é todo o universo que envolve externamente a empresa. E tudo fora dela, isto é, é a própria sociedade, outras empresas e organizações, clientes, fornecedores, concorrentes, agências reguladoras. Isso porque as empresas não vivem no vácuo, não estão isoladas e não são totalmente autossuficientes - funcionam dentro de um contexto do qual obtém recursos e informações para subsistência e funcionamento. Ressalta-se que as empresas constituem organizações inventadas pelo homem para se adaptarem constantementeàs mudanças ambientais e alcançarem objetivos; são eficazes, sobrevivem e crescem quando conseguem se adaptar às mudanças ambientais e alcançam seus objetivos. Objetivos - Metas Objetivos são as metas ou alvos que se busca atingir, todos nós possuímos objetivos, eles são as molas propulsoras que impulsionam as nossas vidas. As organizações também possuem objetivos, e são eles que alicerçam o trabalho, na medida em que determinam a estrutura das instituições, as atividades e a distribuição dos recursos humanos nas diversas tarefas (Drucker8). Os objetivos em uma empresa devem ser dinâmicos, pois são à base da relação entre a organização o ambiente externo e os participantes e, portanto estão em contínua evolução, alterando essas relações, devendo ser reavaliados e modificados em função das mudanças no ambiente externo e interno da organização Objetivos amplos em uma empresa possibilitam a definição de políticas, diretrizes, metas, programas, procedimentos e normas; possibilitando que se identifique o papel que a organização desempenha na sociedade em geral. A administração possui dois objetivos principais: - Alcançar a eficiência - se refere aos meios, os métodos, processos, regras e regulamentos sobre como as coisas devem ser feitas na empresa a fim de que os recursos sejam adequadamente utilizados. Uma organização eficiente é aquela que utiliza racionalmente seus recursos; - Alcançar a eficácia - se refere aos fins, os objetivos e resultados a serem alcançados pela empresa, significa a capacidade de realizar um objetivo ou resolver um problema, capacidade de se chegar aos resultados. Eficiência Eficácia Ênfase nos meios Ênfase nos resultados Fazer corretamente as coisas Fazer as coisas corretas Utilizar produtivamente todos os recursos Atingir os objetivos Salvaguardar recursos Cumprir metas Mínimo de perdas e/ou desperdícios Realizar o que foi proposto Custo-benefício maior Alcançar resultados organizacionais Adaptado de Chiavenato: 1987 Eficiência é a palavra usada para indicar que a organização utiliza seus recursos produtivamente ou de maneira econômica. Quanto mais alto for o grau de produtividade ou economia na utilização dos 8 DRUCKER, P.F. Introdução à administração. São Paulo, Pioneira, 1991. 1428241 E-book gerado especialmente para MARIA CAROLINA SOARES SANATANA . 9 recursos, mais eficiente será a organização. A eficiência é alcançada quando o executivo manipula, de forma adequada, os insumos de que necessita para atingir seus produtos. De acordo com Maximiano9, a eficiência pode ser evidenciada quando se utiliza uma menor quantidade de recursos para produzir mais. Por exemplo, na Fórmula 1, quando o carro para no box, os pneus são trocados com eficiência máxima no uso do tempo. No entanto, a equipe tem uma ineficiência intrínseca, que é a quantidade de pessoas na equipe; dessa forma, a equipe é eficiente na dimensão do uso do tempo, mas ineficiente no uso de recursos humanos. Na Administração Científica, o homem era tratado como uma extensão da máquina, o conceito de “homo economicus”, cuja ideia principal é a de que a principal motivação da pessoa no trabalho é a remuneração. A Administração Científica buscava a melhoria da eficiência e da produtividade por meio do estudo dos tempos, que também auxiliava na precisão da definição do valor dos salários. Na busca pela melhoria da eficiência e da produtividade, Taylor buscou estudar a “melhor maneira” de se fazer tarefas, o que ficou conhecido como estudo de tempos e movimentos. O trabalho do operário era analisado e cronometrado, de modo que os gerentes pudessem determinar a maneira mais eficiente de se fazer uma tarefa. Determinada a forma mais eficiente (fácil e rápida) de executá-la, “os funcionários eram treinados para fazer dessa forma – criando assim uma padronização do trabalho”10. A padronização evita a execução de tarefas e movimentos desnecessários, o que evitaria uma rápida fadiga humana. Para Taylor, a questão não era trabalhar duro, depressa ou bastante, e sim trabalhar de forma inteligente. A Administração Científica deveria analisar os movimentos efetuados pelos trabalhadores para conseguir desenhar um processo com um mínimo de esforço em cada tarefa. Sistemas de administração de tarefas: após a definição do tempo-padrão para cada elemento básico, a administração podia controlar todos os aspectos da produção, melhorando sua eficiência produtiva, pois padronizava o trabalho. Dessa forma, podemos dizer que a eficiência é alcançada quando o executivo manipula, de forma adequada, os insumos de que necessita para atingir seus produtos. Por exemplo, em uma fábrica de sapatos, a matéria-prima (couro, cola, borracha, etc.) deve ser utilizada da maneira mais econômica e otimizada possível; devem-se estudar formas para evitar o desperdício. A eficácia é atingida quando, sendo eficiente, o gerente atinge seus produtos de maneira apropriada, como programado. Na eficácia, o que importa é alcançar o resultado final, fabricar um bom produto ou prestar um serviço de qualidade. A eficácia não prega o desperdício de insumos, mas não se importa em gastar um pouco mais de material para estimular a criatividade do funcionário, por exemplo - que por sua vez pode criar ou melhorar o produto final. Qual é à base de sustentação da administração? Seus princípios. Para fazer a administração os administradores contam com técnicas, ferramentas e truques que auxiliam no alcance de seus objetivos, entretanto estes meios e instrumentos não são tão importantes quanto os princípios essenciais sob o qual se alicerçam a ciência da Administração (Drucker11). Para Chiavenato12, princípio é uma afirmação, uma proposição geral válida e aplicável para determinados fenômenos, é uma previsão antecipada do que deverá ser feito quando ocorrer àquela determinada situação, é um guia de ação. Os princípios são a base sob a qual se sustentam as teorias, não devem ser abordados de forma rígida, mas sim considerados relativamente e flexivelmente, tendo como base o bom senso. 