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ADRIELLE FLORES POLI ANA LUISA PELOSI SOUZA BEATRIZ CIRINO LUCCHETTA FERNANDA SILVA OLIVEIRA LUAN DINIZ RODRIGUES FATORES DE DEGRADAÇÃO AMBIENTAL: ATIVIDADES AGRÍCOLAS Presidente Prudente - SP 2020 Fatores de Degradação Ambiental: Atividades Agrícolas 1. Fundamentação Teórica 1.1 Degradação Ambiental Ao tratar-se do conceito de Degradação Ambiental torna-se claro que degradação é resultante de diversos fatores, sendo eles físicos, químicos, biológicos, sociais e tecnológicos, climáticos, naturais ou antrópicos. A variabilidade não permite generalização, no entanto, um elemento comum entre todos os fatores é a pressão da produção sobre os recursos. Degradação Ambiental remete a redução do potencial de recursos naturais e renováveis através da inclusão de processos combinados sobre a terra como o ressecamento do clima atmosférico, gerando falta de chuvas; erosão, perda da camada superficial por ação da água e/ou do vento; plantas ou animais nocivos; além de ações antrópicas adversas e outros. Apesar de ser um processo preocupante e de diversos níveis de impacto ambiental, a degradação, em muitos casos, pode ser reversível e passível de recuperação, não para o estado natural com toda sua biodiversidade, mas para um estado próximo a isso. Segundo FAO (1980), degradação das terras se refere à deterioração ou perda da capacidade dos solos para usos presentes e futuros. Quando se trata do recurso considerado vital, o solo, sua formação e regeneração aparenta ser irreversível, mas existem muitas formas possíveis de remediação para a reconstrução da saúde do mesmo. As atividades agrícolas desempenham um papel, muitas vezes, de agentes de degradação ambiental através do manejo inadequado do solo. De acordo com ISRIC/UNESP (1991), as atividades agrícolas correspondem à incidência de 28% dos causadores de degradação ambiental no mundo. A degradação por práticas agrícolas se dá através da compactação e selagem do solo, cultivo sucessivo, uso de estercos ou fertilizantes que esgotam nutrientes, aplicação exagerada de produtos químicos, manejo hídrico mal realizado, acarretando a diminuição da produção de alimentos e efeitos nocivos diretos ao solo. Atualmente, existem diversos estudos e tecnologias que demonstram atividades agrícolas amistosas, que garantem maior cuidado com a terra e uma produção mais segura e de qualidade. Plantio em contorno, terraceamento, barreiras vegetativas, gestão de águas, aumento do teor da matéria orgânica e ciclagem de nutrientes, conservação do solo, rotação de culturas e sistemas agroflorestais são exemplos de uma agricultura mais sustentável e com menos risco à degradação. O uso de ferramentas de SIG – Sistema de Informações Geográficas são muito utilizadas para identificação de locais próprios para produção que causam menor dano. A pressão populacional é um fator que influencia em um manejo agrícola inadequado. O crescimento populacional gera uma necessidade de ocupação, muitas vezes, de lugares sensíveis e de menor resiliência, que traz a expansão do cultivo para essas áreas. Quando a agricultura é praticada em solos sensíveis, pobres ou moderadamente férteis, se tem um possível esgotamento de nutrientes. Além da falta de nutrientes outras condições são dirigidas a essas áreas, como: processo deletério na produtividade do solo e culturas, a salinização; poluição de diversas origens, acidificação; compactação do solo, elevação do lençol freático e subsidência, que são condições físicas; danificação de sistemas aquáticos; transporte de nutrientes e aceleração na eutrofização. Em muitos casos, a degradação ambiental é trazida como fator que reduz a qualidade de vida, pois o trabalho de mantimento da área se torna bruto e alguns casos extremos, a degradação pode gerar o deslocamento de populações. 1.2 Contaminação O termo contaminação está relacionado à introdução de um produto químico ou substância adversa ao solo ou água superficial e subterrânea, que se encontra fora dos padrões de concentração permitidos e traz riscos à segurança e saúde humana e do meio, sendo muitas vezes não perceptível. A contaminação do solo é um fator de degradação severo sobre os serviços ecossistêmicos. Existem diversas fontes agrícolas contaminantes, incluso fontes agroquímicas, como fertilizantes, pesticidas e esterco animal, que metais em sua composição que podem prejudicar o metabolismo e diminuir a produtividade de plantas. Além de agentes químicos, a água para irrigação também pode ser um fator contaminante, se principalmente provir de águas residuais de esgoto. Todos esses fatores ameaçam a segurança alimentar, qualidade de água e saúde