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APOSTILA ACOLHIMENTO

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ENFERMAGEM
Universidade 
Federal de 
Juiz de Fora
1
ACOLHIMENTO EM 
SAÚDE MENTAL
“Eu era apenas rio
esperando que você navegasse
poema quebrado no frio
num salão vazio
esperando que você recitasse
eu era manhã cinzenta
esperando de você a aurora.”
Oswaldo Montenegro, em 
“Poema Quebrado”.
Você sabe
 o 
que signifi
ca 
“acolhime
nto”? 
Pense um
 pouco 
no sentid
o
dessa pala
vra...
Releia agora a epígrafe e imagine que você é 
este alguém que espera... 
Algumas vezes, visitamos estabelecimentos 
comerciais (lojas, shoppings) e o profissional de 
vendas nos recebe de uma maneira distante, fria, 
não é mesmo? Em outros momentos, procuramos 
por serviços de saúde e também obtemos 
respostas (quando as obtemos!) indesejadas 
por parte daqueles que nos recepcionam... Já se 
sentiu assim?
No seu dicionário da língua portuguesa, Aurélio 
Buarque de Holanda define acolhimento como 
“acolhida, ato ou efeito de acolher, recepcionar, 
ter atenção e consideração, proporcionar abrigo”. 
Logo, é possível verificar que a todo o momento 
estamos acolhendo alguém, inclusive a nós 
mesmos!
ENFERMAGEM
Universidade 
Federal de 
Juiz de Fora
2
Além de acolher o outro, acolhemos também 
as suas expectativas, emoções e sentimentos, 
cedendo-lhe nossos ouvidos, ombros e tempo, o 
que nos faz transpor as barreiras do envolvimento 
profissional, geralmente distante e desprovido de 
empatia. 
Mas de que forma toda essa questão aplica-se à 
área da saúde?
Segundo a Constituição Brasileira, a atenção à 
Saúde é dever do Estado (aqui entendido como 
União) e direito do cidadão que se desloca de 
sua residência para um atendimento em serviços 
públicos. O acolhimento é o primeiro passo para 
um atendimento correto e bem-sucedido.
Pensemos na iniciativa do Ministério da Saúde ao 
incorporar o acolhimento como uma das diretrizes 
de maior relevância ética/estética/política da 
Política Nacional de Humanização do SUS. Na 
Cartilha Ministerial, é possível compreender a sua 
representação social. 
 
 
Leia, a se
guir, algu
ns tópico
s do docu
mento:
• Relevân
cia Ética -
 refere-se
 ao comp
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na atitude
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• Relevâ
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ica - impl
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te 
“estar co
m”, poten
cializando
 protagon
ismos e v
ida nos di
ferentes 
encontro
s.
ENFERMAGEM
Universidade 
Federal de 
Juiz de Fora
3
Ficou curioso para saber mais? Acesse a cartilha 
através do endereço eletrônico disponível acima e 
conheça mais proposições ministeriais sobre este 
tema.
E, então, você já consegue visualizar o acolhimento 
aplicado à ação profissional do enfermeiro? 
O acolhimento propõe que o serviço de saúde seja 
organizado de forma usuário-centrada, partindo 
dos seguintes princípios: 
1 Atender a todas as pessoas que procuram os serviços 
de saúde, garantindo a acessibilidade universal.
2 Reorganizar o processo de trabalho a fim de que este 
desloque seu eixo central do médico para uma equipe 
multiprofissional – equipe de acolhimento, que se 
encarregue da escuta do usuário, comprometendo-se 
a resolver seu problema de saúde. 
3 Qualificar a relação trabalhador-usuário, que deve 
dar-se por parâmetros humanitários, de solidariedade 
e cidadania (FRANCO; BUENO; MERHY, 1999, p. 345).
Ao pensar sobre a proposta de (re)organização 
dos serviços de saúde, devemos levar em 
consideração os conceitos de sujeitos coletivos 
autônomos e socialmente responsáveis. Merhy 
(1997) defende que o acolhimento só se faz presente 
quando há investimento no desenvolvimento 
dessas habilidades nos profissionais de saúde. 
Você concorda com o autor? Qual é a sua opinião 
sobre o assunto?
Fonte:
 Cartilha da PNH - 
Acolhimento nas Práticas
 de Produção de Saúde.
Disponível em: 
<http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/acolhimento_praticas_saude_2ed.pdf>.
O acolhimento 
como um dos dispositivos que 
contribui para a efetivação do SUS
O acolhimento no campo da saúde deve ser entendido, ao mesmo tempo, como 
diretriz, ética/estética/política constitutiva dos modos de se produzir saúde e ferra-
menta tecnológica de intervenção na qualificação de escuta, construção de vínculo, 
garantia do acesso com responsabilização e resolutividade nos serviços.
Como diretriz, podemos inscrever o acolhimento como uma tecnologia do encontro, 
um regime de afetabilidade construído a cada encontro e mediante os 
encontros, portanto como construção de redes de conversações afirmadoras 
de relações de potência nos processos de produção de saúde.
O acolhimento como ação técnico-assistencial possibilita que se analise o pro-
cesso de trabalho em saúde com foco nas relações e pressupõe a mudança 
da relação profissional/usuário e sua rede social, profissional/profis-
sional, mediante parâmetros técnicos, éticos, humanitários e de 
solidariedade, levando ao reconhecimento do usuário 
como sujeito e participante ativo no processo 
de produção de saúde.
ENFERMAGEM
Universidade 
Federal de 
Juiz de Fora
4
Muito bem! Chegamos, afinal, na discussão central 
do capítulo, uma vez que entendemos que o ato 
de acolher está presente em todas as etapas de 
prevenção, promoção, recuperação e reabilitação 
dos portadores de distúrbios mentais, desde os 
mais leves até os de terapêutica mais complexa. 
O acolhimento é, portanto, o “passo inicial” para 
o cuidado integral na área de saúde, permeando 
todo o processo de assistência com dinamismo e 
disposição em estar com o outro.
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ANOTE AQUI:
Há quem pense que uma dimensão espacial, com amplas recepções e ambientes confortáveis, 
ou uma atividade de triagem administrativa, com repasse de encaminhamentos para serviçosespecializados, traduzam o significado de “acolher”. A atenção dispensada nesta atividade 
envolve caminhos muito mais profundos e reflexivos.
O acolhimento é um modo de operar os processos de trabalho em saúde de forma a atender 
a todos que procuram pelos serviços de saúde, ouvindo seus pedidos e assumindo, no serviço, 
uma postura capaz de acolher, escutar e dar respostas mais adequadas aos usuários. Ou seja, 
requer prestar um atendimento com resolutividade e responsabilidade, orientando, quando 
for o caso, o paciente e a família em relação a outros serviços de saúde para a continuidade da 
assistência. Além disso, estabelecer articulações com os serviços para garantir a eficácia desses 
encaminhamentos (BRASIL, 2006).
Para tanto, algumas posturas têm de ser adotadas pelos profissionais de saúde a fim de 
produzir resultados positivos. Que tal refletirmos juntos sobre algumas delas?
ENFERMAGEM
Universidade 
Federal de 
Juiz de Fora
5
Com base nos conceitos aqui discutidos, você é capaz de compreender o acolhimento como 
componente ativo de interação entre o ser cuidador e o sujeito do cuidado (individual ou 
coletivamente)? 
Nesse momento, 
vamos conversar 
um pouco sobre 
o acolhimento em 
Saúde Mental. Já 
se perguntou como 
acolher o paciente/
u s u á r i o / f a m í l i a /
a c o m p a n h a n t e /
comunidade sob esta 
ótica?
A Secretaria do 
Estado de Saúde 
de Minas Gerais 
formulou, em 2006, o 
Caderno de Atenção 
em Saúde Mental, no 
qual destacou alguns 
pontos importantes a 
respeito da temática 
abordada neste 
capítulo.
O profissional deve:
>> entender o usuário do Sistema como protagonista do processo de produção 
da saúde.
>> estar aberto para o encontro com o usuário e toda a rede social que o 
envolve.
>> compreender que a reorganização do serviço é inevitável após a adoção 
da proposta do acolhimento, implicando intervenções junto à equipe 
multiprofissional encarregada da escuta e da resolução do problema de quem é 
acolhido.
>> promover a horizontalização das linhas de cuidado com a elaboração de 
terapêuticas individuais e coletivas.
>> ampliar os espaços democráticos de discussão, decisão e trocas coletivas, 
dialogando e proporcionando respostas às necessidades de saúde.
ENFERMAGEM
Universidade 
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Juiz de Fora
6
No CAPS, o usuário será recebido diretamente 
pela Equipe de Saúde Mental. Já nos serviços 
gerais de atenção à saúde, os profissionais de 
saúde, com ou sem formação específica para 
atenção à Saúde Mental, atenderão o usuário. 
Aqui surgem questões importantes para serem 
discutidas...