9 MAXIMIANO, Antonio César Amauri. Teoria Geral da Administração: da Revolução Urbana à Revolução Digital. São Paulo: Atlas, 2007. 10 RENNÓ, R. (2013). Administração Geral para Concursos. Rio de Janeiro: Campus Elsevier. 11 DRUCKER, P.F.O melhor de Peter Drucker: a administração. São Paulo, Nobel, 2001. 12 CHIAVENATO, I. Teoria Geral da Administração. São Paulo, MAKRON BOOKS, 1993. 1428241 E-book gerado especialmente para MARIA CAROLINA SOARES SANATANA . 10 Segundo Chiavenato os 11 princípios mais mencionados são: Em relação aos objetivos: 1 - Os objetivos da empresa devem ser claramente definidos e estabelecidos por escrito. Toda organização tem que ter um compromisso com metas comuns e valores compartilhados, tem de ter objetivos simples, claros e unificantes, simples e flexíveis. Em relação às atividades e agrupamento de atividades: 2 – As responsabilidades designadas para uma posição devem pertencer tanto quanto possível ao desempenho de uma simples função. 3 – As funções devem ser designadas para os departamentos de modo homogêneo para que se alcance a operação mais eficiente e econômica. Em relação à autoridade: 4 - Deve haver uma linha de autoridade claramente definida, conhecida e reconhecida por todos, desde o topo da organização até cada indivíduo da base. 5 – A autoridade, a responsabilidade, os deveres de cada pessoa ou órgão, bem como suas relações com outras pessoas ou órgãos, devem ser definidos, estarem documentados e comunicados a todos. 6 - O desempenho das funções deve ser acompanhado da respectiva responsabilidade que deve andar junto com a correspondente autoridade, ambas devem estar equilibradas entre si. 7 – A autoridade para tomar ou iniciar uma ação deve ser delegadao mais próximo possível da cena da ação. 8 – O número de níveis de autoridade deve ser o mínimo possível. Em relação às relações: 9 - Há um limite quanto ao número de pessoas que podem ser supervisionadas por um superior. 10 - Cada pessoa deve subordinar-se a um único superior, evitando-se duplicidade de ordens. 11 – A responsabilidade da autoridade mais elevada para com os atos de seus subordinados é absoluta. Os administradores que entenderem esses princípios e trabalharem sob sua luz muito provavelmente serão administradores bem-formados e bem-sucedidos. Porém, é mais comum encontrarmos a seguinte definição de princípios básicos da administração: Princípio da Especialização: a organização deve fundamentar-se na divisão do trabalho que provoca a especialização das pessoas em determinadas atividades. A especialização produz um incremento da quantidade e qualidade de trabalho executado. Princípio da Definição Funcional: o trabalho de cada pessoa, a atividade de cada órgão e as relações de autoridade e responsabilidade são aspectos que devem ser claramente definidos por escrito. As empresas geralmente utilizam o organograma, a descrição do cargo ou o Manual de Organização para atender ao princípio da definição funcional. O importante é deixar claro a posição de cada pessoa ou órgão na estrutura organizacional da empresa. Princípio da Paridade da Autoridade e Responsabilidade: a autoridade é o poder de dar ordens e exigir obediência ao subordinado, e responsabilidade é o dever de prestar contas ao superior. O princípio da Paridade salienta que deve haver uma correspondência entre o volume de autoridade e de responsabilidade atribuído a cada pessoa ou órgão. Essa equivalência é necessária para evitar que certas pessoas ou órgãos tenham excessiva responsabilidade sem a necessária autoridade. Ou, caso contrário, demasiada autoridade para pouca responsabilidade. A cada responsabilidade deve corresponder uma autoridade que permita realizá-la e a cada autoridade deve corresponder uma responsabilidade equivalente. Em decorrência do princípio da distribuição de autoridade e responsabilidade, outro aspecto discutido pelos autores neoclássicos é a amplitude administrativa. A amplitude administrativa (ou amplitude de comando ou ainda amplitude de controle) significa o número de subordinados que um administrador pode supervisionar. Quando um administrador tem muitos subordinados, ele tem uma amplitude de comando grande e ampla. Na prática, a amplitude média adotada por uma organização determina a configuração 1428241 E-book gerado especialmente para MARIA CAROLINA SOARES SANATANA . 11 geral de sua estrutura organizacional. Uma amplitude média estreita com um maior número de níveis hierárquicos produz uma estrutura organizacional alta e alongada. Ao contrário, uma amplitude média larga com poucos níveis hierárquicos produz uma estrutura organizacional achatada e dispersada horizontalmente. A tendência atual nas organizações é de achatar e comprimir a estrutura organizacional no sentido de aproximar a base da cúpula e melhorar as comunicações. Princípio Escalar: é decorrente do princípio anterior: cada pessoa deve saber exatamente a quem prestar contas e sobre quem possui autoridade. Refere-se à cada cadeia de relações diretas de autoridade de um superior para um subordinado em toda a organização, desde a base até a cúpula, onde geralmente está o chefe principal como autoridade máxima. Princípio da Funções de Linha e de Staff: deve-se definir, da maneira mais clara possível, não só a quantidade de