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CASO CONCRETO 8 - HABEAS CORPUS

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO RIO DE JANEIRO.
PROCESSO
	MICHAEL DA SILVA, nacionalidade, estado civil, profissão, portador da identidade nº xxxx, CPF xxx, com endereço xxx, vem a presença de V.Exa., por seu advogado (procuração em anexo), com fundamento nos artigos 647 e 648 do Código Processual Penal c/c art. 5º, LXVIII da CRFB, impetrar
 
HABEAS CORPUS COM PEDIDO DE LIMINAR
pelas razões fáticas e jurídicas a seguir aduzidas: 
DOS FATOS:
Michael da Silva foi preso em flagrante no dia 10 de julho de 2016 pela prática do crime previsto no art. 16, § único, IV da Lei 10.826/03 e art. 28 da lei 11.343/06. No auto de prisão em flagrante constavam os depoimentos dos policiais que efetuaram a prisão. Michael fora preso em razão de uma notitia criminis realizada por sua mulher Angelina da Silva afirmando que o mesmo possuía armas dentro de casa com numeração raspada e isso a assustava. Diante da informação e com o consentimento de Angelina, os policiais se dirigiram a casa onde o casal residia e após uma intensa busca no imóvel, encontraram três revólveres calibre 38 com a numeração raspada, em um armário dentro do quarto. Em outro armário, os policiais encontraram 50 munições. Em seguida, encontraram um papelote contendo 0,9 decigramas de cocaína. Perguntado sobre a posse do material encontrado, Michael afirmou que adquirira as armas em Angra dos Reis de um amigo, e quanto à droga, disse que era para seu uso pessoal. 
O auto de prisão em flagrante foi devidamente lavrado e distribuído ao juízo da 22ª Vara Criminal da Capital, onde foi requerida a sua liberdade provisória, que foi negada pelo juiz ao argumento de que se tratava de crime grave, haja vista o preso possuir 03 revólveres com numeração raspada em sua residência e em razão do depoimento da sua esposa que afirmou ser ele um homem agressivo. 
Não há anotações na folha de antecedentes de Michael da Silva. 
DOS FUNDAMENTOS:
DA NULIDADE DECORRENTE DA AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO
A prisão antes da condenação sendo de medida cautelar, deve ser fundamentada de acordo com o artigo da lei 312 do CPP. De acordo com o caso concreto, a decisão que decretou a prisão preventiva não demonstra a existência dos requisitos da medida cautelar, sendo nula se comparada conforme dispõe o artigo 93, IX da CRFB. Vejamos: 
“Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)”
Podemos notar que na letra da lei há que se falar em julgamentos do Órgãos Judiciárias devam ser fundamentados em todas as decisões, sob a pena de nulidade. o pedido de liberdade provisória foi negado pelo Juiz ao argumento de que se tratava de crime grave, afirmando de tal maneira e com ausência legal de fundamentação, conforme demostra o artigo 93, IX da CF/88.
DA AUSÊNCIA DOS REQUISITOS QUE AUTORIZAM A PRISÃO PREVENTIVA
Na falta de fundamentação da prisão preventiva, não restam dúvidas que poderá ser impetrado o Habeas Corpus, devendo ser observado o caso concreto, no qual não indica a presença dos elementos da prisão preventiva.
Podemos observar que existe uma decisão já entendida pelo TJPR tratando-se se ausência de requisitos que autorizam a prisão preventiva, o Paciente em que represento ao menos não causa o mínimo de perigo para o ordem pública e ainda sendo de bons antecedentes e primária, sem antes não ter envolvido em nenhuma situação de crime organizado ou suspeitas de participações em organizações.
Vejamos a seguir o julgado:
Relator: Desembargador João Domingos Küster Puppi
Processo: 0044870-85.2018.8.16.0000
Órgão Julgador: 3ª Câmara Criminal
Comarca: Londrina
Data Julgamento: 26/10/2018
EMENTA – HABEAS CORPUS CRIMINAL – AUSENTES OS
REQUISITOS AUTORIZADORES PARA A DECRETAÇÃO DA PRISÃO
PREVENTIVA – PACIENTE QUE NÃO REPRESENTA PERIGO PARA A
ORDEM PÚBLICA – PRIMÁRIO E DE BONS ANTECEDENTES – FATOS
QUE OCORRERAM EM 2014 – MEDIDAS CAUTELARES QUE SE
MOSTRAM SUFICIENTES PARA A GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA
– ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA, CONFIRMANDO A
LIMINAR DEFERIDA.
