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A Falibilidade do Sistema Penal Brasileiro

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A Falibilidade do Sistema Prisional Brasileiro
Resumo
O presente trabalho objetiva principalmente, de modo sintético, uma abordagem sobre o assunto que indubitavelmente se torna pertinente à medida que o país é o terceiro em população carcerária; e não se limitando à esta marca execrável, constitui uma das mais desumanas formas de aplicabilidade e atividade no sistema punitivo mundial. É consabido que no Brasil o sistema penitenciário, assim de tal modo o próprio Direito Penal e sua arcaica ideologia influencia demasiadamente no atual fracasso na política criminal pátria. Destarte, realizar-se-á acessoriamente uma investigação acerca da falência do sistema atual. Justifica-se o presente trabalho por ter o Brasil o sistema de Política Público-Privada (PPP) no sistema prisional sob a égide da Constituição Federal, o que transcende o interesse entre particulares e deságua na sendo acadêmica, jurídica e social. Utilizar-se-á a metodologia de pesquisa descritiva, com a técnica de coleta de dados bibliográficos primários e secundários, valendo-se da técnica de classificação destas referências no campo qualitativo. Assim, percebe-se que esta Parceria público-Privada na senda carcerária pode representar um fôlego de vida e possibilitar a real oportunidade de reinserção do egresso, oferecendo não só a punição, mas facultando aos apenados um cumprimento da consequência jurídica do delito de maneira emancipadora.
Palavra-chave: Constituição, Sistema prisional, Política Público-Privada, Direitos Humanos.
Abstract
The present work mainly aims, in a synthetic way, an approach on the subject that undoubtedly becomes pertinent as the country is the third in prison population; and not limited to this execrable mark, it constitutes one of the most inhumane forms of applicability and activity in the world punitive system. It is well known that in Brazil the penitentiary system, in such a way that Criminal Law itself and its archaic ideology influences too much the current failure in the country's criminal policy. In this way, an investigation about the failure of the current system will be carried out. The present work is justified by the fact that Brazil has the Public-Private Policy (PPP) system in the prison system under the aegis of the Federal Constitution, which transcends the interest among individuals and flows into being academic, legal and social. Descriptive research methodology will be used, with the technique of collecting primary and secondary bibliographic data, using the qualification technique of these references in the qualitative field. Thus, it is clear that this public-private partnership in the prison path can represent a breath of life and provide the real opportunity for the reinsertion of the egress, offering not only punishment, but providing the prisoners with an emancipating fulfillment of the legal consequence of the offense.
Keyword: Constitution: Prison System, Private Public Policy, Human Rights.
Sumário
INTRODUÇÃO	4
1.DELIMITAÇÃO DO TEMA	6
2. SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO	8
2.1. DADOS DO SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO	9
2.2. DIPLOMAS INTERNACIONAIS E O SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO	10
3.A PPP COMO FORMA DE PRESERVAÇÃO DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS	12
3.1 A ATUAL POLÍTICA DAS PPPS NO BRASIL	15
4.CONCLUSÃO	17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	18
4.1 NOTAS	19
INTRODUÇÃO
Há muito é sabido que a punição é uma forma coercitiva aplicada desde os primeiros habitantes e sociedades primitivas, como maneira de tentar propiciar ao infrator uma retribuição pelo mal causado e por sua desobediência aos ditames legais ou consuetudinários que se formaram no decorrer da evolução das sociedades.
De modo despretensioso apresento uma história aplicando analogia por ser uma explicativa da origem filosófica, moral e exemplificativa do que hodiernamente conhecemos como consequência jurídica do delito.
Na criação, segundo a Bíblia sagrada[1], um episódio originou o que podemos chamar de primeira consequência do delito.
Quando Deus, expulsa do paraíso adão e Eva por desobediência, Ele impõe penas a estes que por terem desrespeitado um código de conduta condicionada à sua harmônica e plena sobrevivência, sofrerão sanções do Criador.
Percebemos que as penas são no que concebemos nos dias atuais como pena privativa de liberdade e restritiva de direito. É consabido que as penas aplicadas pelo Criador à mulher foram, inimizade entre a serpente (aqui serpente representa o réptil) e a mulher e sua descendência, a dor do parto, sujeição ao homem; ao homem foi imposta a dificuldade de subsistência, trabalho árduo e cansativo para sobrevivência, e a sanção incomum foi a morte, que seria vencida posteriormente através da vinda do próprio Deus na pessoa de seu filho Jesus Cristo para oferecer a vida que outrora tinha o ser humano, ou seja, a vida eterna
Apenas comparativamente, e, despretensioso de qualquer imposição ideológica, vemos que as penas foram para ambos aplicadas de maneiras diversas, respeitando princípio da individualização da pena, aplicando a sanção a cada um conforme sua participação no evento.
Podemos notar de maneira alva que as sanções, salvo a morte foram restritivas de direitos. A mulher, por exemplo, tinha o direito de não sentir a dor do parto, e consequentemente foi privada deste direito e passou a dispor desta restrição acerca do parto.
Ao homem, na medida de sua culpabilidade também foi imposta penas que restringiram direitos como, por exemplo, o direito de não precisar lavrar a terra para alimentar-se.
Quanto à pena privativa de liberdade, acontece exatamente o mesmo, num plano teológico, Deus expulsa o homem do paraíso e condiciona o mesmo à morte para como uma prisão[2].
Para conseguir a liberdade que outrora possuía, o homem agora mortal deverá ganhá-la de Cristo, que veio para oferecer a vida eterna através da fidelidade e amor à sua pessoa.
Perceba que, após o homem perder sua imortalidade, Deus concede uma redenção, uma nova oportunidade de obter a eternidade como outrora. Acontece que a passagem do homem pela terra a partir deste momento torna-se uma oportunidade de reabilitação, de dignificação e agracia o ser humano com a reinserção ao status quo, que fora desfeito com a transgressão do ser a uma determinação coercitiva de convivência.
