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apostila de geografia

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Matérias para 
 CONCURSOS PÚBLICOS 
 
 
 Geografia 
 
 
 
Geografia 
1 O espaço natural e econômico: orientação, localização, representação da Terra e fusos horários ................... 1 
2 A Terra: características e movimentos; evolução; camadas da Terra. .................................................................... 3 
3 A deriva continental e a tectônica de placas ................................................................................................................ 4 
4 Rochas: tipos; características. Solos: formação; conservação ................................................................................... 6 
5 Relevo terrestre e seus agentes ................................................................................................................................... 10 
6 A atmosfera e sua dinâmica: tempo; clima. .............................................................................................................. 12 
7 As grandes paisagens naturais da Terra .................................................................................................................... 15 
8 Aspectos demográficos: conceitos fundamentais .................................................................................................... 18 
9 Aspectos econômicos gerais: comércio; recursos naturais e extrativismo mineral; fontes de energia; 
indústria; agricultura ........................................................................................................................................................ 24 
10 Geografia do Brasil: regiões brasileiras: aspectos físicos; aspectos humanos; aspectos políticos; aspectos 
econômicos ......................................................................................................................................................................... 50 
11 Geografia geral: as relações econômicas no mundo moderno: A crise econômica mundial; os blocos 
econômicos; a questão da multipolaridade .................................................................................................................. 61 
12 A globalização ............................................................................................................................................................... 74 
13 Focos de tensão e conflitos mundiais ....................................................................................................................... 81 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Concurso Público. A aquisição do material não garante sua inscrição 
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https://www.apostilasopcao.com.br/contatos.php, com retorno do 
Professor no prazo de até 05 dias úteis. 
 
 
 
PIRATARIA É CRIME: É proibida a reprodução total ou parcial desta 
apostila, de acordo com o Artigo 184 do Código Penal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AVISO IMPORTANTE 
https://www.apostilasopcao.com.br/contatos.php
 
GEOGRAFIA 
 
 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Geografia 1 
 
 
 
 
Orientação 
 
O processo de orientação desenvolve-se para atender à 
necessidade de deslocar-se em um determinado rumo, mesmo 
quando não é possível guiar-se pelos acidentes geográficos. 
 
Meios de Orientação: 
 
a) Sol: onde nasce é o Leste; onde se põe é o Oeste; a partir 
daí, temos os pontos cardeais: 
N – norte (setentrional); 
S – sul (meridional); 
L ou E – leste ou este (oriental); 
O ou W – oeste (ocidental). 
 
b) Lua: processo idêntico ao do Sol. 
 
c) Cruzeiro do Sul: aponta o Sul (apenas no Hemisfério 
Sul). 
 
d) Ventos: conhecendo-se a direção dos ventos 
dominantes. 
 
e) Bússola: sua agulha imantada aponta sempre para o 
norte magnético. 
 
Rosa-dos-Ventos 
 
É formada com os pontos cardeais: Norte, Sul, Leste, Oeste, 
pontos colaterais e os pontos subcolaterais. 
 
Colaterais ficam entre os pontos cardeais: 
NORDESTE – NE – entre norte e este; 
SUDESTE – SE – entre sul e este; 
SUDOESTE – SO – entre sul e oeste; 
NOROESTE – NO – entre norte e oeste. 
 
Subcolaterais ficam entre os pontos cardeais e os 
colaterais: 
N NE – NOR – NORDESTE; 
N NO – NOR – NOROESTE; 
E NE – ES – NORDESTE; 
E SE – ES – SUDESTE; 
S SE – SU – SUDESTE; 
S SO – SU – SUDOESTE; 
O SO – OES – SUDOESTE; 
O NO – OES – NOROESTE. 
 
 
 
 
 
Sistema de Localização Cartográfica, Representação da 
Terra e Fusos Horários 
 
As Coordenadas Geográficas 
 
Qualquer lugar da Terra pode ser localizado por meio de 
um sistema de coordenadas formado por linhas imaginárias: 
os meridianos e os paralelos. Os meridianos ligam o polo 
geográfico norte ao polo geográfico sul e os paralelos cruzam 
perpendicularmente os meridianos. 
 
Os Paralelos e as Latitudes 
 
O Equador – o paralelo principal – está traçado a distância 
de dois polos, formando um plano que divide horizontalmente 
a Terra em duas partes iguais: o hemisfério Norte, também 
chamado setentrional ou boreal, e o hemisfério Sul, também 
chamado meridional ou austral. 
A distância de qualquer ponto da superfície terrestre em 
relação à linha do Equador recebe o nome de latitude, e é dada 
em graus. Definiu-se, portanto, como 0º a latitude do Equador. 
Nos hemisférios Norte e Sul têm-se, respectivamente, latitudes 
norte (N) e sul (S), que medem até 90º. Assim, se forem 
traçados 90 paralelos equidistantes (situados a igual 
distância), em cada hemisfério, a distância entre eles será de 
1º. Todos os lugares situados num mesmo paralelo têm a 
mesma latitude. 
Além do Equador, há quatro outros paralelos importantes: 
o trópico de Câncer e o Círculo Polar Ártico, no hemisfério 
Norte, e o Trópico de Capricórnio e o Círculo Polar Antártico, 
no hemisfério Sul. 
Os trópicos estão distantes 23º27’ (23 graus e 27 minutos) 
em relação ao Equador e indicam os imites máximos ao Sul e 
ao Norte em que os raios solares incidem verticalmente 
durante o solstício de verão. A faixa do planeta situada ente 
os Trópicos de Capricórnio e de Câncer é denominada zona 
tropical ou intertropical, e nela os raios solares incidem 
perpendicularmente num determinado período do ano. Ao 
norte do trópico de Câncer e ao sul do Trópico de Capricórnio, 
os raios solares vão atingir a superfície terrestre sempre de 
forma inclinada (oblíqua nas zonas temperadas e tangente nas 
zonas polares). 
 
Os Meridianos e as Longitudes 
 
O Equador – o paralelo principal – divide a esfera terrestre 
em duas partes iguais. Já os meridianos, como não circundam 
totalmente a esfera terrestre, só a dividem em duas partes 
iguais ou hemisférios junto com seu meridiano oposto, 
chamado anti-meridiano. 
Em 1884 foi estabelecido como referencial ou principal o 
meridiano de Greenwich, que passa próximo à cidade de 
Londres. A partir dessa data, o meridiano de Greenwich e o seu 
anti-meridiano passaram a dividir, por convenção, a esfera 
terrestre em dois hemisférios: Leste ou Oriental e Oeste ou 
Ocidental. 
 
No subúrbio da cidade de Greenwich, próxima a Londres 
(Inglaterra), havia um observatório astronômico no qual, desde 
o século XVIII, eram efetuados cálculos astronômicos para 
auxiliar os navegadores. Em 1884, o meridiano que passava por 
esse observatório foi escolhido como referência inicial, de 
longitude 0º (zero grau). Em 1958, o observatório de Greenwich 
foi desativado e transformado em museu. 
 
A distância de qualquer ponto da superfície terrestre em 
relação ao meridiano de Greenwich recebe o nome de 
longitude, dada em graus. A longitude de Greenwich é, 
portanto, 0º. Nos hemisférios Leste e Oeste têm-se, 
1 O espaço natural eeconômico: orientação, 
localização, representação da 
Terra e fusos horários 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Geografia 2 
respectivamente, longitudes leste (L) e oeste (O), que medem 
até 180º. Assim, os meridianos 180º leste e oeste coincidem. 
Para determinar a localização exata de um ponto na 
superfície terrestre basta ter sua latitude e sua longitude. 
 
Os Fusos Horários 
 
Na segunda metade do século XIX, praticamente todas as 
partes do mundo já eram conhecidas. O desafio do homem 
passou a ser o de criar e aperfeiçoar meios de comunicação e 
de transporte, com o objetivo de facilitar o acesso e o contato 
entre as diversas áreas do planeta. Assim, um sistema comum 
para determinar a hora local tornava-se cada vez mais 
necessário. 
Em 1884, representantes de 25 países reunidos em 
Washington estabeleceram uma divisão do mundo em 24 
fusos de uma hora, tendo como referência as linhas de 
longitudes e baseando-se no fato de que a Terra demora 
praticamente 24 horas (o movimento de rotação da Terra 
completa-se em exatamente 23 horas, 56 minutos e 4 
segundos), para dar uma volta completa em torno do seu 
próprio eixo. Dessa forma, dividindo os 360º da circunferência 
terrestre por 24, temos a medida de cada fuso horário: 15º. 
Cada fuso é delimitado por dois meridianos, e todas as 
localidades situadas dentro dos limites de um fuso têm o 
mesmo horário: a chamada hora legal. 
O fuso referencial para determinação das horas é o de 
Greenwich, cujo centro é 0º; os limites desse fuso são os 
meridianos 7º30’ leste e 7º30’ oeste. A hora determinada pelo 
fuso de Greenwich recebe o nome de GMT (Greenwich 
Meridian Time). A partir disso, são estabelecidos os outros 
limites de fusos horários, cada um com um meridiano em seu 
centro. Por exemplo, uma localidade situada a 38º O tem como 
centro de seu fuso horário o meridiano de 45º O, cujos limites 
são 37º 30’ O e 52º 30’ O. 
Como a Terra gira de oeste para leste, os fusos a leste de 
Greenwich têm as horas adiantadas (+) em relação à hora 
desse fuso inicial. Já os fusos situados a oeste têm as horas 
atrasadas (-) em relação à hora de Greenwich. 
O fuso não é exatamente uma faixa reta e contínua ligando 
um polo a outro. Assim, o horário de determinadas áreas de 
alguns países não correspondem ao horário do fuso em que 
estão localizadas. Existe um limite prático entre os fusos: eles 
seguem os contornos dos limites entre os Estados-Nação ou 
entre as unidades administrativas e de federação (como 
estados e províncias) em que alguns países se dividem. 
Os países com grande extensão territorial no sentido leste-
oeste são atravessados por vários fusos. A Rússia, por exemplo, 
possui 11 fusos horários. 
Mesmo sem um mapa é possível calcular os fusos de 
determinadas localidades desde que se saibam suas longitudes 
e o horário e longitude de outro local, que será tomado como 
referência. 
 