autoridade atribuída a cada pessoa ou órgão, mas também a natureza dessa autoridade. Este princípio leva a distinção entre as funções de linha e de staff dentro da empresa. As funções de linha são aquelas diretamente ligadas aos objetivos principais da empresa, enquanto as funções de staff são aquelas que não se encontram diretamente ligadas àqueles objetivos. O critério da distinção é o relacionamento direto ou indireto com os objetivos empresariais e não o grau de importância de uma atividade sobre outra. Estudos sobre Gerentes O trabalho dos gerentes compreende: - Atividades de tomar decisões. - Atividades de processar informações. - Atividades de relacionar-se com pessoas, de dentro e fora da organização. Papéis Interpessoais São aqueles que envolvem relações com pessoas de dentro e fora da organização. São três os papéis interpessoais que os gerentes desempenham: imagem do chefe, líder e ligação. - Imagem do chefe: compreende todas as atividades nas quais o gerente age como um símbolo e representante de sua organização (falar em público, comparecer a solenidades, relacionar-se com autoridades em nome de sua empresa). - Líder: permeia todas as atividades gerenciais e não é uma atividade isolada. - Ligação: envolve a teia de relações humanas que o gerente deve manter, principalmente com seus pares. Papel Intrapessoal Compreende todas as relações e formas de reflexão e ação da pessoa a respeito dela própria, como: autoanálise, autocontrole, automotivação, autoconhecimento, capacidade de organização pessoal e administração do próprio tempo. O equilibro entre as competências é a base da distinção ente o papel do administrador maestro e o do administrador cirurgião. - Administrador maestro: ele conhece as técnicas, mas não sabe como fazer o serviço. - Administrador cirurgião: além de conhecer as técnicas, ele sabe executá-las para alcançar o objetivo proposto. Competências Gerenciais - Habilidades necessárias ao Administrador O gerente ou o profissional que atua na Administração de uma empresa é avaliado por suas habilidades técnicas (que são as técnicas ligadas ao saber fazer, às competências de domínio da função), mas, principalmente, por suas habilidades comportamentais (estão ligadas com os fatores motivacionais, psicológicos e emocionais do indivíduo). Ou seja, o profissional da Administração não é apenas avaliado pelos seus conhecimentos tecnológicos da Administração, mas por seu modo de agir, pensar e tomar decisões, por suas habilidades, competências, atitudes, comportamentos, personalidade e filosofia de trabalho. 1428241 E-book gerado especialmente para MARIA CAROLINA SOARES SANATANA . 12 Habilidades Técnicas: estão relacionadas com a capacidade do administrador para usar ferramentas, procedimentos, técnicas e conhecimentos especializados relativos à sua área de atuação específica. São as habilidades de fazer as coisas concretas e práticas, como desenhar um projeto, compor um cronograma, elaborar um programa de produção, entre outras. Habilidades Humanas: dizem respeito à capacidade do administrador para se relacionar com as outras pessoas ou grupos, saber se comunicar com outras pessoas, entendendo-as, motivando-as e liderando-as, o que torna essas habilidades cruciais para o seu desempenho, já que o administrador faz uso de pessoas para conseguir resultados. Para um administrador de topo, as habilidades humanas são também importantes para estabelecer relações com grupos de interesse externos da organização e para conseguir agregar os membros internos em torno de uma visão estratégica para a organização. Habilidades Conceituais: envolvem conceitos e ideias que possibilitam ao administrador uma visão sistêmica da organização, dando-lhe condições para avaliar fatos, situações, informações e ideias. Relacionadas com a capacidade do administrador para coordenar e integrar todos os interesses e atividades de uma organização ou grupo. São habilidades que permitem que o administrador faça abstrações e desenvolva filosofias, valores e princípios de ação. Representam as habilidades mais sofisticadas e permitem as tomadas de decisões mais acertadas e inovadoras. Para Katz13, a relevância de cada habilidade varia de acordo com o nível organizacional que o administrador ocupa. Assim, para os administradores no nívelestratégico preponderam as habilidades conceituais, enquanto para os administradores no nível operacional são mais importantes as habilidades técnicas. Habilidades necessárias a cada nível organizacional: Figura: Modelo de habilidades gerenciais de Katz Funções Organizacionais As funções organizacionais são as tarefas especializadas que as pessoas e os grupos executam, para que a organização consiga realizar seus objetivos. As funções representam o conjunto de processos que aplicam um recurso da organização. Também chamadas de áreas funcionais, as quais são agrupamentos de processos que juntos sustentam o ciclo de vida de um recurso e possibilitam que os objetivos e missão da empresa sejam atingidos. As áreas funcionais são espaços de administração dos recursos dentro de seu ciclo de vida. Segundo Maximiano14, as funções mais importantes de qualquer organização são analisadas sucintamente a seguir: produção (ou operações), marketing, pesquisa e desenvolvimento, finanças e recursos humanos. A coordenação de todas essas funções especializadas é o papel da administração geral. Ou seja, são as tarefas especializadas que as pessoas e os grupos dentro de uma organização executam. As funções mais essenciais dentro de uma organização são as apresentadas abaixo: 13 KATZ. R. The human side of Managing Technological Innovation. New York, Oxford University Press, 1997. 14 MAXIMIANO, Antonio César Amauri. Teoria Geral da Administração: da Revolução Urbana à Revolução Digital. São Paulo: Atlas, 2007. 1428241 E-book gerado especialmente para MARIA CAROLINA SOARES SANATANA . 