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Estádio Pré-Operatório: Desenvolvimento Infantil

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Estádio Pré-Operatório
Profª. Msª. Caroline Trevisan Mendes de Almeida
Estádio pré-operatório 
(2 a 6 anos)
No estádio pré-operacional, a criança evolui de um funcionamento basicamente sensório-motor, expresso por meio de ações, para um modo conceitual e representacional. 
Assim, esse período é marcado pela passagem da inteligência sensório-motora ou prática para a inteligência representativa, a criança se torna apta para representar objetos e eventos.
Isso ocorre porque, a partir dos 2 anos, a criança passa a ter uma função de pensamento, chamada de função simbólica ou semiótica, que possibilita a representação de um objeto ausente, que pode ser expresso de várias maneiras.
Função simbólica ou função semiótica, na terminologia de Piaget, é a capacidade de utilizar representações mentais (palavras, números e imagens) as quais a criança atribuiu significado.
Assim, são vários os tipos de representação que tem relevância no desenvolvimento nesse período. Pela ordem de aparecimento, são eles: imitação, jogo simbólico, desenho, imagem mental, linguagem ou evocação verbal. 
Vamos compreender o significado de cada um deles no desenvolvimento do pensamento da criança.
Imitação diferida
É a capacidade da criança para representar mentalmente (recordar) um comportamento imitado na ausência do modelo. A criança faz imitação de objetos e eventos, depois de sua ocorrência, longe da situação ou do objeto imitado.
 Piaget (1966) apresenta o exemplo de uma criança que vê um amigo zangar-se, chorar e bater os pés (espetáculos novos para ela), e somente após algum tempo, longe do colega, ela imita a cena.
Imitação diferida
Outro exemplo é a criança que após observar sua mãe na cozinha enrolando bolinhos de carne, longe da cena, imita a ação de sua mãe enrolando bolinhos de areia. 
Não se trata de uma cópia literal, mas de uma capacidade para representar mentalmente, lembrar-se do fato, e poder representá-lo; por isso, diferida.
Jogo simbólico
É quando a criança constrói símbolos que representam qualquer coisa que ela deseja, isso quer dizer que pode dirigir-se ao mundo real por meio de símbolos, gestos e jogos de simulação. 
Embora tenha um caráter imitativo, é também uma forma de auto expressão, uma vez que não é dirigida ao outro, apenas a si mesma.
O jogo simbólico é um jogo de faz de conta em que a criança atribui significado as coisas e brinca com elas em um contexto mágico e imaginário. 
Por exemplo: brincar de escolinha, brincar de casinha fingindo fazer comidinha, de mamãe e filhinha, de super-heróis etc.
O jogo simbólico é também chamado de brincadeira de faz de conta, jogo de ficção, jogo da fantasia, jogo dramático, jogo da imaginação.
Desenho ou imagem gráfica
As primeiras formas do desenho não são imitativas do real, mas um jogo de exercício no qual a criança se diverte rabiscando a parede, o chão ou o papel em movimentos amplos e repetitivos.
Por volta dos 2 anos, ela passa a atribuir um significado a seus rabiscos, reconhece formas em suas garatujas, tenta repetir de memória um modelo, há um empenho para representar as coisas por meio do desenho de maneira realística.
 Surge, portanto, a intenção de representar a realidade por meio do grafismo, pela imitação e imagem mental (recordação).
Imagem mental
São representações internas (símbolos) de objetos ou experiências perceptivas passadas, por meio de imagens mentais (imitação interiorizada).
Imagem mental
Piaget apresenta duas grandes categorias de imagens mentais: 
as imagens reprodutivas, que se limitam a evocar espetáculos já conhecidos e percebidos anteriormente, portanto estáticas; 
e as imagens antecipadoras, que são cinéticas e imaginam movimentos ou transformações, assim como seus resultados, mas sem haver assistido anteriormente a sua realização.
Imagem mental
No estádio pré-operatório, as imagens mentais da criança são quase que exclusivamente estáticas (como desenhos ou fotografias), ela apresenta dificuldade para reproduzir movimentos e transformações.
Somente por volta dos 7/8 anos, no nível das operações concretas, as imagens tornam-se dinâmicas, são antecipadoras, com possibilidade de movimentos e transformações (como filmes).