Busca-se através desta história uma introdução inovadora, não celetista, não ideológica, não segregadora, não separatista, não pré-conceituosa, não impositiva, não obrigacional, mas tão somente uma alusão aos princípios que norteiam nossa égide penal, através da punição e plano de reinserção do apenado. Buscou-se através desta escrita propedêutica conduzir o tema e inseri-lo em sede de discussão, a metodologia bibliográfica orientou-nos a trilhar uma realista e pertinente discussão, sem pretensão de esgotar nem tampouco confinar em uma só ideologia esta questão democrática e humana, contudo não houve como não caminhar no sentido de que a política inovadora que se apresenta, configura um expoente que necessita ser estudado e se positiva suas aplicações, deverá balizar e nortear uma aplicação por parte estatal no contexto penal.
1.DELIMITAÇÃO DO TEMA
O lado estadual, existindo historicamente nas relações especiais como “espaço vazio de direito”, pretende um máximo de liberdade e um mínimo de ligações jurídicas; ao recluso, por seu turno, interessa o lado estadual tão vinculado ao direito quanto possível e, para si; querem direitos e não uma posição só reflexamente protegida[3].
O Brasil dispõe hodiernamente de uma política prisional, penal e (re) educadora de péssima qualidade, aplicabilidade e operabilidade. Esta condição e omissão estatal rechaçam a falência e obstrução da aplicação da finalidade de se aplicar uma sanção á um ser humano. É de conhecimento amplo que o Estado assumiu para si o jus puniendi, através da jurisdição o mesmo aplica a coerção e tenta estabilizar as regras de convivência através de seus compactuados, que dispensam uma parte de sua liberdade para que a fração sobejadapossa gozar de proteção e ação do próprio tutor do cidadão.
Sabe-se que o Estado falhou na objetividade de prevenir e consequentemente de punir os que transgridam sua imposição e suas regras de convivência. Nos dias atuais, o que se percebe é uma omissão quanto à aplicabilidade da finalidade da pena, punir, retribuir, prevenir e reinserir. 
Acerca da finalidade da sanção, leciona Bentham, (2002, p. 25):
[...] O modo geral de prevenir os crimes é declarar a pena que lhe corresponde, e fazê-la executar, o que, na acepção geral e verdadeira serve de exemplo. O castigo em que o réu padece é um painel em que todo homem pode ver o retrato do que lhe teria acontecido, se infelizmente incorresse no mesmo crime. Este é o fim principal das penas, é o escudo com que elas se defendem.
Nota-se de modo acentuado que em todos estes tópicos o estado não garante nenhum, de forma comissiva deixa de fiscalizar e propiciar as condições ideais, tanto para os apenados, tão quão para os membros do contrato social. [4]
O que podemos perceber é que, o Estado que é garantidor, que formula a ideologia abstrata de direito-moral, de modo discrepante ignora as necessidades, e propõe prima ratio o encarceramento em massa para tentar uma derrota menos dolorida na sua falibilidade governamental.
Quer-se logicamente a proteção que lhe é concedida através dos pactos sociais. O Estado precisa oferecer proteção a todos, pela isonomia que lhe é basilar, neste diapasão, Beccaria (2015, p.23,24), acrescenta:
Cansados de só viver no meio de temores e de encontrar inimigos por toda parte, fatigados de uma liberdade que a incerteza de conservá-la tornava inútil, sacrificaram parte dela para gozar do restante com mais segurança. A soma de todas essas porções de liberdade, sacrificadas assim ao bem geral, formou a soberania na nação; e aquele que foi encarregado, pelas leis, do depósito das liberdades e dos cuidados da administração foi proclamado o soberano do povo.
E continua o supracitado autor:
Não bastava, porém, ter formado este depósito; era preciso protegê-lo contra as usurpações de cada particular, pois tal é a tendência do homem para o despotismo, que ele procura, sem cessar, não só retirar da massa comum sua porção de liberdade, mas ainda para usurpar a dos outros.
	
No contexto contemporâneo, surge a políticas alternativas e homeopáticas, que paulatinamente trabalham para proporcionar aos cidadãos uma prestação direta ou indireta de serviços, primando a qualidade e celeridade com eficiência, e aos apenados um cumprimento de sentença digna, humana, proporcional, e acima de todos os argumentos predispostos está a reinserção do apenado ao convívio social. 
Uma possibilidade de o Estado oferecer dignidade aos cidadãos que foram privados de suas liberdades. Esta perspectiva somente será plena quando o egresso não só for reinserido na sociedade, mas quando este puder modificar sua vida independentemente de condições ou regras, quando o apenado encontrar na sanção um meio de alcançar o fim, que é uma mudança moral e ética, respeitando e agregando valores e experiências.
Estes objetivos devem obrigatoriamente ser fornecidos e garantidos pelo Estado, que se coloca como soberano e concentrador do da proteção e propicia condições reais para que alcance os que estão apenados uma nova vida, no sentido teleológico do termo.
2. SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO
É de conhecimento massivo que nosso ordenamento pátrio concomitantemente penal está arcaico e dispõe de reformas imediatas para adequação da realidade futurista e libertária que vivemos.
A Constituição de 1988 ao asseverar de forma prolixa tantas liberdades, acabou por criar uma liberdade que enclausura seus partícipes, tendo uma distorção da teleologia à qual foi elabora e promulgada.
Podemos observar que o sistema prisional, penitenciário do país revela um verdadeiro descaso, despreparo e concomitantemente um eventual desrespeito aos princípios constitucionais, como também não garante uma aplicação e finalização do objetivo maior de se punir, qual seja não ter reincidência acerca dos atos ilegais.
Acerca desta política penal, Kelsen (2007, p.81) assevera:
O conceito básico do direito é a liberdade [...] o conceito abstrato de liberdade é a possibilidade de se determinar alguma coisa. O homem é sujeito de direito porque a cada possibilidade de se determinar, tem uma vontade.
Conseguimos absorver que a força motriz, a propulsão do direito está na liberdade, que mesmo cedida parcialmente a um soberano que irá garantir sua eficácia, condiciona o direito a estar conjuntamente interligada na dualística ideologia, liberdade e direito.
Ao ser privado desta possibilidade de direito, ou seja, a faculdade libertária, o homem vê sua concepção de justiça esvair-se, sendo deslocado um sentimento limitado de esperança, pois para o homem, a liberdade está (co) relacionada à estrutura basilar de sua formação.
No Brasil, o sistema penal está combalido, sucateado e manietando a possibilidade de uma punição humana, apesar das nossas leis proibirem um tratamento desumano aos apenados, a nossa realidade desembaraça uma visão de penumbra, um sistema caótico e ineficiente, que tende somente à maltratar a pessoa do apenado e os seus.