Os Fusos Horários no Brasil 
 
Devido à sua grande extensão no sentido leste-oeste, o 
Brasil apresenta quatro fusos horários diferentes. 
A maior parte do território fica no segundo fuso horário 
(atrasado três horas em relação a Greenwich), que 
corresponde à hora oficial do Brasil – ao horário de Brasília. 
Nesse fuso estão incluídas as regiões Sul, Sudeste, 
Nordeste e parte das regiões Norte e Centro-Oeste. 
O limite prático dos fusos acompanha a divisão política do 
país para evitar a existência de dois fusos dentro do mesmo 
estado, exceção feita ao Amazonas e ao Pará (os maiores 
estados do país). 
 
 
1 http://brasilescola.uol.com.br/brasil/fuso-horario-brasileiro.htm>. 
O Brasil, desde setembro de 2013, possui novamente 
quatro fusos horários. 
 
Veja abaixo, como ocorreu tal processo:1 
 
Como a Terra leva aproximadamente vinte e quatro horas 
para completar o ciclo do movimento de rotação – que resulta 
na existência alternada entre dias e noites –, o planeta é 
dividido em 24 fusos horários, em que cada fuso representa 
uma hora em sua área de abrangência. Essa contagem é feita a 
partir do Meridiano de Greenwich, uma linha imaginária 
estabelecida por convenção e que “corta” a cidade de Londres 
e toda a sua extensão em direção ao sul. 
Dessa forma, todos as localidades que se encontram a leste 
(oriente) em relação a Greenwich tem suas horas somadas 
pelo número de fusos de distância, enquanto tudo o que se 
encontra a oeste (ocidente) tem suas horas diminuídas. 
 
O território brasileiro, por se encontrar no hemisfério 
ocidental, possui o seu horário atrasado em relação ao 
meridiano mencionado. Além disso, em razão de o país possuir 
uma ampla extensão, sua localização é dividida em quatro 
fusos horários. 
 
O primeiro fuso horário brasileiro encontra-se duas 
horas atrasado em relação ao Meridiano de Greenwich e uma 
hora adiantado em relação ao horário de Brasília. Esse fuso 
abrange apenas algumas ilhas oceânicas pertencentes ao 
Brasil, como Fernando de Noronha e Penedos de São Pedro e 
São Paulo. 
 
O segundo fuso horário do país encontra-se três horas 
atrasado em relação a Greenwich e abrange a maior parte do 
território nacional, com a totalidade das regiões Nordeste, 
Sudeste e Sul, além dos estados do Pará, Amapá, Tocantins, 
Goiás e o Distrito Federal. É o horário oficial de Brasília. 
 
O terceiro fuso horário encontra-se quatro horas 
atrasado em relação a Greenwich e uma hora em relação ao 
horário de Brasília. No horário de verão, essa diferença 
aumenta para duas horas, pois os estados abrangidos (Mato 
Grosso, Mato Grosso do Sul, Roraima, Rondônia e a maior parte 
do Amazonas) não fazem parte desse horário especial. 
 
O quarto fuso horário encontra-se cinco horas atrasado 
em relação a Greenwich e duas horas em relação ao horário de 
Brasília, aumentando para três horas durante o horário de 
verão. Abrange somente o estado do Acre e uma pequena parte 
oeste do Amazonas. Esse fuso foi extinto no ano de 2008, 
onde a área passou a integrar o fuso de -4, no entanto, em 
setembro de 2013, essa extinção foi revogada após 
aprovação em um referendo promulgado em 2010. 
 
Referências Bibliográficas: 
 
ANTUNES, Vera Lúcia da Costa. Geografia do Brasil: Quadro Natural e 
Humano. Coleção Objetivo – Livro 24. Editora Sol. 
 
LUCCI, Elian Alabi. Geografia Geral e do Brasil. Elian Alabi Lucci; Anselmo 
Lazaro Branco; Cláudio Mendonça. 3ª edição. São Paulo: Saraiva. 
 
SCALZARETTO, Reinaldo. Geografia Geral – Geopolítica. 4ª edição – Livro 2. 
São Paulo: Anglo. 
 
Questões 
 
01. (UFF – Técnico de Laboratório – Geografia – UFF) A 
bússola é um instrumento de orientação. É formada por uma 
agulha imantada que se apoia num eixo vertical. Essa agulha 
gira sobre um fundo onde estão indicados os pontos de 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Geografia 3 
orientação. A ponta da agulha da bússola indica, 
aproximadamente, a direção: 
(A) sul; 
(B) leste; 
(C) norte; 
(D) oeste; 
(E) sudeste. 
 
02. (SEDUC/RJ – Professor Docente I – CEPERJ/2015) 
Se os alunos observarem diariamente o nascer e o pôr do sol, 
perceberão a regularidade dos pontos de nascente e poente. 
Ficará fácil a determinação dos pontos cardeais usando a 
seguinte convenção: 
(A) O Norte é definido como o ponto à frente de quem, com 
os braços estendidos, aponta o Leste com a mão direita e o 
Oeste com a mão esquerda, ficando o Sul às suas costas. 
(B) O Sul é definido como o ponto à frente de quem, com os 
braços estendidos, aponta o Leste com a mão direita e o Oeste 
com a mão esquerda, ficando o Norte às suas costas. 
(C) O Norte é definido como o ponto à frente de quem, com 
os braços estendidos, aponta o Oeste com a mão direita e o 
Leste com a mão esquerda, ficando o Norte às suas costas. 
(D) O Leste é definido como o ponto à frente de quem, com 
os braços estendidos, aponta o Sul com a mão direita e o Norte 
com a mão esquerda, ficando o Oeste às suas costas 
(E) O Oeste é definido como o ponto à frente de quem, com 
os braços estendidos, aponta o Norte com a mão direita e o Sul 
coma mão esquerda, ficando o Leste às suas costas. 
 
03. (IBGE – Técnico em Informações de Geografia e 
Estatística – CESGRANRIO) No espaço aéreo brasileiro, uma 
aeronave se desloca, em linha reta, de Palmas, no Tocantins, 
para Brasília, no Distrito Federal. 
De acordo com os pontos cardeais, essa aeronave descreve 
uma trajetória no sentido 
(A) sul – norte 
(B) leste – oeste 
(C) norte – sul 
(D) nordeste – sudoeste 
(E) sudoeste – nordeste 
 
04. (IBGE – Agente de Pesquisas e Mapeamento – 
CESGRANRIO) Um avião de pequeno porte se desloca, em 
linha reta, do aeroporto internacional de Brasília, no Distrito 
Federal, em direção a Belém, capital do estado do Pará. 
Considerando a margem de diferença de menos de 1° de 
longitude entre essas duas cidades e os pontos cardeais, a 
aeronave se deslocou no sentido 
(A) Norte – Sul 
(B) Sudeste – Nordeste 
(C) Norte – Sudeste 
(D) Sul – Norte 
(E) Norte – Nordeste 
 
Gabarito 
 
01. C/02. A/03. C/04. D 
 
 
 
Segundo os cientistas, a Terra surgiu há aproximadamente 
4,5 bilhões de anos, resultando da agregação de poeira 
cósmica provocada pela atração gravitacional. 
 
Agregação trata-se de uma das teorias mais atuais sobre a 
formação do universo, conhecida por Teoria da Agregação. 
 
Os choques entre essas partículas de poeira ocasionaram 
reações químicas explosivas, aquecendo o planeta e 
transformando-o numa gigantesca massa incandescente. A 
partir desse momento, um longo processo de resfriamento 
solidificou a parte mais externa da superfície terrestre. 
De sua origem até o estágio atual, a Terra passou por 
diversas transformações, que são estudadas a partir da 
disposição das camadas rochosas e dos fósseis nelas 
encontrados. Essas camadas representam registros dos 
acontecimentos passados, e permitem compreender a 
evolução do planeta. 
 
As Eras Geológicas 
 
A Geologia (ciência que estuda o conjunto da origem, da 
formação e das contínuas transformações da Terra, assim 
como dos materiais orgânicos que a constituem), divide a 
história da Terra em eras geológicas, que correspondem a 
grandes intervalos de tempo divididos em períodos que, por 
sua vez, são subdivididos em épocas e idades. Cada uma dessas 
subdivisões corresponde a algumas importantes alterações 
ocorridas na evolução do planeta. 
 
A Estrutura Interna da Terra 
 
O conhecimento da estrutura interna da Terra é essencial 
ao entendimento dos fenômenos que se manifestam em sua 
superfície, como o vulcanismo e os terremotos, responsáveis 
por modificações na modelagem da superfície terrestre. Os 
terremotos, por exemplo, afetam a vida de milhões de pessoas 
e provocam graves catástrofes naturais na Califórnia (Estados 
Unidos), no Japão, no Chile, na Turquia e em diversos outros 
países. O vulcanismo, outro fenômeno natural causado pelas 
forças internas da Terra, acarreta também graves desastres 
naturais. 
A atividade mineradora também depende do 
conhecimento da estrutura interna da Terra. Os recursos 
minerais são matérias-primas básicas para a produção das 
mercadorias e para a geração da maior parte da energia 
consumida no mundo. 
Os estudos do interior da Terra baseiam-se em 
observações indiretas, pois até o momento, o poço mais 
profundo – o da península de Kola, na Rússia, perfurado em 
1987 – atingiu apenas 13 km. Todo o material que sai pelos 
vulcões vem de profundidade de, no máximo, 200 km. Essas 
medidas, se comparadas com o raio da Terra – 6380 km -, são 
muito pequenas. 
As observações indiretas são obtidas por meio da análise 
dos tremores que ocorrem no interior da Terra, cujas ondas, 
chamadas sísmicas, propagam-se em diferentes direções, 
algumas atingindo o núcleo do planeta. A intensidade destas 
ondas é registrada por sismógrafos, aparelhos que também 
medem a sua velocidade e, portanto, o tempo que elas levam 
para se deslocar do hipocentro (local do interior da Terra onde 
se origina o terremoto) até os locais onde essas ondas sísmicas 
se manifestam na superfície terrestre - o epicentro. 
 
