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Universidade Federal do Paraná (UFPR) 
 
4.2.1.1 A Terra, um planeta em transformação, o homem e o meio ambiente. Aspectos naturais e sua 
interação com a sociedade ....................................................................................................................... 1 
4.2.1.2 População e estruturação sócio-espacial ............................................................................... 85 
4.2.1.3 Estrutura produtiva e a economia ......................................................................................... 139 
4.2.1.4 Formação, estrutura e organização política do Brasil e do mundo contemporâneo .............. 214 
4.2.1.5 A representação do espaço terrestre ................................................................................... 241 
 
 
 
 
 
 
Candidatos ao Vestibular, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br 
para dúvidas relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos 
para um bom desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, 
portanto, ao entrar em contato, informe: 
• Apostila (universidade); 
• Disciplina (matéria); 
• Número da página onde se encontra a dúvida; e 
• Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails 
separados. O professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
1 
 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br 
 
A Terra – Dinâmica, Estrutura, Forma e Atividades Humanas 
 
Segundo os cientistas, a Terra surgiu há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, resultando da 
agregação de poeira cósmica provocada pela atração gravitacional. 
 
Agregação trata-se de uma das teorias mais atuais sobre a formação do universo, conhecida por 
Teoria da Agregação. 
 
Os choques entre essas partículas de poeira ocasionaram reações químicas explosivas, aquecendo o 
planeta e transformando-o numa gigantesca massa incandescente. A partir desse momento, um longo 
processo de resfriamento solidificou a parte mais externa da superfície terrestre. 
De sua origem até o estágio atual, a Terra passou por diversas transformações, que são estudadas a 
partir da disposição das camadas rochosas e dos fósseis nelas encontrados. Essas camadas 
representam registros dos acontecimentos passados, e permitem compreender a evolução do planeta. 
 
As Eras Geológicas 
 
A Geologia (ciência que estuda o conjunto da origem, da formação e das contínuas transformações 
da Terra, assim como dos materiais orgânicos que a constituem), divide a história da Terra em eras 
geológicas, que correspondem a grandes intervalos de tempo divididos em períodos que, por sua vez, 
são subdivididos em épocas e idades. Cada uma dessas subdivisões corresponde a algumas importantes 
alterações ocorridas na evolução do planeta. 
 
Escala Geológica do Tempo 
Eras geológicas Períodos Duração Ocorrências 
 
Cenozoica 
Quaternário 1 milhão de anos 
Surgimento do homem; 
Última glaciação. 
 
Quaternário 
Terciário 
70 milhões de anos 
Dobramentos 
modernos (atuais 
montanhas); 
Surgimento de aves, 
mamíferos e primatas; 
Atuais continentes. 
 
Mesozoica ou 
Secundária 
Cretáceo 
Jurássico 
Triássico 
Cerca de 170 milhões 
de anos 
Divisão do grande 
continente da Pangeia, 
em Laurásia e 
Gondwana (130 
milhões de anos); 
Surgimento dos 
grandes répteis (como 
os dinossauros). 
 
Paleozoica ou 
Primária 
Permiano 
Carbonífero 
Devoniano 
Siluviano 
Ordoviciano 
Cerca de 320 milhões 
de anos 
Rochas sedimentares e 
metamórficas; 
Formação de grandes 
florestas: origem de 
bacias sedimentares; 
 
4.2.1.1 A Terra, um planeta em transformação, o homem e o meio 
ambiente. Aspectos naturais e sua interação com a sociedade 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
2 
 
Cambriano Glaciações; 
Surgimento da Pangeia 
há 200 milhões de 
anos, bem como de 
peixes e vegetais; 
Primeiros insetos e 
répteis. 
Pré-cambriana ou 
Primitiva 
Proterozoico 
Arqueozoico 
Cerca de 4 bilhões de 
anos 
Surgimento da vida 
unicelular; 
Formação dos escudos 
cristalinos e das rochas 
magmáticas. 
Fonte: Leinz e Amaral. Geologia geral (adaptado). 
 
A Estrutura Interna da Terra 
 
O conhecimento da estrutura interna da Terra é essencial ao entendimento dos fenômenos que se 
manifestam em sua superfície, como o vulcanismo e os terremotos, responsáveis por modificações na 
modelagem da superfície terrestre. Os terremotos, por exemplo, afetam a vida de milhões de pessoas e 
provocam graves catástrofes naturais na Califórnia (Estados Unidos), no Japão, no Chile, na Turquia e 
em diversos outros países. O vulcanismo, outro fenômeno natural causado pelas forças internas da Terra, 
acarreta também graves desastres naturais. 
A atividade mineradora também depende do conhecimento da estrutura interna da Terra. Os recursos 
minerais são matérias-primas básicas para a produção das mercadorias e para a geração da maior parte 
da energia consumida no mundo. 
Os estudos do interior da Terra baseiam-se em observações indiretas, pois até o momento, o poço 
mais profundo – o da península de Kola, na Rússia, perfurado em 1987 – atingiu apenas 13 km. Todo o 
material que sai pelos vulcões vem de profundidade de, no máximo, 200 km. Essas medidas, se 
comparadas com o raio da Terra – 6380 km -, são muito pequenas. 
As observações indiretas são obtidas por meio da análise dos tremores que ocorrem no interior da 
Terra, cujas ondas, chamadas sísmicas, propagam-se em diferentes direções, algumas atingindo o 
núcleo do planeta. A intensidade destas ondas é registrada por sismógrafos, aparelhos que também 
medem a sua velocidade e, portanto, o tempo que elas levam para se deslocar do hipocentro (local do 
interior da Terra onde se origina o terremoto) até os locais onde essas ondas sísmicas se manifestam na 
superfície terrestre - o epicentro. 
 
A partir dessas observações, os cientistas chegaram à conclusão de que a Terra é formada 
basicamente por três camadas: a crosta terrestre ou litosfera, o manto e o núcleo. 
 
Na crosta terrestre – camada eterna – são encontradas rochas relativamente leves, constituídas 
principalmente por silício e alumínio. Essa camada apresenta uma espessura variável: sob os continentes 
varia de 20 a 70 km (a espessura máxima verifica-se nos locais sob as montanhas) e, sob os oceanos, 
onde predominam o silício e o magnésios, varia de 5 a 15 km. 
O manto – camada intermediária – é formado por rochas mais pesadas, como os basaltos, constituídas 
principalmente por magnésio, ferro e silício. Na parte externa do manto há uma região conhecida por 
astenosfera, formada de um material pastoso chamado magma. Nela ocorrem movimentos de 
convecção: o magma aquecido sobe das porções mais internas da Terra em direção à crosta e, depois, 
volta para o interior à medida que se resfria. Os movimentos de convecção dão origem a terremotos e 
erupções vulcânicas. 
O limite máximo interior do manto é de, aproximadamente, 2900 km, onde começa a camada mais 
interna: o núcleo. 
O núcleo, que tem como limite máximo interior a medida do raio da Terra, é constituído por níquel e, 
principalmente, por ferro. Ele se encontra subdividido em duas camadas: o núcleo externo, que parece 
ser líquido e vai até 5100 km; e o núcleo interno, que é sólido.Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
3 
 
A isostasia 
Dá-se o nome de isostasia (do grego isso: igual; e stásis: equilíbrio) ao estado de equilíbrio dos 
blocos continentais da crosta terrestre que flutuam sobre a camada do manto. 
Segundo a teoria do cientista inglês George B. Airy (1801-1892), considerando a crosta terrestre 
formada por blocos da mesma densidade e admitindo-se como correta a hipótese de que no manto 
existe uma zona de material viscoso em estado de fusão, quanto mais alto for o bloco montanhoso ou 
continental, maior será sua raiz mergulhada no manto. 
Para termos uma imagem similar desse fenômeno basta apreciarmos alguns blocos de gelo boiando 
na água. Quanto mais espessos forem, mais emergem e imergem. 
(Adaptado de Glossário de termos geológicos. Associação Profissional dos Geólogos de 
Pernambuco. Em: www.agp.org.br/glossario-i.html). 
 
As Rochas que formam a Crosta Terrestre 
 
A crosta terrestre é formada principalmente por rochas, como, por exemplo, a areia, o granito, o 
mármore, o calcário e a argila. As rochas, por sua vez, são constituídas por um agregado de minerais ou 
por um único mineral solidificado. Minerais são elementos ou compostos inorgânicos encontrados na 
crosta terrestre. O granito, por exemplo, é composto por três minerais: quartzo, mica e feldspato. 
 
Quanto à origem, as rochas classificam-se em magmáticas ou ígneas, sedimentares e 
metamórficas. 
 
As rochas magmáticas resultam da consolidação de material, em estado de fusão, proveniente do 
manto. Elas constituem aproximadamente 80% da crosta terrestre e se subdividem em dois tipos: 
 
Extrusivas ou vulcânicas – que se formaram na superfície (exemplo: basalto). 
 
Intrusivas ou plutônicas – que se formaram internamente (exemplo: granito). 
 
As rochas magmáticas intrusivas aparecem na superfície quando a erosão remove as outras rochas 
que as encobrem. Sãos os afloramentos. O granito é muito utilizado no revestimento de pisos, em 
paredes e na fabricação de tampos de pias. A decomposição do basalto, por sua vez, dá origem, 
geralmente, a solos férteis, como a terra roxa, encontrada nos estados de São Paulo e Paraná. 
 
As rochas sedimentares resultam da deposição de detritos de outras rochas e/ou de acúmulo de 
detritos orgânicos (sedimentos). Normalmente a deposição ocorre em camadas horizontais. Quanto à 
origem, as rochas sedimentares são classificadas em: 
 
Detríticas – constituídas pela acumulação de fragmentos de outras rochas (magmáticas, metamórficas 
ou mesmo sedimentares). Exemplos: areia, arenito, argila, folhelho, varvito, conglomerado e tilito. 
Químicas – provenientes de transformações químicas que alguns materiais em suspensão sofrem na 
água. Exemplo: o sal-gema, que corresponde a depósitos de cloreto de sódio, os quais são encontrados 
em áreas onde possivelmente havia mar. 
Orgânicas – formadas pela ação de animais e vegetais ou pela acumulação dos seus dejetos. 
Exemplo: o calcário, resultante da acumulação de restos de conchas, corais, etc. Essa é uma das rochas 
mais abundantes e mais utilizadas pelo ser humano. Outro exemplo é o carvão mineral, que formou-se 
da decomposição de restos vegetais que permaneceram enterrados por milhões de anos. 
 