13 Operações (Produção) O objetivo de produção é fornecer o produto ou serviço da organização. Um sistema de operações produtivas utiliza e transforma recursos para fornecer bens e serviços aos clientes, usuários ou público- alvo. No fornecimento de produtos, matérias-primas são transformadas por pessoas e uso de máquina. Por exemplo: fabricação de pães e automóveis. Na prestação de serviços, os clientes são processados e transformados. Por exemplo: pacientes tratados em hospitais e alunos educados nas escolas. Há três tipos principais de processos produtivos: - Produção em massa: fornecimento de grande número de produtos e serviços, que podem ser simples ou complexos. - Produção por processo contínuo: fornecimento virtualmente ininterrupto de um único produto ou serviço, como gasolina, corantes, açúcar ou transmissão de programas de televisão. - Produção unitária e em pequenos lotes: fornecimento de produtos e serviços sob encomenda, simples ou complexos. A produção envolve: • Fabricação: - processo produtivo - programação - controle • Qualidade: - programação - controle • Manutenção: - preventiva - corretiva Marketing A função de marketing é estabelecer e manter a ligação entre a organização e seus clientes, consumidores, usuários ou público-alvo. Sua função abrange atividades de: - Pesquisa: identificação de interesses, necessidades e tendências do mercado (estudo de mercado). - Produtos: criação, desenvolvimento e lançamento de novos produtos e serviços, inclusive seus nomes, marcas e preços, forma de apresentação e embalagem. - Distribuição (Praça): desenvolvimento dos canais de distribuição e gestão dos pontos de venda (se será venda direta, venda por atacado, varejo, distribuidores autorizados). - Preço: políticas comerciais e estratégias de preço, estrutura de preços, descontos, facilidades de pagamento e prazos. 1428241 E-book gerado especialmente para MARIA CAROLINA SOARES SANATANA . 14 - Promoção: comunicação com o público-alvo, por meio de propaganda, publicidade e promoção nos pontos de venda. Envolve material promocional e amostra grátis. - Vendas. Finanças A função financeira cuida do dinheiro da organização. Abrange também as decisões de: - Planejamento de recursos financeiros: realização de orçamentos, programação das necessidades de recursos financeiros, projeções financeiras, análise do mercado de capitais. - Investimento: avaliação e escolha de alternativas de aplicação de recursos em prol de maiores retornos. - Financiamento: identificação e escolha de alternativas de fontes de recursos (como títulos, empréstimos e financiamentos) - Controle e Gestão dos recursos disponíveis: acompanhamento e avaliação dos resultados financeiros da organização (como realização de pagamentos, recebimentos, operações bancárias, fluxo de caixa e acompanhamento do orçamento financeiro). - Destinação dos resultados: seleção de alternativas para aplicação dos resultados financeiros da organização. - Seguros: análise do mercado securitário, contratação de apólices, administração de apólices - liquidação de sinistros. Função Contábil15 Muitas vezes realizada juntamente com as finanças (pertence às finanças). A Contabilidade controla a evolução do patrimônio da empresa; através da contabilidade é possível calcular e registrar todas as operações comerciais e financeiras realizadas em certo período, produzindo relatórios que são usados para fornecer aos seus usuários (internos e externos) informações úteis e relevantes para análise da situação econômica e patrimonial da empresa. As principais funções da Contabilidade são16: registrar, organizar, demonstrar, analisar e acompanhar as modificações do patrimônio em virtude da atividade econômica ou social que a empresa exerce no contexto econômico. - Registrar todos os fatos que ocorrem e podem ser representados em valor monetário; - Organizar um sistema de controle adequado à empresa; - Demonstrar com base nos registros realizados, expor periodicamente - por meio de demonstrativos - a situação econômica, patrimonial e financeira da empresa; - Analisar os demonstrativos com a finalidade de apuração dos resultados obtidos pela empresa; - Acompanhar a execução dos planos econômicos da empresa, prevendo os pagamentos a serem realizados, as quantias a serem recebidas de terceiros e alertando para eventuais problemas. Recursos Humanos ou Departamento Pessoal Em recursos humanos o objetivo é encontrar, atrair e manter as pessoas de que a organização necessita. Isso envolve atividades que começam antes de uma pessoa ser empregada da organização e vão até depois que a pessoa se desliga. Recursos humanos têm outras funções como: - Planejamento de mão de obra: definição da quantidade de pessoas necessária para trabalhar na organização e das competências que elas devem ter. Envolve: programação de necessidades de pessoal, análise de mercado de trabalho, pesquisa de recursos humanos, orçamento de pessoal. - Recrutamento e seleção: localização e aquisição de pessoas para a organização. Envolve a divulgação de vagas externas, cadastramento de candidatos a emprego, técnicas de seleção como análise de currículo, dinâmicas em grupo e aplicação de testes e entrevistas. - Treinamento e desenvolvimento: transformação dos potenciais das pessoas em competências. 15 http://atitudeenegocios.com/funcao-da-contabilidade/ 16 http://www.covrecontabilidade.cnt.br/2011/08/logo-estaremos-no-ar.html 1428241 E-book gerado especialmente para MARIA CAROLINA SOARES SANATANA . 