A partir dessas observações, os cientistas chegaram à 
conclusão de que a Terra é formada basicamente por três 
camadas: a crosta terrestre ou litosfera, o manto e o núcleo. 
Na crosta terrestre – camada eterna – são encontradas 
rochas relativamente leves, constituídas principalmente por 
silício e alumínio. Essa camada apresenta uma espessura 
variável: sob os continentes varia de 20 a 70 km (a espessura 
máxima verifica-se nos locais sob as montanhas) e, sob os 
oceanos, onde predominam o silício e o magnésios, varia de 5 
a 15 km. 
2 A Terra: características e 
movimentos; evolução; 
camadas da Terra 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Geografia 4 
O manto – camada intermediária – é formado por rochas 
mais pesadas, como os basaltos, constituídas principalmente 
por magnésio, ferro e silício. Na parte externa do manto há 
uma região conhecida por astenosfera, formada de um 
material pastoso chamado magma. Nela ocorrem 
movimentos de convecção: o magma aquecido sobe das 
porções mais internas da Terra em direção à crosta e, depois, 
volta para o interior à medida que se resfria. Os movimentos 
de convecção dão origem a terremotos e erupções vulcânicas. 
O limite máximo interior do manto é de, aproximadamente, 
2900 km, onde começa a camada mais interna: o núcleo. 
O núcleo, que tem como limite máximo interior a medida 
do raio da Terra, é constituído por níquel e, principalmente, 
por ferro. Ele se encontra subdividido em duas camadas: o 
núcleo externo, que parece ser líquido e vai até 5100 km; e o 
núcleo interno, que é sólido. 
 
A isostasia 
Dá-se o nome de isostasia (do grego isso: igual; e stásis: 
equilíbrio) ao estado de equilíbrio dos blocos continentais da 
crosta terrestre que flutuam sobre a camada do manto. 
Segundo a teoria do cientista inglês George B. Airy (1801-
1892), considerando a crosta terrestre formada por blocos da 
mesma densidade e admitindo-se como correta a hipótese de 
que no manto existe uma zona de material viscoso em estado 
de fusão, quanto mais alto for o bloco montanhoso ou 
continental, maior será sua raiz mergulhada no manto. 
Para termos uma imagem similar desse fenômeno basta 
apreciarmos alguns blocos de gelo boiando na água. Quanto 
mais espessos forem, mais emergem e imergem. (Adaptado de 
Glossário de termos geológicos. Associação Profissional dos 
Geólogos de Pernambuco. Em: www.agp.org.br/glossario-
i.html). 
 
 
 
A Crosta Terrestre em Movimento 
 
Em 1912, o cientista alemão Alfred Wegener elaborou a 
teoria da deriva dos continentes. Observando a semelhança 
entre os contornos dos litorais da América, Europa e África, e 
também de suas rochas, Wegener propôs que, há cerca de 200 
milhões de anos, os continentes estariam todos unidos, 
formando um único bloco, chamado Pangeia, rodeado por um 
único oceano, a Pantalassa, que teria começado a se 
fragmentar com o aparecimento de fendas ou fraturas. Aos 
poucos, os fragmentos teriam se afastado uns dos outros. 
Essa teoria foi contestada pela maioria dos geólogos da 
época. Um dos poucos que a apoiaram, o inglês Arthur Holmes, 
elaborou, em 1928, a hipótese da expansão dos fundos 
oceânicos, baseando-se nos movimentos de convecção do 
magma na atmosfera, camada situada logo abaixo da crosta. 
Para Holmes, o movimento circulatório do magma empurraria 
os continentes. 
Em 1967, Janson Morgan confirmou a hipótese de Holmes: 
os fundos oceânicos estão se deslocando a partir das dorsais, 
que são cordilheiras situadas na porção central dos oceanos 
(meso-oceânicas). 
Constatou-se também que as idades das rochas dos fundos 
oceânicos aumentam à medida que se distanciam das dorsais, 
ou seja, quanto mais próximas dos continentes, mais antigas 
são as rochas. 
A partir dessas constatações, chegou-se à conclusão de que 
o envoltório da Terra (crosta) é descontínuo e fragmentado em 
vários blocos, os quais são formados por partes continentais e 
oceânicas (o fundo ou assoalho dos oceanos). Cada bloco 
corresponde a uma placa tectônica (Ramoda Geologia que 
estuda o dinamismo das forças que interferem na 
movimentação das camadas da crosta terrestre), que se 
desloca pelos movimentos de convecção do magma. A teoria 
da deriva dos continentes foi substituída pela teoria da 
tectônica de placas. 
Ao mesmo tempo em que há o processo de afastamento 
(expansão) entre placas tectônicas, como, por exemplo, nas 
cordilheiras meso-oceânicas, também chamadas zonas de 
divergência de placas, verifica-se também o processo de 
fricção entre essas placas, pelo qual elas são pressionadas 
umas contra as outras – são as chamadas zonas de 
convergência de placas. Nas zonas de convergência, o 
contato entre as placas pode ser de dois tipos: 
 
Subducção – as placas movem-se uma em direção a outra 
e a placa oceânica (mais densa) “mergulha” sob a continental 
(menos densa). A placa oceânica entra em estado de fusão no 
manto. 
 
Obducção ou colisão – choque entre duas placas na 
porção continental. Acontece em virtude da grande espessura 
dos trechos nos quais estão colidindo. É o que ocorre entre a 
placa Indo-australiana e a Euro-asiática Ocidental. 
 
Por meio de raios laser emitidos de satélites artificiais, 
obteve-se a confirmação do movimento das placas tectônicas, 
pois foi possível medir o afastamento dos continentes. A América 
do Sul, por exemplo, afasta-se cerca de 3 cm por ano da África, 
levando a um alargamento do oceano Atlântico. 
 
A estrutura geológica 
 
Nas áreas emersas, a crosta terrestre é formada por três 
tipos de estruturas geológicas, as quais são caracterizadas 
pelos tipos de rochas predominantes e o seu processo de 
formação, e pelo tempo geológico em que surgiram. Essas 
estruturas geológicas são os dobramentos modernos, os 
maciços antigos e as bacias sedimentares. 
Os dobramentos modernos são os trechos da crosta de 
formação recente e, por essa razão, compostos por rochas mais 
flexíveis e maleáveis, situadas relativamente próximas às 
zonas de contato entre placas (zonas convergentes). Devido à 
pressão de uma placa sobre a outra, esta parte da crosta dobra-
se num processo lento e contínuo, dando origem às 
montanhas. 
Os dobramentos modernos são denominados de 
tectonismo horizontal ou movimento orogenético. 
(Orogênese: Resulta do movimento horizontal, responsável 
pela formação das montanhas. Esse movimento provém do 
choque entre as placas em suas zonas de contato, que provoca 
a deformação da crosta, formando dobras em alguns trechos 
dessas placas). 
O deslocamento vertical dos blocos rochosos nas regiões 
de falhamento da crosta é denominado movimento 
epirogenético. (Epirogênese: Resulta de movimentos 
verticais nas regiões de ocorrência de “falhas”. Esses 
movimentos provocam soerguimento ou rebaixamento de 
blocos rochosos da crosta terrestre, em regiões afastadas das 
zonas de contato e, consequentemente, em áreas em que são 
encontradas rochas mais sólidas e estáveis). 
 
Os maciços antigos, também chamados escudos 
cristalinos, são os terrenos mais antigos da crosta terrestre. 
Datam da era Pré-Cambriana (Arqueozoica e Proterozoica) e 
são constituídos basicamente por rochas magmáticas e 
metamórficas. Nos maciços que se formaram na era 
Proterozoica ocorrem as jazidas de minerais metálicos, como, 
por exemplo, as de ferro, ouro, manganês, prata, cobre, 
alumínio, estanho. 
3 A deriva continental e a 
tectônica de placas 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Geografia 5 
A pressão do magma sobre estas estruturas antigas 
provoca fraturas ou falhas na litosfera e, posteriormente, o 
deslocamento vertical de grandes blocos, soerguendo e 
rebaixando a superfície. 
As bacias sedimentares começaram a se formar apenas 
na era Paleozoica. Resultam da acumulação de sedimentos 
provenientes do desgaste das rochas; de organismos vegetais 
ou animais; ou mesmo de camadas de lavas vulcânicas 
solidificadas. É nestas estruturas que se formam importantes 
recursos minerais energéticos, como o petróleo e o carvão 
mineral. 
 
As bacias sedimentares abrangem cerca de 64% do 
território brasileiro; os maciços (escudos) e os dobramentos 
antigos respondem por carca de 36% dessa área, na qual 32% 
dos terrenos formaram-se no período Arqueozoico, e apenas 
4%, no Proterozoico. Nesses últimos, concentram-se, 
sobretudo, rochas metamórficas, nas quais estão presentes as 
mais importantes jazidas de minerais metálicos do país. 
 
A estrutura geológica do Brasil 
 
A estrutura geológica do Brasil apresenta maciços 
(escudos) antigos e bacias sedimentares, não se verificando a 
existência de dobramentos modernos. 
O território brasileiro encontra-se distante da zona de 
instabilidade tectônica – a mais próxima encontra-se junto ao 
oceano Pacífico, nos países andinos. Nessa posição geográfica, 
está livre de vulcanismo. Alguns tremores de terra já foram 
detectados, mas sem registro de destruição de edifícios, pontes 
ou cidades, o que acontece na Colômbia, no Chile e Peru, 
situados próximo às regiões onde ocorre o choque entre as 
placas Sul-americana e de Nazca. 
 
O conhecimento da estrutura geológica do território 
brasileiro é de fundamental importância para se compreender 
o modelado da superfície do país – o seu relevo – e atuar 
racionalmente sobre ele, tanto na exploração dos recursos 
minerais e energéticos como na agricultura e na sua 
conservação, evitando-se processos erosivos prejudiciais à 
economia e ao meio ambiente. 
 
A estrutura geológica do Brasil é caraterizada por três 
tipos de terrenos: 
 
a) Escudos cristalinos: 
Terrenos de formação pré-cambriana, que afloram em 
cerca de 36% do território do país. Nos terrenos arqueozoicos 
(32% do território), encontramos rochas como o granito e 
elevações como a serra do Mar. Nos terrenos proterozóicos 
(4% do território), encontramos rochas metamórficas que 
formam jazidas minerais, principalmente de ferro e manganês, 
como as localizadas na serra dos Carajás, no Pará. 
 
b) Bacias sedimentares: 
Formações recentes, que recobrem cerca de 58% do 
território brasileiro. Nas áreas de formação paleozoica, o 
destaque são as jazidas carboníferas do sul, e nas áreas de 
formação mesozoica, os depósitos petrolíferos do litoral. 
Nos terrenos cenozoicos, destacam-se as planícies. 
 
c) Terrenos vulcânicos: 
Áreas que durante a era Mesozoica sofreram a ação de 
intensos derrames vulcânicos. Na bacia do Paraná, 
particularmente, as lavas esparramaram-se por cerca de 1 
milhão de quilômetros quadrados e originaram rochas como o 
basalto e o diabásio. Nas áreas de ocorrência dessas rochas, é 
comum a presença de um dos tipos de solo mais férteis do 
Brasil: a terra roxa, formada da decomposição do basalto. 
 