As rochas sedimentares têm grande importância econômica, pois nelas se encontram riquezas 
minerais, como o carvão mineral e o petróleo. A areia, o varvito e o calcário também são muito utilizados 
pelo setor de construção civil. 
 
As rochas metamórficas resultam da transformação (metamorfização), em condições de pressão e 
de temperatura bastante elevadas, de rochas preexistentes. As principais rochas metamórficas são: o 
gnaisse, formado a partir da transformação do granito; a ardósia, resultado da metamorfose do xisto; e o 
mármore, que resulta da transformação do calcário. A ardósia e principalmente, o mármore, são bastante 
empregados não setor de construção civil. 
 
 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
4 
 
A Crosta Terrestre em Movimento 
 
Em 1912, o cientista alemão Alfred Wegener elaborou a teoria da deriva dos continentes. 
Observando a semelhança entre os contornos dos litorais da América, Europa e África, e também de suas 
rochas, Wegener propôs que, há cerca de 200 milhões de anos, os continentes estariam todos unidos, 
formando um único bloco, chamado Pangeia, que teria começado a se fragmentar com o aparecimento 
de fendas ou fraturas. Aos poucos, os fragmentos teriam se afastado uns dos outros. 
Essa teoria foi contestada pela maioria dos geólogos da época. Um dos poucos que a apoiaram, o 
inglês Arthur Holmes, elaborou, em 1928, a hipótese da expansão dos fundos oceânicos, baseando-se 
nos movimentos de convecção do magma na atmosfera, camada situada logo abaixo da crosta. Para 
Holmes, o movimento circulatório do magma empurraria os continentes. 
Em 1967, Janson Morgan confirmou a hipótese de Holmes: os fundos oceânicos estão se deslocando 
a partir das dorsais, que são cordilheiras situadas na porção central dos oceanos (meso-oceânicas). 
Constatou-se também que as idades das rochas dos fundos oceânicos aumentam à medida que se 
distanciam das dorsais, ou seja, quanto mais próximas dos continentes, mais antigas são as rochas. 
A partir dessas constatações, chegou-se à conclusão de que o envoltório da Terra (crosta) é 
descontínuo e fragmentado em vários blocos, os quais são formados por partes continentais e oceânicas 
(o fundo ou assoalho dos oceanos). Cada bloco corresponde a uma placa tectônica (Ramo da Geologia 
que estuda o dinamismo das forças que interferem na movimentação das camadas da crosta terrestre), 
que se desloca pelos movimentos de convecção do magma. A teoria da deriva dos continentes foi 
substituída pela teoria da tectônica de placas. 
 
Ao mesmo tempo em que há o processo de afastamento (expansão) entre placas tectônicas, como, 
por exemplo, nas cordilheiras meso-oceânicas, também chamadas zonas de divergência de placas, 
verifica-se também o processo de fricção entre essas placas, pelo qual elas são pressionadas umas 
contra as outras – são as chamadas zonas de convergência de placas. Nas zonas de convergência, o 
contato entre as placas pode ser de dois tipos: 
 
Subducção – as placas movem-se uma em direção a outra e a placa oceânica (mais densa) 
“mergulha” sob a continental (menos densa). A placa oceânica entra em estado de fusão no manto. 
 
Obducção ou colisão – choque entre duas placas na porção continental. Acontece em virtude da 
grande espessura dos trechos nos quais estão colidindo. É o que ocorre entre a placa Indo-australiana e 
a Euro-asiática Ocidental. 
 
Por meio de raios laser emitidos de satélites artificiais, obteve-se a confirmação do movimento das 
placas tectônicas, pois foi possível medir o afastamento dos continentes. A América do Sul, por 
exemplo, afasta-se cerca de 3 cm por ano da África, levando a um alargamento do oceano Atlântico. 
 
Terremotos 
 
Nas áreas próximas aos limites entre as placas ocorrem muitos terremotos (abalos sísmicos) e a 
atividade vulcânica é intensa. As grandes cadeias montanhosas da Terra, situadas nessas áreas, 
surgiram por causa da colisão (ou obducção) de placas, como a cordilheira do Himalaia, ou pelo processo 
de subducção, como a cordilheira dos Andes. 
O atrito entre as placas tectônicas produz acúmulo de pressão e descarga de energia, que se propaga 
em forma de ondas sísmicas. A propagação dessas ondas provoca a vibração das rochas e grande 
impacto nas áreas de montanhas próximas à região de atrito. 
O abalo sísmico recebe o nome de maremoto quando ocorre no fundo dos oceanos, provocando 
ondas de movimento acelerado e grande altura ao se aproximarem da costa. Se a onda que se forma for 
muito grande, recebe o nome de tsunami, como a que afetou diversas regiões da Ásia e da África no 
final de 2004, matando mais de 280 mil pessoas, considerada uma das maiores catástrofes de origem 
ambiental já registradana história. 
 
Terremotos no Brasil 
 
O público leigo, de forma geral, aceita a ideia de que o território brasileiro está a salvo de terremotos. 
No meio científico, porém, há relatos de abalos sísmicos no Brasil desde o início do século 20. Uma 
pesquisa sobre o tema contribuiu para diminuir o fosso entre o senso comum e a realidade científica: 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
5 
 
uma equipe coordenada pelo geomorfólogo Allaoua Saadi, professor da Universidade Federal de Minas 
Gerais, elaborou o Mapa neotectônico do Brasil e identificou a existência de 48 falhas-mestras no 
território nacional. “É justamente ao longo do traçado dessas falhas que se concentram as ocorrências 
de terremotos”, explica Saadi. (...) 
Terremotos constituem uma resposta a rupturas da crosta terrestre provocadas pelo deslocamento 
dos blocos (subdivisões das placas tectônicas) ao longo de uma falha. As rochas comportam-se como 
corpos elásticos, deformando-se e acumulando energia proveniente do contato e do movimento entre 
os blocos. “No momento da ruptura, a energia ‘represada’ durante o período de acumulação do stress 
anterior é liberada de uma só vez ou em episódios mais ou menos próximos”, esclarece Saadi. 
Os grandes abalos ocorrem principalmente na região de encontro entre as placas, onde se localizam 
as falhas maiores de escala continental. O globo terrestre é constituído por (...) placas e o território 
[brasileiro] está totalmente situado no interior da Placa Sul-Americana – daí a ideia de que não haveria 
tremores de terra no país. No Brasil, os terremotos intraplacas, onde o tamanho das falhas tem 
dimensões variadas, costumam ser mais brandos e dificilmente atingem mais de 4,5 graus de 
magnitude. Porém, ainda precisam ser mais estudados. No início do século 20 um terremoto de grandes 
proporções – 8 graus – ocorreu na costa leste dos Estados Unidos, região de atividade sísmica 
semelhante à do Brasil. 
“Comparados aos da região andina, situada exatamente na fronteira entre a placa de Nazca e a 
placa Sul-Americana, os abalos sísmicos brasileiros são menos frequentes e intensos”, explica Saadi. 
Eles não devem, no entanto, ser desprezados. Há registros no Brasil de terremotos com magnitude 
acima de 5 graus. Em 1986 a cidade de João Câmara (RN) foi palco de vários tremores que chegaram 
a destruir e danificar cerca de 4000 casas. 
KUCK, Denis Weisz. Ciência Hoje on-line, 06/11/02. 
 
Os terremotos podem ser medidos quanto à magnitude e à intensidade. 
A magnitude é a quantidade de energia liberada no foco do sismo, sendo medida a partir de uma 
escala estabelecida pelo sismólogo norte-americano Charles Richter. Essa escala – escala Richter – 
começa no grau zero e, teoricamente, não tem um limite superior. Ela também é logarítmica, ou seja, um 
terremoto de magnitude 5, por exemplo, produz efeitos 10 vezes maiores que um outro de magnitude 4. 
Um dos terremotos mais violentos já registrado atingiu 9,2 graus, no Japão, em 1992, liberando um milhão 
de vezes mais energia que a bomba atômica lançada sobre Nagasaki. Não houve mortes porque a região 
atingida era desabitada. 
A intensidade baseia-se na constatação dos efeitos provocados pelo terremoto na superfície, que, 
provavelmente, vão ser menores à medida que se distancie do seu epicentro. A escala de intensidade 
sísmica mais utilizada é a de Mercalli modificada, que varia de I (danos mínimos) a XII (danos máximos), 
quando ocorre o desaparecimento quase que total de vestígio de construção humana; objetos são 
lançados para o alto, formam-se grandes fendas no terreno e consideráveis transformações no relevo. 
De todas as áreas sujeitas a terremotos no mundo, o Japão e a Califórnia (Estados Unidos) são as 
mais bem preparadas para enfrentar sismos. Isso decorre do próprio nível de desenvolvimento desses 
países, de suas condições econômicas, que possibilitam investimentos em pesquisas no setor de 
construção civil, no treinamento da população, nos equipamentos para previsão de tremores, na 
manutenção de cientistas, etc. 
 
A estrutura geológica 
 
Nas áreas emersas, a crosta terrestre é formada por três tipos de estruturas geológicas, as quais são 
caracterizadas pelos tipos de rochas predominantes e o seu processo de formação, e pelo tempo 
geológico em que surgiram. Essas estruturas geológicas são os dobramentos modernos, os maciços 
antigos e as bacias sedimentares. 
Os dobramentos modernos são os trechos da crosta de formação recente e, por essa razão, 
compostos por rochas mais flexíveis e maleáveis, situadas relativamente próximas às zonas de contato 
entre placas (zonas convergentes). Devido à pressão de uma placa sobre a outra, esta parte da crosta 
dobra-se num processo lento e contínuo, dando origem às montanhas. 
 