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Habeas Corpus Crime com Pedido
Liminar, sob n.º do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de0044870-85.2018.8.16.0000, Londrina – 2ª Vara Criminal, impetrado por, tendo como paciente Eduardo Caldeira Allan Christino de Araujo Miranda.
O paciente teve sua prisão preventiva decretada, por ter praticado, em tese, o crime
de apropriação indébita. Alega que não estão presentes os pressupostos autorizadores da decretação da prisão preventiva. Por fim, sustenta que o paciente é primário, tem trabalho lícito e residência fixa. Liminarmente requer a concessão da ordem, sendo expedido alvará de soltura. A liminar foi parcialmente deferida, afastando a prisão preventiva com fixação de medidas cautelares diversas da prisão, mov. 5.1. As informações solicitadas foram prestadas, mov. 9.1. Parecer da Douta Procuradoria Geral de Justiça, mov. 12.1, opinando pela parcial concessão da ordem, confirmando a liminar deferida.
É o relatório.
Alega o impetrante que não estão presentes os pressupostos autorizadores da prisão preventiva, uma vez que a decisão que decretou a prisão preventiva não possui fundamentação suficiente, bem como o réu é primário e possui bons antecedentes. Assiste razão ao impetrante. Analisando os documentos colacionados ao presente remédio constitucional, verifica-se que a decisão que decretou a prisão preventiva se baseou no fato de que existem outras investigações policiais a respeito do paciente, por ter cometido, em tese, o mesmo crime de apropriação indébita. A existência de outros inquéritos policiais, por si só, não é motivo suficiente para a decretação da prisão preventiva, principalmente como no caso em tela, que os fatos teriam ocorrido no ano de 2014.Dessa forma esbarra a conclusão da necessidade da prisão preventiva na ausência de (referido no art. 312 do Código de Processo Penal), não se observando como apericulum libertatis restrição à liberdade do paciente pode servir à garantia da ordem pública, da ordem econômica, à conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal. :In verbis
“Art. 312. A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da ordem econômica, por conveniência da instrução criminal, ou para assegurar a aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011). Indício suficiente de autoria Parágrafo único. A prisão preventiva também poderá ser decretada em caso de descumprimento de qualquer das obrigações impostas por força de outras medidas cautelares (art. 282, § 4o). (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).”
Em que pese a decisão indicar a necessidade de prisão preventiva em virtude da garantia da ordem pública, verifica-se que outras medidas diversas da prisão são suficientes para que o paciente não possa mais cometer o mesmo delito, uma vez que, em tese, cometeu-o no exercício de sua profissão. É certo que a prisão preventiva constitui medida excepcional e deve ser decretada apenas quando presentes os requisitos legais gerais e específicos que a autorizem. Em todos os casos, deve ser observado o princípio constitucional da presunção de inocência ou da não culpabilidade do agente, sob pena de se antecipar a restrição da liberdade do indivíduo, a ser cumprida, eventualmente, quando da condenação definitiva. Desta forma, verifica-se que a decisão não restou suficientemente fundamentada em fatos concretos que levem a crer que o paciente voltará a delinquircaso libertado, representando um risco real à ordem social. Confira-se:
“O Supremo Tribunal Federal, de outro lado, tem advertido que a natureza da
infração penal não se revela circunstância apta a justificar, por si só, a privação
daquele que sofre a persecução criminal instaurada cautelar do ‘status libertatis’
pelo Estado” - grifei (STF. Rel. Min. CELSO DE MELO (DJE de 3.2.2009).
“ (Lei A gravidade do crime imputado, um dos malsinados ‘crimes hediondos’
8.072-90), não basta à justificação da prisão preventiva, que tem natureza
cautelar, no interesse do desenvolvimento e do resultado do processo, e só se
: não serve a prisão preventiva, nem legitima quando a tanto se mostrar necessária
a Constituição permitiria que para isso fosse utilizada a punir sem processo, em,
atenção à gravidade do crime imputado, do qual, entretanto, ‘ninguém será
considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória -
CF, art.5º, LVII”. (RTJ 137/287, Rel. Min. SEPÚLVIDA PERTENCE – grifei).
Precedentes: HC 80.064/SP, Rel. p/ o acórdão Min. SEPÚLVIDA PERTENCE –
HC 92.299/SP, Rel. MARCO AURÉLIO - HC 93.427/PB, Rel. Min. EROS GRAU –
RHC 71.954/PA, Rel. Min. SEPÚLVIDA PERTENCE – RHC 79.200/BA, Rel. Min.
SEPÚLVEDA PERTENCE).