Os agentes do relevo: 
O relevo terrestre está em constante transformação, e os 
fenômenos naturais causadores dessa dinâmica são agrupados 
em dois grandes conjuntos: agentes da dinâmica interna e da 
dinâmica externa. 
 
Agentes da dinâmica interna: 
Considerados agentes formadores do relevo, são 
fenômenos que atingem a superfície terrestre, mas que têm 
origem nas altas temperaturas e pressões do interior do globo. 
São eles: 
 
* o tectonismo – movimentos da crosta terrestre que 
originam dois tipos de processos: dobramentos (quando 
afetam rochas plásticas, características de áreas 
sedimentares) e falhamentos (quando afetam rochas rígidas, 
características de áreas de formação cristalina do período Pré-
Cambriano); 
 
* o vulcanismo – rompimento da crosta terrestre pela 
ação da forte pressão feita pelo magma. Ocorre quando, 
através de falhas ou fraturas, o magma em fusão sobe até a 
superfície terrestre, acompanhado ou não de gases e cinzas; 
 
* os abalos sísmicos (terremotos e maremotos) – 
tremores que afetam a superfície terrestre e que se devem aos 
rápidos movimentos do interior do planeta causados pelo 
vulcanismo ou pelo tectonismo. 
 
Agentes da dinâmica externa: 
Considerados agentes modeladores do relevo, na maioria 
das vezes são fenômenos vinculados à ação do clima. Dentre 
eles, destacam-se: 
 
* as águascorrentes – são os principais agentes 
modeladores externos da crosta terrestre. Abrangem o 
trabalho dos rios (erosão, transporte e acumulação fluvial, das 
chuvas e enxurradas (erosão, transporte e acumulação 
pluvial) e do mar (abrasão); 
 
* a dinâmica glacial – o avanço ou o recuo de geleiras 
intensifica o processo de desagregação das rochas, 
contribuindo para mudar as formas do relevo. O material 
rochoso erodido, transportado e acumulado pela ação do 
degelo é denominado moraina ou morena; 
 
* os ventos – são os agentes mais atuantes na modelação 
do relvo das áreas áridas ou semiáridas, onde é comum a 
formação de dunas, devida ao trabalho eólico de erosão, 
transporte e acumulação e à ausência de ação hídrica; 
 
* o intemperismo – alteração do modelado terrestre por 
ação do clima sobre as rochas. Estas podem sofrer degradação 
(quando a alteração é fundamentalmente produzida por 
processos físicos, ligados a temperatura e pressão) ou 
decomposição (quando a alteração resulta de processos 
químicos, quase sempre pela ação da umidade). Nos dois 
casos, a alteração é acelerada pela ação biológica, 
particularmente de microrganismos. 
 
Referências Bibliográficas: 
 
GARCIA, Hélio Carlos; GARAVELLO, Tito Márcio. Geografia do Brasil. 3ª 
edição. São Paulo: Anglo. 
LUCCI, Elian Alabi. Geografia Geral e do Brasil. Elian Alabi Lucci; Anselmo 
Lazaro Branco e Cláudio Mendonça. 3ª edição. São Paulo: Saraiva. 
 
 
 
 
 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Geografia 6 
Questões 
 
01. (FUB – Geólogo – CESPE/2015) Com relação às eras 
geológicas, julgue o item a seguir. 
Os dinossauros viveram no período quaternário. 
(....) Certo (....) Errado 
 
02. (FUB – Geólogo – CESPE/2015) Com relação às eras 
geológicas, julgue o item a seguir. 
O supercontinente Pangeia começou a se desagregar no 
início da era mesozoica. 
(....) Certo (....) Errado 
 
Gabarito 
 
01. Errado/02. Certo 
 
 
 
Rochas - Material de origem de formação dos solos 
 
O material de origem depende da classificação genética das 
rochas. Classificar as rochas significa usar critérios que 
permitam agrupá-las segundo características semelhantes. 
Uma das principais classificações é a genética, em que as 
rochas são agrupadas de acordo com o seu modo de formação 
na natureza. Sob este aspecto, as rochas dividem-se em três 
grandes grupos: 
- Ígneas ou magmáticas; 
- Sedimentares; 
- Metamórficas. 
 
Rochas Ígneas ou Magmáticas 
Resultantes do resfriamento de material rochoso fundido, 
chamado magma. 
 
São chamadas de rocha ígnea intrusiva, quando o 
resfriamento ocorrer no interior do globo terrestre, e de rocha 
ígnea extrusiva ou vulcânica, se o magma conseguir chegar 
à superfície. 
Para reconhecer se a rocha é intrusiva ou extrusiva, é 
necessário avaliar sua textura. 
O resfriamento dos magmas intrusivos é lento, dando 
tempo para que os minerais em formação cresçam o suficiente 
para serem facilmente visíveis. Alguns cristais podem chegar a 
vários centímetros. 
O resfriamento dos magmas extrusivos é muito mais 
rápido. Muitas vezes, não há tempo suficiente para os cristais 
crescerem muito. A rocha extrusiva tende a ter, portanto, uma 
textura de granulação fina. 
 
A cor das rochas ígneas é muito variável, podendo ser 
classificadas como: 
- Máficas – são as rochas ígneas escuras ricas em minerais 
contendo magnésio e ferro; 
- Félsicas – são claras, mais ricas em minerais, e contêm 
sílica e alumínio (siálicas), que incluem os feldspatos e o 
quartzo ou sílica. 
 
Rochas Sedimentares 
Parte das rochas sedimentares é formada a partir da 
compactação e/ou cimentação de fragmentos produzidos pela 
 
2 
<http://www.universiaenem.com.br/sistema/faces/pagina/publica/conteudo
/textohtml.xhtml?redirect=51704978228430979754772414673> 
ação dos agentes intempéricos e pedogênese sobre uma rocha 
preexistente, após serem transportados pela ação dos ventos, 
das águas que escoam pela superfície ou pelo gelo, do ponto de 
origem até o ponto de deposição. 
 
As rochas sedimentares, quanto a sua textura, podem ser 
classificadas como: 
a) Clástica – quando a rocha sedimentar é constituída por 
partículas preexistentes. A litificação ocorre em condições 
geológicas de baixa pressão e baixa temperatura e, por isso, as 
rochas clásticas não têm, salvo raras exceções, a mesma 
consistência dura das rochas ígneas. 
b) Químicas ou Não-Clásticas – são formadas pela 
precipitação dos radicais salinos, que foram produzidos pelo 
intemperismo químico e agora se encontram dissolvidos nas 
águas dos rios, lagos e mares. 
c) Orgânicos – são acúmulos de M.O. (material orgânico) 
tais como restos de vegetais, conchas de animais, excrementos 
de aves etc. que, por compactação, acabam gerando, 
respectivamente, turfa, coquina e guano. São pseudorrochas 
porque as suas partículas não são minerais. 
Rochas metamórficas 
Resultam da transformação de uma rocha preexistente no 
estado sólido. 
O processo geológico de transformação se dá por aumento 
de pressão e/ou temperatura sobre a rocha preexistente, sem 
que o ponto de fusão dos seus minerais seja atingido. 
 
O metamorfismo pode ser regional, local e dinâmico. O 
regional ocorre em grandes extensões da superfície do globo 
terrestre, em consequência de eventos geológicos de grande 
porte como, por exemplo, edificação de cadeias de montanhas. 
Dependendo dos valores alcançados pela variação de 
pressão e temperaturas, têm-se os metamorfismos regionais 
de baixo, médio e alto grau. 
Muitas rochas metamórficas são reconhecidas graças a sua 
estrutura de foliação, ou seja, a orientação preferencial que os 
minerais placoides assumem, bem como a sua estrutura de 
camadas dobradas, devido às deformações que acompanham 
o metamorfismo regional. 
O metamorfismo local restringe-se a domínios de terreno 
que variam entre centímetros e dezenas de metros de 
extensão. O metamorfismo termal ou de contato ocorre 
quando o aumento de temperatura predomina. 
O metamorfismo dinâmico ocorre quando predomina o 
aumento de pressão no fenômeno da transformação das 
rochas como em zonas de falhas. 
Quando a temperatura do metamorfismo ultrapassa um 
certo limite, determinado pela natureza química da rocha e 
pela pressão vigente, frequentemente na faixa de 700 - 800º C, 
as rochas começam a se fundir, produzindo novamente um 
magma. 
 
Solos - Gênese e Classificação do Solo 
 
De modo geral, os solos vêm sendo formados há milhões de 
anos. São frutos de um processo contínuo que se iniciou com o 
processo de decomposição de uma rocha matriz, que também 
pode ser chamada de rocha-mãe. 
À medida que a rocha matriz vai sofrendo a ação do 
intemperismo (ação da água, vento e seres vivos), ocorre a 
liberação de fragmentos de rocha que, por sua vez, se 
misturam a outros sedimentos, como restos de animais e 
plantas, e, portanto, dão origem a um determinado tipo de 
solo2. 
 
 
4 Rochas: tipos; 
características. Solos: 
formação; conservação 
 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Geografia 7 
Introdução à Pedologia e seus conceitos básicos 
 
As bases da Pedologia, ramo do conhecimento 
relativamente recente, ou Ciência do Solo como também é 
chamada, foram lançadas em 1880 na União Soviética por 
Dokuchaiev, ao reconhecer que o solo não era um simples 
amontoado de materiais não consolidados, em diferentes 
estágios de alteração, mas resultava de uma complexa 
interação de inúmeros fatores genéticos: clima, organismos e 
topografia, os quais, agindo durante certo período de tempo 
sobre o material de origem, produziam o solo3. 
A preocupação inicial de Dokuchaiev, de cunho pedológico 
- explicar a formação dos solos e estabelecer um sistema de 
classificação - era, sem dúvida, uma preocupação oportuna em 
definir uma nova área de estudo e delimitar lhe o espaço 
dentro do contexto do campo da Ciência. A expansão dos 
estudos pedológicos decorreu, em grande parte, da 
necessidade de:- corrigir a fertilidade natural dos solos, depauperada ao 
longo dos anos de exploração agrícola e agravada pela erosão; 
- elevar a fertilidade natural de solos originalmente 
depauperados; 
- neutralizar a acidez do solo; 
- agrupar solos apropriados para determinadas culturas; 
- preservar os solos contra os perigos da erosão. 
 