Os dobramentos modernos são denominados de tectonismo horizontal ou movimento 
orogenético. (Orogênese: Resulta do movimento horizontal, responsável pela formação das 
montanhas. Esse movimento provém do choque entre as placas em suas zonas de contato, que 
provoca a deformação da crosta, formando dobras em alguns trechos dessas placas). 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
6 
 
O deslocamento vertical dos blocos rochosos nas regiões de falhamento da crosta é denominado 
movimento epirogenético. (Epirogênese: Resulta de movimentos verticais nas regiões de ocorrência 
de “falhas”. Esses movimentos provocam soerguimento ou rebaixamento de blocos rochosos da crosta 
terrestre, em regiões afastadas das zonas de contato e, consequentemente, em áreas em que são 
encontradas rochas mais sólidas e estáveis). 
 
Os maciços antigos, também chamados escudos cristalinos, são os terrenos mais antigos da crosta 
terrestre. Datam da era Pré-Cambriana (Arqueozoica e Proterozoica) e são constituídos basicamente por 
rochas magmáticas e metamórficas. Nos maciços que se formaram na era Proterozoica ocorrem as 
jazidas de minerais metálicos, como, por exemplo, as de ferro, ouro, manganês, prata, cobre, alumínio, 
estanho. 
A pressão do magma sobre estas estruturas antigas provoca fraturas ou falhas na litosfera e, 
posteriormente, o deslocamento vertical de grandes blocos, soerguendo e rebaixando a superfície. 
As bacias sedimentares começaram a se formar apenas na era Paleozoica. Resultam da acumulação 
de sedimentos provenientes do desgaste das rochas; de organismos vegetais ou animais; ou mesmo de 
camadas de lavas vulcânicas solidificadas. É nestas estruturas que se formam importantes recursos 
minerais energéticos, como o petróleo e o carvão mineral. 
 
As bacias sedimentares abrangem cerca de 64% do território brasileiro; os maciços (escudos) e os 
dobramentos antigos respondem por carca de 36% dessa área, na qual 32% dos terrenos formaram-
se no período Arqueozoico, e apenas 4%, no Proterozoico. Nesses últimos, concentram-se, sobretudo, 
rochas metamórficas, nas quais estão presentes as mais importantes jazidas de minerais metálicos do 
país. 
 
A estrutura geológica do Brasil 
 
A estrutura geológica do Brasil apresenta maciços (escudos) antigos e bacias sedimentares, não se 
verificando a existência de dobramentos modernos. 
O território brasileiro encontra-se distante da zona de instabilidade tectônica – a mais próxima 
encontra-se junto ao oceano Pacífico, nos países andinos. Nessa posição geográfica, está livre de 
vulcanismo. Alguns tremores de terra já foram detectados, mas sem registro de destruição de edifícios, 
pontes ou cidades, o que acontece na Colômbia, no Chile e Peru, situados próximo às regiões onde 
ocorre o choque entre as placas Sul-americana e de Nazca. 
 
O conhecimento da estrutura geológica do território brasileiro é de fundamental importância para se 
compreender o modelado da superfície do país – o seu relevo – e atuar racionalmente sobre ele, tanto na 
exploração dos recursos minerais e energéticos como na agricultura e na sua conservação, evitando-se 
processos erosivos prejudiciais à economiae ao meio ambiente. 
 
A estrutura geológica do Brasil é caraterizada por três tipos de terrenos: 
 
a) Escudos cristalinos: 
Terrenos de formação pré-cambriana, que afloram em cerca de 36% do território do país. Nos terrenos 
arqueozoicos (32% do território), encontramos rochas como o granito e elevações como a serra do Mar. 
Nos terrenos proterozóicos (4% do território), encontramos rochas metamórficas que formam jazidas 
minerais, principalmente de ferro e manganês, como as localizadas na serra dos Carajás, no Pará. 
 
b) Bacias sedimentares: 
Formações recentes, que recobrem cerca de 58% do território brasileiro. Nas áreas de formação 
paleozoica, o destaque são as jazidas carboníferas do sul, e nas áreas de formação mesozoica, os 
depósitos petrolíferos do litoral. 
Nos terrenos cenozoicos, destacam-se as planícies. 
 
c) Terrenos vulcânicos: 
Áreas que durante a era Mesozoica sofreram a ação de intensos derrames vulcânicos. Na bacia do 
Paraná, particularmente, as lavas esparramaram-se po0r cerca de 1 milhão de quilômetros quadrados e 
originaram rochas como o basalto e o diabásio. Nas áreas de ocorrência dessas rochas, é comum a 
presença de um dos tipos de solo mais férteis do Brasil: a terra roxa, formada da decomposição do 
basalto. 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
7 
 
Os agentes do relevo: 
O relevo terrestre está em constante transformação, e os fenômenos naturais causadores dessa 
dinâmica são agrupados em dois grandes conjuntos: agentes da dinâmica interna e da dinâmica externa. 
 
Agentes da dinâmica interna: 
Considerados agentes formadores do relevo, são fenômenos que atingem a superfície terrestre, mas 
que têm origem nas altas temperaturas e pressões do interior do globo. São eles: 
 
* o tectonismo – movimentos da crosta terrestre que originam dois tipos de processos: dobramentos 
(quando afetam rochas plásticas, características de áreas sedimentares) e falhamentos (quando afetam 
rochas rígidas, características de áreas de formação cristalina do período Pré-Cambriano); 
 
* o vulcanismo – rompimento da crosta terrestre pela ação da forte pressão feita pelo magma. Ocorre 
quando, através de falhas ou fraturas, o magma em fusão sobe até a superfície terrestre, acompanhado 
ou não de gases e cinzas; 
 
* os abalos sísmicos (terremotos e maremotos) – tremores que afetam a superfície terrestre e que 
se devem aos rápidos movimentos do interior do planeta causados pelo vulcanismo ou pelo tectonismo. 
 
Agentes da dinâmica externa: 
Considerados agentes modeladores do relevo, na maioria das vezes são fenômenos vinculados à 
ação do clima. Dentre eles, destacam-se: 
 
* as águas correntes – são os principais agentes modeladores externos da crosta terrestre. Abrangem 
o trabalho dos rios (erosão, transporte e acumulação fluvial, das chuvas e enxurradas (erosão, transporte 
e acumulação pluvial) e do mar (abrasão); 
 
* a dinâmica glacial – o avanço ou o recuo de geleiras intensifica o processo de desagregação das 
rochas, contribuindo para mudar as formas do relevo. O material rochoso erodido, transportado e 
acumulado pela ação do degelo é denominado moraina ou morena; 
 
* os ventos – são os agentes mais atuantes na modelação do relvo das áreas áridas ou semi-áridas, 
onde é comum a formação de dunas, devida ao trabalho eólico de erosão, transporte e acumulação e à 
ausência de ação hídrica; 
 
* o intemperismo – alteração do modelado terrestre por ação do clima sobre as rochas. Estas podem 
sofrer degradação (quando a alteração é fundamentalmente produzida por processos físicos, ligados a 
temperatura e pressão) ou decomposição (quando a alteração resulta de processos químicos, quase 
sempre pela ação da umidade). Nos dois casos, a alteração é acelerada pela ação biológica, 
particularmente de microrganismos. 
 
A ação do homem: 
Paralelamente aos fenômenos naturais internos e externos que interferem no relevo terrestre, um outro 
agente modificador está em atuação constante: o homem. 
Com recursos cada vez mais sofisticados, a ação humana acelera a erosão, sobretudo nas partes mais 
altas do relevo, intensifica a sedimentação das partes mais baixas, particularmente nos vales fluviais, e, 
o que é mais grave, acelera o processo de assoreamento dos rios, aumentando a frequência e a 
intensidade das enchentes. 
Entre as principais formas de atuação do homem que repercutem negativamente no relevo, estão: 
 
* a derrubada de matas em áreas serranas ou de declives acentuados, que favorece o deslizamento 
de terras e rochas – material que, transportado para o leito dos rios, causa o seu assoreamento, tornando-
se mais rasos e, assim, provocando enchentes; 
 
* a derrubada de matas em áreas aplainadas, que favorece a infiltração excessiva de água no solo, 
cujos componentes passam a ser dissolvidos com mais intensidade; 
 
* as queimadas, que, além de eliminarem os nutrientes do solo, matam as raízes vegetais que o fixam, 
favorecendo a erosão pela enxurrada; 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
8 
 
* o uso inadequado do solo, com a utilização intensiva de máquinas agrícolas e o cultivo em áreas de 
declive – ambas práticas que facilitam o processo erosivo, especialmente quando este é provocado pela 
ação das águas pluviais; 
 
* a ocupação inadequada dos solos para a implantação de moradias – nas áreas serranas, por exemplo 
– e o uso econômico das áreas de cabeceira dos rios. 
 
Referências Bibliográficas: 
GARCIA, Hélio Carlos; GARAVELLO, Tito Márcio. Geografia do Brasil. 3ª edição. São Paulo: Anglo. 
LUCCI, Elian Alabi. Geografia Geral e do Brasil. Elian Alabi Lucci; Anselmo Lazaro Branco e Cláudio 
Mendonça. 3ª edição. São Paulo: Saraiva. 
 
Questões 
 
01. (FUB – Geólogo – CESPE/2015) Com relação às eras geológicas, julgue o item a seguir. 
Os dinossauros viveram no período quaternário. 
(....) Certo (....) Errado 
 
02. (FUB – Geólogo – CESPE/2015) Com relação às eras geológicas, julgue o item a seguir. 
O supercontinente Pangeia começou a se desagregar no início da era mesozoica. 
(....) Certo (....) Errado 
 
Respostas 
 
01. Resposta: Errado. 
Período Quaternário: 
* Dobramentos modernos (atuais montanhas); 
* Surgimento de aves, mamíferos e primatas; 
* Atuais continentes. 
 
02. Resposta: Certo. 
Era Mesozoica: 
* Divisão do grande continente da Pangeia, em Laurásia e Gondwana (130 milhões de anos); 
* Surgimento dos grandes répteis (como os dinossauros). 
 