Diga-se para que registros tenham que o significado de punir, no conteúdo léxico da palavra tem os seguintes significados: “Punir: V. T. Atribuir castigo a alguém. Repreender, corrigir, penalizar”[5].
Constata-se que a palavra, apesar de polissêmica, converge para o entendimento de a essência da pena é mostrar a força coercitiva do soberano, que regula a relação puniendi entre estado e tutelado.
Quando o sistema penitenciário, ou mesmo o penal desfigura a teleologia da essência da palavra, ou do conceito de punição, atrelando a esta uma hegemonia na aplicação e acompanhamento dos apenados, temos contemporaneamente as palavras de Kelsen (2007, p. 45):
Aplicadas desta maneira, aludem o sentimento e a ideologia que abarca nosso sistema penitenciário; “[...] um ordenamento que não reconhece a personalidade livre do homem significa um ordenamento que não garante o direito subjetivo e não deve ser considerado absolutamente como um ordenamento jurídico”.
Destarte, concebemos que, mesmo que a liberdade seja retirada, os outros direitos inerentes a todos os seres humanos e esculpidos na Constituição, devem ser proporcionados e garantidos, sob ônus de se infringir normas que o próprio Estado consagrou.
Marco Cesar de Carvalho[6], em artigo publicado na Conpedi[7], (Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito, realizado em João Pessoa, PB), refere-se de modo brilhante ao sistema punitivo brasileiro, num plano filosófico e humanista, abre as portas da hermenêutica e assim critica: “Privados de sua liberdade, e tão somente dela[8]”.
No país o que se constata é que a pena privativa de liberdade atravessa os pórticos da real punibilidade e alcança de modo massacrante os outros direitos do apenado, induzindo temerariamente um desvio de finalidade da aplicação da consequência jurídica do delito.
2.1. DADOS DO SISTEMA PENITENCIÁRIO BRASILEIRO
Segundo levantamento anual feito pelo Ministério da Justiça[9] constata-se que o Brasil possuía até dezembro de 2014 uma população prisional de 607.731 presos, sendo distribuídos em 1.420 penitenciárias, onde Minas Gerais possui o maior número de penitenciárias contando com 184 e São Paulo 162.
São Paulo lidera em população prisional com 219.053 seguido por Minas Gerais que possui 61.286 pessoas privadas de suas liberdades. Destes 607.731 presos (total), 250.213 estão presos sem condenação, aguardando julgamento ou algum procedimento procrastinatório que massacra aquele que convive com o fantasma de uma cela abarrotada, uma escola do crime, uma emancipação para vida delinquente.
Torna-se conspícuo a reflexão de Zaffaroni e Pierangeli (2002, p.789):
[...] a pena privativa de liberdade é resultado de uma espécie de “justiça seletiva”, porque por ela serão atingidos os indivíduos pertencentes aos setores sociais menos favorecidos e osde quociente intelectual mais baixo, isto é, os menos aptos para a competição que a sociedade impõe. A maior parte dos submetidos a essas penas é integrada por pessoas que provêm destes setores.
Com números reais em análise, pode-se arguir certamente a questão, onde está todas estas pessoas e como elas podem cumprir uma pena digna e reabilitadora com números alarmantes e assustadores como estes? Pode-se questionar também o que o estado (não) fez para que esta situação pudesse atingir patamares desoladores.
Falamos em dados concretos, e quando nos predispomos a conhecer a realidade destes que cumprem sentença, podemos certamente sentir e perceber o que as penas hodiernamente, aliada a falta de estrutura e recursos por parte do soberano acarretou no decorrer de tempos. Não será aqui que discutiremos acerca do reflexo destes números, para isto um capítulo se reservou.
2.2. DIPLOMAS INTERNACIONAIS E O SISTEMA PRISIONAL BRASILEIRO
Explicitados no artigo 5º, § 2º[10] da Constituição Federal de 1988, os recepcionados diplomas internacionais espelham uma gama de garantias aos seres humanos, inclusive os apenados.
Assim alude o artigo 2[11]da Declaração Universal dos Direitos Humanos que todo ser humano possui capacidade de gozar de seus direitos independente de sua espécie, cor, raça, orientação sexual e política e traz a essência do se espera para apenados e presos do país.
Neste sentido discursa Rodrigues (1999, p.23):
O vasto movimento de respeito pelo individuo e de reconhecimento dos seus direitos humanos fundamentais vem se alargando decisivamente, ao âmbito das reformas do sistema repressivo, favorecendo, assim, a consagração de uma ampla base de humanidade sobre que se organiza a execução de medidas privativas de liberdade. A própria idéia de (re) educação não se compadece com a existência de duros e degradantes regimes prisionais ou aplicação de castigos corporais pressupondo antes a salvaguarda de dignidade da pessoa humana, enquanto por esse modo se fomenta o sentido de responsabilidade do recluso, base imprescindível de um pensamento ressocializador.
Concebe-se que hodiernamente, os diplomas internacionais revelam um pórtico de sustentação para os princípios que devem permear nossa égide normativa, não só no bojo penal, mais que os princípios constitucionais e os que alicerçam os arcabouços desta ciência, sejam na virtude moral, ética, legal ou justa.
Não nos cabe diferenciar neste trabalho ou criticar, tampouco enumerar pontos acerca destes citados, apenas comparativamente (re) lembrar do que realmente se propôs a defender.
No mesmo diapasão, a Convenção Americana de direitos humanos[12] no seu artigo 1º, revela o objeto e proposta de tal documento, quiçá o cumprimento dos direitos.
Ao estipular em seu primeiro artigo que os estados-membros têm por finalidade precípua o cumprimento de direitos, o documento ratifica de modo geral, que o ser humano dispõe de dignidade e esta, agora é reconhecida no plano internacional como nunca se obteve estudos, destarte os apenados contemplam-se pela isonomia que nossa Constituição formalizou e não conseguiu materializar no plano real.
No artigo 5º[13] especifica os direitos dos apenados, consequentemente os deveres dos estados-membros, e também os deveres dos apenados e a obrigação do estado soberano adequar à realidade os egressos. Em relação aos princípios que vigoram, aludem os que a nossa Constituição garantes (ou deveria garantir de forma integral e contínua), malgrados dignidade da pessoa humana, legalidade, pessoalidade, individualização da pena entre outros que subsidiariamente, impossível conflito, assume força normativa ao compactuar do bloco constitucional que eventualmente pode ser formar.