Intemperismo 
 
Meteorização ou intemperismo é o processo natural de 
decomposição ou desintegração de rochas e solos, e seus 
minerais constituintes, por ação dos efeitos químicos, físicos e 
biológicos que resultam da sua exposição aos agentes 
externos. 
Esses agentes podem ocorrer simultaneamente na 
natureza e acabam por se complementarem no processo de 
formação das rochas. Isso fica demonstrado quando 
analisamos o efeito da temperatura e da água nas rochas. 
Variações climáticas podem levar ao trincamento das 
rochas e, por conseguinte, a água irá penetrar essas trincas 
atacando quimicamente os minerais. Pode ocorrer também, 
que o congelamento da água nas trincas leve ao fissuramento 
da rocha devido às tensões geradas. 
Ressalta-se4 que os processos de intemperismo físico 
reduzem o tamanho das partículas, aumentando sua área de 
superfície e facilitando o trabalho do intemperismo químico. Já 
os processos químicos e biológicos podem causar a completa 
alteração física da rocha e alterar suas propriedades 
químicas5. 
 
O Intemperismo físico não altera a composição química 
da rocha. Os principais tipos são: 
 
- Variações de Temperatura: da física sabemos que todo 
material varia de volume em função de sua temperatura. Estas 
variações de temperatura ocorrem entre o dia e a noite e 
durante o ano, e sua intensidade será função do clima local. 
Acontece que uma rocha é geralmente formada de diferentes 
tipos de minerais, cada qual possuindo uma constante de 
dilatação térmica diferente, o que faz a rocha deformar de 
maneira desigual em seu interior, provocando o aparecimento 
de tensões internas que tendem a fraturá-la. Mesmo rochas 
com uma uniformidade de componentes não têm uma 
arrumação que permita uma expansão uniforme, pois grãos 
compridos deformam mais na direção de sua maior dimensão, 
tendendo a gerar tensões internas e auxiliar no seu processo 
de desagregação. 
 
3 IBGE. Manual Técnico de Pedologia. 2ª Edição. Rio de Janeiro. 2007. 
4 MACHADO, S. l. (2002) – “Apostila Mecânica dos Solos” – Universidade 
Federal da Bahia (UFBA) – Departamento de Geotécnica da Escola Politécnica 
de Engenharia. 
- Repuxo coloidal: é caracterizado pela retração da argila 
devido à sua diminuição de umidade, o que em contato com a 
rocha pode gerar tensões capazes de fraturá-la. 
 
- Ciclos gelo/degelo: as fraturas existentes nas rochas 
podem se encontrar parcialmente ou totalmente preenchidas 
com água. Esta água, em função das condições locais, pode vir 
a congelar, expandindo-se e exercendo esforços no sentido de 
abrir ainda mais as fraturas preexistentes na rocha, auxiliando 
no processo de intemperismo (a água aumenta em cerca de 8% 
o seu volume devido à nova arrumação das suas moléculas 
durante a cristalização). Vale ressaltar também que a água 
transporta substâncias ativas quimicamente, incluindo sais 
que ao reagirem com ácidos provocam cristalização com 
aumento de volume. 
 
- Alívio de pressões: irá ocorrer em um maciço rochoso 
sempre que da retirada de material sobre ou ao lado do 
maciço, provocando a sua expansão, o que por sua vez, irá 
contribuir no fraturamento, estricções e formação de juntas na 
rocha. Estes processos, isolados ou combinados (caso mais 
comum) "fraturam" as rochas continuamente, o que permite a 
entrada de agentes químicos e biológicos, cujos efeitos 
aumentam o fraturamento e tende a reduzir a rocha a blocos 
cada vez menores. 
 
Por outro lado, o intemperismo químico irá provocar 
alterações na estrutura química das rochas. A hidrólise, 
hidratação (responsável pela expansão da rocha) e 
carbonatação (principalmente em rochas calcárias) são os 
exemplos clássicos de intemperismo químico. 
 
- Hidrólise: dentre os processos de decomposição química 
do intemperismo, a hidrólise é a que se reveste de maior 
importância, porque é o mecanismo que leva a destruição dos 
silicatos, que são os compostos químicos mais importantes da 
litosfera. Em resumo, os minerais na presença dos íons H+ 
liberados pela água são atacados, reagindo com os mesmos. O 
H+ penetra nas estruturas cristalinas dos minerais 
desalojando os seus íons originais (Ca++, K+, Na+, etc.) 
causando um desequilíbrio na estrutura cristalina do mineral 
e levando-o a destruição. 
 
- Hidratação: é a entrada de moléculas de água na 
estrutura dos minerais. Alguns minerais quando hidratados 
(feldspatos, por exemplo) sofrem expansão, levando ao 
fraturamento da rocha. 
 
- Carbonatação: o ácido carbônico é o responsável por 
este tipo de intemperismo. O intemperismo por carbonatação 
é mais acentuado em rochas calcárias por causa da diferença 
de solubilidade entre o CaCO3 e o bicarbonato de cálcio 
formado durante a reação. 
 
O intemperismo biológico é resultante da ação de 
esforços mecânicos induzidos por raízes de vegetais, 
escavação de roedores e, até mesmo, a própria ação humana. 
Enfatiza-se6 que o conjunto desses processos ocorre mais 
frequentemente em climas quentes e que, consequentemente, 
os solos serão misturas de partículas pequenas que se 
diferenciam pelo tamanho e pela composição química. 
 Analisando a formação dos solos face aos tipos de 
intemperismo, verifica-se que os solos resultantes de 
intemperismo físico irão apresentar composição química 
semelhante à da rocha que lhes originou. 
5 PAULO CÉSAR LODI. Mecânica dos Solos. Volume I. UNESP. 
6 PINTO, C. S. (2000). Curso Básico de Mecânica dos Solos em16 Aulas, 247 
págs., Oficina de Textos, São Paulo. 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Geografia 8 
Por outro lado, o intemperismo químico irá formar solos 
mais profundos e mais finos do que os solos formados onde há 
predominância do intemperismo físico. 
 
Produtos do intemperismo 
 
O solo é o principal produto resultante da ação do 
intemperismo, no qual as ações em torno dele como a erosão 
também são consequências. 
Conforme definição do Instituto de Terras, Cartografia e 
Geologia do Paraná, o solo é “Produto do intemperismo físico e 
químico das rochas, situado na parte superficial do manto de 
intemperismo. Constitui-se de material rochoso desintegrado e 
decomposto7”. 
 
Fatores pedogenéticos 
 
Os principais fatores ligados à formação dos solos são: 
- O relevo na formação dos solos8 
 
A ação do relevo reflete diretamente sobre a dinâmica da 
água, tanto no sentido vertical (infiltração) como lateral 
(escorrimentos superficiais – enxurradas – e dentro do perfil); 
e indiretamente sobre o clima dos solos (temperatura e 
umidade), através da incidência diferenciada da radiação 
solar, do decréscimo da temperatura com o aumento das 
altitudes, e sobre os seres vivos – os tipos de vegetação natural 
importantes na formação dos solos. 
A água que cai sobre um terreno e não evapora tem apenas 
dois caminhos: ou penetra no solo ou escorre pela superfície. 
Geralmente, segue concomitantemente ambos os 
caminhos, com maior ou menor participação de um ou outro, 
dependendo das condições do relevo (declividade e 
comprimento da vertente); da cobertura vegetal; e de fatores 
intrínsecos do solo. 
Em terrenos declivosos, a quantidade de água que penetra 
no solo é, em igualdade de incidência de precipitação pluvial, 
normalmente menor que nos menos inclinados. 
Na coexistência de ambas as situações, compartilhando 
uma porção da paisagem, as áreas menos declivosas recebem 
o acréscimo de água do escoamento superficial e 
subsuperficial proveniente das áreas mais altas. 
Os solos de relevo íngreme são submetidos ao 
rejuvenescimento, através dos processos erosivos naturais e, 
em geral, apresentam clima mais seco do que aqueles de relevo 
mais suaves.Os solos rasos e pouco profundos das vertentes declivosas 
são naturalmente coabitados por matas mais secas do que as 
dos terrenos contíguos menos íngremes. 
Disso resultam solos menos profundos e evoluídos do que 
os situados em condições de relevo mais suave, onde as 
condições hídricas determinam ambiente úmido mais 
duradouro. 
Em terrenos aplainados, a eliminação da água pelo 
escorrimento superficial é diminuta; assim, há um acentuado 
fluxo de água através do perfil, favorecendo a lixiviação 
(extração ou solubilização dos constituintes químicos de uma 
rocha, mineral ou solo) em sistema de drenagem livre. 
Nos terrenos de relevo subaplainado ou deprimido, em 
ambiente de drenagem impedida, determinando sistema 
fechado, as condições são ideais para os fenômenos de 
redução, devido ao prolongado encharcamento, resultando em 
solos particulares, denominados hidromórficos. 
Outra implicação importante do relevo é sobre a taxa de 
radiação e, consequentemente, sobre o clima do solo em 
diferentes situações de exposição dos terrenos à ação solar. 
 
7 
<http://www.mineropar.pr.gov.br/modules/glossario/conteudo.php?conteud
o=S> 
Em regiões montanhosas, por exemplo, dependendo da 
orientação das encostas, a variação de incidência da radiação 
solar é significativa. 
 
