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Matérias para CONCURSOS PÚBLICOS Geografia Geografia 1 O espaço natural e econômico: orientação, localização, representação da Terra e fusos horários ................... 1 2 A Terra: características e movimentos; evolução; camadas da Terra. .................................................................... 3 3 A deriva continental e a tectônica de placas ................................................................................................................ 4 4 Rochas: tipos; características. Solos: formação; conservação ................................................................................... 6 5 Relevo terrestre e seus agentes ................................................................................................................................... 10 6 A atmosfera e sua dinâmica: tempo; clima. .............................................................................................................. 12 7 As grandes paisagens naturais da Terra .................................................................................................................... 15 8 Aspectos demográficos: conceitos fundamentais .................................................................................................... 18 9 Aspectos econômicos gerais: comércio; recursos naturais e extrativismo mineral; fontes de energia; indústria; agricultura ........................................................................................................................................................ 24 10 Geografia do Brasil: regiões brasileiras: aspectos físicos; aspectos humanos; aspectos políticos; aspectos econômicos ......................................................................................................................................................................... 50 11 Geografia geral: as relações econômicas no mundo moderno: A crise econômica mundial; os blocos econômicos; a questão da multipolaridade .................................................................................................................. 61 12 A globalização ............................................................................................................................................................... 74 13 Focos de tensão e conflitos mundiais ....................................................................................................................... 81 A Apostilas Opção não está vinculada as organizadoras de Concurso Público. A aquisição do material não garante sua inscrição ou ingresso na carreira pública. Sua Apostila aborda os tópicos de Editais de forma prática e esquematizada. Dúvidas sobre matérias podem ser enviadas através do site: https://www.apostilasopcao.com.br/contatos.php, com retorno do Professor no prazo de até 05 dias úteis. PIRATARIA É CRIME: É proibida a reprodução total ou parcial desta apostila, de acordo com o Artigo 184 do Código Penal. Apostilas Opção, a Opção certa para a sua realização. AVISO IMPORTANTE https://www.apostilasopcao.com.br/contatos.php GEOGRAFIA APOSTILAS OPÇÃO Geografia 1 Orientação O processo de orientação desenvolve-se para atender à necessidade de deslocar-se em um determinado rumo, mesmo quando não é possível guiar-se pelos acidentes geográficos. Meios de Orientação: a) Sol: onde nasce é o Leste; onde se põe é o Oeste; a partir daí, temos os pontos cardeais: N – norte (setentrional); S – sul (meridional); L ou E – leste ou este (oriental); O ou W – oeste (ocidental). b) Lua: processo idêntico ao do Sol. c) Cruzeiro do Sul: aponta o Sul (apenas no Hemisfério Sul). d) Ventos: conhecendo-se a direção dos ventos dominantes. e) Bússola: sua agulha imantada aponta sempre para o norte magnético. Rosa-dos-Ventos É formada com os pontos cardeais: Norte, Sul, Leste, Oeste, pontos colaterais e os pontos subcolaterais. Colaterais ficam entre os pontos cardeais: NORDESTE – NE – entre norte e este; SUDESTE – SE – entre sul e este; SUDOESTE – SO – entre sul e oeste; NOROESTE – NO – entre norte e oeste. Subcolaterais ficam entre os pontos cardeais e os colaterais: N NE – NOR – NORDESTE; N NO – NOR – NOROESTE; E NE – ES – NORDESTE; E SE – ES – SUDESTE; S SE – SU – SUDESTE; S SO – SU – SUDOESTE; O SO – OES – SUDOESTE; O NO – OES – NOROESTE. Sistema de Localização Cartográfica, Representação da Terra e Fusos Horários As Coordenadas Geográficas Qualquer lugar da Terra pode ser localizado por meio de um sistema de coordenadas formado por linhas imaginárias: os meridianos e os paralelos. Os meridianos ligam o polo geográfico norte ao polo geográfico sul e os paralelos cruzam perpendicularmente os meridianos. Os Paralelos e as Latitudes O Equador – o paralelo principal – está traçado a distância de dois polos, formando um plano que divide horizontalmente a Terra em duas partes iguais: o hemisfério Norte, também chamado setentrional ou boreal, e o hemisfério Sul, também chamado meridional ou austral. A distância de qualquer ponto da superfície terrestre em relação à linha do Equador recebe o nome de latitude, e é dada em graus. Definiu-se, portanto, como 0º a latitude do Equador. Nos hemisférios Norte e Sul têm-se, respectivamente, latitudes norte (N) e sul (S), que medem até 90º. Assim, se forem traçados 90 paralelos equidistantes (situados a igual distância), em cada hemisfério, a distância entre eles será de 1º. Todos os lugares situados num mesmo paralelo têm a mesma latitude. Além do Equador, há quatro outros paralelos importantes: o trópico de Câncer e o Círculo Polar Ártico, no hemisfério Norte, e o Trópico de Capricórnio e o Círculo Polar Antártico, no hemisfério Sul. Os trópicos estão distantes 23º27’ (23 graus e 27 minutos) em relação ao Equador e indicam os imites máximos ao Sul e ao Norte em que os raios solares incidem verticalmente durante o solstício de verão. A faixa do planeta situada ente os Trópicos de Capricórnio e de Câncer é denominada zona tropical ou intertropical, e nela os raios solares incidem perpendicularmente num determinado período do ano. Ao norte do trópico de Câncer e ao sul do Trópico de Capricórnio, os raios solares vão atingir a superfície terrestre sempre de forma inclinada (oblíqua nas zonas temperadas e tangente nas zonas polares). Os Meridianos e as Longitudes O Equador – o paralelo principal – divide a esfera terrestre em duas partes iguais. Já os meridianos, como não circundam totalmente a esfera terrestre, só a dividem em duas partes iguais ou hemisférios junto com seu meridiano oposto, chamado anti-meridiano. Em 1884 foi estabelecido como referencial ou principal o meridiano de Greenwich, que passa próximo à cidade de Londres. A partir dessa data, o meridiano de Greenwich e o seu anti-meridiano passaram a dividir, por convenção, a esfera terrestre em dois hemisférios: Leste ou Oriental e Oeste ou Ocidental. No subúrbio da cidade de Greenwich, próxima a Londres (Inglaterra), havia um observatório astronômico no qual, desde o século XVIII, eram efetuados cálculos astronômicos para auxiliar os navegadores. Em 1884, o meridiano que passava por esse observatório foi escolhido como referência inicial, de longitude 0º (zero grau). Em 1958, o observatório de Greenwich foi desativado e transformado em museu. A distância de qualquer ponto da superfície terrestre em relação ao meridiano de Greenwich recebe o nome de longitude, dada em graus. A longitude de Greenwich é, portanto, 0º. Nos hemisférios Leste e Oeste têm-se, 1 O espaço natural eeconômico: orientação, localização, representação da Terra e fusos horários APOSTILAS OPÇÃO Geografia 2 respectivamente, longitudes leste (L) e oeste (O), que medem até 180º. Assim, os meridianos 180º leste e oeste coincidem. Para determinar a localização exata de um ponto na superfície terrestre basta ter sua latitude e sua longitude. Os Fusos Horários Na segunda metade do século XIX, praticamente todas as partes do mundo já eram conhecidas. O desafio do homem passou a ser o de criar e aperfeiçoar meios de comunicação e de transporte, com o objetivo de facilitar o acesso e o contato entre as diversas áreas do planeta. Assim, um sistema comum para determinar a hora local tornava-se cada vez mais necessário. Em 1884, representantes de 25 países reunidos em Washington estabeleceram uma divisão do mundo em 24 fusos de uma hora, tendo como referência as linhas de longitudes e baseando-se no fato de que a Terra demora praticamente 24 horas (o movimento de rotação da Terra completa-se em exatamente 23 horas, 56 minutos e 4 segundos), para dar uma volta completa em torno do seu próprio eixo. Dessa forma, dividindo os 360º da circunferência terrestre por 24, temos a medida de cada fuso horário: 15º. Cada fuso é delimitado por dois meridianos, e todas as localidades situadas dentro dos limites de um fuso têm o mesmo horário: a chamada hora legal. O fuso referencial para determinação das horas é o de Greenwich, cujo centro é 0º; os limites desse fuso são os meridianos 7º30’ leste e 7º30’ oeste. A hora determinada pelo fuso de Greenwich recebe o nome de GMT (Greenwich Meridian Time). A partir disso, são estabelecidos os outros limites de fusos horários, cada um com um meridiano em seu centro. Por exemplo, uma localidade situada a 38º O tem como centro de seu fuso horário o meridiano de 45º O, cujos limites são 37º 30’ O e 52º 30’ O. Como a Terra gira de oeste para leste, os fusos a leste de Greenwich têm as horas adiantadas (+) em relação à hora desse fuso inicial. Já os fusos situados a oeste têm as horas atrasadas (-) em relação à hora de Greenwich. O fuso não é exatamente uma faixa reta e contínua ligando um polo a outro. Assim, o horário de determinadas áreas de alguns países não correspondem ao horário do fuso em que estão localizadas. Existe um limite prático entre os fusos: eles seguem os contornos dos limites entre os Estados-Nação ou entre as unidades administrativas e de federação (como estados e províncias) em que alguns países se dividem. Os países com grande extensão territorial no sentido leste- oeste são atravessados por vários fusos. A Rússia, por exemplo, possui 11 fusos horários. Mesmo sem um mapa é possível calcular os fusos de determinadas localidades desde que se saibam suas longitudes e o horário e longitude de outro local, que será tomado como referência. Os Fusos Horários no Brasil Devido à sua grande extensão no sentido leste-oeste, o Brasil apresenta quatro fusos horários diferentes. A maior parte do território fica no segundo fuso horário (atrasado três horas em relação a Greenwich), que corresponde à hora oficial do Brasil – ao horário de Brasília. Nesse fuso estão incluídas as regiões Sul, Sudeste, Nordeste e parte das regiões Norte e Centro-Oeste. O limite prático dos fusos acompanha a divisão política do país para evitar a existência de dois fusos dentro do mesmo estado, exceção feita ao Amazonas e ao Pará (os maiores estados do país). 