Frequentemente, os pacientes portadores 
de sofrimentos mentais são mal vistos pela 
sociedade. Muitos têm dificuldade de lidar com 
as pessoas, não gostam mesmo do contato e até 
cogitam o fato de serem pessoas perigosas.
Porém, muitos de nós esquecemos que, no 
convívio diário, transitando em ônibus, praças, 
>> Por um 
CAPS (Cen
tro de Aten
ção 
Psicossocia
l).
>> Diretam
ente em se
rviços de s
aúde: 
unidades b
ásicas, hos
pitais gera
is etc.
Por exem
plo, há 
duas 
maneiras 
pelas qua
is o 
portador 
de sofrim
entos 
mentais ch
ega ao sis
tema 
de saúde:
teatros, cinemas, restaurantes, bares e outros, 
nos esbarramos com portadores de sofrimentos 
mentais que convivem socialmente sem causar 
nenhum problema à sociedade. Então, por que 
temê-los?
O trabalhador do segmento da saúde tem de 
desenvolver um “jeito” de lidar com estes pacientes 
quando se apresentam inconvenientes, como, por 
exemplo, recorrer à firmeza e à tolerância. Não 
adianta somente encaminhá-los para os Serviços 
Especializados em Saúde Mental, porque, se isso 
acontecer, não estaremos utilizando da prática do 
acolhimento!
Em situações do dia a dia, fora de crises graves, 
os usuários são plenamente capazes de dizer o que 
sentem, querem e necessitam. Utilizar da escuta 
ativa, percebendo qual é o motivo pela procura do 
serviço, é um passo importante para encaminhá-lo 
ou não a um serviço específico. Para tanto, todos 
os trabalhadores devem conhecer a dinâmica 
da atenção à Saúde Mental, pois, se necessário, 
saberão para onde referenciar o usuário.
Jorge et al. (2011) destacam a valorização das 
tecnologias leves ou relacionais pelos sujeitos 
componentes da prática nos serviços de saúde 
mental. Você sabe o que isso significa?
ENFERMAGEM
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7
Autonomia é...
 MENDES-GONÇALVES, R. B. Tecnologia e organização social das práticas de saúde. São Paulo: Hucitec, 1994.
 SANTOS, A. M.; ASSIS, M. M. A.; NASCIMENTO, M. A. A.; JORGE, M. S. B. Vínculo e autonomia na prática de saúde bucal no Programa Saúde da Família. 
Rev. Saúde Pública, 2008; 42(3):464-470.
As tecnologias leves 
compreendem as relações 
interpessoais, como a produção 
de vínculos, autonomização e 
acolhimento . Já falamos um 
pouco sobre o acolhimento 
e a nossa próxima intenção é 
abordar os conceitos de vínculo e 
autonomia.
Etimologicamente, vínculo é 
um vocábulo de origem latina. 
Significa algo que ata ou liga 
pessoas, indica interdependência, 
relações com linhas de duplo 
sentido, compromissos dos 
profissionais com os pacientes 
e vice-versa. A constituição do 
vínculo depende de movimentos 
tanto dos usuários quanto da 
equipe Analisado em contexto 
mais amplo, o vínculo favorece 
um dos princípios do SUS, o 
da Integralidade, uma vez que 
“dá as mãos” aos usuários e 
profissionais, estabelecendo 
uma rede de referência e contra-
referência que beneficia a todos.
Quanto à autonomia... Você 
saberia defini-la? Utilize o espaço 
ao lado para conceituá-la, 
aproximando-a da Saúde Mental.
A construção da autonomia nos portadores de sofrimentos mentais dá-se mediante o vínculo positivo 
com os profissionais de saúde atentos às necessidades dos usuários. A sua identificação lhes permite 
participar ativamente de todo o processo terapêutico, tornando-se sujeito de seu próprio mundo, ator 
de seu cuidado e corresponsável pela sua recuperação.
Percebeu como o acolhimento, o vínculo, a autonomia e a corresponsabilização são componentes 
fundamentais para a atenção na Saúde Mental?
Nas próximas linhas, você encontrará um ‘instrumento’ formidável que o auxiliará a desenvolver a 
habilidade de acolher. Vamos a ele?
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1
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ENFERMAGEM
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Juiz de Fora
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PLUS!
A empatia tem sido considerada como um 
atributo necessário ao 
profissional de ajuda. 
Na psicoterapia, por 
exemplo, o terapeuta 
que se comporta com 
seu cliente de maneira 
empática tende a ser 
mais bem sucedido 
em seu trabalho. O 
mesmo acontece com o 
assistente social, com o 
enfermeiro e o médico.
Pesquisas sugerem 
que as pessoas empáticas 
se comportam de uma 
maneira que minimiza o 
conflito e o rompimento, 
tornando a interação 
mais agradável.
Livros populares 
afirmam que a empatia é 
uma das habilidades que 
compõem a “inteligência 
emocional” sendo mais 
importante para o 
sucesso profissional do 
que o QI (Quoeficiente 
Intelectual).
Eliane Falcone
Phd em Psicologia 
Experimental pela USP/SP.A definição de empatia 
nos auxilia a entender o 
envolvimento necessário ao 
acolhimento. Você já deve ter 
ouvido falar dela, não é mesmo?
A empatia é definida 
como uma habilidade que 
compreende precisamente os 
sentimentos e a perspectiva de 
outra pessoa, experimentando 
ou não os mesmos sentimentos 
dela, além de transmitir este 
entendimento de uma forma 
apropriada.
Essa definição nos permite 
diferenciar a empatia da 
simpatia e da angústia pessoal.
Tratando-se da Saúde Mental, 
muitos de nós incorremos no 
equívoco de afastamento do 
portador de distúrbios mentais 
por não compreendermos estas 
definições.
A empatia
>> Empatia possui um componente cognitivo mais 
elaborado. O indivíduo pode até experimentar 
sentimentos semelhantes aos da outra pessoa, mas 
ele faz uma elaboração mais refinada, relacionando 
o contexto, o sentimento e a perspectiva do outro.
>> Simpatia é uma reação predominantemente 
emocional. Sabe aqueles momentos em que 
sentimos exatamente o que o outro sente, 
identificamo-nos com ele e, literalmente, vestimos 
a camisa? Aqui, estamos sendo SIMPÁTICOS!>> A angústia pessoal caracteriza-se por um 
sentimento de desconforto diante do sofrimento 
de outra pessoa e, por isso, corresponde a uma 
reação mais egoísta.
Vamos a elas:
Reflita sobre situações e pessoas que o fizeram experimentar as sensações/
sentimentos acima descritos... 
Voltemos à empatia!
Para que você possa comportar-se de uma forma empática, deve estar 
disposto a se colocar no lugar do outro, demonstrando respeito e 
apreciação pelos sentimentos, perspectivas, além de se importar com 
o bem-estar de quem o procura.
ENFERMAGEM
Universidade 
Federal de 
Juiz de Fora
9
Percebeu como a empatia é a 
âncora do acolhimento? 
O que acha de começar a treinar? 
Ouvidos à obra!!!
1 Demonstrar at
enção.
2 Ouvir e 
compreender 
sensivelmente 
os sentimento
s 
da outra pessoa
.
3 Demon
strar ess
a 
compreensão le
gitimando a fala
 
e relacionando
-a ao contexto 
e 
à emoção do us
uário.
O comporta
mento 
empático envol
ve três 
ações sequencia
is e di-
nâmicas:
PARA REFLETIR:
“(...) crer numa loucura localizada no indivíduo e emprestar ao 
louco uma vestimenta que o transfigura em monstro não só ten-
de a retirar-lhe o estatuto de humanidade, como também a nos 
fazer esquecer que algo se diz através da loucura. Isto é, algo 
cujo sentido denuncia o contexto no qual ela emerge.
 João Frayze-Pereira, em seu livro “O que é Loucura”.
• http://sos-saudemental.blogspot.com/
• Biblioteca Virtual em Saúde Mental. Disponível em: <http://www.prossiga.br/ee_usp/
saudemental/Centro de Estudos via Internet>.
• Secretaria do Estado de Saúde de Minas Gerais. Disponível em: <http://www.
saudemental.med.br/ >.
• Centro de Estudos via Internet. Disponível em: <http://www.saude.mg.gov.br/>.
LINKS INTERESSANTES
ENFERMAGEM
Universidade 
Federal de 
Juiz de Fora
10
Nesse capítulo, você pode aprender sobre:
• O significado de acolher em saúde mental.
• A importância da representação social do 
acolhimento.
• O acolhimento aplicado à ação profissional 
do enfermeiro.
• O acolhimento como componente ativo 
de interação entre o ser cuidador e o sujeito do 
cuidado.
• Como o portador de sofrimento mental 
chega ao sistema de saúde.
• As tecnologias leves na produção de 
vínculos, autonomização e acolhimento.
• A empatia como um atributo necessário ao 
profissional de ajuda.