Que fique claro, na aferição da garantia da ordem pública faz-se um juízo de
periculosidade e não antecipatório de culpabilidade do agente. E novamente, oportuno trazer as palavras de Renato Brasileiro de Lima ( Manual de Processo Penal – Volume Único. Salvador: Editorain JusPodivm, 2ª Edição, 2014. p. 897/898) no sentido de que na aferição do requisito do periculum “libertatis não se pode presumir a periculosidade do agente a partir de meras ilações, conjecturas desprovidas de base empírica concreta”.
No mesmo sentido o parecer da Douta Procuradoria Geral de Justiça:
“No caso dos autos, a decisão proferida foi calcada na gravidade do crime e na
suposta possibilidade de reiteração delitiva por parte do paciente, objetivando a
.proteção da ordem pública
No entanto, os elementos apresentados não se revelam bastantes a confirmar a
necessidade da segregação cautelar, configurando-se o constrangimento ilegal, o
qual deve ser sanado por esta via.
Não se deve olvidar, neste ponto, que ''as medidas cautelares diversas da prisão
são preferíveis em relação à prisão preventiva, dentro da ótica de que sempre se
deve privilegiar os meios menos gravosos e restritivos de direitos fundamentais.''
Da análise dos elementos constantes dos autos, a imposição de medidas
alternativas ao cárcere, disciplinadas no art. 319, do Código de Processo Penal,
apresenta-se, ao menos por ora, suficiente a evitar eventual reiteração delitiva
por parte do paciente, preservando-se a ordem pública”.
Este juízo é proferido sumariamente, sem ampla análise de elementos probatórios, os quais
são ainda muito frágeis, indeferir a medida neste momento seria um equívoco, dessa forma, concedo
parcialmente a ordem, confirmando, a liminar deferida, mantendo as condições fixadas para a liberdade
provisória conforme determinadas na liminar:
“Art. 319. São medidas cautelares diversas da prisão:
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz
, para informar e justificar atividades;
(...)
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja
;conveniente ou necessária para a investigação ou instrução
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza
econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a
;prática de infrações penais
(...)”. 
Face a tais considerações o voto é pela parcial concessão da ordem, confirmando a
liminar deferida, mantendo as medidas cautelares fixadas naquela oportunidade.
Ante o exposto, Acordam os Senhores Julgadores integrantes da 3ª Câmara
Criminal do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, p unanimidade de votos, em conceder parcialmente a ordem, confirmando a liminar deferida, mantendo as medidas cautelares fixadas. O julgamento foi presidido pelo Desembargador Eugenio Achille Grandinetti, sem voto, e dele participaram Desembargador João Domingos Küster Puppi (relator), Desembargador Gamaliel Seme Scaff e Juiz Subst. 2º Grau Antonio Carlos Choma.
Curitiba, 25 de outubro de 2018 Desembargador João Domingos Küster Puppi Juiz (a) relator (a)
DA SUBSTITUIÇÃO DA PRISÃO POR OUTRA MEDIDA CAUTELAR
As medidas cautelares deverão ser aplicadas se observadas o que está previsto no artigo 282, § 6º “a prisão preventiva será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida cautelar art. 319 deste código, e o não cumprimento da substituição por outra medida cautelar deverá ser justificado de forma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma individualizada.
Observamos as medidas cautelares que são diversas da prisão, conforme artigo 319 do CPP: 
I - comparecimento periódico em juízo, no prazo e nas condições fixadas pelo juiz, para informar e justificar atividades; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
II - proibição de acesso ou frequência a determinados lugares quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado permanecer distante desses locais para evitar o risco de novas infrações; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
III - proibição de manter contato com pessoa determinada quando, por circunstâncias relacionadas ao fato, deva o indiciado ou acusado dela permanecer distante; (Redação dada pela Lei nº 12.403, de 2011).
IV - proibição de ausentar-se da Comarca quando a permanência seja conveniente ou necessária para a investigação ou instrução; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
V - recolhimento domiciliar no período noturno e nos dias de folga quando o investigado ou acusado tenha residência e trabalho fixos; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
VI - suspensão do exercício de função pública ou de atividade de natureza econômica ou financeira quando houver justo receio de sua utilização para a prática de infrações penais; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
VII - internação provisória do acusado nas hipóteses de crimes praticados com violência ou grave ameaça, quando os peritos concluírem ser inimputável ou semi-imputável (art. 26 do Código Penal) e houver risco de reiteração; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
VIII - fiança, nas infrações que a admitem, para assegurar o comparecimento a atos do processo, evitar a obstrução do seu andamento ou em caso de resistência injustificada à ordem judicial; (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
IX - monitoração eletrônica. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).