humana. Algumas fontes de contaminação incluem derramamentos acidentais de hidrocarbonetos, de combustíveis das máquinas utilizadas no processo de produção e transporte; a produção de animais com o aumento excessivo de nitrogênio no solo e causando eutrofização acelerada. O aumento da produção agrícola depende de alguns componentes de eficiência. Adubos são fontes ricas em matéria orgânica com potencial benefício para agricultura, mas existem evidências científicas que possuem um aumento no teor de metais pesados, patógenos e resíduos de antibióticos. Pesticidas são substâncias que controlam ou destroem pragas que interferem em alguma etapa de produção de cultivos. Foram usados em larga escala pós Segunda Guerra Mundial, quando as propriedades inseticidas do DDT (diclorodifeniltricloroetano) foram descobertas. O impacto da degradação ambiental afeta de forma direta a segurança e saúde humana e do meio ambiente. Processos e práticas sustentáveis são aplicados em diversas atividades, dentre elas as atividades agrícolas, para minimizar esses riscos e danos e objetivar a geração de melhor qualidade de vida. 2. Cenário de Atividades Agrícolas A agricultura é uma das principais e mais importantes atividades para a subsistência do ser humano, mas seus prejuízos na natureza se devem especialmente ao crescimento populacional, tornando assim, a população mundial a grande geradora desses problemas. Os países mais ricos e desenvolvidos têm, na maior parte dos casos, taxa de crescimento populacional menor do que a dos subdesenvolvidos. Apenas um terço da população mundial vive em países desenvolvidos, mas consome cerca de 85% do total de recursos produzidos no mundo. Na realidade, o ambiente terrestre não seria capaz de suportar a população que tem hoje se todas as nações fossem desenvolvidas e vivessem dentro dos padrões atuais de desenvolvimento (DALLARI; GARRAFA; FRANÇA, 2007). O Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (PLANAVEG) é o principal instrumento de implementação utilizado pela Política Nacional para Recuperação da Vegetação Nativa, conhecida como Proveg, e tem como objetivo ampliar e fortalecer as políticas públicas, incentivos financeiros, mercados, boas práticas agropecuárias e outras medidas necessárias para a recuperação da vegetação nativa de, pelo menos, 12 milhões de hectares até 2030, principalmente em áreas de preservação permanente (APP) e reserva legal (RL), mas também em áreas degradadas com baixa produtividade. 2.1 Dados Nacionais A produção agrícola consiste em uma parcela relevante das economias na maioria do mundo, inclusive no Brasil. Impulsionado pelo aumento da produção nos últimos anos, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio, em 2019, atingiu 21,4% de toda a riqueza gerada no Brasil, crescendo 3,81% em comparação com 2018, segundo publicação da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) e Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (Fealq). O aproveitamento dos recursos naturais para a produção agrícola é muito além de seu potencial, mesmo noBrasil, onde há uma vasta quantidade de terras e a maior reserva de água doce do planeta. Assim, as atividades agrícolas têm gerado prejuízos ao meio ambiente afetando o solo, as águas, a fauna e flora. A agricultura causa danos irreversíveis ao solo, além de milhões de litros de água que são utilizados para essa atividade. Com base nisso, essa parte do estudo será subdividida, em âmbito nacional, com os dados referentes aos Impactos na Água e aos Impactos no Solo e Vegetação causados pela agricultura. https://www.mma.gov.br/images/arquivos/florestas/planaveg_plano_nacional_recuperacao_vegetacao_nativa.pdf 2.1.1 Impactos na água A água é recurso limitado e de domínio público, muito necessário para que a indústria de alimentícia consiga cada vez mais garantir uma produção contínua. Em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, é notável que o acesso à água potável é mais difícil, quando não quase ausente, dependendo da região. Segundo a publicação da Embrapa - Trajetória da Agricultura Brasileira, o uso no meio rural representa 80,7% do consumo total de água no Brasil, dos quais 67,2% são destinados à irrigação, 11,1% ao consumo animal e 2,4% ao consumo humano. Estima-se que 40% desta água não é aproveitada pelas plantas por conta de sistemas inadequados de irrigação ou vazamentos nas tubulações, com grande desperdício de energia e trabalho. No que se refere à qualidade da água, apesar da poluição urbana ser a principal fonte de degradação, a poluição de origem rural causada pela elevada utilização de fertilizantes, pesticidas e perda de solos por processos erosivos pode ser muito impactante