RESUMO
ENFERMAGEM
Universidade 
Federal de 
Juiz de Fora
11
A SAÚDE MENTAL 
NO DIA A DIA
Diferente, eu? “Pra você felicidade é
Relva tenra que cresceu no chão
Mas pra mim é fruta que no pé
Se oferece ao olho, à boca, à mão
Pra você toda a tristeza vem
Quando o sol descamba para o mar
Mas pra mim só quando não se tem
Para onde dirigir o olhar
Então nós dois
Sutis diferenças
Vamos combinar
Não pra saber
Quem vence ou não vence
Mas que luz vai dar”.
“Sutis Diferenças” – Caetano Veloso
Você já teve um dia daqueles em que tudo 
parece dar errado? Quando isso acontece, muita 
gente diz: “Assim, eu vou enlouquecer!” Mas será 
que alguém realmente enlouquece depois de um 
dia difícil? 
Já sentiu aquela dor imensa quando um 
relacionamento amoroso terminou? Sabe 
aquela tristeza que toma conta e nos deixa 
completamente abatidos como se nunca mais 
fôssemos conseguir sorrir de novo? Isaac Newton 
afirma que toda ação corresponde a uma reação. 
Assim, não reagimos aos acontecimentos do dia a 
dia. E alguns reagem de maneira muito diferente 
da maioria das pessoas. Você conhece alguém 
assim?
Normalmente, essas pessoas são logo vistas 
com desconfiança, não é verdade? Mas será que 
alguém pensa em um motivo para elas agirem de 
um modo diferente? Será que agir assim significa 
ter algum problema mental? 
Muitas vezes, agimos de forma diferente 
por estarmos sentindo um mal-estar físico ou 
emocional. E isso não quer dizer que estejamos 
sofrendo de algum problema mental. 
Podemos ser vistos como estranhos, por 
exemplo, porque viemos de uma sociedade 
com tradições culturais e sociais diferentes. Na 
Grécia, é muito comum cuspir na noiva no dia do 
casamento, enquanto ela caminha para o altar. 
Será que todos os gregos são loucos?!
Múltiplos aspectos podem ser considerados 
quando discutimos saúde mental e o que 
pretendemos aqui é o entendimento do conceito 
e de quais situações estão por trás desse assunto 
que ainda gera muita discussão entre os estudiosos 
da mente.
ENFERMAGEM
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Juiz de Fora
12
O DESAFIO DE ARISTÓTELES
“Qualquer um pode zangar-se... isso é fácil. 
Mas zangar-se com a pessoa certa, na medida certa, na hora 
certa, pelo motivo certo e da maneira certa não é fácil!”
 Ao pensarmos sobre um conceito para saúde mental, 
nos vêm à mente alguns elementos ou variáveis que podem 
contribuir ou interferir nesse processo. Como exemplos 
positivos, destacamos:
• Atitudes positivas em relação a si próprio.
• Crescimento, desenvolvimento e autorrealização.
• Integração e resposta emocional.
• Autonomia e autodeterminação.
• Percepção apurada da realidade.
• Domínio ambiental e competência social.
Por outro lado, há exemplos negativos:
• Estar desempregado ou desmotivado em um emprego.
• Ausência de segurança em sua cidade/domicílio.
• Isolar-se socialmente (não ter amigos).
• Residir em uma região sem saneamento básico 
adequado.
• Ser vítima de violência doméstica.
Mas o que é Saúde Mental?
Cientistas e pesquisadores vêm tentando entender o 
que é saúde mental e, principalmente, como a mente pode 
agir sobre as pessoas de forma a estabelecer, ao longo 
de suas vidas, sentimentos de satisfação e plenitude, de 
sofrimento e, até mesmo, desencadeando doenças. Já 
experimentou uma dor de cabeça após estar aborrecido? 
E uma sensação de leveza e bem-estar quando está 
feliz? O cérebro produz substâncias (neuropeptídeos) 
mediante nossos pensamentos e emoções (Common 
Sense Health and Healing, Dr. Richard Schulze). 
Assim, emoções positivas nos trazem efeitos 
saudáveis tanto em nível físico quanto mental. Quando 
os pensamentos e emoções tornam-se desequilibrados, 
nosso corpo e mente também se desequilibram.
ENFERMAGEM
Universidade 
Federal de 
Juiz de Fora
13
O meio em que vivemos, a formação pessoal 
oferecida pela nossa família, o contexto social, 
as diversas relações que estabelecemos com o 
mundo e com as pessoas, o que aprendemos com 
tudo isso e como respondemos a essas propostas 
de inter-relação são considerações importantes 
que influenciam na saúde mental. 
A existência humana é recheada de dificuldades 
e frustrações que podem produzir a sensação 
desagradável a qual chamamos de angústia. 
Considerada um sistema de alerta e de ofensiva, 
muitas vezes necessária à preservação do nosso 
organismo, tem como um dos efeitos colaterais a 
geração de tensão.
 A tensão que, a princípio, nos parece ruim 
pode, na verdade, ser um aspecto positivo se 
levarmos em consideração o fato de ela ser 
capaz de mobilizar nossa energia,que poderá ser 
direcionada para qualquer atividade. 
Entender o conflito psicológico como inerente 
ao ser humano nos impele a reagir de forma 
saudável, mostrando-nos mais flexíveis com as 
situações do cotidiano, em especial aquelas que 
não saem exatamente como esperávamos. 
Agora pense e tente responder à seguinte 
questão: Como acha que pode contribuir para 
que as pessoas ao seu redor e até você tenham 
uma condição melhor de saúde mental? 
Aproveite o espaço e registre suas ideias.
ANOTE AQUI:
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Saúde mental 
é um conceito que gera 
polêmica. É possível considerar como distúrbios mentais 
diversos transtornos como dislexia, autismo, até distúrbios 
psicológicos e de comportamento (por exemplo: a ansiedade), 
que estão mais diretamente relacionados com o modo de 
vida de cada indivíduo.
ENFERMAGEM
Universidade 
Federal de 
Juiz de Fora
14
Qualquer
 um pode
 ter 
a sua saúd
e mental 
afetada. O
 preconce
ito 
e a desinf
ormação 
podem co
ntribuir p
ara 
o agravam
ento ou o
 
surgimen
to de mai
s doenças
.
O Comitê de Peritos da Organização Mundial 
de Saúde – OMS define saúde mental como “a 
capacidade de estabelecer relações harmoniosas 
com os demais e a contribuição construtiva nas 
modificações do ambiente físico e social”. 
Podemos observar que existe uma preocupação 
em se referir à pessoa na relação com o meio, 
à sua capacidade de adaptação, de resolução 
de conflitos e à sua contribuição criativa. Dessa 
forma, percebemos que não é fácil estabelecer 
uma definição. Alguns estudiosos indicam 
critérios para sabermos se um indivíduo está 
mentalmente preservado, tais como:
• Não ter sintomas de doença, sentindo-se vital e 
descontraído.
• Conhecer a si mesmo.
• Manter contato com a realidade, o que implica 
aceitar as próprias limitações, assim como a 
capacidade em fazer frente às situações vitais 
com critérios realistas.
• Manter uma vida emocionalmente equilibrada.
• Adaptar-se à vida em sociedade.
• Encontrar motivos de satisfação razoáveis na 
vida diária.
• Ter convicções acerca do valor pessoal e do 
sentimento da vida.
• Desenvolver o espírito criador na vida pessoal.
VAMOS A ALGUNS EXEMPLOS?
1 Há alguns meses, Maria tem se sentido muito triste na maior parte dos dias. Ela não apresenta mais interesse pelas atividades 
que costumava realizar. Também tem estado 
muito pessimista em relação à vida, com baixa 
autoestima e, às vezes, se pergunta se está 
valendo a pena viver. O desencadeamento em 
Maria de um sofrimento mental pode ser indicado 
em que trecho no texto?
Há alguns meses, Maria tem se sentido muito 
triste na maior parte dos dias. Ela não apresenta 
mais interesse pelas atividades que costumava 
realizar. Também tem estado muito pessimista 
em relação à vida, com baixa autoestima e, às 
vezes, se pergunta se está valendo a pena viver.
Agora tente você!!!
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2Jorge prefere ficar sozinho. Ele não costuma criar laços de amizade, evita o contato físico com as pessoas e é excessivamente preso a 
objetos em geral. Também é muito resistente a 
mudanças, ou seja, mantém uma rotina de atos e 
hábitos que se repetem diariamente.
3 Ninguém se lembra muito bem de quando começou, mas há algum tempo a mãe de Áurea percebeu que ela é uma pessoa fechada. 
Costuma ficar com o olhar perdido, indiferente ao 
meio que a cerca. Muitas vezes, Áurea faz coisas 
estranhas, como falar sozinha. Ela também procura 
a mãe frequentemente para contar sobre coisas 
absurdas, como, por exemplo, o fato de um grupo de 
pessoas imaginárias querer acabar com a sua vida.
Mais um? Vamos lá!
