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Interdição • A interdição, é o regime jurídico que tem como objetivo a proteção do incapaz para evitar danos a si e a seu patrimônio. O CPC de 2015 renomeou para “Da interdição” – o CPC de 1973 o chamava de “curatela dos interditos” – o procedimento especial de jurisdição voluntária que tem como finalidade o reconhecimento de causas que justificam a interdição e a nomeação do curador ao interditando. • Cabimento Com a vigência do Estatuto da Pessoa com Deficiência o objetivo da “ação de interdição” passou a ser mais restrito e ter natureza reconhecidamente protetiva; seu objetivo agora é colocar “sob curatela” pessoa que, por causa transitória ou permanente, não possa exprimir sua vontade. ⚠⚠Estão ainda sujeitos à curatela o ébrio habitual, o viciado em tóxico e o pródigo. É importante registrar que a curatela está limitada às questões de natureza patrimonial e negocial, cabendo ao juiz determinar, segundo as potencialidades do interditando, os limites da curatela, assim como quem será o curador. • Legitimidade A disciplina do CPC de 2015 é bem mais ampla (e completa) com relação a do CPC de 1973. O art. 747 CPC é expresso quanto à legitimidade para o requerimento. ⚠ São legítimos: o cônjuge ou companheiro; os parentes ou tutores; o representante da entidade em que se encontra abrigado o interditando; (NOVO) o Ministério Público. A legitimidade deverá ser comprovada por documentação que acompanhe a petição inicial. ⚠ ✔ • Documentos O art. 750 do CPC informa que o autor deverá juntar à petição inicial laudo médico que prove as limitações do interditando. No caso disso não ser possível, o autor deve se justificar, isto é, declarar as razões pelas quais não conseguiu obter o referido documento. Além deste documento, deve ainda juntar os documentos pessoais próprios e do interditando, assim como comprovante de residência. Deve ainda juntar documentos de eventuais bens que possua o interditando, assim como comprovante de seus rendimentos. + + Petição Inicial ➡ Laudo Médico ➡ Bens + comprovantes de rendimento • Procedimento Art. 319 e 749, § único CPC. Art. 751, § 1º, 2º, 3º e 4º Art. 752 CPC. Art. 753 CPC. Petição Inicial Citação Audiência de entrevista pessoal do juiz com o interditando Contestação Perícia Técnica Sentença Art. 754 CPC. *Cabe recurso de apelação Art. 1.009 CPC. *Art. 760 caput. • Pedido Segundo as novas disposições legais, o pedido não mais deve requerer a declaração de incapacidade do interditando, mesmo que relativa; agora, o pedido deve ser no sentido de que o interditando seja posto “sob curatela”, quanto às questões de natureza patrimonial e negocial. Curatela CURATELA PROVISÓRIA: CURATELA DEFINITIVA: Será aquela concedida após pedido de Tutela de Urgência Liminar, de acordo com o Art. 300, § 2º CPC e Art. 749, § único CPC. Será aquela concedida após sentença proferida pelo juiz, ou seja, após todo trâmite processual concluído. Art. 755, l CPC. CURATELA, o que é? Curatela é a responsabilidade atribuída a uma pessoa pelo juiz, para qual toma a responsabilidade de zelar e se responsabilizar pelos bens e atos jurídicos da pessoa que se encontra incapaz de realizar e decidir atos da sua vida civil. Estão sujeitos à curatela os maiores incapazes. Por força das alterações que foram feitas no artigo 3º do Código Civil pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência, não existem mais absolutamente incapazes maiores. Sendo assim, a curatela somente incide para os maiores relativamente incapazes, que, na nova redação do artigo 4º do Código Civil, são os: • Ébrios habituais (no sentido de alcóolatras) • Viciados em tóxicos; • As pessoas que, por causa transitória ou definitiva, não puderem exprimir vontade; • Pródigos. A curatela constitui medida protetiva extraordinária, PROPORCIAL às necessidades e circunstâncias de cada caso, durando o menor tempo possível. Art. 84, §3º Lei 