em regiões com extensas áreas de uso agrícola. Diante de grande parte do restrito percentual de água doce disponível em lagos e rios no planeta (cerca de 0,02%) se encontrar degradada, a agropecuária é uma das grandes responsáveis por esse feito. Na tabela abaixo é possível observar a relação litros de água por quilo usados para a produção de seus respectivos alimentos, levando em consideração a água necessária para manejo, irrigação, consumo animal, energia utilizada em processos, máquinas e construções, entre outros. Tabela 1 - Alimentos e seu consumo água em suas produções Alimento Água consumida (litros de água/kg) Chocolate 17.200 Carne bovina 15.400 Chá verde 8.860 Carne de porco 6.000 Manteiga 5.500 Frango 4.300 Arroz 2.500 Cana de açúcar 1.800 Macarrão 1.800 Pão 1.600 Cevada 1.420 Banana 790 Vinho 610 Alface 240 Tomate 215 Maçã 125 Fonte: Autoria, 2020. Segundo o relatório do IBGE Contas Econômicas Ambientais da Água no Brasil de 2013 a 2015, no Brasil, cada pessoa consome em média 108 litros de água por dia, e dados da ONU afirmam que cada pessoa consome diariamente de 2 a 5 mil litros de “água invisível” contida nos alimentos, isso é, a água embutida em suas produções. O chocolate é o alimento da tabela que mais consome água para ser produzido: mais de 17 mil litros de água por quilo. Se uma pessoa consumir uma barra de 100g de chocolate por dia, ao final do mês ela terá comido 3 quilos de chocolate, isso é, mais de 51 mil litros de água por mês só no chocolate. Como é possível ver, a pecuária também é responsável por um consumo alto de água. Para cada quilo de carne bovina, são gastos mais de 15 mil litros de água por quilo, enquanto para a carne de porco e de frango, 6 mil e 4.300 litros de água por quilo, respectivamente. Os três tipos de carne representam alguns dos alimentos que mais necessitam de água em sua produção, e por isso a necessidade do consumo da carne já vem sendo pauta há um tempo no Brasil e no mundo. É possível observar pela tabela também, que a produção frutífera requer menos o uso da água. A banana ocupa o lugar de maior consumidor com 790 litros de água por quilo, seguida pelo tomate com 215 litros e a maçã, com apenas 125 litros de água por quilo. A irrigação é a principal usuária de recursos hídricos pela agropecuária, e apresenta características de uso bastante diferente dos demais, pois sua demanda é variável de ano para ano. O desenvolvimento de uma agricultura sustentável passa, necessariamente, pelo uso sustentável dos recursos hídricos, que por sua vez, depende de uma gestão que incorpore os usos múltiplos da água e considere os fundamentos e diretrizes da Política Nacional de Recursos Hídricos. 2.1.2 Impactos no Solo e Vegetação As práticas inadequadas de manejo agrícola têm interferido na degradação dos solos. A degradação do solo, devido à erosão hídrica, diminui sua capacidade produtiva. Isto pode ocorrer naturalmente no ambiente, contudo com a ação contínua do homem, há uma aceleração neste processo de erosão. Algumas práticas de manejo do solo promovem modificações em suas http://www3.ana.gov.br/todos-os-documentos-do-portal/documentos-spr/contas_economicas.pdf propriedades físicas, em grande parte na estrutura, podendo tais alterações ser permanentes ou temporárias e, ainda, influenciarem o processo erosivo. Assim, solo submetido a cultivo intensivo tem a sua estrutura original alterada, tanto em níveis de poros quanto na densidade do solo (CARPENEDO; MELNICZUK, 1990). Há perda total ou parcial da fertilidade desta terra, fora o desmatamento das florestas para a criação de áreas agrícolas. Associado a esses problemas, está o uso de agrotóxicos de maneira inadequada. São reconhecidos os esforços no sentido de se colocarem produtos menos agressivos no mercado de agroquímicos ou até mesmo de se utilizar inseticidas ou herbicidas naturais, mas que ainda são produtos menos conhecidos e produzidos, portanto, menos consumidos. Entretanto, há a presença elevada de resíduos tóxicos em alimentos, a alteração biológica, a contaminação e degradação ambiental, as intoxicações e mortes desenfreadas de seres vivos e a mudança no comportamento, surto e seleção de pragas (SAXENA, 1989), são umas das causas do uso continuado, indiscriminado e sem total planejamento de tais produtos químicos. (DE DEUS & BAKONYI, 2012). Estudo realizado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária em 2011 indicou que um terço dos alimentos consumidos cotidianamente pelos brasileiros, isso é, mais de 30%, contém algum nível de contaminação por agroquímicos. Esses problemas enfatizam a necessidade da realização de mais análises e estudos em intensificação sustentável, da