1 http://brasilescola.uol.com.br/brasil/fuso-horario-brasileiro.htm>. O Brasil, desde setembro de 2013, possui novamente quatro fusos horários. Veja abaixo, como ocorreu tal processo:1 Como a Terra leva aproximadamente vinte e quatro horas para completar o ciclo do movimento de rotação – que resulta na existência alternada entre dias e noites –, o planeta é dividido em 24 fusos horários, em que cada fuso representa uma hora em sua área de abrangência. Essa contagem é feita a partir do Meridiano de Greenwich, uma linha imaginária estabelecida por convenção e que “corta” a cidade de Londres e toda a sua extensão em direção ao sul. Dessa forma, todos as localidades que se encontram a leste (oriente) em relação a Greenwich tem suas horas somadas pelo número de fusos de distância, enquanto tudo o que se encontra a oeste (ocidente) tem suas horas diminuídas. O território brasileiro, por se encontrar no hemisfério ocidental, possui o seu horário atrasado em relação ao meridiano mencionado. Além disso, em razão de o país possuir uma ampla extensão, sua localização é dividida em quatro fusos horários. O primeiro fuso horário brasileiro encontra-se duas horas atrasado em relação ao Meridiano de Greenwich e uma hora adiantado em relação ao horário de Brasília. Esse fuso abrange apenas algumas ilhas oceânicas pertencentes ao Brasil, como Fernando de Noronha e Penedos de São Pedro e São Paulo. O segundo fuso horário do país encontra-se três horas atrasado em relação a Greenwich e abrange a maior parte do território nacional, com a totalidade das regiões Nordeste, Sudeste e Sul, além dos estados do Pará, Amapá, Tocantins, Goiás e o Distrito Federal. É o horário oficial de Brasília. O terceiro fuso horário encontra-se quatro horas atrasado em relação a Greenwich e uma hora em relação ao horário de Brasília. No horário de verão, essa diferença aumenta para duas horas, pois os estados abrangidos (Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Roraima, Rondônia e a maior parte do Amazonas) não fazem parte desse horário especial. O quarto fuso horário encontra-se cinco horas atrasado em relação a Greenwich e duas horas em relação ao horário de Brasília, aumentando para três horas durante o horário de verão. Abrange somente o estado do Acre e uma pequena parte oeste do Amazonas. Esse fuso foi extinto no ano de 2008, onde a área passou a integrar o fuso de -4, no entanto, em setembro de 2013, essa extinção foi revogada após aprovação em um referendo promulgado em 2010. Referências Bibliográficas: ANTUNES, Vera Lúcia da Costa. Geografia do Brasil: Quadro Natural e Humano. Coleção Objetivo – Livro 24. Editora Sol. LUCCI, Elian Alabi. Geografia Geral e do Brasil. Elian Alabi Lucci; Anselmo Lazaro Branco; Cláudio Mendonça. 3ª edição. São Paulo: Saraiva. SCALZARETTO, Reinaldo. Geografia Geral – Geopolítica. 4ª edição – Livro 2. São Paulo: Anglo. Questões 01. (UFF – Técnico de Laboratório – Geografia – UFF) A bússola é um instrumento de orientação. É formada por uma agulha imantada que se apoia num eixo vertical. Essa agulha gira sobre um fundo onde estão indicados os pontos de APOSTILAS OPÇÃO Geografia 3 orientação. A ponta da agulha da bússola indica, aproximadamente, a direção: (A) sul; (B) leste; (C) norte; (D) oeste; (E) sudeste. 02. (SEDUC/RJ – Professor Docente I – CEPERJ/2015) Se os alunos observarem diariamente o nascer e o pôr do sol, perceberão a regularidade dos pontos de nascente e poente. Ficará fácil a determinação dos pontos cardeais usando a seguinte convenção: (A) O Norte é definido como o ponto à frente de quem, com os braços estendidos, aponta o Leste com a mão direita e o Oeste com a mão esquerda, ficando o Sul às suas costas. (B) O Sul é definido como o ponto à frente de quem, com os braços estendidos, aponta o Leste com a mão direita e o Oeste com a mão esquerda, ficando o Norte às suas costas. (C) O Norte é definido como o ponto à frente de quem, com os braços estendidos, aponta o Oeste com a mão direita e o Leste com a mão esquerda, ficando o Norte às suas costas. (D) O Leste é definido como o ponto à frente de quem, com os braços estendidos, aponta o Sul com a mão direita e o Norte com a mão esquerda, ficando o Oeste às suas costas (E) O Oeste é definido como o ponto à frente de quem, com os braços estendidos, aponta o Norte com a mão direita e o Sul coma mão esquerda, ficando o Leste às suas costas. 03. (IBGE – Técnico em Informações de Geografia e Estatística – CESGRANRIO) No espaço aéreo brasileiro, uma aeronave se desloca, em linha reta, de Palmas, no Tocantins, para Brasília, no Distrito Federal. De acordo com os pontos cardeais, essa aeronave descreve uma trajetória no sentido (A) sul – norte (B) leste – oeste (C) norte – sul (D) nordeste – sudoeste (E) sudoeste – nordeste 04. (IBGE – Agente de Pesquisas e Mapeamento – CESGRANRIO) Um avião de pequeno porte se desloca, em linha reta, do aeroporto internacional de Brasília, no Distrito Federal, em direção a Belém, capital do estado do Pará. Considerando a margem de diferença de menos de 1° de longitude entre essas duas cidades e os pontos cardeais, a aeronave se deslocou no sentido (A) Norte – Sul (B) Sudeste – Nordeste (C) Norte – Sudeste (D) Sul – Norte (E) Norte – Nordeste Gabarito 01. C/02. A/03. C/04. D Segundo os cientistas, a Terra surgiu há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, resultando da agregação de poeira cósmica provocada pela atração gravitacional. Agregação trata-se de uma das teorias mais atuais sobre a formação do universo, conhecida por Teoria da Agregação. Os choques entre essas partículas de poeira ocasionaram reações químicas explosivas, aquecendo o planeta e transformando-o numa gigantesca massa incandescente. A partir desse momento, um longo processo de resfriamento solidificou a parte mais externa da superfície terrestre. De sua origem até o estágio atual, a Terra passou por diversas transformações, que são estudadas a partir da disposição das camadas rochosas e dos fósseis nelas encontrados. Essas camadas representam registros dos acontecimentos passados, e permitem compreender a evolução do planeta. As Eras Geológicas A Geologia (ciência que estuda o conjunto da origem, da formação e das contínuas transformações da Terra, assim como dos materiais orgânicos que a constituem), divide a história da Terra em eras geológicas, que correspondem a grandes intervalos de tempo divididos em períodos que, por sua vez, são subdivididos em épocas e idades. Cada uma dessas subdivisões corresponde a algumas importantes alterações ocorridas na evolução do planeta. A Estrutura Interna da Terra O conhecimento da estrutura interna da Terra é essencial ao entendimento dos fenômenos que se manifestam em sua superfície, como o vulcanismo e os terremotos, responsáveis por modificações na modelagem da superfície terrestre. Os terremotos, por exemplo, afetam a vida de milhões de pessoas e provocam graves catástrofes naturais na Califórnia (Estados Unidos), no Japão, no Chile, na Turquia e em diversos outros países. O vulcanismo, outro fenômeno natural causado pelas forças internas da Terra, acarreta também graves desastres naturais. A atividade mineradora também depende do conhecimento da estrutura interna da Terra. Os recursos minerais são matérias-primas básicas para a produção das mercadorias e para a geração da maior parte da energia consumida no mundo. Os estudos do interior da Terra baseiam-se em observações indiretas, pois até o momento, o poço mais profundo – o da península de Kola, na Rússia, perfurado em 1987 – atingiu apenas 13 km. Todo o material que sai pelos vulcões vem de profundidade de, no máximo, 200 km. Essas medidas, se comparadas com o raio da Terra – 6380 km -, são muito pequenas. As observações indiretas são obtidas por meio da análise dos tremores que ocorrem no interior da Terra, cujas ondas, chamadas sísmicas, propagam-se em diferentes direções, algumas atingindo o núcleo do planeta. A intensidade destas ondas é registrada por sismógrafos, aparelhos que também medem a sua velocidade e, portanto, o tempo que elas levam para se deslocar do hipocentro (local do interior da Terra onde se origina o terremoto) até os locais onde essas ondas sísmicas se manifestam na superfície terrestre - o epicentro. A partir dessas observações, os cientistas chegaram à conclusão de que a Terra é formada basicamente por três camadas: a crosta terrestre ou litosfera, o manto e o núcleo. Na crosta