 
- O clima na formação dos solos 
 
O clima constitui um dos mais ativos e importantes fatores 
de formação do solo. 
De seus elementos, destacam-se, em nosso país, pela ação 
direta na pedogênese: 
 
- a temperatura; 
- a precipitação pluvial 
- a deficiência e o excedente hídrico 
 
A latitude influi diretamente nos regimes térmicos 
regionais. É muito importante no desenvolvimento dos solos, 
pois a velocidade das reações químicas que neles se processam 
é maior e diretamente proporcional ao aumento da 
temperatura. 
Além da temperatura, a quantidade de água de chuva que 
atinge, penetre, permaneça ou escorra na superfície é um fator 
igualmente importante no processo de formação do solo. 
Regiões com farta disponibilidade de água excedente 
apresentam, normalmente, solos mais evoluídos do que 
regiões secas. 
O enorme volume de água que flui através dos solos nas 
regiões úmidas promove a hidratação de constituintes e 
favorece a remoção dos cátions liberados dos minerais pela 
hidrólise, acelerando as transformações de constituintes e, 
consequentemente, o processo evolutivo do solo. 
Da conjugação de variados regimes de temperatura e 
umidade, resulta essencialmente a ocorrência de climas 
distintos ao longo do território brasileiro e, por conseguinte, 
de ações formadoras de solo também diferenciadas. 
Entre os baixos platôs amazônicos quentes e úmidos, o 
sertão nordestino quente e semiárido e os planaltos sulinos 
frios e úmidos, há diferenças apreciáveis no que concerne à 
formação de solos, em consequência das disparidades de 
condições pedoclimáticas. 
Na região amazônica, a conjunção de alta temperatura e 
alta precipitação pluvial, ao longo do ano, favorece a efetivação 
das reações químicas que se processam nos solos. Por 
exemplo: solos bastantes intemperizados, profundos, 
essencialmente cauliníticos, muito pobres quimicamente, com 
reações bastante ácidas. 
No Nordeste semiárido, a escassez de umidade contribui 
para diminuição da velocidade e intensidade dos processos 
pedogenéticos, resultando em solos pouco desenvolvidos, 
rasos ou pouco profundos, cascalhentos ou pedregosos e/ou 
com relativa abundância de minerais primários pouco 
alterados e minerais de argila de elevada atividade coloidal. 
Por exemplo: solos pouco lixiviados, quimicamente ricos, 
pouco ácidos e ligeiramente alcalinos ou mesmo com altos 
teores de sais solúveis e de sódio trocáveis. 
Nos planaltos sulinos, as baixas temperaturas e a constante 
umidade favorecem a formação de solos com espessas 
camadas superficiais escuras e ricas em M.O (Molibdênio), 
conferindo-lhes particular morfologia, além de influenciar 
mais ativamente os processos de transformações e 
neoformações. Por exemplo: solos não muito desenvolvidos, 
pouco profundos, por vezes pedregosos, quimicamente 
pobres, muito lixiviados, de reação bastante ácida e 
consideravelmente ricos em constituintes orgânicos. 
 
 
8 Geografia Física II / Fernando Moreira da Silva, Marcelo dos Santos 
Chaves, Zuleide Maria C. Lima. – Natal, RN: EDUFRN, 2009. 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Geografia 9 
- Os organismos na formação dos solos 
 
Os organismos – microflora e macroflora, microfauna e 
macrofauna – pelas suas manifestações de vida, quer na 
superfície quer no interior dos solos, atuam como agentes de 
sua formação. 
O homem também faz parte desse contexto, pois, pela sua 
atuação, pode modificar intensamente as condições originais 
do solo. 
Dos organismos, sobressai por sua intensa e mais evidente 
ação como fator pedogenético a macrofauna. 
 
Qual a importância da cobertura vegetal para o solo? 
A cobertura vegetal tem uma ação passiva como agente 
atenuante do clima; porém, é como agente ativo na formação 
do solo que ela se destaca. Sua ação protetora depende de sua 
estrutura e tipo. Por exemplo: na Amazônia, a cobertura 
vegetal é eficaz (protege o solo contra a ação das chuvas). 
Na região de caatinga semiárida do nordeste, o efeito 
protetor é pouco efetivo na proteção do solo, resultando em 
acentuadas enxurradas de forte poder erosivo. 
O anteparo da cobertura vegetal exerce efeito atenuador 
na temperatura da parte mais superficial dos solos, 
repercutindo na diminuição da evapotranspiração. 
A ação pedológica passiva da cobertura vegetal 
desempenha ainda outras funções protetoras, intervindo na 
fixação de materiais sólidos, como nas dunas ou nas planícies 
aluviais. 
A vegetação tem participação ativa nos processos de TC 
(condições de drenagem através do tempo) no material do 
solo, pela ação do contato direto das raízes com as superfícies 
coloidais além da relevante participação no estoque de 
nutrientes do sistema, os quais retornam aos solos devolvidos 
pelos resíduos vegetais. 
A ação mais importante da cobertura vegetal ocorre, nos 
fenômenos de adição, tanto na superfície, através dos resíduos 
vegetais aí depositados, como no interior do solo, mediante 
restos que se decompõem. 
A macrofauna tem importância como agente 
homogeneizador dos solos. Nessa situação em particular, são 
muito citados os efeitos dos cupins, das formigas, dos tatus e 
de muitos roedores que cavam buracos. 
As minhocas, abrindo galerias, melhoram a aeração dos 
solos. Os micróbios, por sua vez, têm ação marcante na 
decomposição dos compostos orgânicos, na fixação de 
nitrogênio e em processos de oxidação e/ou redução. 
E o homem? Constitui um elemento perturbador da 
constituição e arranjo das camadas dos solos, através das 
modificações que imprime na paisagem, como: 
- desmatamento, 
- reflorestamento, 
- abertura de estradas, 
- aplainamento 
- escavações, 
 
Ou através de alterações que realiza diretamente no solo, 
como: 
- aplicação de corretivos e fertilizantes, 
- arações, 
- irrigação, 
- drenagem e deposição de restos da sua fauna diária. 
 
- O tempo na formação dos solos 
 
Dos fatores de formação, o tempo é o mais passivo: não 
adiciona, não exporta material nem gera energia que possa 
acelerar os fenômenos de intemperismo mecânico e químico, 
necessário à formação de um solo 
Contudo, o estado do sistema solo não é estático: varia no 
transcorrer das transformações, transportes, adições e perdas 
que têm lugar na sua formação e evolução. O conhecimento da 
duração do período de gestação dos solos é, contudo, muito 
complexo. 
A Geomorfologia ensina que, no Brasil, é possível 
encontrar desde materiais de origem recente até os mais 
velhos de que se têm notícias na Terra. Onde são encontrados 
exemplos de solos de cronologia recente? Nas planícies 
aluviais que ainda recebem, através das inundações, adições 
periódicas de material. 
Onde são encontrados exemplos de solos de cronologiamais antiga? Nos planaltos que constituem os divisores dos 
grandes sistemas hidrográficos, como por exemplo o Planalto 
Central Brasileiro. Seu início se deu há milhões de anos. 
Qual a diferença entre idade e maturidade dos solos? A 
idade (cronologia) é a medida dos anos transcorridos desde 
seu início até determinado momento, enquanto a maturidade 
(evolução) é expressa pela evolução sofrida, manifestada por 
seus atributos em dado momento de sua existência. 
Assim, alguns solos podem apresentar idade absoluta 
relativamente pequena e serem bem mais maduros que outros 
com idade absoluta bem maior 
 
Conservação do solo - Práticas de manejo do solo 
 
Práticas de manejo e conservação do solo são ações e 
técnicas utilizadas para manter ou melhorar a qualidade do 
solo ou, ainda, evitar e reduzir a degradação de suas 
propriedades. 
Na agricultura, as principais funções do solo que devem ser 
mantidas para garantir sua qualidade são a de sustentar a 
produção vegetal e a de regular o ciclo natural da água. 
A erosão hídrica, causada pelo uso e ocupação do solo que 
expõe a superfície às chuvas intensas, é uma das principais 
causas da degradação dos solos, promovendo o arraste de 
terra, de matéria orgânica e de nutrientes vegetais. Além de 
reduzir a produtividade agrícola, produz poluição e 
assoreamento de cursos d’água. Por isso, o principal objetivo 
das práticas de manejo e conservação do solo deve ser 
controlar a erosão. O controle da erosão e a redução da 
degradação do solo, da água e do ambiente tornarão as áreas 
agrícolas sempre produtivas e, no longo prazo, a agropecuária 
uma atividade sustentada. 
A escolha da prática conservacionista mais adequada a 
uma determinada área depende de fatores como o tipo de solo, 
a declividade, a posição no relevo, o tipo de cultivo ou cultura 
e as condições socioeconômicas. Vale lembrar que não devem 
ser implantadas práticas isoladas de conservação do solo, 
devendo-se considerar que apenas o conjunto de práticas, 
estabelecidas em um planejamento conservacionista, é que 
promoverá resultados satisfatórios no controle da erosão. 
Outro ponto a destacar é que, do ponto de vista da 
conservação do solo e da água, a unidade de terreno para 
planejamento de ações deve ser uma bacia hidrográfica, ou 
microbacia, como tem sido mais comumente referida, porque 
é nessa unidade que todos os processos erosivos, associados 
aos processos hidrológicos, estão inter-relacionados e 
constituídos. 
Para que o conjunto de práticas conservacionistas possa 
atuar adequadamente no controle da erosão, atacando a causa 
do problema, é fundamental conhecer a vulnerabilidade do 
local e o processo que está causando a degradação do solo. O 
processo de erosão hídrica do solo é uma sequência de três 
fases ou eventos sucessivos e concomitantes: a desagregação 
da superfície do solo, o escoamento da água e o transporte de 
terra e, por fim, a deposição do material transportado nos 
pontos mais baixos do relevo ou nos corpos d’água. 
As práticas conservacionistas devem atuar nessas três 
fases e, para isso, três estratégias principais são utilizadas: 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Geografia 10 
(A) aumento da cobertura vegetal do solo, visando reduzir 
a desagregação pela redução da energia do impacto das gotas 
de chuva na superfície; 
(B) aumento da infiltração da água no perfil do solo, 
visando diminuir o escoamento dessa água na superfície e 
aumentar sua armazenagem no solo, proporcionando 
crescimento da produção vegetal e redução dos riscos durante 
veranicos; 
(C) controle do escoamento superficial e consequente 
redução do transporte do solo pelo processo erosivo, 
diminuindo a poluição dos mananciais por sedimentos ou 
insumos agrícolas e regularização do regime hídrico. 
 
Duas outras estratégias são também importantes: 
(D) sistematização do terreno e; 
(E) bioengenharia. 
 
Referências Bibliográficas: 
 
Boletim IAC 200. Instruções Agrícolas para as principais Culturas econômicas. 
7ª edição – IAC. São Paulo: Campinas, 2014. 
 