ampliação do uso sistemas de produção mais sustentáveis e do uso mais racional de defensivos. O uso de fertilizantes artificiais e agrotóxicos também se acentuou a partir da década de 1960, com índices bastante elevados. Segundo Graziano Neto (1985), entre 1965 e 1975 o consumo de fertilizantes cresceu a taxa média de 60% ao ano, enquanto que os agrotóxicos cresce numa média anual de 25%. (TEIXEIRA, 2005). O processo produtivo agrícola brasileiro está cada vez mais dependente dos agrotóxicos e fertilizantes químicos. A lei dos agrotóxicos, de 1989, e o decreto que a regulamenta, de 2002, definem que essas substâncias são: “os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da ação danosa de seres vivos considerados nocivos”. Nos últimos dez anos o mercado mundial de agrotóxicos cresceu 93%, o mercado brasileiro cresceu 190%. Em 2008, o Brasil ultrapassou os Estados Unidos e assumiu o posto de maior mercado mundial de agrotóxicos. (ABRASCO, 2012). Ainda com base na publicação da Embrapa - Trajetória da Agricultura Brasileira, no Brasil, estima-se que há entre 60 e 100 milhões de hectares de solosem diferentes níveis de degradação, o que supera a área da Espanha (50 milhões de hectares). Estudos indicam que mais da metade das pastagens brasileiras estão degradadas, o que é considerado um grave problema para o setor, causando prejuízos econômicos e ambientais. Dos 32 milhões de hectares que adotam o Plantio https://www.abrasco.org.br/dossieagrotoxicos/wp-content/uploads/2013/10/DossieAbrasco_2015_web.pdf Direto no Brasil, um sistema conservacionista de cultivo agrícola, estima-se que em apenas 2,7 milhões de hectares são seguidos corretamente os preceitos preconizados pela pesquisa agropecuária. Como consequência, surgem problemas como compactação do solo, erosão hídrica, quebra da estabilidade da produtividade e aumento do custo de produção. Práticas inadequadas também geram severas consequências às vegetações nativas. A maioria dos produtores rurais aumenta seus níveis produtivos somente com a incorporação de novas áreas, ou seja, solos que eram ocupados por mata nativa, o que implica o uso de recursos naturais. Sabe-se que com a inclusão de novas tecnologias seria possível aumentar a produção em, pelo menos, 3 a 5 vezes os níveis atuais, o que manteria o Brasil no cenário de grande exportador de produtos agropecuários, porém a pressão sobre os recursos naturais diminuiria. Segundo a Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO), metade do corte de árvores em todo o mundo deve-se à necessidade de substituir a terra agrícola degradada por práticas não sustentáveis. As estimativas para a perda de solo fértil no Brasil vão de 822 milhões a um bilhão de toneladas por ano (MMA, 2010). No cultivo de árvores, houve expansão de 52% na área de florestas plantadas entre 1990 e 2014. Em 2016, as plantações de eucalipto foram responsáveis por fornecer 98,9% do carvão vegetal, 85,8% da lenha, 80,2% da madeira para celulose e 54,6% da madeira em tora para outros usos no Brasil. A madeira produzida por árvores cultivadas reduz a pressão por desmatamentos de florestas nativas. No entanto a agricultura ainda é uma das maiores responsáveis pelo desmatamento no Brasil. Segundo uma pesquisa do IBGE de 2015, 236.600 km² de áreas desflorestadas, quase o tamanho do Estado de São Paulo, ocorreu para a implantação de lavouras. Isso representa 65% do total do desmate no período. Já a expansão das áreas de pastagens responde pelos outros 35% do desflorestamento. A atividade ocupou, no período correspondente à pesquisa, 127.200 km² de áreas da Amazônia ou da Mata Atlântica. De 2010 a 2012 foi analisado pelo IBGE que a expansão da fronteira agrícola intensificou-se, tendo sido responsável pelo desmatamento de área de 77.520 km² (68% do total do desflorestamento). No mesmo período, a expansão das pastagens plantadas respondeu por 28% do desmate, ou 32.120 km². Segundo o IBGE, houve uma aceleração nos processos de mudanças na cobertura e uso da terra no país. A pesquisa indica que no período de 2010 a 2012, as alterações na paisagem atingiram 3,5% do território nacional. Tal transformação, ocorrida em apenas dois anos, é equivalente à metade do observado no período de 10 anos, de 2000 a 2010. Na região Amazônica, no período do regime militar foram impulsionadas obras de infraestrutura que se tornaram responsáveis pela devastação do bioma. A construção de estradas na floresta abriu caminho tanto para o chamado progresso como para o desmatamento, que, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2018 já atingia uma área superior a duas Alemanhas: 783 mil quilômetros quadrados na Amazônia Legal. Cinco décadas depois, Sorriso, no Mato Grosso, se tornou a capital da soja e do agronegócio, e o pasto passou a ser a cobertura que ocupa 80% da área desmatada desde então. 