4Um grave acidente automobilístico levou João ao ambiente hospitalar por quatro meses. Nesse período, esteve internado em unidades 
de tratamento intensivo (UTI), submeteu-se a duas 
cirurgias e permaneceu em um quarto impossibilitado 
de pisar no chão. Apesar do apoio constante dos 
familiares, o jovem rapaz sentia-se descontente e 
preocupado com o seu futuro, uma vez que era atleta 
profissional. Após algumas sessões de fisioterapia, 
houve uma melhora em seu quadro, mas, pouco 
a pouco, entregou-se a um estado de angústia 
lamentável. Recusou-se a alimentar e tornou-se 
agressivo quando algum familiar ou amigo tentava 
ajudá-lo.
Apesar de toda essa discussão sobre as variáveis do dia a dia que interferem na saúde mental, existem 
outros fatores, bem definidos, que podem interferir diretamente, tais como:
• Algumas doenças físicas.
• Alguns defeitos ou má formação de nascença.
• Acidentes que podem incapacitar o funcionamento 
adequado de alguns órgãos vitais para a saúde mental.
Quando um indivíduo apresenta algum problema 
de saúde que altera a função dos órgãos vitais, a sua 
integridade mental pode ser afetada, prejudicando 
a forma como se relaciona com o ambiente, com as 
outras pessoas e até com ele mesmo.
Como pode ver, não é tão simples definirmos saúde 
mental e, principalmente, entendê-la como uma área 
de saberes e práticas para o cuidado, uma vez que as 
questões que a cercam são muito pessoais e subjetivas, 
pois variam de indivíduo para indivíduo.
Você já ouviu falar em padrão de crenças e valores?
Quando acreditamos que não conseguiremos atingir 
ou realizar algum objetivo, ou que é algo muito difícil, 
uma forte crença limitante se transforma em um 
muro a nossa frente, bloqueando o fluxo de nossa 
ilimitada energia criadora. Muitos escutam em sua 
infância expressões menos felizes e, acreditando nelas, 
esmorecem ao longo da vida. 
Por outro lado, há aqueles que, contra tudo que 
é mais provável, acreditam que “EU POSSO”, e, ao 
agirem, transformam o mundo. Modelemos o exemplo 
de pessoas como madre Tereza, que fez da doação e do 
amor incondicional pelos pobres exemplo e inspiração 
para o mundo. Ou Mahtama Ghandi, a grande alma, que 
fundamentado em sua crença de igualdade e liberdade, 
através do valor da “não violência” (ahimsa), libertou 
a Índia do domínio da poderosa Inglaterra. Ou, ainda, 
Martin Luther King, cujo sonho de justiça e igualdade 
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 Compreendemos, assim, que o ser humano é um organismo em constante troca com o mundo 
em que vive, com os outros seres e, principalmente, com ele mesmo em uma relação direta de 
desejos, necessidades, ambições e como interage para conquistá-los.
moveu milhões e potencializou o movimento de igualdade 
racial nos EUA. Pessoas como estas eram movidas por 
valores que iam muito além de si próprios e alavancados 
por suas crenças transformadoras fizeram do mundo um 
lugar melhor. Será que seu meio ambiente, sua história 
de vida ou seu sistema nervoso eram muito diferentes ou 
melhores que os nossos? Ou será que foram seus valores, 
suas escolhas, crenças e atitudes que os impulsionaram 
a serem pessoas iluminadas e que serão lembradas pela 
eternidade? Se você crê nessa segunda alternativa, ótimo, 
pois sabemos que estes fatores podem ser modificados 
- basta usarmos as ferramentas adequadas, plantando 
literalmente flor em pedra!
Dr.Roberto Debski - Médico especialista em homeopatia 
e acupuntura, psicólogo, coach e trainner internacional em 
PNL.Disponível em: <http://www.serintegral.com.br/Artigos.
aspx?Cd=62>.
Leia sobre Inteligência Emocional no quadro Plus! 
Educação das emoções é, nesse século, um grande investimento em nossa saúde mental!
Teste sua inteligência emocional através do link: http://www.caiuaficha.com.br/testeqe/teste.html.
PLUS!
1Autoconhecimento emocional - reconhecer um sentimento enquanto ele 
ocorre. 
2Controle emocional - habilidade de lidar com seus próprios sentimentos, 
adequando-os para a situação. 
3Automotivação - dirigir emoções a serviço de um objetivo é essencial para 
manter-se caminhando sempre em busca. 
4Reconhecimento de emoções em outras pessoas. 
5Habilidade em relacionamentos inter-pessoais.
Daniel Goleman
Psicólogo, PhD pela Universidade 
de Harvard.
 A Inteligência Emocional está relacionada a habilidades tais como motivar a si mesmo 
e persistir mediante frustações; controlar impulsos, canalizando emoções para situações 
apropriadas; praticar gratificação prorrogada; motivar pessoas, ajudando-as a liberarem 
seus melhores talentos, e conseguir seu engajamento a objetivos de interesses comuns. 
Daniel Goleman, em seu livro, mapeia a Inteligência Emocional em cinco áreas de 
habilidades: 
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MOMENTO PIPOCA!
Um Ato de Coragem 
(John Q.) 
 
Elenco: Denzel Washington, Kimberly Elise, Daniel E. Smith, Robert 
Durvall, Eddie Griffin, Shawn Hatosy, Anne Heche, Ray Liotta, James 
Woods. 
Direção: --- 
Gênero: Drama 
Distribuidora: Playarte 
Estreia: 05 de Maio de 2002. 
Sinopse: John Q. Archibald (o ator vencedor do Oscar DENZEL WA-
SHINGTON) é um homem comum que trabalha numa fábrica e cuida 
de sua família. Sua mulher, Denise (KIMBERLY ELISE), e seu filho Mi-
chael (DANIEL E. SMITH) são tudo para ele. Ocorre que Michael fica 
gravemente doente necessitando com urgência de um transplante de 
coração que John Q não tem condições de pagar, e que seu plano de 
saúde não cobre. Ele, então, jura que fará o que for preciso para man-
ter seu filho vivo. Correndo contra o tempo e vendo-se sem saída, uma 
jogada desesperada transforma-se em sua única esperança - ele torna 
refém todo o setor de emergência do hospital. Ao bloqueá-lo, prejudica outros pacientes 
que também necessitam de cuidados médicos. Ele tem que enfrentar um veterano policial 
especialista em negociações desse tipo (ROBERT DUVALL) e um impaciente chefe de polícia 
(RAY LIOTTA), que pretende pôr um fim rapidamente nessa situação. Denzel Washington 
estrela “John Q”, um drama de ação acerca de um pai disposto a correr riscos inacreditáveis 
para salvar seu filho, tornando-se ao mesmo tempo um improvável herói e um criminoso 
aos olhos da lei.
 
 Liz Gilbert (Julia Roberts) tinha tudo o que uma mulher 
moderna deve sonhar em ter – um marido, uma casa, uma 
carreira bem-sucedida – ainda assim, como muitas outras 
pessoas, ela está perdida, confusa e em busca do que ela 
realmente deseja na vida. Recentemente divorciada e num 
momento decisivo, Gilbert sai da zona de conforto. Arrisca 
tudo para mudar sua vida, embarcando em uma jornada 
ao redor do mundo que se transforma em uma busca 
por autoconhecimento. Em suas viagens, ela descobre 
o verdadeiro prazer da gastronomia na Itália; o poder 
da oração na Índia e, inesperadamente, a paz interior e 
equilíbrio de um verdadeiro amor em Bali. Baseado no best-
seller autobiográfico de Elizabeth Gilbert, “Comer, Rezar, 
Amar” prova que existe mais de uma maneira de levar a 
vida e de viajar pelo mundo.
Comer rezar amar
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 • O conceito de saúde mental leva em consideração as seguintes variáveis: meio ambiente, 
formação familiar, relações interpessoais, interação com o mundo e com as pessoas e a forma 
como respondemos a essas interações.
 • Algumas sensações e sentimentos ruins podem ter um aspecto positivo ao ressignificarmos 
os momentos de crise, direcionando a energia para novas realizações.
• A definição de saúde mental dada pela OMS é “a capacidade de estabelecer relações 
harmoniosas com os demais e a contribuição construtiva nas modificações do ambiente físico 
e social”.
• Alguns critérios utilizados para identificar a saúde mental preservada são:
1 Não ter sintomas de doença, sentindo-se vital e descontraído.
2 Conhecer a si mesmo.
3 Manter contato com a realidade, o que implica aceitar as próprias limitações, assim como a 
 capacidade em fazer frente às situações vitais com critérios realistas.
4 Manter uma vida emocionalmente equilibrada.
5 Adaptar-se à vida em sociedade.
6 Encontrar motivos de satisfação razoáveis na vida diária.
7 Ter convicções acerca do valor pessoal e do sentimento da vida.
8 Desenvolver o espírito criador na vida pessoal.
• Outros fatores que podem interferir na saúde mental englobam as doenças físicas, os defeitos 
de nascença e os acidentes que levam ao funcionamento inadequado de alguns órgãos vitais 
para a saúde.
• O ser humano é um organismo em constante troca com o mundo em que vive, com os outros 
seres e, principalmente, com ele mesmo, em uma relação direta de desejos, necessidades, 
ambições. 