13.146/2015 A curatela afetará apenas aos atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial. Art. 85 Lei 13.146/2015 O curador é obrigado à prestar contas anualmente ao juiz de sua administração, apresentando o balanço do respectivo ano. Art. 84 4º Lei 13.146/2015. O curados deve buscar tratamento e apoio apropriado à conquista da autonomia pelo interdito. Art. 758 CPC • Tomada de decisão apoiada: Está prevista no Art. 1.783-A do Código Civil. ‘’ ... é o processo pelo qual uma pessoa com deficiência elege pelo menos duas pessoas idôneas, com as quais mantenha vínculos e que gozem de sua confiança, para prestar-lhe apoio na tomada de decisão sobre atos da vida civil, fornecendo-lhes os elementos e informações necessários para que possa exercer sua capacidade” Mesmo nos específicos atos em que seja coadjuvado pelos apoiadores, a pessoa com deficiência não sofrerá restrição em seu estado de plena capacidade, apenas será privada de legitimidade para praticar episódicos atos da vida civil. exemplos: esse modelo beneficiará enormemente pessoas deficientes com impossibilidade física ou sensorial ... • Tetraplégicos; • Obesos mórbidos; • Cegos; • Sequelados de AVC e portadores de outras enfermidades que as privem da deambulação para a prática de negócios e atos jurídicos de cunho econômico OBS: Art. 1.783-A, § 11 CC. “ Aplicam-se à tomada de decisão apoiada, no que couber, as disposições referentes à prestação de contas na curatela.” Tutela O QUE É TUTELA? TUTOR: LEGITIMIDADE: PRESTAÇÃO DE CONTAS: É o encargo atribuído pela Justiça a um adulto capaz, para que proteja, zele, guarde, oriente, responsabilize-se e administre os bens de crianças e adolescentes cujos pais são falecidos ou estejam ausentes até que completem 18 anos de idade. / Art. 1.728 CC ao 1.766 CC. O tutor é o representante legal da criança ou adolescente tutelado. É o tutor que administra o patrimônio do tutelado, suas despesas e dívidas e o representa nos atos da vida civil; responsável também pela função afetiva, anteriormente desempenhada pelos pais. Qualquer parente da criança ou adolescente. Em caso de não haver parentes ou destes serem desconhecidos, poderá ser tutor uma pessoa próxima, desde que seja idônea, não tenha causas que venham contra os interesses do tutelado, e que esteja disposta a zelar pelo mesmo. Na sentença de nomeação do tutor está indicada a periodicidade de apresentação deste procedimento, que via de regra é anual, porém pode ser semestral, trimestral, etc, conforme a necessidade e a critério do juízo. • SERÁ O MENOR REPRESENTADO NOS ATOS DA VIDA CIVIL ATÉ OS 16 ANOS E ASSISTIDO ATÉ OS 18 ANOS QUANDO SE ENCERRA A TUTELA. ABSOLUTAMENTE incapaz RELATIVAMENTE incapaz Estatuto da Pessoa com Deficiência Lei 13.146/2015 Código Civil (Antes da alteração pela Lei 13.146/2015) Código Civil (após a Lei n. 13.146/2015) CPC-2015 Estatuto da Pessoa com Deficiência Lei 13.146/2015 Art. 3º. Art. 3º. - Art. 125, II. Art. 4º. Art. 4º. - Art. 1.548. Art. 1.548. - Art. 6º. - Art. 1.775-A. - Art. 1.767. Art. 1.767. - Art. 125, VI. - - Art. 747 e 755. Art. 85. - Art. 1.783-A. - Art. 84. Art. 1.768 a 1.773 Art. 1.768. Art. 1.072 - Questão: Com relação ao procedimento de curatela dos interditos, é correto afirmar que: a) o Ministério Público não tem legitimidade para querer a interdição. b) a sentença proferida pelo juiz faz coisajulgada material. c) a realização de prova pericial, consistente no exame do interditando, é facultativa, podendo o juiz dispensá-la. d) na ausência do cônjuge ou companheiro, os parentes ou tutores podem requerer a interdição. a) Art. 747 c/c 748 CPC. O MP TEM LEGITIMIDADE b) Art. 756 CPC. NÃO PRODUZ COISA JULGADA MATERIAL POIS A CURATELA PODERÁ SER LEVANTADA A QUALQUER MOMENTO, SE HOUVER CESSADO A CAUSA QUE A DETERMINOU. c) Art. 753 c/c 754 CPC. O JUIZ DETERMINARÁ A PROVA PERICIAL PARA AVALIAÇÃO DE CAPACIDADE E APÓS APRESENTADAS, CONJUNTAMENTE COM O