Em ambos os documentos encontramos na sua redação, de maneira explícita as garantias que devem fundamentar a pena, a aplicação da sanção e a ressocialização daqueles que infringiram o código de conduta social que vige em nossa organização estrutural chamada sociedade.
O artigo 6 assim revela o que as penas devem ou não conhecer de seus apenados, segue in vervis:
Artigo 6º - Proibição da escravidão e da servidão:
1. Ninguém poderá ser submetido a escravidão ou servidão e tanto estas como o tráfico de escravos e o tráfico de mulheres são proibidos em todas as suas formas.
2. Ninguém deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou obrigatório. Nos países em que se prescreve, para certos delitos, pena privativa de liberdade acompanhada de trabalhos forçados, esta disposição não pode ser interpretada no sentido de proibir o cumprimento da dita pena, imposta por um juiz ou tribunal competente. O trabalho forçado não deve afetar a dignidade, nem a capacidade física e intelectual do recluso.
Do mesmo modo enumero o supracitado documento, no artigo 7 alude as liberdades pessoais e no subitem 5, remete aos direito do suspeito de ser realizada a audiência o mais rápido possível para apurar se necessário é manter o suspeito, preso em flagrante em medida cautelar.
Neste diapasão o Conselho Nacional de Justiça desde 2013 trabalha no projeto para implantação legal desta audiência de custodia[14], visando minimizar os impactos do despreparo das autoridades, assim como o abuso por parte desta e garantir a legalidade da prisão e do devido processo legal.
Busca-se deliberadamente o que escreve Rodrigues (ibidem, p. 56):
A Tônica passa, pois, a incidir na idéia de igualdade─igualdade concreta que não se realiza na mera titularidade de direitos. O que se pretende é a correção do individualismo clássico liberal por meio de uma afirmação dos referidos direitos sociais e de uma realização dos objetivos de justiça social. Esta evolução fica assinalada, diz-se, de um modo geral, pela passagem de um estado (liberal) de Direito para estado (social) de Direito, concebido este último como fórmula que, por meio de uma revisão e de um reajuste do sistema, pretende evitar os defeitos do Estado liberal e, principalmente, do individualismo que lhe servia de base, postulando um traçado de caráter social que, por seu turno, fica bem diferenciado de qualquer outro sistema próprio de totalitarismos.
Evidente que o que se almeja com a ratificação destes diplomas internacionais pelo ordenamento pátrio, é indubitavelmente garantir que os homens, possam ter garantia e que também possam possuir deveres, o que é peculiar e inerente a todos os cidadãos, estejam livres ou privados de seu direito de liberdade individual.
Apesar dom sistema prisional brasileiro alcançarem índices desumanos, com estruturas e cronogramas que não respeitam em nada estes documentos, acredita-se que possam existir mecanismos que possam propiciar meios destes direitos e deveres serem garantidos e aplicados.
3.A PPP COMO FORMA DE PRESERVAÇÃO DAS GARANTIAS CONSTITUCIONAIS
Para introduzir o pertinente assunto, queria destacar uma reportagem da revista eletrônica “Super Interessante”[15]”, onde retrata a experiência de um psicólogo australiano chamado Bruce Alexander, que na década de 70 realizou uma pesquisa com ratos em laboratórios.
Reporta a supracitada matéria que os ratos eram colocados em ambientes diferentes; um grupo foi colocado em caixas pequenas, apertadas e sem nenhuma alternativa de recreação. O outro ambiente era amplo, cerca de 200 vezes maior que o outro ambiente. Neste foram colocados brinquedos de modo que os ratos tinham várias opções de se exercitar e recrear. Nos dois ambientes foram colocados dois recipientes, um com água pura e outro com água e heroína.
Constatou-se que os ratos que viviam presos nos ambientes pequenos e sem distração consumiram demasiadamente a água com heroína. Enquanto os ratos que dispunham do ambiente de prisão com amplo espaço e com faculdades de distração, experimentaram as duas águas, mas massivamente preferiram a água norma em detrimento da outra misturada.
O que se pretende é trazer a discussão acerca do sistema que dispomos com finalidade de (re) educar os apenados e prevenir novos desvios de conduta legal.
No Brasil, conforme elenca Marcelo Santin Gonçalves[16] osideais que vigoram entrelaçados no sistema normativo assim se apresentam como princípios, e estes poderão estar explícitos ou implícitos na Constituição Federal. Os explícitos são os que estão escritos, expressos em lei, os implícitos, ainda que não expressos, figuram subentendidos no ordenamento jurídico. [...] A Dignidade da Pessoa Humana figura como pórtico desta normativização[17].
Em 2004 a lei Federal 11.079[18], que regulamenta a Política Público-Privada, visando remediar o sucateado aparato administrativo que se encontra o país e seus servidores, em sua grande maioria, principalmente quando se volta para o gênero penal da espécie prisional.
	Os princípios constitucionais da Dignidade da Pessoa Humana[19], Princípio da Legalidade[20], Princípio da Retroatividade da Lei mais Benéfica ou da Irretroatividade da Lei Pena, Princípio da Personalidade ou (Princípio da Responsabilidade Pessoal, Princípio da Pessoalidade da Pena, da Intransmissibilidade) [21], Princípio da Individualização da Pena[22], Princípio da Humanidade (Princípio da Humanidade das Penas).
Todas estas aplicações normativas, subsidiariamente se compactuam com os documentos infraconstitucionais para que os apenados e os privados de suas liberdades pelo soberano, para que estes possam encontrar na punição da privação da liberdade. Para isto ocorrer, necessário é que o sistema brasileiro se organize politicamente e financeiramente, depois de moralmente, para que os que são infratores não passem para (re) infratores.
O sistema brasileiro analogamente pode ter muito da experiência de Bruce Alexander, onde é oferecido totalmente o oposto de tudo que já se conhece em direitos humanos.
Salvo raras exceções, não existe no sistema prisional brasileiro reabilitações de apenados como deveria e prevê a Constituição Federal e sua legislação infra. O que ocorre comumente, é o cenário de superlotação e rebeliões, várias facções criminosas recrutando os novos presos ou mesmo dando auxilio a estes presos que o próprio Estado não oferece.