terrestre – camada eterna – são encontradas rochas relativamente leves, constituídas principalmente por silício e alumínio. Essa camada apresenta uma espessura variável: sob os continentes varia de 20 a 70 km (a espessura máxima verifica-se nos locais sob as montanhas) e, sob os oceanos, onde predominam o silício e o magnésios, varia de 5 a 15 km. 2 A Terra: características e movimentos; evolução; camadas da Terra APOSTILAS OPÇÃO Geografia 4 O manto – camada intermediária – é formado por rochas mais pesadas, como os basaltos, constituídas principalmente por magnésio, ferro e silício. Na parte externa do manto há uma região conhecida por astenosfera, formada de um material pastoso chamado magma. Nela ocorrem movimentos de convecção: o magma aquecido sobe das porções mais internas da Terra em direção à crosta e, depois, volta para o interior à medida que se resfria. Os movimentos de convecção dão origem a terremotos e erupções vulcânicas. O limite máximo interior do manto é de, aproximadamente, 2900 km, onde começa a camada mais interna: o núcleo. O núcleo, que tem como limite máximo interior a medida do raio da Terra, é constituído por níquel e, principalmente, por ferro. Ele se encontra subdividido em duas camadas: o núcleo externo, que parece ser líquido e vai até 5100 km; e o núcleo interno, que é sólido. A isostasia Dá-se o nome de isostasia (do grego isso: igual; e stásis: equilíbrio) ao estado de equilíbrio dos blocos continentais da crosta terrestre que flutuam sobre a camada do manto. Segundo a teoria do cientista inglês George B. Airy (1801- 1892), considerando a crosta terrestre formada por blocos da mesma densidade e admitindo-se como correta a hipótese de que no manto existe uma zona de material viscoso em estado de fusão, quanto mais alto for o bloco montanhoso ou continental, maior será sua raiz mergulhada no manto. Para termos uma imagem similar desse fenômeno basta apreciarmos alguns blocos de gelo boiando na água. Quanto mais espessos forem, mais emergem e imergem. (Adaptado de Glossário de termos geológicos. Associação Profissional dos Geólogos de Pernambuco. Em: www.agp.org.br/glossario- i.html). A Crosta Terrestre em Movimento Em 1912, o cientista alemão Alfred Wegener elaborou a teoria da deriva dos continentes. Observando a semelhança entre os contornos dos litorais da América, Europa e África, e também de suas rochas, Wegener propôs que, há cerca de 200 milhões de anos, os continentes estariam todos unidos, formando um único bloco, chamado Pangeia, rodeado por um único oceano, a Pantalassa, que teria começado a se fragmentar com o aparecimento de fendas ou fraturas. Aos poucos, os fragmentos teriam se afastado uns dos outros. Essa teoria foi contestada pela maioria dos geólogos da época. Um dos poucos que a apoiaram, o inglês Arthur Holmes, elaborou, em 1928, a hipótese da expansão dos fundos oceânicos, baseando-se nos movimentos de convecção do magma na atmosfera, camada situada logo abaixo da crosta. Para Holmes, o movimento circulatório do magma empurraria os continentes. Em 1967, Janson Morgan confirmou a hipótese de Holmes: os fundos oceânicos estão se deslocando a partir das dorsais, que são cordilheiras situadas na porção central dos oceanos (meso-oceânicas). Constatou-se também que as idades das rochas dos fundos oceânicos aumentam à medida que se distanciam das dorsais, ou seja, quanto mais próximas dos continentes, mais antigas são as rochas. A partir dessas constatações, chegou-se à conclusão de que o envoltório da Terra (crosta) é descontínuo e fragmentado em vários blocos, os quais são formados por partes continentais e oceânicas (o fundo ou assoalho dos oceanos). Cada bloco corresponde a uma placa tectônica (Ramoda Geologia que estuda o dinamismo das forças que interferem na movimentação das camadas da crosta terrestre), que se desloca pelos movimentos de convecção do magma. A teoria da deriva dos continentes foi substituída pela teoria da tectônica de placas. Ao mesmo tempo em que há o processo de afastamento (expansão) entre placas tectônicas, como, por exemplo, nas cordilheiras meso-oceânicas, também chamadas zonas de divergência de placas, verifica-se também o processo de fricção entre essas placas, pelo qual elas são pressionadas umas contra as outras – são as chamadas zonas de convergência de placas. Nas zonas de convergência, o contato entre as placas pode ser de dois tipos: Subducção – as placas movem-se uma em direção a outra e a placa oceânica (mais densa) “mergulha” sob a continental (menos densa). A placa oceânica entra em estado de fusão no manto. Obducção ou colisão – choque entre duas placas na porção continental. Acontece em virtude da grande espessura dos trechos nos quais estão colidindo. É o que ocorre entre a placa Indo-australiana e a Euro-asiática Ocidental. Por meio de raios laser emitidos de satélites artificiais, obteve-se a confirmação do movimento das placas tectônicas, pois foi possível medir o afastamento dos continentes. A América do Sul, por exemplo, afasta-se cerca de 3 cm por ano da África, levando a um alargamento do oceano Atlântico. A estrutura geológica Nas áreas emersas, a crosta terrestre é formada por três tipos de estruturas geológicas, as quais são caracterizadas pelos tipos de rochas predominantes e o seu processo de formação, e pelo tempo geológico em que surgiram. Essas estruturas geológicas são os dobramentos modernos, os maciços antigos e as bacias sedimentares. Os dobramentos modernos são os trechos da crosta de formação recente e, por essa razão, compostos por rochas mais flexíveis e maleáveis, situadas relativamente próximas às zonas de contato entre placas (zonas convergentes). Devido à pressão de uma placa sobre a outra, esta parte da crosta dobra- se num processo lento e contínuo, dando origem às montanhas. Os dobramentos modernos são denominados de tectonismo horizontal ou movimento orogenético. (Orogênese: Resulta do movimento horizontal, responsável pela formação das montanhas. Esse movimento provém do choque entre as placas em suas zonas de contato, que provoca a deformação da crosta, formando dobras em alguns trechos dessas placas). O deslocamento vertical dos blocos rochosos nas regiões de falhamento da crosta é denominado movimento epirogenético. (Epirogênese: Resulta de movimentos verticais nas regiões de ocorrência de “falhas”. Esses movimentos provocam soerguimento ou rebaixamento de blocos rochosos da crosta terrestre, em regiões afastadas das zonas de contato e, consequentemente, em áreas em que são encontradas rochas mais sólidas e estáveis). Os maciços antigos, também chamados escudos cristalinos, são os terrenos mais antigos da crosta terrestre. Datam da era Pré-Cambriana (Arqueozoica e Proterozoica) e são constituídos basicamente por rochas magmáticas e metamórficas. Nos maciços que se formaram na era Proterozoica ocorrem as jazidas de minerais metálicos, como, por exemplo, as de ferro, ouro, manganês, prata, cobre, alumínio, estanho. 3 A deriva continental e a tectônica de placas APOSTILAS OPÇÃO Geografia 5 A pressão do magma sobre estas estruturas antigas provoca fraturas ou falhas na litosfera e, posteriormente, o deslocamento vertical de grandes blocos, soerguendo e rebaixando a superfície. As bacias sedimentares começaram a se formar apenas na era Paleozoica. Resultam da acumulação de sedimentos provenientes do desgaste das rochas; de organismos vegetais ou animais; ou mesmo de camadas de lavas vulcânicas solidificadas. É nestas estruturas que se formam importantes recursos minerais energéticos, como o petróleo e o carvão mineral. As bacias sedimentares abrangem cerca de 64% do território brasileiro; os maciços (escudos) e os dobramentos antigos respondem por carca de 36% dessa área, na qual 32% dos terrenos formaram-se no período Arqueozoico, e apenas 4%, no Proterozoico. Nesses últimos, concentram-se, sobretudo, rochas metamórficas, nas quais estão presentes as mais importantes jazidas de minerais metálicos do país. A estrutura geológica do Brasil A estrutura geológica do Brasil apresenta maciços (escudos) antigos e bacias sedimentares, não se verificando a existência de dobramentos modernos. O território brasileiro encontra-se distante da zona de instabilidade tectônica – a mais próxima encontra-se junto ao oceano Pacífico, nos países andinos. Nessa posição geográfica, está livre de vulcanismo. Alguns tremores de terra já foram detectados, mas sem registro de destruição de edifícios, pontes ou cidades, o que acontece na Colômbia, no Chile e Peru, situados próximo às regiões onde ocorre o choque entre as placas Sul-americana e de Nazca. O conhecimento da estrutura geológica do território brasileiro é de fundamental importância para se compreender o modelado da superfície do país – o seu relevo – e atuar racionalmente sobre ele, tanto na exploração dos recursos minerais e energéticos como na agricultura e na sua conservação, evitando-se processos erosivos prejudiciais à economia e ao meio ambiente. A estrutura geológica do Brasil é caraterizada por três tipos de terrenos: a) Escudos cristalinos: Terrenos de formação pré-cambriana, que afloram em cerca de 36% do território do país. Nos terrenos arqueozoicos (32% do território), encontramos rochas como o granito e elevações como a serra do Mar. Nos terrenos proterozóicos (4% do território), encontramos rochas metamórficas que formam jazidas minerais, principalmente de ferro e manganês, como as localizadas na serra dos Carajás, no Pará. b) Bacias sedimentares: Formações recentes, que recobrem cerca de 58% do território brasileiro. Nas áreas de formação paleozoica, o destaque são as jazidas carboníferas do sul, e nas áreas de formação mesozoica, os