• www.serintegral.com.br
• http://www.telacritica.org/sinopses.htm
• http://sos-saudemental.blogspot.com/
• portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=925
LINKS INTERESSANTES
RESUMO
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SAÚDE MENTAL E
SUA HISTÓRIA
Desde que o homem habita o mundo, a loucura 
existe visto que o transtorno mental é inerente à 
raça humana. Delimitar o que é razão e loucura 
constitui desafio nos dias atuais, já que a linha é 
tênue e subjetiva! Mas como isso tudo começou? 
Quais modificações os modelos de atenção à saúde 
mental sofreram ao longo do tempo? Como se 
deu a Reforma Psiquiátrica? Que sistema de saúde 
temos hoje para ofertar ao cidadão portador de 
sofrimento mental?
Ao final dessa temática, será possível responder 
a todas essas questões.
Vamos estudar?
Para começar, um pouco de história...
Na Grécia antiga, a loucura era bem vista. 
Filósofos como Sócrates e Platão consideravam 
que era porta de acesso à divindade e os 
“privilegiados” conviviam em uma posição de 
destaque junto aos “normais”.
Com o passar dos tempos, a sociedade viu-se 
impelida a excluí-los e os loucos foram deslocados 
para ambientes de “não-convívio e não-pertubação 
da ordem alheia” .
No século XIII, o saber médico em torno da 
doença mental ganhou destaque e o hospital 
surgiu como meio terapêutico. Organizado a 
princípio sob normas e prerrogativas rígidas de 
controle e disciplina sobre o paciente, o ambiente 
hospitalar tornou-se um mundo à parte, afastando 
o interno do convívio familiar e social.
Ser louco passa a ser perigoso e inconveniente 
porque a doença “impossibilita” a convivência 
com as regras ditas normais. É posto de lado toda 
e qualquer consideração do ser humano sobre si 
mesmo.
Lançava-se mão, à época, de muitos métodos 
terapêuticos que, para os padrões atuais, são 
considerados desumanos, tais como:
Convulsão.
Eletrochoque.
Lobotomia.
Comas insulínicos.
Aposto que ficou curioso! Pesquise sobre estas e 
outras modalidades terapêuticas utilizadas antigamente 
nos links sugeridos ao final dessa temática.
Todos estes métodos tinham finalidade curativo-
substitutiva, ou seja, fazer com que o portador de 
sofrimento mental voltasse à realidade através do 
“tratamento moral”, pois a doença o teria feito 
perder a distinção entre o bem e o mal. Reaprender 
então era a meta. Qualquer atitude indevida 
levava o paciente à advertência e era punido para 
vir a reconhecer seu erro até arrepender-se e 
não voltar a equivocar-se mais. Desse modo, era 
considerado curado.
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Essa reclusão nos manicômios possibilitou o 
nascimento da psiquiatria com as denominações 
dos transtornos e agrupamentosde sintomas que 
fundamentam a disciplina acadêmica. Todavia, 
propostas terapêuticas alternativas ainda não 
eram consideradas.
Apesar do paradoxo do século XVIII, em que os 
doentes mentais ainda eram vistos como entes 
excluídos do convívio social, destaca-se a figura 
humanística do francês Philippe Pinel (1745-1826), 
que considerava valiosa a experiência diária dos 
funcionários do estabelecimento manicomial 
como forma de auxílio à compreensão de 
certas nuances das doenças mentais. Jean-
Baptiste Pussin, o chefe dos guardas do asilo, 
cujos procedimentos observava com atenção, 
inspirou-lhe medidas humanitárias em benefício 
dos doentes, principalmente a de libertá-los das 
correntes a que vários viviam presos, tratá-los 
como doentes comuns e, em caso de crises de 
agitação e violência, aplicar apenas a camisa 
de força. Pinel eliminou diversos tratamentos 
em favor de uma terapia que abrangia contato 
próximo e amigável com o paciente, discussão de 
conflitos pessoais e um programa de atividades 
dirigidas. Sua visão ampliada para a época chegou 
a tal ponto que o treinamento para os funcionários 
e administração competente configurava-lhe 
como quesitos de preocupação íntima (COBRA, 
2003).
Nas primeiras décadas do século XX, o número 
de manicômios era expressivo. O isolamento, 
o abandono e os maus-tratos aliados às más 
condições de alimentação, hospedagem e higiene 
agravavam-se progressivamente (Atenção em 
Saúde Mental, Secretaria de Estado de Saúde de 
Minas Gerais, 2006).
Porém, após a Segunda Grande Guerra, os 
conceitos de reforma do modelo hospitalocêntrico 
se expandiram e desconstruíram o conceito de 
doença mental quanto a uma nova forma de 
perceber a loucura como “existência-sofrimento” 
do sujeito em relação com o corpo social (ROTELLI; 
AMARANTE, 
1992).
No século 
XX, grandes 
e s t u d i o s o s 
f i z e r a m 
descobertas 
que são 
relembradas 
até hoje, 
como, por 
e x e m p l o , 
Freud (1856-
1939), Pavlov 
(1849-1936) 
e Kurt Lewin 
(1890-1947).
SAIBA MAIS!
 Acerca do conceito de loucura e seus reflexos na assistência de 
saúde mental. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rlae/v13n4/
v13n4a19.pdf>.
 Reflexões sobre “A História da Loucura”, de Michel Foucault. 
Disponível em: <http://www.unicamp.br/~aulas/pdf3/24.pdf>.
 Philippe Pinel, pioneiro da psiquiatria. Disponível em: <http://
www.cobra.pages.nom.br/ecp-pinel.html>.
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PESQUISE SOBRE ELES E REALIZE 
ANOTAÇÕES NO CAMPO ABAIXO:
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 Esta é a odisseia vivida por Neto, um jo-
vem de classe média baixa, que leva uma 
vida comum até o dia em que o pai o interna 
em um manicômio depois de encontrar um 
cigarro de maconha em seu bolso. O fato 
é a gota d’água que deflagra a tragédia na 
família. Neto é um adolescente em busca 
de emoções e liberdade, com pequenas re-
beldias incompreendidas pelo pai, como pi-
char muros e usar brincos. A falta de enten-
dimento leva ao emudecimento na relação 
dentro de casa e o medo de perder o con-
trole sobre o filho vira o amor do avesso. 
No manicômio, Neto conhece uma realida-
de absurda e desumana, onde os internos 
são devorados por um sistema corrupto e 
cruel. A linguagem de documentário utili-
zada pela diretora empresta ao filme uma 
forte sensação de realidade, aumentando 
ainda mais o impacto das emoções vividas 
pelo protagonista.
Disponível em: <http://interfilmes.com/fil-
me_12752_Bicho.de.Sete.Cabecas-(Bicho.
de.Sete.Cabecas).html>.
REFLITA!
Houve época em que a saúde mental estava cercada 
de mistérios. Acreditava-se que forças místicas ocul-
tas eram causadoras das doenças da mente. Muitos 
rituais de purificação e de magia eram realizados com
o objetivo de livrar a pessoa do mal, que era excluída 
da sociedade e, muitas vezes, até castigada.
QUE TAL UMA VIAGEM AO INFERNO MANICOMIAL?
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 Você já vivenciou algum 
período de reforma em sua 
vida? Reforma material ou 
emocional em que você dis-
se: “CHEGA! É HORA DE MU-
DAR!”?
 Todos nós temos esses mo-
mentos, não é mesmo? Assim 
como precisamos
rever nossos conceitos, res-
significar algumas atitudes 
e emoções, os sistemas de 
saúde também passam por 
reformas, por ajustes e mu-
danças necessárias que visam 
atender aos princípios cons-
titucionais e às necessidades 
da população. Afinal, a lei é 
do progresso! Não importa se 
vamos reformar um cômodo, 
uma casa, um edifício ou um 
quarteirão, as regras são cla-
ras. É preciso
• planejar a obra (projeto, 
magnitude, material, custo).
• estabelecer prazos.
• contratar pessoas capacita-
das ou oferecer treinamento 
para capacitá- las. 
 Com a Reforma Psiquiátrica 
não foi diferente...
 Em novembro de 2005, foi
realizada a Conferência Regio-
nal de Reforma dos Serviços 
de Saúde Mental em Brasília 
– DF. O documento editado 
pelo Ministério da Saúde con-tém os
momentos históricos desse
importante movimento de re-
estruturação da atenção aos
portadores de transtornos 
mentais em nosso país.
• O início do processo de Reforma Psiquiátrica no Brasil é contempo-
râneo da eclosão do “movimento sanitário”, nos anos 70, em favor da 
mudança dos modelos de atenção e gestão nas práticas de saúde, defesa 
da saúde coletiva, equidade na oferta dos serviços e protagonismo dos 
trabalhadores e usuários dos serviços de saúde nos processos de gestão 
e produção de tecnologias de cuidado.