Questões 
 
01. (IGP/SC – Perito Criminal Ambiental – IESES/2017) 
No tocante à formação dos solos, assinale a alternativa correta: 
(A) O solo é formado a partir de processos internos do 
planeta Terra, como o vulcanismo e o movimento das placas 
tectônicas. 
(B) Os solos se formam com mais facilidade em áreas com 
pouca ação dos ventos, da chuva, das variações climáticas e 
interferência dos seres vivos. 
(C) O solo se forma a partir dos processos de 
intemperismo, que aceleram a decomposição das rochas de 
origem. 
(D) Os solos do planeta Terra formaram-se há milhares de 
anos a partir do acúmulo de sedimentos que caíram no planeta 
Terra oriundos dos meteoros. 
 
02. (FUNAI – Engenheiro Agrônomo – ESAF/2016) Os 
solos são um importante recurso natural renovável 
suportando a vida e as atividades humanas economicamente, 
com notável importância nas práticas agropecuárias com 
vistas à geração de alimentos. Os solos são formados a partir 
da decomposição das rochas de origem, que daí adquirem 
morfologia variada e oportunizam diferentes classificações. 
Considerando pois, a origem, morfologia e classificação dos 
solos, assinale a opção correta. 
(A) Os termos aluviais e eluviais permitem classificar os 
solos quanto à origem: aluviais são os solos formados por 
rochas encontradas no mesmo local da formação, isto é, a 
rocha matriz que foi decomposta e se alterou para a formação 
do solo e se encontra no mesmo local do solo; enquanto os 
eluviais são os solos formados por transporte e sedimentação 
do material de rochas localizadas em outros lugares, graças à 
ação das águas e dos ventos. 
(B) O Intemperismo físico, mediado por variações de 
temperatura, calor ou pelo congelamento de água em fissuras, 
não promove alteração na composição da rocha. 
(C) A classificação dos solos discrimina os horizontes em 
um perfil a partir da rocha mãe, ou material de origem que, por 
isso, recebe a denominação de horizonte O; a partir deste, em 
sentido ascendente, denominam-se outros horizontes numa 
sequência alfabética sucessiva: A, B, C. 
(D) Quanto mais velho é o solo, maior é o tempo de atuação 
dos fatores de formação e dos processos resultantes, bem 
como maior é a relação deste solo com o material de origem. 
(E) Todo material de origem animal ou vegetal 
incorporado ao solo, independente do estado de 
decomposição, é caracterizado como matéria orgânica que 
contribui para melhorar a textura do solo, aumentar a aeração 
e a taxa de infiltração via aumento de sua densidade. 
 
Gabarito 
01. C/02. B 
 
 
 
Transcorridos mais de cinco séculos desde o início da 
colonização portuguesa, o Brasil ainda guarda em seu 
território uma impressionante diversidade de paisagens 
naturais, o que constitui inestimável tesouro. Montanhas 
recobertas por florestas tropicais, campos de gramíneas 
estendendo-se a perder de vista, planícies inundáveis, a maior 
floresta equatorial do mundo e serras que abrigam grandes 
extensões de pinheiros nativos são alguns exemplos da 
exuberante natureza brasileira. 
No entanto, é preciso alertar que essas paisagens naturais, 
mais do que nunca, correm o risco de desaparecer devido à 
incessante degradação imposta pelo homem, que age 
destrutivamente na busca do lucro imediato. 
Um dos maiores geógrafos brasileiros, o professor Aziz 
Nacib Ab’Saber, classificou as paisagens brasileiras sob o 
ponto de vista morfoclimático, pois resultam da interação dos 
seguintes fenômenos naturais: 
* estrutura geológica e relevo; 
* clima; 
* formação vegetal; 
* rede hidrográfica. 
 
Para que possamos melhor compreender as paisagens 
morfoclimáticas identificadas pelo professor Ab’Saber, bem 
como apontar algumas ameaças à sua existência, é necessário, 
antes, estudar cada um dos elementos naturais que as 
compõem. 
 
A base do território: estrutura geológica e relevo: 
 
Estrutura geológica é a base de um território. 
Corresponde à sua composição rochosa. Já o relevo é a forma 
apresentadapelo território aos nossos olhos: montanhas mais 
altas, montanhas rebaixadas, planícies, depressões. 
 
O território brasileiro é parte integrante da placa sul-
americana. Esta, juntamente com as demais placas tectônicas, 
constitui a crosta terrestre, invólucro rochosos do planeta com 
cerca de 30 quilômetros de espessura. A crosta terrestre flutua 
sobre o manto, material pastoso em estado de fusão 
genericamente chamado de magma. 
Ao flutuar sobre o magma, as placas tectônicas 
frequentemente se chocam, provocando simultaneamente 
terremotos e elevações montanhosas (desdobramentos 
modernos). Nessas áreas é comum surgirem vulcões, já que a 
presença das fendas que individualizam as placas permite o 
extravasamento do magma. 
Entretanto, nada disso ocorre no território brasileiro, que 
está localizado no centro da placa sul-americana. Longe da 
borda dessa placa, local que fica à colisão com outras placas 
tectônicas, em nosso país raramente são registrados abalos 
sísmicos ou vulcanismo atuante. Essa teoria pode ser 
comprovada visualmente, pois no Brasil só ocorrem dois dos 
três tipos principais de estrutura geológica (escudos 
cristalinos, bacias sedimentares e dobramentos modernos) 
encontradas na crosta terrestre: 
 
 
5 Relevo terrestre e seus 
agentes 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Geografia 11 
Maciços antigos ou escudos cristalinos – são o 
embasamento mais antigo da crosta terrestre. Formados no 
período geológico Pré-cambriano, apresentam rochas 
cristalinas magmáticas e metamórficas. 
 
Rochas cristalinas – No Brasil, as rochas cristalinas não 
fazem parte do ciclo de solidificação, transformação (por 
temperatura e pressão) e fusão, que só ocorre nas áreas de 
vulcanismo atuante. 
 
Bacias sedimentares – formadas por rochas originárias 
da deposição de sedimentos nas concavidades da crosta 
terrestre. Por isso, essas rochas recebem o nome de 
sedimentares, tendo sido formadas no Paleozoico, Mesozoico 
e Cenozoico a partir de sedimentos transportados pelos 
agentes externos que modelam o relevo: as intempéries – 
chuva, vento, neve, etc. 
 
Dobramentos modernos: 
Além desses dois tipos de relevo, há um terceiro: os 
desdobramentos modernos ou montanhas jovens. Constituem 
as maiores elevações da Terra, formadas no período Terciário 
da Era Cenozoica. Essas montanhas ocorrem nas áreas de 
contato entre as placas tectônicas, que são também os locais 
mais vulneráveis à pressão que ainda hoje é exercida pelas 
forças internas oriundas do magma. Nessas áreas, costumam 
ser frequentes abalos sísmicos (terremotos) e atividades 
vulcânicas (vulcões ativos). 
Contudo, em épocas mais remotas, ocorreu intenso 
tectonismo no território brasileiro, especialmente na atual 
região Sudeste. Nesse caso, movimentos de placas tectônicas 
geraram, simultaneamente, o soerguimento de algumas áreas 
e o rebaixamento de outras. Daí surgiram as chamadas Terras 
Altas do Sudeste, parcialmente entremeadas pelo vale do rio 
Paraíba, que se encaixa entre a Serra da Mantiqueira e a Serra 
do Mar, entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas 
Gerais. 
 
Agentes da mudança: 
O relevo terrestre sofre a ação de agentes endógenos e 
exógenos. Os agentes endógenos, especialmente o 
tectonismos, têm origem na ação de forças internas sobre a 
estrutura da Terra. É esse movimento da crosta terrestre que 
forma o relevo. Os agentes exógenos são os fatores externos 
que modelam o relevo, como o vento, a chuva e o calor. 
 
* Orogênese: processo tectônico causado por movimentos 
horizontais da crosta terrestre que, por sua vez, resultam no 
choque de placas tectônicas. Esse fenômeno originou os 
grandes cinturões de montanhas, como os Alpes, os Andes e o 
Himalaia; 
 
* Epirogênese: movimento tectônico causado por 
pressões verticais do magma, oriundas de suas variações 
térmicas. Esse fenômeno formou as serras do Mar e da 
Mantiqueira, bem como o vale do rio Paraíba. 
 
Relevo e estrutura geológica são conceitos diferentes. 
O relevo corresponde à forma apresentada pela superfície 
terrestre, estudada por um ramo da ciência chamado 
geomorfologia. A estrutura geológica corresponde à natureza 
das rochas que compõem o relevo. As rochas podem ser de três 
tipos: 
Magmáticas – são as rochas resultantes da solidificação do 
magma. Dividem-se em dois grandes grupos: 
* Intrusivas, quando a solidificação ocorre no interior da 
crosta terrestre. Esse processo de solidificação é mais lento, o 
que permite o desenvolvimento de grandes cristais visíveis a 
olho nu. Esses cristais formam as rochas cristalinas, como o 
granito e o quartzo; 
* Extrusivas, formadas na superfície, de origem vulcânica. 
Como o resfriamento e a solidificação são muito rápidos, não 
há tempo para a formação de grandes cristais. O exemplo mais 
comum desse grupo de rochas é o basalto. 
Metamórficas – rochas oriundas da transformação físico-
química de outras previamente existentes. São exemplos desse 
tipo de rocha o mármore, resultante da transformação do 
calcário, e o gnaisse, da transformação do granito. 
Sedimentares – são as rochas formadas sobretudo pela 
deposição de detritos. Esses detritos podem ser de rochas 
preexistentes, caso do arenito, ou de matéria orgânica, caso do 
carvão mineral, que resulta da decomposição, sedimentação e 
compactação de antigas florestas. 
 
O relevo brasileiro é modelado principalmente pelas 
intempéries, isto é, pelas variações rigorosas dos elementos 
climáticos, como a temperatura, o vento e a chuva, que atuam 
sobre as rochas causando alterações físicas e químicas. Essa 
atuação é chamada de intemperismo. Nas regiões de alta 
pluviosidade prevalece o intemperismo químico, que leva ao 
desgaste das rochas pela transformação dos minerais por 
oxidação e outras reações químicas com a água. Nas regiões de 
menor pluviosidade, como o sertão nordestino e o Centro-
Oeste, prevalece o intemperismo físico, fenômeno de dilatação 
e contratação das rochas pela oscilação de temperatura, o que 
provoca a sua fragmentação. 
A esculturação do relevo é muitas vezes acelerada pela 
ação antrópica (humana), que pode alterar tanto o processo de 
erosão como o de sedimentação. 
 