Elementos formadores das paisagens naturais 
 
Transcorridos mais de cinco séculos desde o início da colonização portuguesa, o Brasil ainda guarda 
em seu território uma impressionante diversidade de paisagens naturais, o que constitui inestimável 
tesouro. Montanhas recobertas por florestas tropicais, campos de gramíneas estendendo-se a perder de 
vista, planícies inundáveis, a maior floresta equatorial do mundo e serras que abrigam grandes extensões 
de pinheiros nativos são alguns exemplos da exuberante natureza brasileira. 
No entanto, é preciso alertar que essas paisagens naturais, mais do que nunca, correm o risco de 
desaparecer devido à incessante degradação imposta pelo homem, que age destrutivamente na busca 
do lucro imediato. 
Um dos maiores geógrafos brasileiros, o professor Aziz Nacib Ab’Saber, classificou as paisagens 
brasileiras sob o ponto de vista morfoclimático, pois resultam da interação dos seguintes fenômenos 
naturais: 
* estrutura geológica e relevo; 
* clima; 
* formação vegetal; 
* rede hidrográfica. 
 
Para que possamos melhor compreender as paisagens morfoclimáticas identificadas pelo professor 
Ab’Saber, bem como apontar algumas ameaças à sua existência, é necessário, antes, estudar cada um 
dos elementos naturais que as compõem. 
 
 
 
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A base do território: estrutura geológica e relevo: 
 
Estrutura geológica é a basede um território. Corresponde à sua composição rochosa. Já o relevo 
é a forma apresentada pelo território aos nossos olhos: montanhas mais altas, montanhas rebaixadas, 
planícies, depressões. 
 
O território brasileiro é parte integrante da placa sul-americana. Esta, juntamente com as demais placas 
tectônicas, constitui a crosta terrestre, invólucro rochosos do planeta com cerca de 30 quilômetros de 
espessura. A crosta terrestre flutua sobre o manto, material pastoso em estado de fusão genericamente 
chamado de magma. 
Ao flutuar sobre o magma, as placas tectônicas frequentemente se chocam, provocando 
simultaneamente terremotos e elevações montanhosas (desdobramentos modernos). Nessas áreas é 
comum surgirem vulcões, já que a presença das fendas que individualizam as placas permite o 
extravasamento do magma. 
Entretanto, nada disso ocorre no território brasileiro, que está localizado no centro da placa sul-
americana. Longe da borda dessa placa, local que fica à colisão com outras placas tectônicas, em nosso 
país raramente são registrados abalos sísmicos ou vulcanismo atuante. Essa teoria pode ser comprovada 
visualmente, pois no Brasil só ocorrem dois dos três tipos principais de estrutura geológica (escudos 
cristalinos, bacias sedimentares e dobramentos modernos) encontradas na crosta terrestre: 
 
Maciços antigos ou escudos cristalinos – são o embasamento mais antigo da crosta terrestre. 
Formados no período geológico Pré-cambriano, apresentam rochas cristalinas magmáticas e 
metamórficas. 
 
Rochas cristalinas – No Brasil, as rochas cristalinas não fazem parte do ciclo de solidificação, 
transformação (por temperatura e pressão) e fusão, que só ocorre nas áreas de vulcanismo atuante. 
 
Bacias sedimentares – formadas por rochas originárias da deposição de sedimentos nas 
concavidades da crosta terrestre. Por isso, essas rochas recebem o nome de sedimentares, tendo sido 
formadas no Paleozoico, Mesozoico e Cenozoico a partir de sedimentos transportados pelos agentes 
externos que modelam o relevo: as intempéries – chuva, vento, neve, etc. 
 
Dobramentos modernos: 
Além desses dois tipos de relevo, há um terceiro: os desdobramentos modernos ou montanhas jovens. 
Constituem as maiores elevações da Terra, formadas no período Terciário da Era Cenozoica. Essas 
montanhas ocorrem nas áreas de contato entre as placas tectônicas, que são também os locais mais 
vulneráveis à pressão que ainda hoje é exercida pelas forças internas oriundas do magma. Nessas áreas, 
costumam ser frequentes abalos sísmicos (terremotos) e atividades vulcânicas (vulcões ativos). 
Contudo, em épocas mais remotas, ocorreu intenso tectonismo no território brasileiro, especialmente 
na atual região Sudeste. Nesse caso, movimentos de placas tectônicas geraram, simultaneamente, o 
soerguimento de algumas áreas e o rebaixamento de outras. Daí surgiram as chamadas Terras Altas do 
Sudeste, parcialmente entremeadas pelo vale do rio Paraíba, que se encaixa entre a Serra da Mantiqueira 
e a Serra do Mar, entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. 
 
Agentes da mudança: 
O relevo terrestre sofre a ação de agentes endógenos e exógenos. Os agentes endógenos, 
especialmente o tectonismos, têm origem na ação de forças internas sobre a estrutura da Terra. É esse 
movimento da crosta terrestre que forma o relevo. Os agentes exógenos são os fatores externos que 
modelam o relevo, como o vento, a chuva e o calor. 
 
* Orogênese: processo tectônico causado por movimentos horizontais da crosta terrestre que, por sua 
vez, resultam no choque de placas tectônicas. Esse fenômeno originou os grandes cinturões de 
montanhas, como os Alpes, os Andes e o Himalaia; 
 
* Epirogênese: movimento tectônico causado por pressões verticais do magma, oriundas de suas 
variações térmicas. Esse fenômeno formou as serras do Mar e da Mantiqueira, bem como o vale do rio 
Paraíba. 
 
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Relevo e estrutura geológica são conceitos diferentes. O relevo corresponde à forma 
apresentada pela superfície terrestre, estudada por um ramo da ciência chamado geomorfologia. A 
estrutura geológica corresponde à natureza das rochas que compõem o relevo. As rochas podem ser 
de três tipos: 
Magmáticas – são as rochas resultantes da solidificação do magma. Dividem-se em dois grandes 
grupos: 
* Intrusivas, quando a solidificação ocorre no interior da crosta terrestre. Esse processo de 
solidificação é mais lento, o que permite o desenvolvimento de grandes cristais visíveis a olho nu. Esses 
cristais formam as rochas cristalinas, como o granito e o quartzo; 
* Extrusivas, formadas na superfície, de origem vulcânica. Como o resfriamento e a solidificação 
são muito rápidos, não há tempo para a formação de grandes cristais. O exemplo mais comum desse 
grupo de rochas é o basalto. 
Metamórficas – rochas oriundas da transformação físico-química de outras previamente existentes. 
São exemplos desse tipo de rocha o mármore, resultante da transformação do calcário, e o gnaisse, 
da transformação do granito. 
Sedimentares – são as rochas formadas sobretudo pela deposição de detritos. Esses detritos 
podem ser de rochas preexistentes, caso do arenito, ou de matéria orgânica, caso do carvão mineral, 
que resulta da decomposição, sedimentação e compactação de antigas florestas. 
 
O relevo brasileiro é modelado principalmente pelas intempéries, isto é, pelas variações rigorosas dos 
elementos climáticos, como a temperatura, o vento e a chuva, que atuam sobre as rochas causando 
alterações físicas e químicas. Essa atuação é chamada de intemperismo. Nas regiões de alta 
pluviosidade prevalece o intemperismo químico, que leva ao desgaste das rochas pela transformação dos 
minerais por oxidação e outras reações químicas com a água. Nas regiões de menor pluviosidade, como 
o sertão nordestino e o Centro-Oeste, prevalece o intemperismo físico, fenômeno de dilatação e 
contratação das rochas pela oscilação de temperatura, o que provoca a sua fragmentação. 
A esculturação do relevo é muitas vezes acelerada pela ação antrópica (humana), que pode alterar 
tanto o processo de erosão como o de sedimentação. 
 
As bacias sedimentares: 
Já sabemos que as rochas sedimentares são formadas de detritos dos mais variados tipos de rochas, 
que foram submetidas ao intemperismo, processo físico-químico responsável pela sua desagregação e 
transformação. Esses detritos, transportados pela água, vento ou gelo, depositam-se nas grandes 
depressões da superfície terrestre, formando as bacias sedimentares. 
Durante a era Mesozoica, quando a bacia sedimentar do Paraná estava sendo formada, ocorreu uma 
intensa atividade vulcânica no território brasileiro, basicamente sob forma de imensos derrames de lava. 
Esses derrames vulcânicos formaram rochas basálticas, cuja decomposição originou a terra roxa, solo 
extremamente fértil que determinou a vocação agropecuária do oeste do estado de São Paulo e norte do 
estado do Paraná. 
A bacia sedimentar do Paraná também se destaca pela ocorrência de outro magnífico recurso 
estratégico: um imenso depósito de água potável. Trata-se do Aquífero Guarani, um gigantesco lençol 
freático que ocupa uma área total de 1.200.000 km², estendendo-se por terras brasileiras e dos outros 
três países do Mercosul. 
 
Os escudos cristalinos: 
Os afloramentos dos escudos cristalinos correspondem a 36% do território brasileiro. São áreas ricas 
em ocorrências minerais de grande valor comercial. Esses minerais podem ser não-metálicos, como o 
granito e as pedras preciosas, ou metálicos, como o ferro e a bauxita. 
Os minerais metálicos são abundantes no Brasil. Encontrados principalmente em rochas que se 
formaram durante a era Proterozoica, os mais importantes são: 
* o ferro, explorado principalmente no Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, e na Serra dos Carajás, 
no Pará; 
* o manganês, cujas principais jazidas situam-se no maciço de Urucum (MS) e na Serrado Navio 
(AP); a extração, porém, é maior em Conselheiro Lafayette (MG) e na Serra dos Carajás (PA); 
* a bauxita, explorada no vale do rio Trombetas, no Pará, e a cassiterita, principalmente em Rondônia 
e Minas Gerais. 
O Brasil possui ouro encontrado principalmente em Minas Gerais, explorado em minas profundas, e 
no Pará, onde geralmente é extraído em garimpos clandestinos. 
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Impulsionada pelo Estado, a exploração desses e de outros minérios constituiu um dos pilares que 
sustentaram o início do processo de industrialização, nas décadas de 1940 e 1950. O marco dessa época 
foi a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda (RJ), em 1941. 
Todavia, desde os anos 1950, tem crescido gradualmente a participação do capital estrangeiro no 
setor, especialmente dos Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, Alemanha e Japão. Exemplo disso é a 
atual política de flexibilização dos monopólios estatais, que muitas vezes resultou na privatização de 
empresas. Foi o caso da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), privatizada em 1997. 
 