depósitos petrolíferos do litoral. Nos terrenos cenozoicos, destacam-se as planícies. c) Terrenos vulcânicos: Áreas que durante a era Mesozoica sofreram a ação de intensos derrames vulcânicos. Na bacia do Paraná, particularmente, as lavas esparramaram-se por cerca de 1 milhão de quilômetros quadrados e originaram rochas como o basalto e o diabásio. Nas áreas de ocorrência dessas rochas, é comum a presença de um dos tipos de solo mais férteis do Brasil: a terra roxa, formada da decomposição do basalto. Os agentes do relevo: O relevo terrestre está em constante transformação, e os fenômenos naturais causadores dessa dinâmica são agrupados em dois grandes conjuntos: agentes da dinâmica interna e da dinâmica externa. Agentes da dinâmica interna: Considerados agentes formadores do relevo, são fenômenos que atingem a superfície terrestre, mas que têm origem nas altas temperaturas e pressões do interior do globo. São eles: * o tectonismo – movimentos da crosta terrestre que originam dois tipos de processos: dobramentos (quando afetam rochas plásticas, características de áreas sedimentares) e falhamentos (quando afetam rochas rígidas, características de áreas de formação cristalina do período Pré- Cambriano); * o vulcanismo – rompimento da crosta terrestre pela ação da forte pressão feita pelo magma. Ocorre quando, através de falhas ou fraturas, o magma em fusão sobe até a superfície terrestre, acompanhado ou não de gases e cinzas; * os abalos sísmicos (terremotos e maremotos) – tremores que afetam a superfície terrestre e que se devem aos rápidos movimentos do interior do planeta causados pelo vulcanismo ou pelo tectonismo. Agentes da dinâmica externa: Considerados agentes modeladores do relevo, na maioria das vezes são fenômenos vinculados à ação do clima. Dentre eles, destacam-se: * as águascorrentes – são os principais agentes modeladores externos da crosta terrestre. Abrangem o trabalho dos rios (erosão, transporte e acumulação fluvial, das chuvas e enxurradas (erosão, transporte e acumulação pluvial) e do mar (abrasão); * a dinâmica glacial – o avanço ou o recuo de geleiras intensifica o processo de desagregação das rochas, contribuindo para mudar as formas do relevo. O material rochoso erodido, transportado e acumulado pela ação do degelo é denominado moraina ou morena; * os ventos – são os agentes mais atuantes na modelação do relvo das áreas áridas ou semiáridas, onde é comum a formação de dunas, devida ao trabalho eólico de erosão, transporte e acumulação e à ausência de ação hídrica; * o intemperismo – alteração do modelado terrestre por ação do clima sobre as rochas. Estas podem sofrer degradação (quando a alteração é fundamentalmente produzida por processos físicos, ligados a temperatura e pressão) ou decomposição (quando a alteração resulta de processos químicos, quase sempre pela ação da umidade). Nos dois casos, a alteração é acelerada pela ação biológica, particularmente de microrganismos. Referências Bibliográficas: GARCIA, Hélio Carlos; GARAVELLO, Tito Márcio. Geografia do Brasil. 3ª edição. São Paulo: Anglo. LUCCI, Elian Alabi. Geografia Geral e do Brasil. Elian Alabi Lucci; Anselmo Lazaro Branco e Cláudio Mendonça. 3ª edição. São Paulo: Saraiva. APOSTILAS OPÇÃO Geografia 6 Questões 01. (FUB – Geólogo – CESPE/2015) Com relação às eras geológicas, julgue o item a seguir. Os dinossauros viveram no período quaternário. (....) Certo (....) Errado 02. (FUB – Geólogo – CESPE/2015) Com relação às eras geológicas, julgue o item a seguir. O supercontinente Pangeia começou a se desagregar no início da era mesozoica. (....) Certo (....) Errado Gabarito 01. Errado/02. Certo Rochas - Material de origem de formação dos solos O material de origem depende da classificação genética das rochas. Classificar as rochas significa usar critérios que permitam agrupá-las segundo características semelhantes. Uma das principais classificações é a genética, em que as rochas são agrupadas de acordo com o seu modo de formação na natureza. Sob este aspecto, as rochas dividem-se em três grandes grupos: - Ígneas ou magmáticas; - Sedimentares; - Metamórficas. Rochas Ígneas ou Magmáticas Resultantes do resfriamento de material rochoso fundido, chamado magma. São chamadas de rocha ígnea intrusiva, quando o resfriamento ocorrer no interior do globo terrestre, e de rocha ígnea extrusiva ou vulcânica, se o magma conseguir chegar à superfície. Para reconhecer se a rocha é intrusiva ou extrusiva, é necessário avaliar sua textura. O resfriamento dos magmas intrusivos é lento, dando tempo para que os minerais em formação cresçam o suficiente para serem facilmente visíveis. Alguns cristais podem chegar a vários centímetros. O resfriamento dos magmas extrusivos é muito mais rápido. Muitas vezes, não há tempo suficiente para os cristais crescerem muito. A rocha extrusiva tende a ter, portanto, uma textura de granulação fina. A cor das rochas ígneas é muito variável, podendo ser classificadas como: - Máficas – são as rochas ígneas escuras ricas em minerais contendo magnésio e ferro; - Félsicas – são claras, mais ricas em minerais, e contêm sílica e alumínio (siálicas), que incluem os feldspatos e o quartzo ou sílica. Rochas Sedimentares Parte das rochas sedimentares é formada a partir da compactação e/ou cimentação de fragmentos produzidos pela 2 <http://www.universiaenem.com.br/sistema/faces/pagina/publica/conteudo /textohtml.xhtml?redirect=51704978228430979754772414673> ação dos agentes intempéricos e pedogênese sobre uma rocha preexistente, após serem transportados pela ação dos ventos, das águas que escoam pela superfície ou pelo gelo, do ponto de origem até o ponto de deposição. As rochas sedimentares, quanto a sua textura, podem ser classificadas como: a) Clástica – quando a rocha sedimentar é constituída por partículas preexistentes. A litificação ocorre em condições geológicas de baixa pressão e baixa temperatura e, por isso, as rochas clásticas não têm, salvo raras exceções, a mesma consistência dura das rochas ígneas. b) Químicas ou Não-Clásticas – são formadas pela precipitação dos radicais salinos, que foram produzidos pelo intemperismo químico e agora se encontram dissolvidos nas águas dos rios, lagos e mares. c) Orgânicos – são acúmulos de M.O. (material orgânico) tais como restos de vegetais, conchas de animais, excrementos de aves etc. que, por compactação, acabam gerando, respectivamente, turfa, coquina e guano. São pseudorrochas porque as suas partículas não são minerais. Rochas metamórficas Resultam da transformação de uma rocha preexistente no estado sólido. O processo geológico de transformação se dá por aumento de pressão e/ou temperatura sobre a rocha preexistente, sem que o ponto de fusão dos seus minerais seja atingido. O metamorfismo pode ser regional, local e dinâmico. O regional ocorre em grandes extensões da superfície do globo terrestre, em consequência de eventos geológicos de grande porte como, por exemplo, edificação de cadeias de montanhas. Dependendo dos valores alcançados pela variação de pressão e temperaturas, têm-se os metamorfismos regionais de baixo, médio e alto grau. Muitas rochas metamórficas são reconhecidas graças a sua estrutura de foliação, ou seja, a orientação preferencial que os minerais placoides assumem, bem como a sua estrutura de camadas dobradas, devido às deformações que acompanham o metamorfismo regional. O metamorfismo local restringe-se a domínios de terreno que variam entre centímetros e dezenas de metros de extensão. O metamorfismo termal ou de contato ocorre quando o aumento de temperatura predomina. O metamorfismo dinâmico ocorre quando predomina o aumento de pressão no fenômeno da transformação das rochas como em zonas de falhas. Quando a temperatura do metamorfismo ultrapassa um certo limite, determinado pela natureza química da rocha e pela pressão vigente, frequentemente na faixa de 700 - 800º C, as rochas começam a se fundir, produzindo novamente um magma. Solos - Gênese e Classificação do Solo De modo geral, os solos vêm sendo formados há milhões de anos. São frutos de um processo contínuo que se iniciou com o processo de decomposição de uma rocha matriz, que também pode ser chamada de rocha-mãe. À medida que a rocha matriz vai sofrendo a ação do intemperismo (ação da água, vento e seres vivos), ocorre a liberação de fragmentos de rocha que, por sua vez, se misturam a outros sedimentos, como restos de animais e plantas, e, portanto, dão origem a um determinado tipo de solo2. 