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C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.1, p.185-196, jan./abr. 2017 185 RETRATO DA MENINGITE EM SALVADOR-BA: ANÁLISE DO PERÍODO ENTRE 2011-2015 Joice Mariana Rodrigues Morais * Leandro de Holanda da Rocha ** Tércio Palmeira Costa *** Milena Nunes Alves de Sousa **** RESUMO A meningite é uma doença de distribuição mundial e sua expressão epidemiológica depende de fatores distintos, como o agente etiológico. Afeta o Sistema Nervoso Central, com inúmeras implicações sobre o processo saúde-doença. Portanto, objetivou-se identificar o perfil epidemiológico de meningite na cidade de Salvador, Bahia, no período compreendido entre os anos de 2011 a 2015. Foi realizada pesquisa de caráter documental, que teve como base o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). Os dados foram organizados a partir das variáveis: faixa etária, média da evolução a óbito e o sexo mais atingido. Os dados demonstraram que Salvador apresenta um número de casos de 3880 (4,4% em relação ao Brasil) e o Estado da Bahia apresenta 5143 casos (5,8 % dos casos em relação ao Brasil). Observou-se ainda que, no ano de 2011, teve o maior número de óbitos registrados (59) e, no ano de 2015, o menor número (17). Além disso, os grupos mais atingidos pela meningite são: o sexo masculino (60,2% dos casos), a raça/cor parda (62,2% dos casos), a faixa etária de 20-39 anos (22,9% dos casos) e o local de residência área urbana (92,4% dos casos). Verificou-se que o alto índice da doença na capital baiana se deve ao fato de que a inflamação das meninges não depende somente dos agentes etiológicos, mas também das condições socioeconômicas da região. Conclui-se ainda que, para a redução dos casos, faz-se necessária a melhoria da aplicabilidade dos recursos em saúde para a população. Graduanda em Medicina pelas Faculdades Integradas de Patos. * Graduando em Medicina pelas Faculdades Integradas de Patos. ** Graduando em Medicina pelas Faculdades Integradas de Patos. *** Turismóloga, Administradora e Enfermeira. Mestre em Ciências da Saúde. Doutora e Pós-Doutora em Promoção de Saúde pela Universidade de Franca, Franca-SP, Brasil. Docente no Curso de Medicina das Faculdades Integradas de Patos, Patos-PB, Brasil. 1 INTRODUÇÃO O termo meningite se refere a um grupo de doenças infectocontagiosas de grande relevância social, em razão de seu elevado índice de mortalidade. Em princípio, pessoas de qualquer idade podem contrair a doença, mas as Palavras-chave: Meningite. Salvador. Brasil. Retrato da meningite em Salvador-BA: análise do período entre 2011-2015 C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.1, p.185-196, jan./abr. 2017 186 crianças menores de 5 anos são as mais suscetíveis. É uma patologia que, se diagnosticada no início, pode ser curada sem deixar sequelas. Qualquer caso da doença deve ser comunicado às autoridades sanitárias (BRASIL, 2015). A meningite afeta o Sistema Nervoso Central (SNC) e tem como característica o processo inflamatório do espaço subaracnóideo(intervalo entre as meninges) e das membranas que revestem o encéfalo e medula espinal, especificamente aracnoide- máter e pia-máter. Os principais agentes etiológicos da doença são bactérias e vírus, porém, fungos, protozoários e helmintos podem atuar como agentes menos recorrentes (VASCONCELOS; THULER; GIRIANELLI, 2011). A doença tem distribuição mundial e sua expressão epidemiológica depende de fatores distintos, como o agente etiológico, a existência de aglomerados populacionais, características socioeconômicas da região e do meio ambiente (clima). Assim, a precocidade do tratamento e do diagnóstico são fatores importantes para o prognóstico satisfatório das meningites (BRASIL, 2009). A inflamação das meninges de origem bacteriana é a mais preocupante, por promover sequelas neurológicas e até mesmo evolução a óbito. A instalação de medidas preventivas