As bacias sedimentares: 
Já sabemos que as rochas sedimentares são formadas de 
detritos dos mais variados tipos de rochas, que foram 
submetidas ao intemperismo, processo físico-químico 
responsável pela sua desagregação e transformação. Esses 
detritos, transportados pela água, vento ou gelo, depositam-se 
nas grandes depressões da superfície terrestre, formando as 
bacias sedimentares. 
Durante a era Mesozoica, quando a bacia sedimentar do 
Paraná estava sendo formada, ocorreu uma intensa atividade 
vulcânica no território brasileiro, basicamente sob forma de 
imensos derrames de lava. Esses derrames vulcânicos 
formaram rochas basálticas, cuja decomposição originou a 
terra roxa, solo extremamente fértil que determinou a vocação 
agropecuária do oeste do estado de São Paulo e norte do 
estado do Paraná. 
A bacia sedimentar do Paraná também se destaca pela 
ocorrência de outro magnífico recurso estratégico: um imenso 
depósito de água potável. Trata-se do Aquífero Guarani, um 
gigantesco lençol freático que ocupa uma área total de 
1.200.000 km², estendendo-se por terras brasileiras e dos 
outros três países do Mercosul. 
 
Os escudos cristalinos: 
Os afloramentos dos escudos cristalinos correspondem a 
36% do território brasileiro. São áreas ricas em ocorrências 
minerais de grande valor comercial. Esses minerais podem ser 
não-metálicos, como o granito e as pedras preciosas, ou 
metálicos, como o ferro e a bauxita. 
Os minerais metálicos são abundantes no Brasil. 
Encontrados principalmente em rochas que se formaram 
durante a era Proterozoica, os mais importantes são: 
* o ferro, explorado principalmente no Quadrilátero 
Ferrífero, em Minas Gerais, e na Serra dos Carajás, no Pará; 
* o manganês, cujas principais jazidas situam-se no 
maciço de Urucum (MS) e na Serra do Navio (AP); a extração, 
porém, émaior em Conselheiro Lafayette (MG) e na Serra dos 
Carajás (PA); 
* a bauxita, explorada no vale do rio Trombetas, no Pará, 
e a cassiterita, principalmente em Rondônia e Minas Gerais. 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Geografia 12 
O Brasil possui ouro encontrado principalmente em Minas 
Gerais, explorado em minas profundas, e no Pará, onde 
geralmente é extraído em garimpos clandestinos. 
Impulsionada pelo Estado, a exploração desses e de outros 
minérios constituiu um dos pilares que sustentaram o início do 
processo de industrialização, nas décadas de 1940 e 1950. O 
marco dessa época foi a criação da Companhia Siderúrgica 
Nacional (CSN), em Volta Redonda (RJ), em 1941. 
Todavia, desde os anos 1950, tem crescido gradualmente a 
participação do capital estrangeiro no setor, especialmente 
dos Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, Alemanha e Japão. 
Exemplo disso é a atual política de flexibilização dos 
monopólios estatais, que muitas vezes resultou na 
privatização de empresas. Foi o caso da Companhia Vale do Rio 
Doce (CVRD), privatizada em 1997. 
 
O relevo brasileiro e suas classificações 
 
A classificação do relevo de Aroldo de Azevedo: 
Uma das mais antigas divisões do relevo foi feita na década 
de 1940 pelo professor Aroldo de Azevedo e serviu de base 
para todas as outras divisões feitas posteriormente. Ao 
elaborar sua divisão, ele levou em conta principalmente as 
diferenças de altitude. 
Desse modo, as planícies foram classificadas como as 
partes do relevo relativamente planas com altitudes inferiores 
a 200 metros. Por sua vez, os planaltos foram considerados as 
formas de relevo levemente onduladas, cujas altitudes 
superam 200 metros. 
Essa classificação divide todo o território brasileiro em 
planaltos, cuja área total ocupa 59% de toda a superfície do 
país, e planícies, que ocupam os 41% restantes. 
 
A classificação do relevo de Aziz Ab’Saber: 
No final da década seguinte, de 1950, o professor Aziz 
Nacib Ab’Saber aperfeiçoou a divisão do professor Aroldo de 
Azevedo, introduzindo critérios geomorfológicos, 
especialmente as noções de sedimentação e de erosão. As 
áreas nas quais o processo de erosão é mais intenso do que o 
de sedimentação foram chamadas de planaltos. As áreas em 
que o processo de sedimentação supera o de erosão foram 
denominadas planícies. 
Nota-se, assim, que essa classificação não leva em conta as 
cotas altimétricas do relevo, mas os aspectos de sua 
modelagem, ou seja, a geomorfologia. 
 
A classificação do relevo de Jurandyr Ross: 
Em 1989 o professor Jurandyr Ross elaborou uma outra 
classificação do relevo, dessa vez usando como critério três 
importantes fatores geomorfológicos: 
* a morfoestrutura – origem geológica; 
* o paleoclima – ação de antigos agentes climáticos; 
* o morfoclima – influência dos atuais agentes climáticos. 
Trata-se de uma divisão inovadora, que conjuga o passado 
geológico e o passado climático com os atuais agentes 
escultores do relevo. 
Com base nesses critérios, o professor Ross identifica três 
tipos de relevo: 
* planaltos – porções residuais salientes do relevo, que 
oferecem mais resistência ao processo erosivo; 
* planícies – superfícies essencialmente planas, nas quais 
o processo de sedimentação supera o de erosão; 
* depressões – áreas rebaixadas por erosão que 
circundam as bordas das bacias sedimentares, interpondo-se 
entre estas e os maciços cristalinos. 
 
 
 
 
 
Questões 
 
01. (SEDUC/PI – Professor de Geografia – 
NUCEPE/2015) Para análise das paisagens naturais 
brasileiras o geógrafo Ab’Saber (1967) propôs uma 
classificação em domínios morfoclimáticos. 
Marque a alternativa que apresenta CORRETAMENTE os 
aspectos relacionados à concepção da leitura das paisagens 
por Ab’Saber. 
(A) Expressa a relação intrínseca entre as condições 
fitogeográficas, flutuações climáticas e as formas do modelado 
da superfície terrestre. 
(B) As delimitações geográficas dos domínios 
morfoclimáticos brasileiros são precisas, a partir das 
condições específicas de cada um, sem áreas de transição ou 
interconexão entre eles. 
(C) Os domínios morfoclimáticos brasileiros são propostos 
considerando os aspectos geológicos e geomorfológicos das 
bacias hidrográficas. 
(D) Utiliza como critério para classificação o endemismo 
como o que ocorre no Cerrado e na Caatinga, domínios 
morfoclimáticos brasileiros exclusivos da região Nordeste. 
(E) Considera os aspectos inerentes à classificação dos 
macrocompartimentos do relevo brasileiro como planícies, 
planaltos e depressões. 
 
02. (TJ/SC – Técnico Auxiliar – TJ/SC) De acordo com o 
geógrafo Aziz Ab’Saber, existem no Brasil seis grandes áreas 
que se caracterizam pelo predomínio de uma paisagem 
natural, são os Domínios Naturais ou Morfoclimáticos. Sobre 
eles e suas principais características, assinale as proposições 
corretas: 
I O Domínio das Pradarias, localiza-se em uma área de 
planície inundável, solos férteis e coberto por uma vegetação 
de gramíneas. Por estar distante dos grandes centros 
industriais do país, apresenta uma menor interferência pelas 
atividades humanas. 
II O Domínio da Caatinga, corresponde ao Sertão 
Nordestino e é constituído por formações xerófitas e arbustos 
espinhentos e caducifólios. 
III As condições de aridez e a pequena diversidade 
biológica do Domínio da Caatinga explicam porque este 
domínio apresenta menores índices de degradação ambiental. 
IV O Domínio de “Mares de Morros” recebe esta 
denominação em virtude da sua forma de relevo que se 
caracteriza por apresentar morros arredondados, 
intensamente desgastados pela erosão, correspondendo aos 
planaltos e serras do Sudeste que já estiveram recobertos por 
uma floresta tropical úmida, a Mata Atlântica, hoje quase 
totalmente devastada. 
Estão corretas as proposições: 
(A) Todas as proposições estão corretas 
(B) I, II e III 
(C) II, III e IV 
(D) I e II 
(E) II e IV 
 
Gabarito 
 
01. A/02. E 
 
 
 
Dinâmica Climática 
 
“Tempo bom, com nebulosidade; temperatura em ligeiro 
declínio”. Os meios de comunicação divulgam, diariamente, 
6 A atmosfera e sua 
dinâmica: tempo; clima 
APOSTILAS OPÇÃO 
 
 
Geografia 13 
informações sobre o tempo. Nessa acepção, tempo é o estado 
momentâneo da atmosfera em determinado local. Para 
determinar as condições do tempo, é preciso considerar os 
fenômenos atmosféricos: temperatura do ar, pressão 
atmosférica, vento, umidade, precipitações (como chuva, 
granizo e neve), geadas, massas de ar. Como esses fenômenos 
variam frequentemente, essa mesma variação ocorre com o 
tempo, que muda constantemente. 
A expressão “tempo bom” – muito empregada em nosso 
cotidiano – é uma expressão relativa. Para quem pretende ir ao 
clube ou à praia, um tempo quente e ensolarado será 
considerado bom. Já para um agricultor, cuja plantação esteja 
comprometida pela falta de chuvas, esse tempo quente e 
ensolarado será considerado ruim. 
Clima é o conjunto de variações do tempo, de uma 
determinada região, durante um longo período (30 anos, 
aproximadamente). Assim, para determinar o clima de um 
local, é necessário analisar o comportamento dos fenômenos 
atmosféricos, também denominados elementos climáticos, 
inclusive a atuação das massas de ar. Por meio dessa análise, 
são identificados, por exemplo, os períodos de chuva e sua 
quantidade (índice pluviométrico); os meses mais quentes e 
mais frios. 
 
Pressão atmosférica 
 
O ar tem peso e este peso é denominado pressão 
atmosférica. Quanto mais denso for o ar, maior será a pressão 
exercida por ele. 
É ao nível do mar que o ar encontra-se mais denso, mais 
concentrado; portanto, a pressão atmosférica é maior nessa 
área. Conforme aumenta a altitude, o ar torna-se menos denso 
– mais rarefeito – e, consequentemente, a pressão exercia por 
ele diminui. 
O ar de desloca das áreas de alta pressão, nas quais 
encontra-se muito concentrado, para as áreas de baixa 
pressão, nas quais sua concentração é menor. Quando este 
deslocamento de ar – denominado vento – ocorre

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