Neste contexto, surge em Minas Gerais a lei estadual 14.868/2003[23] veio assumir um papel fundamental na aproximação do que necessita um apenado para uma possível reinserção ao mundo da “liberdade”.
A supracitada lei traz em seu bojo normativo explicitamente em seu artigo 5º, § 1º, IV[24] a legitimidade para que parceria deste porte, sendo considerada concessão administrativa para que um possa exercer e prestar serviços para União, direta ou indiretamente.
Destarte, em janeiro de 2013, ocorreu a inauguração da primeira penitenciária privada do país, em Ribeirão das Neves, região metropolitana de Belo Horizonte, Minas Gerais. Porém, prisões “terceirizadas” já existiam em pelo menos outras 22 localidades, sendo sua gênese de implantação a partir da lei Federal 11.079 de 2004[25]. 
A diferença é que esta de Ribeirão das Neves é uma PPP (parceria público-privada) desde sua licitação e projeto, enquanto as outras eram unidades públicas que em algum momento passaram para as mãos de uma administração privada. Na prática, o modelo de Ribeirão das Neves cria penitenciárias privadas de fato; nos outros casos, a gestão ou determinados serviços são terceirizados, como a saúde dos presos e a alimentação.
Tem-se nesta política uma alternativa de proporcionar um diferenciado cumprimento de pena privativa de liberdade, pois esta parceria, principalmente no caso em tela de Ribeirão das Neves, apoia-se em índices e números sólidos que conferem certa credibilidade ao sistema que se pretender garantir com nossa égide normativa.
Sabemos que nossos presídios estão no campus do ambiente pequeno, apertado e sem alternativa, perspectiva de reabilitar. Criar um ambiente propício para reabilitação do apenado é o semear de uma colheita virtuosa e ressocializadora, não se pode aduzir as finalidades que se esperam objetivamente, segundo as lições de Leal (2001. P. 40) “[...] Retribuição- A prisão é, antes de tudo, um castigo. Está acima de quaisquer dúvidas que esta representa, na prática, muitíssimo mais do que a mera privação de liberdade”, tendo em vista que o “condenado perde, outrossim, a identidade social”.
Intimidação – É pacífico o entendimento de que a pena de prisão não intimida. Os cárceres estão abarrotados de pessoas que não se amedrontam diante da pena e pelas ruas circulam criminosos que praticam toda sorte de delitos, indiferentes à possibilidade de serem punidos.
Ressocialização – A prisão, em lugar de um instrumento de ressocialização, de educação para a liberdade, vem a ser, não importam os recursos materiais disponíveis, um meio corruptor, um núcleo de aperfeiçoamento no crime.
Incapacitação – Através da clausura se impede, afinal, que o apenado possa cometer novos delitos, em meio livre. As penas longas, por vezes sem progressão de regime, visam garantir o prolongamento desta incapacitação, que se indigita como necessária à segurança da sociedade.
3.1 A ATUAL POLÍTICA DAS PPPS NO BRASIL
É Conspícuo que a PPP emprega e empenha esforços que literalmente não é comum de se encontrar nos presídios federais[26], e que uma das suas finalidades, ainda implícita seja auferir um retorno do investimento, porém o que acontece em Ribeirão das Neves em termo de aplicação de uma coerção, minimizando os impactos da privação de liberdade; consegue-se através deste método de parceria, um controle mais concentrado em relação aos acontecimentos e a funcionabilidade, que está encontrando espaço tanto legal, quanto sociológico.
Os apenados trabalham e podem estudar, com objetivo formal da remissão da pena em caso especifico, podemos assumir uma opinião que as chances de ressocialização dos egressos são reais. De maneira sintética, elencamos os pontos fundamentais que se mostram antagônicos, à medida que ao tempo que oferece uma faculdade de um cumprimento de pena, está-se cumprindo pena, e ser privado da liberdade em qualquer circunstância é desolador.
O presídio de Ribeirão das Neves é uma afirmativa no sistema prisional brasileiro, na tentativa de se remediar o sucateado, combalido e defasado sistema prisional. Digno é de várias críticas, desde a celebração do contrato com clausulas que permitem lotação mínima e indubitavelmente os elogios de oferecer um tratamento que vise punir, prevenir e (re) socializar de modo eficaz e concreto, não apenas no poético texto constitucional de 1988.
As críticas são inevitáveis e propulsoras de inovações facilitadoras que almejem uma celeridade, finalidade, qualidade e acima de tudo, uma humanização do tratamento.
Quando o estado transferiu para um particular a prestação de serviço no sentido lato, estreitando na sua integralidade o serviço penitenciário, quis em prima ratio oferecer uma solução que adequasse o país nos moldes dos textos normativos que versam sobre o tema em tela, na sua grande maioria, hodiernamente, protecionismo constitucional e no plano internacional, a atuação de órgãos que se assentam na possibilidade de sugerir uma regra mundial de convivência e proteção de direitos.
Note-se que o Estado, através do magistrado, através da jurisdição foi quem puniu, e puniu nos moldes que ele mesmo (Estado) estipulou. Portando, diga-se para que registros tenham que ao terceirizar a prestação de serviço penitenciário, quiçá nos moldes da PPP, o Estado está contratando uma estrutura geral, porem pode-se analisar o gênero e espécie, para oferecer (e quando oferecer) uma reabilitação do apenado que obedeça aos princípios da dignidade humana, e vai além, pois ao reabilitar permitindo a emancipação do apenado, oferece-se um acalento moral e dá-se o voto de minerva na confiabilidade que este precisa para resgatar plenamente sua moral.
Em comparação simplória, quando o Estado contrata uma empresa através de licitação para construir casas populares; ali temos o Estado, que já deliberou normativamente acerca de doar casas para os cidadãos, comprando serviços para beneficiar os que necessitam.
O Estado puniu através do direito positivo o infrator, e de suas ramificações normatizadas e da própria Constituição,neste momento que entra em cena a PPP, o caráter do serviço prestado não usurpa a competência do Estado em nenhum momento. O próprio Estado deliberou acerca da possibilidade desta parceria, ou seja, está legalmente aconteceu a ato jurídico.