O relevo brasileiro e suas classificações 
 
A classificação do relevo de Aroldo de Azevedo: 
Uma das mais antigas divisões do relevo foi feita na década de 1940 pelo professor Aroldo de Azevedo 
e serviu de base para todas as outras divisões feitas posteriormente. Ao elaborar sua divisão, ele levou 
em conta principalmente as diferenças de altitude. 
Desse modo, as planícies foram classificadas como as partes do relevo relativamente planas com 
altitudes inferiores a 200 metros. Por sua vez, os planaltos foram considerados as formas de relevo 
levemente onduladas, cujas altitudes superam 200 metros. 
Essa classificação divide todo o território brasileiro em planaltos, cuja área total ocupa 59% de toda a 
superfície do país, e planícies, que ocupam os 41% restantes. 
 
A classificação do relevo de Aziz Ab’Saber: 
No final da década seguinte, de 1950, o professor Aziz Nacib Ab’Saber aperfeiçoou a divisão do 
professor Aroldo de Azevedo, introduzindo critérios geomorfológicos, especialmente as noções de 
sedimentação e de erosão. As áreas nas quais o processo de erosão é mais intenso do que o de 
sedimentação foram chamadas de planaltos. As áreas em que o processo de sedimentação supera o de 
erosão foram denominadas planícies. 
Nota-se, assim, que essa classificação não leva em conta as cotas altimétricas do relevo, mas os 
aspectos de sua modelagem, ou seja, a geomorfologia. 
 
Compare as duas classificações: 
 
Aroldo de Azevedo Aziz Ab’Saber 
Planaltos: 
1. das Guianas; 
2. Brasileiro, subdividido em: 
-Atlântico; 
-Central; 
-Meridional. 
Planaltos: 
1. das Guianas, englobando a região serrana e o 
planalto Norte – Amazônico; 
2. Brasileiro, subdividido em: 
-Central; 
-Meridional; 
-Nordestino; 
-Serras e planaltos do este e Sudeste; 
-do Maranhão –Piauí; 
3. Uruguaio-rio-grandense 
Planícies: 
1. Amazônica; 
2. do Pantanal; 
3. Costeira. 
Planícies: 
1. Planícies e terras baixas amazônicas; 
2. Planícies e terras baixas costeiras; 
3. Planície do Pantanal. 
 
A classificação do relevo de Jurandyr Ross: 
Em 1989 o professor Jurandyr Ross elaborou uma outra classificação do relevo, dessa vez usando 
como critério três importantes fatores geomorfológicos: 
* a morfoestrutura – origem geológica; 
* o paleoclima – ação de antigos agentes climáticos; 
* o morfoclima – influência dos atuais agentes climáticos. 
Trata-se de uma divisão inovadora, que conjuga o passado geológico e o passado climático com os 
atuais agentes escultores do relevo. 
Com base nesses critérios, o professor Ross identifica três tipos de relevo: 
* planaltos – porções residuais salientes do relevo, que oferecem mais resistência ao processo 
erosivo; 
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* planícies – superfícies essencialmente planas, nas quais o processo de sedimentação supera o de 
erosão; 
* depressões – áreas rebaixadas por erosão que circundam as bordas das bacias sedimentares, 
interpondo-se entre estas e os maciços cristalinos. 
 
Questões 
 
01. (SEDUC/PI – Professor de Geografia – NUCEPE/2015) Para análise das paisagens naturais 
brasileiras o geógrafo Ab’Saber (1967) propôs uma classificação em domínios morfoclimáticos. 
Marque a alternativa que apresenta CORRETAMENTE os aspectos relacionados à concepção da 
leitura das paisagens por Ab’Saber. 
(A) Expressa a relação intrínseca entre as condições fitogeográficas, flutuações climáticas e as formas 
do modelado da superfície terrestre. 
(B) As delimitações geográficas dos domínios morfoclimáticos brasileiros são precisas, a partir das 
condições específicas de cada um, sem áreas de transição ou interconexão entre eles. 
(C) Os domínios morfoclimáticos brasileiros são propostos considerando os aspectos geológicos e 
geomorfológicos das bacias hidrográficas. 
(D) Utiliza como critério para classificação o endemismo como o que ocorre no Cerrado e na Caatinga, 
domínios morfoclimáticos brasileiros exclusivos da região Nordeste. 
(E) Considera os aspectos inerentes à classificação dos macrocompartimentos do relevo brasileiro 
como planícies, planaltos e depressões. 
 
02. (IF/MT – Professor de Geografia – IF/MT) A originalidade dos sertões no Nordeste brasileiro 
reside num compacto feixe de atributos: climático, hidrológico e ecológico. Fatos que se estendem por 
um espaço geográfico de 720 mil quilômetros quadrados [...]. Na realidade, os atributos do Nordeste seco 
estão centrados no tipo de clima semiárido regional, muito quente e sazonalmente seco, que projeta 
derivadas radicais para o mundo das águas, o mundo orgânico das caatingas e o mundo socioeconômico 
dos viventes dos sertões. 
(AB’SÁBER, A. N. Os Domínios de natureza no Brasil: potencialidades [...]. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.) 
 
O texto descreve os sertões do Nordeste brasileiro como 
(A) uma paisagem, onde os aspectos climáticos, entre eles a temperatura, quase sempre muito 
elevada, e as precipitações anuais que geralmente variam entre 1500 e 1800 mm, influenciam nas 
formações vegetais, nas características hidrológicas e na vida social e econômica dos sertanejos. 
(B) um lugar onde a hidrologia regional do Nordeste úmido independe do ritmo climático sazonal que 
ocorre, área habitada pela população pobre com baixo poder econômico. 
(C) um mundo orgânico, caracterizado pelos elevados índices pluviométricos que determinam a 
originalidade ecológica, climática, hidrológica e a vida dos sertanejos. 
(D) uma vereda hidrológica e ecológica, onde as águas dos rios temporários fluem mesmo na época 
das precipitações com cerca de 3500 mm anuais, possibilitando as atividades econômicas dos habitantes 
dos sertões. 
 
03. (MPU – Analista em Geografia – CESPE) De acordo com o geógrafo Aziz Ab’Saber, em um 
estudo integral do relevo de determinada área, utilizado para o planejamento de ocupação do espaço, 
devem ser considerados alguns níveis de abordagem pertinentes à geomorfologia. No que se refere a 
esses níveis, julgue o item a seguir. 
A estrutura superficial é um estudo que representa a ação dos processos morfodinâmicos que agem 
atualmente sobre determinada área. Esses processos, constantemente, derivam de modificações 
causadas pelo homem, que interfere nas atividades evolutivas do modelado original. 
(....) Certo (....) Errado 
 
04. (MPU – Analista em Geografia – CESPE) De acordo com o geógrafo Aziz Ab’Saber, em um 
estudo integral do relevo de determinada área, utilizado para o planejamento de ocupação do espaço, 
devem ser considerados alguns níveis de abordagem pertinentes à geomorfologia. No que se refere a 
esses níveis, julgue o item a seguir. 
A análise da fisiologia da paisagem apresenta os diferentes graus de risco de determinada área, 
oferecendo, assim, subsídios quanto à forma racional de ocupação. 
(....) Certo(....) Errado 
 
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05. (IBGE – Tecnologista em Geografia – CESGRANRIO) Em nosso projeto ambientalista, a ideia 
central era que, em certas áreas rurais degradadas, a gente incentivasse e reservasse um pequeno setor 
para árvores de espécies de crescimento rápido em propriedades pequenas e médias, para reativá-las 
economicamente. Isso se daria da seguinte maneira: dentro da propriedade, seria escolhido um lugar 
exato para colocar os bosques plantados; depois, seriam reintroduzidas espécies nativas ao longo e no 
entorno das cabeceiras de drenagem e dos canais de escoamento que vão dar em pequenos rios da 
região. Cooperativas seriam organizadas nos municípios para fornecer as mudas. E as pessoas donas 
dessas terras poderiam vender a madeira entre o período das colheitas. 
AB’SABER, A. O que é ser geógrafo. Rio de Janeiro: Record, 2011, p. 138. Adaptado. 
 
A ideia central desse projeto ambientalista consiste em reativar áreas com o plantio de 
(A) florestas sociais 
(B) espécies ornamentais 
(C) culturas de exportação 
(D) monoculturas comerciais 
(E) policulturas de subsistência 
06. (TJ/SC – Técnico Auxiliar – TJ/SC) De acordo com o geógrafo Aziz Ab’Saber, existem no Brasil 
seis grandes áreas que se caracterizam pelo predomínio de uma paisagem natural, são os Domínios 
Naturais ou Morfoclimáticos. Sobre eles e suas principais características, assinale as proposições 
corretas: 
I O Domínio das Pradarias, localiza-se em uma área de planície inundável, solos férteis e coberto por 
uma vegetação de gramíneas. Por estar distante dos grandes centros industriais do país, apresenta uma 
menor interferência pelas atividades humanas. 
II O Domínio da Caatinga, corresponde ao Sertão Nordestino e é constituído por formações xerófitas 
e arbustos espinhentos e caducifólios. 
III As condições de aridez e a pequena diversidade biológica do Domínio da Caatinga explicam porque 
este domínio apresenta menores índices de degradação ambiental. 
IV O Domínio de “Mares de Morros” recebe esta denominação em virtude da sua forma de relevo que 
se caracteriza por apresentar morros arredondados, intensamente desgastados pela erosão, 
correspondendo aos planaltos e serras do Sudeste que já estiveram recobertos por uma floresta tropical 
úmida, a Mata Atlântica, hoje quase totalmente devastada. 
 