2.2 Dados Estaduais O estado de São Paulo vem sofrendo grandes transformações em suas paisagens desde 1870 quando se iniciou a cultura do café e algodão e muitas alterações vêm ocorrendo desde então. Estas culturas deram lugar aos vários ciclos da cana-de-açúcar que se tornou a maior atividade agrícola do estado até hoje. Com forte produção rural, São Paulo possui o título de principal produtor e exportador agrícola do Brasil e utiliza de diversas tecnologias avançadas. O estado possui o maior sistema agroindustrial do Brasil, com um território de 24,8 milhões de hectares de clima tropical, solo fértil e água abundante, que de seu todo, cerca de 35% é voltado à agricultura. A produção do agronegócio paulista movimentou R$275,65 bilhões em 2016, em 2017 R$268 bilhões alcançando uma participação de 12,8% na economia do estado. A atividade agrícola é a principal responsável desta receita, representando mais de 80% de sua totalidade. Figura 1 – Agronegócio São Paulo 2016 Fonte: CEPEA/Esalq/USP A produção rural de São Paulo possui uma tecnologia que provoca alto desempenho nas culturas agrícolas. As principais culturas mais produzidas no Brasil são a cana-de-açúcar e a laranja. No gráfico a seguir é apresentado o valor da produção das lavouras temporárias e permanentes em 2017 no Brasil em comparação com o estado de São Paulo. Tabela 2 - Valor da produção das lavouras temporárias e permanentes em 2017 (Mil Reais) Produto Brasil São Paulo Part. % Total 319.627.357 53.140.924 16,63% Cana-de-açúcar 54.207.302 30.378.109 56,04% Laranja 8.551.100 6.203.828 72,55% Soja (em grão) 112.163.330 3.427.413 3,06% Milho (em grão) 32.873.710 2.044.388 6,22% Café (em grão) Total 18.523.454 1.690.901 9,13% Café (em grão) Arábica 14.525.958 1.690.681 11,64% Banana (cacho) 8.050.362 1.669.699 20,74% Tomate 4.330.563 1.270.277 29,33% Limão 1.233.788 897.732 72,76% Amendoim (em casca) 948.930 840.543 88,58% Mandioca 11.190.867 598.033 5,34% Borracha (látex coagulado) 820.020 552.841 67,42% Feijão (em grão) 6.937.287 551.062 7,94% Batata-inglesa 2.888.100 509.591 17,64% Uva 3.532.720 387.867 10,98% Tangerina 828.998 352.350 42,50% Trigo (em grão) 2.344.552 228.204 9,73% Cebola 1.353.268 183.965 13,59% Goiaba 588.603 171.947 29,21% Melancia 1.353.410 169.335 12,51% Caqui 248.657 135.301 54,41% Pêssego 414.526 132.920 32,07% Abacate 249.585 124.356 49,83% Manga 984.294 122.742 12,47% Batata-doce 760.887 78.705 10,34% Palmito 252.850 70.293 27,80% Maracujá 870.810 65.887 7,57% Arroz (em casca) 9.760.502 46.909 0,48% Abacaxi 1.742.915 41.293 2,37% Figo 70.994 36.549 51,48% Algodão herbáceo (em caroço) 8.422.334 29.379 0,35% Urucum (semente) 83.049 28.314 34,09% Sorgo (em grão) 602.699 26.031 4,32% Coco-da-baía 1.120.335 15.808 1,41% Maçã 1.612.917 13.616 0,84% Noz (fruto seco) 63.147 11.621 18,40% Mamão 927.159 10.993 1,19% Aveia (em grão) 226.995 6.078 2,68% Girassol (em grão) 110.591 4.846 4,38% Cevada (em grão) 160.518 4.799 2,99% Triticale (em grão) 14.130 2.935 20,77% Chá-da-índia (folha verde) 1.451 1.451 100,00% Pera 39.680 797 2,01% Alho 997.050 486 0,05% Azeitona 2.779 351 12,63% Melão 492.874 233 0,05% Café (em grão) Canephora 3.997.496 221 0,01% Fumo (em folha) 6.854.360 123 0,00% Ervilha (em grão) 6.474 23 0,36% Fonte: Agronegócios | InvesteSP https://www.investe.sp.gov.br/setores-de-negocios/agronegocios/ São as usinas de etanol e açúcar do estado de São Paulo que são responsáveis por por cerca de 47% da produção brasileira a partir da cana-de-açúcar, além de sem o maior produtor de suco de laranja do Brasil. A produção agrícola do estado se concentra no interior, a seguir os mapas da distribuição da produção de cana-de-açúcar e de laranja do estado. Figura 2 e 3 – Distribuição Geográfica de Área Cultivada e Número de Produtores, 2007/2008 Fonte: CATI. Como mencionado anteriormente, a vegetação nativa foi sofrendo modificações conforme o passar dos anos e as culturas que passaram a ser mais produzidas. Apesar doestado ser o maior produtor agrícola do país também sofreu graves consequências como a perda de biodiversidade, sendo um dos estados que mais perdeu sua vegetação nativa, sendo a Mata Atlântica, bioma predominante do estado, a floresta que mais sofreu devastação no Brasil. 