Existe nas faculdades de Direito que se encaixem no perfil logrado, um projeto de assistência jurídica oferecida pelos órgãos acadêmicos especializados. Neste diapasão segue o contexto das PPP que podem oferecer desta maneira estes serviços de assistência jurídica; podendo ser de modo informal oferecendo consultas e orientações, assim como oferecem os órgãos acadêmicos de Direito sem ônus para os interessados.
Temos ao nosso olhar, um conflito de princípios, onde direitos e garantias fundamentais no sentido lato e também em espécie, tem-se garantido direitos e deveres aos apenados. Forma-se um bloco com princípios basilares de nosso ordenamento e confronta-os com outros que com estes colidem. 
De modo alvo, poder-se-ia analogamente aceitar o princípio da legalidade de um lado, quando projetam que há inconstitucionalidade na PPP por somente a União poder legislar sobre matéria penal. E colidindo frontalmente com este no outro vértice temos, no mínimo os princípios da isonomia, dignidade humana, proporcionalidade, princípio da individualização da pena, na medida em que um preso que não se prospecta reinseri-lo à sociedade, e o confina ao abatedouro institucional, a família e dependente assinam concomitantemente a sentença com seu ente apenado.
Portanto, formamos a seguinte opinião de que o bloco de constitucionalidade poderia transparecer fidalgamente o que se propõe a proteger. Sem disposição e pretensão de investir demasiadamente neste assunto, acerca do bloco de constitucionalidade e suas formações, categorias e aplicações; usando do conhecimento apenas para comparação despretensiosa.
À respeito do trabalho na prisão[27], não é nosso objetivo esgotar ou tampouco delimitar este tema da LEP e sua inconstitucionalidade, mais se faz pertinente relembrar aqui o trabalho é um direito-dever do apenado, e privá-lo disto, non bis in idem. Assim, é toda vez que se priva um apenado de qualquer direito, nos limites impostos pela Constituição e pelas legislações infraconstitucionais.
Assim, sabendo que o tema não quis ser limitado ou tão pouco esgotado em debates, este trabalho configura e percebe que está PPP deverá indubitavelmente passar por reformas, e que alguns de seus pontos são vulneráveis e outros omissos, alguns um pouco desproporcionais, mais o que se constata é que estas diferenças e ajustes formais que necessitam serem realizados implicarão em uma significativa melhora no que já funciona.
É certo que a PPP também está longe de ser o objetivo de um Estado, cuja objetividade deve ser erradicar as diferenças e a corrupção, os meios que ludibriam seguidores com o fetiche de que o crime compensa e é impune, principalmente no Brasil.
4.CONCLUSÃO
É certo que o sistema prisional brasileiro necessita adequar-se aos diplomas legais, sejam nacionais ou internacionais. Sabe-se de forma conspícua que a política do Estado no decorrer dos anos não surtiu efeito, e pelo contrário do que se esperava, acabou por tornar uma pena privativa de liberdade em bem mais que uma prisão corporal.
Por vários anos debilitou-se o sistema penitenciário, quiçá o sistema penal e agora (in) felizmente temos que procurar em curto prazo uma medida para adequar-se as finalidades da aplicação da consequência jurídica do delito, e a curto-médio prazo uma reforma no sistema penal, em sua integralidade.
Acreditamos que a PPP seria um escape momentâneo e paralelamente um exemplo-modelo para ser observado, copiado e implantado para proporcionar ao apenado uma (re) inserção genuína, plena, que possa harmonizar os direitos e deveres, as necessidades e os recursos e suas aplicações.
Concluímos que, todo sistema inovador gera dúvidas e é passível de aperfeiçoamento. Não devemos e nem podemos dispensá-lo sem antes tomar aprendizado deste modelo, o mais importante, almejado desde os primórdios com aplicação de sanções para coerção, porem, no atual contexto, devemos humanizar nossos pragmatismos, nossos paradigmas conservadores e abraçar a realidade que sangra, pedindo nada mais que o dever do Estado, que impõe mais não garante.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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4.1 NOTAS 
[1] Aqui não tivemos a pretensão de segregar ou enumerar, tampouco diferenciar crenças, religiões ou promover uma discussão acerca de qual ideologia acerta em seu firme ideal de crença. Quisemos de forma explicativa apresentar opinião reflexiva acerca da questão doutrinária escolhida. Lembro que o Brasil é um país laico, e a garantia de crer em uma filosofia transcendental é garantida pela Constituição Federal de 1988. Diga-se para que registros tenham que de modo simples procuramos exercer tal liberdade. Ora, a serpente era mais astuta que todas as alimárias do campo que o SENHOR Deus tinhafeito. E esta disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda a árvore do jardim? E disse a mulher à serpente: Do fruto das árvores do jardim comeremos, Mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais. E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e esconderam-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim. E chamou o Senhor Deus a Adão, e disse-lhe: Onde estás? E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me. E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses? Então disse Adão: A mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi. E disse o Senhor Deus à mulher: Por que fizeste isto? E disse a mulher: A serpente me enganou, e eu comi. Então o Senhor Deus disse à serpente: Porquanto fizeste isto, maldita serás mais que toda a fera, e mais que todos os animais do campo; sobre o teu ventre andarás, e pó comerás todos os dias da tua vida. E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar. E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos; e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará. E a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás. Bíblia Sagrada, Gênesis, cap. 3, vs. 1 ao 19. Disponível em https://www.bibliaonline.com.br/acf/gn/3. Acesso em 14/Ago/2016.
[2] Os Cristãos, por exemplo, acreditam que o mundo jaz do maligno e que a vida aqui na terra é uma prisão que somente terá fim após aceitar a cristo e após morte. Depois que esta ocorrer, aguardar-se á com cristo a sua vinda e o arrebatamento final. Cf. Bíblia sagrada. De modo semelhante, os espíritas creem que a vida aqui é uma expiação de outras vidas, e até que encontremos e recebamos a redenção e evolução aqui nesta terra (prisão), e consigamos perpetuar na luz (liberdade). Diga-se para que registros tenham que os testemunhos de Jeová de modo veemente compactuam com a sistemática desta ideologia quando apregoam que esta terra é a passagem obrigatória para a vida no paraíso que irá se formar quando o Criador (Jeová) estabelecerá o seu paraíso, onde não haverá nenhuma tristeza e/ou dor.
[3] RODRIGUES, Anabela Miranda. A posição jurídica do recluso na execução da pena privativa de liberdade: seu fundamento e âmbito. São Paulo. IBCCrim, 1999, p. 45.