implica no conhecimento comportamental da doença e sua variação conforme a região. Assim, a existência de aglomerados populacionais, aspectos socioeconômicos, agentes circulantes, entre outros fatores típicos de cada região, são importantes para a expressão epidemiológica da doença (LIMA et al., 2011). Segundo o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS, 2011 a 2015), estima-se que aproximadamente, 88 mil casos de meningite foram notificados em todo o Brasil, no período de janeiro de 2011 a dezembro de 2015. Em Salvador, adultos são os mais atingidos pela doença, além de constituírem o grupo que mais evolui para óbito, principalmente na faixa etária entre 20 e 39 anos. Esses dados demonstram a necessidade em se Joice Mariana Rodrigues Morais, Leandro de Holanda da Rocha, Tércio Palmeira Costa, Milena Nunes Alves de Sousa C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.1, p.185-196, jan./abr. 2017 187 realizar um estudo mais detalhado sobre o agravo no referido município. Diante do cenário, objetiva-se, com este manuscrito, identificar o perfil epidemiológico de meningite na cidade de Salvador, Bahia, no período compreendido entre os anos de 2011 a 2015. 2 METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa de caráter documental que, segundo Gil (2008), é um estudo semelhante à pesquisa bibliográfica, diferindo apenas na natureza das fontes, pois esta forma vale-se de materiais que não receberam ainda um tratamento analítico, ou que ainda podem ser reelaborados de acordo com os objetos da pesquisa. O presente estudo contemplou os casos de meningite notificados e registrados no DATASUS, no intervalo de tempo entre 2011-2015. Os dados foram organizados a partir das variáveis: faixa etária, média da evolução a óbito e o sexo mais atingido. Dispondo da ferramenta DATASUS, foi empregado o seguinte roteiro para obter os dados a serem utilizados. Esse roteiro está exposto a seguir, através do fluxograma 1: Fluxograma 1 - Roteiro para pesquisa no DATASUS Fonte: Autoria própria, 2016. A análise dos dados recebeu tratamento quanti-qualitativo, por meio de estatística simples e discussão dos achados com literatura pertinente, respectivamente. O estudo foi obtido por meio de médias e proporções das variáveis estudadas. Foram pesquisadas taxas de incidência da doença na capital baiana e comparadas em esferas regional e nacional. Os resultados foram organizados em gráficos e tabelas, utilizando o Excel 2010, com o intuito de comparar os coeficientes de Retrato da meningite em Salvador-BA: análise do período entre 2011-2015 C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.1, p.185-196, jan./abr. 2017 188 incidências e medidas de associação para auxiliar a discussão. Ressalta-se que o levantamento da literatura para constituição da análise discursiva dos achados foi efetivado a partir da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), mediante os Descritores Controlados em Ciências da Saúde (DeCS) e sua associação ou não a partir de operadores booleanos: “meningite AND Brasil OR Salvador”. A seleção preconizou os seguintes critérios de inclusão: artigos publicados no período de 2011-2015, nos idiomas português e inglês, que estivessem disponíveis gratuitamente. 3 RESULTADOS A tabela 1 traz dados do município de Salvador, Bahia e Brasil. Salvador apresenta um número de casos de 3880 (4,4% em relação ao Brasil) e o Estado da Bahia apresenta 5143 casos (5,8 % dos casos em relação ao Brasil). Tabela 1- Casos Confirmados em Salvador, Bahia e Brasil Localidadeepidemiológica Casos confirmados/ano 1º sintomas % Salvador 3880 4,4 Bahia 5143 5,8 Brasil 88373 100 Fonte: DATASUS (2016). A tabela 2 compara os casos confirmados de meningite em Salvador, relacionados a outras capitais da região nordeste. As capitais pernambucana e baiana destacam-se com número de casos de 5381 (38,2%) e 3880 (27,7%), respectivamente. Tabela 2- Casos