LAUDO E OITIVA DOS INTERESSADOS, PREFERIRÁ SENTENÇA. d) Art. 747, lI CPC A INTERDIÇÃO PODERÁ SER PROMOVIDA SUBSEQUENTEMENTE PELOS PARENTES OU TUTORES, NA AUSÊNCIA DO CÔNJUGE OU COMPANHEIRO. Bibliografia: • Fredie Didier Jr. – • http://www.frediedidier.com.br/editorial/editorial-187/ • Scarpinella. (Manual de Processo Civil) • https://estudosnovocpc.com.br/2015/08/14/artigo-747-ao-770/amp/ • http://genjuridico.com.br/2016/06/02/comentarios-a-nova-acao-de- interdicao/ • http://www.conjur.com.br/2016-abr-18/mp-debate-sistema- incapacidades-atuacao-mp-curatela http://www.frediedidier.com.br/editorial/editorial-187/ http://www.frediedidier.com.br/editorial/editorial-187/ http://www.frediedidier.com.br/editorial/editorial-187/ http://www.frediedidier.com.br/editorial/editorial-187/ http://www.frediedidier.com.br/editorial/editorial-187/ https://estudosnovocpc.com.br/2015/08/14/artigo-747-ao-770/amp/ https://estudosnovocpc.com.br/2015/08/14/artigo-747-ao-770/amp/ https://estudosnovocpc.com.br/2015/08/14/artigo-747-ao-770/amp/ https://estudosnovocpc.com.br/2015/08/14/artigo-747-ao-770/amp/ https://estudosnovocpc.com.br/2015/08/14/artigo-747-ao-770/amp/ https://estudosnovocpc.com.br/2015/08/14/artigo-747-ao-770/amp/ https://estudosnovocpc.com.br/2015/08/14/artigo-747-ao-770/amp/ https://estudosnovocpc.com.br/2015/08/14/artigo-747-ao-770/amp/ http://genjuridico.com.br/2016/06/02/comentarios-a-nova-acao-de-interdicao/ http://genjuridico.com.br/2016/06/02/comentarios-a-nova-acao-de-interdicao/ http://genjuridico.com.br/2016/06/02/comentarios-a-nova-acao-de-interdicao/ http://genjuridico.com.br/2016/06/02/comentarios-a-nova-acao-de-interdicao/ http://genjuridico.com.br/2016/06/02/comentarios-a-nova-acao-de-interdicao/ http://genjuridico.com.br/2016/06/02/comentarios-a-nova-acao-de-interdicao/ http://genjuridico.com.br/2016/06/02/comentarios-a-nova-acao-de-interdicao/ http://genjuridico.com.br/2016/06/02/comentarios-a-nova-acao-de-interdicao/ http://genjuridico.com.br/2016/06/02/comentarios-a-nova-acao-de-interdicao/ http://genjuridico.com.br/2016/06/02/comentarios-a-nova-acao-de-interdicao/ http://genjuridico.com.br/2016/06/02/comentarios-a-nova-acao-de-interdicao/ http://genjuridico.com.br/2016/06/02/comentarios-a-nova-acao-de-interdicao/ http://www.conjur.com.br/2016-abr-18/mp-debate-sistema-incapacidades-atuacao-mp-curatela http://www.conjur.com.br/2016-abr-18/mp-debate-sistema-incapacidades-atuacao-mp-curatela http://www.conjur.com.br/2016-abr-18/mp-debate-sistema-incapacidades-atuacao-mp-curatela http://www.conjur.com.br/2016-abr-18/mp-debate-sistema-incapacidades-atuacao-mp-curatela http://www.conjur.com.br/2016-abr-18/mp-debate-sistema-incapacidades-atuacao-mp-curatela http://www.conjur.com.br/2016-abr-18/mp-debate-sistema-incapacidades-atuacao-mp-curatela http://www.conjur.com.br/2016-abr-18/mp-debate-sistema-incapacidades-atuacao-mp-curatela http://www.conjur.com.br/2016-abr-18/mp-debate-sistema-incapacidades-atuacao-mp-curatela http://www.conjur.com.br/2016-abr-18/mp-debate-sistema-incapacidades-atuacao-mp-curatela http://www.conjur.com.br/2016-abr-18/mp-debate-sistema-incapacidades-atuacao-mp-curatela http://www.conjur.com.br/2016-abr-18/mp-debate-sistema-incapacidades-atuacao-mp-curatela http://www.conjur.com.br/2016-abr-18/mp-debate-sistema-incapacidades-atuacao-mp-curatela http://www.conjur.com.br/2016-abr-18/mp-debate-sistema-incapacidades-atuacao-mp-curatela http://www.conjur.com.br/2016-abr-18/mp-debate-sistema-incapacidades-atuacao-mp-curatela http://www.conjur.com.br/2016-abr-18/mp-debate-sistema-incapacidades-atuacao-mp-curatela http://www.conjur.com.br/2016-abr-18/mp-debate-sistema-incapacidades-atuacao-mp-curatela http://www.conjur.com.br/2016-abr-18/mp-debate-sistema-incapacidades-atuacao-mp-curatela http://www.conjur.com.br/2016-abr-18/mp-debate-sistema-incapacidades-atuacao-mp-curatela
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