§ 4o A fiança será aplicada de acordo com as disposições do Capítulo VI deste Título, podendo ser cumulada com outras medidas cautelares. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011).”
Para frisarmos ainda sobre os fundamentos, vejamos um julgado da matéria processual penal no TJPE em se tratando de substituição da prisão por outra medida cautelar.
Processo: HC nº 0001965-72.2017.8.17.0000 PE
Órgão Julgador 1ª Câmara Regional de Caruaru – 2ª Turma 
Publicação 04/10/2017
Julgamento 31 de Agosto de 2017
Relator Democrito Ramos Reinaldo Filho
Ementa: HABEAS CORPUS.PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO.MARCA E NUMERAÇÃO RASPADAS.ARTIGO. 16 DA LEI Nº 10.826/2003.AUSENTES OS REQUISITOS DA PRISÃO PREVENTIVA. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA. SUBSTITUIÇÃO POR MEDIDAS CAUTELARES DO ARTIGO 319 DO CPP.
1. Embora a Procuradoria tenha solicitado a mídia da audiência de Custódia, para avaliar a fundamentação do magistrado para converter a prisão em flagrante em preventiva, entendo que tal providência não se faz necessária para o julgamento do presente Habeas Corpus.
2. O paciente possuía guardada em sua residência uma “guarrucha” enferrujada, que espontaneamente disse aos policiais que tinha e a entregou; policiais esses que entraram em sua residência sem mandado de busca e sem a ocorrência de nenhuma situação flagrancial que permitisse tal entrada, o acusado permitiu a entrada deles. Jamais foram encontrados sequer indícios de que ele fosse ligadoà receptação de peças roubadas. Some-se a isso que o mesmo tem a ocupação lícita, residência fixa, e não há nada que aponte para alguém com inclinações criminosas.
ACÓRDÃO
Habeas Corpus Nº 0001965-72.2017.8.17.0000 (0474978-8)
Impetrante: Ewerton Nazareno Pereira do Nascimento 
Paciente: José Eudson de Lima
Autoridade Coatora: Juízo de Direito da Vara Única da Comarca de Taquaritinga do Norte/PE
Procurador: Maria da Glória Gonçalves Santos 
Relator: Des. Demócrito Reinaldo Filho
HABEAS CORPUS.PORTE ILEGAL DE ARMA DE FOGO.MARCA E NUMERAÇÃO RASPADAS.ARTIGO. 16 DA LEI Nº 10.826/2003.AUSENTES OS REQUISITOS DA PRISÃO PREVENTIVA. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA. SUBSTITUIÇÃO POR MEDIDAS CAUTELARES DO ARTIGO 319 DO CPP.
1. Embora a Procuradoria tenha solicitado a mídia da audiência de Custódia, para avaliar a fundamentação do magistrado para converter a prisão em flagrante em preventiva, entendo que tal providência não se faz necessária para o julgamento do presente Habeas Corpus.
2. O paciente possuía guardada em sua residência uma “guarrucha” enferrujada, que espontaneamente disse aos policiais que tinha e a entregou; policiais esses que entraram em sua residência sem mandado de busca e sem a ocorrência de nenhuma situação flagrancial que permitisse tal entrada, o acusado permitiu a entrada deles. Jamais foram encontrados sequer indícios de que ele fosse ligado à receptação de peças roubadas. Some-se a isso que o mesmo tem a ocupação lícita, residência fixa, e não há nada que aponte para alguém com inclinações criminosas.
ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos do Habeas Corpus nº 0001965-72.2017.8.17.000 (0474978-8), acordam os Desembargadores da 2ª Turma da Câmara Regional de Caruaru do Tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, na conformidade dos votos, notas, taquigráficas e demais peças processuais que integram este julgado, por unanimidade, em CONCEDER PARCIALMENTE A ORDEM, revogando a prisão preventiva do paciente José Éudson de Lima, substituindo-a pelas medidas cautelares do artigo 319 do CPP, determinando ainda a expedição de alvará de soltura em nome do paciente, nos termos do Relator Desembargador Demócrito Reinaldo Filho. 
DO PEDIDO:
Não há justificativa, em concreto, para a manutenção da prisão preventiva do acusado, por tudo o que foi dito acima, pelo que requer o que ao paciente seja concedida LIMINAR EM HABEAS CORPUS E QUE AO FINAL ESTA SEJA MANTIDA DE FORMA DEFINITIVA, e com a imposição de uma das medidas cautelares do art. 319 do CPP.
Termos em que pede e espera deferimento.
LOCAL ,10 DE JULHO DE 2016.
ADVOGADA - OAB

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