4 Rochas: tipos; características. Solos: formação; conservação APOSTILAS OPÇÃO Geografia 7 Introdução à Pedologia e seus conceitos básicos As bases da Pedologia, ramo do conhecimento relativamente recente, ou Ciência do Solo como também é chamada, foram lançadas em 1880 na União Soviética por Dokuchaiev, ao reconhecer que o solo não era um simples amontoado de materiais não consolidados, em diferentes estágios de alteração, mas resultava de uma complexa interação de inúmeros fatores genéticos: clima, organismos e topografia, os quais, agindo durante certo período de tempo sobre o material de origem, produziam o solo3. A preocupação inicial de Dokuchaiev, de cunho pedológico - explicar a formação dos solos e estabelecer um sistema de classificação - era, sem dúvida, uma preocupação oportuna em definir uma nova área de estudo e delimitar lhe o espaço dentro do contexto do campo da Ciência. A expansão dos estudos pedológicos decorreu, em grande parte, da necessidade de:- corrigir a fertilidade natural dos solos, depauperada ao longo dos anos de exploração agrícola e agravada pela erosão; - elevar a fertilidade natural de solos originalmente depauperados; - neutralizar a acidez do solo; - agrupar solos apropriados para determinadas culturas; - preservar os solos contra os perigos da erosão. Intemperismo Meteorização ou intemperismo é o processo natural de decomposição ou desintegração de rochas e solos, e seus minerais constituintes, por ação dos efeitos químicos, físicos e biológicos que resultam da sua exposição aos agentes externos. Esses agentes podem ocorrer simultaneamente na natureza e acabam por se complementarem no processo de formação das rochas. Isso fica demonstrado quando analisamos o efeito da temperatura e da água nas rochas. Variações climáticas podem levar ao trincamento das rochas e, por conseguinte, a água irá penetrar essas trincas atacando quimicamente os minerais. Pode ocorrer também, que o congelamento da água nas trincas leve ao fissuramento da rocha devido às tensões geradas. Ressalta-se4 que os processos de intemperismo físico reduzem o tamanho das partículas, aumentando sua área de superfície e facilitando o trabalho do intemperismo químico. Já os processos químicos e biológicos podem causar a completa alteração física da rocha e alterar suas propriedades químicas5. O Intemperismo físico não altera a composição química da rocha. Os principais tipos são: - Variações de Temperatura: da física sabemos que todo material varia de volume em função de sua temperatura. Estas variações de temperatura ocorrem entre o dia e a noite e durante o ano, e sua intensidade será função do clima local. Acontece que uma rocha é geralmente formada de diferentes tipos de minerais, cada qual possuindo uma constante de dilatação térmica diferente, o que faz a rocha deformar de maneira desigual em seu interior, provocando o aparecimento de tensões internas que tendem a fraturá-la. Mesmo rochas com uma uniformidade de componentes não têm uma arrumação que permita uma expansão uniforme, pois grãos compridos deformam mais na direção de sua maior dimensão, tendendo a gerar tensões internas e auxiliar no seu processo de desagregação. 3 IBGE. Manual Técnico de Pedologia. 2ª Edição. Rio de Janeiro. 2007. 4 MACHADO, S. l. (2002) – “Apostila Mecânica dos Solos” – Universidade Federal da Bahia (UFBA) – Departamento de Geotécnica da Escola Politécnica de Engenharia. - Repuxo coloidal: é caracterizado pela retração da argila devido à sua diminuição de umidade, o que em contato com a rocha pode gerar tensões capazes de fraturá-la. - Ciclos gelo/degelo: as fraturas existentes nas rochas podem se encontrar parcialmente ou totalmente preenchidas com água. Esta água, em função das condições locais, pode vir a congelar, expandindo-se e exercendo esforços no sentido de abrir ainda mais as fraturas preexistentes na rocha, auxiliando no processo de intemperismo (a água aumenta em cerca de 8% o seu volume devido à nova arrumação das suas moléculas durante a cristalização). Vale ressaltar também que a água transporta substâncias ativas quimicamente, incluindo sais que ao reagirem com ácidos provocam cristalização com aumento de volume. - Alívio de pressões: irá ocorrer em um maciço rochoso sempre que da retirada de material sobre ou ao lado do maciço, provocando a sua expansão, o que por sua vez, irá contribuir no fraturamento, estricções e formação de juntas na rocha. Estes processos, isolados ou combinados (caso mais comum) "fraturam" as rochas continuamente, o que permite a entrada de agentes químicos e biológicos, cujos efeitos aumentam o fraturamento e tende a reduzir a rocha a blocos cada vez menores. Por outro lado, o intemperismo químico irá provocar alterações na estrutura química das rochas. A hidrólise, hidratação (responsável pela expansão da rocha) e carbonatação (principalmente em rochas calcárias) são os exemplos clássicos de intemperismo químico. - Hidrólise: dentre os processos de decomposição química do intemperismo, a hidrólise é a que se reveste de maior importância, porque é o mecanismo que leva a destruição dos silicatos, que são os compostos químicos mais importantes da litosfera. Em resumo, os minerais na presença dos íons H+ liberados pela água são atacados, reagindo com os mesmos. O H+ penetra nas estruturas cristalinas dos minerais desalojando os seus íons originais (Ca++, K+, Na+, etc.) causando um desequilíbrio na estrutura cristalina do mineral e levando-o a destruição. - Hidratação: é a entrada de moléculas de água na estrutura dos minerais. Alguns minerais quando hidratados (feldspatos, por exemplo) sofrem expansão, levando ao fraturamento da rocha. - Carbonatação: o ácido carbônico é o responsável por este tipo de intemperismo. O intemperismo por carbonatação é mais acentuado em rochas calcárias por causa da diferença de solubilidade entre o CaCO3 e o bicarbonato de cálcio formado durante a reação. O intemperismo biológico é resultante da ação de esforços mecânicos induzidos por raízes de vegetais, escavação de roedores e, até mesmo, a própria ação humana. Enfatiza-se6 que o conjunto desses processos ocorre mais frequentemente em climas quentes e que, consequentemente, os solos serão misturas de partículas pequenas que se diferenciam pelo tamanho e pela composição química. Analisando a formação dos solos face aos tipos de intemperismo, verifica-se que os solos resultantes de intemperismo físico irão apresentar composição química semelhante à da rocha que lhes originou. 5 PAULO CÉSAR LODI. Mecânica dos Solos. Volume I. UNESP. 6 PINTO, C. S. (2000). Curso Básico de Mecânica dos Solos em16 Aulas, 247 págs., Oficina de Textos, São Paulo. APOSTILAS OPÇÃO Geografia 8 Por outro lado, o intemperismo químico irá formar solos mais profundos e mais finos do que os solos formados onde há predominância do intemperismo físico. Produtos do intemperismo O solo é o principal produto resultante da ação do intemperismo, no qual as ações em torno dele como a erosão também são consequências. Conforme definição do Instituto de Terras, Cartografia e Geologia do Paraná, o solo é “Produto do intemperismo físico e químico das rochas, situado na parte superficial do manto de intemperismo. Constitui-se de material rochoso desintegrado e decomposto7”. Fatores pedogenéticos Os principais fatores ligados à formação dos solos são: - O relevo na formação dos solos8 A ação do relevo reflete diretamente sobre a dinâmica da água, tanto no sentido vertical (infiltração) como lateral (escorrimentos superficiais – enxurradas – e dentro do perfil); e indiretamente sobre o clima dos solos (temperatura e umidade), através da incidência diferenciada da radiação solar, do decréscimo da temperatura com o aumento das altitudes, e sobre os seres vivos – os tipos de vegetação natural importantes na formação dos solos. A água que cai sobre um terreno e não evapora tem apenas dois caminhos: ou penetra no solo ou escorre pela superfície. Geralmente, segue concomitantemente ambos os caminhos, com maior ou menor participação de um ou outro, dependendo das condições do relevo (declividade e comprimento da vertente); da cobertura vegetal; e de fatores intrínsecos do solo. Em terrenos declivosos, a quantidade de água que penetra no solo é, em igualdade de incidência de precipitação pluvial, normalmente menor que nos menos inclinados. Na coexistência de ambas as situações, compartilhando uma porção da paisagem, as áreas menos declivosas recebem o acréscimo de água do escoamento superficial e subsuperficial proveniente das áreas mais altas. Os solos de relevo íngreme são submetidos ao rejuvenescimento, através dos processos erosivos naturais e, em geral, apresentam clima mais seco do que aqueles de relevo mais suaves.Os solos rasos e pouco profundos das vertentes declivosas são naturalmente coabitados por matas mais secas do que as dos terrenos contíguos menos íngremes. Disso resultam solos menos profundos e evoluídos do que os situados em condições de relevo mais suave, onde as condições hídricas determinam ambiente úmido mais duradouro. Em terrenos aplainados, a eliminação da água pelo escorrimento superficial é diminuta; assim, há um acentuado fluxo de água através do perfil, favorecendo a lixiviação (extração ou solubilização dos constituintes químicos de uma rocha, mineral ou solo) em sistema de drenagem livre. Nos terrenos de relevo subaplainado ou deprimido, em ambiente de drenagem impedida, determinando sistema fechado, as condições são ideais para os fenômenos de redução, devido ao prolongado encharcamento, resultando em solos particulares, denominados hidromórficos. Outra implicação importante do relevo é sobre a taxa de radiação e, consequentemente, sobre o clima do solo em diferentes situações de exposição dos terrenos à ação solar. 