15 - Avaliação de desempenho: informação sobre o desempenho das pessoas e definição de ações que permitam o aprimoramento do desempenho. Deve-se acompanhar e controlar as atividades das pessoas e averiguar resultados. - Remuneração ou compensação: definição de mecanismo de recompensas para as pessoas por seu trabalho, considerando seus cargos e salários e o mercado de trabalho. - Higiene, saúde e segurança: proteção das pessoas que trabalham para a organização, considerando condições ambientais e psicológicas satisfatórias e qualidade de vida, além de relações com sindicatos. - Administração de pessoal: realização de atividades burocráticas,com registro de pessoal, manutenção de arquivos e prontuários, contagem de tempo de serviço, preparação de folhas de pagamento e acompanhamento de carreiras. - Funções pós-emprego: recolocação, aposentadoria e outros tipos de benefícios para ex-funcionários. Pesquisa e Desenvolvimento A função de pesquisa e desenvolvimento (P&D) é transformar as informações de marketing em produtos e serviços. Tem também outras funções, como a identificação e a introdução de novas tecnologias e melhoramentos nos processos produtivos, para reduzir custos. As grandes organizações geralmente têm muitas pessoas trabalhando em atividades de P&D. São técnicos de todas as profissões que trabalham em laboratórios e centros de pesquisa para idealizar e desenvolver produtos e serviços de todos os tipos. As pequenas organizações às vezes têm também atividades de P&D, mas, em muitos casos, as ideias e as fórmulas são compradas ou copiadas de organizações maiores e mais inovadoras. Funções Organizacionais Não Tradicionais Além das funções organizacionais já expostas, existem outras funções menos recorrentes como: Área Técnica: executam serviços de especializados dentro das organizações. Possuem atribuições variadas, entre elas a manutenção dos sistemas de informação, atendimento a um público específico (como área técnica de graduação ou pós-graduação em universidades), serviços de assistência técnica, etc. Segurança: Apesar do setor de Recursos humanos gerir a segurança local, muitas vezes o setor de segurança (composto pelos seguranças, supervisores e vigilantes, que de fato operacionalizam a segurança local) ocorre como um departamento autônomo. Muitas empresas terceirizam este setor para uma empresa especializada. Administrativa: possui o maior leque de atribuições dentro de uma organização. Em geral, quando não existe um setor especializado em uma organização, mas a função organizacional correspondente existe e é necessária, tal função é atribuída à administrativa. Um exemplo são as microempresas na qual um mesmo gestor possui múltiplas funções. As funções organizacionais administrativas podem ser: compras, manutenção do patrimônio, contabilidade, finanças, recursos humanos, atendimento aos clientes, etc. Questões 01. (CRF/RS - Agente Administrativo – Quadrix) Advertindo que os princípios de administração são flexíveis e não absolutos, e devem poder ser empregados independentemente de condições mutáveis ou especiais, Fayol enumerou catorze princípios de administração derivados de sua experiência. Um dos princípios defende que “os empregados devem receber ordens somente de um superior”. Esse princípio é conhecido como: (A) Princípio da Divisão do Trabalho. (B) Princípio da Autoridade e Responsabilidade. (C) Princípio da Unidade de Comando. (D) Princípio da Ordem. (E) Princípio da Disciplina. 02. (Colégio Pedro II - Assistente de Administração - INSTITUTO AOCP) O que é Administração? (A) É o ato de trabalhar só, para realizar seus objetivos. 1428241 E-book gerado especialmente para MARIA CAROLINA SOARES SANATANA . 16 (B) É o ato de trabalhar com várias pessoas, mas sem nenhuma preocupação com a organização. (C) É o ato de trabalhar com e por intermédio de outras pessoas para realizar os objetivos da organização, bem como de seus membros. (D) Trabalhar para realizar os objetivos pessoais sem a participação e conhecimento de ninguém (E) É o ato de trabalhar somente por intermédio de terceiros para realizar os objetivos da organização, bem como as suas. 03. (UFT DPE-TO Assistente de Defensoria Pública – COPESE) Sobre administração é INCORRETO afirmar: (A) Fazer as organizações serem capazes de utilizar corretamente seus recursos e atingir seus objetivos. (B) É o processo de tomar decisões sobre objetivos e utilização de recursos. (C) A quantidade de recursos empregados torna mais ou menos complexo o processo de administrar. (D) Um sistema econômico predominante nos países industrializados e em desenvolvimento. 04. (CEMIG-TELECOM - Analista Administrativo Jr. – FRAMINAS) Os administradores, para exercer as funções gerenciais, precisam dominar determinadas habilidades para desempenhar seu trabalho com eficiência e eficácia. A habilidade relacionada ao entendimento da organização como um todo e que permite o administrador compreender as dificuldades enfrentadas tanto pelo seu departamento quanto pelos outros é a (A) conceitual. (B) humana. (C) técnica. (D) comportamental. 05. (UNIRIO - Administrador – UNIRIO) As três habilidades básicas do administrador, são, necessariamente, (A) técnicas, humanas e conceituais. (B) conceituais, filosóficas e estruturais. (C) estruturais, humanas e institucionais. (D) institucionais, filosóficas e psicossociais. (E) psicossociais, técnicas e estruturais. 06. (MAPA - Administrador – CONSULPLAN) Segundo Chiavenato (2000), os recursos empresariais são os componentes ou meios pelos quais as organizações sociais utilizam para realizar suas atividades e, assim, atingir seus objetivos. Constituem-se recursos empresariais, EXCETO: (A) Recursos materiais. (B) Recursos humanos. (C) Recursos da natureza. (D) Recursos mercadológicos. 07. (SEFAZ-RJ - Oficial de Fazenda – CEPERJ) Pode-se dizer que um dos principais objetivos da administração é: (A) elevar a produtividade (B) garantir o crescimento econômico (C) promover a redistribuição de renda (D) assegurar a governabilidade (E) colaborar com a paz social 08. (Prefeitura de Santana do Jacaré – MG - Auxiliar Administrativo - REIS & REIS/2015) A organização administrativa deve basear-se em princípios de organização. “Refere-se a cada cadeia de relações diretas de autoridade de um superior para um subordinado em toda a organização, desde a base até a cúpula, onde geralmente está o chefe principal como autoridade máxima”. Qual princípio foi definido acima? (A) Função de linha e de Staff; (B) Definição funcional; 1428241 E-book gerado especialmente para MARIA CAROLINA SOARES SANATANA . 