Estão corretas as proposições: 
(A) Todas as proposições estão corretas 
(B) I, II e III 
(C) II, III e IV 
(D) I e II 
(E) II e IV 
 
07. (TJ/SC – Técnico Auxiliar – TJ/SC) “No cinturão de máxima diversidade biológica do planeta – 
que tornou possível o advento do homem- a Amazônia se destaca pela extraordinária continuidade de 
suas florestas, pela ordem de grandeza de sua principal rede hidrográfica e pelas sutis variações de seus 
ecossistemas, em nível regional e de altitude.” 
Ab’Saber, Aziz- Os Domínios de Natureza do Brasil: Potencialidades Paisagísticas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2003, p. 65. 
 
Sobre a Amazônia, suas características e aspectos fisionômicos, todas as alternativas estão corretas, 
EXCETO: 
(A) A Amazônia é caracterizada pela predominância de terras baixas florestadas, delimitadas pelas 
bordas dos planaltos ao norte e ao sul. 
(B) A região é caracterizada pelo predomínio do clima equatorial que apresenta médias térmicas 
elevadas e pequena amplitude térmica anual. Os índices pluviométricos são elevados, superiores a 2 
000mm. anuais. 
(C) O processo de degradação e devastação da região Amazônica pode-se facilmente ser observado 
pelas imagens de satélite, o “arco do desmatamento,” que avança de Rondônia e Mato Grosso para o sul 
e sudeste do Pará. 
(D) Os fatores responsáveis pelo desmatamento da Amazônia são: o avanço das fronteiras agrícolas, 
com a soja, a exploração madeireira, a criação de gado, com a queimada das vegetação para a instalação 
das pastagens e os grandes projetos mineralógicos da região. 
(E) A Amazônia apresenta a maior diversidade biológica do planeta e isto está diretamente relacionada 
com a grande variação latitudinal da região. 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
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08. (MPU – Analista em Geografia- CESPE) No que concerne à zoogeografia e à fitogeografia, julgue 
o item seguinte. 
Segundo a classificação de Ab'Saber para a vegetação brasileira, os domínios morfoclimáticos 
apresentam uma distribuição zonal. 
(....) Certo (....) Errado 
 
Respostas 
 
01. Resposta: A. 
O geógrafo Aziz Ab’Saber classificou essas paisagens em domínios morfoclimáticos, separados uns 
dos outros por faixas de transição – paisagens heterogêneas, compostas por elementos vegetais de dois 
ou mais domínios. Essa classificação considera a interação do relevo com os outros elementos naturais, 
como o clima, a vegetação, o solo, a estrutura geológica, etc. 
 
02. Resposta: A. 
Vegetação do clima semiárido – caatinga: A relativa escassez de água, somada à pobreza dos 
solos, ofereceu condições naturais para o desenvolvimento da caatinga. 
A caatinga é caracterizada pela predominância de espécies arbustivas, especialmente cactáceas, 
entremeadas por gramíneas e por algumas árvores de maior porte. Por isso, é considerada uma 
vegetação complexa. As plantas têm muitos espinhos, caules grossos e poucas folha. Enfim, são 
caracteristicamente plantas xerófitas (adaptadas a climas secos). 
 
03. Resposta: Errado. 
A estrutura superficial é um estudo que se ocupa pelo entendimento histórico da formação e evolução 
do terreno, e não "processo morfodinâmicos que agem atualmente". 
 
04. Resposta: Errado. 
A análise da fisiologia da paisagem preocupa-se em entende os processos morfodinâmicos atuais, 
inserindo-se na analise o homem como sujeito modificador. O estudo da compartimentação morfológica 
é que se encarregará de apresentar os diferentes graus de risco de determinada área. 
 
05. Resposta: A. 
O pesquisador da USP Aziz Ab’Saber procurou introduzir no Brasil as florestas sociais, ou seja, o 
aproveitamento de solos pobres para o plantio de árvores de alta rotação, reconhecendo que o eucalipto 
seria uma das espécies que melhor se enquadraria na proposta. 
 
06. Resposta: E. 
As assertivas II e IV estão corretas e as afirmativas I e III estão incorretas. Na assertiva I, há vários 
erros. Primeiramente, a pradaria brasileira, também conhecida por pampas, localizada no sul do país, é 
uma planície, mas não é inundável. A região está, de fato, distante dos grandes centros industriais do 
país, mas isso não significa que há menor interferência humana. A interferência humana na região é 
bastante significativa, com a prática de agropecuária, plantação de monoculturas e queimadas 
propositais, que geram impactos ambientais graves, como a arenização. Já a assertiva III está incorreta 
por afirmar que a caatinga apresenta pouca diversidade biológica e menores impactos ambientais. A 
caatinga tem biodiversidade ambiental considerável, embora a vegetação seja semelhante visualmente, 
o que dá a impressão de que se está diante de baixa diversidade. Vale lembrar que a caatinga é 
considerada o único bioma exclusivamente brasileiro, pois grande parte de seu patrimônio biológico só é 
encontrado lá. Quanto aos impactos ambientais, a caatinga tem sofrido bastante com a ação antrópica. 
Aproximadamente 50% do bioma já foi desmatado e uma das principais causas disso é a utilização da 
madeira para a produção de carvão vegetal. A título de explicação, na assertiva II, xerófita significa flora 
adaptada à escassez de água, e caducifólia é uma característica de determinadas plantas que significa a 
perda de folhas em determinada época do ano.1 
 
07. Resposta: E. 
Vegetação do clima equatorial – Floresta Amazônica – O calor e a umidade constantes favoreceram 
o aparecimento da formação vegetal mais exuberante do planeta. Trata-se da Floresta Amazônica 
(também denominada Hileia, floresta pluvial ou floresta equatorial).1 Autor: Melina Campos Lima, Prof.ª de Direito Internacional da UFRJ, Mestra e Doutoranda em Economia Internacional (UFRJ). 
Apostila gerada especialmente para: Walter Mello Mazzini 054.594.089-38
 
15 
 
A Floresta Amazônica caracteriza-se pela grande diversidade: um hectare contém mais de trezentas 
espécies. É uma floresta densa, úmida e latifoliada, isto é, composta por árvores de folhas largas, que 
propiciam uma intensa evapotranspiração. 
 
08. Resposta: Certo. 
O geógrafo Aziz Ab’Saber classificou essas paisagens em domínios morfoclimáticos, separados uns 
dos outros por faixas de transição – paisagens heterogêneas, compostas por elementos vegetais de dois 
ou mais domínios. Essa classificação considera a interação do relevo com os outros elementos naturais, 
como o clima, a vegetação, o solo, a estrutura geológica, etc. 
 
Paisagens Terrestres 
 
Os continentes e oceanos 
 
Ao observarmos a superfície da Terra, utilizamos um globo terrestre, um mapa-múndi ou fotografias 
tiradas por satélites artificiais, chegamos facilmente à conclusão de que as massas líquidas (oceanos e 
mares) superam a superfície das terras emersas (continentes e ilhas).de fato, os 510 milhões de 
quilômetros quadrados da superfície terrestre estão assim distribuídos: 
 
149.000.000 Km² terras emersas (continentes e ilhas) 
 
361.000.000 Km²águas (oceanos e mares) 
 
Os mares podem ser abertos ou costeiros, interiores ou continentais e fechados ou isolados. 
* Mares abertos – estão inteiramente ligados às águas oceânicas (das Antilhas, da China, do Japão, 
de Hudson, de Bering, de Omã ou da Arábia). 
* Mares interiores – estão quase totalmente envolvidos pelas terras, embora se mantenham ligados 
aos oceanos por meio de estreitos e canais (Báltico, Vermelho, Negro e Mediterrâneo). 
* Mares fechados – estão totalmente separados dos oceanos (Cáspio, Aral e Morto). 
 
Principais Características dos Continentes 
 
Continente Americano 
Alongado no sentido norte-sul, é cortado pela linha do Equador, pelos trópicos de Câncer (ao norte) e 
de Capricórnio (ao sul) e pelo Círculo Polar Ártico em sua porção setentrional. Limita-se a leste com o 
Oceano Atlântico e a oeste com o Oceano Pacífico, sendo ainda banhado pelas águas geladas do Glacial 
Ártico ao norte. São dois grandes blocos unidos por um istmo que corresponde à porção continental da 
América Central. 
 
Continente Eurasiano 
O maior dos blocos continentais é cortado pelo Círculo Polar Ártico, pelo Trópico de Câncer e pelo 
Equador (somente na parte insular – Malaísia e Indonésia). Banhado a leste pelo Oceano Pacífico, a 
oeste pelo Atlântico, ao norte pelo Glacial Ártico e ao sul pelo Índico, este continente é circundado ainda 
por vários mares: Mediterrâneo, Vermelho, Arábico, Cáspio, Negro, de Bering e do Norte. Caracteriza-se 
pelo grande povoamento (Europa) e população absoluta (Ásia), incluindo áreas conhecidas como 
“formigueiros humanos”. 
 
Continente Africano 
Apresenta-se isolado artificialmente da Eurásia pela abertura do Canal de Suez (1869), que liga os 
mares Mediterrâneo e Vermelho. Extenso, seus 30 milhões de quilômetros quadrados são banhados pelo 
Oceano Atlântico a oeste, pelo Índico a leste, e pelos mares Mediterrâneo e Vermelho. É o mais maciço 
dos continentes, sendo cortado simetricamente pelo Trópico de Câncer ao norte, pela linha do Equador 
ao centro e pelo Trópico de Capricórnio ao sul. 
 
Continente Australiano (Oceania) 
Considerado o menor dos continentes, tem no entanto uma área superior à do território brasileiro. 
Situa-se no Hemisfério Sul, na latitude do Trópico de Capricórnio e suas costas são banhadas pelo 
Oceano índico (oeste)e pelo Pacífico (leste). 
 
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Continente Antártico (Antártida) 
Recoberto por gelo, a quase totalidade de suas terras é contornada pelo Círculo Polar Antártico. É 
banhado pelas águas do Oceano Pacífico, Atlântico e Índico. 
 
A ocupação dos Continentes 
Em termos de ocupação, existe grande diferenciação entre os continentes. Dessa forma, 
convencionou-se uma denominação específica para cada um deles, a partir do tempo de sua ocupação 
pelo homem. 
* Velho Mundo ou Antigo Continente (Eurásia e África) – região de onde partiram os colonizadores. 
 