7 <http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/glossario/conteudo.php?conteud o=S> Em regiões montanhosas, por exemplo, dependendo da orientação das encostas, a variação de incidência da radiação solar é significativa. - O clima na formação dos solos O clima constitui um dos mais ativos e importantes fatores de formação do solo. De seus elementos, destacam-se, em nosso país, pela ação direta na pedogênese: - a temperatura; - a precipitação pluvial - a deficiência e o excedente hídrico A latitude influi diretamente nos regimes térmicos regionais. É muito importante no desenvolvimento dos solos, pois a velocidade das reações químicas que neles se processam é maior e diretamente proporcional ao aumento da temperatura. Além da temperatura, a quantidade de água de chuva que atinge, penetre, permaneça ou escorra na superfície é um fator igualmente importante no processo de formação do solo. Regiões com farta disponibilidade de água excedente apresentam, normalmente, solos mais evoluídos do que regiões secas. O enorme volume de água que flui através dos solos nas regiões úmidas promove a hidratação de constituintes e favorece a remoção dos cátions liberados dos minerais pela hidrólise, acelerando as transformações de constituintes e, consequentemente, o processo evolutivo do solo. Da conjugação de variados regimes de temperatura e umidade, resulta essencialmente a ocorrência de climas distintos ao longo do território brasileiro e, por conseguinte, de ações formadoras de solo também diferenciadas. Entre os baixos platôs amazônicos quentes e úmidos, o sertão nordestino quente e semiárido e os planaltos sulinos frios e úmidos, há diferenças apreciáveis no que concerne à formação de solos, em consequência das disparidades de condições pedoclimáticas. Na região amazônica, a conjunção de alta temperatura e alta precipitação pluvial, ao longo do ano, favorece a efetivação das reações químicas que se processam nos solos. Por exemplo: solos bastantes intemperizados, profundos, essencialmente cauliníticos, muito pobres quimicamente, com reações bastante ácidas. No Nordeste semiárido, a escassez de umidade contribui para diminuição da velocidade e intensidade dos processos pedogenéticos, resultando em solos pouco desenvolvidos, rasos ou pouco profundos, cascalhentos ou pedregosos e/ou com relativa abundância de minerais primários pouco alterados e minerais de argila de elevada atividade coloidal. Por exemplo: solos pouco lixiviados, quimicamente ricos, pouco ácidos e ligeiramente alcalinos ou mesmo com altos teores de sais solúveis e de sódio trocáveis. Nos planaltos sulinos, as baixas temperaturas e a constante umidade favorecem a formação de solos com espessas camadas superficiais escuras e ricas em M.O (Molibdênio), conferindo-lhes particular morfologia, além de influenciar mais ativamente os processos de transformações e neoformações. Por exemplo: solos não muito desenvolvidos, pouco profundos, por vezes pedregosos, quimicamente pobres, muito lixiviados, de reação bastante ácida e consideravelmente ricos em constituintes orgânicos. 8 Geografia Física II / Fernando Moreira da Silva, Marcelo dos Santos Chaves, Zuleide Maria C. Lima. – Natal, RN: EDUFRN, 2009. APOSTILAS OPÇÃO Geografia 9 - Os organismos na formação dos solos Os organismos – microflora e macroflora, microfauna e macrofauna – pelas suas manifestações de vida, quer na superfície quer no interior dos solos, atuam como agentes de sua formação. O homem também faz parte desse contexto, pois, pela sua atuação, pode modificar intensamente as condições originais do solo. Dos organismos, sobressai por sua intensa e mais evidente ação como fator pedogenético a macrofauna. Qual a importância da cobertura vegetal para o solo? A cobertura vegetal tem uma ação passiva como agente atenuante do clima; porém, é como agente ativo na formação do solo que ela se destaca. Sua ação protetora depende de sua estrutura e tipo. Por exemplo: na Amazônia, a cobertura vegetal é eficaz (protege o solo contra a ação das chuvas). Na região de caatinga semiárida do nordeste, o efeito protetor é pouco efetivo na proteção do solo, resultando em acentuadas enxurradas de forte poder erosivo. O anteparo da cobertura vegetal exerce efeito atenuador na temperatura da parte mais superficial dos solos, repercutindo na diminuição da evapotranspiração. A ação pedológica passiva da cobertura vegetal desempenha ainda outras funções protetoras, intervindo na fixação de materiais sólidos, como nas dunas ou nas planícies aluviais. A vegetação tem participação ativa nos processos de TC (condições de drenagem através do tempo) no material do solo, pela ação do contato direto das raízes com as superfícies coloidais além da relevante participação no estoque de nutrientes do sistema, os quais retornam aos solos devolvidos pelos resíduos vegetais. A ação mais importante da cobertura vegetal ocorre, nos fenômenos de adição, tanto na superfície, através dos resíduos vegetais aí depositados, como no interior do solo, mediante restos que se decompõem. A macrofauna tem importância como agente homogeneizador dos solos. Nessa situação em particular, são muito citados os efeitos dos cupins, das formigas, dos tatus e de muitos roedores que cavam buracos. As minhocas, abrindo galerias, melhoram a aeração dos solos. Os micróbios, por sua vez, têm ação marcante na decomposição dos compostos orgânicos, na fixação de nitrogênio e em processos de oxidação e/ou redução. E o homem? Constitui um elemento perturbador da constituição e arranjo das camadas dos solos, através das modificações que imprime na paisagem, como: - desmatamento, - reflorestamento, - abertura de estradas, - aplainamento - escavações, Ou através de alterações que realiza diretamente no solo, como: - aplicação de corretivos e fertilizantes, - arações, - irrigação, - drenagem e deposição de restos da sua fauna diária. - O tempo na formação dos solos Dos fatores de formação, o tempo é o mais passivo: não adiciona, não exporta material nem gera energia que possa acelerar os fenômenos de intemperismo mecânico e químico, necessário à formação de um solo Contudo, o estado do sistema solo não é estático: varia no transcorrer das transformações, transportes, adições e perdas que têm lugar na sua formação e evolução. O conhecimento da duração do período de gestação dos solos é, contudo, muito complexo. A Geomorfologia ensina que, no Brasil, é possível encontrar desde materiais de origem recente até os mais velhos de que se têm notícias na Terra. Onde são encontrados exemplos de solos de cronologia recente? Nas planícies aluviais que ainda recebem, através das inundações, adições periódicas de material. Onde são encontrados exemplos de solos de cronologiamais antiga? Nos planaltos que constituem os divisores dos grandes sistemas hidrográficos, como por exemplo o Planalto Central Brasileiro. Seu início se deu há milhões de anos. Qual a diferença entre idade e maturidade dos solos? A idade (cronologia) é a medida dos anos transcorridos desde seu início até determinado momento, enquanto a maturidade (evolução) é expressa pela evolução sofrida, manifestada por seus atributos em dado momento de sua existência. Assim, alguns solos podem apresentar idade absoluta relativamente pequena e serem bem mais maduros que outros com idade absoluta bem maior Conservação do solo - Práticas de manejo do solo Práticas de manejo e conservação do solo são ações e técnicas utilizadas para manter ou melhorar a qualidade do solo ou, ainda, evitar e reduzir a degradação de suas propriedades. Na agricultura, as principais funções do solo que devem ser mantidas para garantir sua qualidade são a de sustentar a produção vegetal e a de regular o ciclo natural da água. A erosão hídrica, causada pelo uso e ocupação do solo que expõe a superfície às chuvas intensas, é uma das principais causas da degradação dos solos, promovendo o arraste de terra, de matéria orgânica e de nutrientes vegetais. Além de reduzir a produtividade agrícola, produz poluição e assoreamento de cursos d’água. Por isso, o principal objetivo das práticas de manejo e conservação do solo deve ser controlar a erosão. O controle da erosão e a redução da degradação do solo, da água e do ambiente tornarão as áreas agrícolas sempre produtivas e, no longo prazo, a agropecuária uma atividade sustentada. A escolha da prática conservacionista mais adequada a uma determinada área depende de fatores como o tipo de solo, a declividade, a posição no relevo, o tipo de cultivo ou cultura e as condições socioeconômicas. Vale lembrar que não devem ser implantadas práticas isoladas de conservação do solo, devendo-se considerar que apenas o conjunto de práticas, estabelecidas em um planejamento conservacionista, é que promoverá resultados satisfatórios no controle da erosão. Outro ponto a destacar é que, do ponto de vista da conservação do solo e da água, a unidade de terreno para planejamento de ações deve ser uma bacia hidrográfica, ou microbacia, como tem sido mais comumente referida, porque é nessa unidade que todos os processos erosivos, associados aos processos hidrológicos, estão inter-relacionados e constituídos. Para que o conjunto de práticas conservacionistas possa atuar adequadamente no controle da erosão, atacando a causa do problema, é fundamental conhecer a vulnerabilidade do local e o processo que está causando a degradação do solo. O processo de erosão hídrica do solo é uma sequência de três fases ou eventos sucessivos e concomitantes: a desagregação da superfície do solo, o escoamento da água e o transporte de terra e, por fim, a deposição do material transportado nos pontos mais baixos do relevo ou nos corpos d’água. As práticas conservacionistas devem atuar nessas três fases e, para isso, três estratégias principais são utilizadas: APOSTILAS OPÇÃO Geografia 10 (A) aumento da cobertura vegetal do solo, visando reduzir a desagregação pela redução da energia do impacto das gotas de chuva na superfície; (B) aumento da infiltração da água no perfil do solo, visando diminuir o escoamento dessa água na superfície e aumentar sua armazenagem no solo, proporcionando crescimento da produção vegetal e redução dos riscos durante veranicos; (C) controle do escoamento superficial e consequente redução do transporte do solo pelo processo erosivo, diminuindo a poluição dos mananciais por sedimentos ou insumos agrícolas e regularização do regime hídrico. Duas outras estratégias são também importantes: (D) sistematização do terreno e; (E) bioengenharia. Referências Bibliográficas: Boletim IAC 200. Instruções Agrícolas para as principais Culturas econômicas. 