Linguagem falada
Por volta dos 2 anos, a criança começa a utilizar as palavras faladas para representar objetos, são as evocações verbais de acontecimentos não atuais. 
Por exemplo: quando uma criança diz “au-au”, já sem ver o cachorro, há a representação verbal, a imitação e a imagem mental. Assim, ela utiliza palavras faladas como símbolos ao invés de gestos ou objetos.
Essa forma de representação simbólica permite o desenvolvimento cognitivo na criança porque
possibilita:
• o intercâmbio com as pessoas e, portanto, a socialização;
• a internalização da palavra e o aparecimento do pensamento;
• a internalização da ação que, de perceptiva e motora, passa a ser representativa (conceitual).
Piaget (1966) observou nas conversas entre crianças, duas formas de linguagem no estádio pré-operacional: a fala egocêntrica e a fala socializada. 
Na fala egocêntrica, não há intenção de comunicação, por isso não há necessidade de um interlocutor, a criança fala na presença de outras pessoas, mas sem qualquer intenção de se comunicar com elas, fala consigo mesma.
Piaget chamou essas conversações de monólogos coletivos – as crianças estão juntas, brincando, conversando, mas não há um diálogo efetivo entre elas. 
Tal fala é nitidamente egocêntrica, há um pensamento em voz alta de suas ações, sem o desejo de comunicação efetiva.
Exemplo: a Profª Juliana conta a seus alunos sobre o passeio que irá acontecer na próxima semana.
Lucas diz: minha avó me levou no mercado e comprou um chocolate.
Felipe afirma: eu gosto da bola que eu ganhei do meu pai, ela é azul.
Pedro completa: amanhã eu vou cortar o cabelo.
Por volta dos 7 anos, a linguagem se torna socializada, ou seja, as conversas entre as crianças se tornam comunicativas, envolvem a troca de ideias, o falar aos outros com a intenção clara de ser ouvido.
Embora o estádio pré-operatório seja marcado pela capacidade representativa, o que indica um avanço em seu desenvolvimento cognitivo, a criança ainda apresenta um pensamento pré-lógico, ou seja, encontra dificuldade para estabelecer relações lógicas entre fatos e acontecimentos, não consegue coordenar diferentes pontos de vista de maneira lógica.
Características do pensamento no estádio pré-operatório
Pensamento egocêntrico
Centração
Pensamento transdutor
Justaposição
Sincretismo
Pensamento animista, artificialista e finalista
Pensamento intuitivo
Conservação e Reversibilidade
Relacionamento social
Pensamento egocêntrico
A criança parte de seu próprio eu para julgar a realidade e os outros, sem se preocupar com a verdade dos fatos, utiliza seu ponto de vista, sua lógica, não assume o papel ou o ponto de vista do outro, acredita que todos pensam como ela.
Portanto, ela não pode assumir o ponto de vista do outro, pois acredita que todos pensam como ela, ou seja, as mesmas coisas que ela esta pensando ou desejando. 
Não questiona seus pensamentos, pois acredita que são os únicos possíveis e verdadeiros. É interessante ressaltar que, quando ocorre uma contradição, a criança egocêntrica conclui que a evidência esta errada e que seus pensamentos estão certos.
Centração
O pensamento egocêntrico da criança é centralizado, rígido, inflexível, pois ela não consegue levar em consideração várias relações ao mesmo tempo. 
Por exemplo: não entende como sua mãe pode ser ao mesmo tempo sua mãe e filha de sua avó.
Pensamento transdutivo
A criança apresenta um raciocínio primitivo, ou seja, para pensar parte da experiência, do particular (concreto) para outro particular (concreto). 
Com isso, não estabelece relações lógicas entre eventos, é incapaz de raciocinar com sucesso sobre as transformações. 
Por exemplo: não diz todos os animais se movem ou todas as plantas crescem, porque não consegue realizar generalizaçõessobre os fatos, coloca cada elemento lado a lado, não entendendo a relação recíproca entre eles. Percebe cada experiência de maneira isolada.
Justaposição : reunir partes sem articulá-las
A criança pré-operacional assimila, mas não discrimina e generaliza, apenas coloca as informações lado a lado, sem separá-las.