Confirmados em Salvador em relação as outras capitais nordestinas Localidade epidemiológica Casos confirmados/ano 1º sintomas % São Luís 400 2,8 Teresina 1206 8,6 Natal 515 3,6 Aracaju 209 1,5 Maceió 679 4,8 João Pessoa 272 1,9 Recife 5381 38,2 Fortaleza 1530 10,9 Salvador 3880 27,7 Total de casos nas capitais nordestinas 14072 100 Fonte: DATASUS (2016). Joice Mariana Rodrigues Morais, Leandro de Holanda da Rocha, Tércio Palmeira Costa, Milena Nunes Alves de Sousa C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.1, p.185-196, jan./abr. 2017 189 A tabela 3 apresenta dados de óbitos ocasionados pela meningite, no período considerado. O ano de 2011 teve o maior número de casos (59) e o de 2015, o menor número de casos (17) Tabela 3- Número de Óbitos por Meningite Ano Nº de óbitos por meningite salvador 2011 59 2012 47 2013 43 2014 26 2015 17 Total 192 Fonte: DATASUS (2016). O quadro 1 traz dados em relação ao sexo, com destaque para o masculino (60,2% dos casos); raça/cor, com maior incidência na parda (62,2% dos casos); faixa etária (anos), com ênfase de 20-39 anos (22,9% dos casos) e local de residência na capital baiana, com maior índice na área urbana (92,4% dos casos). Quadro 1- Casos de Meningite em Relação ao Sexo, Raça, Faixa Etária e Local de Residência Variáveis Nª % Sexo Masculino 2334 60,2 Feminino 1542 39,7 Ignorado 4 0,1 Raça/Cor Branca 265 6,8 Parda 2414 62,2 Preta 328 8,5 Amarela 7 0,2 Indígena 6 0,2 Ignorada 860 22,2 Faixa etária(anos) <1 361 9,3 1 a 4 581 15 5 a 9 720 18,6 10 a 14 412 10,6 15 a 19 298 7,7 20 a 39 887 22,9 40 a 59 474 12,2 60 a 64 54 1,4 65 a 69 37 1 70 a 79 31 0,8 > de 80 8 0,2 Ignorada 17 0,4 Local de Residência Área urbana 3584 92,4 Área rural 145 3,7 Área urbana/rural 5 0,1 Ignorada 146 3,8 Total 3.880 100 Fonte: DATASUS (2016). 4 DISCUSSÃO Em relação às demais doenças infecciosas, a meningite é uma das que causa maior impacto populacional. Isso é explicado por conta da sua alta Retrato da meningite em Salvador-BA: análise do período entre 2011-2015 C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.1, p.185-196, jan./abr. 2017 190 capacidade de atingir rapidamente pessoas previamente saudáveis, além do risco em eclodir epidemias (CENTRO DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE PARA VIAJANTES - CIVES, 2006). A epidemiologia da doença meningocócica geralmente apresenta variações, dependendo da região e do período considerado. Estas variações são respostas para as condições socioeconômicas, ambientais e de imunidade da população (CARDOSO, 2014). Alterações climáticas influenciam a agilidade da transmissão da meningite, ocorrendo predominância nessa disseminação em regiões temperadas no inverno ou regiões tropicais em épocas secas. No Brasil, a doença possui surtos ocasionais, principalmente no inverno (CIVES, 2006). De acordo com os dados epidemiológicos analisados, Salvador possui 3.880 casos notificados de meningite no período de 2011 a 2015, representando 4,4% dos casos em relação ao Brasil. Segundo dados da Climate Data Record (CDR, 2016), a localidade possui um clima tropical, com pluviosidade regular durante todo o ano. Devido a isso, Salvador se mostra com um clima propício para a disseminação da doença, o que pode ser a justificativa para a porcentagem de casos notificados. Em 2009, foi registrado um aumento no número de casos de meningite no Estado da Bahia em comparação com o ano de 2008. Devido a isto, a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (SESAB) precisou implantar estratégias de saúde pública que visassem à atenuação desse quadro. Assim, em 2010, teve início uma campanha de vacinação contra o meningococo em todo o Estado, além da vacina passar a integrar o calendário básico de vacinação em menores de dois anos (NUNES; BARRETO; SACRAMENTO, 2013). A capital Salvador foi responsável por 75,4% dos casos de meningite no Estado, no período de janeiro de 2011 a dezembro