• O ano de 1978 costuma ser identificado como o de início efetivo do mo-
vimento social pelos direitos dos pacientes psiquiátricos em nosso país, 
com o surgimento do Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental 
(MTSM), movimento plural formado por trabalhadores integrantes do 
movimento sanitário, associações de familiares, sindicalistas, membros 
de associações de profissionais e pessoas com longo histórico de interna-
ções psiquiátricas.
• O MTSM, através de variados campos de luta, passa a denunciar a vio-
lência dos manicômios, a mercantilização da loucura, a hegemonia de 
uma rede privada de assistência e a construir coletivamente uma crítica 
ao chamado saber psiquiátrico e ao modelo hospitalocêntrico na assis-
tência às pessoas com transtornos mentais.
• A experiência italiana de desinstitucionalização em psiquiatria e sua 
crítica radical ao manicômio é inspiradora. E revela a possibilidade de 
ruptura com os antigos paradigmas, como, por exemplo, na Colônia 
Juliano Moreira, enorme asilo com mais de 2.000 internos no início dos 
anos 80, no Rio de Janeiro.
• Passam a surgir as primeiras propostas e ações para a reorientação da 
assistência.
• O II Congresso Nacional do MTSM (Bauru, SP), em 1987, adota o lema 
“Por uma sociedade sem manicômios”. Nesse mesmo ano, é realizada a I 
Conferência Nacional de Saúde Mental (Rio de Janeiro).
VAMOS VER ALGUNS TRECHOS?
A REFORMA PSIQUIÁTRICA
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ANOTE!
Desistitucionalização: movimento contra a 
hospitalização do doente mental. A favor 
da reitegração dos doentes mentais ao 
convívio das famílias e da sociedade.
DICA! 
Contextualização impor-
tante sobre Reforma Psi-
quiátrica no quadro Plus!
REGISTRE ABAIXO
SUA COMPREENSÃO:
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Leia mais sobre este tema no link http://bvsms.saude.gov.br/bvs/
publicacoes/Relatorio15_anos_Caracas.pdf e descubra por que a 
cidade de Santos - SP foi pioneira no novo modelo assistencial.
PLUS!
AReforma Psiquiátrica é processo político e social complexo, 
composto de atores, 
instituições e forças de 
diferentes origens, e que incide 
em territórios diversos, nos 
governos federal, estadual e 
municipal, nas universidades, 
no mercado dos serviços 
de saúde, nos conselhos 
profissionais, nas associações 
de pessoas com transtornos 
mentais e de seus familiares, 
nos movimentos sociais, e 
nos territórios do imaginário 
social e da opinião pública. 
Compreendida como um con-
junto de transformações de 
práticas, saberes, valores cul-
turais e sociais, é no cotidiano 
da vida das instituições, dos 
serviços e das relações inter-
pessoais que o processo da 
Reforma Psiquiátrica avança, 
marcado por impasses, ten-
sões, conflitos e desafios.
Conferência Regional de Re-
forma dos Serviços de Saúde 
Mental – MS, Brasília Novem-
bro 2005
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25
Atualmente, o hospital psiquiátrico já não cons-
titui o único recurso nem o mais válido para tratar 
o doente mental. Além disso, a sua razão de existir 
deixou de ser o armazenamento e separação dos 
loucos da sociedade e se mostra como um dentre 
os recursos terapêuticos existentes. A internação 
hospitalar mostra-se útil, por exemplo, quando se 
está diante de um doente crônico que não pode 
viver, de forma independente, na sociedade. Ou 
quando se encontra numa fase aguda da doença 
com manifestações de comportamentos compro-
metedores à sua própria integridade física ou de 
outrem.
Hoje em dia, além da atenção hospitalar especiali-
zada, os cuidados em saúde mental, também cha-
mados de cuidados psiquiátricos, são prestados 
por:
• Centros de Saúde.
• Unidades de internação em hospitais gerais.
• Hospitais-dia e centros de apoio psicossocial.
• Lares abrigados (Residências Terapêuticas).
• Unidades de reabilitação e oficinas ocupacionais.
Com a evolução dos cuidados médicos e de enfer-
magem, além da mudança nos padrões de trata-
mento e das formas de tratar, hoje a assistência 
pode ser pensada do seguinte modo:
• Cuidados integrais não só em relação aos aspec-
tos técnicos, mas também psicossociais e espirituais.
• Papel criativo na formação de um ambiente hu-
mano que possibilite ao paciente reestabelecer o 
equilíbrio e o desenvolvimento de suas potenciali-
dades humanas e pessoais.
• Participação no dia a dia dos pacientes, o que fa-
cilita o diagnóstico, tratamento e reabilitação.
•Relação interpessoal terapêutica quando a equi-
pe de enfermagem é responsável contribuindo 
para a reabilitação do cliente e a evolução dos cui-
dados.
• Papel educador na formação de novos profissio-
nais mais comprometidos com a saúde mental.
A evolução da ciência e dos conhecimentos sobre a 
saúde mental possibilitou uma visão mais humana 
da doença mental e de como tratá-la, mas foi preci-
so uma legislação específica para que os cuidados 
fossem iguais e disponibilizados para todos. É o 
que estudaremos na próxima temática.
Cuidados em saúde mental
Reflita, registre em seu diário, discuta 
com seu tutor: Com a evolução da ciência 
e dos conhecimentos, quais cuidados são 
comuns às diversas profissões de saúde?
REFLITA!
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Dizem que sou louco por pensar assim
Se eu sou muito louco por eu ser feliz
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Se eles são bonitos, sou Alain Delon
Se eles são famosos, sou Napoleão
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Eu juro que é melhor
Não ser o normal
Se eu posso pensar que Deus sou eu
Se eles têm três carros, eu posso voar
Se eles rezam muito, eu já estou no céu
Mas louco é quem me diz
E não é feliz, não é feliz
Sim sou muito louco, não vou me curar
Já não sou o único que encontrou a paz
Mais louco é quem me diz
E não é feliz
Eu sou feliz
“Balada do Louco” é uma música 
dos Mutantes, composta por Rita 
Lee e Arnaldo Batista, em 1986. 
Leia-a e perceba as similaridades 
com o que foi discutido nas 
três temáticas desta Unidade 
de Estudo e grife os trechos, 
palavras e expressões que mais 
lhe chamarem a atenção.
HORA DE RELAXAR!
Ficou “louco” para ouvi-la?! Acesse: http://www.paixaoeromance.com/
80decada/balada_do_louco/h_balada_do_louco.htm e curta o som na 
voz de Ney Matogrosso.
LINKS INTERESSANTES
• http://www.cerebromente.org.br/n04/historia/shock.htm
• http://drauzio.mediaibox.com.br/ExibirConteudo/1910/eletrochoque-eletroconvulsoterapia/pa-gina6/eletrochoque-no-controle-da-agressividade
• http://sos-saudemental.blogspot.com/
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RESUMO
• A História da Loucura perpassa os séculos transitando do normal ao inconveniente, e chega aos 
dias atuais como sofrimento a ser considerado, valorizado e respeitado.
• A Reforma Psiquiátrica (ou movimento antimanicomial) tem sua expressão máxima no final da 
década de 70. Destaca-se o pioneirismo da cidade santista.
• Atualmente, o hospital psiquiátrico já não constitui o único recurso nem o mais válido para tra-
tar o doente mental.
• Os cuidados em saúde mental, também chamados de cuidados psiquiátricos, são prestados 
por centros de Saúde, unidades de internação em hospitais gerais, hospitais-dia e centros de apoio
psicossocial, lares abrigados (Residências Terapêuticas) e unidades de reabilitação e oficinas ocu-
pacionais.
• A evolução da ciência e dos conhecimentos sobre a saúde mental possibilitou uma visão mais 
humana da doença mental e de como tratá-la.
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. DAPE. Coordenação Geral de Saú-
de Mental. Reforma psiquiátrica e política de saúde mental no Brasil. Documento apresentado à 
Conferência Regional de Reforma dos Serviços de Saúde Mental: 15 anos depois de Caracas. OPAS. 
Brasília, novembro de 2005.
SOUZA, Martha Elisabeth de. Minas Gerais. Secretaria de Estado de Saúde. Atenção em Saúde 
Mental. Belo Horizonte, 2006.
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Sem dúvida, a Reforma Psiquiátrica constituiu im-
portante marco na história da atenção à saúde mental 
em nosso país. No capítulo anterior, foi realizada uma 
viagem pelas principais datas e eventos que marca-
ram esse momento de renovação.
Quando o Brasil passou pelo processo conhecido 
como “democratização”, no início dos anos 80, a saú-
de foi efetivamente influenciada, já que foi pensada 
como um direito, e a assistência deveria acompanhar 
esse pensamento em busca de humanização e quali-
dade. O objetivo foi o de eliminar a exclusão social e o 
preconceito que sempre estiveram presentes na aten-
ção ao doente mental.
 Com o Movimento dos Trabalhadores em Saúde 
Mental, desinstitucionalização e ressocialização eram 
palavras de ordem, reforçando a ideia de desmontar 
os manicômios/hospitais psiquiátricos, o tratamento 
impessoal, o abuso de psicofármacos, o distanciamen-
to da realidade social e familiar, entre outros. 
POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE 
MENTAL NO BRASIL
“É!
A gente quer valer o nosso amor A gente quer valer nosso suor
A gente quer valer o nosso humor A gente quer do bom e do melhor...
A gente quer carinho e atenção A gente quer calor no coração
A gente quer suar, mas de prazer A gente quer é ter muita saúde
A gente quer viver a liberdade A gente quer viver felicidade...
É!
A gente quer viver pleno direito A gente quer viver todo respeito
A gente quer viver uma nação A gente quer é ser um cidadão
A gente quer viver uma nação...”
O retrato dessa época era muito semelhante à composição 
do trecho seguinte da música “É”, de Gonzaguinha:
Nessa temática, serão abordadas as principais 
leis que definem e regularizam a saúde mental no 
Brasil, ou seja, a sua normatização jurídica, o que 
confere de fato o direito ao cidadão portador de 
sofrimento mental.
 Mas o que é ter direito? Será que é o contrário 
de ter deveres? A resposta é: “Depende!” A pala-
vra ‘direito’ pode ter mais de um significado. 
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PESQUISE E REGISTRE SUA PERCEPÇÃO DO CONCEITO 
QUE MELHOR SE APLICA À NOSSA DISCUSSÃO.
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No quadro Plus!, você poderá 
conhecer um pouco mais sobre 
os conceitos de leis, resoluções, 
portarias e decretos. Vale a pena 
conferi-lo!
O direito à saúde mental co-
meça pelo direito de ser cidadão 
e ter sua saúde garantida pelo Es-
tado, questão considerada cons-
titucional a partir de 1988.
O borbulhar de propostas, 
debates e encontros sobre o 
atendimento ao doente mental 
contribuiu para a aprovação, 
pelo Congresso Nacional, do 
Projeto de Lei n0 2.675/89, co-
nhecido como “Lei Antimanico-
mial” ou projeto Paulo Delgado, 
que tramitou no Senado Federal 
por dez anos, tendo como con-
corrente o Substitutivo Lucídio 
Portella.
O projeto Paulo Delgado dis-
punha sobre a “extinção pro-
gressiva dos manicômios e sua 
substituição por outros recursos 
assistenciais e regulamenta a in-
ternação psiquiátrica compulsó-
ria”. A redação final do Projeto 
de Lei foi aprovada pelo Senado, 
em janeiro de 1999, e foi regula-
mentada como Lei Federal em 
2001.
Vamos saber mais sobre al-
guns pontos-chave desse proje-
to?
No parágrafo único, são defini-
dos os direitos da pessoa porta-
dorade transtorno mental. São 
eles:
I - Ter acesso ao melhor trata-
mento do sistema de saúde con-
sentâneo às suas necessidades.
II - Ser tratada com humanida-
de e respeito e no interesse ex-
clusivo de beneficiar sua saúde, 
visando alcançar sua recupera-
ção pela inserção na família, no 
trabalho e na comunidade.
III - Ser protegida contra qual-
quer forma de abuso e explora-
ção.
IV - Ter garantia de sigilo nas 
informações prestadas.
 V - Ter direito à presença mé-
dica, em qualquer tempo, para 
esclarecer a necessidade ou não 
de sua hospitalização involuntá-
ria.
VI - Ter livre acesso aos meios 
de comunicação disponíveis.
VII - Receber o maior número 
de informações a respeito de sua 
doença e de seu tratamento.
VIII - Ser tratada em ambiente 
terapêutico pelos meios menos 
invasivos possíveis.
IX - Ser tratada, preferencial-
mente, em serviços comunitários 
de saúde mental.
Destaca-se também a propos-
ta de ressocialização do portador 
de sofrimento mental observada 
nos trechos abaixo:
Art. 4o A internação, em qual-
quer de suas modalidades, só 
será indicada quando os recursos 
extra-hospitalares se mostrarem 
insuficientes.
§ 1o O tratamento visará, como 
finalidade permanente, a reinser-
ção social do paciente em seu 
meio.
Art. 5o O paciente há longo 
tempo hospitalizado ou para o 
qual se caracterize situação de 
grave dependência institucional, 
decorrente de seu quadro clínico 
ou de ausência de suporte social, 
será objeto de política específica 
de alta planejada e reabilitação 
psicossocial assistida, sob res-
ponsabilidade da autoridade sa-
nitária competente e supervisão 
de instância a ser definida pelo 
Poder Executivo, assegurada a 
continuidade do tratamento, 
quando necessário.
PLUS!
LEI - (do verbo latino li-
gare, que significa “aqui-
lo que liga”, ou legere, 
que significa “aquilo que 
se lê”) é uma norma ou 
conjunto de normas jurí-
dicas criadas através dos 
processos próprios do 
ato normativo e estabe-
lecidas pelas autoridades 
competentes para o efei-
to.
RESOLUÇÃO - Ato legis-
lativo de conteúdo con-
creto, de efeitos internos. 
É a forma que revestem 
determinadas delibera-
ções da Assembleia da 
República.
DECRETO - Um decreto 
é uma ordem emanada 
de uma autoridade supe-
rior ou órgão (civil, mili-
tar, leigo ou eclesiástico) 
que determina o cumpri-
mento de uma resolução.
PORTARIAS - Documen-
to de ato administrativo 
de qualquer autoridade 
pública, que contém ins-
truções acerca da aplica-
ção de leis ou regulamen-
tos, recomendações de 
caráter geral, normas de 
execução de serviço, no-
meações, demissões, pu-
nições, ou qualquer outra 
determinação de sua com-
petência
Disponível em: http://
pt.wikipedia.org/wiki/Lei
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Outras leis e portarias federais que regu-
lamentam a assistência ao doente mental 
podem também ser conhecidas por você! 
Pesquise-as em sites de busca ou acesse 
http://portal.saude.gov.br/portal/saude/
area.cfm?id_area=925 e estude sobre seus 
principais pontos.
• Decreto nº 1.132/1903 - “Reorganiza a 
assistência a alienados”.
• Decreto nº 24.559/1934 - “Dispõe sobre 
a profilaxia mental, a assistência e prote-
ção à pessoa e aos bens dos psicopatas, a 
fiscalização dos serviços psiquiátricos e dá 
outras providências”.
•Projeto nº 3.657/1989 - “Dispõe sobre a 
extinção progressiva dos manicômios e sua 
substituição por outros recursos assisten-
ciais e regulamenta a internação psiquiátri-
ca compulsória”.
• Lei nº 10.708, de 31 de julho de 2003 - 
“Institui o auxílio-reabilitação psicossocial 
para pacientes acometidos de transtornos 
mentais egressos de internações”.
• Lei nº 9.867, de 10 de novembro de 
1999 - “Dispõe sobre a criação e o funcio-
namento de cooperativas sociais, visando 
à integração social dos cidadãos, conforme 
especifica”.
• Portaria MS/GM nº 1.190, de 04 de ju-
nho de 2009 - “Institui o plano emergen-
cial de ampliação do acesso ao tratamento 
e prevenção em álcool e outras drogas no 
sistema único de saúde - SUS (PEAD 2009-
2010) e define suas diretrizes gerais, ações 
e metas”. 
• Portaria MS/GM nº 1.876, de 14 de agos-
to de 2006 - “Institui diretrizes nacionais 
para prevenção do suicídio a ser implanta-
das em todas as unidades federadas, res-
peitadas as competências das três esferas 
de gestão”.
• Portaria MS/GM nº 1.608, de 03 de 
agosto de 2004 - “Constitui fórum nacional 
sobre saúde mental de crianças e adoles-
centes”.
•Portaria n° 52, de 20 de janeiro de 2004 
- “Institui o programa anual de reestrutu-
ração da assistência psiquiátrica hospitalar 
no SUS – 2004”.
Como você pôde perceber, várias medi-
das foram tomadas para que os doentes
mentais tivessem seus direitos respeita-
dos e pudessem ter uma chance de voltar a 
viver em sociedade de forma humanizada, 
aceitos como cidadãos livres e dignos.
Um outro avanço na atenção a estes pa-
cientes, principalmente em relação aos
internados, foi a Carta dos Direitos do Pa-
ciente Internado, que apresentamos a se-
guir:
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• a um atendimento atencioso e respei-
toso.
• à dignidade pessoal. 
• ao sigilo ou ao segredo médico.
• a reconhecer a identidade dos profis-
sionais envolvidos em seu tratamento.
• à informação clara, numa linguagem 
acessível, sobre diagnóstico, tratamento e 
prognóstico.
• a se comunicar com pessoas fora do 
hospital e a ter, quando necessário, um tra-
dutor.
• a recusar tratamento e a ser informa-
do sobre as consequências médicas dessa 
opção.
• a ser informado sobre projetos de pes-
quisas referentes ao tratamento e a se re-
cusar a participar dos mesmos.
• a receber uma explicação completa re-
ferente à sua escolha hospitalar.
• a reclamar.