[4] Neste contexto Rosseau, descreve em sua obra Do contrato social que a convivência entre os povos se dá através dos contratos que estes se submetem, onde as cláusulas podem ou não serem escritas, mas o principal é o contrato de moral social que é estipulado através desta limitação do cidadão em face de uma harmonia na convivência. Rosseau expõe que o homem nasce livre e as circunstancias o prendem, dentre estas estão a necessidade de viver e conviver com outros da mesma espécie. Cf. Do contrato social.
[5] Dicionário informal, disponível em http://www.dicionarioinformal.com.br/punir/. Acesso em 13/Ago/2016.
[6] O doutor Marco Cesar de Carvalho é Mestre em Direito, área de concentração: Sistema constitucional de garantia de direitos, pela Instituição Toledo-ITE, campus de Bauru, SP. Especialista em jurisdição constitucional pelo Corso di Alta Formazione in Giustizia Constituzionale e tutela Giurisdizionale Del Diritti─ III Edizione, ministrado na università di Pisa, Dipartimento di Giurisprudenzia (13-31/jan/2014). Pós Graduado em Direito processual Civil pela FAAP, campus de ribeirão Preto-SP. Professor do curso de Direito Processual Civil, Direito do Trabalho e Previdenciário na Libertas Faculdades Integradas em São Sebastião do Paraíso, Minas Gerais.
[7] Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito, CONPEDI é a Sociedade Científica do Direito no Brasil, organizado através de uma associação civil com personalidade jurídica de direito privado e sem fins econômicos que incentiva e promove os estudos jurídicos e o desenvolvimento da pós-graduação em Direito no Brasil. Suas ações institucionais respondem ao desafio de projetar a pesquisa jurídica para o avanço social do Brasil. Com este objetivo, apoia os Programas de Pós-Graduação nas instituições brasileiras de ensino, colabora com a definição de políticas para a formação de pessoal docente e discente da área jurídica, formula e propõe sobre temas de interesse da pesquisa e da pós-graduação em Direito junto às autoridades educacionais, defende e promove a qualificação do ensino jurídico. Desde sua criação, em 17 de outubro de 1989, o CONPEDI realiza Encontros e Congressos nacionais que oferecem visibilidade à produção científica em Direito. Através dos eventos, já oportunizou a publicação de milhares de artigos jurídicos e apresentações de pôsteres produzidos por pesquisadores brasileiros acerca das mais diversas temáticas. A partir de 2014, em associação com Instituições Internacionais de Ensino, passou a internacionalizar a instituição e a projetar a produção desenvolvida nos Programas de Pós-Graduação em Direito brasileiros para o Continente Americano e Europeu.
[8] CARVALHO, Marco Cesar de. O dever de trabalhar do preso no Brasil. In: CONPEDI, Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito. João Pessoa-PB. P. 312 à 338. Disponível em http://publicadireito.com.br/publicacao/ufpb/. Acesso em 13/08/2016.
[9] Levantamento Nacional DE INFORMAÇÕES PENITENCIÁRIAS INFOPEN, disponível em http://www.justiça.gov.br/seus-direitos/política-penal/relatorio-depen-versao-web.pdf. Acesso em 13. Ago. 2016.
[10] BRASIL, Constituiçãoo 1988. Constituição da Republica Federativa do Brasil. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituição/Constituição. Htm. Acesso em 14/Ago/2016.
[11] DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS. Adotada e proclamada pela resolução 217 A (III) da Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948.
PREÂMBULO: Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo, Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos bárbaros que ultrajaram a consciência da Humanidade e que o advento de um mundo em que todos gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do homem comum,
Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo império da lei, para que o ser humano não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra tirania e a opressão, Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre as nações, Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta da ONU, sua fé nos direitos humanos fundamentais, na dignidade e no valor do ser humano e na igualdade de direitos entre homens e mulheres, e que decidiram promover o progresso social e melhores condições de vida em uma liberdade mais ampla, Considerando que os Estados-Membros se comprometerama promover, em cooperação com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos humanos e liberdades fundamentais e a observância desses direitos e liberdades, Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta importância para o pleno cumprimento desse compromisso, A ASSEMBLÉIA GERAL proclama a presente DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIRETOS HUMANOS como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, através do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universal e efetiva, tanto entre os povos dos próprios Estados-Membros, quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição. Artigo 1. Todas os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade. Artigo 2. 1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, idioma, religião, opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer outra condição. 2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou internacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território independente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania. Artigo 3. Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal. Artigo 4. Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos serão proibidos em todas as suas formas. Artigo 5. Ninguém será submetido à tortura nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou degradante. Artigo 6. Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa perante a lei. Artigo 7. Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declaração e contra qualquer incitamento a tal discriminação. Artigo 8. Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efetivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela constituição ou pela lei. Artigo 9. Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado. Artigo 10. Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte de um tribunal independente e imparcial, para decidir sobre seus direitos e deveres ou do fundamento de qualquer acusação criminal contra ele. Artigo 11. 1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa. 2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não constituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais forte do que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso. Aplicado nesta nota apenas os onze primeiros artigos deste documento para uma apreciação do leitor. Como é consabido o referido diploma, juntamente com a Convenção Americana dos Direitos Humanos, por serem anteriores à Constituição, forneceram muito de sua essência para que a nossa Carta Maior fosse elaborada. Quando analisamos à fundo os referidos diplomas internacionais e comparamos à Constituição de 1988, fica em primeiro momento evidente que os princípios basilares que sustentam os pórticos destes, e não foi diferente em nossa Constituição. Disponível em http://unesdoc.unesco.org/images/0013/001394/139423por.pdf. Acesso em 14/Ago/2016.
[12] Convenção Americana dos direitos humanos, disponível em http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bibliotecavirtual/instrumentos/sanjose.htm. Acesso em 14/Ago/2016.
[13] Artigo 5º - Direito à integridade pessoal: 1. Toda pessoa tem direito a que se respeite sua integridade física, psíquica e moral. 2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis, desumanos ou degradantes. Toda pessoa privada de liberdade deve ser tratada com o respeito devido à dignidade inerente ao ser humano. 3. A pena não pode passar da pessoa do delinquente. 4. Os processados devem ficar separados dos condenados, salvo em circunstâncias excepcionais, e devem ser submetidos a tratamento adequado à sua condição de pessoas não condenadas. 5. Os menores, quando puderem ser processados, devem ser separados dos adultos e conduzidos a tribunal especializado, com a maior rapidez possível, para seu tratamento. 6. As penas privativas de liberdade devem ter por finalidade essencial a reforma e a readaptação social dos condenados. Cf. Diplomas e tratados internacionais. Cf. Constituição Federal de 1988.