* Novo Mundo ou Novo Continente (América) região descoberta por Cristóvão Colombo no século 
XV e colonizada pelos europeus. 
 
* Novíssimo Continente (Austrália, Nova Zelândia e ilhas do Pacífico) – região ocupada pelos 
europeus a partir do século XVIII, é também denominada Oceania ou Continente Australiano. 
Dentro da linguagem geográfica também são empregados os termos Mundo Oriental e Mundo 
Ocidental, tornando-se como referência a longitude inicial de Greenwich. 
 
As paisagens climáticas da terra 
 
A análise das condições naturais dos continentes tem nos elementos climáticos a principal base para 
dividi-los em Mundo Temperado e Mundo Tropical, designações relacionadas à latitude em que se 
encontram. 
Os climas são classificados de acordo com as características de temperatura e umidade. Por isso, há 
climas úmidos e climas secos. 
Os climas úmidos, de acordo com a temperatura, podem ser: 
* Quentes ou Tropicais – Equatorial ou tropical propriamente dito; 
* Temperados – climas de latitudes médias, podem ser oceânicos ou continentais; 
* Subtropicais – climas de transição. 
 
Os climas secos classificam-se em: 
* Áridos ou Desérticos; 
* Semiáridos. 
 
Mundo Temperado 
Corresponde às condições de temperatura entre 30 e 60 graus de latitude, tanto no Hemisfério Norte 
quanto no Hemisfério Sul. Abrange assim a maior parte da América do Norte, quase toda a Europa, ¾ da 
Ásia, a porção meridional da América do Sul, faixas estreitas dos extremos norte e sul da África e trechos 
do sul e sudeste da Austrália. 
 
Mundo Tropical 
Evidencia-se em áreas de baixas latitudes, exceto as áreas montanhosas, onde domina o clima do tipo 
temperado, e os trechos ocupados pelos desertos. Assim, entende-se por tropicais as áreas quentes e 
úmidas (chuvosas) localizadas na América Central, América do Sul, África, Sul e Sudeste da Ásia, Norte 
da Austrália e ilhas do Pacífico. As chuvas definem as estações do ano (a chuvosa e a seca). Constitui o 
domínio das florestas tropicais, das savanas e das estepes. 
Merece uma observação a utilização do termo domínio, que tradicionalmente identifica uma região 
natural – unidade territorial com características naturais bem definidas. Quando as características mais 
marcantes são as formas do relevo, o domínio é morfológico; quando são as condições climáticas que 
mais o caracterizam, ele é climático, e, se for a vegetação, o domínio será vegetal. 
Temos a destacar ainda as modificações que os homens provocam na natureza das paisagens 
terrestres, alterando-as, modificando-as, por sua ação antrópica, em função do crescimento urbano e 
industrial, e da ampliação dos espaços agrícolas. 
 
Questões 
 
01. (UFPR) Com relação às grandes paisagens naturais do globo terrestre, pode-se deduzir que: 
1 – As regiões temperadas estão localizadas entre os trópicos e os círculos polares. 
2 – Nas áreas tropicais a vegetação natural é a taiga e a tundra. 
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3 – A laterização dos solos é comum nas áreas tropicais. 
4 – Nas regiões subpolares os rios permanecem congelados a maior parte do ano. 
5 – Os climas áridos ou desérticos ocorrem nas baixas latitudes ao longo da linha do equador e nas 
frentes orientais dos territórios americano, australiano e sul-africano. 
6 – Os sistemas montanhosos mais elevados do globo terrestre têm direção aproximada norte-sul no 
continente americano e leste-oeste no continente euroasiático. 
 
02. (UNESP) As florestas tropicais úmidas cobrem apenas 7% da superfície dos continentes e contêm, 
no mínimo, 2/3 de todas as espécies de plantas e animais. Sua importância para as populações e para o 
equilíbrio biológicomundial é indiscutível. 
(A) Cite duas causas do desmatamento nas áreas tropicais. 
(B) Explique duas graves consequências deste processo. 
 
Referências Bibliográficas: 
COLEÇÃO OBJETIVO – Sistema de Métodos de Aprendizagem. Livro 23 – Geografia Geral. Editora Sol. 
 
Respostas 
 
01. Resolução: 
1 – Verdadeiro; 
2 – Falso (é falso, pois a taiga – coníferas e a tundra – vegetação rasteira formada por musgos, líquens, 
são típicas de áreas temperadas e polares. A vegetação tropical é rica e diversificada, atingindo grande 
porte); 
3 – Verdadeiro; 
4 – Verdadeiro; 
5 – Falso (é falso, pois encontramos áreas áridas, desérticas em altas latitudes. É o caso do deserto 
de Gobi ou do Oeste chinês, por exemplo); 
6 – Verdadeiro. 
 
02. (A) Introdução de atividades agroextrativas e pecuária, projetos de mineração, construção de 
ferrovias, centros urbano – industriais, etc. 
(B) Alterações climáticas, erosão dos solos, assoreamento dos rios, etc. 
 
Recursos Minerais e Fonte de Energia 
 
A Natureza como Fonte de Recursos: As sociedades e suas técnicas 
 
Ainda que o desenvolvimento das técnicas, acompanhado do expressivo avanço do conhecimento 
científico dos últimos dois séculos tenha se tornado uma característica marcante dos mais diversos 
setores da nossa sociedade, não podemos esquecer que nem todas as sociedades evoluíram 
tecnicamente da mesma forma. Ainda hoje, existem diversas delas que garantem sua subsistência por 
meio de técnicas rudimentares e pouco elaboradas. Como exemplo, temos as agrícolas tradicionais, que 
vivem da caça, da pesca e da coleta, e se dedicam quase que exclusivamente ao cultivo de subsistência, 
e as sociedades que sobrevivem do pastoreio nômade. 
Ao longo de sua história na Terra, o ser humano vem acumulando e adquirindo novos conhecimentos 
e habilidades, assim como, aprimorando e desenvolvendo instrumentos e técnicas de trabalho para extrair 
da natureza os recursos necessários à sua sobrevivência. Além disso, necessita garantir sua existência 
por meio da produção de alimentos, construção de moradias, fabricação de roupas, utensílios, 
ferramentas de trabalho, etc. 
Nos últimos dois séculos, porém, com os constantes avanços científicos e tecnológicos da sociedade 
capitalista industrial, as condições técnicas foram aprimoradas a um ritmo jamais alcançado antes. Ao 
serem aplicadas no processo produtivo, essas técnicas ampliaram de forma extraordinária a capacidade 
humana de intervir e, consequentemente, de explorar com maior intensidade os recursos naturais, a 
exemplo dos solos, crescentemente aproveitados para a formação de lavouras e pastagens e das fontes 
hídricas, cada vez mais exploradas para pesca, navegação, irrigação de cultivos, abastecimento de 
cidades ou, ainda, para a geração de energia elétrica. 
Tudo o que a sociedade humana utiliza para produzir os bens de que precisa ou de que faz uso são 
obtidos de elementos existentes na natureza, também chamados recursos naturais. 
 
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“Falar de recursos naturais é falar de recurso que, por sua própria natureza, existem 
independentemente da ação humana e, assim, não estão disponíveis de acordo com o livre-arbítrio de 
quem quer que seja”. (PORTO GONÇALVES, Carlos Walter. O desafio ambiental. Rio de Janeiro: Record, 
2004, p.66). 
 
A exploração dos recursos naturais promovida pelas atividades humanas começou a se tornar mais 
intensa nos últimos 250 anos, a partir da Revolução Industrial. A expansão da produção econômica, 
apoiada principalmente no desenvolvimento das atividades industriais, promoveu o aumento da produção 
em larga escala, exigindo, como consequência, a utilização cada vez maior de matérias primas e de fontes 
energéticas cuja exploração alcançou níveis sem precedentes em toda a história. 
Com o advento da sociedade industrial e o desenvolvimento científico e tecnológico voltado para o 
aumento crescente da produção, arraigou-se na sociedade capitalista a ideia da natureza como 
fornecedora de recursos econômicos, vistos como bens que podem ser explorados a fim de gerar riquezas 
e lucros. Com essa mentalidade estritamente econômica, a natureza passou a ser tratada como um 
simples estoque de matérias-primas, fonte inesgotável de recursos necessários para sustentar e garantir 
a própria reprodução do modo de produção. 
Dessa forma, a lógica que sustenta o industrialismo econômico em expansão ao longo dos últimos 
séculos está centrada na concepção de natureza como recurso infinito e inesgotável. Isso significa, 
portanto, que o sistema econômico moderno está organizado e orientado para a utilização cada vez mais 
eficaz da natureza e de seus recursos. Assim, pode-se dizer que as raízes do intenso processo de 
degradação da natureza e o agravamento dos problemas ambientais que presenciamos em nossa época 
ligam-se diretamente a esse modelo econômico predatório do ponto de vista ambiental. 
 
De maneira geral, os recursos naturais podem ser classificados ou agrupados e duas categorias: 
 
Recursos Naturais Renováveis: aqueles que podem ser repostos ou recriados (renovados) pela 
natureza em um período de tempo relativamente curto, desde que utilizados de maneira racional. Entre 
esses recursos estão florestas, solos e fontes hídricas (rios, lagos, oceanos); 
Recursos Naturais Não Renováveis: aqueles que não podem ser repostos pela sociedade e que 
levam milhões de anos para serem repostos pela natureza. Os minerais, como bauxita, ferro, ouro, etc.; 
e os combustíveis fósseis, como o petróleo, são exemplos de recursos que vão se esgotando à medida 
que são extraídos da natureza. 
 
De modo simples, podemos entender por indústria “o ato de transformar, com ajuda de um certo 
trabalho, a matéria-prima em bens de produção e consumo”. 
 
As indústrias podem ser divididas em: 
 
a) Extrativas: Aquelas que extraem certos produtos da natureza, sem, contudo, alterar suas 
características. Compreendem dois tipos principais: a indústria extrativa vegetal e a indústria extrativa 
mineral. 
 
b) De Transformação: São aquelas que transformam as matérias-primas em bens. Compreendem 
dois tipos: as indústrias de bens de consumo e as indústrias de bens de produção. 
A importância da mineração no contexto da economia nacional é reforçada quando se verifica o valor 
da produção da indústria de transformação mineral (metalurgia, siderurgia, fertilizantes, cimento, 
petroquímica, etc.). 
 