7ª edição – IAC. São Paulo: Campinas, 2014. Questões 01. (IGP/SC – Perito Criminal Ambiental – IESES/2017) No tocante à formação dos solos, assinale a alternativa correta: (A) O solo é formado a partir de processos internos do planeta Terra, como o vulcanismo e o movimento das placas tectônicas. (B) Os solos se formam com mais facilidade em áreas com pouca ação dos ventos, da chuva, das variações climáticas e interferência dos seres vivos. (C) O solo se forma a partir dos processos de intemperismo, que aceleram a decomposição das rochas de origem. (D) Os solos do planeta Terra formaram-se há milhares de anos a partir do acúmulo de sedimentos que caíram no planeta Terra oriundos dos meteoros. 02. (FUNAI – Engenheiro Agrônomo – ESAF/2016) Os solos são um importante recurso natural renovável suportando a vida e as atividades humanas economicamente, com notável importância nas práticas agropecuárias com vistas à geração de alimentos. Os solos são formados a partir da decomposição das rochas de origem, que daí adquirem morfologia variada e oportunizam diferentes classificações. Considerando pois, a origem, morfologia e classificação dos solos, assinale a opção correta. (A) Os termos aluviais e eluviais permitem classificar os solos quanto à origem: aluviais são os solos formados por rochas encontradas no mesmo local da formação, isto é, a rocha matriz que foi decomposta e se alterou para a formação do solo e se encontra no mesmo local do solo; enquanto os eluviais são os solos formados por transporte e sedimentação do material de rochas localizadas em outros lugares, graças à ação das águas e dos ventos. (B) O Intemperismo físico, mediado por variações de temperatura, calor ou pelo congelamento de água em fissuras, não promove alteração na composição da rocha. (C) A classificação dos solos discrimina os horizontes em um perfil a partir da rocha mãe, ou material de origem que, por isso, recebe a denominação de horizonte O; a partir deste, em sentido ascendente, denominam-se outros horizontes numa sequência alfabética sucessiva: A, B, C. (D) Quanto mais velho é o solo, maior é o tempo de atuação dos fatores de formação e dos processos resultantes, bem como maior é a relação deste solo com o material de origem. (E) Todo material de origem animal ou vegetal incorporado ao solo, independente do estado de decomposição, é caracterizado como matéria orgânica que contribui para melhorar a textura do solo, aumentar a aeração e a taxa de infiltração via aumento de sua densidade. Gabarito 01. C/02. B Transcorridos mais de cinco séculos desde o início da colonização portuguesa, o Brasil ainda guarda em seu território uma impressionante diversidade de paisagens naturais, o que constitui inestimável tesouro. Montanhas recobertas por florestas tropicais, campos de gramíneas estendendo-se a perder de vista, planícies inundáveis, a maior floresta equatorial do mundo e serras que abrigam grandes extensões de pinheiros nativos são alguns exemplos da exuberante natureza brasileira. No entanto, é preciso alertar que essas paisagens naturais, mais do que nunca, correm o risco de desaparecer devido à incessante degradação imposta pelo homem, que age destrutivamente na busca do lucro imediato. Um dos maiores geógrafos brasileiros, o professor Aziz Nacib Ab’Saber, classificou as paisagens brasileiras sob o ponto de vista morfoclimático, pois resultam da interação dos seguintes fenômenos naturais: * estrutura geológica e relevo; * clima; * formação vegetal; * rede hidrográfica. Para que possamos melhor compreender as paisagens morfoclimáticas identificadas pelo professor Ab’Saber, bem como apontar algumas ameaças à sua existência, é necessário, antes, estudar cada um dos elementos naturais que as compõem. A base do território: estrutura geológica e relevo: Estrutura geológica é a base de um território. Corresponde à sua composição rochosa. Já o relevo é a forma apresentadapelo território aos nossos olhos: montanhas mais altas, montanhas rebaixadas, planícies, depressões. O território brasileiro é parte integrante da placa sul- americana. Esta, juntamente com as demais placas tectônicas, constitui a crosta terrestre, invólucro rochosos do planeta com cerca de 30 quilômetros de espessura. A crosta terrestre flutua sobre o manto, material pastoso em estado de fusão genericamente chamado de magma. Ao flutuar sobre o magma, as placas tectônicas frequentemente se chocam, provocando simultaneamente terremotos e elevações montanhosas (desdobramentos modernos). Nessas áreas é comum surgirem vulcões, já que a presença das fendas que individualizam as placas permite o extravasamento do magma. Entretanto, nada disso ocorre no território brasileiro, que está localizado no centro da placa sul-americana. Longe da borda dessa placa, local que fica à colisão com outras placas tectônicas, em nosso país raramente são registrados abalos sísmicos ou vulcanismo atuante. Essa teoria pode ser comprovada visualmente, pois no Brasil só ocorrem dois dos três tipos principais de estrutura geológica (escudos cristalinos, bacias sedimentares e dobramentos modernos) encontradas na crosta terrestre: 5 Relevo terrestre e seus agentes APOSTILAS OPÇÃO Geografia 11 Maciços antigos ou escudos cristalinos – são o embasamento mais antigo da crosta terrestre. Formados no período geológico Pré-cambriano, apresentam rochas cristalinas magmáticas e metamórficas. Rochas cristalinas – No Brasil, as rochas cristalinas não fazem parte do ciclo de solidificação, transformação (por temperatura e pressão) e fusão, que só ocorre nas áreas de vulcanismo atuante. Bacias sedimentares – formadas por rochas originárias da deposição de sedimentos nas concavidades da crosta terrestre. Por isso, essas rochas recebem o nome de sedimentares, tendo sido formadas no Paleozoico, Mesozoico e Cenozoico a partir de sedimentos transportados pelos agentes externos que modelam o relevo: as intempéries – chuva, vento, neve, etc. Dobramentos modernos: Além desses dois tipos de relevo, há um terceiro: os desdobramentos modernos ou montanhas jovens. Constituem as maiores elevações da Terra, formadas no período Terciário da Era Cenozoica. Essas montanhas ocorrem nas áreas de contato entre as placas tectônicas, que são também os locais mais vulneráveis à pressão que ainda hoje é exercida pelas forças internas oriundas do magma. Nessas áreas, costumam ser frequentes abalos sísmicos (terremotos) e atividades vulcânicas (vulcões ativos). Contudo, em épocas mais remotas, ocorreu intenso tectonismo no território brasileiro, especialmente na atual região Sudeste. Nesse caso, movimentos de placas tectônicas geraram, simultaneamente, o soerguimento de algumas áreas e o rebaixamento de outras. Daí surgiram as chamadas Terras Altas do Sudeste, parcialmente entremeadas pelo vale do rio Paraíba, que se encaixa entre a Serra da Mantiqueira e a Serra do Mar, entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Agentes da mudança: O relevo terrestre sofre a ação de agentes endógenos e exógenos. Os agentes endógenos, especialmente o tectonismos, têm origem na ação de forças internas sobre a estrutura da Terra. É esse movimento da crosta terrestre que forma o relevo. Os agentes exógenos são os fatores externos que modelam o relevo, como o vento, a chuva e o calor. * Orogênese: processo tectônico causado por movimentos horizontais da crosta terrestre que, por sua vez, resultam no choque de placas tectônicas. Esse fenômeno originou os grandes cinturões de montanhas, como os Alpes, os Andes e o Himalaia; * Epirogênese: movimento tectônico causado por pressões verticais do magma, oriundas de suas variações térmicas. Esse fenômeno formou as serras do Mar e da Mantiqueira, bem como o vale do rio Paraíba. Relevo e estrutura geológica são conceitos diferentes. O relevo corresponde à forma apresentada pela superfície terrestre, estudada por um ramo da ciência chamado geomorfologia. A estrutura geológica corresponde à natureza das rochas que compõem o relevo. As rochas podem ser de três tipos: Magmáticas – são as rochas resultantes da solidificação do magma. Dividem-se em dois grandes grupos: * Intrusivas, quando a solidificação ocorre no interior da crosta terrestre. Esse processo de solidificação é mais lento, o que permite o desenvolvimento de grandes cristais visíveis a olho nu. Esses cristais formam as rochas cristalinas, como o granito e o quartzo; * Extrusivas, formadas na superfície, de origem vulcânica. Como o resfriamento e a solidificação são muito rápidos, não há tempo para a formação de grandes cristais. O exemplo mais comum desse grupo de rochas é o basalto. Metamórficas – rochas oriundas da transformação físico- química de outras previamente existentes. São exemplos desse tipo de rocha o mármore, resultante da transformação do calcário, e o gnaisse, da transformação do granito. Sedimentares – são as rochas formadas sobretudo pela deposição de detritos. Esses detritos podem ser de rochas preexistentes, caso do arenito, ou de matéria orgânica, caso do carvão mineral, que resulta da decomposição, sedimentação e compactação de antigas florestas. O relevo brasileiro é modelado principalmente pelas intempéries, isto é, pelas variações rigorosas dos elementos climáticos, como a temperatura, o vento e a chuva, que atuam sobre as rochas causando alterações físicas e químicas. Essa atuação é chamada de intemperismo. Nas regiões de alta pluviosidade prevalece o intemperismo químico, que leva ao desgaste das rochas pela transformação dos minerais por oxidação e outras reações químicas com a água. Nas regiões de menor pluviosidade, como o sertão nordestino e o Centro- Oeste, prevalece o intemperismo físico, fenômeno de dilatação e contratação das rochas pela oscilação de temperatura, o que provoca a sua fragmentação. A esculturação do relevo é muitas vezes acelerada pela ação antrópica (humana), que pode alterar tanto o