• a recusar a realização de exames des-
necessários.
• a ter acesso a uma segunda e/ou ter-
ceira avaliação.
TODO PACIENTE TEM DIREITO
• a escolher o médico e/ou especialista 
dentro do ambiente hospitalar.
• a questionar a medicação prescrita.
• à ficha médica.
Como você pode ver, a aten-
ção ao doente mental passou 
por uma séria reformulação e, 
ainda hoje, muitos esforços es-
tão sendo implementados para 
que essas mudanças sejam prati-
cadas de fato, como a formação 
de profissionais mais conscien-
tes e comprometidos com essa 
proposta, além da oferta de re-
des alternativas de tratamento.
É o que veremos nesse mo-
mento!
A Rede de Atenção em Saúde Mental
A atenção primária através das Unidades Bási-
cas de Saúde e das Equipesde Saúde da Família 
(ESF) recebem fre-
quentemente usu-
ários que destinam-
-se à saúde mental. 
Em sua maioria, o 
perfil da clientela 
consiste dehomens 
e mulheres que 
utilizam psicofár-
macos e afirmam 
ter depressão ou 
vivenciarem graves 
momentos de crise. 
Muitos comparecem às unidades para revalidação 
de receitas médicas, busca de medicamentos ou 
para uma simples conversa...
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As Equipes de Saúde da Família apresentam papel de 
destaque no cumprimento das propostas de inversão 
do modelo de atenção à saúde mental, uma vez que 
tendem a ter com a clientela adstrita uma aproxi-
mação maior. Conhecem as famílias, suas moradias, 
hábitos de vida e outros aspectos que contribuem na 
identificação precoce de distúrbios emocionais
e propostas de enfrentamento.
Lembra-se da Temática 1 em que discutimos a
importância do acolhimento, vínculo, responsabili-
zação e autonomia?!
 As informações contidas no quadro abaixo são re-
centes e expressam as Em 2009, foram capacitados 
200 profissionais na área de saúde mental para tra-
balhar com iniciativas ministeriais na ampliação da 
participação da ESF na atenção à as Equipes de Saú-
de da Família. A atenção básica/Saúde da Família é a 
porta de entrada saúde mental.
Em 2009, foram capacitados 200 profissionais na área de saúde mental para tra-
balhar com iniciativas ministeriais na ampliação da participação da ESF na atenção 
à as Equipes de Saúde da Família. A atenção básica/Saúde da Famíliaé a porta de 
entrada saúde mental. Preferencial de todo o Sistema de Saúde.
A Política Nacional de Saúde Mental propõe que as práticas de saúde mental na 
atenção básica/ Saúde da Família substituam o modelo tradicional medicalizante. 
Sendo a porta de entrada preferencial de todo o Sistema de Saúde, busca-se resga-
tar a singularidade de cada usuário e o comprometimento com o tratamento. É uma 
aposta no protagonismo do indivíduo e tenta-se romper com a lógica de que a doen-
ça é sua identidade e de que a medicação é a ‘única’ responsável pela sua melhora.
O trabalho da atenção básica é investir nas potencialidades do ser humano; auxi-
liar na formação de laços sociais e apostar na força do território como alternativa 
para a reabilitação social. Dessa forma, há uma convergência de princípios entre a 
saúde mental e a atenção básica. Para que tal fato aconteça, é necessário que os 
princípios do SUS se transformem em prática cotidiana.
Na articulação entre a saúde mental e a atenção básica, o profissional da saú-
de mental participa de reuniões de planejamento das equipes de Saúde da Família 
(ESF), realiza ações de supervisão, discussão de casos, atendimento compartilhado 
e específico, além de participar das iniciativas de capacitação. Tanto o profissional 
de saúde mental quanto a equipe se responsabilizam pelos casos e, por isso, promo-
vem discussões conjuntas e intervenções junto às famílias e comunidades.
Uma forma de fazer essa troca é por meio dos Núcleos de Apoio à Saúde da Famí-
lia (NASF).
Desde janeiro de 2008, foi regulamentada a formação dessas equipes, 
com recomendação explícita de que cada NASF conte com pelo menos 
um profissional de saúde mental.
Texto disponível na íntegra em: <http://portal.saude.gov.br/portal/saude/
visualizar_texto.cfm? idtxt=29816&janela=1>.
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Agora que você compreendeu o papel da atenção 
primária como participante ativa da Rede de 
Atenção à Saúde Mental, caminhemos em direção 
ao nível secundário.
Em 2004, o Ministério da Saúde divulgou o manual 
do CAPS (Centro de Atenção sicossocial), uma das 
principais alternativas do segmento secundário de 
atenção ao portador de sofrimento mental.
Esta é a capa do anual e o documento na íntegra 
está disponível na página do 
Ministério da Saúde, no 
link: http://portal.saude.
gov.br/portal/ saude/area.
cfm?id_area=925.
Vamos conhecer um 
pouco mais sobre essa 
importante estratégia 
de reinserção social ao 
usuário?
• Os CAPS são 
instituições destinadas a 
acolher os pacientes com 
transtornos mentais, estimular sua integração social 
e familiar, apoiá-los em suas iniciativas de busca da 
autonomia, oferecer-lhes atendimento médico e 
psicológico.
• Sua característica principal é buscar integrá-los 
a um ambiente social e cultural concreto, designado 
como seu “território”, o espaço da cidade onde 
se desenvolve a vida quotidiana de usuários e 
familiares.
• O primeiro Centro do Brasil foi inaugurado em 
março de 1986, na cidade de São Paulo.
• Os CAPS, assim como os NAPS (Núcleos de 
Atenção Psicossocial), os CERSAMs (Centros de 
Referência em Saúde Mental) e outros tipos de 
serviços substitutivos que têm surgido no país, 
são atualmente regulamentados pela Portaria nº 
336/GM, de 19 de fevereiro de 2002 e integram 
a rede do Sistema Único de Saúde, o SUS. Essa 
portaria reconheceu e ampliou o funcionamento e 
a complexidade dos CAPS, que têm a missão de dar 
um atendimento diuturno às pessoas que sofrem 
com transtornos mentais severos e persistentes, 
num dado território, oferecendo cuidados clínicos e 
de reabilitação psicossocial. O objetivo é substituir o 
modelo hospitalocêntrico, evitando as internações 
e favorecendo o xercício da cidadania e da inclusão 
social dos usuários e de suas famílias.
• prestar atendimento em regime de 
atenção diária.
• gerenciar os projetos terapêuticos 
oferecendo cuidado clínico
eficiente e personalizado.
• promover a inserção social dos usu-
ários através de ações intersetoriais que 
envolvam educação, trabalho, esporte, 
cultura e lazer, montando estratégias con-
juntas de enfrentamento dos problemas. 
Os CAPS também têm a responsabilidade 
de organizar a rede de serviços de saúde 
mental de seu território.
• dar suporte e supervisionar a atenção 
à saúde mental na rede básica - PSF (Pro-
grama de Saúde da Família) e PACS (Pro-
grama de Agentes Comunitários de Saú-
de).
• regular a porta de entrada da rede de 
assistência em saúde mental de sua área.
• coordenar junto com o gestor local as 
atividades de supervisão de unidades hos-
pitalares psiquiátricas que atuem no seu 
território.
• manter atualizada a listagem dos pa-
cientes de sua região que utilizam medica-
mentos para a saúde mental.
As práticas realizadas nos CAPS se ca-
racterizam por ocorrerem em ambiente 
aberto, acolhedor e inserido nos bairros.
Veja abaixo uma obra de arte de um usu-
ário do CAPS!
OS CAPS VISAM:
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 As pessoas atendidas nos CAPS são aquelas que 
apresentam intenso sofrimento psíquico, que lhes 
impossibilita de viver e realizar seus projetos de 
vida. São, preferencialmente, pessoas com trans-
tornos mentais severos e/ou persistentes, ou seja, 
com grave comprometimento psíquico, incluindo 
os transtornos relacionados às substâncias psico-
ativas (álcool e outras drogas) e também crianças 
e adolescentes.
 • Os usuários dos CAPS podem ter tido uma 
longa história de internações psiquiátricas ou nun-
ca ter sido internados ou podem já ter sido aten-
didos em outros serviços de saúde (ambulatório, 
hospital-dia, consultórios etc.).
 Para ser atendido em um CAPS, pode-se pro-
curar diretamente esse serviço ou ser encami-
nhado pelo Programa de Saúde da Família ou por 
qualquer serviço de saúde. A pessoa pode ir sozi-
nha ou acompanhada, devendo procurar, prefe-
rencialmente, o CAPS que atende à região onde 
mora. Todas as informações acima foram retira-
das do “Manual saúde mental no SUS: os centros 
de atenção psicossocial”.
 Nesse momento, realize anotações nos cam-
pos destinados às respostas das seguintes ques-
tões acessando o manual na página disponibiliza-
da anteriormente:
O QUE OS USUÁRIOS E FAMILIARES PODEM
 ESPERAR DO ATENDIMENTO NO CAPS?
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