Os recursos minerais, as fontes de energia e os impactos ambientais 
 
Sobre a superfície da Terra, vamos encontrar basicamente dois tipos de minerais: os fósseis e os não-
fósseis. Os minerais fósseis são aqueles originários da decomposição de restos de animais e vegetais 
que ficaram depositados em camadas de rochas sedimentares como o carvão, o petróleo e o xisto. Já os 
minerais não-fósseis são os compostos químicos metálicos e não-metálicos que se consolidaram no 
interior das rochas, geralmente cristalinas, como, por exemplo, o ouro, o manganês, o ferro, o silício, o 
caulim. 
Isso significa que os diversos elementos vão surgir em uma determinada região, de acordo com o tipo 
de formação geológica do local. É evidente que, quanto maior for a área de um país, maior será a 
possibilidade desse país contar com todos os tipos de rochas e assim possuir todos os tipos de minerais. 
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19 
 
Entretanto, mesmo para um país de enormes dimensões como o Brasil, que contém todos os tipos de 
rochas, os minerais não surgirão na quantidade que a nossa economia exige. Assim, poderíamos 
classificar os minerais quanto à disponibilidade em três tipos: 
a) abundantes: aqueles que surgem em enormes quantidades, sendo usados tanto internamente 
quanto exportados, como por exemplo, o ferro, o manganês, o alumínio, o nióbio. 
b) suficientes: os que existem em quantidade suficiente apenas para o abastecimento interno, não 
podendo ser exportados. 
c)carentes: aqueles cuja quantidade seja insuficiente para atender às necessidades internas como, 
por exemplo, o carvão mineral. 
 
Tipos de recursos minerais 
Recursos minerais metálicos Recursos minerais não-metálicos 
Ferro, alumínio, cromo, manganês, titânio e 
magnésio. 
Minerais para uso químico, fertilizantes e 
usos especiais 
Cloreto de sódio, fosfatos, nitratos, enxofre, etc. 
Cobre, chumbo, zinco, tungstênio, ouro, estanho, 
prata, platina, urânio, mercúrio, molibdênio, etc. 
Materiais de construção 
Cimento, areia, cascalho, gipso, amianto, etc. 
 
Combustíveis fósseis 
Carvão, petróleo, gás natural e folhelho (xisto) 
betuminoso. 
 
Água 
Lagos, rios e água subterrânea. 
 
A importância dos Recursos Minerais 
 
Os recursos minerais são vitais para o desenvolvimento de um país, por sua importância como matéria-
prima para a indústria – em particular para os setores industriais de base, como a metalurgia e a química 
pesadas (assim qualificadas por utilizarem muita matéria-prima. Na primeira, destacam-se as unidades 
produtivas voltadas para a fabricação de metais como aço, alumínio, cobre, chumbo e estanho. Na 
segunda, aquelas voltadas para a fabricação de ácidos como o sulfúrico, o nítrico e o clorídrico. 
 
Minerais metálicos e não-metálicos 
Como observamos, segundo a sua composição, os recursos minerais classificam-se como 
metálicos – como ferro, manganês, cobre e estanho. E não-metálicos – como enxofre, calcário e 
cloreto de sódio. 
As rochas em cuja composição a incidência de minerais metálicos é suficiente para viabilizar sua 
exploração econômica denominam-se minérios metálicos. São exemplos a hematita (minério de 
ferro), a bauxita (minério de alumínio) e a cassiterita (minério de estanho). 
 
A produção siderúrgica é uma das mais importantes no processo industrial brasileiro. Sua implantação, 
porém, é de custo muito elevado, o que fez com que o Estado assumisse essa incumbência nas décadas 
de 1940 a 1970. 
O minério de ferro é a base da produção do aço, o que explica a implantação das siderúrgicas bastante 
próximas das grandes jazidas desse minério. 
Como as produções minerais têm caráter estratégico no processo industrial, historicamente os países 
desenvolvidos buscaram controlar reservas minerais dentro e também fora dos seus limites territoriais. A 
ação das suas empresas mineradoras é bastante sensível nos países subdesenvolvidos, que dispõem de 
grandes reservas minerais mas de recursos escassos para explorá-las. 
O Brasil, enquadrado nessa descrição, teve de acolher muitas empresas estrangeiras do setor mineral. 
 
A produção mineral brasileira 
 
O Brasil é um dos países mais ricos do mundo em quantidade e diversidade de recursos minerais, 
dentre os quais se destacam os minérios de ferro, de estanho, de manganês e de alumínio. 
Um aspecto revelador da importância dessa atividade na economia brasileira é a participação relativa 
da sua produção e da produção dos metais no total exportado pelo país, destacando-se dentre as 
exportações os minérios de ferro, de alumínio e de manganês e, entre os metais, o aço e o alumínio. 
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A dependência externa do setor mineral é relativamente pequena (ao contrário do que ocorre com os 
recursos energéticos, como o petróleo e o carvão), porque o Brasil importa apenas alguns produtos cuja 
produção nacional ainda não basta para atender as exigências do mercado interno, como cobre, enxofre 
e mercúrio. 
Os principais minérios do Brasil 
 
Ferro: 
O ferro é obtido pela redução dos seus óxidos. Seus principais minérios são: 
Magnetita, com 72,4% de teor de ferro; 
Hematita, com 70,0% de teor de ferro; 
Limonita, com 59,9% de teor de ferro; 
Siderita, com 48,0% de teor de ferro. 
A ocorrência de minério de ferro no Brasil foi revelada no final do século XVIII e o seu aproveitamento 
teve início na segunda década do século XIX, em Minas Gerais. 
Em 1996, o Brasil possuía 8,6% das reservas mundiais, classificando-se em 5º lugar entre os países 
detentores do maior volume de minério. Porém, devido ao alto teor de ferro contido em seus minérios, do 
tipo hematita e itabirito (60%), o Brasil ocupa posição privilegiada em relação ao ferro produzido 
mundialmente. Entre os produtores e exportadores, o Brasil coloca-se entre os maiores. 
As grandes jazidas do Brasil encontram-se em Minas Gerais (Quadrilátero do ferro), Pará (Serra dos 
Carajás) e Mato Grosso do Sul (Morro do Urucum). 
 
Manganês: 
O manganês é um metal encontrado na crosta terrestre em formas combinadas (óxidos, silicatos, 
carbonatos, etc.). A quantidade de minerais de manganês é muito grande (mais de 100), sendo o principal 
a pirolusita. 
A principal utilidade do manganês (95%) é na indústria siderúrgica, na qual se utilizam 30 Kg de minério 
de manganês para cada 1 tonelada de aço. Devido ao seu grande emprego, é um minério considerado 
estratégico, sendo que os maiores consumidores (EUA, França, Alemanha, Inglaterra e Japão) não 
possuem grandes reservas, exceto a Rússia. 
As reservas brasileiras são cerca de 53.790 mil toneladas (cerca de 1,07% das reservas mundiais). As 
principais jazidas estão: na Serra dos Carajás (PA), e no Quadrilátero do Ferro (MG). 
O Brasil possui a 6ª reserva do mundo, atrás da África do Sul (a maior do mundo), Ucrânia, Gabão, 
China e Austrália. 
 
Outros Minérios 
 
Alumínio 
O alumínio é um metal branco, leve e que não se deixa tocar pela corrosão. É utilizado pela indústria 
elétrica, material de transporte, construção civil, utensílios domésticos, etc. 
O principal minério é a bauxita. De um total de reservas mundiais de 28,8 bilhões de toneladas, o Brasil 
possui depósitos de bauxita de boa qualidade avaliados em 3,8 bilhões de toneladas, ou seja, 13,5% do 
total, sendo o terceiro país em reservas de alumínio. Os depósitos encontram-se principalmente nas áreas 
do rio Trombetas, de Paragominas, Juriti e Almerim, todas na região Amazônica, e em Poços de Caldas 
e Muriaé (MG), Amapá, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina. Em 1996 houve um acréscimo de 
20,5% na produção brasileira (aproximadamente 2 milhões de toneladas), principalmente em razão do 
incremento na produção da Mineração do Rio do Norte S.A. (MRN), uma das mais importantes empresas 
produtoras, respondendo por 78,6% do total produzido pelo país naquele ano. Outra grande empresa é a 
Companhia Brasileira de Alumínio S.A. (CBA), com 10,1% do total de 1996. 
No que se refere ao metal propriamente dito, o alumínio (metal primário), a produção brasileira 
apresentou uma variação não muito significativa, passando de 1,18 pra 1,19 milhão de toneladas, mas 
que nos situou em quinto lugar (5,8%) na produção mundial. 
 
Cobre 
É um metal conhecido desde os primórdios dos tempos da metalurgia, em razão da facilidade de sua 
obtenção e pelo seu poder de combinação com outros metais, resultando em famílias de bronzes, latões 
e alpacas. 
Tem por características principais a dificuldade de corrosão, alto grau de condutibilidade térmica e 
elétrica, maleabilidade tanto a quente quanto a frio e é facilmente soldável. Tornou-se o terceiro metal de 
maior consumo, sendo superado apenas pelo ferro e pelo alumínio. 
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Os principais minerais do cobre são sulfetos contendo de 0,5% a 2,0% de cobre (a calcopirita ou cuprita 
é um dos mais importantes). 
As principais reservas de cobre do mundo estão situadas no Chile, com 27,3%, e Estados Unidos, com 
15,1%, perfazendo quase metade das reservas mundiais (42,4%). Entretanto, uma razoável quantidade 
desses minérios encontra-se nos países do terceiro mundo, fazendo destes os maiores fornecedores para 
os países do primeiro mundo (maiores consumidores). 
O Brasil, com 1,9% dessas reservas e uma produção de 46.000 t, que representa, aproximadamente, 
0,4% da produção mundial, tem nesse metal uma de suas principais carências, sendo um importante

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