Um exemplo disso é quando os professores propõem aos alunos que levem para a escola um brinquedo de casa para brincar, é muito difícil para eles emprestarem seus brinquedos ou não tomarem, sem empréstimo, o brinquedo do colega. 
Não se trata de egoísmo, e sim, em função das características de pensamento, de uma dificuldade da criança compreender o porque do empréstimo ou da troca. Vemos nesse exemplo os conceitos egocentrismo cognitivo e pensamento transdutor, além da justaposição. 
Sincretismo
Há uma tentativa da criança em fazer deduções, mas, em função de o pensamento ser egocêntrico, centrado, transdutor e justaposto, ela realiza generalizações sem um lógica aparente. 
Ou seja, explica um evento com outro que não tem relação lógica com a questão, faz generalizações indevidas. 
Por exemplo: o balão caiu porque é vermelho; a fruta está verde, não pode comer, portanto não come qualquer outra fruta de cor verde; costuma falar “eu comi, eu bebi, eu fazi”.
Pensamento animista
A criança atribui vida (anima) a seres inanimados, como bonecas, personagens de histórias etc. 
Por exemplo: ao tropeçar em uma cadeira e machucar-se, bate na cadeira acreditando que a mesma sentirá dor, afirmando: “a cadeira está chorando”.
 Em função do pensamento animista, a criança, verdadeiramente, acredita que os brinquedos e os personagens de histórias tem vida humana, por isso os medos que sentem são, para ela, reais.
Pensamento artificialista e finalista
No artificialismo, a criança atribui uma origem humana a todas as coisas, por exemplo, afirma que um homem muito grande juntou muita terra para formar uma montanha; que o “papai do céu” está muito bravo, para explicar os raios e trovões nos dias de chuva. 
No finalismo, a criança tem a tendência de acreditar que todos os seres e objetos tem a finalidade de servi-la, por exemplo, se ganhou um guarda-chuva e começa a chover, acredita que isso aconteceu para que ela possa utilizá-lo.
Pensamento intuitivo
A partir dos 4 anos, a criança apresenta um pensamento intuitivo, embora seja bastante rápido, e ainda pré-lógico, porque se fundamenta basicamente na percepção. 
Como não há estrutura operativa nesse pensamento, não existem duas funções de pensamento muito importantes: a conservação e a reversibilidade.
Conservação
É definida por Piaget como sendo a capacidade de perceber que, apesar das variações de forma ou arranjo espacial, uma quantidade ou valor não varia se dele não se retira ou adiciona algo. Na criança, essa noção é construída entre 7 e 12 anos, no estádio das operações concretas. 
A partir dos 6/7 anos, começa a conseguir conservar números, comprimento e quantidade de liquido. Em seguida, vem a conservação de substância (7/8 anos), área (9/10 anos) e volume (11/12 anos). No estádio pré-operacional, a criança não apresenta a noção de conservação.
Irreversibilidade
O pensamento pré-operatório é marcado pela irreversibilidade de pensamento, ou seja, é impossível para a criança, em termos cognitivos, percorrer uma trajetória e depois retornar ao ponto de partida, porque não possui um pensamento móvel, capaz de perceber e corrigir seus erros por meio de descontrações sucessivas e rápidas. A reversibilidade é um dos aspectos que marcam a entrada no próximo estádio, o operatório concreto.
Relacionamento social
As atividades em grupo se caracterizam por um brinquedo paralelo. As crianças brincam juntas, mas sem uma interação efetiva, cada uma delas está brincando sozinha. 
Isso ocorre em função do egocentrismo dessa fase, ela sente dificuldade para considerar a perspectiva do outro e está centrada em si mesma e em suas atividades.
Piaget e colaboradores criaram diversos experimentos em que podemos verificar a transição entre as respostas – e, portanto, do pensamento – da criança pré-operatória para a criança operatória: 
as conhecidas “Provas Operatórias Piagetianas”. 
Atividade 
Fernanda é uma professora em uma escola municipal para uma turma de crianças com três anos de idade. 
Como é recém-formada, está em dúvidas com relação a quais atividades pode desenvolver com as crianças visando estimular o seu desenvolvimento, que sejam complementares àquelas já propostas pela escola.
Elabore um roteiro de atividades que Fernanda pode aplicar, correlacionando o estádio pré-operatório de Piaget.

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