17 (C) Escalar; (D) Especialização. 09. (CODEBA - Analista Portuário – Administrador - FGV/2016) As opções a seguir representam os princípios gerais fundamentais da administração, à exceção de uma. Assinale-a. (A) Princípio de autoridade e responsabilidade. (B) Princípio das indefinições. (C) Princípio da cadeia escalar. (D) Princípio da unidade de comando. (E) Princípio da amplitude administrativa. 10. (EBSERH - Assistente Administrativo/HU-FURG – IBFC/2016) Funções organizacionais são tarefas especializadas que contribuem para a empresa realizar seus objetivos. Todas as empresas têm praticamente as mesmas funções, mesmo que às vezes elas estejam acumuladas em um só departamento. Abaixo estão descritas essas funções. Assinale a alternativa que não condiz com uma dessas funções. (A) Produção. (B) Marketing. (C) Finanças. (D) Recursos Humanos. (E) Redes de internet. Respostas 01. Resposta: C Unidade de comando. Cada empregado deve receber ordens de apenas um superior. É o princípio da autoridade única. 02. Resposta: C Segundo Stoner17: “A Administração é o processo de planejar, organizar, liderar e controlar os esforços realizados pelos membros da organização e o uso de todos os outros recursos organizacionais para alcançar os objetivos estabelecidos.” Chiavenato18 concorda com o conceito de Stoner quando diz que a Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos a fim de alcançar objetivos. A administração procura a máxima rentabilização dos recursos necessários à obtenção dos objetivos. Existe uma variedade de recursos empresariais, porém os recursos mais importantes são os seguintes: Recursos materiais: são os recursos físicos, como edifícios, prédios, máquinas, equipamentos, instalações, ferramentas, matérias-primas etc. Recursos financeiros: são recursos monetários, como capital,dinheiro em caixa ou em bancos, créditos, investimentos, contas a receber etc. Recursos humanos: são as pessoas que trabalham em todos os níveis da empresa, desde o presidente até o mais humilde dos operários. Na verdade, as pessoas são os únicos recursos vivos e inteligentes de uma empresa, capazes de lidar com todos os demais recursos empresariais. Chiavenato ainda complementa o conceito de Administração dizendo que “[...] a tarefa básica da Administração é a de fazer as coisas por meio de pessoas de maneira eficiente e eficaz”. 03. Resposta: D A administração não é baseada em um país ou região, mas sim por sua eficácia, eficiência e características, seja o local em que está inserida desenvolvido, subdesenvolvido, ou em desenvolvimento. 04. Resposta: A As habilidades conceituais são necessárias para todos os administradores, mas substanciais aos que fazem parte do nível estratégico, ou seja, da Alta Administração, pois essas habilidades requerem o raciocínio rápido e eficiente, úteis principalmente para a tomada de decisão. É a capacidade de ter uma visão sistêmica, um olhar crítico e perceber como é a dinâmica de uma organização, como é estruturada, organizada - em outras palavras, é enxergar a relação que cada área estabelece entre si. 17 STONER, James A. F.; FREEMAN, R. Edward. Administração. 5 ed. Rio de Janeiro: Prentice Hall do Brasil, 1999. 18 CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 6 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000. 1428241 E-book gerado especialmente para MARIA CAROLINA SOARES SANATANA . 18 05. Resposta: A Habilidades Técnicas são as habilidades ligadas à execução do trabalho, e ao domínio do conhecimento específico para executar seu trabalho operacional. Habilidades Humanas são as habilidades necessárias para um bom relacionamento. Habilidades Conceituais são as habilidades necessárias ao proprietário, presidente, CEO de uma empresa. São essas habilidades que mantêm a visão da organização como um todo, influenciando diretamente no direcionamento e na Administração da empresa. 06. Resposta: C Chiavenato descreve cinco tipos de recursos empresariais, a seguir: 1) Recursos Materiais: são os recursos físicos utilizados nas realizações da atividades empresariais. Ex.: Máquinas, ferramentas, edifício etc.; 2) Recursos Financeiros: são os recursos que financiam as operações da empresa. Ex.: Fluxo de caixa, capita etc.; 3) Recursos Humanos: são os conjuntos de colaboradores, capital intelectual que opera as atividades. Ex.: Diretores, supervisores etc.; 4) Recursos Mercadológicos: pode ser compreendido como os meios utilizados para entrar em contato com o ambiente externo, abrangem controle de qualidade, propagandas, análise de mercado, pontos de distribuição, assistência técnica etc.; 5) Recursos Administrativos: é a gestão utilizada pela empresa, abrange o planejamento, organização, direção e controle Integrando ainda, os outros recursos empresariais. 07. Resposta: A Esta ideia de melhoria da produtividade advém da Escola da Administração Científica, desenvolvida nos Estados Unidos, a partir dos trabalhos de Taylor. A preocupação básica era aumentar a produtividade da empresa por meio do aumento de eficiência no nível operacional, isto é, no nível dos operários. A preocupação original foi eliminar o fantasma do desperdício e das perdas sofridas pelas indústrias e elevar os níveis de produtividade por meio da aplicação de métodos e técnicas da engenharia industrial. 08. Resposta: C Cadeia de comando, também chamada de cadeia escalar, é a linha de autoridade formal em uma organização. Ela pode ser observada no organograma da organização, o qual identifica os papéis de cada indivíduo e quem deve responder a quem dentro da estrutura organizacional. A cadeia de comando é a definição formal do sentido da comunicação dentro da organização, e da responsabilidade de cada indivíduo desta organização. 