processo de erosão como o de sedimentação. As bacias sedimentares: Já sabemos que as rochas sedimentares são formadas de detritos dos mais variados tipos de rochas, que foram submetidas ao intemperismo, processo físico-químico responsável pela sua desagregação e transformação. Esses detritos, transportados pela água, vento ou gelo, depositam-se nas grandes depressões da superfície terrestre, formando as bacias sedimentares. Durante a era Mesozoica, quando a bacia sedimentar do Paraná estava sendo formada, ocorreu uma intensa atividade vulcânica no território brasileiro, basicamente sob forma de imensos derrames de lava. Esses derrames vulcânicos formaram rochas basálticas, cuja decomposição originou a terra roxa, solo extremamente fértil que determinou a vocação agropecuária do oeste do estado de São Paulo e norte do estado do Paraná. A bacia sedimentar do Paraná também se destaca pela ocorrência de outro magnífico recurso estratégico: um imenso depósito de água potável. Trata-se do Aquífero Guarani, um gigantesco lençol freático que ocupa uma área total de 1.200.000 km², estendendo-se por terras brasileiras e dos outros três países do Mercosul. Os escudos cristalinos: Os afloramentos dos escudos cristalinos correspondem a 36% do território brasileiro. São áreas ricas em ocorrências minerais de grande valor comercial. Esses minerais podem ser não-metálicos, como o granito e as pedras preciosas, ou metálicos, como o ferro e a bauxita. Os minerais metálicos são abundantes no Brasil. Encontrados principalmente em rochas que se formaram durante a era Proterozoica, os mais importantes são: * o ferro, explorado principalmente no Quadrilátero Ferrífero, em Minas Gerais, e na Serra dos Carajás, no Pará; * o manganês, cujas principais jazidas situam-se no maciço de Urucum (MS) e na Serra do Navio (AP); a extração, porém, émaior em Conselheiro Lafayette (MG) e na Serra dos Carajás (PA); * a bauxita, explorada no vale do rio Trombetas, no Pará, e a cassiterita, principalmente em Rondônia e Minas Gerais. APOSTILAS OPÇÃO Geografia 12 O Brasil possui ouro encontrado principalmente em Minas Gerais, explorado em minas profundas, e no Pará, onde geralmente é extraído em garimpos clandestinos. Impulsionada pelo Estado, a exploração desses e de outros minérios constituiu um dos pilares que sustentaram o início do processo de industrialização, nas décadas de 1940 e 1950. O marco dessa época foi a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda (RJ), em 1941. Todavia, desde os anos 1950, tem crescido gradualmente a participação do capital estrangeiro no setor, especialmente dos Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, Alemanha e Japão. Exemplo disso é a atual política de flexibilização dos monopólios estatais, que muitas vezes resultou na privatização de empresas. Foi o caso da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), privatizada em 1997. O relevo brasileiro e suas classificações A classificação do relevo de Aroldo de Azevedo: Uma das mais antigas divisões do relevo foi feita na década de 1940 pelo professor Aroldo de Azevedo e serviu de base para todas as outras divisões feitas posteriormente. Ao elaborar sua divisão, ele levou em conta principalmente as diferenças de altitude. Desse modo, as planícies foram classificadas como as partes do relevo relativamente planas com altitudes inferiores a 200 metros. Por sua vez, os planaltos foram considerados as formas de relevo levemente onduladas, cujas altitudes superam 200 metros. Essa classificação divide todo o território brasileiro em planaltos, cuja área total ocupa 59% de toda a superfície do país, e planícies, que ocupam os 41% restantes. A classificação do relevo de Aziz Ab’Saber: No final da década seguinte, de 1950, o professor Aziz Nacib Ab’Saber aperfeiçoou a divisão do professor Aroldo de Azevedo, introduzindo critérios geomorfológicos, especialmente as noções de sedimentação e de erosão. As áreas nas quais o processo de erosão é mais intenso do que o de sedimentação foram chamadas de planaltos. As áreas em que o processo de sedimentação supera o de erosão foram denominadas planícies. Nota-se, assim, que essa classificação não leva em conta as cotas altimétricas do relevo, mas os aspectos de sua modelagem, ou seja, a geomorfologia. A classificação do relevo de Jurandyr Ross: Em 1989 o professor Jurandyr Ross elaborou uma outra classificação do relevo, dessa vez usando como critério três importantes fatores geomorfológicos: * a morfoestrutura – origem geológica; * o paleoclima – ação de antigos agentes climáticos; * o morfoclima – influência dos atuais agentes climáticos. Trata-se de uma divisão inovadora, que conjuga o passado geológico e o passado climático com os atuais agentes escultores do relevo. Com base nesses critérios, o professor Ross identifica três tipos de relevo: * planaltos – porções residuais salientes do relevo, que oferecem mais resistência ao processo erosivo; * planícies – superfícies essencialmente planas, nas quais o processo de sedimentação supera o de erosão; * depressões – áreas rebaixadas por erosão que circundam as bordas das bacias sedimentares, interpondo-se entre estas e os maciços cristalinos. Questões 01. (SEDUC/PI – Professor de Geografia – NUCEPE/2015) Para análise das paisagens naturais brasileiras o geógrafo Ab’Saber (1967) propôs uma classificação em domínios morfoclimáticos. Marque a alternativa que apresenta CORRETAMENTE os aspectos relacionados à concepção da leitura das paisagens por Ab’Saber. (A) Expressa a relação intrínseca entre as condições fitogeográficas, flutuações climáticas e as formas do modelado da superfície terrestre. (B) As delimitações geográficas dos domínios morfoclimáticos brasileiros são precisas, a partir das condições específicas de cada um, sem áreas de transição ou interconexão entre eles. (C) Os domínios morfoclimáticos brasileiros são propostos considerando os aspectos geológicos e geomorfológicos das bacias hidrográficas. (D) Utiliza como critério para classificação o endemismo como o que ocorre no Cerrado e na Caatinga, domínios morfoclimáticos brasileiros exclusivos da região Nordeste. (E) Considera os aspectos inerentes à classificação dos macrocompartimentos do relevo brasileiro como planícies, planaltos e depressões. 02. (TJ/SC – Técnico Auxiliar – TJ/SC) De acordo com o geógrafo Aziz Ab’Saber, existem no Brasil seis grandes áreas que se caracterizam pelo predomínio de uma paisagem natural, são os Domínios Naturais ou Morfoclimáticos. Sobre eles e suas principais características, assinale as proposições corretas: I O Domínio das Pradarias, localiza-se em uma área de planície inundável, solos férteis e coberto por uma vegetação de gramíneas. Por estar distante dos grandes centros industriais do país, apresenta uma menor interferência pelas atividades humanas. II O Domínio da Caatinga, corresponde ao Sertão Nordestino e é constituído por formações xerófitas e arbustos espinhentos e caducifólios. III As condições de aridez e a pequena diversidade biológica do Domínio da Caatinga explicam porque este domínio apresenta menores índices de degradação ambiental. IV O Domínio de “Mares de Morros” recebe esta denominação em virtude da sua forma de relevo que se caracteriza por apresentar morros arredondados, intensamente desgastados pela erosão, correspondendo aos planaltos e serras do Sudeste que já estiveram recobertos por uma floresta tropical úmida, a Mata Atlântica, hoje quase totalmente devastada. Estão corretas as proposições: (A) Todas as proposições estão corretas (B) I, II e III (C) II, III e IV (D) I e II (E) II e IV Gabarito 01. A/02. E Dinâmica Climática “Tempo bom, com nebulosidade; temperatura em ligeiro declínio”. Os meios de comunicação divulgam, diariamente, 6 A atmosfera e sua dinâmica: tempo; clima APOSTILAS OPÇÃO Geografia 13 informações sobre o tempo. Nessa acepção, tempo é o estado momentâneo da atmosfera em determinado local. Para determinar as condições do tempo, é preciso considerar os fenômenos atmosféricos: temperatura do ar, pressão atmosférica, vento, umidade, precipitações (como chuva, granizo e neve), geadas, massas de ar. Como esses fenômenos variam frequentemente, essa mesma variação ocorre com o tempo, que muda constantemente. A expressão “tempo bom” – muito empregada em nosso cotidiano – é uma expressão relativa. Para quem pretende ir ao clube ou à praia, um tempo quente e ensolarado será considerado bom. Já para um agricultor, cuja plantação esteja comprometida pela falta de chuvas, esse tempo quente e ensolarado será considerado ruim. Clima é o conjunto de variações do tempo, de uma determinada região, durante um longo período (30 anos, aproximadamente). Assim, para determinar o clima de um local, é necessário analisar o comportamento dos fenômenos atmosféricos, também denominados elementos climáticos, inclusive a atuação das massas de ar. Por meio dessa análise, são identificados, por exemplo, os períodos de chuva e sua quantidade (índice pluviométrico); os meses mais quentes e mais frios. Pressão atmosférica O ar tem peso e este peso é denominado pressão atmosférica. Quanto mais denso for o ar, maior será a pressão exercida por ele. É ao nível do mar que o ar encontra-se mais denso, mais concentrado; portanto, a pressão atmosférica é maior nessa área. Conforme aumenta a altitude, o ar torna-se menos denso – mais rarefeito – e, consequentemente, a pressão exercia por ele diminui. O ar de desloca das áreas de alta pressão, nas quais encontra-se muito concentrado, para as áreas de baixa pressão, nas quais sua concentração é menor. Quando este deslocamento de ar – denominado vento – ocorre
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