2.3 Dados Regionais 2.3.1 Município de Presidente Prudente - SP A natureza desde muito tempo sofre interferência por conta da humanidade, tanto em ambientes urbanos quanto em rurais. A maioria das vezes essa interferência ocorre de modo desordenado, prejudicando o meio ambiente, pois não há práticas de conservação dos recursos naturais ou um manejo ambiental adequado, proporcionando paisagens degradadas e manifestações erosivas do solo. O termo “erosão” se refere a um: Conjunto de processos que atuam na superfície terrestre, levando à remoção de materiais minerais e rochas decompostas. Quando a água constitui o agente essencial o processo de dissolução torna-se muito importante. Os principais agentes de remoção física e transporte durante os processos de erosão são os seguintes: eólico, fluvial, marinho e glacial (SUGUIO, 1998, p. 276). É de extrema importância estudar os processos erosivos e as consequências ambientais causadas pela interferência humana sobre a superfície terrestre. Em Presidente Prudente – SP um dos impactos ambientais mais encontrado, principalmente na área rural, é a erosão dos solos por conta do histórico de uso e ocupação dos solos que levou a região a um intenso caso de degradação ambiental que muitas vezes não há como recuperar. A combinação da vulnerabilidade dos solos do município com o desmatamento, atividades agrícolas e pisoteio do gado aumentam a degradação do solo e o processo de erosão. A erosão faz com que o solo se torne impróprio para a agricultura, implicando na perda de seu valor econômico. Os processos erosivos que podem ocorrer no solo causam consequências como perda das camadas superficiais do solo (camada mais importante para o desenvolvimento da agricultura) ricas em matéria orgânica. Os impactos podem ocorrer por diversos motivos, por conta do tipo de solo, por condições climáticas, morfologia do relevo, cobertura vegetal, entre outros. Na região de Presidente Prudente as principais atividades agrícolas iniciaram a partir da produção de café, algodão, milho e mandioca, que intensificaram o desmatamento. No final dos anos 60 e início da década de 70 essas atividades foram substituídas pela pecuária. A partir da década de 1990 houve a criação de uma usina de açúcar e álcool, e a cultura de cana de açúcar passou a predominar o uso da terra até hoje. Desde o início da utilização dos solos para produção de alimentos não houve um cuidado na conservação da vegetação natural e do solo, alterando a paisagem de forma negativa. O projeto Canasat mapeou culturas de cana de açúcar por meio de imagens de satélite, em 2011, e observou que 14,3% da área total de Presidente Prudente está destinada a plantação de cana de açúcar, aumentando a vulnerabilidade ambiental aos processos erosivos lineares (sulcos, ravinas e voçorocas). A partir de análises da região por estudiosos pode-se afirmar que os cultivos agrícolas de café, milho, algodão, mandioca e cana de açúcar, sendo mecanizados ou não, quando estas ações agrícolas são feitas inadequadamente, sem o planejamento ambiental adequado, alteram significativamente a paisagem (muitas vezes sem conseguir fazer a mesma retornar ao seu estado natural), através de erosões lineares. As modificações na paisagem de Presidente Prudente e o aumento das áreas degradadas devido ao uso inadequado dos solos pode estar ligada a falta de informações dos agricultores ou a falta de acesso a técnicas agrícolas conservacionistas. Por isso é interessante ter o conhecimento de profissionais de diversas áreas para compreender melhor a dinâmica natural da área, além de prevenir ou conter processos erosivos e medidas de recuperação de áreas degradadas. Entretanto apesar do manejo inadequado e do uso intenso dos solos ter causado empobrecimento da matéria orgânica e fortes impactos erosivos ainda é possível mitigar esses impactos através de estudos e diagnóstico da capacidade de uso da terra e conter ou reverter os problemas causados ao meio. Existem alguns projetos no município que tem como objetivo mitigar áreas degradadas por atividades agrícolas. A Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (SSA) possui um convênio com a Prefeitura de Presidente Prudente, por meio da Casa da Agricultura, para realização de vários projetos voltados para recuperação ambiental. No final de março de 2019 foi concluído um projeto no qual recuperou áreas degradadas, por erosões e voçorocas, de propriedades rurais situadas no bairro rural Umuarama, que fica a dez minutos do centro de Prudente. Ao todo foram recuperadas uma área de 10 hectares, sendo três erosões que afetavam três pequenas propriedades. As erosões desvalorizam as propriedades dos agricultores, além de diminuir a produtividade agrícolas e podendo ter que pagar multas por dano ao meio ambiente e aos rios, uma vez que a água da chuva carrega fragmentos de solo para os leitos provocando assoreamento. A partir de estudos do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) os