[14] Cf. Conselho Nacional de Justiça. Mapa da Implantação da Audiência de Custódia no Brasil. Disponível em http://www.cnj.jus.br/sistema-carcerarioeexecucao-penal/audiencia-de-custodia/mapa-da-implantação-da-audiencia-de-custodia-no-brasil. Acesso em 14/Ago/2016.
[15] As leis que temos hoje proibindo as drogas foram em grande parte inspiradas por pesquisas científicas realizadas nos Estados Unidos na década de 1960 com ratinhos presos em gaiolas. Cada ratinho ficava trancado sozinho em uma jaula pequena, com um canudo preso a uma veia. A cada vez que o bicho puxava uma alavanca, uma dose de morfina, heroína ou cocaína era despejada em sua corrente sanguínea. Os resultados eram assustadores: a maioria dos animais se afundava nas drogas. Alguns passavam o dia inteiro puxando as alavancas e ficavam tão viciados que se esqueciam de comer e beber e acabavam morrendo de fome. Conclusão: drogas são substâncias mortíferas, que causam dependência severa e matam. Bom, se ratinhos saudáveis transformam-se em zumbis com uma dose, o mesmo deve acontecer com humanos, certo? Melhor então proibir tudo e punir severamente os infratores, para evitar que meninos e meninas tenham o mesmo destino desses pobres roedores. É essa a lógica da política de Guerra às Drogas. Aí, no final dos anos 70, um psicólogo canadense chamado Bruce Alexander resolveu repetir o experimento, mas, em vez de trancar as cobaias numa solitária, construiu um parque de diversões para os bichinhos – o Rat Park. Tratava-se de uma área grande, 200 vezes maior do que uma jaula, cheia de brinquedos, túneis, perfumes, cores e, o mais importante, habitada por 16 ratinhos albinos. Ratos brancos, como humanos, são seres sociais – adoram brincar uns com os outros. Eles são muito mais felizes em grupo. Outros 16 ratinhos tiveram sorte pior – foram trancados nas jaulas tradicionais, sem companhia nem distração. Ambos os grupos tinham acesso livre a dois bebedores – um jorrando água e o outro, morfina. BURGIERMAN, Denis Russo. O Problema é a Jaula. Super Interessante. 2013. Disponível em http://super.abril.com.br/blogs/mundo-novo/2013/06/03/o-problemaea-jaula/. Acesso em 14/Ago/2016.
[16] Marcelo Santin Gonçalves é Bacharel em Ciências Jurídicas. Pós Graduando em Direito Penal e Processual Penal. MBA em Gestão Financeira e Controladoria FGV-RS (em curso).
[17] GONÇALVES, Marcelo Santin. Princípios Constitucionais do Direito Penal. Disponível em http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,principios-constitucionais-de-direito-penal,31615.html. Acesso em 24/Ago/2016.
[18] Brasil, Lei11.0799 de 30 de dezembro de 2004. Disponível em http://www.conteudojuridico.com.br/artigo,principios-constitucionais-de-direito-penal,31615.html. Acesso em 14/Ago/2016.
[19] Art.1ºº, inciso III da Constituição Federal 88
[20] Art.5ºº XXXIX da Constituição Federal 88
[21] Art.5ºº XLV da Constituição Federal88
[22] Art.5ºº XLVI da Constituição Federal 88
[23] BRASIL, Minas Gerais, lei14.8688 de 16 de dezembro de 2003. Disponível em http://www.ppp.mg.gov.br/images/documentos/legislacao/Lei%20Fundo%20PPP.pdf. Acesso em 14/Ago/2016.
[24] Art. 5º Podem ser objeto de parceria público-privada: [...] § 1º As atividades descritas nos incisos do caput deste artigo poderão ser desenvolvidas nas seguintes áreas: [...] IV - segurança, sistema penitenciário, defesa e justiça.
[25] Cf. BRASIL, Lei Federal 11.079 de 30 de dezembro de 2004. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2004/lei/l11079.htm. Acesso em 14/Ago/2016.
[26] No Brasil, um preso “custa” aproximadamente R$ 1.300,00 por mês, podendo variar até R$ 1.700,00, conforme o estado, numa penitenciária pública. Na PPP de Neves, o consórcio de empresas recebe do governo estadual R$ 2.700,00 reais por preso por mês e tem a concessão do presídio por 27 anos, prorrogáveis por 35. O investimento de R$ 280 milhões – total gasto até agora – na construção do complexo, conduz a uma prestação de serviço menos sofrível, pois a privação de liberdade é desoladora e para qualquer pessoa. No complexo de Neves, os presos têm 3 minutos para tomar banho e os que trabalham, 3 minutos e meio. Oferece-se assistência jurídica aos detentos, além dos serviços usuais costumeiros que (não) vemos; aliás, o sistema se apresenta com anunciação de assistência em vários campus, e esta assistência é uma das bandeiras do programa; assistência médica, odontológica e jurídica. O complexo de Neves é realmente diferente das penitenciárias públicas. É limpo, organizado e altamente automatizado, repleto de câmeras, portões que são abertos por torres de controle. Se há rebeliões, fugas ou qualquer manifestação do tipo, o consórcio é multado e perde parte do repasse de verba. Uma das cláusulas do contrato da PPP de Neves estabelece como uma das obrigações do poder público a garantia de demanda mínima de 90% da capacidade do complexo penal, durante o contrato. SACCHETTA, Paula. Como Funciona o Primeiro Presídio Privado do Brasil. Disponível em http://www.pragmatismopolitico.com.br/2016/02/como-funcionaoprimeiro-presidio-privado-do-brasil.html. Acesso em 14/Ago/2016.
[27] Cf. CARVALHO, Marco Cesar de. O dever de trabalhar do preso no Brasil. In: CONPEDI, Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito. João Pessoa-PB. P. 312 à 332. Disponível em http://publicadireito.com.br/publicacao/ufpb/. Acesso em 14/Ago/2016.

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