09. Resposta: B A única exceção é este princípio das indefinições, inclusive é possível deduzir isso a partir da comparação desta assertiva com as demais. 10. Resposta: E As funções organizacionais são as tarefas especializadas que as pessoas e os grupos executam para que a organização consiga realizar seus objetivos. As funções mais importantes de uma organização são: produção (ou operações), marketing, pesquisa e desenvolvimento, finanças, contabilidade, administração de materiais, logística e recursos humanos. Abordagens clássica, burocrática e sistêmica da administração A Abordagem Clássica da Administração ou Escola Clássica engloba a Administração Científica, a Teoria Clássica e a Teoria da Burocracia. Atenção!!! Muitas bancas tentam confundir a Teoria Clássica de Fayol com a Abordagem Clássica da Administração. 1428241 E-book gerado especialmente para MARIA CAROLINA SOARES SANATANA . 19 Administração científica Contexto A Revolução Industrial transformou as cidades, as relações de trabalho e o processo produtivo. Os comerciantes reuniram trabalhadores em galpões, para exercer maior controle sobre seu desempenho, assim surgiram as fábricas e as primeiras empresas industriais. A emigração da área rural para os centros industriais das cidades originou novas necessidades de administração pública (infraestrutura como, saneamento básico, moradia, serviços de saúde etc.), a figura do artesão (profissional que fabrica produtos por meio de um processo manual ou com auxílio de ferramentas) foi substituída pelo operário especializado. O artesão conhecia e participava de todo o processo produtivo, já o operário especializado trabalhava de acordo com a divisão do trabalho, ou seja, o operário era treinado e capacitado para executar apenas uma tarefa específica, como aparafusar um assento de bicicleta. De acordo com os teóricos da Administração Científica era mais fácil treinar os funcionários para uma especialidade, do que treiná-lo para montar uma bicicleta inteira. As primeiras máquinas a vapor fabricavam tecidos e retiravam a água acumulada nas minas de ferro e de carvão. Esse novo maquinário permitiu um novo tipo de processo produtivo, o da produção em massa. Com o aumento da produção de mercadorias e, consequentemente, dos lucros dos donos de fábricas, os empresários ingleses começaram a investir na instalação de indústrias. A máquina a vapor, também proporcionou uma revolução na logística de distribuição, pois por meio dos navios e trens a vapor, as empresas alcançavam mercados consumidores cada vez maiores e mais distantes. No entanto, as condições de trabalho nas fábricas eram rudes. Os trabalhadores operários (homens e mulheres sem qualificação específica, inclusive crianças) ficavam totalmente à disposição do industrial e capitalista, e não podiam reclamar dos salários, horários de trabalho, barulho e sujeira nas fábricas e em suas casas. Nesse ambiente de trabalho havia um grande desperdício e baixa eficiência nas indústrias. Dessa forma, a administração buscava racionalizar o modo como o trabalho se realizava com o objetivo de aumentar a produção. Taylor e o movimento da Administração Científica Frederick Winslow Taylor (1856-1915) nasceu na Pensilvânia e foi o criador e participante mais destacado do movimento da Administração Científica. “Seu trabalho junta-se ao de outras pessoas que, na mesma época, compartilhavam esforços para desenvolver princípios e técnicas de eficiência, que possibilitassem resolver os grandes problemas enfrentados pelas empresas industriais”19. Apesar de ser filho de uma família abastada e de ter sido aprovado no exame de admissão da Escola de Direito de Harvard, Taylor tornou-se trabalhador manual. PERÍODO CARREIRA DE TAYLOR 1874 e 1878 Trabalhou em uma empresa fabricante de bombas hidráulicas, onde aprendeu o ofício de torneiro. Nesse período, Taylor observou o que considerava má administração,“corpo-mole” dos funcionários e relações de má qualidade entre os trabalhadores e os gerentes. 1878 Ingressou na Midvale Steel, uma usina siderúrgica, na qual trabalhou 12 anos, iniciando como trabalhador e terminando como engenheiro chefe. Nesse período, Taylor estudou engenharia à noite, e obteve o título de mestre em 1883. 1890 e 1893 Taylor foi gerente geral de uma empresa fabricante de papel. Em 1893, foi contratado para trabalhar na Bethletem Steel, uma grande siderúrgica, com cerca de quatro mil empregados em 1900, na qual desenvolveu suas ideias a respeito da Administração Científica. 1901 Taylor deixa Bethlehem e retorna para Filadélfia, dedicando-se à divulgação de suas ideias. 1910 Nesse ano foi criada a Sociedade para a Promoção da Administração Científica, que se tornou em 1915, ano de sua morte, Sociedade de Taylor. 19 MAXIMIANO, A. C. A. Teoria Geral da Administração: da Revolução Urbana a Revolução Digital. Editora Atlas, 7 ed. São Paulo, 2012. 1428241 E-book gerado especialmente para MARIA CAROLINA SOARES SANATANA . 