solos do município já possuem índice de alta suscetibilidade à erosão. A suscetibilidade do solo à erosão pode ser dividida em três níveis: 1, 2 e 3. O solos inseridos no nível 1 possuem índice de suscetibilidade à erosão alta, já nos níveis 2 e 3 estão inseridos solos com média e baixa suscetibilidade a erosão, respectivamente. Abaixo segue um mapa destacando a região de Presidente Prudente em relação aos índices de erosão. Figura 4 – Índices de erosão por região agrícola Fonte: Programa Estadual de Microbacias Hidrográficas, CATI, 1997 (Modificado) 3. Estudo de Caso 3.1 INTRODUÇÃO O desenvolvimento de trabalhos para caracterizar as condições de exposição dos trabalhadores aos agrotóxicos e a maneira como desempenham suas atividades geram informações que podem subsidiar as autoridades na promoção de ações para garantir melhoria e saúde digna para toda a população. Diante da relevância de tal tema para a Saúde Pública realizou-se este estudo na região da microbacia do Córrego Água Limpa, Município de Campos Altos (MG), com a finalidade de investigar a prática de uso de agrotóxicos pelos trabalhadores rurais. 3.2 MATERIAL E MÉTODOS 3.2.1 BREVE DESCRIÇÃO DA REGIÃO DE ESTUDO Campos Altos, cidade localizada em Minas Gerais, encontra-se na região do Alto Paranaíba e conta com vasta bacia hidrográfica. A cidade apresenta clima ameno, com temperatura média de 20,18°C (máxima de 26,05°C) e índice pluviométrico anual de 2.863 milímetros (IBGE, 2007). Na região da microbacia da Água Limpa, ocupada por pequenas propriedades de agricultura familiar, ocorrem pequenas lavouras de café e a criação de gado leiteiro, além de médias propriedades dedicadas à atividade cafeeira. 3.2.2 LEVANTAMENTO DOS DADOS Usou-se um questionário estruturado, como instrumento de coleta de dados da pesquisa, que foi aplicado a todos os trabalhadores dessa região. O tamanho da população e da amostra somou 34 pessoas. Empregou-se como metodologia a pesquisa qualitativa e quantitativa. Aplicou- se o instrumento de coleta de dados (questionário) aos trabalhadores rurais da região da microbacia do Córrego Água Limpa por meio de entrevista semi-estruturada. 3.3 RESULTADOS O Quadro 1 apresenta a relação dos agrotóxicos utilizados pelos trabalhadores rurais. Quadro 1 – Agrotóxicos Utilizados Pelos Trabalhadores Rurais, Micro Bacia e Córrego Água Limpa, Campos Altos (MG) - 2008 Fonte: ANVISA, 2007; MEYER, ABREU e RESENDE, 2007 Em relação à classificação toxicológica dos produtos utilizados, o Dissulfan, apresenta maior grau de periculosidade, sendoclassificado como “extremamente tóxico” (rótulo de tarja vermelha). Segundo os trabalhadores rurais, o produto é aplicado nas lavouras de café para o combate da broca-do-café (Hypothenemus hampei), normalmente no período de outubro a dezembro quando as brocas saem dos grãos remanescentes da safra anterior para se alojarem nos frutos em formação. É importante ressaltar o Dissulfan em relação aos demais produtos pelo fato de ser organoclorado, composto altamente persistente no meio ambiente e nos organismos, devido a sua alta lipossolubilidade e estabilidade química (TARDIVO e RESENDE, 2005). Os inseticidas organofosforados também têm trazido grandes preocupações para a Saúde Pública. ROCHA JÚNIOR et al. (2004) realizaram pesquisa de revisão de literatura sobre evidências que relacionassem organofosforados com a depressão. Encontraram várias síndromes neurológicas decorrentes da exposição a esses agrotóxicos, como lentidão no processamento da informação e da velocidade psicomotora, déficit de memória, distúrbios linguísticos, ansiedade e evidências de que a exposição aos organofosforados pode levar ao suicídio. Estabelecer a relação entre suicídios e a exposição aos agrotóxicos torna-se complexo devido a inúmeras variáveis que podem contribuir para a prevalência dos casos, tais como condições socioeconômicas, história familiar, divórcio, alcoolismo, etc. (MENEGHEL et al., 2004). Dos 34 entrevistados, 77% (26) são do sexo masculino e 23% (8) do sexo feminino, demonstrando que o trabalho na região de estudo é realizado principalmente por homens. Verificou-se maior predominância da mão-de-obra feminina nas propriedades de agricultura familiar, já que nas grandes propriedades esse trabalho é realizado majoritariamente pela mão-de-obra masculina. No que se refere ao grau de escolaridade, 3% dos entrevistados são analfabetos, 12% possuem o ensino primário incompleto, 25% o ensino primário completo, 24% o ensino fundamental incompleto, 12% o ensino fundamental completo, 6% o segundo grau incompleto e 18% o ensino superior completo. Quanto à forma de aquisição dos agrotóxicos, os dados estão ilustrados na