de 2015, valor considerado significativo. Segundo Deus (2014), apesar da implantação da vacina citada, essa persistência de maior concentração de casos em Salvador em relação aos demais municípios pode estar relacionada com a sua maior Joice Mariana Rodrigues Morais, Leandro de Holanda da Rocha, Tércio Palmeira Costa, Milena Nunes Alves de Sousa C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.1, p.185-196, jan./abr. 2017 191 densidade populacional. Segundo o IBGE (2010), o município de Salvador se configura como o mais populoso de todo o Estado. Comparando Salvador a outras capitais nordestinas, a capital baiana aparece em 2º lugar com maior número de casos notificados de doença meningocócica, mais uma vez este achado pode ter relação com a sua densidade populacional. Segundo o IBGE (2010), Salvador é a capital mais populosa do Nordeste, justificando uma proporcionalidade direta entre população e notificações de determinada patologia. Em contrapartida, Recife aparece como a capital nordestina com maior número de casos notificados de meningite no período considerado. Segundo Lima et al. (2011), a situação observada no Recife está diretamente ligada às condições de vida de sua população. Por ser uma grande metrópole, além do clima favorável à disseminação da doença, Recife possui graves problemas sociais e econômicos, com apenas 43% dos domicílios ligados à rede geral de esgotos, corroborando para a propagação de doenças infectocontagiosas, como a meningite. Ademais, os resultados do estudo demonstraram um alto número de óbitos em Salvador, representando 192 casos entre o período de 2011- 2015. Entretanto, observou-se uma redução do índice de mortalidade nos últimos anos, fato que, segundo a Diretoria de Vigilância Epidemiológica da Bahia (2015), associa-se à efetividade da Vacina Meningocócica C conjugada, implantada no estado em 2010. Quanto ao sexo dos indivíduos acometidos em Salvador, o sexo masculino apresentou predomínio, com cerca de 60% da população atingida. Segundo Moraes e Barata (2005), a predominância de homens em relação à meningite se justifica devido a uma maior exposição dos jovens e adultos desse sexo a situações de vulnerabilidade, como exposição aos riscos de determinados trabalhos, em que as condições de confinamento e aglomerações facilitam a transmissão do meningococo. Corroboram com os achados, a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (2014), para quem há Retrato da meningite em Salvador-BA: análise do período entre 2011-2015 C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.1, p.185-196, jan./abr. 2017 192 preponderância da doença no sexo masculino, e também na raça parda. Assim, os dados da literatura entram em convergência com as informações obtidas no DATASUS, em relação à doença no sexo masculino (60,2% dos casos) e na raça parda (62,2% dos casos). O percentual de crianças menores de um ano representa um índice de 361 casos (9,3%), mesmo com a introdução da Vacina Meningocócita C conjugada. A meningite em lactantes, segundo Gonçalves et al. (2014), ocorre, porque os menores de um ano são mais suscetíveis, já que não conseguem produziranticorpos e, portanto, não têm imunidade adquirida. Além disso, a atividade contra bactérias do sistema imune é deficiente entre os 6 e 24 meses de idade, facilitando a ocorrência de quadros infecciosos invasivos em menores de dois anos. Nesse contexto, conforme Centro de Vigilância do Estado de São Paulo (2010), a doença meningocócita acomete pessoas de todas as faixas etárias, com maior incidência em crianças menores de 5 anos de idade, principalmente em lactantes. Contudo, em Salvador, os mais acometidos são os adultos de 20-39 anos, representado 887 casos (22,9%), evidência que, segundo Moraes e Barata (2005), é explicada pelo acometimento de grupos etários que não costumam ser afetados no período endêmico, o que reflete no aumento da circulação do agente e