20 Elaborado com base em Maximiano (2012, p.57). Enquanto trabalhou na Midvale, Taylor observou alguns problemas das operações fabris: - A administração não tinha noção clara da divisão de suas responsabilidades com o trabalhador; - Não havia incentivos para melhorar o desempenho do trabalhador; - Muitos trabalhadores não cumpriram com suas responsabilidades; - As decisões dos administradores baseavam-se na intuição e no palpite; - Não havia integração entre os departamentos da empresa; - Os trabalhadores eram colocados em tarefas para as quais não tinham aptidão; - Os gerentes pareciam ignorar que a excelência no desempenho significaria recompensas tanto para eles próprios quanto para a mão de obra; - Havia conflitos entre capatazes e operários a respeito da quantidade da produção. Na visão de Taylor, os funcionários não eram comprometidos com os objetivos organizacionais, ficavam vadiando, faziam seu trabalho como achavam melhor, de forma empírica, na base da tentativa e erro. Os gerentes não estudavam as melhores formas de se trabalhar. O trabalho não era padronizado, Taylor acreditava que o trabalho poderia ser realizado de forma mais produtiva. Dessa forma, a Administração Científica buscou a melhoria da eficiência e da produtividade. Eficiência Eficiência é a palavra usada para indicar que a organização utiliza seus recursos produtivamente ou de maneira econômica. Quanto mais alto for o grau de produtividade ou economia na utilização dos recursos, mais eficiente será a organização. A eficiência é alcançada, quando o executivo manipula, de forma adequada, os insumos de que necessita para atingir seus produtos. De acordo com Maximiano, a eficiência pode ser evidenciada quando se utiliza uma menor quantidade de recursos para produzir mais. Por exemplo, na Fórmula 1, quando o carro para no box, os pneus são trocados com eficiência máxima no uso do tempo. No entanto, a equipe tem uma ineficiência intrínseca, que é a quantidade de pessoas na equipe, dessa forma, a equipe é eficiente na dimensão do uso do tempo; mas ineficiente no uso de recursos humanos. Na busca pela melhoria da eficiência e da produtividade, Taylor buscou estudar a “melhor maneira” de se fazer tarefas, o que ficou conhecido como estudo de tempos e movimentos. O trabalho do operário era analisado e cronometrado, de modo que os gerentes pudessem determinar a maneira mais eficiente de se fazer uma tarefa. Determinada a forma mais eficiente (fácil e rápida) de se executar uma tarefa, “os funcionários eram treinados para executá-las dessa forma – criando assim uma padronização do trabalho” 20. A padronização evita a execução de tarefas e movimentos desnecessários, o que evitaria uma rápida fadiga humana. Para Taylor, a questão não era trabalhar duro, depressa ou bastante, e sim trabalhar de forma inteligente, a Administração Científica deveria analisar os movimentos efetuados pelos trabalhadores para conseguir desenhar um processo com um mínimo de esforço em cada tarefa. Os três momentos da Administração Científica Primeira fase Problema dos salários: havia dois sistemas de pagamento, o pagamento por dia trabalhado e o pagamento por peça produzida, ambos faziam o trabalhador acreditar que só o patrão se beneficiava, por sua vez, os engenheiros e empregadores acreditavam que os trabalhadores não se empenhavam de forma adequada. Taylor desenvolveu o piece-rate system, que consistia em um sistema de pagamento por peça, no qual a administração deveria descobrir quanto tempo levaria para que um homem, dando o melhor de si, completasse uma tarefa, para depois estabelecer uma forma de pagamento por peça, de forma que o trabalhador se visse compelido a trabalhar o suficiente para assegurar uma remuneração razoável. 20 RENNÓ, R. Administração geral para concursos. Editora Elsevier. Rio de Janeiro, 2013. 1428241 E-book gerado especialmente para MARIA CAROLINA SOARES SANATANA . 21 Estudo sistemático de tempos e movimentos: cada tarefa deveria ser dividida em seus elementos básicos, cronometradas e registradas, com a colaboração dos trabalhadores. Em seguida, eram definidos tempos-padrão para os elementos básicos. Sistemas de administração de tarefas: após a definição do tempo-padrão para cada elemento básico, a administração podia controlar todos os aspectos da produção, melhorando sua eficiência produtiva, pois padronizava o trabalho. Na Administração Científica, o homem era tratado como uma extensão da máquina, o conceito de “homo economicus”, cuja ideia principal é a de que a principal motivação da pessoa no trabalho é a remuneração. A Administração Científica buscava a melhoria da eficiência e da produtividade, por meio do estudo dos tempos, que também auxiliava na precisão da definição do valor dos salários. Segunda fase Ampliação de escopo, da tarefa para a administração: a ênfase deslocou-se dos salários para a produtividade do trabalhador e o aprimoramento dos métodos de trabalho, como padronização das ferramentas e equipamentos, sequenciamento e programação de operações e estudo de movimentos. Homem médio e homem de primeira classe: surge o estudo da administração de operações fabris, no qual Taylor distingue o homem médio do homem de primeira classe. Ao homem de primeira classe deveria ser selecionado para a tarefa que lhe fosse mais apropriada e incentivada financeiramente, pois este é altamente motivado e realiza seu trabalho sem desperdiçar tempo nem restringir sua produção. No entanto, um homem de primeira classe pode tornar-se ineficiente se lhe faltarem incentivos ou se sofrer pressão do grupo de trabalho para diminuir a produção. Taylor define os princípios de administração do trabalho: - Seleção e treinamento de pessoal - Salários altos e custos baixos de produção - Identificação da melhor maneira de executar tarefas - Cooperação entre administração e trabalhadores Terceira Fase Consolidação dos princípios da Administração Científica: 1º. Desenvolver uma ciência para cada elemento do trabalho, para substituir o velho método empírico. 2º. Selecionar cientificamente e depois treinar, instruir e desenvolver o trabalhador, que, no passado, escolhia seu próprio trabalho e treinava-se o melhor que podia. 3º. Cooperar sinceramente com os trabalhadores, de modo a garantir que o trabalho seja feito de acordo com os princípios da ciência que foi desenvolvida. 4º. Existe uma divisão quase igual de trabalho e de responsabilidade entre a administração e os trabalhadores. A administração incumbe-se de todo o trabalho para o qual esteja mais bem preparada que os trabalhadores, enquanto no passado quase todo o trabalho e a maior parte da responsabilidade recaíam sobre a mão de obra. A principal diferença dessa fase consistiu na
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