figura a seguir. Figura 5 – Orientações de Aquisição dos Agrotóxicos Pelos Trabalhadores Rurais da Micro bacia do Córrego Água Limpa, Campos Altos (MG) - 2008 Fonte: Pesticidas: r. ecotoxicol. e meio ambiente, Curitiba, v. 19, jan./dez. 2009 A legislação brasileira vigente está sendo desconsiderada por muitos trabalhadores rurais, uma vez que a Lei 7802 (BRASIL, 1989) estabelece que a venda de agrotóxicos e afins somente pode ocorrer mediante receituário próprio, prescrito por profissional legalmente habilitado, salvo nos casos excepcionais previstos na regulamentação da referida Lei (BRASIL, 1989). Em relação ao uso de Equipamentos de Proteção Individual (máscara, óculos, avental, luvas, protetor para a cabeça, botas de borracha, camisa de manga comprida e calças tratadas com produto repelente a calda tóxica), os dados estão descritos na Figura 6. Figura 6 – Percentagem do Uso de Equipamentos de Proteção Individual pelos Trabalhadores Rurais da Micro bacia do Córrego Água Limpa, Campos Altos (MG) -2008 Fonte: Pesticidas: r. ecotoxicol. e meio ambiente, Curitiba, v. 19, jan./dez. 2009 É importante ressaltar que a ausência de equipamentos de proteção aumentará o contato com os produtos, possibilitando seu acúmulo pelo corpo e consequentemente elevando a probabilidade de intoxicações. Quanto à porcentagem dos trabalhadores que seguem as recomendações contidas nas bulas e nos rótulos dos agrotóxicos, os dados estão descritos na Figura a seguir. Figura 7 – Percentual dos Trabalhadores Rurais da Micro Bacia do Córrego Água Limpa, Campos Altos (MG) que Seguem as Recomendações da Bula e do Rótulo dos Produtos - 2008 Fonte: Pesticidas: r. ecotoxicol. e meio ambiente, Curitiba, v. 19, jan./dez. 2009 No rótulo e na bula dos agrotóxicos existem todas as informações necessárias para a segurança do trabalhador. No entanto, apenas 15% deles declararam seguir as recomendações. Durante as entrevistas foi possível verificar que o baixo nível de escolaridade contribui para dificultar a leitura e o entendimento dos termos técnicos presentes na bula. Quanto ao período de carência (período entre a última aplicação do agrotóxico e a reaplicação, colheita, uso ou consumo do alimento), os dados estão descritos na Figura 8. Figura 8 – Percentual de Trabalhadores Rurais da Micro Bacia do Córrego Água Limpa, Campos Altos (MG) que Respeitam o Período de Carência Fonte: Pesticidas: r. ecotoxicol. e meio ambiente, Curitiba, v. 19, jan./dez. 2009 Alguns sintomas dificultam sua associação à intoxicação porque são comuns a outras doenças. FARIA et al. (2000) enfatizaram que alguns sintomas como dor de cabeça, tonturas, depressão, cansaço, diarréia, vômitos e depressão podem estar associados com condições do trabalho ou situação social. Os sintomas relatados pelos entrevistados durante ou após a preparação, ou aplicação dos agrotóxicos estão descritos na Figura 9. Figura 9 – Sintomas Relatados Pelos Trabalhadores Rurais da Micro Bacia do Córrego Água Limpa, Campos Altos (MG) Após a Exposição Aos Agrotóxicos Fonte: Pesticidas: r. ecotoxicol. e meio ambiente, Curitiba, v. 19, jan./dez. 2009 3.4 CONCLUSÃO DO ESTUDO DE CASO Concluiu-se que o baixo nível de escolaridade dos trabalhadores constitui fator limitante para a leitura e compreensão das bulas e dos rótulos dos agrotóxicos e até da dificuldade de comunicação. A falta de informações sobre os efeitos nocivos dos agrotóxicos foi constatada pelo uso inadequado desses produtos pela maior parte dos entrevistados. A legislação sobre a aquisição dos agrotóxicos foi desconsiderada por muitos trabalhadores que compram esses produtos sem receituário agronômico. A não utilização de EPI e o desrespeito ao tempo de carência contribuíram para determinar os casos de intoxicação e prevalência de sintomas. Apenas três entrevistados declararam utilizar todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e três respeitam o tempo de carência. Os trabalhadores que já sentiram algum sintoma ou mal-estar, após ou durante a aplicação dos agrotóxicos, são aqueles expostos por maior período de tempo a produtos com maior toxicidade e sem as devidas medidas de proteção. Conclui-se que a falta de informações sobre os efeitos nocivos dos agrotóxicos, o não uso de EPI, bem como o desrespeito ao tempo de carência dos produtos constituem os fatores determinantes dos casos de intoxicação e prevalência de sintomas. 4. Referências Bibliográficas Artigo: A água usada na produção de alimentos, disponível em <https://pt.khanacademy.org/science/5-ano/matria-e-energia-a-gua-na- terra/utilizando-a-gua/a/a-agua-usada-na-producao-de-alimentos>, acesso em 23/05/2020. 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