provavelmente a maior patogenicidade. Os casos de inflamação de meninges em Salvador em pessoas com mais de 60 anos são relativamente baixos (3,4% dos casos). Contudo, segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Salvador (2014), nos idosos houve aumento do risco de adoecer de meningite a partir de 2011, em relação a outros ciclos de vida. Os resultados mostram ainda uma incidência da doença na área urbana de 3584 casos (92,4%), em relação à área rural com 145 casos (3,7%), e área urbana/rural com 5 casos (0,1%). O maior número da doença na cidade, de acordo com Brasil (2015), é em razão de que grandes aglomerados populacionais geram ambientes mal ventilados e defasam a higiene do local, Joice Mariana Rodrigues Morais, Leandro de Holanda da Rocha, Tércio Palmeira Costa, Milena Nunes Alves de Sousa C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.1, p.185-196, jan./abr. 2017 193 propiciando a proliferação do agente infeccioso por meio do ar. Os limites desse estudo se devem ao fato da divergência de dados encontrada com frequência no DATASUS. Nesse contexto, não foi possível verificar de forma palpável a relação que a meningite possui com a raça/cor em virtude da alta taxa de ignorados nesse campo. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS A meningite é uma doença de proporções mundiais e a sua expressão não depende somente do agente etiológico, mas também das condições socioeconômicas da região. Verificaram-se no município de Salvador, entre 2011 e 2015, 3880 casos da doença notificados, o que corresponde a mais da metade de todos os casos referentes ao Estado da Bahia. Além disso, nota-se também um predomínio de casos na faixa etária de 20 a 39 anos, em residências em área urbana, em pessoas do sexo masculino e na raça parda. Conclui-se ainda que, para a redução dos casos na capital baiana, faz-se necessária a melhoria da aplicabilidade dos recursos em saúde para a população. PORTRAIT OF THE MENINGITE IN SALVADOR- BA: ANALYSIS OF THE PERIOD BETWEEN 2011-2015 ABSTRACT Meningitis is a disease of worldwide distribution and its epidemiological expression depends on different factors, such as the Etiologic Agent. Affects the Central Nervous System, with implications on the health-disease process. So, to aim identify the epidemiological profile of meningitis in the city of Salvador, Bahia, in the period from 2011 to 2015. Documentary character search was carried out,which was based on the Unified Computing Department health (DATASUS). Data were organized from the variables: age, mean evolution to death and the most affected sex. The data show that Salvador has a number of cases of 3880 (4.4% compared to Brazil) and the state of Bahia has 5143 cases (5.8% of cases in relation to Brazil). It was also observed that the year 2011 had the highest number of registered deaths (59) and 2015 the lowest number (17). Moreover, the most affected by meningitis groups are males (60.2% of cases), the mixed race / color (62.2% of cases), the age group of 20-39 years (22.9% of cases) and the place of residence urban area (92.4% of cases). It was found that the high rate of the disease in Salvador is due to the fact that the inflammation of the meninges does not depend only of the etiologic agents, but also the socioeconomic conditions of the region. It also concludes that for the reduction of cases, it is necessary to improve the applicability of health resources to the population. Retrato da meningite em Salvador-BA: análise do período entre 2011-2015 C&D-Revista Eletrônica da FAINOR, Vitória da Conquista, v.10, n.1, p.185-196, jan./abr. 2017 194 KEYWORDS: Meningitis. Salvador. Brazil. Artigo recebido em 03/11/2016 e aceito para publicação em 31/12/2016 REFERÊNCIAS BAHIA. Diretoria de Vigilância Epidemiológica. Relatório do 1º Quadrimestre de 2015 (S.E. 12). Salvador: SESAB, 2015. BRASIL. 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